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ABSTRACT
This paper proposes to provide sustainable alternatives for school lunch, based on recent
studies that point to the plants of Cerrado as an alternative source of rich and healthy foods
that could come to complement the school lunch, working to combat desnutrition and as an
agent of environmental education, rescuing traditional knowledge if they were lost over the
years, searching through the knowledge of the redemption values lost to a recovery of the
environment in the Cerrado.
Keywords: Environmental Education, Cerrado, School Lunch, Sustainability.
1
Daniele Lopes Oliveira, Mestranda em Ecologia e Produção Sustentável-UCG, Graduada em Direito-UCG,
especialista em Docência Superior-Faculdade Lions e Professora da Faculdade Delta
(danielelopes_oliveira@hotmail.com).
2
Cleonice Rocha, Doutora em Química Inorgânica-USP e docente do Mestrado em Ecologia e Produção
Sustentável-UCG (meps@ucg.br). UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS. Campus II, Cx Postal 86. Av.
Engler, Setor Jardim Mariliza, CEP: 74.605-010. Goiânia, Goiás. Brasil.
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Introdução
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cozimento tenha comprometido 25% do valor pró-vitaminico do fruto, ainda conservou 375
microgramas de retinol equivalente por 100g de polpa cozida, contribuindo significativamente
para o enriquecimento da dieta (BRANDÃO, CARVALHO e JESUÉ, 1992).
A tabela 1 apresenta as espécies frutíferas que são utilizadas na alimentação, os
meses em que ocorrem e a região do Cerrado onde são mais freqüentes.
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Galeria
Guariroba Syagrus oleraceae set. a jan. Mata Seca
Ingá-do-Cerrado Inga laurina Willd.. nov. a jan. Mata de Galeria, Cerradão e Mata
Seca
Jaracatiá Jacaratia hiptaphylla jan. a mar. Mata Seca
Jatobá-do-Cerrado Hymenaea stigonocarpa set. a nov. Cerrado e Cerradão
Jatobá-da-Mata Hymenaea stilbocarpa set. a nov. Cerradão, Mata Seca e Mata de
Galeria
Jenipapo Genipa ameriacana set. a dez. Mata Seca, Cerradão e Mata de
Galeria
Jerivá Syagrus romanzoffiana abr. a nov. Cerradão e Mata de Galeria
Lobeira Solanum lycocarpum jul. a jan. Cerrado, Cerradão e Campo Sujo
Macaúba Acrocomia aculeata mar. a jun. Mata Seca e Cerradão
Mama-Cadela Brosimum gaudichaudii set. a nov. Cerrado e Cerradão
Mangaba Hancornia spp. out. a dez. Cerrado e Cerradão
Maracujá-de-Cobra Passiflora coccinea set. a nov. Mata de Galeria e Cerradão
Maracujá-do-Cerrado Passiflora cincinnata out. a mar. Cerrado e Cerradão
Maracujá-Doce Passiflora alata fev. a abr. Mata de Galeria e Mata Seca
Maracujá-Nativo Passiflora eichleriana out. a mar. Mata de Galeria, Cerradão e Mata
Seca
Maracujá-Roxo Passiflora edulis fev. a ago. Mata de Galeria
Marmelada-de-Bezerro Alibertia edulis set. a nov. Cerrado e Cerradão
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Cerrados, tais como araticum, jatobá, pequi, mangaba, cagaita, buriti, constituem fontes
importantes de fibras, proteínas, vitaminas, minerais, ácidos saturados e insaturados presentes
em polpas e sementes; possui enraizamento profundo o que permite um aproveitamento mais
eficiente da água e dos minerais do solo comparativamente às lavouras de grãos. Ainda
segundo Abramovay (1999), não dependem de sistemas de manejo apoiados em revolvimento
intensivo do solo; oferecem proteção ao solo contra impactos de gotas de chuva e contra
formas aceleradas de erosão hídrica e eólica; permitem consorciamento com outras culturas
favorecendo o melhor aproveitamento da terra; podem ser exploradas sem forte alteração da
biodiversidade (EMBRAPA, 2006). A tabela 2 apresenta a composição química e valor
energético de algumas frutas nativas do Cerrado, obtidos de 100 g de polpa.
