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---- O Fator Barnabé ----

Pr. Emerson Roberto.


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“O Fator Barnabé.”
Atos.12.19-26

Ponto de Partida.
Aleluia! A vida com Jesus é muito maravilhosa. Creio que nesses dias Deus está fazendo algo poderoso em
nossa igreja. Deus está nos revelando à importância do amor e do cuidado para o crescimento saudável da igreja.
Nesses dias de conferência seremos confrontados com a nossa forma de viver e com aquilo que já está em
nossos corações. E isto gera atritos. Mas, é necessário para o nosso crescimento. Na palavra de ontem nós vimos o
primeiro passo que precisamos dar para viver o amor e o cuidado na prática. Os amados se lembram?

“Ter o coração do bom Pastor!”.


Hoje quero pensar com os irmãos no segundo passo, qual seria? “Ser um Barnabé na vida de
alguém”.
Sabe queridos por incrível que pareça um dos grandes problemas da igreja evangélica de um modo geral não é
ganhar almas para Jesus, pois há uma graça sobrenatural de Deus sobre o Brasil, que em qualquer igreja séria acontece
conversão e as pessoas têm experiências profundas com Deus.
O problema está na proporção dos que chegam e também vão embora com tanta facilidade. A proporção é
grande. Milhares de novas pessoas entram todos os meses nas igrejas, ao mesmo tempo em que outras tantas se
afastam.
É o efeito rodoviária: sempre cheia, mas sem pessoas fixas. As pessoas vêm à igreja, têm um encontro com
Cristo, uma experiência, mas isto não é o suficiente para firmá-las.
Estou aqui com os irmãos há 11 anos e para minha tristeza tenho chegado a uma infeliz constatação, não temos
sido competentes em cuidar das vidas que Deus tem nos dado. Digo isso, pois se fossemos “competentes” em cuidar, a
nossa igreja seria imensa.
Quantas pessoas que acabaram saindo a cada culto, a cada mês? Elas acabaram “escapando” das nossas mãos;
mas nem tudo está perdido, pois estamos aprendendo com irmãos competentes a cuidar melhor destas pessoas. Nós
vamos fechar as “Portas dos fundos”.
Em Mateus 18.14 a palavra diz: “O Pai de vocês, que está nos Céus, não quer que nenhum destes
pequeninos se perca.” (NVI)
A razão de muitos se perderem está no fato de se sentirem como “peixes fora d’água”, entram, saem e
ninguém percebe, até têm uma experiência com Deus, mas sentem-se isolados. Nós precisamos passar a perceber essas
pessoas. Nós precisamos dar atenção, amor e cuidado a estas pessoas, pois muitas vezes elas ficam desconectadas,
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afinal o que acontece com um peixe fora d‘água? Ele simplesmente morre.
Estas pessoas até vieram, até quiseram, mas a Igreja falhou, a Igreja poderia ter dito: vêm nadar conosco no
“Oceano do Espírito”, mas não o fez.
Por isso é importante que elas sejam adotadas por algum Barnabé ou alguma “Barnabéia”. Pois, com isso elas
vão ter alguém que note a sua presença, que as integrem na vida da igreja, proporcionando assim que elas entrem no
nosso aquário.
A palavra que vou compartilhar com os irmãos nesta noite é inspirada no livro “O Fator Barnabé” do Pastor
Abe Huber. O Fator Barnabé foi testado e aprovado na Igreja da Paz em Santarém, hoje com 65 mil membros e
também na Igreja da Paz em Fortaleza, onde hoje a igreja conta com mais de 7 mil membros.
A vida e o ministério de Barnabé nos servem como modelo de amor, cuidado e integração. Barnabé é um
referencial de discipulado e formação de novos líderes. Foi isto que ele fez com Saulo, o qual veio a ser o grande
apóstolo Paulo e com João Marcos, autor do Evangelho de Marcos. Barnabé é nosso grande exemplo.

