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Trabalho de Fundações

Andrés Jimenez – 1820077

Augusto César – 1121901

Filipe Costa – 1712838

3VA

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia Civil, Rua

Marquês de São Vicente, 225, 22451-900, Rio de Janeiro, RJ - Brasil

Rio de Janeiro, 01/04/2019

Engenhria de Fundações– ENG1228 – 2019.1


1. Introdução

O presente trabalho visa a dimensionar a sapatas que servirão de fundação da

estrutura apresentada na figura 1.1, juntamente com os valores das cargas de cada pilar e

suas dimensões.

Figura 1.1: alocação, cargas e dimensões dos pilares.

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2. Desenvolvimento

Inicialmente, observou-se o perfil do solo dado, conforme pode ser visto na figura

2.1 que traz os resultados de uma sondagem SPT no terreno. Decidiu-se, portanto, que

todas as sapatas ficariam apoiadas na argila, à profundidade de 3m, cuja cota é -0,65. O

Nspt de 15 e 16 é adequado para esse tipo de solicitação. Pelo método semi-empírico

apresentado na tabela 2.1, pode-se descobrir o valor da resistência do solo.

qa = ((1,2*15+1*16+0,8*15))/3/5 = 3kgf/cm2 = 0,3MPa

Figura 2.1: sondagem SPT.

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Tabela 2.1: valores para método semi-empírico.

Inicialmente será feita a conta para os pilares 2, 3, 5, 6 e 7, já que os pilares 1 e 4

são de divisa e por isso devem ser calculados a parte. Os valores de a0 e b0 são conhecidos:

os mesmos valores dos respectivos pilares, a0 no eixo x e b0 no eixo y. No caso dos pilares

6 e 7, calcula-se o centro de gravidade do pilar e alinha-se com o da sapata. A partir da

resistência do solo, pode-se descobrir os valores de c0, a e b, de acordo com as equações

2.1, 2.2 e 2.3, em que N é o carregamento e Gt a resistência do solo.

a*b > 1,05*N/Gt (2.1)

b = a - c0 (2.2)

c0 = a0 - b0 (2.3)

Definidas as dimensões dos topos e bases de cada sapata, pode-se determinar a

altura da sapata pela equação 2.4 e a altura da parte reta é um terço da altura total. A altura

mínima adotada foi 0,8m, valor suficiente para garantir rigidez e concretagem adequada

sem formas.

H > b – b0/3 + 0,05 (2.4)

Em seguida, é preciso calcular o volume da sapata, para se orçar o volume total de

concreto, escavação, reaterro e a base de concreto magro. Para o volume da sapata, pode-

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se obtê-lo pela fórmula 2.5. Já para as escavações e reaterro, é preciso considerar 1m a mais

em cada lado da base da sapata, espaço destinado ao operador, mais o volume escavado no

talude 1:2. Já para o volume de concreto magro, multiplica-se a base do volume escavado

pela altura de concreto magro, 5cm.

Vs = (H-h0)/3* (A*B + a*b + (A*B*a*b*)0,5) + (A*B*h0) (2.5)

Passa-se, então, para o cálculo das armaduras. Calcula-se o carregamento

distribuído vertical para cima na sapata, ou seja, reação do solo na estrutura. Considera-se

os lados da base da sapata como uma viga engastada, cujo tamanho pode ser visto na

equação 2.6. Daí, calcula-se o momento máximo e as forças de tração e compressão

resistidas, de acordo com equação 2.7. Por fim, calcula-se a área de aço, conforme equação

2.8, para cada direção da base da sapata. Todos os resultados podem ser vistos a seguir.

l = (a-a0)/2 + 0,15*a0 (2.6)

Fa = 1,4*Mmáx/(0,98*(H-0,05)) (2.7)

As = Fa/σaço = Fa/4,38 (2.8)

Sapata a0(m) b0(m) c0(m) P (tf) 1,05*P (tf) Gt (MPa) a (m) b (m) As (m2)
2 0,5 1 0,5 210 220,5 0,3 2,5 3 7,5
3 1 0,4 -0,6 300 315 0,3 3,6 3 10,8
5 0,5 1 0,5 165 173,25 0,3 2,2 2,7 5,94
6 1,3 1,8 0,5 300 315 0,3 3 3,5 10,5
7 1,3 0,7 -0,6 185 194,25 0,3 2,9 2,3 6,67
Tabela 2.1.

