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A visão de um estudante de química sobre os

percalços da educação contemporânea.

A escola como ambiente majoritário para o ensino-aprendizado


tradicional, sofreu ao longo do tempo muitos ajustes para atender a uma
sociedade cada vez mais plural, individualista, capitalista, imediatista, entre
muitos outros “istas” que fazem o professor pensar muito sobre como será o
futuro escolar. A respeito dessa imensa lista faz-se necessário um
remodelamento do modelo escolar. Algo que permeie desde a docência, revisão
de currículos escolares, até a relação de aprendizado dos alunos.

Nos textos discutidos em sala de aula, os autores trouxeram


características da educação em suas realidades (Brasil e Espanha) e a proposta
era entender o “fracasso” da escola através de perspectivas e problemáticas
como: A relação entre professor e aluno, a relação entre o professor e o currículo,
e a relação do aluno com ambos: currículo e professor.

A partir dessas discussões, consegui analisar a vários pontos que eu


gostaria de destacar. Destes dar ênfase em três: o quão distante o aluno está do
objeto de estudo, a quantidade em detrimento da qualidade e a homogeneização
dos saberes desconsiderando interesses e conhecimentos prévios. É claro que
dentro de cada eixo, existem inúmeros aspectos a serem levados em
consideração e explorados.

O distanciamento entre a disciplina, a realidade do aluno e a aplicabilidade


do conteúdo, causa nos alunos descontentamento e desinteresse. Um exemplo
disso é o ensino de química e das outras áreas das ciências da natureza. Muitas
vezes o conteúdo e a forma de explorar o mesmo é muito desconexa da
realidade e o nível de abstração muito alto, fazendo com que o aluno desista ou
desanime por conta de não entender nem por que está aprendendo sobre o tema
proposto.

Existe aí um algo a ser resolvido por parte do currículo e o professor. O


professor deve pressupor que o aluno já tem conhecimentos prévios,
observações e diferentes visões de mundo, e as desconstruções necessárias à
aprendizagem devem ser feitas de forma com que o aluno entenda e enxergue
de alguma forma a lógica e importância sobre aquele conteúdo. E então o
problema do currículo, muitos dos assuntos listados ali, tem pouca aplicabilidade
ou nenhuma para a vida do aluno. Um currículo mais diversificado que permite
ao aluno certo grau de liberdade de escolha pode melhorar o ensino-
aprendizagem.

Em uma das disciplinas que estou cursando esse semestre, ensino de


química, ascendeu-se uma discussão sobre a necessidade de se estudar o
conteúdo “Isóbaros” em sala de aula. Entre controvérsias, chegamos a
conclusão que o aluno não precisa decorar esse conceito que possivelmente não
lhe servirá de nada para a construção desse saber (química), enquanto outros
conteúdos por exemplo não estão no conteúdo programático e são de essencial
importância para a vivência em sociedade, como por exemplo o uso de
fármacos, como funcionam, sua importância, indústria farmacêutica.

O currículo é a base central da minha discussão. Quando se coloca ao


professor uma meta a se cumprir: 90 conteúdos por ano – exemplo. O professor
corre pra “vencer” o conteúdo sem levar em consideração o tempo que o aluno
precisa para entender e assimilar aquele conhecimento, as atividades em sala
de aula para que o aluno sinta interesse e o tempo de preparo que o professor
precisa para ensinar os assuntos de maneira clara. Quando existe essa corrida,
dificilmente o aluno se sente motivado a continuar o esforço e a abstração se
dentre os noventa, ele deixou de entender alguns dos assuntos lá pelo número
15. Deixando de lado qualidade para abrir caminho a quantidade.

Será que estamos estudando o que precisamos? Ou estamos estudando


para seguir uma tendência que nos foi imposta há muito tempo e a comodidade
está impedindo de mudar. É possível mudar?

Por conseguinte, não podemos fazer uma homogeneização das pessoas.


Elas são diferentes e a singularidade de cada uma traz uma riqueza que a
sociedade precisa para sua própria sustentação. Mas será que a escola atual
está preparada para esse contexto heterogêneo? Visando um bem comum
temos amplamente pregado a “escola para todos” de forma a tentar deixar o
cenário homogêneo, para que todos possam ter acesso as mesmas
informações, conteúdos e oportunidades. E existe uma charge que eu gosto
muito, vou coloca-la abaixo. Essa charge mostra que para que todos tenham
oportunidades iguais é necessário diversificação de métodos, no nosso caso: de
ensino-aprendizagem.

Esse módulo 1, me fez questionar muitas coisas dentro de mim, sobre


qual tipo de professor eu quero ser. Me trouxe excelentes reflexões. Suas aulas
tem sido de muito valia para meu aprendizado!

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