Pimenta Bueno__________________________________________________________________________________
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O nosso grande desafio é cuidarmos bem de cada pessoa, como o fazem as maiores igrejas do mundo, todas
em células. É necessário integrar o indivíduo na vida da igreja local. Como é ovelha quem gera ovelha, todos devem se
reproduzir em novas crias igualmente sadias. Esse é o nosso trabalho. E nesta noite vamos aprender com Barnabé
como ter êxito nele.
O texto que lemos nesta noite tem como contexto o nascimento da igreja em Antioquia, cidade na Síria que se
localizava a 500 km de Jerusalém. Era uma cidade com aproximadamente 500 mil pessoas. O evangelho chegou a
Antioquia devido à perseguição que foi desencadeada com a morte de Estevão e se espalhou por toda Jerusalém (At.8).
O crescimento da igreja em Antioquia foi tão marcante que “A notícia deles chegou aos ouvidos da igreja em
Jerusalém...” e sabem quem enviaram para lá? “...e enviaram Barnabé até Antioquia.” (At.11.22).
A Igreja de Jerusalém tomou conhecimento do que estava acontecendo em Antioquia e Barnabé foi enviado
para lá. E “Tendo ele chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-se e exortava a todos a que, com firmeza de coração,
permanecessem no Senhor.” (At.11.23).
Por uns tempos Barnabé deu continuidade ao trabalho que já havia sido iniciado. Com o resultado do seu
trabalho missionário, “muita gente se uniu ao Senhor.” (At.11.24). O trabalho missionário crescia numericamente e
Barnabé já não podia mais fazê-lo sozinho.
Então a Igreja de Antioquia recebe uma ajuda muito importante e fundamental. Barnabé busca Paulo e o
introduz definitivamente para a história da Igreja cristã. Os dois trabalhando juntos levam a Igreja de Antioquia a um
crescimento maravilhoso.
Porém, é importante considerar como esse desenvolvimento ocorreu. Você sabe qual foi o segredo da igreja de
Antioquia crescer tanto é impactar o seu tempo se tornando um grande centro missionário? O fator Barnabé!
O Que é Fator?
No dicionário, temos alguns significados:
 É o que determina ou faz uma coisa ou algo.
 Cada uma das quantidades que se multiplicam para gerar um produto.
 Elemento que converge para um resultado.
Podemos citar como exemplo o Fator RH – Positivo ou Negativo nas transfusões de sangue. Positivo recebe
sangue positivo e negativo. Negativo não pode receber o positivo, só o negativo.
Na igreja podemos fazer uma comparação dos fatores também, há aqueles irmãos que se importam com os
outros e podemos dizer que é fator positivo, são pessoas que contribuem para que outros permaneçam e negativo são
aqueles que não se importam.
O fator Barnabé, também pode ser chamado de “Fator Consolidação”. O Dicionário Aurélio simplesmente
define consolidação como "ato de tornar sólido, seguro".
O livro "A Escada de Sucesso" traz uma definição clara, objetiva e inequívoca:
"Consolidação é o cuidado e a atenção que devemos dispensar ao novo crente para reproduzir nele o caráter de
Cristo e, conseqüentemente, sua vida cumprir o propósito de Deus: dar fruto que permaneça".
A pastora Mariza Rodrigues diz: "Consolidação é apresentar filhos bem criados para Deus".
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O pastor Marcel define consolidação como: O ato de tomar um novo crente como se fosse filho e cuidar bem
dele com toda atenção, imprimindo o caráter de Cristo nele, fazendo-o produzir frutos que permaneçam para a glória
de Deus.
Eu diria que consolidar é: O processo no qual investimos tempo, atenção e cuidado na vida do novo decidido no
objetivo de ajudá-lo nos primeiros passos de sua vida cristã a firmar sua decisão ao lado de Cristo e estender o Senhorio de
Cristo em todas as áreas de sua vida até que Cristo seja formado nele.
Jesus nunca disse: “Ide e fazei convertidos”, mas sim, “Ide e fazei discípulos”. Fazer discípulo é muito
mais do que apenas levar a pessoa a uma decisão ao lado de Jesus, é cuidar bem dela até que Cristo seja formado nela.
Mas, para que Cristo seja formado em alguém é necessário que ele permaneça no convívio da igreja. Agora
quero lhe perguntar, o que determina se uma pessoa vai ou não permanecer no convívio da igreja ou da célula? A

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resposta é – Amizades Fortes! Muitas vezes a pessoa se afasta da igreja ou da célula por não ter amizades fortes
dentro da célula ou da igreja.
Pense comigo um instante, a pessoa entrega a vida a Jesus muitas vezes chorando, com sinceridade de coração,
indo às reuniões alguns domingos. Mas, aos poucos, começa a notar que as pessoas estão intimas uma com as outras,
conversando, fazendo planos, e ela muitas vezes acaba se sentido um peixe fora da água. Os irmãos falam com ela,
mas de forma casual, e por ela não ter amizades profundas, por não ter vínculos profundos, se torna mais suscetível ás
mentiras do diabo.
Então, um dia, de repente num momento de muita pressão, sai um palavrão em casa, ou talvez no trabalho. A
acusação é imediata. O diabo vem e fala que ela não nasceu de novo, pois se tivesse não iria falar palavrão. Logo vem
aquela sugestão maligna: “É melhor você desistir, você não dá conta mesmo”. Essa pessoa se tornou agora,
candidata às mentiras do diabo, por falta de vínculos e amizades profundas. Ela deixa de congregar e ninguém vai
atrás. Ninguém vai trabalhar com ela. É nesse momento que satanás aproveita para colocar outras mentiras: “está
vendo como eles não seus amigos de verdade? Dizem que são uma família espiritual e que o amam, mas não é
nada disso. E tem mais, você não dá conta de ser crente mesmo é melhor você parar com essa idéia.”
Infelizmente, isso tem acontecido vez após vez. Pessoas têm tomado uma decisão ao lado de Cristo e mesmo
que ainda não tenham uma revelação completa do novo nascimento, elas tomaram um passo na direção certar. Mas
infelizmente não permanecem. Como podemos por fim a essa triste realidade? A resposta é sendo um Barnabé ou
Barnabéia na vida desta pessoa.
Barnabé foi alguém usado poderosamente por Deus para consolidar o grande apostolo Paulo e Depois João
Marcos. Tão importante quanto à decisão pública é a integração que se faz através de um relacionamento de amizade,
com capacidade de conviver com o que ainda não está pronto. Barnabé é um exemplo bíblico disso. Ele consolidou
Paulo no início de sua conversão e depois investiu em João Marcos. Podemos dizer o seguinte Ananias foi para Saulo
o que o Ganhou, e Barnabé o que o consolidou, o discipulou e o enviou. Eu creio que Paulo foi o homem que Deus
tirou de dentro de Saulo através da vida de Barnabé.
Então vejamos como Barnabé contribuiu para a consolidação e o crescimento do apostolo Paulo.
Quem era Barnabé?
Barnabé.
A primeira vez que este irmão é mencionado na Bíblia é em Atos 4.36-37. O nome de Barnabé aparece em
quatro livros da Bíblia, inclusive mais de 20 vezes no livro de Atos dos Apóstolos. Este homem teve uma influência
positiva entre os cristãos primitivos.
Na verdade Barnabé chamava-se José, um nome muito comum na época. Suas atitudes chamavam a atenção
de todos, a ponto de lhe darem um segundo nome: Barnabé. Este sobrenome passou a ser o seu principal nome, em
virtude do que ele fazia.
A etimologia do nome Barnabé, no original, é baseada em duas palavras: Bar + Nabe.
 Bar  significa filho. Encontramos no Novo Testamento alguns nomes com esse prefixo: Bartimeu (filho de
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Timeu); Bartolomeu (filho de Tolmeu ou Ptlomeu).

