You are on page 1of 2

Acessibilidade para todos: Projeto desenvolve

próteses robóticas de baixo custo

Causado por diversos fatores, como diabetes, acidentes domésticos ou acidentes de


trânsito, a amputação é algo cada vez mais recorrente no cenário brasileiro - só no Rio de
Janeiro, as amputações cresceram 55% de 2008 a 2016.

Por ser uma mudança significativa na vida de alguém, as consequências da perda total de
um membro tentam ser diminuídas através da implementação de próteses, uma tentativa de
aliviar a dor e o diminuir o estresse emocional do indivíduo. Entretanto, essas próteses nem
sempre são acessíveis a todas as classes, chegando a preços exorbitantes, como mostra a
revista O GLOBO.

Tendo em vista esse cenário, um grupo de estudantes da Universidade Federal Fluminense


(UFF), buscou desenvolver braços eletromecânicos de baixo custo, ‘algo que pudesse
auxiliar as famílias de baixa renda’, relatam os cientistas.

Prático e Rentável

O dispositivo foi criado por meio de uma impressora 3D (MakerBot Replicator 2), a qual foi
responsável pela impressão de boa parte dos componentes do braço robótico , uma
interface elétrica, sensores e uma placa de processamento (Arduino).

Com o dispositivo montado, colaram-se os sensores no braço de um usuário e os


conectaram na placa de processamento. Por meio da movimentação da mão (abrir e
fechar), os sensores detectaram a movimentação dos músculos (impulso elétricos) e enviou
esses sinais para a placa de processamento. Nessa placa, foi implementado um algoritmo
que fosse capaz de codificar os impulsos elétricos dos músculos e transmiti-los para o braço
robótico, fazendo com que o aparelho reproduzisse os movimentos realizados pelo braço
humano.

Para tornar o dispositivo mais eficiente, o algoritmo usado baseou-se em parâmetros


individuais. Isso propiciou que cada indivíduo tivesse particularidades na detecção dos
movimentos, como identificar valores individuais de sinais elétricos que fosses capaz de
gerar contração e relaxamento muscular.

Uma esperança para o futuro

Os cientistas conseguiram fazer com que o braço robótico fosse capaz de realizar alguns
movimentos da mão, como abrir e fechar. Esse fato coloca um pouco de esperança para
aqueles que vivem em baixas condições financeiras - tendo em vista que o dispositivo
completo custou R$ 478,00 reais - e que sonham com uma prótese eficiente.
Entretanto, problemas nas áreas de impressão e da mobilidade foram detectados. Tais
empecilhos ocorrem, respectivamente, devido a matéria prima utilizada na impressão -
aparentemente, um material pesado para a função desejada - e em virtude da diferença de
atrito entre fio os dedos do braço robótico, o que gerou uma sobrecarga do motor do
aparelho.

Os estudantes relatam que o preço final do produto está na faixa do esperado, o que
permitiria uma popularização maior desse dispositivo. Em futuro próximo, o grupo de
pesquisa espera implementar algoritmos de aprendizagem de máquina no braço robótico,
tornando o aparelho mais dinâmico e aumentando seu comportamento com o de um braço
humano.

Em tempos em que a tecnologia custa caro e a acessibilidade por meio de próteses é


restrita a alguns grupos sociais, é essencial - e louvável - que pesquisadores se
empenhem no desenvolvimento de ferramentas de baixo que auxiliem a vida daqueles que
possuem condições econômicas limitadas.

You might also like