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A Teoria Musical é tida por muitos como uma coisa chata e difícil, mas quando
compreendida torna-se fácil e muito interessante, pois nos fará entender, questionar,
definir e escrever o que tocamos ou mesmo cantamos. A teoria musical pode ser lida e
estudada em qualquer parte do mundo graças a sua padronização, quando a conhecemos
e a dominamos, temos acesso a ilimitadas matérias para estudo.
Música é a arte de expressar nossos sentimentos através dos sons e a Teoria é o conjunto
de conhecimentos que propõe explicar, elucidar e interpretar o que ocorre nesta
atividade prática e é uma importante ferramenta na formação de conceito, metodologia
de estudo, maneira de pensar e entender o que fazemos. É a parte científica do estudo da
música.
É bom saber que a Teoria só fará sentido se puder ser aplicada na prática, pois a teoria
sem prática é como fé sem obras.
Portanto, música, além da ciência dos sons, é Arte e Criatividade, e apesar de todo o
conhecimento teórico, o som, princípio básico da existência da música, é gerado pela
prática. Enfim, a prática e a teoria devem caminhar juntas.
O Som
PROPRIEDADES DO SOM
A Música
Notação Musical - Refere-se a parte gráfica, ou seja, a parte escrita da música, a qual
dará base para anotarmos as outras partes.
São nestas linhas e espaços que escreveremos as notas dos sons musicais.
Quando uma nota for mais grave ou mais aguda do que os limites do
pentagrama, acrescentamos linhas na parte superior e inferior do
mesmo. Estas linhas e espaços são chamados de suplementares.
As linhas suplementares só aparecem quando necessário.
Notas Musicais
As notas músicas musicais, já conhecemos. São sete: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol,
Lá, Si. E elas são representadas por símbolos que nos dão a exata altura
dos sons, sendo que, são repetidas continuamente do grave para o agudo
ou do agudo para o grave, divididas em séries denominadas oitavas, que
nada mais são do que o conjunto de notas existentes entre uma nota e
sua repetição mais próxima.
Notas são as anotações dos sons por meio de pequenos círculos (bolinhas) escritas na
Pauta.
Os nomes das notas são: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si.
Claves
As notas são escritas nas linhas e espaços. Para convencionar o posicionamento delas na
pauta usamos um sinal chamado Clave que se coloca no princípio da pauta.
Clave de Sol
A Clave de Sol nos determina que a nota sol está na segunda linha da pauta, portanto
podemos definir o posicionamento de todas as outras notas, que estão dispostas em
ordem, como vimos acima, sendo escritas nas linhas e espaços.
Sons de instrumentos anotados na Clave de Sol: violino, trompete, saxofone alto, flauta,
oboé, clarinete, cavaquinho, violão, etc.
Clave de Fá
A Clave de Fá determina a localização da nota Fá, anotada na quarta ou terceira linha,
sendo a primeira a mais usada.
(Perceba que quando mudamos a clave mudamos o posicionamento das notas na pauta)
Para se anotar os sons do piano é necessário o uso de duas claves. Veja exemplo abaixo,
usando a Clave de Fá abaixo para os sons graves (das teclas da esquerda) e acima a
Clave de Sol para os sons agudos (das teclas da direita), tendo entre elas apenas uma
linha suplementar que anota-se o Dó central:
Clave de Dó
Apesar de algumas pessoas acharem que a clave de sol se parece com uma letra "s"
invertida, ela é uma evolução da letra G, que representa também a nota sol, assim como
a de Fá a letra F e a de Dó a letra C.
O Tempo na Música - Parte I
O tempo na música é organizado através do Ritmo, com durações variáveis que dividem
a música em padrões de sons e silêncios.
Na nossa música, a ocidental, o Ritmo é o elemento primordial. Ele faz com que todos
pensem na mesma forma, organizando as acentuações para a sincronia dos músicos.
O tempo na música é tão importante que merece uma área de estudo exclusivo que é a
Rítmica.
O Ritmo é um elemento físico da música que põe todos na mesma sintonia e movimento.
Sua unidade é o Pulso.
A velocidade da pulsação pode variar de música para música, umas são lentas outras
mais rápidas. Essa velocidade é chamada de Andamento, que é medido em "batidas por
minuto".
Quantidades de Pulsações
Nome do por Minuto Para o Ajuste do
Andamento Metrônomo (Em Batidas por
Minuto)
Largo Menos de 60
Larghetto Entre 60 a 65
Adagio Entre 66 a 75
Andante Entre 76 a 105
Moderato Entre 106 a 119
Allegro Entre 120 a 170
Presto Entre 171 a 199
Prestissimo Acima de 200
Cada estilo musical possui um ANDAMENTO diferente. Um Jazz, por exemplo, é uma música rápida,
já a balada é uma música lenta. Para aferir precisamente o andamento da música utiliza-se um
instrumento chamado METRÔNOMO.
