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0 que somos

no deserto

Esdras Digital
S i l a s M a l a f a i a

0 que somos
no deserto

CENTRAL
GOSPEL
G EREN CIA EDITORIAL
E DE PRO DUÇÃO Copyright 2013 por Editora Central Gospel
G ilm ar Vieira Chaves

Dados Internacionais de Catalogação


G ERÊNCIA DE MARKETING na Publicação (CIP)
M arcos Barboza
M a l a f a ia , S il a s / O que somos no deserto
Rio de Janeiro: 2013
CO O RDEN AÇÃO EDITORIAL
64 páginas
M ichelle Cândida Caetano

ISBN: 978-85-7689- 328-8


PESQUISA
1. Bíblia - Vida cristã I. Título II.
E ESTRUTURAÇÃO
M arcus Braga
As citações bíblicas utilizadas neste livro foram extraídas

REVISÃO da Versão Alm eida Revista e C orrigida (ARC), salvo

Débora Costa indicação específica, e visam incentivar a leitura das


Sagradas Escrituras.

REVISÃO FINAL
Paulo Pancote É proibida a reprodução total ou parcial do texto deste
livro por q u a is q u e r m eios (m e câ n ico s, e le trô n ico s,

CAPA xerográficos, fotográficos etc), a não ser em citações

Marceilo Antunes breves, com indicação da fonte bibliográfica.

DIAGRAM AÇÃO Este livro está de acordo com as m udanças propostas

Marceilo Antunes pelo novo A cordo Ortográfico, que entrou em vigor a


partir de janeiro de 2009.

IM PRESSÃO E
ACABA M ENTO 1a edição: agosto/2013
Esdeva

Editora Central Gospel Ltda

x — v Estrada do Guerenguê, 1851 - Taquara


Cep: 22.713-001
Rio de Janeiro - RJ
TEL: (21 )2187-7000
www.editoracentralgospel.com
S umário

Apresentação...................................................................7

Capítulo 1 - 0 deserto em nossa v id a ............................9


Capítulo 2 - 0 que somos no deserto.............................lt>
Capítulo 3 - Árvores plantadas no deserto...................19
Capítulo 4 - 0 deserto renovado....................................40

Conclusão.........................................................................49
Apresentação

Qual o significado do deserto na vida do cris­


tão? O que pode haver de bom em um deserto? E
nós, o que somos no deserto?
É interessante notar que o deserto, seja como
um espaço geográfico ou como uma figura de lin­
guagem, está sempre presente no relato bíblico.
E ali que encontramos grandes homens da Bíblia
evidenciando seu papel e demonstrando quem
seriam, na realidade, no plano redentor de Deus
para o Seu povo.
Foi para o deserto que Abraão foi levado
para oferecer Isaque, seu único filho — o filho
da promessa — como sacrifício vivo ao Senhor,
e ali aprendeu a confiar ainda mais no Deus que
tudo provê. Moisés foi conduzido ao deserto para
presenciar a sarça ardente, acontecimento que
prenunciava a permanente presença de Deus entre
o povo que seria liberto do Egito.
O povo hebreu passou 400 anos cativo e, após
sua libertação, experimentou 40 anos de peregri­
nação no deserto, onde recebeu orientações e de­
senvolveu princípios que o tornaria um diferencial
entre as nações à sua volta.
Também encontramos João Batista vivendo
no deserto, anunciando e preparando o caminho
para o Messias, que já estava entre o povo da na­
ção de Israel. Paulo partiu para o deserto após sua
conversão, e após reconstruir sua teologia, voltou
para Damasco, pronto para pregar aos gentios. E,
por fim, o próprio Filho de Deus foi conduzido ao
deserto pelo Espírito Santo, para testificar ao mundo
que Satanás seria vencido, de uma vez por todas.
Assim, podemos concluir que o deserto não
é apenas um lugar de provação e tribulação, mas,
acima de tudo, é também o local onde Deus espera
que sejamos preparados para mostrar ao mundo a
excelência de Seu poder e soberania.
Veremos neste livro o que de fato somos no
deserto. Apresentamo-nos resmungões, murmu-
radores e repleto de lamentos, ou será que somos
ferramentas nas mãos de Deus para transformar a
sequidão e o ermo? Vamos acompanhar o profeta
Isaías e ver o que, de fato, somos no deserto.
Boa leitura!
Capítulo 1
O deserto em nossa vida

Eu te conheci no deserto, em terra muito seca.

Oseias 13.5

Antes de qualquer coisa, para que possamos


compreender plenamente o que somos no deserto,
é necessário que, primeiro, saibamos o que ele é.
A Palavra de Deus demonstra, por meio de
inúmeros relatos e figuras, o que vem a ser o de­
serto. Segundo os registros das Escrituras, além de
ser um local de sequidão e escassez, ele é também
uma região improdutiva, infrutífera e impossível de
promover vida abundante. Nada encontramos no
deserto, nada proporciona alegria ou prazer, nada
é capaz de amenizar a dor ou consolar o espírito...
Há apenas o cenário inóspito que preenche todo
o campo de visão.
O Q U E S O M O S NO D li SiiR TO

No entanto, também podemos considerar


alguns pontos sobre o que o deserto não é:
Primeiro, o deserto não é um lugar onde somos
deixados abandonados por Deus para que sejamos
alvo fácil para a ação de Satanás. A segunda gera­
ção dos filhos de Israel viveu no deserto recebeu
de Deus esta promessa: E te lembrarás de todo o
caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no
deserto estes quarenta anos (Deuteronômio 8.2).
Entenda bem: o Senhor não para de agir em nossa
vida só porque estamos no deserto. Ele nos conduz
por este lugar, e sem Ele, nunca chegaríamos ao
outro lado!
Além do mais, o deserto não é um lugar onde
somos deixados em repouso, de reserva, como em
uma prateleira, aguardando até que o Senhor volte
a usar-nos. Não é assim que Deus age conosco.
Ao contrário, o deserto é um local em que Ele age
constantemente em nós. Assim como não conse­
guimos ver o céu que está oculto por nuvens, o
mesmo acontece com o deserto: é difícil ver a mão
de Deus agindo sobre nós quando estamos nele.
Segundo, o que deve ficar bem claro é isto:
o deserto não é lugar de derrota, pelo menos
para aqueles que obedecem a Deus. Jesus, fra­
co e faminto, sem alguém a quem recorrer ou
que o encorajasse, e sem nenhum conforto ou
10
manifestação sobrenatural, foi atacado pelo diabo
no deserto ao final de 40 dias ali. Jesus derrotou
Satanás usando a Palavra de Deus.
O deserto não é o lugar de onde os filhos de
Deus saem derrotados; é lugar de vitória. Como
dizem as Escrituras em 2 Coríntios 2.14: E graças
a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo.
Enquanto peregrinava no deserto, o povo de
Israel era constantemente hostilizado pelas nações
ao redor. A ordem era: Lutem! Os israelitas derrota­
ram os amorreus (veja Números 21.21-25), o povo
de Basã (veja Números 21.33-35) e os midianitas
(veja Números 31.1-11).
Se o propósito de Deus para eles fosse a
derrota, Ele não ordenaria que defendessem sua
posição. Muitos não conseguiram entrar na Terra
Prometida, pois morreram antes. No entanto, não
era isso o que Deus pretendia; as mortes ocorreram
por causa da desobediência do povo.
Espero que esta breve descrição sirva para
deixar bem claro que a razão do deserto em nossa
vida não é porque fomos desaprovados, ou porque
estamos sendo punidos por Deus. Ele tampouco é
o local aonde Deus nos leva e deixa-nos vagando
sozinhos; mas, sim, é um lugar de vitória, se apenas
obedecermos e crermos em Deus!
Agora quero esclarecer do que se trata o
deserto. Existem pessoas que se culpam ao chegar
lá, achando que Deus as desprezou ou que não está
satisfeito com elas. Elas ainda não compreenderam
o sentido ou o propósito do deserto em suas vidas.
Na Bíblia e em toda a história, homens e mulheres
passaram por este lugar como uma maneira de
serem capacitados por Deus, para cumprirem seu
propósito. Portanto, o deserto não significa rejei­
ção, mas preparo divino.
Quero ensinar você, desde já, que os eventos
do Antigo Testamento são prenuncio da aliança fei­
ta por Jesus Cristo no Novo Testamento. Usarei os
eventos e as profecias do Antigo Testamento para
ilustrar o que é o deserto. E, incorporando alguns
aspectos da Lei e dos profetas em nossa exposição,
poderemos entender amplamente a maneira de
Deus agir e tratar conosco.
Jesus disse em Mateus 5.1 7: Não cuideis que
vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar,
mas cumprir. O Espírito Santo lança luz sobre as
Escrituras, revelando os mistérios do Antigo Tes­
tamento, ocultos em Cristo. Ao ler o Antigo Testa­
mento, você verá exemplificadas as verdades do
Novo Testamento. Por exemplo, em 1 Coríntios
10.11, encontramos: Ora, tudo isso lhes sobreveio
como figuras, e estão escritas para aviso nosso,
S I L A S MA L . A F A l A

