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Organização e Metodologia da Educação Infantil

Autoria: Andreia Corrêa Figueiredo da Silva

Tema 01
A Educação Infantil e o Contexto Educacional Brasileiro
Tema 01
A Educação Infantil e o Contexto Educacional Brasileiro
Autoria: Andreia Corrêa Figueiredo da Silva
Como citar esse documento:
SILVA, Andreia Corrêa Figueiredo da. Organização e Metodologia da Educação Infantil: A Educação Infantil e o Contexto Educacional Brasileiro.
Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.

Índice

CONVITEÀLEITURA PORDENTRODOTEMA
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© 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua
portuguesa ou qualquer outro idioma.
CONVITEÀLEITURA
Neste tema você estudará sobre o conceito de sistema de ensino e sobre como a Educação Infantil está situada
no contexto educacional brasileiro. Você já deve ter ouvido falar sobre a importância da Educação Infantil no Brasil e
no mundo. Pois bem, você entenderá melhor o assunto e será capaz de discutir e procurar mais informações sobre o
mesmo de maneira autônoma e crítica. Os exercícios serão igualmente úteis para entender conceitos e desenvolver
noções fundamentais a respeito da Educação Infantil. Neste tema serão tratadas importantes questões como: a qualidade
do atendimento, as noções de educar e cuidar, a legislação da Educação Infantil no Brasil hoje e sua importância na
compreensão da estruturação da Educação Infantil no Brasil. Para tal, será analisada a conceituação de Sistema de
Ensino e o lugar da Educação Infantil no mesmo.

Fique atento e desenvolva um excelente trabalho!

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A Educação Infantil e o Contexto Educacional Brasileiro

Antes de refletir especificamente a respeito da Educação Infantil, será analisado aqui o conceito de Sistema de Ensino.
Tal conceito é extremamente importante para a compreensão da política nacional e do lugar da Educação Infantil no contexto
educacional brasileiro. Para entender o conceito de Sistema de Ensino é importante considerar a definição de sistema
apresentada por Saviani (2009, p.3):

Podemos, enfim, concluir as observações sobre a noção de “sistema” enfeixando-as na seguinte conceituação:
“Sistema” é a unidade de vários elementos intencionalmente reunidos de modo a formar um conjunto coerente
e operante.

Partindo do exposto feito por Saviani, é possível entender que um sistema de ensino envolve inúmeros elementos, reunidos
em um todo compreensível e significativo. Para que exista um sistema, é necessária uma organização intencional. Essa
organização é liderada pelo Poder Público, ou seja, o Estado.

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Assim, é possível identificar um sistema educacional regulado e que fazem parte dele o conjunto de instituições e
indivíduos do território nacional. É claro que é importante entender que os sistemas possuem elementos diferenciados,
como por exemplo, um conjunto de escolas particulares e um conjunto de escolas públicas. E também que os sistemas
possuem diferentes níveis de ensino, que se interligam. Para articular todos esses elementos, existe uma regulação
legal. Dentre essa regulação, a primeira que podemos citar é a Constituição Brasileira (1988). No campo educacional,
é importante considerar ainda a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB/1996), que regula especificamente a
educação no país.

A legislação define as responsabilidades dos agentes envolvidos, assim como as necessidades, enfrentamentos,
dificuldades e conquistas que historicamente foram se constituindo no nosso contexto educativo. Ao observar o que afirma
Saviani (2009), conclui-se que um sistema educacional deve ser regido por uma teoria educacional, impreterivelmente,
e envolve a práxis, a produção de sentidos e a ação dos homens no sentido de organizá-la.

Assim, é possível inferir que os sistemas de ensino foram organizados em diferentes países, com características e
legislações próprias, e tendem a refletir os momentos históricos e organizativos das sociedades.

Não se deve, porém, inferir, daí, que “sistema” se identifica com modelo ou “constructo” situando-o num plano
exclusivamente teórico. “Sistema” é uma organização objetiva resultante da atividade sistematizadora que se
dirige à realização de objetivos coletivos. É, pois, um produto da práxis intencional coletiva. (SAVIANE, p.6, 2009)

Os sistemas organizam a prática e dão sentido ao fazer coletivo dos diferentes sujeitos envolvidos na trama educativa.
Um dos importantes componentes do sistema de ensino é a legislação que o regula, pois a mesma identifica os aspectos
considerados importantes e norteadores das práticas em questão. Identificando a Educação Infantil como componente
do Sistema de Ensino Brasileiro, é importante identificar como ocorre a sua regulação na sociedade brasileira.

