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2015

Cálculo IV
Equações Diferenciais
Material de apoio pedagógico elaborado para a disciplina de Cálculo IV, dos
cursos de Engenharia Civil, Eletrônica e Química do Centro Universitário Padre
Anchieta.

Prof. Ms. Tetsuo Araki

Unianchieta
2

= Sumário =
1. Equações Diferenciais.................................................................................................................. 4

Introdução..................................................................................................................................... 4

Definição....................................................................................................................................... 4

Ordem e Grau................................................................................................................................. 5

Forma Normal e Forma Diferencial............................................................................................... 6

Solução Particular e Solução Geral............................................................................................... 7

Exercícios...................................................................................................................................... 8

2. Diferenciação Implícita ................................................................................................................ 9

Exercícios....................................................................................................................................... 9

3. Equações Separáveis......................................................................................................................10

Exercícios.......................................................................................................................................12

Problemas de Valor Inicial. Problemas de Valores no Contorno................................................. 12

Exercícios..................................................................................................................................... 14

4. Equações de 1ª Ordem Lineares................................................................................................... 15

Um fator Integrante.............................................................................................. ........................ 15

Método de Resolução.................................................................................................................... 15

Problemas Resolvidos................................................................................................................... 16

Teorema........................................................................................................................................ 18

Exercícios..................................................................................................................................... 18

5. Equações Diferenciais Lineares de 2ª Ordem com Coeficientes Constantes............................... 18

A Equação Característica.............................................................................................................. 18

Exercícios...................................................................................................................................... 21

6. Equações Diferencias Lineares de Segunda Ordem Não-Homogêneas....................................... 21

Teorema........................................................................................................................................ 21

Método da Variação dos Parâmetros............................................................................................ 22

Exercícios..................................................................................................................................... 23

Método dos Coeficientes Indeterminados.................................................................................... 23

Teorema sobre Soluções Particulares........................................................................................... 24

Exercícios..................................................................................................................................... 25
3

Equações Diferenciais Básicas e Soluções: Um Resumo............................................................. 25

7. Modelos Matemáticos .................................................................................................................. 27

Circuitos em Série RLC ............................................................................................................... 28

Exercícios ..................................................................................................................................... 30

Respostas dos Exercícios .................................................................................................................... 31

Referências Bibliográficas .................................................................................................................. 32


4

1. Equações Diferenciais
Introdução
As palavras diferencial e equação certamente sugerem a solução de algum tipo

de equação que contenha derivadas.

dy
A derivada de uma função y = f(x) é por si própria uma outra função f ’(x)
dx
2
determinada por uma regra apropriada. Por exemplo, a função y= e x é diferenciável,

dy
 2 xe x . Se substituirmos e x pelo símbolo y, temos:
2 2
sendo sua derivada dada por
dx

dy
=2xy.
dx

Imagine agora, que um amigo seu simplesmente passasse a você a equação diferencial

dy
=2xy e que você não tenha ideia de como ela foi construída. Seu amigo pergunta:
dx

Qual é a função representada pelo símbolo y? Você está agora diante de um dos

problemas básicos de um estudo de equações diferenciais: como resolver tal equação

para a incógnita y = f(x)?

O problema é, de certa forma, equivalente ao problema inverso do cálculo diferencial:

dada uma derivada, determine a anti-derivada.

Definição

Uma equação que contenha as derivadas de uma ou mais variáveis dependentes,

em relação a uma ou mais variáveis independentes, é dita ser equação diferencial(ED),

ou seja, envolve uma função incógnita e suas derivadas.


5

As seguintes equações são exemplos de equações diferenciais envolvendo a função

incógnita y.

2
dy d 2 y  dy  d3y d2y
 5x  3 (a) ey
 2   1 (b) 4.  sen( x).  5xy  0 (c)
dx dx2  dx  dx3 dx2

3
 d2y  2 y 2 y
7 2
 2   3 y   y 3    5x (d)
dy dy
 4 2  0 (e)
 dx   dx   dx  t 2 x

Uma equação diferencial é chamada ordinária(E.D.O.) se a função incógnita depende

de apenas uma variável independente. Se a função incógnita depende de mais de uma

variável independente, temos uma equação diferencial parcial (E.D.P.), ou equação de

derivadas parciais.

As equações (a) e (d) são exemplos de E.D.O., pois a função incógnita y depende

unicamente da variável x. A equação (e) é uma E.D.P., pois y depende das duas

variáveis independentes t e x.

