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1 INTRODUÇÃO

O raciocínio lógico matemático é fundamental em nossas vidas e por esse


motivo deve ser trabalhada desde cedo, isto é, a partir da educação infantil, visto
que é nessa fase que as crianças desenvolverão conceitos importantes dos quais
utilizarão ao longo da vida.

São várias as didáticas que podem iniciar este primeiro contato com esta área
do conhecimento. No entanto, destacamos a importância do lúdico, visto que através
das brincadeiras e dos jogos a criança descobre muito dos outros e de si mesma,
desenvolvendo sua socialização, imaginação, memorização, criatividade, noção de
tempo/espaço, raciocínio lógico, além de aspectos afetivos e emocionais.

O lúdico no ensino da matemática, na educação infantil, além de dinâmico,


faz com que os alunos sintam maior prazer em aprender, pois eles se identificam
bastante com as brincadeiras e jogos.

Desse modo, partindo da hipótese de que a aprendizagem da matemática na


educação infantil se dá com a participação ativa das crianças em jogos, brincadeiras
e atividades que envolvam a ludicidade no ato de aprender, nesse caderno de
atividades serão apresentados os objetivos gerais e específicos relacionados ao
eixo: raciocínio lógico matemática, além de descrever algumas atividades que
podem ser trabalhadas com as crianças na pré-escola.
2 OBJETIVO GERAL

Aprofundar os estudos sobre a construção do pensamento lógico-matemático na


educação infantil através dos jogos e das brincadeiras procurando descrever
algumas atividades que visam o desenvolvimento das crianças nessa área de
conhecimento.

2.1. Objetivos específicos:


- Propor várias atividades desafiadoras as crianças, estimulando a superarem as
dificuldades e desenvolverem sua criatividade;

- Estimular o gosto pela matemática através de atividades lúdicas;

- Reconhecer e valorizar os números e as contagens orais como ferramentas


necessárias no seu cotidiano;

-Trabalhar diversos conceitos matemáticos como perto/longe, em cima/ embaixo,


grande/pequeno, etc;

- Desenvolver a concentração, a percepção visual e a coordenação motora;

- Levar as crianças a buscarem caminhos para ganhar o jogo utilizando estratégias


para isso;

- Identificar e nomear as formas geométricas planas;

- Estimular o uso do raciocínio lógico da criança.


3 REFERENCIAL TEÓRICO

Na educação infantil, a criança tem a capacidade e a possibilidade de absorver


conhecimentos que serão levados e lapidados ao longo da vida, ou seja, é nesse
período que terá a base de sua educação e o aprendizado do raciocínio lógico
matemático torna-se essencial, tendo em vista que desde pequeno estamos
inseridos em um mundo onde utilizamos a matemática de forma informal e natural,
seja para contarmos a nossa idade, os integrantes da família, brincar com jogos que
exijam raciocínio lógico e estratégias, entre outras coisas.

Nesse sentido, quanto mais cedo forem trabalhados os conceitos


matemáticos melhor será o resultado no futuro, quando os alunos terão que
enfrentar a matemática de forma mais complexa, nas demais etapas da educação
básica.

Atualmente, o ensino através do lúdico vem ganhando cada vez mais espaço,
o que antes era ensinado de forma mecânica e sem criatividade, hoje já está sendo
substituído por jogos e brincadeiras divertidas e educativas. Nada mais propício e
eficaz em se falando de educação infantil, pois esse tipo de atividade chama a
atenção das crianças, estimula seu interesse, aguça sua curiosidade e o ensino se
dá de forma mais prazerosa.

Utilizar o jogo na Educação Infantil significa transportar para o campo de


ensino-aprendizagem condições para maximizar a construção do
conhecimento.
Introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação
e ação ativa e motivadora. (RCNEI, 1998, p. 37).

A utilização do lúdico na educação infantil no ensino da matemática pode


favorecer muito a aprendizagem do aluno se essas forem dirigidas e tiverem
objetivos definidos. É através da curiosidade que as crianças vão explorando o
mundo e descobrindo cada vez mais sobre ele, e os jogos é uma excelente
ferramenta, pois através dele as crianças vão criando conceitos e relacionando-os
com a realidade.

De acordo com Vigotsky (2001), é através do ato de brincar que a criança


aprende a agir em uma esfera cognitivista, estando livre para ser autônoma em suas
ações. Segundo ele os jogos são recursos importantes, tendo em vista que não são
apenas uma maneira de lazer, na qual as crianças gastam sua energia, mas
também, um meio pelo qual contribui e enriquece seu processo de pensamento.

