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Nome: João Pedro Ghidini da Silva nº USP: 9796248

Artigo Selecionado: A estrutura erigida para a relatividade de Einstein: o espaço-tempo


de Minkowski
Revista Brasileira de Física Tecnológica Aplicada – RBFTA
Nota: Embora não seja uma revista com foco em história da física, o artigo em questão
busca trazer um viés histórico/qualitativo da contribuição de Minkowski.

Fora da Mente de Einstein

“Como uma pessoa, praticamente trabalhando sozinha, muda tudo que


achávamos saber sobre o universo? ” – Esse é o questionamento que aparece logo no
início do documentário “NOVA: Dentro da Mente de Einstein”, disponível na Netflix,
com um objetivo de divulgação científica. Essa concepção de que o cientista é alguém
que trabalha isoladamente, e aqueles que tem sucesso são dotados de uma genialidade
incomparável não é algo incomum no imaginário social. Albert Einstein é possivelmente
o físico mais influente na sociedade em termos de simbologia do que é um cientista. O
artigo “A estrutura erigida para a relatividade de Einstein: o espaço-tempo de Minkowski”
não entra nesse mérito, mas nos traz alguns elementos para refletir sobre a ascensão
da relatividade.
A Física é uma ciência tradicional – isto é, se constrói o novo com base no que
vem antes. A primeira publicação de Einstein sobre a relatividade foi em 1905, e antes
disso, já haviam muitos físicos – ou filósofos naturais – que fizeram importantes
contribuições. Até mesmo de modo contemporâneo, muitas pessoas atuavam – por
vezes, não de modo conjunto ao Einstein – na formulação no conhecimento. O artigo
em questão, foca nos contemporâneos, destacando principalmente o grande papel que
os matemáticos desempenharam, mas também dos físicos, a citar: Hendrik Lorentz e
Joseph Lamor, Maxwell, Henri Poincaré, David Hilbert, Emmy Noether e claro, Hermann
Minkowski. Dos precessores destes, há breves citações de Newton E Galileu. Uma
possível falha do artigo é não haver um preparo prévio ao leitor que não viu o assunto
recentemente: ao perpassar pelas contribuições por exemplo de Lorentz, ele aborda de
modo rápido e superficial – o mesmo ocorre com Maxwell. O autor também não deixa
claro a contribuição de Emmy Noether, nem a de Hilbert, sendo esse último um grande
companheiro de Minkowski, ministrando palestras juntos – isso não é citado pelo artigo.
Apesar dessas carências, o autor realiza com certa competência a contribuição
de Minkowski. Este, que foi professor de Einstein, foi um importante contribuídor para a
teoria da Relatividade, iniciando algumas palavras que usamos até hoje como “tempo
próprio”. Teve destaque com o trabalho em Geometria Diferencial, sobre a preservação
do elemento de linha – importante para as transformações do espaço-tempo – aqui fica
mais claro o seu papel enquanto matemático.
Se hoje já é difícil imaginar o que afinal significa o espaço e o tempo estarem
intrinsicamente conectados, na época, sendo uma ideai nova, era mais ainda. O autor
diz que “Vale ressaltar que foi Minkowski quem traduziu à teoria da relatividade restrita
a linguagem do espaço-tempo, em 1907, isto é, foi ele que reconheceu a real
consequência da teoria: unificação do espaço e do tempo em uma só unidade.” Ou seja,
nem o próprio Einstein inicialmente tinha essa clareza sobre as implicações de seu
trabalho.
Com o trabalho de Minkowski, conclui-se que “De agora em diante, espaço por
si só e tempo por si estão condenados a desaparecer em meras sombras, e somente
uma união dos dois preservará uma realidade independente”. Com isso, notamos uma
postura de realismo científico por parte dele e ainda, uma sentença que perdura até
hoje: não há espaço e tempo, apenas espaço-tempo.

Referências:
A estrutura erigida para a relatividade de Einstein: o espaço-tempo de Minkowski
– 13 páginas, Jonas Jorge D. Pinheiro da Silva. Revista Brasileira de Física Tecnológica
Aplicada.
Minkowski, Geometria e Relatividade. José Carlos Santos.

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