A Legislação Educacional para Educação Infantil

Para qualquer modalidade educativa, é necessário considerar, antes de mais nada, a Constituição Federal de 1988,
que define princípios educativos fundamentais como:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Além da Constituição Federal, existe o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069/90 – que no art. 54, IV,
reafirma o que regula a nossa Constituição. Entre os educadores, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei 9394/96,

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(LDB), é extremamente importante, pois regula o sistema de ensino nacional. Especificamente para a Educação Infantil,
é necessário considerar ainda as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010), documento publicado
e organizado pelo Ministério da Educação, e as Novas Diretrizes para Educação Infantil (2013).

Toda a legislação pertinente à Educação Infantil é de extrema importância para os educadores, estudantes de licenciatura,
professores e famílias. Conhecê-las faz toda diferença no momento de planejar e concretizar uma educação infantil de
qualidade.

A partir do exposto, é possível identificar que a Constituição Federal define que o atendimento em creches e pré-escolas
deverá acontecer de zero até os cinco anos de idade e que é de responsabilidade dos municípios atuar prioritariamente
no Ensino Fundamental e na Educação Infantil.

A Lei Nº 12.796, de 4 de abril de 2013, faz uma importante alteração na LDB/1996, ampliando o atendimento obrigatório
e gratuito da Educação Básica, que deverá ser dos quatro aos dezessete anos. Para se adequar a essa modificação,
os Estados e Municípios terão o prazo até o ano de 2016. Isso significará a ampliação da oferta obrigatória de vagas na
Educação Infantil, no período que compreende dos quatro aos cinco anos de idade, um novo desafio.

Tendo como princípio norteador a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei 9394/96, (LDB),
define que o atendimento a crianças de zero a cinco anos de idade, público da Educação Infantil, faz parte da educação
básica. Isso significa importantes modificações quanto à oferta de vagas e à qualidade do atendimento. Conforme Oliveira
(2011, p. 35), a LDB estabelece novas e importantes diretrizes para a Educação Infantil, definindo o atendimento das
crianças até três anos de idade em creches, e dos quatro aos cinco anos em pré-escolas, mas como etapa integrante
da educação básica. O que significa essa determinação?

Essa determinação significa que a Educação Infantil passa a ter sua importância reconhecida no desenvolvimento das
crianças, e deixa de ser uma opção para tornar-se parte integrante do sistema de educação básica. Até essa definição, a
Educação Infantil possuía um caráter assistencialista, para as crianças provenientes das classes populares, e um caráter
de erudição e mimo, para as crianças provenientes das classes mais abastadas. Não era entendida propriamente como
um direito público subjetivo.

Atualmente, a Educação Infantil não é mais entendida como o lugar de apenas cuidar das crianças, mas sim como lugar
de educação e desenvolvimento global de indivíduos. A partir do entendimento de que a infância possui características
específicas e possibilidades de desenvolvimento concretas, a Educação da Infância passa a ser definida em função
de teorias educativas próprias e a prezar por uma organização curricular diferenciada. Foi nesse sentido que foram
desenvolvidas as diretrizes Curriculares para a Educação Infantil.

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As Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil estão articuladas com as Diretrizes Curriculares Nacionais de educação
básica, e não tem como objetivo antecipar conteúdos a serem trabalhados no ensino fundamental, mas sim orientar e
refletir sobre o processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças em idade de zero a cinco anos.

As Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil foram elaboradas a partir de uma série de discussões, das quais
participaram intelectuais da área, membros de entidades nacionais de Educação Infantil e representantes do Ministério
da Educação, Universidades e movimentos sociais1. O objetivo da discussão foi promover a ampla participação social
nos debates, a fim de criar sentidos para a elaboração de diretrizes significativas para a educação da infância.

Tal participação, ampla e diversificada, é extremamente importante quando olhamos para o histórico da educação em
nosso país, que diferenciou o tipo de atendimento prestado às crianças, em função da classe social da qual eram
provenientes. Como afirma Oliveira (2011), as classes trabalhadoras eram reservadas às creches e pré-escolas com o
objetivo de cuidar das crianças para que suas famílias fossem trabalhar com tranquilidade. Já as famílias mais abastadas,
procuravam a pré-escola a fim de que seus filhos pudessem desenvolver diferentes habilidades.