Sapata H1 (m) h1 (m) Hadotada (m) h (m) Vsapata (m³) Vesc (m³) qa (tf/m) qb (tf/m)
2 0,8 0,30 0,8 0,3 3,91 110,25 88,20 73,50
3 1 0,40 1 0,4 6,98 131,7 87,50 105,00
5 0,7 0,30 0,8 0,35 3,30 99,27 78,75 64,17
6 0,7 0,30 0,8 0,35 6,34 129,75 105,00 90,00
7 0,6 0,20 0,8 0,35 3,84 104,61 66,98 84,46
Tabela 2.2.

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Sapata La (m) Lb (m) Ma (tfm) Mb (tfm) Fta (tf) Ftb (tf) Asa (cm²) Asb (cm²)
2 1,075 1,15 50,96 48,60 97,07 92,58 22 21
3 1,45 1,36 91,98 97,10 138,32 146,02 32 33
5 0,925 1 33,69 32,08 64,17 61,11 15 14
6 1,045 1,12 57,33 56,45 109,20 107,52 25 25
7 0,995 0,905 33,16 34,59 63,16 65,88 14 15
Tabela 2.3.

Para finalizar as sapatas dos pilares 2, 3, 5, 6 e 7, falta o detalhamento da armadura,

bitola e espaçamento para cada eixo da base, x e y. Para isso, faz-se um chute inicial com

relação ao diâmetro e considera-se que as barras 16 tem 2cm2 e para um 20, 3,15cm2.

Além disso, o cobrimento é 0,05m. Então, usa-se as equações 2.9, 2.10 e 2.11 e se chega

aos resultados na tabela 3.4.

Nobarra = As/ Área + 1 (2.9)

esp = (a – 0,1)/ Nobarra (2.10)

Nobarra = (a - 0,1)/esp + 1 (2.11)

Sapata Armadura x Armadura y


2 11𝛟20 c30 8𝛟20 c30
3 15𝛟20 c20 15𝛟20 c25
5 10𝛟16 c25 9𝛟16 c25
6 18𝛟16 c20 16𝛟16 c20
7 10𝛟16 c25 11𝛟16 c30
Tabela 2.4.

Para as sapatas 1 e 4 a conta deve ser feita de forma ligeiramente diferente, pois

ambas possuem viga de equilíbrio, já que estão na divisa do terreno e por isso possuem

cargas excêntricas. Ambas são consideradas retangulares de lados a e 2a. Dessa forma,

calcula-se o lado da sapata pela equação 2.1, em que b=2a.

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Em seguida, é preciso calcular os momentos máximos em cada sapata. Para isso,

considera-se o conjunto sapata mais viga de equilíbrio como uma viga biapoiada de 4m e

4,12m, respectivamente para os pilares 1 e 4 (no caso do pilar 4, considerou-se que a

distância y dos centros de massa é 1m), conforme figura 1.1, mais metade do lado do pilar,

em ambos casos, 0,15m, que é o ponto de aplicação da carga. Os resultados podem ser

vistos nas tabelas 2.5 e 2.6 a seguir.

1,2*P Asapata Mmáx Asa


Sapata (tf) (m2) a (m) b (m) a0 (m) b0 (m) h (m) (tfm) (cm2) Armadura a
1 162 5,4 1,70 3,40 1,70 1,2 0,8 73 32 12𝛟20 c30
4 132 4,4 1,50 3,00 1,50 1,2 0,8 54 24 15𝛟16 c20
Tabela 2.5.

Asb Hadotada Vsapata Vesc qb Lb Mb Ftb Asb


Sapata (m) (m) h (m) (m³) (m³) (tf/m) (m) (tfm) (tf) (cm²) Armadura b
1 5,78 0,8 0,3 3,61 100,89 47,65 1,28 39,03 74,35 17 11𝛟16 c15
4 4,5 0,8 0,3 2,87 90,75 44,00 1,08 25,66 48,88 11 8𝛟16 c20
Tabela 2.6.

O próximo passo é detalhar as armaduras. As figuras 2.2 a 2.9 mostram o

detalhamento. Finalizadas as dimensões e armaduras, passa-se ao orçamento. Utilizando

como valores unitários os propostos em sala, pode-se ver o resultado nas tabelas a seguir.

Os pares de sapatas 1 e 2 e 4 e 5 foram orçadas em conjunto, já que há uma viga de transição

que une os pares e a armadura foi contabilizada junta. Nas tabelas 2.7 a 2.11, pode-se ver

o resultado.

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Figura 2.2: detalhamento das sapatas 1 e 2.

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Figura 2.3: detalhamento da sapata 2.

Figura 2.4: quantitativo das armaduras das sapatas 1 e 2 e viga de equilíbrio.

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Figura 2.5: detalhamento da sapata 3.

