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Inspeção
1 - Inspeção:
1-1- Malformações crânio-raquianas:
1-1-1- Macrocefalia, Platicefalia, Microcefalia, Crânio Bífido, Meningoencefalocele.
1-1-2- “Brevis collis”, lordose, cifose, escoliose, espina bífida, meningocele, meningomielocele.
1-1-3- Malformações congênitas dos pés e mãos: sindactilia, polidactilia, pés cavum etc.
Dominância Cerebral
Nervos Cranianos
Orifícios no crânio:
- Lâmina crivosa do etmóide: filetes do nervo olfatório
- Forame óptico: nervo óptico
- Fenda esfenoidal: NC III, IV, V1 e VI.
- Forame Redondo: V2
- Forame Oval: V3
- NC VII: penetra no conduto auditivo interno e, após trajeto intrapetroso, deixa o crânio pelo forame estilomastóideo.
- Conduto auditivo interno: NC VIII.
- NC IX, X e XI: deixam o crânio pelo forame rasgado posterior.
- Forame condiliano anterior: NC XII
3 - Nervos cranianos:
3-1- I° - Olfativo: anosmias, hiposmias, parosmias, cacosmias.
o
3-2- II - Óptico: acuidade visual: visão normal, baixa visual (conta dedos visão de vultos, percepção luminosa,
amaurose). Campos visuais. Fundo de Olho.
3-3- IIIo - Motor ocular comum: diplopia, estrabismo divergente, ptose palpebral, anisocoria, midríase, deformida-
des pupilares. Reflexos: fotomotor, consensual, acomodação e convergência.
3-4- IVO - Patético ou troclear: diplopia, olhar patético (para baixo e para fora).
3-5- VIO - Motor ocular externo ou abducente: diplopia, estrabismo convergente, déficit de abdução do globo
ocular.
3-6- Paralisias do olhar conjugado: horizontal, vertical. Desvios conjugados do olhar.
3-7- VO- Trigêmio: sensibilidade da face. Troficidade, tono e forca dos músculos mastigadores. Desvios da man-
díbula. Reflexo cómeo-palpebral.
3-8- VIIO - Facial: assimetria em repouso e à movimentação, desvio da comissura labial estado dos sulcos naso-
genianos, lagoftalmo, epífora, sinais de Bell, Negro e dos cílios, assimetria de pregueamento frontal. Gusta-
ção dos 2/3 anteriores da língua.
3-9- VIIIO- 1) Ramo coclear: hipoacusia e anacusia (de percepção e de transmissão) Provas de Weber e de Rin-
ne. 2) Ramo vestibular: nistagmo, desvio dos índices, desvio de marcha e prova Romberg.
3-10- IX e XO - Glossofaríngeo e vago: disfonia, disfagia, desvio do véu do paladar. Reflexos: do véu e nauseoso.
Sinal da cortina. Gustação no 1/3 posterior da língua.
3-11- XIo - Espinhal: troficidade tono e força dos músculos esternocleidomastoideo e trapézio.
3-12- XIIo - Hipoglosso: Motilidade, desvios e troficidade da língua; fasciculações.
I – Olfatório
Anosmia: perda da olfação (a lesão é do nervo olfatório – traumas que atingem a lâmina crivosa, tumores da base, meningiomas,
infecções, agenesia dos feixes olfatórios, neurossífilis).
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Hiposmia: diminuição da olfação (a lesão também é do nervo olfatório – anemia perniciosa).
OBS: Anosmias e Hiposmias podem ocorrer por:
- Rinites agudas
- Interrupções ou compressões das vias olfatórias que podem se seguir a uma comoção cerebral (com ou sem fratura da base
do crânio), a um tumor (meningioma da goteira olfatória ou glioma frontal) ou a uma hidrocefalia.
- Lesões das vias olfatórias no decurso de meningite ou de sífilis meningovascular.
- Tabes dorsalis (atrofia dos nervos olfatórios)
Parosmia: percepção anormal de odor que realmente existe (a lesão é central – córtex temporal).
Cacosmia: percepção de estímulo irreal com cheiro desagradável (pode ocorrer no desencadear de crises convulsivas, cujo foco loca-
liza-se no úncus – crises uncinadas). O paciente frequentemente compara o odor ao odor de pano queimado ou de excrementos.
Exploração: Perguntar se o paciente está ou esteve resfriado (isto altera o exame). Perguntar se o paciente sente o cheiro das coisas
normalmente. Pedir para o paciente fechar os olhos e ocluir uma das narinas dele, testar o olfato do paciente com substâncias conheci-
das pelo mesmo (café, cânfora, limão, hortelã). Substâncias irritativas (álcool, amônia, ácido clorídrico, ácido acético) não devem ser
utilizadas, pois causam irritação das terminações nervosas sensitivas do V par que se localizam na mucosa olfatória. Se houver queixa
de hiposmia unilateral, começar pela narina acometida. Anosmia bilateral é mais provavelmente um problema otorrinolaringológico.
1) II – Óptico
A - Medida da Acuidade Visual: É melhor examinado pelo oftalmologista. Perguntar se ao paciente se enxerga bem de longe, de
perto, de dia, à noite, as cores, os objetos parados ou em movimento. O ideal seria utilizar a tabela de Shellen Chart para avaliar a
distância e o Iagers Test Type para perto. Pede-se para o paciente contar dedos do examinador inicialmente a uma distância de 6 me-
tros, se ele não consegue o examinador vai se aproximando aos poucos e anota a partir de quantos metros ele é capaz de contar seus
dedos (visão de conta-dedos). Se ele não consegue contar dedos, perguntar se ele vê vultos (visão de vultos); se ele é incapaz de dis-
tinguir vultos, perguntar se ele vê luz (diferencia claro de escuro – utilizar um foco de luz – percepção luminosa). Sempre examinar
um olho de cada vez.
Ambliopia: (diminuição da acuidade visual, não há lesão das vias ópticas). Visão deficiente ou obscurecimento da visão sem altera-
ções objetivamente verificáveis do globo ocular, oftalmoscópicas, campimétricas ou resultantes de vícios de refração. Ela ocorre de-
vido a um desenvolvimento anormal do sistema visual de um ou, mais raramente, ambos os olhos, durante o período de maturação do
SNC (até os 6-7 anos de idade) sem que haja lesão orgânica ou com uma lesão orgânica desproporcional à intensidade da baixa visual.
A baixa acuidade visual encontrada na ambliopia é devida ao desenvolvimento incompleto da visão foveal, estando a visão periférica
preservada e o campo visual e acuidade escotópica normais. Tipos de ambliopia: por estrabismo, por ametropia, por anisometropia,
por privação.
Amaurose: (HIC, doenças degenerativas, infecções, doenças desmielinizantes, atrofia de papila). Perda da capacidade visual decor-
rente de lesão cerebral na área da visão, lesão do nervo óptico, lesão da retina. Em alguns casos pode ser transitória como em trauma-
tismos cranianos, AVC, convulsões, entre outros. A amaurose fugaz que ocorre devido a AVC isquêmico é usada como diagnóstico
diferencial entre a localização na artéria carótida interna e o tronco da cerebral média, no qual não ocorre amaurose. O paciente
amaurótico não distingue o dia da noite e não percebe qualquer sensação luminosa (perda da percepção luminosa).
Nictalopia: não enxerga à noite. Pode ser devido à degeneração pigmentar da retina, exaustão ou fadiga, alcoolismo crônico, ou pode
estar associada à icterícia, doença de Leber ou deficiência de vitamina A.
Hemeralopia: não enxerga de dia. Observada na intoxicação pelo fumo, na fadiga e exaustão ou em condições que acarretam escoto-
ma central.
B - Verificação dos Campos Visuais (campimetria): Campo visual é o espaço dentro do qual um objeto pode ser visto enquanto o
olho é fixado em determinado ponto. Representa o limite da visão periférica. As imagens do objeto no campo periférico não são tão
distintas como as no campo central ou macular e tornam-se melhor percebidas quando o objeto se move. Devemos examinar os cam-
pos temporais com os dois olhos abertos: paciente olhando para frente e os dedos do examinador descrevem uma linha reta para exa-
minar os QS e QI. O exame dos campos nasais é feito com um olho só aberto (método de confrontação) – o dedo do examinador fica
do lado ocluído. É importante que o examinador esteja no mesmo campo de visão do paciente.
1 – Escotoma: É uma falha parcial ou completa dentro do campo de visão normal ou relativamente normal, de tamanho, forma e situ-
ação variável, percebida ou não pelo paciente. O escotoma é a falha básica do campo visual, se localizado no campo periférico, consti-
tui a contração, se estendido à metade do campo visual dos dois olhos, caracteriza a hemianopsia, e se limitado ao quadrante campi-
métrico de ambos os lados denomina-se quadrantanopsia. Os escotomas podem ser positivos (manchas escuras sobre objetos fixados)
ou negativos (não são percebidos, se caracterizam pela ausência de visão na sua projeção no espaço).