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Tabela 3 - Composição em ácidos graxos (%) do óleo de algumas frutas nativas do Cerrado.
Macaúba Baru Babaçu Buriti Pequi Jenipapo
Ac. graxos
Casca Polpa Amêndoa Amêndoa Amêndoa Polpa Casca Polpa Amêndoa Polpa Amênd.
Caprílico --- --- 6,2 --- 6,8 --- --- - --- --- ---
-
-
Cáprico --- --- 5,3 --- 6,3 --- --- --- --- 2,3 ---
Láurico --- --- 43,6 --- 41,0 --- --- --- --- 2,3 ---
Mirístico --- --- 8,5 --- 16,2 --- --- --- --- 5,3 ---
Palmítico 24,6 18,7 5,3 5,7 9,4 16,3 34,0 34,4 32,0 37,2 10,3
Palmitoléico 6,2 4,0 --- --- --- 0,4 1,6 2,1 1,3 --- ---
Esteárico 5,1 2,8 2,4 5,5 3,4 1,3 3,7 1,8 2,1 5,4 9,7
Oléico 51,5 53,4 25,5 14,2 14,2 79,2 54,3 57,4 56,3 25,7 19,5
Linoléico 11,3 1737 3,3 32,4 2,5 1,4 4,2 2,8 7,2 --- 60,5
Linolênico 1,3 1,5 --- 2,2 --- 1,3 1,8 1,0 0,3 --- ---
Saturados 29,7 21,5 71,2 --- 83,3 17,7 37,7 36,2 34,1 --- ---
Insaturados 70,3 78,5 28,8 --- 16,7 82,3 62,3 63,8 65,9 --- ---
Fontes: Almeida et. al., 1997; Almeida e Silva, 1994 e Embrapa, 2006. --- Dados
Desconhecidos.
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Abacaxi ou ananás Mill Como subprodutos da O suco do abacaxi O abacaxi pode ser
(Ananas comosus).
industrialização do contém cerca de 12% de consumido “in natura”
abacaxi, obtém-se álcool, açúcar e 1% de ácidos ou em calda,
ácido cítrico, ácido orgânicos cristalizados, passa,
málico, ácido ascórbico, (principalmente ácido picles, suco, xarope,
bromelina (enzima cítrico); é considerado geléia, licor, vinho,
proteolítica que entra na boa fonte de vitaminas A vinagre, aguardente.
composição de diversos e B1, bem como razoável Sucos, sorvetes, cremes,
medicamentos) e rações fonte de vitamina C balas e bolos.
para animais; do restante (MANICA, et. al. , 1994).
da planta, são
aproveitados
industrialmente as fibras
e o amido.
Araticum (Annona Resultados preliminares Cada 100 g da polpa Doces, bolos, balas,
crassiflora Mart.) de pesquisa conduzida contêm: 52 calorias, 0,4 g sorvete, picolé e outros.
por duas universidades, a de proteína, 52 mg de Ca,
Universidade Estadual de 24 mg de P, 2,3 mg de
Campinas (UNICAMP, Fe, 21 mg de vitamina C,
2005) e a Universidade 50 mg de vitamina A,
Católica de Goiás (UCG), 0,04 mg de vitamina B1 e
revelam que o araticum e 0,07 mg de vitamina B2
o pequi possuem fatores (SILVA, 2001).
antioxidantes, sendo
fortes aliados da
população na prevenção
de doenças degenerativas
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(SILVA, MELO e
FERNANDES, 2001).