O andamento de uma música é medido em pulsações por minuto (BPM). Na música clássica o
andamento é indicado por palavras italianas, sendo que cada palavra equivale a um número aproximado
de pulsações por minuto. Já na música moderna, é mais comum encontrarmos o andamento expresso
em números.
Teoria Musical - Andamento
Tradicionalmente, a velocidade da música é expressa por palavras italianos. Cada palavra corresponde
a uma faixa de pulsações por minuto, que pode ser graduada com o acréscimo de outros termos.
Além da graduação, os termos de andamento também podem estar acompanhados de palavras que
indicam o caráter da música.
Palavras que indicam o caráter da música
O andamento pode sofrer alterações repentinas (novo andamento) ou graduais. No segundo caso, a
alteração é indicada pelas palavras abaixo. Para retornar ao andamento original utilizam-se as
expressões da última coluna.
As figuras não possuem um valor (tempo) fixo, mas são proporcionais entre si.
Para facilitar a visualização e leitura, podemos substituir os colchetes por barras quando
colcheias, semicolcheias, fusas e semifusas aparecem seguidamente.
Exemplos:
LIGADURAS
LIGADURA DE PROLONGAMENTO é uma linha curva que colocamos sobre ou sob
duas ou mais notas de mesmo nome e altura para somar-lhes os valores.
Ex.:
PONTO DE AUMENTO
Um ponto colocado à direita de uma figura serve para aumentar a metade do valor de
duração dessa figura. É por isso chamado de PONTO DE AUMENTO.
No exemplo acima a mínima pontuada está valendo uma Mínima e mais uma Semínima
(metade da mínima), uma vez que o PONTO serve para aumentar a metade do valor da
figura.
As pausas também podem ser pontuadas
DUPLO PONTO DE AUMENTO: dois pontos podem ser colocados à direita da NOTA ou
PAUSA. O primeiro ponto acrescenta a metade do valor da FIGURA; o segundo a metade
do valor do primeiro ponto.
ARTICULAÇÃO
LEGATTO E STACCATTO
O LEGATTO e o ESTACCATTO são sinais que determinam a articulação dos sons.
ARTICULAÇÃO é o modo de atacar os sons.
O legato, palavra italiana cuja significação é LIGADO, determina que se passe de uma nota
para outra (tocando ou cantando) sem interrupção do som.
O Staccato, palavra italiana, que significa DESTACADO, indica que os sons devem ser
articulados de modo seco.
Trinado
Trinado (ou Trilo) indica a execução alternada da nota (com o símbolo) com sua superior. Rápida ou lenta, a
execução deve ser igual e corresponder ao valor da figura, respeitando o compasso.
Notação Execução
Notas Arpejadas
As notas arpejadas são indicadas com um sinal de ondas na vertical e devem ser tocadas rápida e
simultaneamente, como se fossem dominós caindo. Abaixo, temos um exemplo de arpejo do final da peça n 01
do livro "Invenção à Duas Vozes" de J.S. Bach.
Notação Execução
Fermata e Sinal de Oitava
A fermata ou coroa, é um sinal (escrito com um ponto e um arco em cima ou embaixo) que indica
prolongamento (interderminado) do som, à vontade.
E o Sinal de Oitava (8 ou 8va) indica que o determinado trecho, que estiver tracejado, deve ser tocado uma
oitava acima ou abaixo (conforme for indicado) do que está escrito.
SINAIS DE INTENSIDADE
A intensidade com que o intérprete deve executar a música também é escrita na partitura. Para isso,
utilizam-se abreviaturas das palavras Piano e Forte, que podem ser acrescidas de outras expressões.
Importante: a palavra Piano, que neste caso significa baixo/fraco, não deve ser confundida com a
indicação do instrumento piano, também encontrada nas partituras.
Sinais de intensidade - bem pianissimo, pianissimo, piano, mezzo piano, mezzo forte, forte, fortissimo,
bem fortissimo
VARIAÇÕES DE INTENSIDADE
O aumento e diminuição gradual da intensidade podem ser indicados através de palavras ou sinais,
conforme o esquema abaixo.
Variações de intensidade - aumentando, crescendo, riforzando, decrescendo, diminuendo
Ornamentos
Ornamentos: não notas que acrescentamos à melodia, as notas reais ficam com mais brilho e
graciosidade, dando forma à peça musical.. Os ornamentos mais usados são: apogiatura, mordente,
grupeto, trinado, floreio, portamento, cadência melodia e harpejo.
Vejamos cada um:
Apogiatura longa: a nota real (da melodia) dá metade do seu valor para a apogiatura. Se apogiatura
pertence a uma nota pontuada, apogiatura fica com um terço ou dois terços da nota real. Se
apogiatura pertence a uma nota que venha seguida de outra da mesma entoação, apogiatura fica
com o valor todo da nota real e a nota real “some”.