2 – Contração: É a redução do campo visual periférico. Ocorre comprometimento da periferia para o centro. A contração concêntrica é
a mais comum, nela, toda a periferia se torna mais ou menos igualmente retraída e o campo fica reduzido em tamanho sem que sua
forma seja muito alterada; constitui um achado precoce e objetivo da neurite retrobulbar, atrofia óptica e degeneração pigmentar da
retina.
3 – Hemianopsia: É a contração do campo visual que suprime a metade do campo de cada olho. Esta bilateralidade é indispensável
para que se possa caracterizar a hemianopsia. Sua qualificação se faz pela metade do campo visual que desaparece e não pela metade
da retina fora de função.
a) Heterônimas: perda da visão dos campos temporais ou nasais, isto é, são acometidos lados diferentes dos campos visuais.
– Bitemporal: lesão do quiasma óptico – tumores de hipófise comprometendo as fibras nasais, primeiro superiores.
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– Binasal: lesão do quiasma – aneurisma de carótida interna comprimindo as fibras temporais. Ocorre em lesões duplas ou
“caprichosas” (aneurismas bilaterais da carótida interna, aracnoidites optoquiasmáticas).
b) Homônimas: desaparece a visão do campo nasal para o olho ipsilateral e do campo temporal para o olho contralateral, isto é,
fica acometido o mesmo lado dos campos visuais. As lesões localizam-se nas vias ópticas retroquiasmáticas, interrompendo fi-
bras provenientes da metade temporal da retina ipsilateral e nasal da contralateral.
– Tracto óptico → hemianopsias homônimas contralaterais, se for completa a hemianopsia é congruente, se for incompleta é
incongruente (meningite de XXX), a mácula contralateral mantém a acuidade visual, apresenta hemiparesia contralateral, o refle-
xo fotomotor direto está abolido. → Reação hemianóptica de Wernicke – lesão das fibras iridopupilares determinando a perda do
reflexo fotomotor ao se estimular a metade cega da retina.
– Radiação óptica → (1) Lesão do pedúnculo (oclusão das aa. tálamo-geniculadas): hemianopsia homônima contralateral +
hemianestesia + hemiparesia; reflexo fotomotor conservado; (2) Lesão da radiação óptica na alça de Meyer: quadrantopsia ho-
mônima superior; (3) Lesão na alça de Graticlet: quadrantopsia homônima inferior; reflexo fotomotor presente. Tumores, trau-
mas, lesões vasculares.
– Córtex visual → (1) Lesão unilateral (oclusão da a. cerebral posterior): hemianopsia homônima congruente contralateral
com preservação macular. (2) Lesão bilateral (meningioma de foice): hemianopsia horizontal superior (compressão sobre os lá-
bios inferiores da cisura calcarina afetando a porção inferior do córtex visual)
C - Fundo de Olho (Oftalmoscopia): Apagar as luzes, posicionar o olho direito do examinador, oftalmoscópio na mão direita, no
olho direito do paciente. O paciente olha para frente, o examinador permanece de olhos abertos e a luz incide lateralmente no olho do
paciente. Observar a papila e seus limites, vasos, presença ou ausência de pulso venoso (abolido na HIC). Para o examinador ver a
mácula (retina temporal), o paciente deve olhar para a luz.
Normalmente a papila é rosada (a metade temporal é mais pálida), suas bordas são nítidas, as artérias são brilhantes, retilíneas e de
menor calibre, enquanto as veias são mais opacas, possuem trajeto sinuoso e são mais calibrosas. O exame desses vasos é feito a partir
da papila, acompanhando-se os seus trajetos e observando-se seu aspecto, brilho, calibre e cruzamentos. Para o exame da papila (reti-
na nasal), o examinador deve entrar com a luz pelo campo temporal. A atrofia óptica primária leva a uma papila branca e decorre de
uma lesão primitiva do nervo por um agente específico (sífilis). A atrofia óptica secundária caracteriza-se pelo intumescimento da
papila pelo aumento da PIC (edema de papila).
Características: Midríase (pupila dilatada devido à predominância do simpático, pois a atuação oriunda do núcleo de Edinger-
Westphal para o esfíncter da pupila está abolida), Ptose palpebral (o músculo elevador da pálpebra está denervado), Estrabismo diver-
gente (só está preservada a abdução, o paciente não olha para cima, nem para baixo, nem pode aduzir os olhos, o reflexo fotomotor
está abolido, mas o consensual está conservado).
Se o paciente não tiver midríase trata-se de diabetes (vasculite e neurite isquemia do nervo ou outras compressões).
IV – Troclear
M. oblíquo superior: olhar patético (para baixo, para fora e rotação interna).
Na sua paralisia, o paciente apresenta inclinação da cabeça para o lado contrario (para compensar o déficit), não consegue olhar para
baixo e para fora. O desvio do globo ocular é pequeno (RL e RI compensam). O paciente apresenta diplopia vertical (dificuldade para
descer escadas) e geralmente está relacionada ao diabetes. Sua paralisia isolada é rara e geralmente está associada à paralisia do ocu-
lomotor. Semiologia: Pedir ao paciente para olhar medialmente e depois para a ponta do nariz.
VI – Abducente
O paciente apresenta estrabismo convergente, ele é incapaz de abduzir os olhos, apresenta diplopia horizontal.
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MOVIMENTO ASSOCIADOS (a paralisia conjugada é sempre no SNC)
Movimentos voluntários (lobo frontal) – mandar o paciente olhar para os lados, para cima e para baixo. Se há uma lesão num
hemisfério ele não acompanha para o outro lado (ele olha para a lesão).
Paralisia da verticalidade – paralisia do olhar para cima (olhos para baixo e para fora) – Síndrome de Parinaud por lesão da
placa quadrigêmea (tumor pineal, distúrbios vasculares).
Paralisia da lateralidade – inibição da associação III e VI, se for cortical (destrutiva – olha para a lesão; irritativa – epilepsia,
lesão por reperfusão – olha para o outro lado) – pontina / FRPP (destrutiva – olha para o outro lado; irritativa – olha para a lesão).
Ver figura 7-22 DORETTO.
Paralisia de convergência – núcleo de Pérlia (fibras para o reto medial). Paralisia dos corpos quadrigêmeos – Causa: esclerose
múltipla.
Lesão do FLM – em repouso olha para a lesão. Lesão do FLM D – O Olho acompanha o dedo do examinador para a D, faz nis-
tagmo e o E não passa da linha média.
Diferenciar da lesão do III, a convergência está preservada.
Tum-Tum-TUUUM:
Anisocoria desigualdade do diâmetro pupilar. (lesão unilateral das fibras pupilomotoras)
Midríase (dilatação) Lesão parassimpática. Miose (constrição) lesão simpática.
Síndrome de Claude-Bernard-Hornes Miose + diminuição da fenda palpebral (hemiptose) + enoftalmia + anidrose.
Síndrome de Adie Pupilotonia (dilata e contrai lentamente) + abolição de 1 ou mais reflexos profundos (aquileu, patelar).
Midríase unilateral compressão do hemisfério cerebral homolateral por hematoma extra/subdural (compressão do III nervo homo-
lateral por hérnia do úncus)
Sinal de Argyl – Robertson miose + abolição do RFM + conservação de acomodação e convergência (sífilis, tabes dorsalis).
Exercícios para serem respondidos mentalmente: 1) Como avaliar o nervo olfatório? 2) Quais as prováveis etiologias das anosmias
uni e bilateral? 3) O que são parosmias e cacosmias? 4) Como avaliar o nervo oculomotor? 5) O que é o núcleo de Edinger-Westphal?
6) Qual o primeiro sintoma na lesão do III par? 7) Lesão isolada do nervo troclear – como vai estar a visão do paciente? 8) Como
avaliar uma lesão do nervo abducente? 9) Reflexo fotomotor direto + associado à fotomotor consensual positivo é indicativo de lesão
onde? 10) Reflexo fotomotor direto negativo, associado a consensual negativo significa lesão onde? 11) Reflexo fotomotor consensu-
al, associado a direto significa lesão onde?
3) V – Trigêmeo.
Sensitivo (Gânglio semilunar ou de Gasser) – Oftálmico (V1), Maxilar (V2), Mandibular (V3). V1 e V2 – sensitivos. V3 – misto.
Motor (núcleo Mastigador) – músculo temporal, masseter, pterigóideo externo e interno, milo-hióideo e ventre anterior do digástrico.
Perguntar se o paciente mastiga bem, se tem queixas de dor (neuralgia) e distribuição.
a) Sensibilidade da face: térmica – pesquisar com tubinhos quente e frio, tátil – algodão; dolorosa – agulha romba. De forma simétri-
ca e em cada seguimento:
Oftálmico porção anterior do crânio, região supraciliar, pálpebra superior, anterior e lateral do nariz; globo ocular, córnea, corpo
ciliar, íris; mucosa dos seios frontais, parte dos esfenoidais e etmoidais e parte superior da cavidade nasal.
Maxilar lábio superior, parte lateral do nariz, pálpebra inferior, arco zigomático, porção anterior da região temporal, porção supe-
rior da bochecha, arcada dentária superior, palato duro e mole, úvula, tonsila, nasofaringe, ouvido médio e porção inferior da cavidade
nasal.