Ordem e grau

A ordem de uma equação diferencial é a ordem da mais alta derivada que nela

comparece.

A equação (a) é uma E.D.O. de primeira ordem; (b), (d) e (e) são de segunda ordem.

(Note-se que, em (d), a ordem da mais alta derivada que aparece é dois). A equação (c)

é uma E.D.O. de terceira ordem.


6

O grau de uma equação diferencial, que pode ser escrita como um polinômio na função

incógnita e suas derivadas, é a potência que se acha elevada a derivada de ordem mais

alta.

A equação (d) é uma E.D.O. de grau três, pois a derivada mais alta(a segunda, no caso)

se acha elevada à potência três. As equações (a) e (e) são exemplos de equações

diferenciais de primeiro grau.

Nem toda equação diferencial pode ser classificada segundo o grau. Por exemplo, a

equação (b) não possui grau, pois não pode ser escrita sob forma de um polinômio na

função incógnita e suas derivadas, em razão da presença do termo ey.

Forma Normal e Forma Diferencial

A forma normal de uma equação diferencial de primeira ordem é y’ = f(x, y) e

a forma diferencial é M(x, y)dx + N(x, y)dy = 0

Por exemplo, a equação y’ = y + senx está na forma normal, onde f(x, y) = y + senx, e a

equação (x2 – 5y)dx + (3x + y2)dy = 0 se encontra na forma diferencial.

Obs.: A equação ex y’ = -e2xy + senx não está na forma normal, podendo, contudo, ser

posta sob a referida forma, resolvendo-se algebricamente em relação a y’. Assim,

y’ = -exy + e-x senx


7

Solução Particular e Solução Geral

Uma solução particular de uma equação diferencial é qualquer solução da mesma. A

solução geral da equação diferencial é o conjunto de todas as suas soluções.

dy
Por exemplo, y  x 2  1 é uma solução particular da equação diferencial  2 x , pois
dx

dy
se derivarmos a função y  x 2  1 , obteremos y’ = = 2x.
dx

Observe que y  x 2  2 , y  x 2  3 e y  x 2  1 também são soluções da equação

diferencial. Desta forma, a solução geral é dada por y  x 2  c , onde c é uma constante

arbitrária. Em outras palavras, y  x 2  c representa uma família de funções onde cada

função y = f(x) é uma solução particular da equação diferencial y’ – 2x = 0. Neste caso,

a solução é uma família de parábolas, algumas das quais estão traçadas a seguir.

y  x2  2 c  2

y  x2  1 c  1

y  x2 c  0
y  x 2 1 c  1
8

Exercícios

1) Verificar que cada uma das funções dadas y = f(x) é uma solução da equação

diferencial dada.

a) Resolvido

d 2 y dy
x   5  0 , y = x2 + 5x
dx2 dx

Note que a equação dada pode ser escrita como xy’’- y’ + 5 = 0.

Calculando as derivadas, temos: y’ = 2x + 5 e y’’ = 2

Verificação:

Substituindo as funções(derivadas) na equação diferencial, temos a sentença

x(2) – (2x + 5) + 5 = 0, que é verdadeira.

Logo, y = x2 + 5x é solução da equação diferencial dada.

dy
b) y’’+2y’+y = 0, y = 2e-x + xe-x c) x  2 y  4x , y = x2- 4x
dx

d2y dy
d)  y  0 , y = 2senx + 3cosx e)  y  2 cos x  0 , y = senx + cosx – e-x
dx2 dx

d2y
f)  16 y  0 , y = C1sen4x + C2cos4x
dx2
9

2. Diferenciação Implícita

As soluções dos exemplos anteriores expressam y explicitamente em termos de x.

Utilizamos a diferenciação implícita para casos em que as soluções das equações

diferenciais expressam-se implicitamente.

x4 y 2
Por exemplo, vamos verificar que   c  0 é uma solução implícita de
4 2

dy
x y  0.
3

dx
x4 y 2
 c  0
4 2

4 x3 2 y. y'
 00
4 2

x3  y. y'  0 (c.q.d)