 Nabé  vem da palavra “paraclesis” que tem a mesma raiz de “paracletos”, que significa “consolação,
exortação, encorajamento” é o nome dado ao Espírito Santo (Jo.14.26).
Agora essa palavra “Paracletos” é muito forte, pois era usada também para descrever uma figura que existia no
exército romano, quando eles tinham que fazer marchas longas, carregando armadura pesada, longe de casa e indo
para a guerra, o “Paracletos” (um membro do exército) para manter a coragem dos soldados ia dizendo que eles eram
os melhores, relembrava as batalhas que haviam vencido, enfim ele motivava os guerreiros.
Então, Barnabé significa filho do encorajador, no sentido daquele que vem ao lado para encorajar, para ajudar,
para animar, para consolar. Barnabé em síntese significa aquele que fica ao lado para encorajar.
Eu creio que quando os discípulos conheceram Barnabé viram nele as características do “Consolador”
conforme a descrição que Jesus havia dado.
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É possível que tenham comentado entre si: você já notou? Se colocarmos um novo convertido na mão dele,
aquele novo convertido é logo integrado, logo está numa igreja no lar, logo está sedo discipulado, e logo está se
tornando um discipulador de outros mais novos que ele. Esse José é tremendo! Ele nos faz lembrar aquele, o
“Paracletos”. Vamos dar um apelido para ele? Ele é filho, então do “Paracletos”.
É claro que todo filho de Deus tem o Espírito Santo dentro de si, mas a ênfase neste caso é para o caráter e
atitudes. O povo via em Barnabé, coisas inerentes ao Espírito Santo, como: apoio, consolo, doação e instrução.
Você pode imaginar um apelido mais lindo do que este? Filho do Espírito Santo. Filho do encorajador.
Quantos gostariam de no mundo espiritual receber esse apelido?
Do significado do nome de Barnabé já podemos ver qual deve ser a nossa primeira atitude se queremos cuidar
bem de alguém e integrá-lo a igreja.

Ser Um Encorajador.
Toda vez que nos deparamos com Barnabé no Novo Testamento, ele está encorajando alguém. Em Atos 4.37,
ele encoraja outros com a oferta obtida com a venda de uma propriedade sua.
Vemos também Barnabé encorajando seu amigo Paulo. Quando Paulo veio a Jerusalém após sua conversão, os
santos tinham medo dele, Barnabé foi o único que o aceitou e o levou aos apóstolos (At.9.26-30). Os dois formaram
uma equipe que viajou junta milhares de quilômetros a serviço do Senhor.
Barnabé também agiu da mesma forma quando seu primo, João Marcos (Cl.4.10), que viajava com Barnabé e
Paulo na primeira viagem missionária deles, resolveu deixá-los no meio da missão (At.13.1-3). Mais tarde Barnabé
quis lhe dar uma segunda chance, mas Paulo recusou terminantemente a idéia.
Marcos falhou, e gravemente, a pergunta de Paulo foi “o que ele pode fazer pela obra?”; no entanto, a
atitude de Barnabé foi “o que eu posso fazer por ele?”
Então Barnabé tomou Marcos e partiu em outra direção (At.15.36-41). Barnabé se tornou mentor de João
Marcos, o qual, por sua vez, se tornou um verdadeiro servo de Cristo (Cl.4.10-11). Tanto que o próprio Paulo mais
tarde instrui Timóteo: “Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério”
(2Tm.4.11).
Se você recebesse um apelido dos que lhe conhecem, qual seria? Qual marca você tem deixado na vida das
pessoas? Por causa de sua vida marcada pelo amor e cuidado com os demais, José ganhou o apelido de Filho da
consolação, Barnabé. O encorajador.
A vida de Barnabé foi marcada pelo encorajamento a outros. Veja alguns textos comigo:
“A notícia chegou aos ouvidos da igreja de Jerusalém, e esta enviou Barnabé para Antioquia. Quando
Barnabé chegou e viu a graça de Deus, ficou muito contente e os animou a permanecerem de todo o coração
ligados ao Senhor”. At.11.22-23
“Paulo e Barnabé anunciaram o evangelho em Derbe, e muitos moradores daquela cidade se tornaram
seguidores de Jesus. Depois voltaram para as cidades de Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Eles
animavam os cristãos e lhes davam coragem para ficarem firmes na fé. E também ensinavam que era preciso
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passar por muitos sofrimentos para poder entrar no Reino de Deus”. At.14.21-22
Quantas pessoas têm desistido da fé, tem se afastado do Senhor Jesus porque tem faltado alguém que o
encoraje nos momentos difíceis da caminhada cristã.