para quem já são chegados os fins dos séculos. Em


outras palavras: Deus quer que nos beneficiemos
das experiências dos patriarcas e dos profetas.
Muitas profecias do Antigo Testamento se
cumpriram ao longo da história, mas isso não tira
delas o mérito de servirem hoje de exemplo para
nós. Uma coisa não invalida a outra. O que é,
então, o deserto para nós?
a) Para os que creem e temem ao Senhor, o
deserto pode ser considerado o lugar em que se
recebe o chamado do Pai. Após receber a visão de
Deus no deserto, por meio da sarça ardente, Moisés
conheceu o chamado para tornar-se aquele que
conduziria o povo de Israel rumo à libertação do
Egito. Da mesma forma, no deserto, somos prepara­
dos para ouvir o chamado que Deus tem para nós.
b) O deserto é o local onde encontramos a nós
mesmos. Nós nos redescobrimos nesse lugar, e a
existência passa a ser percebida com um verdadei­
ro sentido de ser. É nessa situação que podemos
estabelecer um propósito para nossa vida, tendo a
profunda convicção de que vivemos para a glória
de Deus. Porque dele, e por ele, e para ele são todas
as coisas; glória, pois, a e/e eternamente. Améml
(Romanos 11.36).
c) O deserto é o lugar onde somos capacitados
espiritualmente. As tentações nos induzem a usar
13
nossa vida para nossos próprios propósitos. Assim,
quando somos tentados, somos forçados a envolver-
mo-nos unicamente com nossas metas. Situações
tentadoras da vida querem até mesmo nos impedir
de examinar e reavaliar nossos desígnios. Contudo,
devemos olhar para Jesus:

0 Pai das misericórdias e o Deus de toda a con­


solação, que nos consola em toda a nossa tribulação,
para que também possamos consolar os que estiverem
em alguma tribulação, com a consolação com que nós
mesmos somos consolados de Deus.

2 Coríntios 1.3,4

d) O deserto é o lugar onde somos firmados


no chamado de Deus. Quando estamos nele, a
força e as condições das circunstâncias, além do
estabelecimento de prioridades significativas para
nossa vida espiritual, levam-nos a renovar nosso
viver. Assim, o deserto, que a princípio seria um
lugar de exaustão e queda, passa a ser um ambiente
em que o verdadeiro sentido da vida é valoriza­
do. Dessa forma, reconhecemos nossa identidade
como filhos de Deus. Porque para Deus somos o
bom cheiro de Cristo (2 Coríntios 2.15).
e) Finalmente, o deserto é o local onde
demonstraremos a nós mesmos, ao mundo e ao
Si I.AS M A L A F A IA

inimigo que somos criados em Cristo Jesus para


as boas obras, as quais Deus preparou para que
andássemos nelas (Efésios 2.10). É na sequidão do
estio que seremos capazes de mostrar que esta­
mos firmes e alicerçados no Senhor, frutificando
no ermo e exibindo o cumprimento da promessa
contida no livro do profeta Isaías:

Abrirei rios em lugares altos e fontes, no meio dos


vales; tornarei o deserto em tanques de águas e a terra
seca, em mananciais.

Isaías 41.18

No próximo capítulo veremos, então, o que


somos no deserto!
Capítulo 2
O que somos no deserto

E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor,


teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para
te humilhar, para te tentar, para saber o que estava no
teu coração, se guardadas os seus mandamentos ou não.

Deuteronômio 8.2

Plantarei no deserto o cedro, e a árvore de sita, e


a murta, e a oliveira; conjuntamente, porei no ermo a
faia, o olmeiro e o álamo.

Isaías 41.19

O deserto tem muitas características: solidão,


aridez, desconforto, esterilidade. Todas as vezes em
que nos deparamos com tais realidades é porque
estamos, com toda certeza, atravessando um de­
serto. Pode ser uma doença terminai, um problema
familiar insolúvel ou uma angústia implacável pela
perda de um ente querido. Não importa. Seja real
ou não, físico ou psicológico, o fato é que desertos
têm sempre a mesma fisionomia: são secos, solitá­
rios e terrivelmente deprimentes. São capazes de
gerar em nós a pior das sensações: a solidão.
Mas por que passamos por desertos? O que
nos leva vez por outra a passarmos pela dura ex­
periência dos desertos da vida? Por mais que tais
realidades sejam produzidas por situações criadas
pelo próprio homem e suas próprias decisões,
a Bíblia nos ensina que o deserto, com todas as
suas dificuldades, sempre é uma escola de Deus.
Quando o curso de nossa vida toma esse aspecto,
Deus quer ensinar-nos algumas lições importantes.
No deserto, aprendemos a ouvir a voz de
Deus. É interessante o fato da palavra "deserto",
no hebraico, midbar, vir da mesma raiz de dabhar,
que significa "falar". Isto se deve intrinsecamente
ao fato de que o deserto é um lugar em que Deus
fala e nós ouvimos. Com isso, aprendemos a ser
humildes.
Por exemplo, em Deuteronômio 8.2, lemos
que o Senhor levou Seu povo para este lugar para
fazê-lo humilde. Ou seja, o deserto é uma "lixa"
de Deus, que remove a espessa e dura camada de
orgulho com a qual nos revestimos nos momentos
de prosperidade. Assim, aprendemos com os de­
sertos da vida que não precisamos de "tapinhas nas
costas", aplausos ou holofotes da glória humana.
Precisamos apenas de Deus.
No deserto, aprendemos também a lição do
autoconhecimento, porque este lugar revela quem
somos. O texto de Deuteronômio 8.2 evidencia
outro propósito de Deus: Para saber o que estava
no teu coração. Na verdade, não há nada como
um deserto para ajudar-nos a conhecer nosso
próprio eu. Apesar das múltiplas características
aterrorizantes que eles apresentam, todos cum­
prem esse mesmo propósito pedagógico em nossa
vida. Deus jamais nos põe na fornalha ardente do
deserto para destruir-nos. Ele apenas nos refina e
torna-nos melhores.
Vale lembrar ainda que, mesmo que o deserto
tipifique lugar de tribulação, sofrimento e adversi­
dade, ele também representa nossa trajetória aqui
na terra, rumo à Canaã celestial. E Deus diz que nos
colocará no deserto. No entanto, Ele também está
afirmando que nos plantará ali como árvores Suas,
que acabam por transformar esse local e modificar
a paisagem. Vejamos, então, quais são essas árvo­
res que Deus plantará no deserto e que tipificam
cada um de nós — e saiba quem nós seremos lá!
Capítulo 3
/
Arvores plantadas no deserto

Plantarei no deserto o cedro, e a árvore de sita, e


a murta, e a oliveira; conjuntamente, porei no ermo a
faia, o olmeiro e o álamo.