Exercícios

2) Em cada caso, mostre que a função dada é uma solução implícita da equação

diferencial dada:

a) x 2 y 3  x3  c 3x2 y 2 y'3x2  2xy3  0

1 1 dy
b) 1 1
  c 0 2
 2 . 0
x y x y dx

c) x 4 y  x3  y 4  c x 4

 4 y 3 y'4x3 y  3x 2  0

d) x  xy3  y 2 x2  y5  c 3xy 2

 2x 2 y  5 y 4 y'2xy 2  y3  1  0
10

3. Equações Separáveis

Seja uma equação diferencial na forma diferencial M(x, y)dx + N(x, y)dy = 0. Se

M(x, y) = A(x) (função somente de x) e N(x, y) = B(y) (função somente de y), temos

A( x)dx  B( y)dy  0 , que é uma equação diferencial de 1ª ordem separável(ou de

variáveis separáveis) e sua solução é  A(x)dx   B( y)dy  c , onde c é uma constante


arbitrária.

Exemplo: A equação diferencial (x2 + 5x)dx + (2y – 4)dy = 0 é separável.

dy
Nota: Há casos em que na equação diferencial de primeira ordem  f ( x, y) , f não
dx

depende da variável y, isto é, f(x, y) = g(x). Nesses casos, a equação diferencial

dy dy
 g (x) pode ser resolvida por integração. Por exemplo, se  1 e2 x , então
dx dx

temos:

e2 x
dy  (1  e )dx   dy   (1  e )dx  y  x 
2x 2x
 c , que é a solução geral.
2

dy
Uma equação diferencial de primeira ordem da forma  g ( x).h( y) também é
dx

separável e tem solução também através de integração, pois

dy 1
 g ( x).dx  g ( x)dx  dy  0 , que se encontra na forma
h( y) h( y)

A( x)dx  B( y)dy  0 .
11

Como exemplos, vamos resolver as equações:

a) dx  e3x dy  0

e3x dy  dx

dy 1
  3x
dx e

dy  e3x dx

 dy    e3x dx

e3 x
y c
3

b) (2x  1)dx  5dy  0

5dy  (2x  1)dx

 5 dy   (2x  1)dx

5 y  x2  x  c

x2  x  c
y .
5
12

Exercícios

3) Encontre a solução geral da EDO de 1ª ordem.

dy
a)  x3  3x  1
dx

dy
b)  x 6  cos x  e7 x
dx

dy
c)  x 2  2x  1
dx

d) y'  y 2 x3

dy
e) x3  y 0
dx

f) cosx = 2ey.y’

Problemas de Valor Inicial. Problemas de Valores no Contorno

Um problema de valor inicial consiste em uma equação diferencial, juntamente com

condições subsidiárias relativas à função incógnita e suas derivadas, tudo dado para um

mesmo valor da variável independente. Se as condições subsidiárias são condições

iniciais e se referem a mais de um valor da variável independente, então é um problema

de valores de contorno.

Exemplo:
13

O problema y’’ + 2y’ = ex, y(π) = 1, y’(π) = 2 é um problema de valor inicial, pois as

duas condições subsidiárias são ambas no ponto x = π. O problema y’’ + 2y’ = ex ,

y(0) = 1 e y(1) = 1, é um problema de valores no contorno, pois as condições

subsidiárias são dadas em diferentes pontos x = 0 e x = 1.

Uma solução de um problema de valor inicial, ou de valores no contorno, é uma função

y(x) que satisfaz não só a equação diferencial dada, mas também todas as condições

subsidiárias.

Exemplos:

dy
a) Resolva a Equação Diferencial de primeira ordem  3x 2  4 x  1 , sujeita à
dx

condição inicial f(-1) = 3

dy  (3x 2  4x  1)dx

 dy   (3x2  4x  1)dx

y  x3  2x 2  x  c (Solução Geral)

3  (1)3  2(1)2  (1)  c

3  1  2  1  c

c7

Logo, y  x3  2x 2  x  7 (Solução Particular ou Problema de Valor Inicial)


14

b) Resolva f " ( x)  2  3x 2  4x sujeita às condições f ' (1)  4 e f (0)  1

f "( x)  3x2  4x  2
f ' ( x)  x3  2x2  2x  c1
1ª Condição: f ' (1)  4  4  (1)3  2.(1)2  2.(1)  c1  c1  5 e f ' ( x)  x3  2x 2  2x  5

f ' ( x)  x3  2x 2  2x  5

x 4 2 x3
f ( x)    x 2  5x  c2
4 3

04 2.03 x 4 2 x3
2ª Condição: f (0)  1  1    02  5.0  c2  c2  1 e f ( x)    x 2  5x  1
4 3 4 3