Mandibular lábio inferior, mento, porção inferior da bochecha (exceto o ângulo da mandíbula → C2), 2/3 anteriores da língua,
conduto auditivo externo, porção externa do tímpano, dentes da arcada inferior.
b) Reflexo córneo-palpebral: tocar com algodão na junção da esclera com a córnea, estando o paciente com os olhos voltados para
cima e para o lado oposto, e o paciente fecha o olho. É monocular (aferência V1, centro na ponte e eferência VII).
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c) Porção motora – troficidade, tono e força dos músculos mastigadores: observar a face à procura de alterações tróficas da mus-
culatura mastigadora ou desvios da mesma. Perguntar se mastiga bem. Palpar o masseter e o temporal em repouso e ao mastigar para
ver o tono. Verificar a força muscular com a mordedura de um abaixado de língua (um lado de cada vez). Pedir para movimentar a
mandíbula (abrir, protruir, protrair) – o desvio é para o lado lesado (pterigóideo lateral).
Síndromes Pares Causas Características
Atrofia óptica do lado do tumor (compressão),
Foster-Kennedy I e II Meningiomas e gliomas frontais
edema de papila do lado oposto (HIC) e anosmia.
Fenda Esfenoidal
III, IV, VI e Oftalmoplegia total e anestesia ocular, às vezes
(Rochon- Trauma ou tumor
V1 exoftalmo.
Duvigneaud)
Parede do Seio
III, IV, VI e Trauma (fístula carótido-cavernosa) e In-
Cavernoso (Char- Surdez tubária (sarcoma da trompa de Eustáquio).
V1 fecção (tromboflebite do seio cavernoso)
les Foix)
Ponta do Rochedo Lesões da ponta do rochedo (petrosites Neuralgia da face e déficit do músculo reto lateral
V e IV
(Gradenigo) secundárias à otite média ou mastoidite). (estrabismo convergente).
Sínd. Quiasmática II (quiasma) Tumor de Hipófise Hemianopsia Bitemporal
Sínd. do ângulo- Disfunção do V, VII e VIII +Síndrome neocerebe-
Neurinoma do acústico
ponto-cerebelar lar do mesmo lado da lesão.
5) VII – Facial
1) Motora músculos da mímica desde o m. frontal até o platisma (exceto o elevador da pálpebra superior), ventre posterior
do digástrico e estilo-hióideo.
2) Sensitiva sensibilidade proprioceptiva dos músculos da mímica e pela sensibilidade tátil, térmica e dolorosa de parte do
pavilhão auditivo, conduto auditivo externo e tímpano.
3) Sensorial gustação dos 2/3 anteriores da língua.
4) Vegetativa secreção glandular → fibras parassimpáticas para as glândulas lacrimais e salivares (submaxilar e sublingual).
Entra no conduto auditivo com o VIII par, no aqueduto de falópio eles estão separados (só, VII e intermédio), a partir da corda do
tímpano sobra a função motora.
Perguntar se consegue assobiar, se há dificuldade de mastigar, falar algumas palavras (dificuldade de pronunciar consoantes labiais e
dentolabiais – b, p, m, v), alterações para sons agudos (hiperacusia – músculo estapédio).
Inspeção – Observar a fácies (assimetria, piscar – ausente ou menos evidente no lado comprometido; ausência do pregueamento fron-
tal, sulcos nasogenianos e nasolabiais, desvio da comissura labial).
Paralisia facial central (acima dos núcleos – lesão da via piramidal) – contralateral, atinge mais os 2/3 inferiores da face,
apresenta o sinal do ponto de exclamação deitado (comissura desviada quando sorri), disartria, ausência de contração do pla-
tisma, Sinal dos Cílios (quando apertar os olhos, no lado paralisado, os cílios mergulham menos).
Paralisia facial periférica – acomete toda a hemiface, homolateral, apagamento do sulco nasogeniano, desvio da comissura
labial, epífora (lágrima escorrendo → déficit do m. orbicular da pálpebra), desvio dos traços para o lado são, rima palpebral
aberta (lagoftalmo), evidente? difícil de movimentação, disartria (b, m, v, p), piscar assimétrico, ageusia 2/3 da língua.
Tum-Tum-TUUUM:
Sinal de BELL Ao pedir para a paciente fechar as pálpebras, o olho paralisado dirige-se para cima e para fora e não há oclusão da
rima palpebral.
Sinal de NEGRO Mandar a paciente olhar para cima, o olho paralisado faz um movimento mais no sentido vertical do que o olho
são → hiperinervação do m. reto superior.
Sinal de Wartemberg (na central) ausência de vibração normal do músculo orbicular das pálpebras quando você palpa enquanto
o paciente fecha os olhos com força.
Movimentação voluntária: pedir para enrugar a testa, apertar/arregalar os olhos, abrir a boca, fazer bico, mastigar, contrair o platis-
ma (eversão forçada do lábio inferior).
Sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua (lesão no trajeto intrapetroso) – fechar os olhos e usar substâncias doce, salga-
da, azeda, colocando a língua para fora (não colocar para dentro), um lado de cada vez (lavar entre as tentativas).
Reflexos: (1) Nasopalpebral (profundo orbicular das pálpebras – aferência VII – o centro é a ponte – eferência VII) – percutir a glabe-
la (ocorre contração bilateral dos músculos orbiculares dos olhos com oclusão da rima palpebral); (2) Orbicular dos lábios (V – ponte
– VII) – percutir o lábio superior na linha média – contração da musculatura perioral (m. orbicular dos lábios) projetando os lábios
para frente; (3) Oroorbicular (estimulação tátil dos lábios desencadeia movimentos de sucção), (4) Palmomentual (contração ipsilate-
ral do m. quadrado do mento como resposta à estimulação tátil da palma da mão).
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Sensibilidade do pavilhão externo xxx → perguntar se tem sentido a boca seca
6) VIII – Vestíbulo – Coclear
Lesão no conduto auditivo lesão de VII e VIII.
Lesão no aqueduto de falópio lesão do ???
Ramo coclear
Perguntar se escuta bem com os dois ouvidos, testar com o cochicho, creptação do cabelo, estalando os dedos ou diapasão observar
hipoacusia/anacusia.
A anacusia pode ser de percepção (nervosa) por rubéola no 1º. trimestre da gravidez, arteriosclerose, fratura do Rochedo, neuriloma
do acústico; ou pode ser de condução por obstrução no conduto auditivo externo, otite.
Prova de Rinne: diapasão (128 ciclos/s) na apófise mastóide, assim que parar de perceber o som (+ou- 20s), coloca no ar próximo ao
conduto auditivo externo e deve ouvir por mais 30-40s. Surdez de condução (Rinne -) ouve melhor no osso. Surdez de percepção
(Rinne + encurtado) – audição por via aérea é melhor do que a óssea, porém ambas estão encurtadas.
Prova de Weber: coloca-se o diapasão no vértice do crânio ou na fronte e pergunta se está ouvindo com os dois ouvidos. Pode haver
lateralização para um ouvido: para o lado são surdez de percepção no outro; para o lado doente surdez de condução; não há
lateralização (Weber indiferente) audição normal ou hipoacusia bilateral.
Ramo vestibular
O paciente queixa-se de vertigem objetiva (as coisas giram) ou subjetiva (ele gira). Pesquisar nistagmo horizontal, vertical, diagonal,
rotação ou pendular (em uma direção – lesão periférica; mais de uma direção – lesão central). O nistagmo do VIII é horizontal.
Graus de Nistagmo: I – só aparece quando olha para 01 lado; II – dos dois lados; III – Mesmo com os olhos parados.
- Desvio dos índices: paciente sentado, braços estirados com os indicadores tocando os do examinador, pede para fechar os olhos e
observa o desvio dos dois braços no mesmo sentido e com a mesma amplitude (na lesão cerebelar – desvia 01 braço, o ipsilateral à
lesão; na lesão cordonal posterior podem aparecer movimentos pseudoatetóicos).
- Prova de Romberg: o paciente em pé, na posição de sentido, apresenta tendência à queda para o lado do labirinto lesado, se girar a
cabeça cai para o lado lesado. Se fechar os olhos, aumenta o desequilíbrio. Romberg sensibilizado: pede para o paciente botar um pé
na frente do outro ou fletir uma das pernas.
- Lesão cordonal posterior, Romberg + ele cai ao fechar os olhos.
- Desvio de marcha: o paciente ao tentar andar em linha reta desvia para o lado comprometido (se estiver com os olhos abertos ele
corrige). Marcha em estrela de Babinski-Weill sucessão de caminhadas para frente e para trás, o paciente descreve um percurso
em estrela.
Síndromes harmônicas lesões periféricas, o desvio é para o lado lesado. Tem o fenômeno de compensação.
Síndrome desarmônica lesão central, o desvio não é sempre para o mesmo lado, encontramos sinais mais frustros, não ocorre a
correção. Não tem o fenômeno de compensação.