Contudo, mais uma vez ressaltamos que as brincadeiras, para o aprendizado


da matemática devem ser planejadas e ter finalidades, desenvolvendo assim
capacidades importantes como: a memorização, a imaginação, a noção de espaço,
a percepção e a atenção, além do fato de que os professores devem ter o
compromisso de oferecer as crianças possibilidades de pensar e criar, tendo o papel
de mediador, visto que a aprendizagem do lógico-matemático na educação infantil
se dá com a participação ativa das crianças em jogos e em atividades que envolvam
a ludicidade no ato de aprender.

De acordo com Moura (2012), a maioria das pessoas já se divertiu em uma


roda com amigos, já jogou “conversa fora”, já teve participação em algum jogo em
duplas ou em equipes. Isso faz parte da natureza humana, tendo em vista que essa
satisfação faz bem ao corpo e a mente, logo, segundo o referido autor se para os
adultos o lazer faz bem, imagina para uma criança que frequenta a escola, nos anos
iniciais de sua aprendizagem. São nesses momentos de lazer, de brincadeira que a
criança busca superar os desafios propostos, indo além do que é esperado,
transpondo seus próprios limites.

É importante ressaltar que o jogo e a brincadeira auxiliam também no


aprimoramento da motricidade, no desenvolvimento dos sentidos e da linguagem,
ajuda na resolução de problemas e no desenvolvimento de conceitos importantes
como linguagens geométricas, noções de quantidade, noções de espaço, dentre
outros. De acordo com Moura (2012) é também através do jogo que a criança vai ter
condições de conhecer a si e ao outro, pois essa interação permite entender
determinados comportamentos, hábitos e normas.

Outro fator a ser destacado é o fato de que quando as crianças brincam ou


jogam e o erro acontece, esse geralmente é encarado sem culpa, pois durante a
brincadeira não há uma cobrança, como ocorreria em outra situação, já que se uma
criança erra durante uma rodada ou em uma partida ela pode recuperar na outra.
Conforme, Dante (1996, p. 37):

O desafio da descoberta leva a criança a refletir, a manipular, a agir, para


solucionar uma situação-problema. O jogo lhe dá prazer, ela aprende brincando
satisfeita, ao contrário do aborrecimento causado por atividades rotineiras.
Como no jogo a criança é livre para criar, arriscar-se e errar sem censuras, sua
autoconfiança se desenvolve mais facilmente.
Sendo assim, deve ser lembrado sempre que brincando a criança também
aprende, desenvolve sua autoconfiança e interage, possibilitando assim o convívio
social e afetivo da criança com os demais, além de fazer com que alguns conceitos
sejam encarrados de forma natural, como o fato de errar.

Utilizar jogos e brincadeiras na educação infantil é importante na medida em


que estimula o desenvolvimento cognitivo das crianças, possibilitando a elas
importantes experiências, desde a tomada de decisão, até a realização de uma
tarefa simples em sala de aula, pois segundo o RCNEI (1998), a matemática ajuda
no desenvolvimento de pessoas independentes, capazes de argumentar e
solucionar problemas.
4 ATIVIDADES - RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO

Público alvo: Crianças da Educação Infantil de 04 a 05 anos.

Tendo em vista o assunto discorrido durante a pesquisa, segue sugestões de


atividades para a Educação infantil.
Jogo do tabuleiro: Para essa atividade será utilizado um tabuleiro individual com 10
divisões, um dado com pontos ou numeração, material de contagem para preencher
o tabuleiro (fichas, tampinhas, etc.). A aplicação se fará da seguinte maneira, cada
jogador, na sua vez, joga o dado e coloca no tabuleiro o número de tampinhas
indicado no dado. Vence o jogador que encher seu tabuleiro primeiro.

As ilhotas: Encher uma bacia com água e colocar 4 pratos flutuando nelas, cada
prato terá um numeral, o jogador lançará uma pedrinha para ver qual prato ele
acertou, sendo que se cair fora do prato não vale.

Jogos com alvo: As crianças deverão acertar a bola dentro da lixeira, sendo que o
lixeira será colocado em várias distâncias, ora para facilitar e ora para dificultar.
Contudo, poderão ser utilizados outros objetos para serem alvos como caixas,
cestos, entre outros.

Corrida de se vestir: As crianças deverão vestir a maior quantidade de peças num


tempo determinado, ao final irão contar quantas peças foram colocadas, ganha
quem tiver colocado mais peças.

Jogo de garrafas: Nessa atividade serão utilizadas 2 garrafas de água vazia e 20


canudos, num determinado tempo as crianças deverão colocar os canudos dentro
da garrafa, ganha que colocar mais canudos no tempo determinado.