Exercícios

4) Em cada caso, encontre a solução do problema de valor inicial(PVI) da Equação

Diferencial Ordinária(EDO) de 1ª ordem.

dy
a)  x 2  2x  1, f(-1)  4 d) e x dx  ydy  0, f(0)  1
dx

dy dy
b)  ex  5x 2 , f(0)  3 e)  x 2 , f(0)  2
dx dx

dy dy
c)  senx  1, f(0)  3 f)  cos x, f(0)  2
dx dx
15

4. Equações Diferenciais de 1ª Ordem Lineares

Seja uma equação diferencial na forma y’ = -p(x)y + q(x), isto é, como o produto de

uma função x por y, mais outra função de x, então a equação diferencial é uma equação

linear. As equações diferenciais de primeira ordem lineares podem, sempre, expressar-

se na forma y’ + p(x)y = q(x).

A equação diferencial linear é chamada de homogênea, se q(x) = 0, ou seja,

y’ + p(x)y = 0, caso contrário, é chamada de não homogênea.

Um Fator Integrante

Dada uma equação diferencial de primeira ordem linear, um fator integrante é

I ( x, y)  e 
P ( x ) dx

Como exemplo, vamos determinar um fator integrante para a equação diferencial

y’ – 2xy = x.

Temos p(x) = -2x e I ( x, y)  e 


( 2 x ) dx
= e x
2

Método de Resolução

Se multiplicarmos y’ + p(x)y = q(x) pelo fator integrante I ( x, y)  e 


P ( x ) dx
, obtemos a

equação: y'.e   p( x).y.e   q( x).e 


P ( x ) dx P ( x ) dx P ( x ) dx
16

Observe que o membro esquerdo é a derivada de y e


P ( x ) dx
. Desta forma, podemos

d y.I ( x, y)
escrever o primeiro membro como , cuja integração direta dá a solução da
dx

equação diferencial linear.

Resumindo: Para resolver uma equação diferencial de primeira ordem linear:

1) Se necessário, escreva a equação na forma y’ + p(x)y = q(x)

2) Identifique p(x) e calcule um I(x, y)= e


P ( x ) dx
(fator integrante)

3) Multiplique a equação por I(x, y). O primeiro membro da equação resultante é

automaticamente a derivada do produto do fator integrante por y.

4) Calcule a integral de ambos os membros da equação e, assim, encontre y.

Obs.: Para encontrarmos um fator integrante, não consideramos a constante c na

integração.

Problemas Resolvidos

1) Resolva y’ – 3y = 6

Aqui, p(x) = -3

Cálculo de um fator integrante

I(x, y) = e  = e 3 x
3dx

Multiplicando a equação diferencial por I(x, y), obtemos:


17

y’. e 3 x - 3y. e 3 x = 6 e 3 x e

d ye3x 6e3 x
dx

Integrando ambos os membros em relação a x, temos:

ye  dx 
3 x

  6e
3 x
d dx
dx

ye3x  2e3x  c

 2e3 x c
y 3 x
 3 x
e e

y  ce3x  2

2) Resolva y’ – 2xy = x

Já vimos anteriormente, que p(x) = -2x e I ( x, y)  e x


2

Multiplicando a equação por I(x, y), obtemos:

y' e x  2xye x  xe x


2 2 2


d y.e x
2

 xex

2

dx

Integrando ambos os membros em relação a x, temos:

d ( ye x )
2

 dx dx   xe dx
 x2
18

1 2
yex   ex  c
2

1
y  ce x 
2

Teorema: A equação linear de primeira ordem y’ + p(x)y = q(x) pode ser transformada

em uma equação diferencial de variáveis separáveis multiplicando-se ambos os

membros pelo fator integrante e 


p ( x ) dx

Exercícios

5) Em cada caso, dada a equação diferencial linear, encontre o fator integrante,

classifique-a em homogênea ou não homogênea e encontre a solução geral.

dy
a)  3y  6 b) y'2 y  e x
dx

dy dy
c) y'5 y  0 d)  y 1 e) yx
dx dx

5. Equações Diferenciais Lineares de Segunda Ordem com Coeficientes Constantes

A equação característica

A equação diferencial y’’ + by’ + cy = 0 (I) em que b e c são constantes, corresponde a

equação algébrica m2 + bm + c = 0 (II), obtida da equação (I) mediante substituição de

y’’, y’ e y por m2, m1 e m0 = 1, respectivamente. A equação (II) é chamada equação

característica de (I).
19

Por exemplo, a equação característica de y’’ – 2y’ + y = 0 é m2 – 2m + 1 = 0, cujas

raízes são m1 e m2.