Apogiatura breve: é representada por uma colcheia pequena com um traço oblíquo a atravessando.
Apogiatura fica com mais ou menos ¼ do valor da nota real e quanto mais lento for o andamento,
mais rápido será o valor do ornamento.
Apogiatura sucessiva: é representada por duas colcheias pequenas. Apogiatura fica com parte do
valor da nota real. E como a anterior, pode ser no andamento vivo ou lento.
Mordente: pode ser superior ou inferior. É formado por duas notas, a primeira tem o mesmo som
que a nota real e a segunda é uma terça acima ou abaixo da nota real. Na execução, o mordente
fica com uma parte do valor da nota real e novamente, se o andamento for lento mais rápido será o
valor do ornamento.
Trinado ou trilo é a repetição rápida e alternada de duas notas consecutivas. Se houver nota
superior à nota real, o trinado começará com a nota superior. Ele também pode terminar com notas
de resolução, ficando alterado o último grupo de notas por grupo de quiálteras. Mas se o trinado
começar com nota superior + notas de resolução terminará normal, sem grupo de quiáltera.
Grupeto: pode ser de 3 ou 4 notas por graus conjuntos, sem ultrapassar o intervalo de segunda
inferior ou superior.
Grupeto de três notas: o sinal de grupeto pode vir sobre a nota real (superior ou inferior), nesse
caso a nota real é a última, ou pode vir entre duas notas iguais que nesse caso a nota real é a
primeira. Se o sinal aparecer com nota pontuada, sempre o ponto será o grupeto e a nota sem ponto
será a real.
Grupeto de quatro notas: se o grupeto vier entre notas de alturas diferentes no mesmo compasso e
não pontuadas, dá-se ao grupeto a segunda metade do valor da nota real. Se o grupeto vier entre
notas de alturas diferentes, porém com a nota real pontuada, e o compasso for ternário (simples ou
composto), dá-se ao grupeto a última terça parte do valor da nota real, ou seja, o grupeto deve ser
executado no ponto.
Floreio: não possui uma forma definida, pode ser constituído por uma nota ou mais. Quando possui
uma nota fica parecido com apogiatura breve, a diferença é do floreio não ter o intervalo de
segunda. A nota real aparece à frente da nota com o floreio.
Portamento: é representado por uma colcheia que antecipa a nota real, tendo ambas a mesma
entoação. Na execução, o ornamento é subtraído do valor da nota que a antecede.
Arpejo: é a execução rápida e sucessiva das notas de um acorde. É representada por uma linha
ondulatória vertical que vem antes do acorde.
Cadência Melódica: A execução é livre, fica a critério do executante. É um grupo de várias notas
quase sempre após uma fermata.
Glissando: é considerado ornamento moderno. É o deslizamento rápido de notas intermediárias
entre duas notas reais.
Trilo/Trinado
Um trilo (ou trinado) é uma alternação rápida e repetida entre uma nota indicada e uma nota um
grau conjunto acima, indicado geralmente pelo símbolo tr escrito acima da pauta.
Mordente
O mordente é pensado como uma única e rápida alternância entre uma nota indica, uma nota um
grau acima (chamado de mordente superior ou invertido) ou abaixo (chamado de mordente
inferior), e a repetição da nota inicial. O mordente superior é indicado por um traço curto em
zigue-zague sobre a nota; o mordente inferior é indicado pelo mesmo traço, cortado por um curto
traço vertical.
Assim como no trinado, a exata velocidade de execução do mordente variará de acordo com o
andamento da peça musical, mas em um andamento moderado os ornamentos indicados acima
podem ser executados como estão abaixo:
A confusão sobre a indicação precisa da execução do mordente levou à adoção dos termos
modernos mordente superior e mordente inferior, substituindo mordente e mordente invertido. A
prática, a notação e a nomenclatura variaram intensamente durante a história da música, e as
presentes indicações se referem em geral à prática estabelecida no séc. XIX. No período Barroco,
por exemplo, mordente era uma palavra usada para designar o que depois foi chamado de
mordente invertido (hoje mordente inferior), e embora hoje este ornamento seja entendido como
uma alternância rápida e única entre duas notas, no Barroco ele poderia ser executado, em certos
casos, com mais de uma alternância entre as notas, numa espécie de trilo invertido. Mordentes de
todo tipo poderiam ser iniciados, em certos períodos históricos, com uma nota extra, elevada ou
não cromaticamente um semitom.
Grupeto
Uma figura curta que consiste da execução de uma nota acima da nota indicada, a nota indicada,
uma nota abaixo da indicada e a nota indicada novamente. É indicado por um sinal em forma de
“S” na horizontal. Um grupeto invertido (tocado com a nota abaixo da indicada no início) pode ser
anotado com um traço vertical curto sobre o sinal original.