Isaías 41.19

a) O ce d ro .
A primeira árvore descrita é o cedro. Muito
conhecido, ele é citado 41 vezes na Bíblia. É alto e
resistente, conforme podemos lerem Ezequiel 31.3:

Eis que a Assíria era um cedro no Líbano, de ramos


formosos, de sombrosa ramagem e de alta estatura, e o
seu topo estava entre os ramos espessos.

Símbolo de força e rigidez, o cedro fornecia va­


lioso tipo de madeira para a construção de palácios
e templos. Tanto os pranchões, o madeiramento,
todo o forro interno e entalhes para a construção
do templo, como as madeiras para a casa do bos­
que, eram de cedro (cf. 1 Reis 6.9,10,18; 7.2,7).
Desta árvore se faziam também mastros de navio e
outras peças que exigiam resistência. Considerada
ainda uma madeira profundamente aromática, era
utilizada até mesmo nos rituais de purificação,
conforme estabelecido em Levítico 14.
O cedro tipifica a força e a grandeza que
devem ser atribuídas a nós quando estivermos no
deserto. Sua rigidez e resistência devem ser refle­
tidas por nós ao enfrentarmos as tempestades da
vida e ao depararmo-nos com os vendavais que
sopram sobre nós. A majestosa presença do cedro,
com seus quase 40 metros de altura, deve ser uma
característica de quando estivermos no deserto -
força, resistência e nobreza de caráter e conduta,
servindo de exemplo a todos que testemunharão
nossa passagem pelas provações do deserto!
Assim, sejamos como o cedro, que não cresce
desordenadamente, mas, sim, de maneira uniforme
e altaneira, objetivando apenas uma coisa: alcan­
çar elevadas alturas. Que alcancemos um lugar
bem alto neste deserto pelo qual passamos!

b) A sita (m adeira d e cetim) ou acácia.


A segunda árvore mencionada por Isaías é a
sita, mais conhecida como acácia. Esta era muito
utilizada devido às suas qualidades específicas, e
principalmente ao fato de ser resistente à putrefa­
ção. Isto simbolizava, assim, pureza e perenidade,
o que fazia dela uma árvore sagrada para muitos
povos da antiguidade. A Bíblia é rica em alusões à
madeira da acácia, empregando-a em vários usos
sagrados.
Foi com madeira de acácia que foram constru­
ídos os elementos mais sagrados para os israelitas.
Vejamos o que determina o livro de Êxodo sobre
a construção do tabernáculo:

Também farão uma arca de madeira de cetim.

Êxodo 25.10

Também farás uma mesa de madeira de cetim.

Êxodo 25.23

Farás, pois, estes varais de madeira de cetim e


cobri-los-á com ouro.

Êxodo 25.28

Farás também as tábuas para o tabernáculo de


madeira de cetim.

Êxodo 26.15
Farás também cinco barras de madeira de cetim
para as tábuas de um lado do tabernáculo.

Êxodo 26.26

£ o porás sobre quatro colunas de madeira de cetim


cobertas de ouro.

Êxodo 26.32

£farás para esta coberta cinco colunas de madeira


de cetim, e as cobrirás de ouro.

Êxodo 26.37

Farás também o altar de madeira de cetim.

Êxodo 27.1

Farás também varais para o altar, varais de ma­


deira de cetim, e os cobrirás de cobre.

Êxodo 27.6

Como se pode ver, em função de sua pureza,


ela foi empregada abundantemente na confecção
das peças do tabernáculo. A peça mais importante
para os israelitas, a arca da aliança, símbolo da
presença de Deus entre eles, era feita de acácia!
SI I . A. S M A L A F A l A

Representando a santidade do Senhor e Sua


pureza, a acácia tipifica a presença de Deus em
nós e a nossa integridade em meio às provações
do deserto. Ele habita em nós! Você é símbolo da
presença de Deus neste mundo. E é importante
ressaltar: assim como a acácia, você não apodre­
cerá neste deserto, mas irá muito além de todas
as expectativas, pois foi criado para a eternidade,
para chegar incorruptível à nossa Canaã!

c) A m urta.
A terceira árvore que Deus plantará no de­
serto é a murta. Em hebraico, ela é chamada de
hadass, e ainda hoje cresce nas montanhas perto
de Jerusalém. Eram ramos de murta que os israe­
litas levavam à Festa dos Tabernáculos. As grinal­
das utilizadas pelas noivas no Antigo Testamento
também eram feitas deste ramos.
Encontramos referências a esta árvore em Isaí­
as 53.13: Em lugar do espinheiro, crescerá a faia, e,
em lugar da sarça, crescerá a murta; e em Zacarias,
especialmente no capítulo 1, versículo 11:

E eles responderam ao anjo do Senhor, que estava


entre as murtas, e disseram: Nós já andamos pela terra,
e eis que toda a terra está tranqüila e em descanso.
Aqui vemos que a murta está associada à
presença divina.
No entanto, esta árvore possui uma carac­
terística muito interessante. De sua prensagem,
extrai-se um óleo aromático, muito empregado
ainda hoje em perfumaria no oriente. Ela tam­
bém é utilizada como ornamentação, devido à
beleza que proporciona ao ambiente em que é
colocada.
Assim também devemos ser, mesmo em meio
às tribuiações da vida. Ao sofrermos, ao experi­
mentarmos apertos típicos do deserto, devemos
espalhar o bom perfume de Cristo! Na vida cristã,
ao passarmos por lutas e adversidades não pode
haver mau cheiro. Não pode haver murmuração,
reclamação, nem amargura.
Quando espremido pelas diversas atrocidades
do deserto, o verdadeiro cristão tem de promover
admiração nos ímpios, seja pelo bom perfume de
Cristo que exala nestas situações, seja pela beleza
emanada por ele no ambiente em que vive, graças
à sua firme com convicção no Salvador! O deserto
não irá fazer com que você exale mau cheiro ou
que manche o horizonte com sua má conduta.
Não! Neste deserto, você será como a murta!
d) A oliveira.
Esta é a mais significativa e conhecida árvore de
toda a Bíblia. Possuía um significado todo especial
para os israelitas, e ainda hoje está presente no
brasão do Estado de Israel, que é composto por
um menorá ao centro, o candelabro judaico com
suas sete lâmpadas, guarnecido em ambos os lados
por ramos de oliveira. Esta imagem é baseada na
passagem de Zacarias 4.2,3.
A oliveira é uma árvore largamente cultivada
na Palestina, em grandes hortos ou olivais. Sua
madeira era utilizada para construções, como po­
demos ler em 1 Reis 6.31-33:

E, à entrada do oráculo fez portas de madeira de


oliveira; a verga com as ombreiras formavam a quinta
parte da parede. Também as duas portas eram de ma­
deira de oliveira; e lavrou nelas entalhes de querubins, e
de palmas, e de flores abertas, os quais cobriu de ouro;
também estendeu ouro sobre os querubins e nas palmas.
E assim fez à porta do templo ombreiras de madeira de
oliveira, da quarta parte da parede.

A pomba que saía da arca de Noé, voltou a


esta trazendo no bico um ramo de oliveira que
havia apanhado quando as águas do dilúvio
baixaram:
O Q U E SOMOS NO DESERTO

E a pomba voltou a ele sobre a tarde; e eis, arran­


cada, uma folha de oliveira no seu bico; e conheceu Noé
que 05 águas tinham minguado sobre a terra.

Gênesis 8.11

O ramo da oliveira ficou, então, sendo re­


conhecido como símbolo da paz. Esta árvore
simboliza também a abundância, as bênçãos
divinas, a beleza e a força:

Mas eu sou como a oliveira verde na Casa de Deus;


confio na misericórdia de Deus para sempre.

Salmo 52.8

Denominou-te o SENHOR oliveira verde, formosa


por seus deliciosos frutos.

Jeremias 11.16

Estender-se-ão as suas vergônteas, e a sua glória


será como a da oliveira, o seu odor, como o do Líbano.

Oseias 14.6

As oliveiras antigas dão viçosos rebentos à


volta de seus troncos:
7\ tua mulher será como a videira frutífera aos la­
dos da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira,
à roda da tua mesa.