Acreditar na Mudança das Pessoas


“E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos o temiam, não crendo
que fosse discípulo. Então, Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos e lhes contou como no
caminho ele vira ao Senhor, e este lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus” (At
9.26-27).

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Alguém já ouviu a frase: “Quanto mais conheço as pessoas, mas gosto do meu cachorro”. Essa frase
retrata o sentimento de muitos em não dar valor, nem acreditar nas pessoas.
Parece que no senso comum a idéia é: “todo mundo é culpado, até que se prove o contrário”. É
lamentável que a sociedade tenha chegado a esse ponto. Mas, nós como a igreja do Senhor, não podemos seguir nesta
mesma direção! Imagine se não houvesse alguém que acreditasse na mudança do apóstolo Paulo. Calcule a perda que
ele e a Igreja teriam.
Nós pregamos um evangelho de restauração, mas muitos irmãos não crêem nela, não dão uma chance de
mudança e recomeço a outros e rotulam as pessoas como: “o infiel; o hipócrita, o mentiroso, o duas cara”. É
preciso acreditar na mudança das pessoas, assim como o Senhor fez conosco.
Imagine se Jesus tivesse desistido de Pedro. Jesus acreditou tanto na mudança de Pedro, que confiou suas
ovelhas a ele! (Jo.21.15-17). Para muitos, Pedro sequer poderia ser considerado novamente uma ovelha. Pense nisso!
Quando o apóstolo Paulo chegou a Jerusalém, os discípulos não acreditavam nele por causa do passado de
Paulo, que era perseguidor dos cristãos: “E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos
discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo.(v.26) Ora, ninguém imaginava que ele se
tornaria o grande apóstolo Paulo, que escreveu mais da metade do Novo Testamento. Era um novo convertido de
verdade.
Possivelmente todos pensavam que ele era um falso no meio deles. Você já viu que às vezes há essa tendência
diabólica no meio da igreja? Desde a igreja primitiva, até hoje se percebe um pouco de desconfiança entre os irmãos.
Alguns dizem ter um “dom de discernimento”, olha a pessoa e vêem que a pessoa é falsa. Ora, isso não é dom de
discernimento, é demônio de desconfiança.
Às vezes a pessoa teve encontro verdadeiro com Jesus, mas a alma ainda não esta sendo tratada. O espírito
nasceu de novo, mas a alma está sendo tratada. Parece que queremos que um bebê na fé se torne um adulto
instantaneamente. Eu posso estar enganado, mas ninguém nasce de novo adulto. Saulo era um bebê que precisava de
cuidado para não morrer. Saulo era um grande candidato a se desviar. Porque ele, enquanto novo convertido procurou
se integrar, mas foi rejeitado. Ninguém tinha fé nele. Se não fosse pelas próximas palavras do texto de Atos, talvez nós
nunca tivéssemos o grande apóstolo Paulo.
Atos 9.27 diz: “Então, Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos...” ninguém acreditou nele,
mas Barnabé sim. Quantos Saulos estão hoje chorando nas suas casas, rejeitados em suas congregações, mas poderão
se transformar em grandes apóstolos Paulo. Só precisam de um Barnabé em suas vidas.
Paulo era o maior perseguidor da igreja e sua conversão não foi vista como sendo honesta e verdadeira; para a
comunidade cristã da época a conversão de Saulo era uma tentativa de infiltrar – se na igreja para destruí-la de dentro.
Saulo precisava de alguém que o avalizasse. É aí que Barnabé entra na história.
O primeiro contato de Paulo com a comunidade cristã foi através de Ananias, que o batizou e ministrou sobre
ele para curar sua cegueira física e espiritual, mas foi Barnabé que o conduziu diante dos apóstolos para confirmá-lo
como cristão verdadeiro. Sempre falamos o quanto Paulo é importante para o cristianismo e para as Escrituras tem um
valor inestimável visto que 70% do Novo Testamento foram escrito por ele, contudo o que vemos neste homem se
deve em muito a Barnabé.
O Fator Barnabé é foi o que tornou Paulo no maior teólogo da história e o maior autor da Bíblia e a fonte de
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quase toda doutrina explicada do Novo Testamento. Se não fosse pela ação de Barnabé na vida de Paulo, talvez não
tivéssemos o prazer de desfrutar do ministério deste homem tão poderoso.
Existiu o risco do apóstolo Paulo se desviar. O coração dele podia se magoar. Os apóstolos davam moral para
Barnabé. Ele sabia da história de Paulo e Barnabé conseguiu inserir Paulo. Isso é um processo individual. Cada um de
nós tem que ter esse fator. De perceber quem está se achegando. Muitas vezes esperamos que alguém faça isso. E
quantos “Paulos” não deixaram de existir.
Agora quero chamar a sua atenção para algo lindo neste texto, há varias expressões que evidenciam o amor e o
cuidado de Barnabé com Paulo.
A primeira é “Tomando-o consigo...” esse termo é lindo porque pode ser lido como “posto sob sua
responsabilidade”. Barnabé, não apenas levou Paulo consigo para a presença dos apóstolos, ele se responsabilizou
por Paulo.
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Eu posso imaginar que Barnabé convidou Saulo para almoçar com ele em sua casa e, talvez, durante o almoço
pediu a ele que contasse a sua experiência de conversão. Saulo foi contado, e Barnabé ficou admirado. E foi tão
impactante em Barnabé do testemunho de Saulo, que ele resolveu levar o assunto para os apóstolos.