Se o sinal é colocado sobre a nota, a a execução é exatamente como a descrita acima. Entretanto,
se ele é colocado entre duas notas, a execução é deslocada temporalmente para antes da
execução da nota seguinte. Assim, os ornamento abaixo:
A nota inferior pode ser alterada cromaticamente, como no mordente. A velocidade e o ritmo da
execução variam largamente conforme a época, o gênero e o estilo.
Apogiatura
Derivada da palavra italiana appoggiare, “apoiar”; a apogiatura longa (ou, em português, somente
apogiatura) é importante melodicamente , e freqüentemente suspende a nota principal tomando
desta da figura de tempo usada na notação da apogiatura (que é geralmente a metade do valor
da nota principal). A nota adicionada é um grau conjunto vizinha da nota principal, podendo ser
tanto acima como abaixo desta; neste último caso, ela pode estar alterada cromaticamente.
A apogiatura é indicada como uma nota menor que o normal, com a direção da haste invertida, e
seria executada comumente assim:
Acciaccatura
Do italiano acciaccare, “colidir”, a acciaccatura (ou “apogiatura curta”) é entendida como uma
variação mais rápida, menos relevante melodicamente, da apogiatura tradicional, onde a
suspensão da nota principal é menos perceptível – teoricamente, sem valor temporal medível. Ela
é comumente indicada com uma nota de valor surto (colcheia), menor que o normal, e com a
haste invertida e cortada com um traço:
Sua exata interpretação varia de acordo com a época e o gênero, mas uma possibilidade é
indicada abaixo:
A execução da nota ornamental antes da pulsação é considerada largamente como uma questão
de gosto e de adequação à prática musical. Excepcionalmente, a accicatura pode ser indicada no
final do compasso anterior, indicando que deve ser executada antes da batida forte do compasso.
Nome Notação Execução
Appogiatura
Appogiatura Duplicada
Mordente Superior
Mordente Inferior
Gruppeto
ORNAMENTO
EXEMPLO DE ORNAMENTOS:
Propriedades Divisíveis das Figuras
1. Todas as figuras simples, ou seja, sem ponto de aumento, são divisíveis por 2.
2. Todas as figuras com um ponto de aumento são divisíveis por 3, resultando em
figuras simples.
O Tempo na Música
Compasso
Imaginem um relógio:
Percebam que poderíamos tomar cada Tique, e cada Taque como uma pulsação, mas
essa sucessão simples e pura de pulsações parece um pouco perdida nessa constante
repetição, e é nesse ponto que devemos observar um fator rítmico essencial: os acentos.
No som do relógio, é fácil perceber que os tiques são um pouco mais acentuados que os
taques. Com isso, ao invés de uma simples sucessão de pulsos temos uma forma
organizada de dois em dois, sendo que a primeira é um pouco mais forte ou acentuada
que a segunda.
OU
1 2 3 4 1 2 3 4
Forte Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco
Como vimos acima o início de cada compasso se dará no tempo forte, que será o
primeiro tempo. Desta maneira podemos identificar qual é o compasso de uma
determinada música. Para isso devemos identificar o pulso e onde está o tempo forte,
que será o início de cada compasso. A cada série de pulsações até a repetição novamente
do tempo forte teremos um compasso e o número de pulsações contidas nesta série será
o número de tempo de cada compasso.
Compasso
As fórmulas de compassos compostas, são aquelas que utilizam como unidade de tempo uma
figura composta (pontuada). Como só existe números proporcionais para representar as
figuras simples, as fórmulas de compasso compostas vão mostrar como é a subdivisão do
compasso, ao contrário das simples que mostram como é a divisão do compasso. Por
exemplo, uma fórmula de compasso binária simples que utiliza a semínima como unidade de
tempo (2/4), mostra que o compasso é dividido em duas semínimas. Já uma fórmula de
compasso binária composta que utiliza a seminima pontuada como unidade de tempo, por
não ter um número que represente a semínima pontuada, tem de mostrar a subdivisão do
compasso, ou seja, cada compasso é dividido em duas semínimas pontuadas, e subdividido
em seis colcheias, daí a fórmula de compasso será expressa com os números 6/8. Mas atente
para o fato de que o compasso 6/8 é binário com a pulsação de semínima pontuada!!!!! Todos
os binários compostos tem o númerador 6, os ternários compostos tem o numerador 9 e os
quaternários compostos tem o numerador 12.
Resumindo, existem 3 diferenças entre compassos simples e compostos:
1) Os compassos simples tem como unidade de tempo (pulsação) uma figura simples e os
compostos tem como unidade de tempo uma figura pontuada.