Salmo 128.3

Porém, a oliveira possui outras características


que muito a identificam com a vida do verdadeiro
cristão:
• Por exemplo, na região de Hebrom e Be­
lém, essa árvore é abundante, podendo
ser a única nas circunvizinhanças com
certa envergadura. As oliveiras cultivadas
atingem cerca de seis metros de altura,
com um tronco contorcido e numerosos
galhos. Além disso, suas raízes poderosas
e fortes podem chegar a seis metros de
profundidade, devido à procura por água
para sobreviver. Ou seja, a oliveira não
cresce só à vista de todos, mas também
para dentro da terra. Assim acontece com
o verdadeiro cristão, que não cresce ape­
nas naquilo que todos veem, mas também
no profundo relacionamento com Deus.
Ele não necessita ficar evidenciando que
é santo, nem procurando mostrar maior
consagração que o irmão. Ele possui raízes
O QUH SOMOS NO DF^KRYO

fundas, e busca as coisas de Deus com


profundidade de entendimento e vontade.
• Outra característica interessante da oliveira
é sua capacidade de renovação. Se ela for
decepada, novos brotos nascerão das raí­
zes, a ponto de nada menos do que cinco
novos troncos aparecerem onde havia ape­
nas um antes. Neste aspecto, esta árvore
mais uma vez se assemelha ao verdadeiro
cristão. Quando tirarem alguma coisa de
você, é certo que Deus lhe retribuirá muito
mais, pois aquilo que arrancam do cristão
não diminui, pelo contrário, só cresce. A
renovação de vida que o Senhor propor­
ciona a você é semelhante à oliveira, que
renasce sempre!
• Outra característica é que a oliveira é
dotada de extrema resistência, podendo
sobreviver onde outras poucas espécies
conseguem. A produção de azeitonas é
abundante, até mesmo quando as condi­
ções são aparentemente adversas. Ela é
uma árvore de folhas duradouras e semi-
decíduas (ou seja, ela nunca as perde por
completo). E no verso de suas folhas, existe
uma textura microscópica que protege a
árvore da desidratação, recapturando a
SJLAS M A l . A I L A 1A

água e conduzindo-a de volta para a fo­


lha. Assim somos nós - sobrevivemos a
situações em que os ímpios perecem e a
circunstâncias em que outros desfalecem.
Mas nós, não. Somos oliveiras de Deus no
deserto. Permanecemos firmes diante de
todas as adversidades!
• Outro interessante aspecto da oliveira é
que ela exige o mínimo de cuidado para
que se torne produtiva. E mesmo com pou­
quíssimo trato, uma única árvore é capaz
de produzir 75 litros de azeite por ano. Os
ramos são sacudidos ou batidos com varas,
a fim de que as azeitonas se desprendam e
caiam no chão. Além disso, a floração da
oliveira é tão intensa que, mesmo que ela
perca centenas de flores por dia, isso não
afeta sua produtividade. Ou seja, esta árvore
tem uma imensa capacidade de crescer,
desenvolver-se e produzir sem a necessi­
dade de grandes intervenções do homem.
Precisamos ser assim também. Diferente de
certos cristãos que precisam ser conduzidos,
incentivados e elogiados, devemos avançar
rumo à maturidade em Cristo! Vamos ava­
liar o nível a que chegamos ao longo de
todo o tempo de progresso na vida cristã
e chegar à conclusão de que somos como
a oliveira: produtivos e independentes de
elogios ou incentivos que recebemos. Nosso
alvo é Cristo!
Veja outra curiosidade: a oliveira é uma
das poucas árvores que pode atingir sé­
culos de vida. Existem exemplares na
Europa com mais de dois mil anos, e na
Palestina, estimam-se que algumas das
oliveiras existentes hoje possuem mais de
2500 anos! E você? Será que você imagina
que sua trajetória aqui nesta terra será da
noite para o dia? Não! Sua caminhada será
longa, apesar das lutas e adversidades, dos
terrenos áridos e das circunstâncias à sua
volta. Ainda existe muita coisa a ser feita,
e ainda haverá muito tempo para a obra
que Deus quer realizar, tanto na sua vida
como na vida daqueles que dependem de
sua ação!
Outra propriedade da oliveira é que ela é
usada ainda hoje na fabricação de móveis
de qualidade. E sua madeira adquire um
elevado polimento, como poucas outras
são capazes de apresentar. Assim somos
nós. Somos o reflexo de Cristo no mundo.
Onde estivermos, o brilho de Jesus deve
SILAS M A L A F A IA

manifestar-se. Aonde chegarmos, a luz do


Salvador deve ser manifesta!

E o azeite produzido pela oliveira? Em todos


os aspectos, este é o produto mais conhecido por
todos, pois tem múltiplas funções. Sagrado desde o
período da promulgação da Lei, este óleo era obtido
por meio de múltiplas prensagens da azeitona. Assim,
na primeira prensagem, era obtido o azeite empre­
gado no templo, utilizado na adoração. Na segunda
prensagem, o produto resultante era para a alimenta­
ção. A terceira prensagem fornecia o azeite que era
empregado para iluminação, e a quarta prensagem
proporcionava o que era utilizado na purificação.
Os vários empregos do azeite também prefigu-
ram nosso papel diante de Deus e do mundo. Em
primeiro lugar, fomos feitos para exaltar e glorificar
a Deus. Estamos neste mundo para que a nossa
vida glorifique o nosso Pai. Esse é o nosso papel
primordial, tal como a primeira prensagem do fruto
da oliveira. Em segundo lugar, estamos aqui para
produzir alimento, pois o mundo está faminto do
alimento espiritual, que é a Palavra de Deus. Nós
devemos anunciar o Pão da vida, Jesus Cristo, o
Salvador e Senhor. Por essa razão, nosso papel é
importante e urgente na evangelização, para que o
mundo saiba que existe abundância de Pão em nós.
Você é a oliveira de Deus no deserto. Você
deve crescer, produzir frutos e brilhar a luz de Cris­
to. Por meio do seu azeite, vidas serão purificadas
e experimentarão um encontro com o Salvador, e
assim, serão transformadas e libertas, desfrutando
de uma nova vida!
Entretanto, você não deve ser como a oliveira
brava, cujo fruto não tem serventia e que para nada
serve, senão para ser queimada. Você não pode
ser como esta árvore, cujas folhas caem antes da
estação, e, por isso, tornam-se estéreis. Sejamos,
então, como a boa oliveira que produz sempre!

e) A faia.
Também conhecida como cipreste, esta árvore
pode atingir até 18 metros de altura e, devido à
natureza de suas folhas, pode resistir a um conside­
rável período de seca. Ela cresce abundantemente
nas áreas montanhosas da Palestina. A madeira da
faia era muito procurada por ser forte e duradoura.
Os portões de Constantinopla foram feitos com esta
madeira e duraram por mais de mil anos.
Também foi de cipreste que a arca de Noé foi
construída (cf. Gênesis 6.14). O piso do templo
de Jerusalém também foi feito desta madeira (cf.
Ezequiel 27.5). E Davi mandou fazer instrumentos
musicais da mesma (2 Samuel 6.5).
Porém, a faia também possui funções tera­
pêuticas, e duas delas desejo destacar aqui. Ela
cura feridas na pele e detém hemorragias. Então,
além da força e da durabilidade desta madeira, ela
também cura o homem.
Assim nós também devemos agir, como cris­
tãos que peregrinam pelos desertos da vida. Que
sejamos usados pela poderosa mão do Senhor para
curar feridas e para fazer cessar o sangramento.
Não fomos colocados neste mundo para cooperar
com a dor e a destruição, promovendo inúmeras fe­
ridas em quem está ao nosso redor. Pelo contrário,
o Senhor Jesus nos salvou e comissionou-nos para
que, com abundância, déssemos frutos de vida.
Quem é que, ao sentir uma lágrima de dor rolar
pela face, não se sente aliviado ao receber a palavra
de consolo que há em Cristo? E qual é a ferida que
permanece aberta quando Jesus estende Sua gloriosa
mão, concedendo perdão e cura? Somos embaixa­
dores de Cristo no mundo e, por isso, ungidos por
Ele para disseminar cura e salvação aos que sofrem.
O mesmo acontece com o sangramento.
Precioso sangue que nos mantém saudáveis, uma
hemorragia pode pôr tudo a perder. Assim, sejamos
como a faia, que detém a hemorragia, impedindo
que sejamos tragados pela morte ao perder tão va­
lioso líquido. Que o sangue derramado por Cristo
por nossa redenção capacite-nos a servirmos ao
mundo. Que sejamos como a faia nesta tipificação
da nossa trajetória na vida por este deserto!