Educar e Cuidar: o conceito de uma escola da infância

As primeiras instituições de Educação Infantil que surgiram no Brasil tinham como preocupação guardar as crianças
enquanto seus pais trabalhavam, ou ainda tinham o objetivo de proteger os menores órfãos. Nos dias atuais, se luta
pela superação dessa visão assistencialista, na qual o foco educativo está na alimentação e higienização das crianças.
O direito à Educação Infantil é uma conquista, sinalizada na legislação, e que marca o desejo contemporâneo por uma
educação infantil de qualidade, que propicie o desenvolvimento da criança de forma integrada, possibilitando diferentes
vivências e criação de significados.

A educação é um fenômeno próprio dos seres humanos. E, enquanto uma ação humana, é prática social,
subentendendo sempre uma certa concepção, uma visão de mundo. Enquanto atividade humana consciente,
a educação abarca desde as funções humanas mais naturais, até as mais sofisticadas funções intelectuais
(KRAMER, 1999. p. 39).

A função da Educação Infantil vem sendo discutida e repensada ao longo do tempo. Pode-se observar que novas
concepções e perspectivas foram sendo atribuídas, ampliando a ideia assistencialista. Essa nova perspectiva passa a
incluir teorias educativas sobre o desenvolvimento infantil e sobre o direito a uma educação de qualidade.

1
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil / Secretaria de
Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 2010. (p. 33 e 34)

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Oliveira (2011) afirma que o conceito de criança vem se modificando, e hoje elas são vistas como seres criativos, que
possuem direitos e necessidades próprias da idade. Essa mudança de perspectiva rompe com a função assistencialista
da educação infantil, especialmente para as crianças provenientes das classes populares. Todas as crianças,
independentemente da sua origem social, devem ter a oportunidade de desenvolver seus aspectos físicos, cognitivos,
sociais e afetivos. E, para que tal ocorra, o cuidar e o educar devem estar conjugados na Educação Infantil.

Portanto, é importante considerar também a formação dos profissionais da Educação Infantil, pois existe, comumente,
uma divisão entre aqueles que cuidam (geralmente denominados como auxiliares, monitores, agentes de educação
infantil) e aqueles que educam (professores). Essa divisão do trabalho cria categorias diferentes de educadores. Aqueles
que educam são considerados os que trabalham propriamente com o desenvolvimento da criança e são os que planejam
as atividades educativas, enquanto que aqueles que cuidam são responsáveis apenas pelas atividades de higiene e
alimentação.

Essa dicotomia do trabalho educativo não colabora em nada para uma visão integrada sobre o educar e o cuidar, pois
tratam o cuidar como algo secundário e o educar como um momento privilegiado, e que deve ser planejado por um
profissional com formação especializada. Mas como superar essa dicotomia?

Como pode ser visto no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, a noção de cuidar envolve estreita
ligação afetiva entre o adulto e a criança. Essa construção de vínculo permite o conhecimento cada vez maior da
criança e a possibilidade de, ao construir laços mais profundos, possibilitar a crescente autonomia da criança, dando
oportunidades para que ela desenvolva suas habilidades de forma gradativa.

Essa concepção de educação estabelece referências com a formação da cidadania, desenvolvendo os aspectos sociais,
afetivos e cognitivos do educando. A grande questão é que enquanto o educador dispensa os cuidados necessários com
a criança ou com o bebê, ele cria situações cotidianas que devem integrar os cuidados com situações de aprendizagem
diferenciadas. Por exemplo: quando cuida da alimentação das crianças, o ideal é que esta ocorra em um ambiente
agradável, harmônico e que a criança aprenda o que são hábitos alimentares saudáveis.

É na articulação entre o cuidar e o educar que as crianças desenvolvem o conhecimento de si mesmas e do mundo
que as cercam e desfrutam do direito à infância, ou seja, de vivenciar uma educação de qualidade, na qual possam
desenvolver-se integralmente em um ambiente solidário e harmonioso.