2) A subdivisão dos tempos dos compassos simples será sempre binária, enquanto a dos
compostos será sempre ternária.
A maioria dos estilos musicais utiliza o compasso quaternário, onde o tempo forte ocorre a cada 4
pulsações. O compasso ternário é encontrado principalmente nas valsas e o binário nas marchas e
músicas brasileiras, como o samba.
Os compassos de 5 e 7 tempos, por produzirem ritmos exóticos, são mais utilizados na produção de
trilhas sonoras para o cinema, sendo raramente utilizados na música popular. Na prática, estes
compassos equivalem à execução alternada de dois outros compassos, como no exemplo abaixo.
Grupos Rítmicos
Agora a unidade de tempo está divida em três partes, sendo que a última
é mais longa.
Além desses grupos existem mais três que não são mais do que
derivação dos primeiros, obtidos mediante a ligação de dois sons.
No grupo rítmico acima temos uma colcheia e duas semicolcheia, para ele
cantaremos a sílaba ta, 3 vezes durante o pulso sendo uma durante o
tempo e duas no contra-tempo.
Acima temos um exemplo do que acabei de falar, como você pode ver
temos uma semicolcheia, uma colcheia e outra semicolcheia. Para
entender melhor tanto essa figura quando as outras um exemplo legal é
pensar primeiramente em um grupo rítmico só com semicolcheias, o
tempo sempre vai cair na primeira e o contra-tempo na terceira, porém
esse grupo rítmico liga a segunda e terceira semicolcheia não sendo
pronunciada a silaba ta na terceira. Para enxergar melhor isso, conte nos
dedos cada semicolcheia de um jeito que o pulso esteja sempre junto
com o indicador, depois ligue o som da segunda e terceira, prolongando o
som, pronunciando taaaaa como na figura abaixo. Depois que você
decorar o som dessa figura, tente fazer apenas marcando o pulso.
Exercício
Se você sentir dificuldade isole uma parte e treine só ela, depois tente
novamente. No começo é normal gaguejar, errar, achar difícil, portanto
não se preocupe. O exercício teria que ser mais progressivo, mas como
tinha que usar todas as figuras de uma forma resumida, fiz dessa forma
mesmo, abaixo indicarei alguns livros com exercícios bem legais,
didáticos e progressivos. Mas por enquanto tente fazer a leitura rítmica
do trecho abaixo.
Fórmula de Compasso
Em primeiro lugar você precisa definir a pulsação da música. Em alguns casos essa pulsação
pode ser marcada por algum instrumento, mas em outros a pulsação está subentendida.
Uma vez definida a pulsação você terá que ouvir os pulsos fortes e descobrir em quantas
partes esse ciclo é dividido. Se o tempo entre eles estiver dividido em dois pulsos (um pulso
forte e outro fraco alternadamente) o compasso é binário, se estiver dividido em três pulsos
(um pulso forte seguidos por dois fracos) o compasso é ternário, se estiver dividido em quatro
o compasso é quaternário, etc.
Daí quando você for escrever a música poderá escolher uma figura que seja mais conveniente
para ser a unidade de tempo (pulsação). Por exemplo em um compasso binário simples o
número superior sempre será 2 e o número inferior será relativo a unidade de tempo (1 para
sembreve, 2 para mínima, 4 para semínima, 8 para colcheia, 16 para semicolcheia, 32 para
fusa e 64 para semifusa). Portanto um compasso 2/2 não soa diferente de um 2/4 pois ambos
são binários simples, mas a notação é diferente. No caso de um binário composto o número
superior será sempre 6 e o número inferior é relativo à figura que subdivide cada tempo,
portanto um compasso 6/4 (binário composto com pulsação de mínima pontuada) não soa
diferente de um 6/8 (binário composto com pulsação de semínima pontuada), mas assim
como nos compassos simples a sua notação difere.
Você pode ler um pouco mais sobre esse assunto nesses posts:
Barras de Compasso e Sinais de Repetição
3 - Barra final - composta por uma linha simples e outra mais grossa,
indica o final da música.
6 - Casa 1, Casa 2 - São sinais que indicam que na primeira vez devemos
tocar normalmente os sinais até a repetição e na repetição devemos
pular a casa 1, compasso onde tem um espécie de colchete com um
número 1, indo direto para o compasso indicado pelo casa 2.
7 - Da capo / D.C - Sinal que indica que um trecho ou a música toda deve
ser repetido desde o começo.
8 - Dal Segno ou Coda - Indica que a Repetição deve partir de outro lugar
que não seja o começo, escreve-se no compasso de onde a repetição
começa os sinais segno ( sinal que parece um S ) ou coda ( sinal que
parece um circulo com uma cruz ) e no final do trecho "dal segno" ou D.S
( = do sinal ) ou to coda ( = para o coda ).