f) O olm eiro.
Também conhecido como olmo, esta árvore é
muito utilizada na carpintaria, e tem como maior
característica sua forte resistência e flexibilidade.
Suporta grandes impactos, porém, mantém-se
flexível. Os mais fortes ventos que abatem um
olmeiro têm apenas o mesmo efeito que vemos
quando atingem uma palmeira, ou um bambuzal,
tão comuns entre nós. O olmo se dobra, enverga,
mas não quebra.
Será que podemos afirmar que também somos
assim? Existem pessoas que demonstram imensa
resistência; são fortes e seguras. Mas também são
inflexíveis. Não cedem em nada, não moderam e
são rígidas demais. Contudo, quando os vendavais
das adversidades as abatem, não resistem e que­
bram, tombando ao chão como gigantes vencidos.
Porém, outros são mais maleáveis. Possuem
plena consciência de que servem àquele que é
manso e suave, e a quem todas as tempestades da
vida obedecem. Esses são gigantes da fé, também
fortes e seguros. No entanto, eles são flexíveis, e,
quando as lutas e dificuldades vêm sobre eles,
curvam-se diante de Deus, humildes, até que elas
passem. E são muitas as tribulações... São muitos
os golpes sofridos: golpes da vida, desferidos pelos
ímpios, pelos irmãos, pelos da nossa própria casa...
Mas, assim como o olmeiro, tornamo-nos
cada vez mais fortes, pois até podemos dobrar-nos
diante das tempestades, mas não nos deixamos
vencer. Antes, vencemos o mal com o bem! Somos
os olmeiros de Deus neste vasto deserto da vida!

g) O álam o.
Apesar de pouco citado na Bíblia - há refe­
rências apenas em Gênesis 30.37, Isaías 41.19
e Oseias 4.13 -, o álamo é uma árvore rica em
significados e também tipifica perfeitamente o
que Deus quer que sejamos no deserto. Ele pode
atingir até 18 metros de altura e destaca-se pela
excelente sombra que produz devido à sua densa
folhagem. Foram gravetos desta árvore que Jacó
utilizou para produzir crias de determinada cor,
em sua demanda com Labão (cf. Gênesis 30.37).
O álamo possui um sistema de raízes que formam
uma intensa malha no solo. Estas, muitas vezes,
dão origem a novas árvores, e por esta razão, os
álamos podem sobreviver a fogos intensos.
Outra característica marcante é a beleza orna­
mental. Você já teve a oportunidade de observar
uma fotografia que exibisse um bosque de álamos?
É extremamente belo. E sua beleza ornamental é
acentuada pela destacada sombra que esta árvore
proporciona.
Diferentes dos pinheiros, que preferem a
sombra, os álamos gostam do calor. E diferentes
dos carvalhos, cujas raízes se aprofundam, as dos
álamos se espalham e entrelaçam-se com outras
raízes, partilhando, assim, os mesmos nutrientes.
Amam a luz. Compartilham raízes. Isso nos faz
lembrar uma igreja saudável!
Deus nos planta no deserto para que seja­
mos como álamos: resistentes ao calor e ao fogo,
e com uma beleza exemplar que, além de tudo,
proporciona uma boa sombra! Suportamos o fogo
intenso, o incêndio devastador. Apesar de extre­
mamente destrutivo, o fogo não nos consome. Tal
como Paulo descreve, assim somos nós também:

Em tudo somos atribulados, mas não angustiados;


perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não
desamparados; abatidos, mas não destruídos.

2 Coríntios 4.8,9

Esta deve ser a descrição do verdadeiro cristão


no deserto. Por mais dura e destrutiva que seja a
adversidade que estejamos vivendo, ela não tem
o poder de consumir-nos, pois suportamos o fogo
intenso! Este é um dos nossos diferenciais: nas situa­
ções em que os ímpios são devorados pelas chamas
da destruição, nós nos apresentamos resistentes, fir­
mes e convictos do poder de Deus em nossas vidas!
E também fazemos a diferença neste deserto
exibindo a beleza que existe em nós, graças à de­
dicação que apresentamos ao Senhor Jesus. Onde
estamos, onde vivemos, a beleza e a paz de Cristo
se instalam. Em meio à corrupção e à degeneração
do mundo, nós apresentamos a beleza e a paz que
só Jesus proporciona. Você chega ao seu ambiente
de trabalho, na escola em que estuda, na residência
de um amigo ou até mesmo no mercado em que faz
compras e o mesmo sempre acontece: o ambiente
se transforma, a paz e a alegria se instalam, pois a
beleza de Cristo habita em você. Todos desejam
experimentar a reconfortante sombra restauradora
que a presença de Jesus promove em você! Somos,
eu e você, álamos de Deus neste causticante deserto!
Vimos, então, neste capítulo, o que de fato
somos no deserto. Deus designou que cada um
de nós se apresente como marcos diferenciais
que podem modificar a tórrida paisagem existente
naquele local. Quem nos plantou ali? O Senhor.
E esta é a garantia de vitória do nosso Semeador.
Assim, atenderemos ao que diz a Palavra:
Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.
[...] Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim,
e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada
podereis fazer.

João 15.1,5

Sede, pois, irmãos, pacientes até a vinda do Se­


nhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra,
aguardando-o com paciência, até que receba a chuva
temporã e serôdia.

Tiago 5.7

Ou seja, sejamos cuidadosos em produzir o


precioso fruto esperado pelo Lavrador que cui­
da de nós, entregando a Ele o resultado daquilo
que formos na aridez deste mundo. Devemos ser
produtivos! É importante notar que cada uma das
árvores plantadas por Deus no deserto apresenta
uma determinada capacidade produtiva. Nenhuma
delas é improdutiva, inútil ou sem serventia. Assim,
a vida cristã também tem de ser produtiva. Não
podemos satisfazer-nos com os bancos da igreja.
Cristo não nos chamou para isso! Fomos chamados
para produzir fruto!
Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi
a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso
fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome
pedirdes ao Pai ele vos conceda.

João 15.16

Então, não estamos aqui para que sejamos


parasitas. Não estamos aqui somente para receber
ou desfrutar. Nosso papel é ser produtivos para o
Reino de Deus. Ele nos colocou neste deserto para
produzirmos, e Ele mesmo proporcionará a nossa
capacitação para isto, porque Deus tem a água
para regar-nos para acabar nossa sede. E a água é
Jesus, a água da vida!
Aqueles que estiverem na expectativa de pas­
sar pelo deserto, ou que já estão experimentando
uma trajetória por suas inóspitas e escaldantes
areias, que possam vislumbrar o oásis do Senhor na
imagem da vitória de Deus para nós. E, desta forma,
seremos cooperadores do Espírito na promoção de
um deserto modificado, vencido e renovado!
Capítulo 4
O deserto renovado

Qoteje a minha doutrina como a chuva, destile o


meu dito como o orvalho, como chuvisco sobre a erva e
como gotas de água sobre a relva.

Deuteronômio 32.2

Eis que farei uma coisa nova, e, agora, sairá à luz;


porventura, não a sabereis? Eis que porei um caminho
no deserto e rios, no ermo. [...] Porque derramarei água
sobre o sedento e rios, sobre a terra seca; derramarei o
meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção,
sobre os teus descendentes.