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• No texto o professor Demerval Saviani apresenta elementos teóricos que subsidiam o
entendimento das noções de “sistema” e estrutura no campo educacional brasileiro. Estes termos
amplamente discutidos em trabalhos anteriores do autor, foram objetos da Conferência Nacional
de Educação do ano de 2010. O texto traz um histórico e uma análise de conjuntura a respeito
do tema. Leitura fundamental para aquelas que precisam estar informados sobre a estruturação
e sobre os sistemas de educação no Brasil.
Link: <http://portais.seed.se.gov.br/sistemas/portal/arquivos/p14-499_conae_dermevalsaviani.pdf>. Acesso em:
05 mar. 2014.

• O documento produzido pelo MEC em discussão com diferentes segmentos da sociedade civil
é de extrema importância para os educadores. É constantemente tema de debates na área, pois
fundamenta as ações a serem desenvolvidas dentro das creches e pré-escolas. É fundamental
para aqueles que desejam realizar concursos públicos e seletivos na área, já que seu conteúdo
é sempre tema de provas. O documento explicita o atendimento em creches e pré-escolas como
direito social das crianças que se afirma na Constituição de 1988, com o reconhecimento da
Educação Infantil como dever do Estado com a Educação. Desde então, o campo da Educação
Infantil vive um intenso processo de revisão de concepções sobre educação de crianças em
espaços coletivos, e de seleção e fortalecimento de práticas pedagógicas mediadoras de
aprendizagens e do desenvolvimento das crianças. As Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação Infantil, publicadas em 2010, reúnem princípios, fundamentos e procedimentos
definidos pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, para orientar as
políticas públicas e a elaboração, planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas
e curriculares de Educação Infantil.
Link: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=9769&Itemid=> Acesso
em: 15 maio. 2014.

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Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1

(Adaptada Concurso Público Colégio Pedro II – 2013) Leia os trechos abaixo e responda a questão que segue.

Texto 1:

“A obesidade infantil tem crescido muito nos últimos anos e pode estar relacionada a fatores hereditários, a maus hábitos alimen-
tares e sedentarismo. Com o intuito de orientar a população na formação de hábitos saudáveis e prevenção de doenças, foi cria-
da uma nova pirâmide alimentar, adaptação da pirâmide anterior utilizada como instrumento para promover mudança de hábitos
alimentares.”

Texto 2:

Alimentação combate obesidade infantil

Oferecer uma alimentação saudável e balanceada para os alunos da rede de ensino é uma das prioridades da Prefeitura de São
Bernardo do Campo. Com esse objetivo, o poder público municipal reduziu em cerca de 60% o açúcar e a quantidade de sódio
na merenda e, desde 2009, as refeições diárias passaram a contar com quantidades maiores de alimentos integrais, legumes,
verduras, saladas, suco natural e frutas, produtos oriundos da Agricultura Familiar.

Dessa forma, salgadinhos, doces e refrigerantes, alimentos industrializados, ricos em sal, gorduras e conservantes, estão sendo
eliminados do cardápio das Escolas Municipais de Educação Básica (Emebs). Cerca de 85 mil alunos de São Bernardo estão
sendo beneficiados pela medida.

De acordo com a secretária de Educação, todo o cuidado é tomado para, além de melhorar o desempenho escolar, garantir me-
lhores condições de vida agora e no futuro para as crianças, principalmente para aquelas em regiões de maior vulnerabilidade
social, para quem a qualidade da merenda escolar tem ainda mais importância. “São Bernardo já tem casos de obesidade infantil.
Por isso, fazemos um trabalho em conjunto com a Secretaria de Saúde para garantir que essas crianças estejam saudáveis”, diz.

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O diferencial na merenda de São Bernardo foi possível depois que a Prefeitura firmou contratos com diversas cooperativas da
agricultura familiar, abrangendo cerca de mil produtores. Alguns dos produtos saudáveis, naturais e sem agrotóxicos que estão
sendo fornecidos são hortaliças, mel, hortifrutigranjeiro, frutas, sucos, macarrão, arroz orgânico e leite em pó, entre outros.

A iniciativa da Prefeitura cumpre lei federal 11.947, de junho de 2009, que determina que, no mínimo, 30% dos recursos repassa-
dos aos municípios pelo Fundo Nacional de Educação (FNDE) devem ser utilizados na aquisição de produtos da agricultura ou do
empreendedor familiar. São Bernardo é o primeiro município da região metropolitana de São Paulo a cumprir essa determinação.