Síncope e Contratempo
Ambos Síncope e Contratempo significam deslocamento de um tempo forte para um tempo fraco do
compasso. A diferença é que o contratempo é precedido e intercalado de pausas
E na síncope (que pode ser regular ou irregular), não. O tempo forte é transferido para a nota no segundo
tempo (e prolongada para o terceiro tempo se for o caso, conforme mostra o exemplo abaixo), pois no padrão, o
segundo tempo é fraco.
Nos exemplos que demos de marcação de compasso, todos os tempos fortes estavam
sendo iniciados por uma nota. Entretanto, pode ocorrer de a nota executada no tempo ou
parte fraca anterior ser prolongada até o tempo forte seguinte. Assim, o tempo forte estará
preenchido com os "restos" de som da nota anterior. Quando isso ocorre, temos a síncope.
Veja:
Se uma nota executada em tempo fraco ou parte fraca de tempo for prolongada ao tempo
SÍNCOPE REGULAR
SÍNCOPE IRREGULAR
CONTRATEMPO
Se no tempo ou parte forte não tiver nota nenhuma, e sim uma pausa (silêncio), teremos um
contratempo.
Quiálteras
Chamamos de Quiálteras os grupos de figuras que modificam os valores padrões. No caso das trêsquiálteras,
há 3 figuras substituindo 2 da mesma espécie e das seisquiálteras, 6 substituindo 4 da mesma espécie. O
grupo mais comum é a tercina, que tem 3 colcheias.
Por exemplo, em um compasso binário, poderíamos colocar um grupo de 3 semínimas ou 1 tercina e mais 2
colcheias ou uma quiáltera de 6 semicolcheias e mais 4 semicolcheias.
QUIÁLTERAS
Neste capítulo vamos conhecer os grupos de notas que não obedecem à divisão do compasso, normal e
determinada. Chamam-se quiálteras o grupo de figuras que aparecem em maior ou menor número do
que o estabelecido pelo compasso ou tempos do mesmo.
No exemplo abaixo, vemos compassos indicados, que não seguem a divisão determinada.
Já no exemplo seguinte, vemos compassos indicados, que não seguem a subdivisão determinada.
O grupo de três figuras com valor de duas, indicado pelo número 3 sobre ou sob as notas, chama-se
tercina ou três-quiálteras. O grupo de cinco figuras com valor de quatro chama-se cinco-quiálteras, e
assim por diante.
As quiálteras são representadas pelos mesmos valores usados na divisão ou subdivisão normais. Assim,
no segundo exemplo se escrevem cinco semicolcheias onde normalmente apareceriam quatro, e três
colcheias onde normalmente apareceriam duas.
As quiálteras devem ser abrangidas por uma linha curva ou por um colchete:
• O colchete é preferível, pois se for uma linha curva pode ser confundida com a linha curva de
fraseio, que é uma linha curva que representa um som que se prolonga por diversas notas. Veja
o exemplo:
QUIÁLTERAS AUMENTATIVAS
São aquelas cujas somas dos valores são maiores que o valor ou o grupo de valores normais.
Exemplos de 3, 5 e 6 quiálteras.
QUIÁLTERAS DIMINUTIVAS
São aquelas cujas somas dos valores são menores que o valor ou grupo de valores normais.
Exemplo de duas-quiálteras.
QUIÁLTERAS REGULARES
São grupos de valores alterados. Que no Compasso Simples possuem mais a metade do valor do grupo
normal e no Compasso Composto possuem menos um terço do valor do grupo normal.
Os grupos normais de 3, 6, 12, 24, 48 e 96 menos 1/3, resultam em Quiálteras Regulares de 2, 4, 8, 16,
32 e 64.
Pelos dois quadros acima, podemos observar que as quiálteras regulares do Compasso Simples são
grupos de valores alterados, iguais aos grupos normais do Compasso Composto e vice-versa, com
figuras da mesma espécie.
QUIÁLTERAS IRREGULARES
São formadas por grupos alterados de 5, 9, 10, 11, 13, 14, 15, 17 etc., por não pertencerem à divisão
binária nem ternária dos valores estabelecidos.
As quiálteras também podem ser formadas por figuras positivas e negativas de valores diferentes.
As quiálteras podem ser formadas nos tempos, nas partes de tempo e preenchendo o compasso.
A quiálteras podem ser compostas por valores diferentes ou pausas ou ambos ao mesmo tempo.
Vejamos no exemplo abaixo:
• Neste caso, o nome das quiálteras não muda. Assim, nos exemplos dados, cada grupo de notas
continua sendo chamado “três quiálteras” ou tercina.
As quiálteras podem, por sua vez, conter quiálteras de valor menor, como representado na figura
abaixo.