A solução da equação (I) se obtém diretamente a partir das raízes(m1 e m2) de sua

equação característica. Há três casos a considerar:

a) m1 e m2 são ambas reais e distintas (∆ > 0)

A solução geral é y  c1em1x  c2em2 x

Exemplo: Resolva a equação diferencial y’’ + 6y’ + 8y = 0

Equação auxiliar(Característica): m2 + 6m + 8 = 0

∆ = 62-4.1.8 = 4
62
m1   2
2
62
m 
2
62
m2   4
2

Solução Geral: y  c1e2 x  c2e4 x

Verificação: y '  2c1e2 x  4c2e4 x e y' '  4c1e2 x  16c2e4 x

y’’ + 6y’ + 8y = 0

4c1e2 x  16c2e4 x  6(2c1e2 x  4c2e4 x )  8(c1 e2 x  c2e4 x )  0

4c1e2 x  16c2e4 x  12c1e2 x  24c2e4 x  8c1 e2 x  8c2e4 x  0  0  0


20

b) m1 = m2, ou seja, são ambas reais e iguais (∆ = 0)

A solução geral é y  c1em1x  c2 xem2x

Exemplo: Resolva a equação diferencial y’’ – 4y’ + 4y = 0

Equação auxiliar(Característica): m2 – 4m + 4 = 0

∆ = 42-4.1.4 = 0

4
m1  m2  2
2

Solução Geral: y  c1e2 x  c2 xe2 x

Verificação: y '  2c1e2 x  c2e2 x  2c2 xe2 x e y' '  4c1e2 x  2c2e2 x  2c2e2 x  4c2 xe2 x

y’’ – 4y’ + 4y = 0

4c1e2 x  2c2e2 x  2c2e2 x  4c2 xe2 x  4(2c1e2 x  c2e2 x  2c2 xe2 x )  4( c1e2 x  c2 xe2 x )=0

4c1e2 x  2c2e2 x  2c2e2 x  4c2 xe2 x  8c1e2 x  4c2e2 x  8c2 xe2 x  4c1e2 x  4c2 xe2 x  0  0  0

c) m1 e m2 são números complexos conjugados(∆ < 0)

A solução geral é y  esx c1 cos(tx)  c2 sen(tx) , onde m1= s + ti e m2= s – ti

Exemplo: Resolva a equação diferencial y’’ + 4y’ + 7y = 0

Equação auxiliar(Característica): m2 + 4m + 7 = 0

∆ = 42-4.1.7 = -12
21

   12  2i 3

m1  2  i 3
 4  2i 3
m 
2
m2  2  i 3

Solução Geral: Observe que s = -2 e t = 3


y  e2 x c1 cos 3x  c2 sen 3x 
Exercícios

6) Resolva as equações diferenciais a seguir:

a) y’’ – 2y’ + 5y = 0

b) y’’ + 4y = 0

d2y dy
c) 4 2
4  y 0
dx dx

d) y’’ – y’ – 2y = 0

e) y’’ – 7y’ = 0

f) y’’ + 3y’ – 4y = 0

6. Equações Diferenciais Lineares de Segunda Ordem Não-Homogêneas

É toda equação do tipo y’’+by’+cy = k(x), onde b e c são constantes e k é uma função

contínua.

Teorema: Seja y”+ by’+ cy = k(x) e yp uma solução particular. Se yc é a solução geral

da equação complementar y”+ by’+ cy = 0, então a solução geral de y”+by’+cy = k(x)

é y = yc + yp
22

Método da Variação dos Parâmetros

Se y = c1y1 + c2y2 é solução geral da equação complementar de y’’+ by’ + cy = k(x),

então uma solução particular é yp = uy1 + vy2 ,

u' y1  v' y2  0
onde u = g(x) e v = h(x) satisfaçam o sistema de equações 
u' y1  v' y2  k ( x)
' '

Exemplo: Resolva a equação diferencial y” – 9y = e3x pelo método da variação dos

parâmetros.

Equação complementar: y” – 9y = 0 (homogênea)

m2 – 9 = 0  m2 = 9  m1 = 3 e m2 = -3. Então, yc =c1e3x + c2e-3x é a solução geral da

equação complementar y” – 9y = 0.