Comer, Comer - Para incorporar ao dia a dia das crianças hábitos alimentares saudáveis, a Emeb Francisco Miele, localizada no
Jardim das Acácias, vem implementando o programa Comer, Comer, voltado aos alunos do ensino infantil II, III, IV e V.

Durante o ano letivo, os professores realizam pesquisas com as famílias sobre o que as crianças gostam de comer. Em seguida é
elaborada uma lista dos alimentos citados na pesquisa e criado um carimbo com legumes como batata, chuchu, cenoura e beter-
raba. As crianças, então, são convidadas a realizar pesquisas na biblioteca sobre os alimentos e a implementar, junto com os pro-
fessores, uma horta. É nesse espaço que os alunos terão ainda mais contato com os alimentos, plantando, cuidando e colhendo.

Para a diretora da Emeb, a experiência tem sido bem sucedida. “Ficamos sabendo de alguns pais que, após a implantação do
programa na escola, as crianças estão experimentando alimentos diferentes, o que antes se recusavam a fazer. Outra novidade
destacada pelos pais é que nas idas às feiras os alunos escolhem, reconhecem e pedem para comprar legumes. Eles, inclusive,
explicam que na escola também tem os mesmos produtos”, conclui.

Fonte: Cosmo Silva da Agência de Notícias PMSBC

Texto retirado do site: <http://www.saobernardo.sp.gov.br/comuns/noticia_completa_print.asp?ref=9784>

Como é possível relacionar o fator da obesidade infantil com a função educativa de educar e cuidar nas escolas de Educação
Infantil?

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Questão 2

Baseando-se nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, é correto afirmar, sobre os profissionais que traba-
lham em creches e pré-escolas:

a) Todos os profissionais que atuam na Educação Infantil são responsáveis pela educação integral dos alunos, e por isso
associam as funções de educar e cuidar.

b) Todos os profissionais que atuam na Educação Infantil são responsáveis pela educação integral dos alunos, mas os professores
são os únicos importantes, pois dominam as técnicas de transmissão de conhecimentos.

c) Todos os profissionais que atuam na Educação Infantil são responsáveis pela educação integral dos alunos, mas o cuidar é
atribuição exclusiva da família.

d) Todos os profissionais que atuam na Educação Infantil são responsáveis pela educação integral dos alunos, mas essa
modalidade de ensino não faz parte da educação básica.

e) Nenhuma das respostas acima.

Questão 3
De acordo com a Constituição Brasileira de 1988, a educação no Brasil deverá ser:

a) “(...) direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração das escolas, visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa.

b) “(...) direito de todos e dever do Estado, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

c) “(...) direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando
sua qualificação para o trabalho.”

d) “(...) direito de todos e dever da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

e) Nenhuma das alternativas acima.

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Questão 4

Leia o texto apresentado e responda a questão proposta.

As Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil foram elaboradas a partir de uma série de discussões, das quais participaram
intelectuais da área, membros de entidades nacionais de Educação Infantil e representantes do Ministério da Educação, Universi-
dades e movimentos sociais. O objetivo da discussão foi promover a ampla participação social nos debates, a fim de criar sentidos
para a elaboração de diretrizes significativas para a educação da infância.

Reflita sobre a importância do processo de elaboração de diferentes atores sociais na construção das Diretrizes Curriculares de
Educação Infantil.

Questão 5

Tomando como parâmetro o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, educar significa:

(...) propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam
contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros
em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais
amplos da realidade social e cultural. (RCNEI, 1998:23)

Após leitura do texto apresentado, relacione o cuidar e o brincar na Educação Infantil e sua importância para o desenvolvimento
do aluno.

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FINALIZANDO
Nesse texto você aprendeu o conceito de Sistema de Ensino e a Legislação que regula a Educação Infantil no
Brasil. Além disso, também aprendeu a importância do educar e do cuidar na Educação Infantil, bem como princípios
básicos que norteiam a Educação Infantil no Brasil.

Continue o trabalho e bons estudos!