Isaías 43.19; 44.3

Vimos, no capítulo anterior, o que somos


no deserto. Vale ressaltar um detalhe importante:
nenhuma das árvores mencionadas no texto de
Isaías 41.19 é nativa do deserto. Elas nem mesmo
poderiam, por força do homem ou da natureza,
crescer em áreas desérticas. Uma ou outra espécie
até resiste a condições, solo ou clima adversos;
porém, nenhuma delas pode, absolutamente, flo­
rescer no deserto.
E é justamente aqui que se dá a maravilha da
palavra profética. Deus anuncia:

Abrirei rios em lugares altos e fontes, no meio dos


vales; tornarei o deserto em tanques de águas e a terra
seca, em mananciais. Plantarei no deserto o cedro, e a
árvore de sita, e a murta, e a oliveira; conjuntamente,
porei no ermo a faia, o olmeiro e o álamo, para que todos
vejam, e saibam, e considerem, e juntamente entendam
que a mão do Senhor fez isso, e o Santo de Israel o criou.

Isaías 41.18-20

É claro, Deus nos chamou para sermos Seus


instrumentos na renovação deste deserto. E Ele
não nos escolheu porque somos formidáveis, mas
porque nos rendemos ao Seu amor e propósito.
O deserto será transformado de ambiente de
miséria em estado de felicidade; ele, que agora é
uma terra desolada, será viçoso e fértil. Todas as
declarações do Senhor demonstram isso. Todo o
panorama descrito no texto de Isaías apresenta uma
terra e um povo transformados. E o objetivo é que
todos vejam, saibam e considerem que foi o Deus
eterno que fez tudo isso. Só o Senhor é a Fonte de
todo o bem em nossa vida!
O Deus que fez cessar a chuva no tempo de
Elias (1 Reis 17.1), transformando todo o Israel em
um enorme deserto de sequidão, tem poder para
providenciar água em abundância no livramento
vindouro. Que nós, o povo de Deus, possamos ficar
não apenas na memória, mas também na esperan­
ça, porque aqueles eventos notáveis do passado
anunciam eventos decisivos para o presente e o
futuro de cada um de nós.
Aquele que prepara caminhos pelo mar, faz o
mesmo no deserto desta vida, e fará com que rios
brotem em meio a este lugar. Assim, aqueles que,
hoje, habitam no deserto, em meio a lutas e adver-
sidades, dor e sofrimento, honrarão o Deus eterno
por causa da mudança que ocorrerá em seu modo
de viver. O Deus que deu de beber a Israel em sua
caminhada pelo deserto pode repetir o milagre por
amor aos Seus, para que nós, Seu povo escolhido,
possamos dar louvores ao Seu santo nome!
Assim como o Êxodo foi significativo para o
povo de Israel no Antigo Testamento, a ressurrei­
ção e o novo nascimento são importantes para os
que seguem a fé do Novo Testamento. Por isso, a
maior conseqüência da profecia de Isaías para nós,
hoje, é o livramento do cativeiro e da escravidão
do pecado.
O fato de Deus derramar água sobre a terra
sedenta, fazendo correr rios no deserto e plantando
árvores ali, é extremamente importante na confir­
mação da ideia de que, em todas as passagens em
que ribeiros fluem do deserto, este representa nossa
vida como estéril e desesperada, e a chegada da
água representa a vinda de Deus sobre nós para
transformar todas as coisas.
Para Deus, terra sedenta e vida sedenta repre­
sentam a mesma realidade. O derramar dessa água
é o próprio derramar do Senhor e do Seu Espírito
sobre nós. Não vamos esquecer isso ao adentrar
os desertos que se apresentam diante de nós - eles
apenas prefiguram a abundância e a renovação
de vida que Deus tem preparado para mim e para
você!
Vivemos uma época em que as pessoas ou
vivem no deserto, ou estão caminhando para lá. Po­
rém, alguns conheceram o que é a liberdade de viver
fora da sequidão do deserto mesmo experimentando
certas dificuldades. Paulo experimentou tal realidade.
Em 2 Coríntios 12.9,10, após declarar que vivia em
opressão e clamar a Deus para que o libertasse dela
(o espinho na carne), o apóstolo escreveu:

£ disse-me [Deus]: 7\ minha graça te basta, porque


o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade,
pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em
mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas
fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas persegui­
ções, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando
estou fraco, então, sou forte.

Embora Deus não tenha removido a aflição


de Paulo, Ele prometeu demonstrar Seu poder em
sua vida. O fato de o poder de Deus ser mostra­
do em nossas fraquezas deve nos dar coragem e
esperança. À medida que reconhecemos nossas
limitações, passamos a depender mais de Deus, e
não de nossa própria energia, esforço ou talento.
Nossas limitações não só ajudam a desenvolver o
caráter cristão como também aprofundam nossa
adoração. Admitindo-as, reafirmamos o poder de
Deus e preparamos o caminho para que Ele der­
rame as águas que renovarão a terra árida na qual
pisamos.
Quando estamos fortes em habilidades ou re­
cursos, sentimo-nos tentados a fazer a obra de Deus
sozinhos, o que fatalmente nos leva ao orgulho.
Quando estamos fracos, permitindo que Deus nos
preencha com o Seu poder, então somos mais fortes
do que jamais poderíamos ser sozinhos. Deus não
quer que sejamos fracos, passivos ou ineficientes
— a vida, por si só, apresenta muitos impedimen­
tos sem que os criemos. Quando tais obstáculos
vierem, devemos depender de Deus. Somente Seu
poder nos fará eficientes para Ele e nos ajudará a
realizar trabalhos de valor duradouro.
Nós, que passamos pelo deserto, também de­
vemos utilizar os momentos de isolamento, dor e
aflição que ele nos proporciona para refletir sobre
a ação de Deus em nossa vida. Como afirmamos
no início deste livro, o Senhor não nos coloca no
deserto como uma declaração explícita de que
erramos e somos culpados, e por isso estamos
sofrendo. Pelo contrário, Deus nos conduz ao
deserto para que sejamos provados no fogo das
atribulações e, assim, forjados na força do Seu po­
der. Dessa forma, somos fortalecidos e passamos
a demonstrar uma fé e uma consagração que têm
a mesma força do aço.
E, em seguida, recebemos a ordenança de
florescer e frutificar neste deserto, para que possa­
mos ajudar e conduzir aqueles que se encontram
enfraquecidos e quase vencidos pela travessia de
fogo. Ao florescer e frutificar no deserto, faremos
com que o cenário mude. Assim, não haverá mais
dunas de areias secas e sem cor, sequidão de estio
e tempestades de areia, opressão, perseguição
e ocupação pelo inimigo. Pelo contrário, o que
veremos ali serão árvores frondosas e produtivas.
Árvores que suprirão as necessidades dos viajantes
que atravessam a longa estrada da vida, a qual, no
fim, conduzirá a Cristo todos que experimentaram
um contato com o antigo deserto.
Eis a beleza de nossa maior missão no deserto
que cruzamos, em cujas areias fomos plantados por
Deus como árvores úteis que produzem frutos, com
o objetivo de promover brilho e beleza às vidas
que nos cercam.
Mas, o que leva a vida a ser monótona, vazia,
sem brilho? Quase sempre é a incredulidade dos
corações. Quando confiamos em Deus, tudo se
torna possível para nós. Caminhamos na direção de
nossos sonhos, mesmo que pareçam distantes; ali­
mentamos uma viva esperança, mesmo quando as
dificuldades procuram eliminá-las; regozijamo-nos
nas lutas, mesmo que estas se apresentem muito
grandes, pois sabemos em quem temos crido e que
Ele nos prometeu vitórias em todas as batalhas.
No entanto, quando perdemos a fé, perdemos
também o sorriso. E quando perdemos a vontade
de sorrir, perdemos também a vida abundante que
o Senhor nos preparou. Assim, quando perdemos
a vida, perdemos tudo, pois o Senhor é a vida e é
tudo para nós.
Não podemos deixar que as areias da incredu­
lidade cubram as vidas neste mundo, transforman­
do-as em completo deserto. Vamos regá-las com
o nosso amor, testemunho e ardor evangelístico.
Vamos regá-las com a Palavra de Deus, com as
promessas do Senhor Jesus, com o bálsamo do Espí­
rito, para que, então, flores coloridas e perfumadas
possam surgir da secura e muitos novos jardins
sejam vistos em toda a nossa rua, cidade e mundo.
O Senhor nos chamou para acabar com os
desertos da frustração, da angústia e da derrota. Ele
nos enviou a semear vida e paz, alegria e satisfação,
fé e amor; ou seja, para que vivêssemos unidos em
todo tempo. Ele confia em nós para levar confiança
aos corações desalentados e fora da unidade de
Cristo. Deus nos dá a missão de apresentarmos ao
mundo um deserto renovado!
Porém, não podemos deixar de permanecer
atentos. Muitas vezes, desejamos tudo pronto, que­
remos dar frutos sem esforço. Deus nos dá as possi­
bilidades e oferece os dons para nós. Estes precisam
ser plantados, regados e cuidados para que possam
produzir frutos. No entanto, a tarefa é nossa, porque
o Senhor já colocou a semente em nossas mãos.
É tempo de trabalhar para a construção deste
deserto renovado, em que a justiça e a paz serão
os alicerces. O mundo melhor que sonhamos de­
pende dos nossos esforços para ser edificado. A
nossa omissão terá conseqüências desastrosas. Não
basta deixar de realizar o mal, se nos omitirmos em
realizar o bem. O pastor norte-americano Martin
Luther King ilustrou bem esta nossa preocupação:

O que me preocupa não é o grito dos maus. E o


silêncio dos bons. O que me assusta não é a violência de
poucos, mas a omissão de muitos. Temos aprendido a voar
como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não apren­
demos a sensível arte de viver como irmãos. No final, não
lembraremos as palavras de nossos inimigos, mas o silêncio
dos nossos amigos.

A omissão é uma atitude própria dos seguido­


res de Pi latos, que lavou as mãos diante do erro, e
não dos seguidores de Cristo, que as sujou ao lavar
os pés dos discípulos. A nossa esperança em um
mundo de acordo com o sonho de Deus deve ser
traduzida em ações. Um deserto renovado depende
de cada um de nós!
Conclusão

A partir deste iivro compreendemos o que


somos no deserto, que Deus nos conduz para este
lugar para mostrar-nos que dependemos mais dos
Seus recursos do que dos nossos próprios. É fácil
depender da provisão quando nós a possuímos
e ela é administrada por nós. Mas, na escola do
deserto, aprendemos que nosso sustento vem do
Provedor, e não da provisão. E quando a nossa
acaba, Deus sabe onde estamos, para onde deve­
mos ir e o que devemos fazer.
A nossa fonte pode secar, mas o manancial do Se­
nhor jamais deixa de jorrar. Os nossos recursos podem
tornar-se escassos, mas os celeiros de Deus continuam
abarrotados. Nessas horas, precisamos aprender a de­
pender mais do Provedor do que da provisão.
Na escola do deserto, aprendemos que
fomos plantados por Deus com o propósito de
sermos capacitados para uma grande obra, e
assim, forneceremos frutos que alimentarão outras
pessoas. Todos que foram treinados por Deus no
deserto foram grandemente usados por Ele. E quan­
to mais intenso é o treinamento, mais poderemos
ser instrumentos do Altíssimo.
Por exemplo, porque foi treinado por Deus
por 40 anos no deserto, Moisés pôde libertar Israel
da escravidão e guiar esse povo rumo à Terra Pro­
metida. Porque foi graduado na escola do deserto,
Elias pôde enfrentar, com bravura, a fúria do ímpio
rei Acabe e trazer a nação apóstata de volta para
a presença do Senhor. Porque passou três anos no
deserto da Arábia, Paulo foi preparado por Ele para
ser um grande líder do cristianismo.
Todos eles foram plantados por Deus no de­
serto, e ali aperfeiçoaram a missão que assumiriam
e que foi designada pelo Senhor ao longo da estra­
da da vida. Tal como árvores plantadas no ermo,
demonstraram ao mundo que Deus é capaz de
transformar o deserto em tanques de águas e a terra
seca, em mananciais (Isaías 41.18).
Quando Deus nos leva para o deserto é para
equipar-nos, e, depois, Ele nos usa com graça e
poder em Sua obra. Nós somos capacitados por
Ele no deserto, a fim de lançarmos raízes profundas
no vale da sequidão, transformando-o em lugar
de fontes e águas fundas, pela ação florescente e
eficaz de Deus em nós.
Não precisamos ter medo do deserto, se Aque­
le que nos leva para este local está no comando de
tudo. A escassez deste lugar é intensa, e a solidão,
patente. Porém, a ação de Deus nele é intensa e
restauradora. E no deserto que observamos me­
lhor e com maior nitidez o que o Senhor quer que
sejamos, e é lá também que o frescor das folhas
verdes possui maior valor. Do mesmo modo, é lá
que podemos realçar a presença viva do Espírito
Santo em nós! Apesar da aparente ausência de
tudo, é no deserto que as bênçãos de Deus abun­
dam - é ali que se cumpre a profecia de Isaías, que
estudamos aqui:

Os aflitos e necessitados buscam águas, e não as


há, e a sua língua se seca de sede; mas eu, o Senhor, os
ouvirei, eu, o Deus de Israel os não desampararei.

Isaías 41.1 7

O deserto tende a fazer-nos desanimar, pois


o clima é desfavorável, e o ambiente, desconfor­
tável. Além disso, ele, de uma forma geral, tem a
reputação de sustentar pouca vida. Mas, é no calor
escaldante do deserto, neste lugar árido e descon­
fortável, que descobrimos a fonte da Água da Vida.
É no deserto que somos preparados, moldados
e fortalecidos para conquistar o lugar ideal. Não
existe a menor possibilidade de passarmos para
um lugar definitivo para outro sem, antes, pisar no
terreno transitório que é o deserto.
Como diz um belíssimo hino, Deus cuida de
nós em todas as situações, até mesmo no deserto:

Não desanimes, Deus proverá;


Deus velará por ti;
Sob suas asas te acolherá;
Deus velará por ti.
Deus cuidará de ti,
No teu viver, no teu sofrer;
Seu olhar te acompanhará;
Deus velará por ti.
Se o coração palpitar de dor,
Deus velará por ti;
Tu já provaste Seu terno amor.
Deus velará por ti.
Nos desalentos, nas provações,
Deus velará por ti;
Lembra-te dele nas tentações;
Deus velará por ti.
Tudo o que pedes, Ele fará;
Deus velará por ti;
E o que precisas, não negará.
Deus velará por ti.
Como estiveres, não temas, vem!
Deus velará por ti;
Ele te entende e te ama bem!
Deus velará por ti.
(Harpa Cristã, hino n ° 4)

No deserto, conhecemos mais de Deus e


descobrimos quem somos. As vezes, por mais que
peçamos, Deus não muda o clima do deserto, mas
o usa para mudar-nos!
Que possamos, então, florescer no deserto da
vida, promovendo frescor e abundância na igreja,
na família e na sociedade, tal como descrito na
profecia encontrada em Isaías 41.19, base do es­
tudo neste livro:

Plantarei no deserto o cedro, e a árvore de sita, e


a murta, e a oliveira; conjuntamente, porei no ermo a
faia, o olmeiro e o álamo.

Que sejamos, então, como o cedro, símbolo


de força, grandeza e durabilidade. Que esta nos­
sa força e grandeza possa ser aplicada na vida da
igreja, por meio do nosso exemplo de que Cristo
habita em nós. Coluna e firmeza da verdade, que
a igreja experimente crescimento e fortalecimento
por meio de nossa motivação cristã. Que a nossa
família demonstre a firmeza do nosso caráter e
conduta, seguindo as leis de Cristo, no amor e na
união em torno do Senhor. E que a sociedade possa
experimentar uma evolução, ao notar em nossa
vida o reflexo de Jesus. Pois:

Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira


certeza de fé; tendo o coração purificado da má cons­
ciência e o corpo lavado com água limpa, retenhamos
firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é o
que prometeu.