A segunda é “...Trouxe aos apóstolos...” Aqui vemos que Barnabé não apenas se responsabilizou por Paulo,
mas se comprometeu por ele visto que o trouxe a presença deles, fazendo cair definitivamente à opinião de armadilha
armada por Paulo.
Os cristãos tremiam ao ouvir pronunciar o nome daquele homem. Deus pediu diretamente a Ananias que fosse
prestar auxílio ao ex-perseguidor, e o homem de Deus tratou de evitá-lo. Como podia alguém confiar no gigante que
arrastava todos para a prisão?
Mas, de algum modo, Paulo encontrou-se com o Filho da consolação. Barnabé arriscou-se. Se esta fosse uma
conspiração bizarra, os apóstolos poderiam pagar com a própria vida. Mas Barnabé não tinha como escapar à
responsabilidade pessoal, de modo que resolveu tornar-se mediador. Ele tinha ouvido falar de outra pessoa que havia
sido seu Mediador.
Barnabé descreveu para os apóstolos a conversão de Paulo: “...lhes contou como, no caminho, Saulo vira o
Senhor, que lhe falara, e como em Damasco ele havia pregado corajosamente em nome de Jesus” (v.27), fez
questão de ele mesmo falar como Paulo se converteu ao Caminho, entrosando-o e o integrando. Fazendo ele se sentir
bem no meio de todo mundo, envolvendo-o.
O que aconteceu? A Bíblia diz que após a intervenção de Barnabé, “Saulo estava com eles em Jerusalém,
entrando e saindo, pregando ousadamente em nome do Senhor”.(v.28)
Isto nos dá um retrato de alguém integrado, um peixe dentro da água.
Barnabé acreditou em Paulo a ponto de ir buscá-lo mesmo quando os outros haviam desistido dele. Note os
próximos versículos: “Falava e discutia com os judeus de fala grega, mas estes tentavam matá-lo. Sabendo
disso, os irmãos o levaram para Cesaréia e o enviaram para Tarso”.(v.29-30)
Você já notou que todo novo convertido é bebê na fé, e todo bebê dá muito trabalho? Todo bebê chora à noite,
suja as fraldas. E muitas vez não gostamos do trabalho que os bebês dão.
E Saulo, por ser um bebê, fez uma coisa que depois ele mesmo inspirado pelo Espírito Santo, desaconselhou
(1Tm.1.4; Tt.3.9). Esse fato chegou aos ouvidos dos irmãos e eles viram que Saulo estava criando muitos problemas.
Ás vezes pensamos que tudo que a igreja primitiva fez foi perfeito, mas neste caso, não foi assim.
Penso que talvez Barnabé estivesse viajando naquele momento, e os apóstolos ao invés de trazerem um ensino
para Saulo orientando-o a se humilhar diante dos helenistas e tentar conquistá-los com amor, e não com discussões,
tomaram uma decisão, a meu ver equivocada. Talvez eles pensassem que Saulo não apenas estava dando trabalho, mas
“De onde é este Saulo é mesmo? Hã! de Tarso?
também que ele poderia acabar com a igreja em Jerusalém.
Vamos fazer uma vaquinha e comprar uma passagem para ele”.
Imagino os apóstolos dizendo: Saulo nós temos uma boa noticia para você. Você sabe que os helenistas estão
com raiva de você, então fizemos uma vacaquinha e compramos uma passagem para você, mas só de ai para Tarso.
Se você for estudar a Bíblia, vai ver que nesse momento, provavelmente, a igreja ainda não havia chegado a
Tarso. Ela ainda estava se espalhando, estava na Judéia, começando a passar as fronteiras de Samaria. Nem mesmo em
Antioquia o evangelho tinha chegado, ainda. Muito menos em Tarso. Tarso não tinha igreja, não tinha congregação.
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Será que era uma boa enviar um novo convertido de volta para a sua parentela, para os amigos antigos, a um local
onde não há uma congregação, sem um discipulador, sem nenhum cuidado? Claro que não! Que crime!

Quantos irmãos, ao ganhar alguém para Jesus, agem assim: “agora eu já fiz a minha parte”. Você já viu
esse tipo de atitude? Imagine uma mãe que depois de dar á luz e passar alguns dias no hospital com seu bebê, recebe
alta, então leva o seu filho para debaixo de uma árvore no parque. Lá coloca uma mamadeira de leia ao lado do recém-
nascido e diz: “olha bebê, eu fiz minha parte, sofri enjôos nos primeiros três meses, foi difícil dormir porque minha
barriga era muito grande, sofri dores de parto e tudo mais. E agora, estou ate te dando uma mamadeira de leite
para te ajudar (a mamadeira de leite é uma Bíblia). eu fiz a minha parte. Daqui para frente você te viras”.
Apesar de absurdo o exemplo, essa mentalidade ainda existe dentro da igreja, e nem todo mundo se
escandaliza quando vê isso acontecer com o novo convertido. Foi isso que acontece com Saulo.