Agora, vamos procurar uma solução particular da equação diferencial que tenha a forma

yp = uy1 + vy2 , onde y1=e3x e y2 = e-3x

u' y1  v' y2  0 u' e3 x  v' e 3 x  0  v'  u' e6 x


 ' 
u' y1  v' y2  k ( x)
' 3u' e3 x  3v' e 3 x  e3 x

1 1
3u' e3x  3(u' e6 x )e3x  e3x  3u' e3 x  3u' e3 x  e3 x  6u' e3 x  e3x  u'   v'   .e6 x
6 6

1 1 1 1 1 1
Então: u   u' dx   dx  x , v   v' dx    e6 x dx   e6 x e y p  xe3 x  e3 x
6 6 6 36 6 36

Do teorema da página 21, temos que y = yc + yp.

1 3x 1 3x
Logo, y  xe  e  c1e3 x  c2e3 x
6 36
23

Exercícios

7) Em cada caso, resolva a equação diferencial pelo método da variação dos parâmetros.

a) y” + 3y’ = e-3x b) y” – 4y’ + 4y = x-2e2x

c) y” – 6y’ + 9y = x2e3x d) y” – y’ – 6y =10

Método dos Coeficientes Indeterminados

A obtenção de uma solução de uma equação diferencial não-homogênea envolve duas

etapas básicas. Primeiro, obtemos uma solução chamada a solução

complementar(simbolizada por yc). A solução complementar yc será a solução da

equação homogênea obtida substituindo k(x) por 0, isto é, y’’+by’+cy = 0. Isso foi

mostrado no capítulo 5.

Em seguida, obtemos uma solução particular(simbolizada por yp), com base nos

teoremas seguintes:
24

Teoremas sobre soluções particulares

(I) Se y” + by’ + cy = enx e n não é raiz da equação auxiliar m2 + bm + c = 0, então

existe uma solução particular da forma yp = A.enx

(II) Se y” + by’ + cy = xenx e n não é raiz da equação auxiliar m2 + bm + c = 0, então

existe uma solução particular da forma yp = (A+Bx).enx

(III) Se y” + by’ + cy = esx.sen(tx) ou y” + by’ + cy = esx.cos(tx) e o número

complexo z = s ± ti não é solução da equação auxiliar m2 + bm + c = 0, então existe uma

solução particular da forma yp = Aesxcos(tx) + Besxsen(tx)

(IV) Seja y”+by’+cy = k(x). Se yp é uma solução particular de e se yc é a solução

complementar da equação complementar y”+by’+cy = 0, então a solução geral de

y”+ by’+ cy = k(x) é y = yc + yp

Exemplo: Vamos resolver a equação diferencial y” + 2y’ – 8y = e3x

Equação complementar: m2 + 2m – 8 = 0, onde m1 = 2 e m2 = -4

Então, yc = c1e2x + c2e-4x

Como n ≠ m1 e n ≠ m2, temos que yp = Aenx

y p  Ae3x

y 'p  3Ae3x
y"p  9 Ae3x
1 1
Substituindo na equação diferencial: 9 Ae  6 Ae  8 Ae  e  A  e y p  e3 x
3x 3x 3x 3x

7 7
1
y  yc  y p  y  e3x  c1e2 x  c2e4 x
7
25

Exercícios

8) Resolva as equações diferenciais pelo método dos coeficientes indeterminados.

a) y” – 3y’ -18y = xe4x

b) y” – 2y’ - 3y = ex

c) y” + y’ = senx

d) y” – y’ – 2y = 4x

e) y” – 3y’ – 4y = 6ex

Equações Diferenciais Básicas e Soluções: Um Resumo

 Equação Linear Homogênea de 2ª Ordem

d2y dy
2
 a  by  0 a, b são constantes reais
dx dx
Solução:

Sejam: m1, m2 as raízes de m2 + am +b = 0. Então, existem 3 casos:

Caso 1: m1 e m2 são reais e distintas.

y  c1em1x  c2em2 x

Caso 2: m1 e m2 são reais e iguais.

y  c1em1x  c2 xem1x

Caso 3: m1 = p + qi, m2 = p – qi

a2
y  e px c1 cos(qx)  c2 sen(qx) , onde p   , q  b 
a
2 4
26

 Equação Linear Não Homogênea de 2ª Ordem

d2y dy
2
 a  by  R( x) a, b são constantes reais
dx dx
Solução:

Existem 3 casos correspondendo àqueles anteriores.

em1x em2 x
 
m1x
Caso 1: y  c1em1x  c2em2 x   e R( x)dx
m2 x
e R( x) dx
m1  m2 m2  m1

Caso 2: y  c1em1x  c2 xem1x  xem1x  em1x R( x)dx  em1x  xem1x R( x)dx

e px senqx  px e px cos qx  px
Caso 3: y  e (c1 cos qx  c2 senqx)     e R( x)senqxdx
px
e R( x) cos qxdx
q q

Como exemplo, vamos resolver a equação diferencial de 2ª ordem não homogênea

y” – 3y’ – 4y = 6ex, onde m1 = 4 e m2 = -1, que se enquadra no Caso 1.

e4 x e x
 
x 4 x
Então, y  c1e  c2e 
4x
e 6e dx 
x
e( 1) x 6e x dx 
4  (1) 1  4
6e4 x 3 x 6e x 2 x
5  5 
c1e4 x  c2e x  e dx  e dx 

2e x 3e x
c1e4 x  c2e x    c1e4 x  c2e x  e x
5 5

Obs.: Este exercício foi proposto na página 23(exercício 8, item e), para se resolvido

pelo método dos coeficientes indeterminados.


27

7. Modelos Matemáticos

É frequentemente desejável descrever o comportamento de algum sistema ou

fenômeno da vida real em termos matemáticos, quer sejam eles físicos, sociológicos ou

mesmo econômicos. A descrição matemática de um sistema ou fenômeno, chamada de

modelo matemático, é construída levando-se em consideração determinadas metas. Por

exemplo, talvez queiramos compreender os mecanismos de um determinado

ecossistema por meio do estudo do crescimento de populações de animais nesse sistema

ou datar fósseis por meio da análise do decaimento radioativo de uma substância que

esteja no fóssil ou no estrato no qual foi descoberto.

A construção de um modelo matemático de um sistema começa com

(i) a identificação das variáveis responsáveis pela variação do sistema. Podemos a

princípio optar por não incorporar todas essas variáveis no modelo. Nessa etapa,

estamos especificando o nível de resolução do modelo.

(ii) elaboramos um conjunto de hipóteses razoáveis ou pressuposições sobre o sistema

que estamos tentando descrever. Essas hipóteses deverão incluir também quaisquer leis

empíricas aplicáveis ao sistema.

Como as hipóteses sobre um sistema envolvem frequentemente uma taxa de variação

de uma ou mais variáveis, a descrição matemática de todas essas hipóteses pode ser uma

ou mais equações envolvendo derivadas. Em outras palavras, o modelo matemático

pode ser uma equação diferencial ou um sistema de equações diferenciais.

Depois de formular um modelo matemático, que é uma equação diferencial ou um

sistema de equações diferenciais, estaremos de frente para um problema nada


28

insignificante de tentar resolvê-lo. Se pudermos resolvê-lo, julgaremos o modelo

razoável se suas soluções forem consistentes com dados experimentais ou fatos

conhecidos sobre o comportamento do sistema. Porém, se as predições obtidas pela

solução forem pobres, poderemos elevar o nível de resolução do modelo ou levantar

hipóteses alternativas sobre o mecanismo de mudança no sistema.

Circuito em Série RLC

Considere o circuito em série de malha simples mostrado na

figura ao lado, contendo um indutor, resistor e capacitor. A corrente no

circuito depois que a chave é fechada é denotada por i(t); a carga em

um capacitor no instante t é denotada por q(t). As letras L, C e R são

conhecidas como indutância, capacitância e resistência,

respectivamente, e em geral são constantes. Agora, de acordo com a

segunda lei de Kirchhoff, a voltagem aplicada E(t) em uma malha

fechada deve ser igual à soma das quedas de voltagem na malha. A

figura ao lado mostra os símbolos e as fórmulas para a respectiva

queda de voltagem em um indutor, um capacitor e um resistor. Uma

vez que a corrente i(t) está relacionada com carga q(t) no capacitor por

i = dq/dt, adicionando-se as três quedas de voltagem


indutor resistor capacitor
di d 2q dq 1
L L 2 iR  R e q
dt dt dt C
e equacionando-se a soma das voltagens aplicadas, obtém-se uma
d 2q dq 1
equação diferencial de segunda ordem L  R  q  E(t )
dt 2 dt C
29

Se E(t) = 0, as vibrações elétricas do circuito são consideradas livres. Como a equação

auxiliar da equação diferencial acima é Lm2 + Rm + 1/C = 0, haverá três formas de

solução com R ≠ 0, dependendo do valor do discriminante R2- 4L/C.