- Na síndrome harmônica ocorre desvio da cabeça e membros para o labirinto menos ativo. Causas otites (labiritinte purulenta,
Síndrome de Ménière (vertigem + zumbido + náusea + alterações do equilíbrio).
1) Fala anasalada: lesão do IX e X (desnervação do véu palatino). Fala rouca lesão do nervo recorrente, que é ramo do X (tumor
de mediastino com desnervação da corda vocal).
2) Inspeção estática: com a boca aberta, observar com um foco luminoso – véu palatino e úvula (em repouso desvio para o lado
lesado).
3) Inspeção dinâmica: mandar emitir um som (á ou é) e o véu será puxado para o lado são (não tem oposição).
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4) Sinal da cortina: observar que o lado denervado do véu balança com a passagem do ar.
5) Reflexo nauseoso: tocar o palato e obter o reflexo do vômito (constrição da faringe, retração da língua).
6) Reflexo do véu (velopalatino): estimular o véu com um estilete e ele se levanta (normalmente). Aferência IX e X – eferência X.
7) Explorar a sensibilidade gustativa no 1/3 posterior da língua: exteriorizar a língua e testar cada lado separadamente (doce,
salgado, ácido e amargo) tendo o cuidado para limpar a língua após cada teste.
8) Perguntar sobre salivação (parótida)
9) XI – Espinal (Acessório)
Inervação motora do esternocleidomastóideo (ECM) e porção superior do trapézio.
- Inspeção: observar simetria, relevo, exagero na fossa supraclavicular, escoliose. Observa-se atrofiados músculos inervados, déficit
na elevação do ombro (trapézio) e na rotação da cabeça para o lado oposto à lesão (ECM), exagero da fossa supraclavicular.
→ Braços estendidos fazendo força contra a parede – procurar um sinal como a escapula alada, pseudo-hipertrofia de clavícula.
- Palpação:
ECM baixar a cabeça um pouquinho e girar a cabeça para a direita e pedir ao paciente para impedir a movimentação (ele empurra a
cabeça) – observar o tônus e a força.
Trapézio coloca as mãos nos ombros do paciente, faz pressão e pede para ele se opor.
Lesão do complexo vago-espinhal: voz rouca, bitonal, sussurrada, dispnéia, respiração estridulante.
10) Hipoglosso
È o nervo motor da língua. Paciente queixa-se de disfagia e dificuldade para falar.
- Inspeção estática Observar desvios, atrofias ou fasciculações. O desvio ocorre para o lado são, a língua fica enrugada.
- Inspeção dinâmica Desvio para o lado afetado quando exterioriza pela ação do m. genioglosso. Disartria nas consoantes linguais
(l, r, t) Bilateral imóvel, atrofiada, com fasciculações.
- Força: empurrar a língua pela bochecha.
- Palpação – tônus.
4 - Troficidade:
1) Pele: atrófica, luzidia, com descamação, hiperceratose.
2) Músculos: atrofias, hipertrofias (distribuição periférica, mielopática, miopática).
3) Ossos e articulações: deformações, artropatia de Charcot.
Escaras de decúbito. Mal perfurante.
Inspeção: Paciente despido, observar – ossos, articulações, tendões, músculos, pele e anexos.(anexos: alopecia, unhas atrofiadas
ou friáveis, hipertricose, erupções vesiculosas).
Pele
o Luzidia aspecto liso e adelgaçado da pele, bolhosa e quebradiça, ocorre nas polineuropatias crônicas.
o Distúrbios da pigmentação leucodermia (hanseníase e sífilis), pigmentação marrom (neurofibromatose, siringomielia e es-
pinha bífida), polineuropatia + hiperpigmentação em áreas expostas (pelagra).
o Escaras de decúbito lesões em áreas submetidas à pressão contínua, costumam ocorrer em pacientes com permanência pro-
longada no leito (mielopatias hemiplégicas).
o Mal perfurante ulceração crônica indolor, em áreas da região plantar e palmar, com déficit sensitivo e submetidas à pressão
constante (plantar neuropatia diabética e alcoólica, neuroleprose, tabes dorsalis; palmas lepra e siringomielia).
Ossos e articulações – deformações (pé-cavum), artropatia de Charcot sem dor, súbita, aumento de volume, edema, aumento
de temperatura, mobilidade anormal (hiperextensibilidade, hiperflexibilidade, hiperlateralização). Causas AVC, tabes dorsalis,
siringomielia.
Músculos: Observando a consistência e a simetria pode-se determinar: atrofia (atrofia por desuso), pseudo-hipertrofia (Distrofia
muscular de Duchenne), hipertrofia (Miotonia de Thomsen) e/ou hipotrofia. Inspeção, palpação e medir os diâmetros musculares
(dos MMSS e MMII).
o Atrofia miogênica ou protopática distribuição proximal sem distúrbio da sensibilidade ou dos reflexos (só na fase tardia).
o Atrofia neurogênica ou deuteropática lesão do NMP ou do SNC, atrofia os segmentos distais dos membros, podendo ou
não se acompanhar de arreflexia e distúrbios da sensibilidade. O acometimento do NMP pode ser da coluna anterior da medula
(poliomielite anterior aguda), nas raízes ventrais (C5 e C6 bíceps e deltóide radiculopatias), Polineuropatias (DM → po-
lineuropatia em bota e luva, distal e simétrica), plexos (poliradiculoneurites).
o Hansen lesão do nervo ulnar (hipotrofia do dedo mínimo – mão de pregador).
o Síndrome do túnel do carpo – atrofia da região palmar (lesão do nervo mediano – mão simiesca)
o Mononeurite multiplex (2 mononeuropatias – Panarterite nodosa (periarterite nodosa) / vasculite).
TÔNUS
5 - Tono muscular: inspeção, palpação, movimentação passiva. Hipotonia. Hiperextensibilidade. Passividade. Hipertonias plásti-
ca ou rigidez e elástica ou espástica.
1. Inspeção: hipotonia – músculo achatado flacidamente sobre o leito. Hipertonia – relevo mais evidente.
2. Palpação: sempre comparativa para observar a consistência. a) aumentada: hipertonia, rigidez, fibrose, contraturas; b) dimi-
nuída: neuropatia periférica, tabes dorsalis.
3. Movimentação passiva: para observar a extensibilidade (mexer dedos – flexão/extensão; punhos – pronação/supinação; an-
tebraço) e a passividade.
- Hipotonias – amplitude exagerada, resistência mínima ao movimento (hiperextensibilidade). Exagero dos reflexos locais de
postura (síndrome parkinsoniana).
- Hipertonia – diminuição da amplitude do movimento e aumento da resistência.
- “Sinal do cachecol” – hiperextensibilidade do braço em torno do pescoço.
- A hiperextensibilidade é um dos sinais da fase deficitária da SP no lado afetado.
- Flexibilidade – flexionar mmss, mmii.
- Passividade – balançar mão e joelho. Hiperpassividade: presença de reflexos pendulares (cerebelopatia).
- Extensibilidade – “cachecol” (↑ contorcionistas – tables dorsalis, Ehrlen Danlos).
4. Alterações do Tono:
a) Hipotonia periférica – (interrupção do arco reflexo) lesão radicular posterior no tabes dorsalis, mono ou polineuro-
patias, poliomielite anterior aguda.
b) Hipotonias centrais – Cerebelar (devido à deficiência dos influxos facilitadores vestibuloespinhais; hiperpassivida-
de homolateral, reflexos profundos de caráter pendular), Síndrome Piramidal deficitária (hiperextensibilidade), Sín-
drome Extrapiramidal (Coréia de Sydenham), pode ser constitucional (dançarinos e acrobatas).
c) Hipertonias:
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1) Piramidal (Espasticidade): É eletiva (certos grupos musculares flexões dos mmss e extensores dos mmii
postura de Wernicke-Mann) e elástica (inicialmente apresenta grande resistência à movimentação passiva, depois
cede rápida e totalmente → Sinal do Canivete; em seguida, o membro retorna à posição original progressivamente).
“Sinal do cachecol”. Acompanha-se de hiperreflexia profunda, reflexos de automatismos, sinal de Babinski e sinci-
nesias. Causas: Compressão medular, AVC, Esclerose Lateral Amiotrófica, mielites.
2) Extrapiramidal: É plástica (fixa-se na posição em que foi passivamente colocado) e global (todos os grupos
musculares, predileção pelo tronco, pescoço e raízes dos membros). Exagero do tônus de repouso de postura. Resis-
tência à movimentação passiva uniforme (Flexibilidade cérea); algumas vezes é menos uniforme e regular, apresen-
tando um movimento com sucessivas interrupções (Sinal da Roda Denteada). Causas: Síndromes Parkinsonianas,
Degeneração hepatolenticular.
FORÇA
6 - Forca muscular: Segmentar: distribuição dos distúrbios motores (proximal, distal) Global: provas dos Braços Estendidos, de
Mingazzini e de Barré.
Deve ser testada ao se solicitar ao examinando que realize um determinado movimento contra resistência oposta pelo exami-
nador. Devem-se examinar todos os segmentos e comparar as respostas de cada grupo muscular.