Uma sucessão de sons em ordem ascendente ou descendente forma uma escala. Cada
um dos sons que a compõem chama-se grau. Sendo que os sons não são da mesma
altura, existe diferença de altura entre um e outros. A essa diferença de altura entre um
e outro, digo, entre dois sons, damos o nome de intervalo musical. Quando dois sons
estão na mesma altura, o intervalo chama-se uníssono.
O intervalo ou distância entre dois sons é medida em Tons. No nosso padrão de música
o Semitom é o menor intervalo entre dois sons e portanto um Tom é o intervalo formado
por dois semitons.
Sinais de Alteração
Notamos que naturalmente entre Do-Ré, Ré-Mi, Fá-Sol, Sol-Lá, Lá-Si aparecem Tonos,
e entre Mi-Fá e Si-Dó aparecem Semitonos. Isto desperta a pergunta: Que nomes
recebem os sons intermediários que existem entre as notas que tem 1 Tono entre si?
Eles não têm nome próprio, mas usam o nome dos vizinhos mais próximos
associados a certos sinais que recebem o nome de sinais de alteração ou acidentes,
que são:
Fá coincide com Mi. Entre Fá e Sol existe Fá ou ou Sol ; entre Sol e Lá existe Sol
Dó# e Sib
Exemplo:
Exemplo:
Como vimos na aula anterior, o semitom é o menor intervalo considerado entre dois
sons na música ocidental, mas em outras culturas como na árabe ou indiana entre outras,
o padrão "interválico" entre os sons são outros, podendo ser até menores que o nosso
que é de 1 semitom.
Estamos falando tanto em semitom, mas afinal no que realmente consiste isso?
Exemplo:
Para igualar os semitons foi criado um sistema chamado Temperado, que considera 4,5
comas para cada semitom (cromático ou diatônico). Este sistema não representa
nenhuma diferença perceptível a audição.
Exemplo:
Em instrumentos de sons fixos como o piano, violão, teclados, harpa, etc., é usada a
afinação no sistema temperado, enquanto instrumentos como o violino, violoncelo, etc.,
que não possuem som fixo são chamados de instrumentos não temperados.
Tonalidade
Existem muitos tipos de escalas usadas na nossa música tais como: Exóticas, Bebop,
Simétricas, Pentatônicas, Hexatônias, Blues, etc. Entre muitas outras existentes em
outras culturas musicas.
Escala Cromática
A escala cromática é composta por intervalos de semitons, ou seja de meio em meio tom
(como vimos na aula anterior), podendo ser temperada (em instrumentos de afinação no
sistema temperado) ou harmônica (em instrumentos de som não fixos).
Escala Diatônica
As Escalas Diatônicas podem ser: Maior, Menor (primitiva), Menor Harmônica e Menor
Melódica.
Escalas Relativas
As Escalas Relativas são aquelas que possuem o mesmo conjunto de notas. Sempre uma
maior será relativa de uma menor e vice-versa. Por exemplo: Dó maior é relativo de Lá
menor e Lá menor é relativo de Dó Maior, porque estas duas escalas possuem as
mesmas notas.
Exemplo
Escalas Homônimas
Escalas Homônimas são aquelas que possuem o mesmo nome, ou seja, possuem a
mesma tônica.
Escalas Enarmônicas
Escalas Enarmônicas são aquelas que possuem o mesmo som, mas com notação
diferente.
Exemplo
Escala Maior I
Quando falamos em escala maior ou menor (ou modo menor ou modo maior) referimos
as escalas diatônicas. São elas que, na música ocidental, definem a tonalidade (sistema
em que as notas predominantes numa música pertencem a uma escala maior ou uma
menor e por isso tonalidade maior ou menor). A nota tônica dará o nome a tonalidade.
A escala maior possui o seguinte padrão "interválico" entre suas notas na ordem
ascendente: Tom, Tom, Semitom, Tom, Tom, Tom, Semitom. Nesta série o ultimo som
será a repetição do primeiro com a diferença de uma oitava acima.
A escala de Dó maior é tida como o modelo padrão, por conter em sua formação apenas
notas naturais, ou seja, que não apresentam alteração (# ou b) em sua formação.
Graus
Os graus são números em algarismos romanos que representam a posição e nome dado a
cada nota da escala.
Exemplos:
Escala de Fá maior
T = Tom
S = Semitom
Importante: Observe que não poderá haver repetição de notas na construção da escala,
pois cada grau equivalerá a um nome. Por exemplo na escala de fá maior no intervalo de
um semitom entre o terceiro e o quarto grau será: Lá e Si b e não Lá e Lá # (usando
semitom diatônico e não semitom cromático)
Escala Maior II
Os tetracordes eram usados para construir melodias na música grega antiga. Existiam
três tipos de tetracordes gregos:
O tetracorde da escala maior é diferente daqueles usados na Grécia antiga e consiste nos
seguintes intervalos:
Exemplos:
A escala maior é formada por dois tetracordes separados entre si por um tom, sendo o
primeiro tetracorde da nota de I grau e o segundo tetracorde da nota de V grau.