Dizemos que o circuito é:

superamortecido, se R2- 4L/C > 0

criticamente amortecido, se R2- 4L/C = 0 e

subamortecido, se R2- 4L/C < 0.

Importante!

 
Podemos escrever qualquer solução q(t )  et c1 cos  2  2 t  c2 sen  2  2 t na

 
forma alternativa q(t )  Aet sen  2  2 t   , onde A  c1  c2 e Ø foram
2 2

c1
determinados com base nas equações: sen 
c1
cos 
c2 tg 
A A c2

Você poderá encontrar maiores detalhes na obra de Dennis Zill, cuja referência se

encontra no final desta apostila.


30

Exercícios

9) Circuito em Série Subamortecido

Encontre a carga q(t) sobre o capacitor em um circuito em série RLC quando L = 0,25

henry (h), R = 10 ohms (Ω), C = 0,001 farad (f), E(t) = 0, q(0)= qo coulombs (C) e

i(0)= 0.

10) Ache a carga no capacitor em um circuito em série RLC em t = 0,01 s quando

L = 0,05 h, R = 2 Ω, C = 0,01 f, E(t) = 0 V, qo = 5 C e i(0) = 0 A. Determine a primeira

vez em que a carga sobre o capacitor é igual a zero.

11) Ache a carga no capacitor e a corrente no circuito RLC dado. Ache a carga máxima

no capacitor.

5 1
L  h , C  f, R = 10 Ω, E(t) = 300 V, q(0) = 0 C e i(0) = 0 A.
3 30
Obs.: utilize o método dos coeficientes indeterminados.
31

Respostas dos Exercícios

3)
4) 5)
4 2
x 3x
a) y    xc x3
19 a) y  2  c.e3 x
4 2 a) y   x2  x 
3 3 b) y  e  x  c.e2 x
x7 e 7 x
b) y   senx  c 5x 3
c) y  c.e5 x
7 7 b) y  e x  c
3
x3 d ) y  1  c.e  x
c) y   x 2  x  c c) y   cos x  x  4
3 e) y  x  1  c.e x
1
4 d ) y 2  2e x 
d)y   4 2
x  4c 3
x
y 2
x4 e) y   2
e)  c 3
2 4
f ) y  senx  2
 senx c 
f ) y  ln  
 2 2

6) 7) 8)
a) y  e x c1 cos 2 x  c2 sen2 x  e3 x xe3 x  5
a) y   
x
 e4 x  c1e6 x  c2e3 x
a) y  c1  c2e3 x  
b) y  c1 cos 2 x  c2 sen2 x 9 3  196 14 
x x b) y  c1e  c2 xe  e ln x  e2 x
2x 2x 2x
ex
c) y  c1e

2
 c2 xe

2 b) y  c1e3 x  c2e x 
 x4  4
d ) y  c1e  c2e
2x x c) y  e3 x  c1  c2 x   cos x senx
 12  c) y  c1  c2e x  
e) y  c1  c2e7 x 5 2 2
d ) y  c1e3 x  c2e2 x  x
d ) y  c1e  c2e  1  2 x
2x
f ) y  c1e4 x  c2e x 3
e) y  c1e4 x  c2e x  e x
 1 
9)q(t )  qoe20t  cos 60t  sen60t  ou, na forma alternativa,
 3 
10 20t
q(t )  qo e sen(60t  1.249)
3
10)4,568 C; 0,0509 s

11) q(t)  10  10e3t (cos3t  sen3t ); i(t )  60e3t sen3t; 10,432 C


32

Referências Bibliográficas

BRONSON, Richard. MODERNA INTRODUÇÃO ÀS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS.

São Paulo: Editora McGRAW-HILL do BRASIL. 1977.

DALE, Ewen; TOPPER, Michael A. CÁLCULO TÉCNICO. São Paulo. Hemus

Livraria e Editora Ltda. 1981.

LEIGHTON, Walter. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS. 2ª Edição. Rio de

Janeiro: Livros Técnicos e Científicos. 1978.

ZILL, Dennis G. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS COM APLICAÇÕES EM

MODELAGEM. São Paulo: Cengage Learning. 2011.

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