1. GRADUAÇÃO DE FORÇA:
Grau Estado
0 Contração nula; paralisia total. 1.1. Força cinética – não tem movimento, mas segura objeto – Mi-
1 Contração muscular sem deslocamento de astenia gravis (lesão da placa mioneural).
segmento (perceptível apenas à palpação).
2 Desloca segmento, desde que eliminada ação 1.2. Força estática – não segura objeto – lesão do plexo; lesão na
da gravidade. via piramidal.
3 Movimento contra ação da gravidade
4 Movimento vence resistência, mas há diminui-
ção da força.
5 Movimento ativo normal.
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7 Peitoral maior Peitorais C5-T1 Braço na posição de sentido e tentar abduzir (é adutor)
8 Bíceps braquial Musculocutâneo C5-C6 Quebra de braços (flexão e supinação do antebraço)
9 Braquiorradial Radial C5-C6 Quebra de braços (flete o antebraço sobre o braço)
10 Tríceps braquial Radial C6-C8 Empurrar a mão. (extensor do antebraço)
11 Extensores da mão Radial C6-C8 Deixar o paciente estender a mão
12 Flexores da mão Mediano C6-C7 Deixar o paciente flexionar a mão
13 MM. interósseos Ulnar C8-T1 Não deixar abrir os dedos
14 Ileopsoas Femoral/r. lombares L1-L4 Flexão da coxa sobre a bacia
15 Glúteos Cintura pélvica L4-S2 Extensão da coxa
16 L4-S2
Semitendinoso, semimem-
L4-S2
branoso, bíceps femoral e Tibial Flexão da perna sobre a coxa.
L5-S3
gastrocnêmio
L5-S2
17 Quadríceps femoral Femoral/r. lombares L2-L4 Extensão da perna sobre a coxa.
18 Gastrocnêmio Tibial L5-S2 Flexão plantar (empurrar para cima)
19 Tibial anterior Fibular L4-S1 Dorsoflexão (empurrar para baixo – chão).
20 Tibial posterior Tibial L5-S1 Adução com dorsoflexão.
4. Distribuição topográfica
4.1. Distal e simétrica – polineuropatias.
4.2. Paralisia da mão em gota – mononeuropatia (lesão do n. radial).
4.3. Paraplegia – lesão da medula (não há movimentação) ou parapesia (grau 1, 2, 3).
4.4. Lesão cervical: tetraplegia ou quadriparesia (grau 1, 2, 3...)
4.5. Lesão de plexo:
4.5.1. monoplegia (1 membro);
4.5.2. diplegia braquial (2 braços) – Sind. De Schneider (boneco de Olinda).
4.5.3. Hemiplegia (1 braço e uma perna).
4.6. Lesão no tronco encefálico: paralisia alterna (homolaterais) + déficit de força (heterolateral):
4.6.1. mesencéfalo: lesão do III par.
4.6.2. ponte: lesão do VI e VII.
4.6.3. bulbo: lesão de IV, X e V.
4.7. Déficit de força:
4.7.1. Claude-Bernard-Horner: paralisia simpática do plexo cervical, miose, hemiptose, enoftalmia, vasodilatação e ani-
drose da hemiface homolateral à lesão. (voz anasalada, disfagia para líquido).
4.7.2. Outras: Sind. de Weber, Sind. de Millard-Gubler e Wallemberg.
4.8. Lesão do córtex
4.8.1. cápsula interna: hemiparesia proporcionada (grau 2 na perna e grau 2 no braço, pois as fibras estão próxima) +
hemianestesia + hemianopsia.
4.8.2. subcorticais: hemiparesia desproporcionada. Pode ser grau 3 no braço, grau zero na mão.
4.8.2.1. Artéria cerebral média paralisia braqui-facial;
4.8.2.2. Artéria cerebral anterior mais nas pernas.
REFLEXOS
7 - Reflexos:
7-1- Clônicos:
7-1-1- Superficiais: cutâneo-plantar, cremastérico, abdominal, palmo-mentoniano. Sinal de Babinski: clássico, "em leque".
7-1-2- Profundos: naso-palpebral, oro-orbicular, mandibular, estilo-radial, bicipital, tricipital, patelar e aquileu. Respostas nor-
mais, diminuídas, abolidas; vivas, exaltadas, policinéticas.Clônus pé, rótula e mão (esgotável e inesgotável).
7- 2- Reflexos Tônicos: (motilidade involuntária reflexa):
7-2-1- De postura:
7-2-1-1- Local: Fenômeno do tibial anterior
7-2-1-2- Gerais: Magnus e Kleijn, (reflexo cervical assimétrico), rigidez de decorticação e rigidez de descerebração .
7-2-2- De automatismo medular: fenômeno dos encurtadores e dos alongadores. Manobras de Babinski, Marie e Foix e T
olosa.
7-2-3- Dos esfíncteres: urgência urinária, incontinência; retenção urinária, micção sob esforço.
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1. CLÔNICOS
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2. GRADUAÇÃO DOS REFLEXOS Grau Reflexo
2.1. Ausentes 0 Abolido
2.2. Presentes 1 Presente, mas diminuído.
2.3. Vivos: movimento mais amplo que o esperado, mas resultante de estimulação
2 Normoativo
do local correspondente.
2.4. Exaltados: resposta a um estímulo fora da área de inserção do tendão (aumento 3 Exacerbado
da área estimulável). 4 clônus
2.5. Arreflexia: intercepção do arco reflexo em qualquer ponto (polineuropatia, radiculopatia, poliomielite anterior aguda, tabes
dorsalis).
2.6. Assimetria dos reflexos: quase sempre traduz anormalidade do sistema nervoso.
2.7. Hiperreflexia: lesão da via piramidal (abolidos ao nível da lesão e exaltados abaixo da mesma).
3. SUCEDÂNEOS DE BABINSKI: extensão lenta do hálux quando se estimula outras regiões que não a planta do pé, geralmente
significa lesão piramidal (nas crianças até o início da marcha voluntária é normal).
3.1. Austragésilo: musculatura da face anterior da coxa (estímulo doloroso)
3.2. Gordon: compressão da panturrilha;
3.3. Oppenheim: afundamento sobre a crista da tíbia;
3.4. Schaefer: no tendão de Aquiles;
3.5. Shadock: na face lateral do pé.
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MOTILIDADE INVOLUNTÁRIA ESPONTÂNEA
Motilidade Involuntária Espontânea: movimentos coreicos, atetose, balismo, fasciculações, fibrilação, mioclonias, miocimias,
convulsões, tiques, tremor cinético, tremor de atitude.
As hipercinesias devem ser analisadas quanto a forma, regularidade, freqüência, velocidade, ritmo, localização e amplitude.
1. Coréia: movimentos sem finalidade aparente, desordenados, irregulares, bruscos, breves, arrítmicos, grande amplitude. Podem
surgir em qualquer segmento corpora, mas têm preferência pelas articulações distais dos membros, face e língua.
1.1. Sydenham (reumática): É devida a uma destruição, aparentemente auto-imune, dos núcleos caudado e putâmen que ocorre
após infecção de orofaringe por Estreptococos β-hemolítico do grupo A. Caracteristicamente desaparece durante o sono.
1.2. Huntington (DH): Doença neurodegenerativa progressiva e hereditária, autossômica dominante. Está associada a uma dege-
neração progressiva dos núcleos putâmen e caudado e discreta atrofia cortical. Coréia, alterações comportamentais e demên-
cia progressiva são os sinais mais clássicos da DH.
2. Atetose: (movimentos lentos, ondulantes, irregulares e arrítmicos) É constituída por movimentos involuntários lentos, contorci-
dos e contínuos. Nela, um movimento involuntário se funde com o próximo, criando uma movimentação constante sinuosa e sem
propósito. Tais movimentos costumam envolvem a musculatura distal (dedos, punhos e tornozelos), pescoço, face e língua (care-
tas no território inferior da face e protrusão freqüente da língua). Ex: paralisia cerebral.
3. Balismo: grande amplitude, abruptos, contínuos, rápidos e ritmados, preferem os segmentos proximais dos membros, são violen-
tos (lesão do núcleo subtalâmico de Luys contralateral ao lado afetado). Resulta em movimentos tipo lançamento do membro
contra o corpo. Ex: AVC hemorrágico, metástase, necrose sifilítica.
4. Fasciculações: contrações de grupos de fibras musculares, breves, irregulares que não deslocam segmentos corporais. Traduzem
lesão do NMP na esclerose lateral amiotrófica.
6. Mioclonias: abalo muscular brusco, breve e involuntário, bilaterais, simétricas, nas porções proximais dos membros atingindo ou
não a face, têm efeito motor. Ex.: epilepsia.
7. Miocimias: abalos usualmente resultantes da contração de um músculo ou parte do mesmo, não tem significado patológico, ocor-
rem após esforços musculares e tensão emocional. (ausência de déficit motor e amiotrofias) Ex: m. orbicular da pálpebra.
