Antes de analisarmos a relação do negro com a mídia, é importante definirmos o

conceito de mídia. Segundo o autor Carlos Antônio Furtado Dutra (2011), graduado em
comunicação social, a mídia faz parte de um processo de comunicação que engloba
todos os elementos da comunicação, tais como emissor, mensagem e receptor.
Continuando o raciocínio sobre o conceito de mídia, baseado na análise do nosso
artigo do negro e a mídia, Muniz Sodré (2006) apresenta a mídia como um
instrumento de direcionamento ou de criação de subjetividades do homem.
Os autores fazem questão de enfatizar a ausência do negro e sua imagem inferiorizada
em detrimento das formas de comunicação em massa como as telenovelas, séries,
outdoors e produtos que geram de alguma forma de comunicação, que não passa de
uma consequência da exclusão gerada pelo preconceito racial.
Há uma construção de imagem do negro que se baseia na maioria das vezes em um
estereótipo marginalizado, inferior e com condições sociais desfavoráveis. Os autores
acreditam que essas construções influenciam diretamente na compreensão que a
comunidade negra tem de si mesmo, assim como a imagem que outros grupos fazem
do negro.
Segundo Ceccarelli (2008) o conceito de identidade é uma expressão complexa, pois
recobre, ao mesmo tempo, o particular e o geral: o que define o sujeito na sua mais
absoluta diferença e que o assemelha a outro qualquer, graças a um certo número de
traços em comum. Conseguimos visualizar a criação de uma produção social e cultural
em relação a identidade racial no Brasil, no caso dos negros, esta criação está
vinculada ao grupo de negros escravizados.
Torna-se extremamente perceptível uma associação errônea e perigosa nos principais
meios de comunicação associada a estereótipos marginalizados e inferiores. Não
podemos ignorar também, as aparições de pessoas brancas em campanhas
publicitárias com o corpo pintado de preto, folclorizando pessoas negras, e extraindo a
oportunidade do negro de externar sua importância.
Concluindo, a mídia social também tem integrado a propagação da informação que dá
oportunidade para que a cultura da comunidade negra seja desenvolvida,
possibilitando novos olhares e dando força á movimentos sociais negros, disseminando
a riqueza etnicorracial do Brasil e reforçando o pertencimento racial.
O Negro e a Mídia: novas possibilidades de referências identificatórias nas redes
sociais. In: CONVERSAS TRANSVERSALIZANTES ENTRE PSICOLOGIA POLÍTICA, SOCIAL-
COMUNITÁRIA E INSTITUCIONAL COM OS CAMPOS DA EDUCAÇÃO, SAÚDE E DIREITOS.
VOLUME 7. Organização: Flávia Cristina Silveira Lemos ([et al.]. - 1. ed. – Curitiba: CRV, pp.
709-718, 2017.

Robenilson Moura Barreto1

Paulo Roberto Ceccarelli2

Warlington Luz Lobo3