Buriti (Mauritia vinifera Da polpa de seus frutos é Os resultados em Doce, bolo, pães,
Mart.) extraído um óleo porcentagem foram brigadeiro entre outros.
comestível que possui respectivamente:
altos teores de vitamina umidade: 60,27; 72,69;
A. Possui propriedades 74,19; proteína: 3,42;
energéticas e vermífugas 2,27; 2,67; lipídios: 2,12;
(ALMEIDA, 1998). 2,60; 2,49; fibra: 7,90
6,21; 5,89; açúcares
redutores: 2,89; 3,43;
4;37; açúcares não
redutores: 0,14; 0,77;
0,87; amido: 11,77; 4,65;
4,52; glicídios totais:
14,80; 8,85; 9,76; cálcio
(mg/100g): 159,07;
105,57; 121,60; ferro
(mg/100g): 1,72; 1,02;
0,62; fósforo: (mg
P2O5/100g): 20,62; 17,33;
15,65; pH: 3,70; 3,53;
3,55. A polpa, que
corresponde a cerca de
30% do peso do fruto
seco, contém 23% de
óleo com 0,885 de
densidade. É rica em pró-
vitamina A (500.000 UI),
com índice de 300
mg/100g no óleo, que
possui alto teor em ácido
oléico e ácidos
insaturados, muito
superior aos óleos de
dendê e de pequi
(ALMEIDA, et. al,
1991).
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O baru (Dipteryx alata Um estudo desenvolvido O baru também é muito A amêndoa do baru
Vog. Fabaceae) na Universidade de rico em zinco. Cem torrada substitui com
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dessa forma pode-se observar que o Cerrado possui um potencial muito rico a ser
explorado. Possuindo uma abundante flora e com plantas que possuem um valor nutricional
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muito relevante que poderia ser utilizado, para o incremento da merenda escolar, sendo
constituído de alimentos saudáveis, de baixo custo e que podem promover educação
ambiental.
Resgatando os conhecimentos tradicionais de utilização desses produtos que
atualmente não são conhecidos pelas novas gerações, levando a uma interação articulada entre
escola-sociedade-familia, divulgando o Cerrado a fim de preservá-lo.
Promovendo uma produção sustentada, vez que este produto é nativo das regiões do
Cerrado, não necessita de manejo, pois são adaptadas as condições de solo e clima locais, a
conseqüente valorização dos frutos do Cerrado, poderia ainda melhorar a renda do pequeno
proprietário rural, que poderia comercializar os frutos.
Isso promoveria conhecimento e a conseqüente preservação, pois em vez de queimar
para dar lugar a pastagem o produtor poderá comercializá-lo na própria região, promovendo
um resgate dos conhecimentos tradicionais e regionais, provocando uma diminuição dos
custos na compra de produtos industrializados que vêm de outros pólos.
Os frutos do Cerrado são produtos naturais, saudáveis, rico em nutrientes, que podem
auxiliar inclusive o combate a desnutrição infantil.
Assim formando um elo de sustentabilidade ecológica, econômica e social. Ecológica,
por promover proteção ao meio ambiente, valorizando os produtos extraídos do Cerrado, e
disseminando conhecimento e educação ambiental. Social, resgatando os conhecimentos
regionais fazendo a interação entre a escola formadora e educadora, entre a sociedade
envolvendo a prefeitura local e as famílias, promovendo interação e conhecimento e
Econômicas melhorando as atividades do pequeno produtor rural, também diminuindo as
despesas com a merenda escolar e aumentando a qualidade dos produtos que são naturais e
robustos em nutrientes.
FONTES CONSULTADAS
ABRAMOVAY, R. Moratória para os Cerrados - Elementos para uma estratégia de
agricultura sustentável. Disponível em: http:
//www.econ.fea.usp.br/abramovay/outros_trabalhos/1999/Moratoria_para_os_cerrados.pdf.
Acesso em 22 de setembro de 2003.
ABRAMOVAY, R. Preservar para lucrar com os cerrados. São Paulo: Saraiva, 2000
Disponível em:
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http://www.econ.fea.usp.br/abramovay/artigos_jornal/2000/Preservar_para_lucrar.pdf. Acesso
em 22 de setembro de 2003.
AVIDOS, M. F. D.; FERREIRA, L. T. Frutos dos Cerrados - Preservação gera muitos frutos.
2003. Disponível em: http://www.biotecnologia.com.br/bio15/frutos.pdf. Acesso em 12 de
março de 2003.
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