8. Convulsões: caráter tônico-clônico, podem ser generalizadas com perda imediata da consciência. Tendência À recidiva.
8.1. Grande mal – contrações tônicas (mmss – fletidos; mmii – extensão) e depois clônicas (membros se debatendo) + satura-
ção. Há apnéia e cianose.
8.2. Focais – (Crises bravais-jacksoniana → movimentos clônicos que se iniciam no polegar e ascendem até atingir a hemiface
do mesmo lado.).
9. Tiques: movimentos esteriotipados sem finalidade que se repetem sempre na mesma região, podem ser suprimidos pela vontade.
Síndrome de Gilles de la Tourette: pelo menos um tique vocalizado.
10. Tremores: São caracterizados por oscilações rítmicas, involuntárias, que envolvem todo ou parte do corpo em torno de sua posi-
ção de equilíbrio, resultantes da contração alternada de grupos musculares opostos (agonistas e antagonistas). Na anamnese de-
vemos pesquisar ritmo, amplitude, freqüência, sede, complexidade, circunstâncias de aparecimento (no repouso ou durante a
ação) e influência de estímulos externos.
10.1 Tremor cinético: aparece durante a atividade gestual no decurso do movimento, pertence à síndrome cerebelar, ou seja, o
movimento é fracionado ou descontinuado, geralmente se intensifica no final do movimento.
10.2 Tremor de atitude: tremor parkinsoniano, sede durante o sono, ritmo lento e regular, diminui ou cessa quando se inicia o
movimento voluntário, predomina nos membros superiores (tremor de rolar pílulas ou contar dinheiro).
10.3 Flapping (asteríxis): tipo de tremor de atitude que aparece da prova das mãos estendidas, movimentos lentos e irregulares.
Ex: encefalopatia porto-cava.
10.4 Tremor vibratório: tremor nas mãos durante a posição de julgamento. Ex: hipertiroidismo.
10.5 Tremor essencial
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COORDENAÇÃO
O ponto inicial é a diferenciação entre acometimento vestibular, de um problema cerebelar ou de lesão cordonal posterior
(fascículos grácil e cuneiforme). A coordenação muscular depende de um sistema funcional cujo embasamento é proporcionado pela
sensibilidade profunda (o indivíduo é informado da posição exata do seu corpo pelas aferências sensitivas dos fascículos grácil e cu-
neiforme) que informa ao cerebelo e ao córtex. O cerebelo recebe informação do córtex (cortiço-ponto-cerebelar) e dos músculos em
relação ao movimento (espinocerebelar) e envia informações ao córtex (cerebelorubrotalamocortical) que modifica sua mensagem dos
músculos tornando o movimento adequado e harmônico. O cerebelo recebe também aferências do labirinto. Para diferenciar qual o
segmento está afetado, procede-se à prova de Romberg.
1. Coordenação estática:
1.1. Prova de Romberg: paciente em pé, pés juntos, olhos fechados. O examinador deverá proteger com os braços circunferen-
cialmente o paciente para evitar a sua queda ao chão. A positividade da prova é evidenciada pelo aparecimento de oscila-
ções corpóreas, podendo a queda sobrevir em qualquer direção.
1.1.1. Lesão cordonal posterior: paciente cai para qualquer lado quando fecha os olhos, os fascículos não estão enviando
a mensagem para o cerebelo, enquanto os olhos estiverem abertos, a visão supre essa deficiência.
1.1.2. Lesão vestibular: Ocorre desvio corporal após um tempo de latência, manifestando-se por inclinação do corpo, que
se acentua progressivamente enquanto o paciente mantiver os olhos fechados. O desequilíbrio ocorre também com os
olhos abertos. O desequilíbrio ocorre sempre para o mesmo lado desde que não mede a posição da cabeça (Romberg
estereotipado).
1.1.2.1. Lesão à direita: ele tende a cair para a direita.
1.2. A prova de Romberg sensibilizada: é quando se pede para o paciente colocar um pé à frente do outro ou para ficar apoiado
em apenas um pé.
2. Coordenação dinâmica:
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2.2. Avaliação do sistema apendicular:
2.2.1. Prova índex-nariz: pedir para o paciente estenda o membro superior e depois procure tocar a ponta do nariz com o
dedo indicador, inicialmente com os olhos abertos e depois fechados. Repetir com o outro braço. Nos distúrbios da
sensibilidade profunda o paciente quase não consegue atingir o alvo, é agravada com os olhos fechados. Nos cerebelo-
patas ocorre hipermetria e decomposição do movimento, a dismetria não melhora de olhos abertos.
2.2.2. Prova índex-nariz-índex: alterar o dedo do examinador, ou movimentá-lo.
2.2.3. Prova biíndice-nariz: colocar um dedo de cada vez no nariz, alternando-os.
2.2.4. Diadocinesia: capacidade de executar movimentos rápidos e alternados.
2.2.4.1. Manobra de pronação/supinação
2.2.4.2. Contar dedos da mesma mão com o polegar.
2.2.4.3. A alteração é chamada disdiadococinesia. Nos cerebelopatas o movimento é mais lento no lado lesado.
2.2.5. Prova de Stewart-Holmes (Rechaço/Rebote): paciente sentado deve flexionar o antebraço contra a resistência do
examinador, até que este relaxe bruscamente. No paciente cerebelar o braço não freia (assinergia muscular - quem in-
forma que ele deve parar é o cerebelo) e pode atingir o rosto do paciente. Lembrar de proteger o rosto do paciente.
2.2.6. Calcanhar/Joelho: paciente em decúbito dorsal, solicitar que ele toque o joelho com o calcanhar do lado oposto.
Para sensibilizar a prova solicite que ele deslize o calcanhar pela crista da tíbia após ter tocado o joelho. Não esquecer:
olhos abertos, depois olhos fechados, repetir com a outra perna.
2.2.7. Reflexo patelar (pendularismo): neocerebelar.
2.2.8. Prova dos braços estendidos (desvio dos índices): estender os dois braços para frente até o plano horizontal e de-
pois fechar os olhos.
2.2.8.1. Lesão cordonal: movimentos pseudoatetóicos (movimentos serpentiformes)
2.2.8.2. Cerebelar: desvia um dos braços para o lado do hemisfério lesado e piora com os olhos fechados.
2.2.8.3. Vestibular: desvia os dois braços para o lado lesado.
3.1 Sensitivos: Decorrem do comprometimento de estruturas sensitivas profundas. É estática e dinâmica. O sinal de Romberg é
positivo, apresenta movimentos incoordenados e a marcha é do tipo calcaneante (devido à perda da sensibilidade profunda o pa-
ciente bate o calcanhar no solo). Ex. Tabes dorsalis, degeneração aguda combinada da medula.
3.2 Cerebelares: Decorrem do comprometimento do cerebelo e/ou de vias associadas. Ex. esclerose em placas, tumores do cere-
belo, degenerações espinocerebelares.
3.2.1 Forma estática: (Paleocerebelo) Ataxia axial ou do tronco. Em posição vertical, o paciente oscila e tende a aumentar a
base de sustentação. Marcha tipo embrioso (desvios da marcha ao andar em linha reta)
3.2.2 Forma dinâmica: (neocerebelo) Incoordenação dos movimentos dos membros (dismetria, assinergia, adiadococinesia,
tremor cinético) e hipotonia muscular.
3.3 Mistos: Sensitivocerebelar. Ex. Doença de Friedreich (degeneração das vias espinocerebelares e dos funículos dorsais da me-
dula).
ATAXIAS CEREBELARES:
1. Paciente neocerebelar: as provas mais alteradas são as apendiculares; déficit do mesmo lado da lesão.
1.1. No índice-nariz – decomposição dos movimentos,
1.2. Dismetria (hipo/hipermetria),
1.3. Tremor cinético e grosseiro (principalmente quando chega ao alvo),
1.4. Adiadococinesia,
1.5. Reflexo pendular,
1.6. Stewart-Holmes positivo do lado lesado,
1.7. Atonia/hipotonia com passividade (grosseira),
1.8. Palavra escandida,
1.9. Dissinergia (levanta 1 perna).
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SENSIBILIDADE
10- Sensibilidade:
10-1-Subjetiva:
10-1-1- Topografia: radicular, neurálgica, plexual, dimidiada.
10-1-2- Intensidade
10-1-3- Qualidade: urentes, causálgia, hiperpatia, lancinantes, terebrantes, fulgurantes. Parestesias. Sinal de Lazegue e varian
tes. Sinais de Kernig e Brudzinski.
10-2-0bjetiva: tátil, térmica, dolorosa e profunda (palestesia e batiestesia).
3. QUALIDADE
3.1. Urente: dor em queimação; ardência; urticante.
3.2. Causalgia: Dor bastante forte e associada à sinais autonômicos (distúrbios sudomotores e vasomotores). O estímulo doloroso é
desproporcional a sensação. Ocorre nos acidentes por arma de fogo.
