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ESCOLA DE MÚSICA
Leitura, Escrita, Pesquisa e Tecnologia no Contexto Cietífico-Acadêmico
Professora: Edite Rocha
Aluno: Renato Frossard Cardoso
O disco de que trata o livro, foi produzido e gravado por um grupo de músicos,
O Clube da Esquina, unidos em torno da pessoa de Milton Nascimento, principal
sujeito agregador e maquinador do projeto, considerado ousado para a época,
principalmente por se tratar de um álbum duplo. O disco também lançou, como
compositor e intérprete, a pessoa de Lô Borges no cenário da música popular nacional.
O livro traz uma contribuição significativa para o conhecimento deste grupo, de sua
música, bem como do contexto histórico e cultural no qual o disco foi produzido e
gravado.
De acordo com MELLO (2018, p. 16), o filme Jules et Jim representou um rito de
passagem que fez deixar para trás o velho Milton, relutante entre seguir uma carreira
burocrática ou a carreira de cantor, e fez surgir o Milton Nascimento que viria a se
tornar um dos maiores artistas da Música Popular Brasileira de todos os tempos, com
reconhecimento não só nacional, mas também internacional. “Quem saiu do cinema
naquele dia mágico foi o grande artista que ele viria a ser” (MELLO, 2016, p. 17). O
autor também menciona que este foi um momento crucial para a existência do Clube
da Esquina, já que foi Milton Nascimento quem teve o papel principal na promoção da
ligação entre a “constelação” de músicos que tiveram parte na concretização dos
projetos de gravação do primeiro disco, bem como dos trabalhos de divulgação do
mesmo após a sua concretização. Para o autor, a conversão de Milton em compositor
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deu a ele uma autoridade que era reconhecida por todos os envolvidos no projeto do
Clube da Esquina, fazendo dele o líder ideal para aquela egrégia de artistas. Também
deu a ele a sensibilidade para perceber qual de seus amigos poetas, Márcio Borges,
Fernando Brant e Ronaldo Bastos, deveria receber a incumbência de produzir a letra
para determinada canção (MELLO, 2018, p. 17-18).
Voltando ao disco Clube da Esquina, o autor afirma que seu diferencial poético
e estético, naquele momento, trouxeram uma bem sucedida mistura que conseguia
englobar, a seu modo, diversos estilos musicais como o rock, a MPB e o Pop. Também
o fato de Milton Nascimento ter trazido Lô Borges para atuar consigo neste projeto
fizeram com que o disco Clube da Esquina se tornasse único até mesmo em relação á
diferenciação do estilo geral deste trabalho em comparação com outros trabalhos de
Milton Nascimento. A reunião destes amigos em torno de um projeto único fez com
que Clube da Esquina (1972) se tornasse um dos álbuns mais originais e relevantes da
Música Popular Brasileira até os dias de hoje (MELLO, 2018, p. 27-28).
É interessante notar também a leitura que o autor faz da distinção entre a Tropicália e o Clube
da Esquina por meio das falas de seus agentes os quais, do lado da Tropicália, ao falarem de
seus projetos são minuciosos em suas análises, referindo-se de forma clara às influências, aos
elementos de formação e às propostas estéticas enquanto, do lado do Clube da esquina, os
sujeitos são mais genéricos e contidos, resumindo sua iniciativa como uma convergência feliz
de gerações, só possível naquele momento, naquele lugar e naquelas condições (MELLO, 2018,
p. 40). Por fim, o autor pontua que, talvez, o que Caetano afirmou ser o oposto da Tropicália
no Clube da Esquina seja o sincretismo cultural proposto pelo primeiro movimento.
Finalmente ele afirma que, talvez por isso mesmo, possa ser dito que tudo que apareceu
depois dele, inclusive o Clube da Esquina, tenham relação com o tropicalismo, ainda que seja
pelo contraste (MELLO, 2018, p. 41).
Em relação à sonoridade do Clube da Esquina, Mello afirma que esta tem sua
base:
MELLO também não deixa de destacar a importância de Márcio Borges, Fernando Brant e
Ronaldo bastos para a construção do conteúdo lírico das canções que, como letristas, coube a
eles o papel de gerar. De acordo com o autor a poesia do Clube da Esquina:
Considero o livro em questão uma boa leitura para quem deseja compreender um
pouco mais a respeito da história do Clube da Esquina, apesar de pensar que trata-se
mais de uma leitura complementar do que de uma definitiva, já que o texto se
aprofunda a respeito de algumas questões mas, pela própria brevidade do volume,
não dá conta de narrar uma série de eventos importantes para a formação e para a
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perpetuação da memória do Clube através dos anos. Por isso, aconselho os
interessados a lerem também o livro Os Sonhos Não Envelhecem, de Márcio Borges, A
Música de Milton Nascimento de Chico Amaral e Travessia: a vida de Milton
Nascimento, de Maria Dolores.
REFERÊNCIAS
Mello, Paulo Thiago. Milton Nascimento e Lô Borges: Clube da Esquina. Rio de Janeiro.
Cobogó, 2018, p.16.
Idem, p. 17.
Idem, p. 17-18
Idem, p. 19
Idem, p. 21-23
Idem, p. 25-26
Idem, p. 27-28
Idem, p. 35-36
Idem, p. 38
Idem, p. 40
Idem, p. 41
Idem, p. 57
Idem, p. 79
Idem, p. 93-94