Seguindo a trilha: Nessa atividade serão utilizadas folhas de jornal, deverão ser
feitas nas folhas de jornais círculos, quadrados e triângulos grandes. Serão
colocados os círculos, os quadrados e os triângulos no chão, como caminhos, sendo
assim será feita uma fila indiana única com as crianças e elas deverão andar
primeiro só pisando no círculo, depois só pisando no quadrado e depois no triângulo.

Jogo tirando o prato: O material utilizado será pratos de papelão ou isopor (um
para cada criança) e dado. A aplicação se dá da seguinte forma os jogadores
começam com20 objetos dentro do prato e revezam-se jogando o dado, retirando as
peças, quantas indicadas pela quantidade que nele aparece. Vence que esvaziar
seu prato primeiro.
Boliche: As peças poderão ser feitas de garrafa pet, litros de
amaciante/desinfetantes, caixas de leite, litros de iogurte ou recortes de cartolina e
e.v.a, para se estabilizar a garrafas e/ou caixas coloca-se areia. As crianças jogam a
bola para derrubar as garrafas ou as caixinhas, quem derrubar mais vence o jogo.

Quebra cabeça: Essa brincadeira é ideal, pois é uma atividade extremamente rica
para o cérebro. O fato de induzir a criança a montar as peças apresenta um motivo e
tanto para que o raciocínio lógico do pequeno consiga ser trabalhado de maneira
bastante satisfatória.

Jogos de sequência lógica: Essa brincadeira é constituída por figuras que


procuram representar a ordem de uma cena, por exemplo. O jogo tem por objetivo
estimular que as crianças consigam colocar as figuras na sequência exata para que
façam sentido ao que foi proposto.

Lego: Os famosos brinquedo “lego” também são excelentes para estimular o


raciocínio lógico infantil. Quando se tem um acompanhamento que instigue a
curiosidade do pequeno, os exercícios podem significar muito na vida escolar da
criança.

Jogos verbais: Esse jogo utiliza-se de cantigas que incluem diferentes formas de
contagem. As músicas podem ser apresentadas em roda.

a) A galinha do vizinho: Em círculo de mãos dadas cantando a música: A galinha


do vizinho bota ovo amarelinho, bota um, bota dois, bota três, bota quatro,
bota cinco e bota seis, bota sete, bota oito, bota nove e bota dez. Quando
dizer dez todos se abaixam.
b) Batata quente 1,2, 3: Em círculo sentados passando uma bola e cantando.
Batata quente, quente, quente, queimou. Onde parar a bola a criança pagará
uma prenda.
c) Naquele ninho: Em pé cantado e fazendo gestos. Naquele ninho 1, 2, 3, havia
três ovinhos 1, 2, 3, daqueles três ovinhos 1,2,3 nasceram três patinhos 1,2,3.
d) Um elefante: Um aluno em pé cantando e fazendo gestos vai chamando os
alunos um de cada vez até terminar com todos em pé. Um elefante se
balançava numa teia de aranha, mas como a teia não se arrebentou foi
chamar outro elefante.
e) Um, dois, feijão com arroz: Todos em círculo recitando essa parlenda. Um,
dois, feijão com arroz, três quatro feijão, no prato, cinco seis falar inglês, sete
oito comer biscoito, nove dez comer pastéis. Nessa parlenda o professor
poderá fazer uso de um pote de biscoito, no qual o professor irá chamar um
de cada vez para que pegue um biscoito do pote no momento que falar a
frase (sete oito comer biscoito).
f) Indiozinho: um dois três indiozinhos, quatro, cinco, seis indiozinhos, sete, oito,
nove indiozinhos, dez num pequeno bote, vinham navegando pelo rio abaixo,
quando um jacaré se aproximou, e o pequeno bote dos indiozinhos, quase,
quase virou, mas não virou.
5 AVALIAÇÃO

A avaliação se dará de forma contínua e processual, através da observação


diária das crianças, verificando o envolvimento, interesse e a participação delas nas
atividades propostas.
Referências

BRASIL. RCNEI – Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil – Brasil:


1998.

DANTE, Luiz Roberto. Didática da resolução de problemas de matemática. Série


educação. 12. ed. São Paulo: Ática, 2003.

MOURA, Jonatas Ferreira. O ensino da matemática nas classes de


alfabetização: Como é? Como deveria ser?, 2012. Disponível em:
http://www.pedagogia.com.br/artigos/matematicaalfabetização/index.php?pagina=0.
Acesso em Janeiro/2019.

VIGOTSKY, Lev. A construção do pensamento e da linguagem. Tradução Paulo


bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

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