3.3. Hiperpatia: dor talâmica de alta intensidade. É independente do estímulo.
3.4. Lancinante: dor localizada, em pontada, como se uma lança estivesse transfixando.
3.5. Terebrante: dor como “se estivesse rasgando” ou “arrancado”, característica de lesão talâmica.
3.6. Fulgurante: dor como um raio – como um choque – rápida e de intensidade grande (neuralgia do trigêmeo).
3.7. Parestesias: São sensações desagradáveis, mais ou menos permanentes, que traduzem irritação de nervos periféricos sensitivos
ou de raízes posteriores. Frequentemente se associam à dor e costumam se traduzir por formigamento, picada, adormecimento,
queimação na planta dos pés, sensação de água fria escorrendo sobre a pele.
3.8. Dor neurítica (inflamação de um nervo): fulgurante, queimação, descargas elétricas, câimbras, pioram quando são compri-
midas as massas musculares; mono ou polineuropatia.
3.9. Dor neurálgica (nevralgia = dor paroxística, que se estende ao longo do trajeto de um ou mais nervos): dor paroxística,
breve duração, lancinante, facada, alfineta, coque; herpes zoster.
3.10. Dor radicular: lancinante, fulgurante, aumenta com PIC e estiramento da raiz (Lasègue); irritação das raízes sensitivas raquia-
nas.
MOTILIDADE AUTOMÁTICA
11 - Motilidade Automática:
11-1- Fala: monótona, explosiva, escandida, disártrica, disfônica, nasalada.
11-2- Marcha: parética, espástica e atáxica. Ebriosa, "em estrela" de Babinski e Weil, escarvante, hanse rina, passos
curtos, festinante "do palhaço", saudatória, ceifante, etc.
11-3- Mímica: diminuída, abolida. Riso e choro espasmódico.
1. FALA:
Como avaliar?
1.1. Conversar sem que o paciente perceba que está sendo observado.
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1.7. Explosiva: coréico.
1.8. Monótona: Parkinson. Sem entonação. O paciente “perde a melodia da palavra”.
1.9. Escandida (silabada): distúrbio da coordenação. Sílabas partidas (cerebelar). Timbre normal.
1.10. Disártrica: distúrbio da articulação (por falta de força – AVC).
1.11. Ritmo da fala: taquilalia (parkinsonianos – festinação), bradilalia (parkinsonianos – há repetição involuntária da palavra),
gagueira (interrupção da fala) e clutter (falta de isolamento das palavras, pode ser corrigida pelo paciente).
2. MARCHA:
Como avaliar?
Pede-se que o paciente ande para frente, para trás, para os lados, sobre a ponta dos pés e calcanhares, de olhos fechados, faça meia-
volta, acelerar e lentificar os passos, subir e descer escadas.
Tipos de marcha:
1. Espástica (ceifante): hipertonia piramidal, traça um semicírculo (ceifante) com o membro inferior do lado comprometido. Hiper-
tonia em extensão do membro inferior (o pé toca o solo pela borda lateral e ponta).
2. Em tesoura: doença de Little (paralisia cerebral), hipertonia dos extensores e contratura dos adutores da coxa, joelhos colados,
passos curtos; a marcha pode ser feita na ponta dos pés com postura em extensão (marcha digitígrada).
3. Atáxica: síndrome radiculocordonal posterior (ataxia sensitiva). Não tem informação sensitiva, tem que ver para poder andar,
aumenta a base, levanta em excesso para depois projetá-la com energia sobre o solo com o calcanhar (calcaneante; talonante).
4. Cerebelar (ebriosa): amplia a base, oscilações na posição ereta (“dança dos tendões”), andar vacilante, apresenta desvios para
qualquer lado; na lesão unilateral o desvio é para o lado comprometido.
5. Vestibular: insegura, desvio ou queda para o lado comprometido, sentido inverte quando o paciente anda para trás (em estrela
de Babinski-Weill), piora a lateropulsão com o olho fechado.
6. Parética (escarvante): afecção do NMP. (1) Comprometimento do nervo peroneal comum (fibular ou ciatopoplíteo externo)
levanta muito a perna com enérgica flexão da coxa sobre a bacia, há flacidez da perna e dos dorsiflexores do pé. Pode ser uni
(hérnia de disco L5-S1) ou bilateral (lesão da cauda eqüina). (2) Na lombociatalgia mantém atitude antálgica de semiflexão (mar-
cha antálgica ou saudatória). (3) Lesão no n. tibial ocorre déficit do m. tríceps sural, o que impossibilita andar na ponta dos dedos.
(4) Lesão no n. femoral ocorre déficit no m. quadríceps femoral com dificuldade na extensão da perna e de subir escadas. (5) Nas
polineuropatias periféricas (álcool) ocorre hiperestesia dolorosa da ponta dos pés e o andar é como se “pisasse sobre areia escal-
dante”.
7. Saudatória: lombociatalgia, mantém o membro em atitude de semiflexão antálgica ao andar.
8. Afecções extrapiramidais: (1) Parkinson e Síndromes Parkinsonianas: em bloco (perda dos movimentos automáticos e associa-
dos dos membros superiores e rigidez muscular), cabeça para frente, passos curtos e vagarosos, aceleração dos passos de maneira
involuntária (festinação) que só se detém com um obstáculo. (2) Predomínio de hipercinesias (coréia, atetose, distonias de tor-
ção): marcha de aspecto grotesco e extravagante, vacilante e irregular.
9. Miopatias (anserina): (atrofia dos músculos da cintura pélvica) déficit do glúteo, amplo afastamento das pernas, lordose exage-
rada, movimentos oscilatórios da bacia. Ex: Distrofia muscular progressiva e polimiosite.
10. Tipo Misto: Ataxicoespástica (esclerose em placas), Paretoespástica (mielopatias), ataxicoparética.
11. Histérica: Extravagante, astasia-abasia (incapaz de ficar em pé e caminhar), captocornia (caminha com o tronco fletido para fren-
te), hemiplegia histérica (arrasta o “pé paralisado”).
3. MÍMICA:
Como avaliar?
Através da simples inspeção.
Tipos de alterações:
1. Diminuída ou abolida:
1.1 Parkinson e Síndromes Parkinsonianas: Inexpressividade, fixidez do olhar, diminuição ou abolição da mímica (máscara)
1.2 Quadros pseudobulbares: Fáceis imóvel e monótona. Crises de choro e riso espasmódicos.
1.3 Miastenia grave: ptose palpebral bilateral e déficit da musculatura estriada ocular (estrabismos)
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1.4 Distrofia muscular progressiva: Fácies inexpressivas, com oclusão palpebral incompleta, lábios separados e desaparecimento
de rugas e sulcos faciais.
2. Riso e choro espasmódico: Espasmódicos, episódico, imotivado, reações paradoxais. Ocorrem na degeneração hepatolenticular,
em quadros pseudobulbares e processos expansivos frontais..
1. Percepção auditiva:
1.1. Designar objetos: fala-se o nome do objeto e manda o paciente apontar.
1.2. Designar objetos descritos: “Objeto para ver horas”, “Objeto para escrita” e o paciente deverá fazer a correlação correta e
apontar para o objeto.
1.3. Seqüencial de ordens: (1) simples – pegue o lápis e (2) complexas – prova dos papeis – várias ordens em seqüencial.
1.4. Percepção dos números: mandar o paciente mostrar a língua 3 vezes.
2. Percepção visual:
2.1. Ordens escritas: escreve-se num papel ações que o paciente deverá fazer e mostra para ele executar.
2.2. Leitura em voz alta com resumo: pede-se para o paciente ler um pequeno texto em voz alta e após isso ele deverá resumir
o que ele leu. Testará a memória, a percepção visual e auditiva simultaneamente.
3. Expressão verbal
3.1. Linguagem espontânea: durante a conversação deverão ser observados:
3.1.1. Freqüência da fala
3.1.2. Comprimento das frases
3.1.3. Prosódia (sotaque)
3.1.4. Parafasias e neologismos
3.1.5. Conteúdo
3.1.6. Articulação das palavras.
3.1.7. Dificuldade para iniciar a fala.
3.1.8. Out put (número de palavras usadas durante uma conversa).
3.2. Linguagem automática: pede-se para o paciente falar os dias da semana (segunda, terça, quarta....) e os meses (janeiro, fe-
vereiro, etc).
3.3. Linguagem provocada: pede-se para o paciente nomear objetos que lhes sejam mostrados.
3.4. Linguagem elaborada: verifica-se a construção das frases (início-meio-fim; sujeito-preposições-verbo).
3.5. Sob emoção: observar se estímulo doloroso ou irritação do paciente leva-lhe a algum tipo de expressão verbal característi-
ca.
4. Expressão gráfica
4.1. Nome, profissão e endereço: pedir para o paciente escrever em um papel estas informações.
4.2. Nome de objetos apontados: escrever no papel o nome de objetos que lhes sejam mostrados.
4.3. Cópia: mostrar-lhe um texto ou frase que deverá ser copiado.
4.4. Ditado: ditar palavras simples e complexas.
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4.5. Cálculos aritméticos: utilizando operações padrão (mais, menos, vezes, dividir), pedir para o paciente responder a estas
contas no papel.
