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DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA
SÃO LUÍS-MA
2017
Foi realizada visita técnica ao laboratório Cernitas, que é um laboratório de
diagnóstico veterinário e análises ambientais, credenciado pelo ministério da
agricultura, pecuária e abastecimento (MAPA) cujo responsável técnico Daniel
Praseres Chaves mostrou os laboratórios e as técnicas e exames para detecção de
doenças. A responsável técnica Erlin Cely Cotrim Cavalcante demonstrou os seguintes
exames: teste do antígeno acidificado tamponado (AAT), fixação de complemento, 2-
mercaptoetanol e imunodifusão em gel de ágar (IDGA).
É uma prova qualitativa, pois não indica o título de anticorpos do soro testado. O
AAT é o teste de triagem do rebanho, mostrando previamente novas infecções, o ideal
é buscar a confirmação da brucelose através de testes mais específicos devido a
possível ocorrência de falso-positivos por causa da vacina B19 evitando assim a
eutanásia de animais não infectados.
2-Mercaptoetanol
A técnica 2-Mercaptoetanol, é uma prova quantitativa seletiva que detecta
somente IgG no soro, que é a imunoglobulina sugestiva de infecção crônica. O 2-
mercaptoetanol degrada as imunoglobulinas da classe IgM, sendo inativa para as
imunoglobulinas da classe IgG.Deve ser sempre realizada em paralelo com a prova de
soroaglutinação lenta em tubos.
A interpretação dos resultados é feita pela diferença entre os títulos dos soros sem
tratamento (prova lenta), em relação ao soro tratado com 2-mercaptoetanol. Desse
modo, soros com predomínio de IgM apresentam reações negativas nessa prova e
reações positivas na prova lenta. Os resultados positivos na prova lenta e negativos no
2-ME devem ser interpretados como reações inespecíficas ou como devido a
anticorpos residuais de vacinação com B19. Resultados positivos em ambas as provas
indicam a presença de IgG, devendo os animais ser considerados infectados.
Esta reação pode ser, ainda, influenciada por uma variedade de condições físico
químicas, dentre elas, concentração eletrolítica, tampão, pH e temperatura .Alterações
bruscas de temperatura, durante a incubação, levam a formação de artefatos de
técnicas indesejáveis para o teste. Altos níveis de lipídeos e protídeos nos reagentes
podem afetar a formação e observação da linha de precipitação.
Uma das limitações da IDGA está relacionada à sua sensibilidade, onde amostras
com baixos títulos de anticorpos apresentam leituras difíceis de serem realizadas
contribuindo para a ocorrência de resultados falsos negativos, já que a leitura é visual
e subjetiva, sujeita a erros de interpretação. Outra causa de resultados falsos negativos
ocorre quando amostras de soro são coletadas de animais no primeiro episódio clínico
induzido pela infecção pelo EIAV, pois os animais não tiveram tempo suficiente para
montar a resposta imune contra a p26 (Issel e Cook, 1993).
Referências
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