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Mas havia um Barnabé, aleluia! A Bíblia diz que a igreja começa a se expandir, veja Atos 11.19-21. O que
está acontecendo aqui? Surge a primeira igreja gentílica. Que maravilha! A notícia chegou até os apóstolos em
Jerusalém e eles enviaram Barnabé para ajudá-los.
Se mandassem a pessoa errada a nova igreja ela poderia chegar e querer transformar os gentios em judeus:
“Vocês têm que cumprir as festas dos judeus, tem que guardar o sábado, tem que se circuncidar.” E de
repente tem que se tornar primeiro um judeu, para depois se converter. Eles tinham que enviar alguém que fosse
amoroso e um bom pastor daquele novo rebanho, e sua decisão foi muito sabia, porque Barnabé, apesar de ser um
judeu, tinha o coração amoroso de pastor.
Agora olhe o verso 23: “Este, ali chegando e vendo a graça de Deus, ficou alegre e os animou a
permanecerem fiéis ao Senhor, de todo o coração.” Barnabé era alguém que sempre via a graça de Deus na vida das
pessoas. Um discípulo como Barnabé sabe ver a graça de Deus na vida das pessoas e se alegrava com isso.
Há alguns que ao verem a graça de Deus na vida do novo convertido ao invés de se alegrarem, ficam com
inveja e dor de cotovelo: “isso é fogo de palha, já sou crente há 30 anos e sei que isso vai passar”, mas Barnabé se
alegrou.
Barnabé não vê em primeira instância coisas “questionáveis” e “problemáticas”. Ele vê como a graça soberana
de Deus acolhe também gentios na igreja. Como poderia reagir de outra forma do que se alegrar porque a graça de
Deus vai tão longe e realiza coisas tão inesperadas?
Isso é bem mais do que a palavra de Pedro: “Não pude impedir Deus de agir.”(At.11.17) Barnabé não
apenas deixou de “impedir”, mas ele “alegrou-se”. Obviamente também viu o perigo de que esses gregos
intelectualmente versáteis podiam facilmente esmorecer outra vez. Por isso exortava a todos a que, segundo o
propósito do coração, permanecessem no Senhor.
Quantas dessas exortações para “permanecer” perpassam todo o Novo Testamento! O cuidado pastoral correto
vê todas as ameaças externas e internas do ser humano, motivo pelo qual exorta para “permanecer” com seriedade e
constância!
Ele encorajou a todos a permanecerem firmes no Senhor Jesus. É interessante essa expressão, pois ela traz a
idéia de “agarrar, segurar bem pertinho e não soltar”. Barnabé os encorajava que não soltassem o Senhor Jesus e
que permanecessem no Senhor. E sabe, qual foi o resultado de enviarem Barnabé?
Veja o verso 24 “...E muita gente se uniu ao Senhor...” O fato é que onde há um Barnabé, muita gente vai
se unir ao Senhor. Feliz é a igreja, a célula que tem muitos Barnabés.
Barnabé lembrava-se dos esquecidos: “E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o
conduziu para Antioquia” (v.25). Creio que ele nunca se conformou com o fato de Saulo está lá em Tarso
abandonado. Certamente ele se lembrou da situação de Saulo e decidiu buscá-lo para que pudesse estar no meio da
nova congregação. Eu penso que ele não tinha o endereço de Saulo, mas estava disposto a procurá-lo em todos os
lugares de Tarso.
Eu o imagino nas ruas de Tarso perguntando a um e outro: “vocês conhecem um homem, um fazedor de
tendas, o nome dele é Saulo? Ah sim, um solterão? Sim, um solterão. Ah, ele mora em tal bairro, tal rua.
Então ele chega ao local que o indicaram e finalmente encontra Saulo. A Bíblia não diz, mas imagino que
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Saulo estava dentro do seu quarto chorando diante de Deus, e dizendo: “Deus eu tenho tanto certeza que aquela
visão foi do Senhor. Que o Senhor me chamou. O Senhor disse naquela visão, naquele dia, na estrada de
Damasco, que o Senhor tinha planos tão grandes para mim. Mas eu só causo problemas aonde vou. Sou rejeitado.
Será que aquela visão era do Senhor mesmo?
Posso imaginar que ele deve ter começado a duvidado um pouco. Mas, de repente ele ouve alguém bater na
porta. A mãe dele atende e ele ouve uma voz conhecida que diz assim: “está é a casa de Saulo?” Ela responde é sim!
“Ele está em casa? Posso falar com ele? Diga que é um amigo dele, Barnabé.”
Posso imaginar que naquela hora Saulo enxugou as lagrimas e se alegrou muito. Aquele homem que o havia
acolhido, que tinha sido um amigo de verdade estava ali em Tarso, tão longe de Jerusalém. Então Saulo abraça a
Barnabé que retribui dizendo: “meu irmão, te amo tanto”. Estava com tanta saudade de você. Saulo então pergunta:
“Barnabé o que você está fazendo aqui? E Barnabé responde: “Vou te falar a verdade. eu vim aqui só com uma
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razão. Eu vim aqui atrás de você. Eu acredito no chamado de Deus na sua vida. Eu acredito naquela visão que
você recebeu de Deus. Você vai ser um grande homem de Deus, Saulo. Você vai ser muito usado por Deus, mas do
que você possa imaginar. Eu vou trabalhar com você. Vou te ajudar porque eu acredito em você. Eu vejo a graça
de Deus em você.”
Quantos “Saulos” podem estar chorando neste exato momento em seus quartos? Eles têm o potencial de se
tornarem grandes apóstolos das nações, mas precisam daqueles que acreditem neles.
Não olhe para a circunstância que a pessoa se encontra, mas para o poder de Deus. Jesus não olhou para nossa
situação presente de homens pecadores, defeituosos. Ele olhou para o futuro, crendo no poder de Deus que transforma.
Precisamos ver o mundo com a ótica de Jesus para avançarmos no Reino de Deus. Caso contrário, seremos engolidos
por um sistema falido e sem esperança.
Barnabé acreditou nas pessoas quando os outros não acreditaram nelas. Foi assim com Saulo (Paulo), quando
o terrível perseguidor Saulo (mais conhecido como Paulo) se converteu a Cristo. Embora muitos cristãos duvidavam
da sua sinceridade e temiam este homem perigoso. Barnabé lhe deu seu voto de confiança e os apóstolos em Jerusalém
aceitaram sua recomendação (At.9.26-30). Foi um passo importante na carreira deste novo apóstolo. Paulo, depois,
pregou a muitas pessoas em diversas nações e escreveu 13 dos 27 livros do Novo Testamento!
E também depois com João Marcos que acompanhou estes pregadores na primeira parte da viagem, mas
desistiu quando chegaram a um trecho especialmente difícil. Paulo perdeu a confiança em João Marcos, mas Barnabé
lhe deu uma segunda chance (At.15.37-39). Sem dúvida, esta paciência de Barnabé contribuiu ao crescimento de João
Marcos, que mais tarde escreveu um dos relatos da vida de Jesus (o Evangelho segundo Marcos) e até se tornou útil
para Paulo (2Tm.4.11).