Hebreus 10.22,23

Que a sita ou acácia também possa servir


de modelo para nós, ao demonstrarmos pure­
za e incorruptibilidade em nosso viver diário.
Que todos possam notar em nós a sinceridade,
a honestidade, o bom senso e a verdade como
norteadores de nossas ações. E que não vivamos
a putrefação, tão comum às outras "árvores"
plantadas pelo mundo.
Que a ausência de corrupção moral e espiri­
tual contagie tanto a igreja como a nossa família,
e sejamos sementes para um novo tempo e um
novo ideal de que a sociedade tanto necessita.
Não nos esqueçamos da admoestação de Paulo:
Em tudo, te dá por exemplo de boas obras; na
doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade,
linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se
envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de vós.

Tito 2.7,8

Observemos também a murta, a outra árvore


na qual devemos espelhar-nos. Ao passarmos por
lutas e adversidades, que não sejam encontradas
em nós palavras de murmuração e queixa, mas
que sejamos capazes de somente exalar o bom
perfume de Cristo. Assim, tanto a igreja como a
nossa casa sentirão prazer em nós, pois diante de
desafios e provações, elas serão abençoadas pelo
odor da salvação em Cristo que emitimos por meio
de nossas atitudes e palavras. Como diz Paulo:

E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em


Cristo e, por meio de nós, manifesta em todo o lugar o cheiro
do seu conhecimento. Porque para Deus somos o bom
cheiro de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem.

2 Coríntios 2.14,15
Além disso, todos também precisam ser como
a oliveira. Consagrados à obra do Senhor, que em
tudo frutifiquemos e sejamos úteis. Que propor­
cionemos alimento e luz para nossos familiares, e
lancemos esperança e cura para o mundo inteiro.
E que sejamos ferramentas eficazes na ação do
Espírito, elevando o louvor e glorificando a Deus
em nosso viver santo. Assim seremos considerados
preciosos pelo Senhor:

Estender-se-ão as suas vergônteas, e a sua glória


será como a da oliveira, o seu odor, como o do Líbano.
Voltarão os que se assentarem à sua sombra; serão vi-
vificados como o trigo e florescerão como a vide; a sua
memória será como o vinho do Líbano.

Oseias 14.6,7

A faia é outro modelo do que devemos ser


no deserto. Destaca-se aqui a função terapêutica
de todo cristão. Tal qual esta árvore, devemos
ser aqueles que proporcionam cura àqueles que
sofrem. Cura por meio da palavra de carinho,
de consolo, de solidariedade. Cura por meio do
companheirismo e da amizade, demonstrando
que somos discípulos daquele que já não mais nos
chama de servos, mas de amigos (cf. João 15.15).
Ofereçamos cura e restauração pela Palavra de
Deus, que é viva e eficaz para tratar o espírito que sofre.
Agindo desta forma, estaremos edificando o corpo de
Cristo na terra, e contagiando a todos que nos cercam!
Então, romperá a tua luz como a alva, e atua cura
apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da
tua face, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda.

Isaías 58.8

Quanto às lutas e adversidades que desabam


sobre nós constantemente, imitemos o olmeiro,
que enverga, mas não quebra, sob tempestades e
vendavais. Assim, quando vierem os infortúnios,
sejamos firmes na fé, mas curvemo-nos humildes,
sabendo que o livramento vem do Senhor, que
é misericordioso e bom para com o Seu povo!
Mais uma vez, vamos render-nos às palavras do
apóstolo:

Por isso, não desfalecemos; mas, ainda que o nosso


homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se re­
nova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea
tribulação produz para nós um peso eterno de glória
mui excelente.

2 Coríntios 4.1 6,1 7

Por fim, o que devemos fazer quando o


fogo da provação e da dor abater sobre nós?
Lembremo-nos do álamo. Por crescerem em
grupo e possuírem raízes entrelaçadas umas às
outras, eles são capazes de resistir aos mais ter­
ríveis incêndios. Além disso, também oferecem
intensa e convidativa sombra ao viajante cansado
da jornada. Sejamos assim! Que o nosso viver
promova união e cooperação onde quer que
estejamos. Assim, por mais intenso que seja o
fogo que venha a atingir nossa igreja ou casa,
estaremos prontos para resistir. Ademais, que
nossa presença seja reconhecida como revigo­
rante para os peregrinos do mundo que buscarão
a sombra de nossas atitudes e valores para ali
receberem conforto e vida!

Quando passares pelas águas, estarei contigo, e,


quando pelos rios, eles não te submergirão; quando pas­
sares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá
em ti. Porque eu sou o SENHOR, teu Deus, o Santo de
Israel, o teu Salvador.

Isaías 43.2,3

Você é uma árvore plantada no deserto para


que seja produtiva! Glória a Deus! Você não será
uma árvore estéril, mas irá produzir, para a glória
de Deus, frutos que abençoem outros e que glori-
fiquem Cristo.
Este é o nosso trabalho na igreja, na família e
na sociedade. É o seu trabalho, o seu compromisso
com o Senhor da seara. Enquanto estiver vivendo
em fé em Jesus, você estará sendo fortalecido para
produzir frutos no deserto, neste mundo sem Deus,
onde falta a paz. E você é o instrumento do Senhor
para fazer a diferença. Pois agora você já sabe o que
somos no deserto! Aleluia, glória a Deus!
Ore comigo:
Senhor, que eu receba com alegria, no íntimo
do meu coração, a Tua Palavra que estudei neste
livro, pois ela é a Verdade. E que esta verdade
transforme toda a minha vida neste momento, abra
os meus olhos e desperte-me para que eu passe
a demonstrar, por meu viver, minhas atitudes,
minhas palavras e meu comportamento, que Tu
habitas plenamente em mim, e eu, em ti.
Eu te peço, Senhor, que faças de mim árvore
produtiva, que dá muito fruto na Tua obra. Que eu
possa agir como árvore plantada no deserto, onde
farei a diferença entre os que apenas vagueiam
pela sequidão e pelo ermo. E que assim, ó Pai, o
mundo possa reconhecer que somente Tu és capaz
de transformar o deserto em tanques de água, e a
sequidão em verde frescor. Que Tu me fortaleças
e ampares-me, despertando em mim o desejo de
experimentar a vitória que há em ti. Que eu possa,
de hoje em diante, viver um novo tempo, segundo
o Teu evangelho, de tal maneira que em mim todos
possam reconhecer o Cristo vivo. Que eu seja uma
testemunha do poder que existe em ti. Em nome
do Teu amado Filho, Jesus, meu Senhor e Salvador.
Amém e amém!
EDITORA CENTRAL GOSPEL
Estrada do Guerenguê, 1851 - Taquara
Rio de Janeiro - R J - Cep: 22713-001
Tel: (21)2187-7000
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O QUE
SOMOS NO
DESERTO
Deserto é algo muito comum
na vida do cristão. Mas, o que ele
pode significar? É apenas um mo­
mento de adversidade que todos
enfrentam ou é um momento d£
crescimento e amadurecimento
com Deus?
Independente de qual seja o
deserto que esteja atravessandq,
Deus é poderoso para fazer você
frutificar nesse lugar que é de vi­
tória, e não de derrota. Grandes
homens da Bíblia passaram pelo
deserto. Porém, é necessário cd-
nhecer o que precisamos par^
crescer e produzir ainda mais para
o Senhor.
Acompanhe o profeta lsaía$
nessa jornada de fé e amadureci1
Silas Malafaia mento, e descubra O que somos
é psicólogo clínico, conferencista no deserto.
internacional e pastor evangélico.

E DITORA C E N TR A L GOSPEL
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PEDIDOS: (21) 2187-7000
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ISBN 978-85-7689- 328-8

9 788576 893288

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