As alterações são as afasias (distúrbios da comunicação, por dificuldade de expressão – córtex anterior ou de percepção – pos-
terior), e podem ser de 4 tipos:
1) Compreensão verbal
2) Compreensão escrita
3) Expressão verbal
4) Expressão escrita
1. Compreensão verbal
1.1. Parcial
1.2. Completa – constituindo a surdez verbal.
2. Compreensão escrita
2.1. Alexia: lê, mas não compreende o que está escrito.
2.2. Paralexia: lê trocando as palavras.
2.3. Cegueira verbal:
3. Expressão verbal
3.1. Perífrase: fica “arrodeando” sem conseguir dizer a palavra que pretendia.
3.2. Parafasia:
3.2.1. Literal (letra) – para fonemas.
3.2.2. Verbal (palavra) – (1) semântica – ligada ao significado (exemplo: trocar bola por redondo); (2) morfológica -
trocar por palavra de som semelhante (exemplo: trocar caixa por baixa).
3.3. Persistência verbal ou intoxicação pela palavra: o paciente repete várias vezes uma mesma palavra durante uma conver-
sação (exemplo: eu moro na rua, tijolo, 15, tijolo, mas o meu vizinho também gosta de gatos, tijolo, e a minha filha, tijolo,
vai se casar no próximo ano, tijolo, tijolo).
3.4. Abolição verbal: após AVC. Não fala nada.
3.5. Jargonofasia: o paciente inventa palavras novas (neologismos), forma uma fala com um jargão incompreensível.(exemplo:
Eu, que sempre fui zuinilibesteir, agora não vou mais parar de zuinilibestilizarrrrrrrr depois da prova de neuro).
3.6. Agramatismo: o paciente não conjuga verbos, parece uma criança (exemplo: eu não ser criança, ser velho).
4. Expressão escrita
4.1. Paragrafia
4.1.1. Literal: ver 3.2.1 – considerar que aqui será enquanto o paciente escreve.
4.1.2. Verbal: ver 3.2.2 – considerar que aqui será enquanto o paciente escreve.
4.2. Persistência da escrita: igual 3.3, mas na escrita.
4.3. Dissintaxia
TÁ BOM, E NAS PRINCIPAIS AFASIAS, COMO VAI ESTAR A LINGUAGEM DOS PACIENTES?
Primeiro, você tem que ter certeza que o paciente pode lhe entender, por isso, tem que descartar: (1) distúrbios da linguagem, (2)
distúrbios mentais.
1) Executar atos simbólico-automático: exemplo: saudar (dar tchau), fazer o sinal da cruz ou dar continência.
2) Executar atos comuns: exemplo: pedir para o paciente se sentar ou levantar.
3) Executar atos complexos: exemplo: embrulhar um pacote com barbante ou durex.
4) Imitar atos complexos: exemplo: imaginar tocando piano ou dirigindo automóvel.
5) Desenhar figuras simples: quadrado, círculo, perfil de escada, cubo.
6) Reproduzir modelo: utilizando palitos de fósforo ou lápis, pedir para o paciente fazer a mesma forma geométrica.
7) Montar quebra cabeças; recortar figuras geométricas.
8) Despir-se e voltar a se vestir.
TÁ BOM, E NAS PRINCIPAIS APRAXIAS, COMO VÃO ESTAR OS MOVIMENTOS DOS PACIENTES?
As principais apraxias (que se localizam no lobo parietal do hemisfério não dominante) são:
1. Apraxia Ideomotora
1.1. O paciente elabora a idéia do ato, mas não consegue realizar.
1.2. Não axecuta sob comando um ato simples
1.3. Atividade automática é poupada.
2. Apraxia Ideativa
2.1. Incapacidade de planejar um ato a ser cumprido.
2.2. Imita um ato realizado na sua frente.
3. Apraxia Construtiva
3.1. Não desenha formas (circulo, quadrado, bicicleta).
3.2. Não reproduz construções geométricas.
3.3. Pode não haver o desenho ou formas geométricas, ou podem ser incompletas.
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A agnosia é a incapacidade de reconhecer (destingir) objetos (táteis e visuais), sons e o esquema corporal. São provocadas
por lesões cerebrais focais. São principalmente de 4 formas, vamos esquematizar o roteiro de exame pensando nessas formas: Agno-
sia tátil, Agnosia auditiva, Agnosia visual e Somatognosia. Então, com o paciente nós vamos fazer:
1. Testar o reconhecimento tátil: botando-se um objeto nas mãos do paciente que deverá descrever: (1) forma, (2) material, (3)
objeto.
2. Testar o reconhecimento auditivo:
2.1. Excluir causas otológicas e do sistema de percepção sonoro.
2.2. Testar a descriminação auditiva: conversando com o paciente, ver se ele é capaz de escutar sons, mas não consegue diferen-
ciar os seus significados.
2.3. Pedir para o paciente cantar uma música – ele sabe a letra, mas não sabe o ritmo (amusia).
3. Testar o reconhecimento visual:
3.1. Questionar se o paciente reconhece as fisionomias das pessoas.
3.2. Testar se o paciente consegue nomear cores.
3.3. Observar o uso de perífrases para nomear cores (cor de sangue = vermelho).
4. Somatognosia:
4.1. Mostrar seguimentos corporais seus e do médico: ex. aponte para o seu olho direito. Aponte para o meu ombro esquerdo.
4.2. Localizar um estímulo cutâneo: toca-se em uma parte do corpo e pede para ele mostrar com a mão.
4.3. Discriminação de dois pontos (também ligado à sensibilidade): aplica-se pressão com alfinete ou compasso em dois ou em
um ponto e pede para o paciente diferenciar.
4.4. Estímulo cutâneo em separado nas duas pernas, depois estímulo simultâneo = vai testar o fenômeno da extinção.
4.5. Reconhecimento de formas escritas na pele: escreve uma letra com um objeto pontiagudo na pele e pede pro paciente dizer
esta letra. Grafoestesia.
4.6. Prova das luvas: dar um par de luvas e ele não irá vestir um dos lados.
2. Agnosia auditiva
2.1. Surdez verbal: é capaz de escutar, mas não discrimina (sabe) o que está escutando.
2.2. Amusia: perda da melodia. O paciente sabe a letra, mas não sabe o ritmo da música.
2.3. Surdez psíquica: para ruídos.
2.4. Agnosia auditiva global.
3. Agnosia Visual
3.1. Prosopagnosia: o paciente não reconhece fisionomias, mesmo dos familiares.
3.2. Agnosia para cores:
3.2.1. Anomia para cores: não sabe dizer o nome da cor.
3.2.2. Afasia amnéstica: usa perífrases para identificar uma cor. Ex: cor de sangue = vermelho.
4. Assomatognósia
4.1. Topognósia: capacidade de localizar estímulo cutâneo.
4.2. Discriminação de dois pontos: verificar se há 1 ou 2 pontos estimulados em regiões cutâneas próximas.
4.3. Grafoestesia: reconhecer um símbolo através de estimulação cutânea. Agrafoestesia = incapacidade de reconhecer.
4.4. Fenômeno da extinção: Aplicar estímulo cutâneo nas duas pernas em separado e depois em simultâneo. No lado acometi-
do, o paciente não irá referir o estímulo cutâneo quando eles forem simultâneos.
ESTADO MENTAL
1. Estado Mental: Tranqüilo, calmo, cooperador, negativista, confuso, inquieto, agitado, deprimido, eufórico, sonolento, demenci-
ado, comatoso.
2. Testes Psicológicos:
EXAMES COMPLEMENTARES
Radiografia, Eletroencefalograma (EEG), Exame do LCR, Eletroneuromiografia (ENMG), Biópsias do músculo, nervo e
pele, Tomografia Computadorizada (TC), Ressonância Nuclear Magnética (RNM), Spect e PET.
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DIAGNÓSTICOS
1. Sindrômico:
2. Topográfico:
2.1 Músculo: Deficiência proximal. Ex: Miopatias.
2.2 Placa: Deficiência intermitente e progressiva. Ex: Miastenia gravis.
2.3 Nervo: Distúrbios sensitivos e/ou motores respeitando os dermátomos e miótomos. Ex. Neuropatias.
2.4 Raiz: Caracterizada por presença de dor (a meninge é sensível).
2.5 Medula: Preservação da consciência, presença de nível de lesão (sensitivo e/ou motor), pode ter distúrbio dos esfíncteres.
2.6 Tronco Cerebral: Comprometimento dos pares cranianos e grandes vias.
2.7 Cerebelo: Distúrbios de coordenação.
2.8 Subcortical: Distúrbios do movimento e pode ter alterações cognitivas (núcleos da base).
2.9 Cortical: Alterações de linguagem, comportamento, cognição, alteração motora e/ou sensitiva focal.
3. Etiológico:
3.1 Predomínio Genético: Auto-imune, erros do metabolismo, mal formações, desmielinização, degeneração e tumores.
3.2 Predomínio Ambiental: Trauma, doença vascular, intoxicações, metabólicas, infecção/inflamação e perinatais.
4. Nosológico:
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