Ser Abnegado.
O apostolo Paulo era um candidato potencial para o desvio. A amizade de Barnabé foi fundamental. Billy
Graham, um dos maiores evangelistas de todos os tempos, que em seus cultos ganhou milhares e milhares de pessoas
para Jesus, disse que o esforço de ganhar almas é dez por cento, enquanto o esforço de manter a pessoa nos caminhos
de Jesus representa 90 por cento do processo.
Talvez a melhor definição da vida de Barnabé seja, “Um ministério de investimentos na vida de outros".
Barnabé era liberal e abnegado em servir os outros, ele tinha uma propriedade muito valiosa, mas vendo a necessidade
dos demais a vendeu.
Barnabé era natural de Chipre e vendeu um campo. Muitos estudiosos acreditam que o campo que Barnabé vendeu era
em sua terra natal. Este fato é muito significativo, pois em Chipre a terra era e ainda é ate hoje muito cara. Esta ilha do
mediterrâneo é muito valorizada por duas razões:
Primeiro É uma terra muito fértil, tudo que se planta cresce. E segundo era também uma terra cheia de pedras
preciosas e minerais, o que a torna caríssima. Tudo indica que Barnabé tinha uma terra muito valiosa e ele no meio do
avivamento, vendo a necessidade dos demais, falou: sabe de uma coisa, eu vou abrir mão. Talvez sonhasse em
construir a casa dos sonhos naquela ilha. E não estaria errado se construísse tal casa. Ma, Barnabé foi muito mais
liberal abnegado para servir os irmãos.
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Da mesma forma que ele, nós temos que ser abnegados e muitas vezes, abrir mão daquilo que parece nosso
direito: nosso tempo de folga, nossos bens materiais, e outras coisas para servirmos os outros.
Para sermos como Barnabé, nós temos que ser abnegados. Para você ser como Barnabé, precisa receber outro
nome junto com o seu nome – NEGADO. Jesus disse que para sermos seus discípulos, é imprescindível negarmos a
nós mesmos. E essa é uma decisão constante, no sentido de estarmos sempre prontos para abrir dos nossos bens, do
nosso tempo, de nosso conforto para servir uns aos outros. Às vezes, precisamos abrir mão do nosso tempo de folga
para ir atrás daquela pessoa que está chorando, necessitada. No Brasil existem 30 a 40 milhões de pessoas nesse
momento esperando por um “Barnabé”. (At.4.36-37)
Barnabé vendeu o terreno que possuía e entregou para os discípulos. Ele era obrigado a fazer aquilo? Não. Isso
significa ao desapego aos valores financeiros. Ele foi um exemplo de abnegação. O que falta hoje na igreja é o
exemplo. Não o que eu falo, mas sim as minhas atitudes. Se eu quero que a igreja faça alguma coisa eu tenho que
fazer.

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O pastor precisa ser exemplo. Mas, os membros da igreja precisam também ser exemplo uns para os outros.
Nós exigimos que os outros sejam exemplos, mas temos que ser.
A abnegação demonstra uma atitude positiva em relação ao próximo. Você tem direito a tudo o que
conquistou. De usufruir tudo isso. No caso de Barnabé, o amor a Deus foi tão grande que ele abriu mão de coisas dele,
como a casa, o tempo e o dinheiro.
Você pode pensar: Eu trabalho demais e tenho direito ao meu sábado de descanso, mas se você ama ao Senhor
você tem que ser abnegado. Eu preciso negar a mim mesmo. Eu preciso fazer diferença.

Ter Intimidade Com Deus.