REFERÊNCIAS
BRASIL. Contituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil
/ Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 2010. Disponível em: <http://ndi.ufsc.br/files/2012/02/Diretrizes-
Curriculares-para-a-E-I.pdf>. Acesso em: 5 mar. 2014.
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Novas Diretrizes curriculares para a educação infantil /
Secretaria de Educação Básica. Ano XXIII - Boletim 9 – Brasília: TV ESCOLA/SALTO PARA O FUTURO, 2013.
KRAMER, Sônia. Infância e Educação Infantil. São Paulo: Papirus, 1999.
OLIVEIRA, Zilma de Morais Ramos. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2011.
SAVIANI, Dermeval. Sistema de educação: subsídios para a conferência nacional de educação, 2009. Disponível em: <http://
portais.seed.se.gov.br/sistemas/portal/arquivos/p14499_conae_dermevalsaviani.pdf>. Acesso em: 05 mar. 2014.
SILVA, Cosmo. Alimentação combate obesidade infantil. Prefeitura de São Bernardo do Campo. Disponível em: <http://wtww.
saobernardo.sp.gov.br/comuns/noticia_completa_print.asp?ref=9784>. Acesso em: 07 abr. 2014.

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GLOSSÁRIO
Sistema de Ensino: unidade de vários elementos da práxis educativa que visam formar um todo operante. É regulado
pelo Estado e pelas teorias educacionais.

Direito Público Subjetivo: significa que a educação gratuita no Ensino Fundamental é obrigatória e deve ser garantida
pelo poder público, sob risco de penalidade da autoridade competente.

Práxis: na Pedagogia o conceito é usado para explicitar uma necessária relação entre a teoria e a prática, entre o abs-
trato e o concreto.

Dicotomia: consiste em dividir um elemento em duas partes, que geralmente são contraditórias.

Referencial: é um conjunto de elementos que formam um sistema de referência. No caso do Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil, podemos defini-lo da seguinte forma: pretende apontar metas de qualidade que con-
tribuam para que as crianças tenham um desenvolvimento integral de suas identidades, capazes de crescerem como
cidadãos cujos direitos à infância são reconhecidos. Visa, também, contribuir para que possa realizar, nas instituições,
o objetivo socializador dessa etapa educacional, em ambientes que propiciem o acesso e a ampliação, pelas crianças,
dos conhecimentos da realidade social e cultural.

GABARITO
Questão 1

Resposta: A relação entre o cuidar e o educar está presente no cotidiano da Educação Infantil. Os cuidados com a
alimentação da criança ou do bebê são de extrema importância para o desenvolvimento de adultos sadios. Esse é um
aspecto que integra diferentes aspectos do desenvolvimento infantil, como o gosto pelo alimento, os hábitos saudáveis
e uma rotina de alimentação estruturada, que envolvem tanto o afeto na relação entre adulto e criança, quanto à
organização de um ambiente de alimentação saudável.

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GABARITO
Questão 2

Resposta: Alternativa A. Todos os profissionais que trabalham na Educação Infantil são responsáveis pela Educação
Integral da criança e associam o cuidar e o educar, duas dimensões indissociáveis.

Questão 3

Resposta: Alternativa D. Segundo a Constituição Federal de 1988: “Art. 205. A educação, direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

Questão 4

Resposta: Tal participação, ampla e diversificada, é extremamente importante quando olhamos para o histórico da
educação em nosso país, que diferenciou o tipo de atendimento prestado às crianças, em função da classe social da
qual eram provenientes. Como afirma Oliveira (2011), as classes trabalhadoras eram reservadas as creches e pré-
escolas com o objetivo de cuidar das crianças para que suas famílias fossem trabalhar com tranquilidade. Já as famílias
mais abastadas, procuravam a pré-escola a fim de que seus filhos pudessem desenvolver diferentes habilidades.

Questão 5

Resposta: Essa concepção de educação estabelece referências com a formação da cidadania, desenvolvendo os
aspectos sociais, afetivos e cognitivos do educando. A grande questão é que enquanto o educador dispensa os cuidados
necessários com a criança ou com o bebê, ele cria situações cotidianas que devem integrar os cuidados com situações
de aprendizagem diferenciadas. Por exemplo: quando cuida da alimentação das crianças, o ideal é que esta ocorra em
um ambiente agradável, harmônico e que a criança aprenda o que são hábitos alimentares saudáveis.

É na articulação entre o cuidar e o educar que as crianças desenvolvem o conhecimento de si mesmas e do mundo
que as cercam e desfrutam do direito à infância, ou seja, de vivenciar uma educação de qualidade, na qual possam
desenvolver-se integralmente em um ambiente solidário e harmonioso.

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