Figura 2.6: detalhamento das sapatas 4 e 5 e viga de equilíbrio.

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Figura 2.7: quantitativo das armaduras das sapatas 4 e 5 e viga de equilíbrio.

Figura 2.8: detalhamento da sapata 6.

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Figura 2.9: detalhamento da sapata 7.

Sapatas 1 e 2 e viga de equilíbrio


Quantidade Preço unit (R$) Preço total (R$)
Escavação (m3) 211,14 20,00 4222,80
Conc Magro (m3) 2,177 800,00 1741,60
Conc Estrut (m3) 8,37 1050,00 8784,01
H med (m)
Formas (m2) 8,52 90,00 766,80
Aço (kg) 604,3 12,00 7251,60
Taxa de aço (kg/m3) 72,23526 0,00
Reaterro (m3) 207,23 10,00 2072,34

Total R$ 24.839,15
Preço/m3 2969,16
Tabela 2.7: orçamento das sapatas 1 e 2 e viga de equilíbrio.

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Sapata 3
Quantidade Preço unit R$ Preço total R$
Escavação (m3) 131,7 20,00 2634,00
Conc Magro (m3) 1,4 800,00 1120,00
Conc Estrut (m3) 6,98 1050,00 7324,48
H med (m)
Formas (m2) 5,28 90,00 475,20
Aço (kg) 285 12,00 3420,00
Taxa de aço (kg/m3) 40,856161 0,00
Reaterro (m3) 124,72 10,00 1247,24

Total R$ 16.220,92
Preço/m3 2325,35
Tabela 2.8: orçamento da sapata 3.

Sapata 4 e 5 e viga de equilíbrio


Quantidade Preço unit R$ Preço total R$
Escavação (m3) 191,60 20,00 3832,08
Conc Magro (m3) 1,87 800,00 1497,52
Conc Estrut (m3) 7,76 1050,00 8149,94
H med (m)
Formas (m2) 8,224 90,00 740,16
Aço (kg) 452,75 12,00 5433,00
Taxa de aço (kg/m3) 58,33 0,00
Reaterro (m3) 183,84 10,00 1838,42

Total R$ 21.491,12
Preço/m3 2768,82
Tabela 2.9: orçamento das sapatas 4 e 5 e viga de equilíbrio.

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Sapata 6
Quantidade Preço unit R$ Preço total R$
Escavação (m3) 129,75 20,00 2595,00
Conc Magro (m3) 1,375 800,00 1100,00
Conc Estrut (m3) 6,34 1050,00 6661,75
H med (m)
Formas (m2) 3,9 90,00 351,00
Aço (kg) 191,52 12,00 2298,24
Taxa de aço (kg/m3) 30,19 0,00
Reaterro (m3) 123,41 10,00 1234,05

Total R$ 14.240,04
Preço/m3 2244,46
Tabela 2.10: orçamento da sapata 6.

Sapata 7
Quantidade Preço unit R$ Preço total R$
Escavação (m3) 104,61 20,00 2092,20
Conc Magro (m3) 1,0535 800,00 842,80
Conc Estrut (m3) 3,84 1050,00 4033,10
H med (m)
Formas (m2) 2,08 90,00 187,20
Aço (kg) 96 12,00 1152,00
Taxa de aço (kg/m3) 24,99 0,00
Reaterro (m3) 100,77 10,00 1007,69

Total R$ 9.314,99
Preço/m3 2425,12
Tabela 2.11: orçamento da sapata 7.

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4. Conclusões

Findado o presente trabalho, pode-se afirmar algumas conclusões. O cálculo das

sapatas é relativamente simples, bem como sua execução, ao compará-los com as

fundações indiretas, como estacas. Caso o solo seja adequado, a saber, tenha uma

resistência razoável ao cisalhamento e não tenha bolsões de argila em camadas mais

profundas, as sapatas se tornam boas soluções. O preço médio das sapatas está entre

R$10.000,00 e R$15.000,00 e o preço por m3, entre R$2000,00 e R$2500,00, um valor

que também é uma vantagem em relação a outros tipos de fundações, por exemplo, estacas.

A maior dificuldade desse tipo de infraestrutura é o controle de nível de água

durante execução e as vigas de equilíbrio que necessitam uma maior atenção, já que cargas

excêntricas podem gerar tensões não previstas. Em profundidades maiores que 5m ou solos

menos resistentes (Nspt<10), é bom avaliar a viabilidade de estacas, pois ambos fatores

encarecem bastante a sapata.

5. Bibliografia

CABRAL, D. A. Fundações. Material do curso de Engenharia Civil da Pontifícia

Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2019.

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