Preste atenção no texto, ele sita a origem de Barnabé. Ele era levita. Precisamos acima de tudo sermos
adoradores. Se quisermos ser bons Barnabés precisamos ser íntimos de Deus. É o vertical que gera o horizontal. O
segredo irmãos para cuidarmos bem das almas que o Senhor tem nos dado não é a estrutura ou métodos que usamos,
mas sim a vida de Deus fruindo de dentro de nós. Quando somos cheios da vida de Cristo, tão cheios da presença do
Espírito Santo não termos dificuldade de amar e cuidar daquilo que Deus mais ama, pessoas.
Se nós não decidirmos ter vida de oração e de comunhão com Deus, não conquistaremos muita coisa e podemos até
perder o que temos.
Os discipuladores devem ser homens e mulheres de oração; sendo assim, é óbvio que eles conduzirão os novos
convertidos a praticarem a oração freqüente. Devemos entender como a oração move a mão de Deus, desata Seu poder
e nos dá a unção e a autoridade necessárias para vermos os resultados do que pedimos. Com oração tudo é possível;
sem oração não se tem muito êxito.
O capítulo nove de Daniel nos dá um exemplo do que representa a oração na vida do homem e até mesmo na
vida de uma nação que, mesmo debaixo de um pecado, clama e intercede ao Senhor pela Sua misericórdia, mediante
uma aliança dos que guardam os Seus mandamentos. “Inclina, ó Deus meu, os ouvidos e ouve; abre os lhos e olha
para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas
perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias” (Dn 9.18).
Seremos bem sucedidos no processo de consolidação se desenvolvermos, através da santificação e da oração,
uma vida espiritual plena que nos deixe em sintonia com Deus, sensíveis à voz do Espírito de Deus. “Com toda a
oração e súplica, orando em todo tempo no espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica,
por todos os santos” (Ef 6.18). Esse texto nos incentiva a orar pelos irmãos, no espírito, o que nos dá base para
cobrirmos a vida do outro com mais responsabilidade. Em Judas 20,21 temos um outro exemplo de edificação e
sucesso espiritual pela vida de oração. “Mas vós, amados, edificando-vos sobre a vossa santíssima fé, orando no
Espírito Santo, conservai-vos no amor de Deus” (Jd 20,21). O grito do peito de um discípulo, relacionado com a
oração, foi: “Senhor, ensina-nos a orar...” (Lc 11.1). Jesus só obteve sucesso no Seu ministério por causa da santidade,
obediência e oração (Mt 6.7-13; Mt 14.23; Mt 26.36, 44; Mc 36.46; Lc 3.21; Hb 5.8; Rm 5.19; Rm 1.4; Jo 17.19).

Amar sempre.
O amor é a suprema motivação para cuidar de um novo convertido. Pois, existem alguns bebês que são
chorões, resmungões e somente em amor alguém conseguirá cuidar deles. Você cuidará dele primeiro por amor ao
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Senhor e, em segundo lugar, por amor ao novo convertido.


Mas não se preocupe se você vai amar ou não aquele irmão, pois aquele que é nascido de Deus ama, porque
Deus é amor. Então a amor de Deus foi derramado em seu coração. Sendo assim, deixe fluir esse amor através de você
para o seu discípulo, seja um canal de amor a ele, colocando-o em primeiro lugar. Incentive-o a provar desse amor,
desse relacionamento, sendo generoso e cuidadoso com ele. Será através de você, em primeiro lugar, que ele vai
experimentar do amor e cuidado do Pai, através de nós, a igreja.

Você precisa amar o seu discípulo incondicionalmente. Deus ama porque o amor é a essência do seu ser.
Independente de nossas respostas ele nos ama. Então, se o amor do Pai está em você não dependa da atitude do seu
discípulo para aprender amá-lo.
Ninguém pode consolidar com êxito se não decidiu amar o discípulo que Deus lhe deu.

Pimenta Bueno__________________________________________________________________________________
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Como um discipulador você deve amar com longo-ânimo, não tratando mal, sem soberba, com paciência e
perseverança, crendo no projeto de Deus para aquela pessoa, suportando perseguições e sofrimentos, buscando
também o interesse do outro, não se irritando e não desistindo da pessoa consolidada.
É assim que Deus age conosco para conquistar nosso coração (1 Co.13). Jesus também agiu assim conosco:
Ele amou, esperou, sofreu, foi tentado a desistir do homem, mas deu a sua vida para consolidar os milhares que viriam.

Ponto de Final.

Barnabé foi exemplo de amor, cuidado e integração dos que não eram bem aceitos. (At.9.26-28) dos que eram
“de fora”. (At.11.19-24). E dos que estavam afastados e eram problemáticos. (At. 11.25-26)
Barnabé se aproximou de Saulo, mesmo sabendo de seu passado de perseguição aos cristãos, será que
conseguimos ter a mesma abertura para as pessoas que acabaram de nascer de novo? (não podemos esquecer que
ninguém nasce adulto, o espírito nasceu de novo, mas a alma está sendo tratada).

O discípulo que é como Barnabé sabe ver a graça de Deus na vida das pessoas. Barnabé soube enxergar a
graça de Deus na vida dos novos convertidos em Antioquia. Pessoas precisam de Deus. Pessoas precisam de pessoas.
Muitos se sentem “peixes fora d’água”, entram, saem e ninguém percebe, até têm uma experiência com Deus,
mas sentem-se isolados. Bem mais aventurado é dar do que receber, ou seja, precisamos dar carinho e amor a estas
pessoas, pois muitas vezes elas ficam desconectadas, afinal o que acontece com um peixe fora d‘água? Ele
simplesmente morre.

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Pimenta Bueno__________________________________________________________________________________
02/02/2014

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