Exemplos:
Escala de Dó Maior
Para a construção do tetracorde seguimos as mesmas regras para a construção das
escalas diatônicas, não havendo repetição do nome da nota e nem saltos para outra nota
que seja a próxima da ordem gradual (exemplo: dó ré mi fá sol lá si dó ...)
Tetracorde de Dó Do Ré Mi Fá
Tetracorde de Sol Sol Lá Si Dó
Tetracorde de Ré Ré Mi Fá# Sol
Tetracorde de Lá Lá Si Dó# Ré
Tetracorde de Mi Mi Fá# Sol# Lá
Tetracorde de Si Si Dó# Ré# Mi
Tetracorde de Fá # Fá# Sol# Lá# Si
Tetracorde de Dó # Dó# Ré# Mi# Fá#
Tetracorde de Sol # Sol# Lá# Si# Dó#
Tetracorde de Ré # Ré# Mi# Fá x Sol#
Tetracorde de Fá Fá Sol Lá Sib
Tetracorde de Si b Sib Dó Ré Mib
Tetracorde de Mi b Mib Fá Sol Láb
Tetracorde de Lá b Láb Sib Dó Réb
Tetracorde de Ré b Réb Mib Fá Solb
Tetracorde de Sol b Solb Láb Sib Dób
Tetracorde de Dó b Dób Réb Mib Fáb
Tetracorde de Fá b Fáb Solb Láb Sibb
Tetracorde de Si bb Sibb Dób Réb Mibb
Seqüência de Tetracordes
Como vimos na aula anterior (Escala Maior II) o que chamamos de tetracorde é a
seqüência de quatro notas em intervalos de Tom, Tom e Semitom. A seqüência de
tetracordes é a conexão em escala entre eles, como ocorre na escala maior, onde existem
dois tetracordes em seqüência, separados um do outro em um tom.
Considerando o conexão central entre os tetracordes de Dó e Sol, que são os únicos que
não possuem nenhuma alteração (# e b), a partir daí podemos começar a construir uma
seqüência de tetracordes ascendentes e descendentes.
Esta aula será importante para podermos entender e criar conceito das relações entre as
tonalidades, por isso será importante uma boa compreensão para dar seqüência às
próximas aulas.
Exercício
Lembre-se sempre que os intervalos entre as notas do tetracorde são de: tom- tom-
semitom e que a regra é não repetir e nem pular notas e a conexão entre os tetracordes é
de um tom.
Exemplo:
Fab - Dob - Solb - Reb - Lab - Mib - Sib - Fa - Do - Sol - Re - La - Mi - Si - Fa# - Do# -
Sol#
Obs.: Procure decorar esta progressão que ela será muito importante para a os próximos
estudos.
3. A cada seqüência de dois tetracordes teremos uma escala diatônica maior e que um
tetracorde é compartilhado por duas escalas. Por exemplo: A escala de Dó Maior é
formada pelo segundo tetracorde de Fá Maior e pelo primeiro tetracorde de Sol Maior,
compartilhando estes tetracordes entre elas na seqüência, assim como a escala de Ré
Maior é formada pelo segundo tetracorde de Sol maior e pelo primeiro tetracorde de Lá
Maior. Desta maneira as escalas vão se conectando. Veja exemplo abaixo:
Tons Relativos
• C - Am
• Db - Bbm
• D - Bm
• Eb - Cm
• E - C#m
• F - Dm
• Gb - Ebm
• G - Em
• Ab - Fm
• A - F#m
• Bb - Gm
• B - G#m
Tonalidades Vizinhas
Veja que Dó Maior tem como vizinho ascendente Sol Maior e como vizinho
descendente Fá maior. Observe os tetracordes que são compartilhados por eles e que
diferença entre eles é de apenas uma nota (sib em Fá Maior e fá# em Sol Maior).
O Ciclo das Quintas é a progressão das notas separadas pelo intervalo de uma quinta
justa (ou perfeita) ascendente que equivale a três tons e meio acima (tetracorde + 1 Tom)
ou a uma quarta justa descendente que equivale a três tons e meio abaixo.
1 - Sol M ou Mi m 1 - Fá M ou Ré m
2 - Ré M ou Si m 2 - Si M ou Sol m
3 - Lá M ou Fá m 3 - Mi M ou Dó m
4 - Mi M ou Dó m 4 - Lá M ou Fá m
5 - Si M ou Sol m 5 - Ré M ou Si m
6 - Fá M ou Ré m 6 - Sol M ou Mi m
7 - Dó M ou Lá m 7 - Dó M ou Lá m
Na ordem do ciclo das quintas, as notas que ficam lado a lado são as tonalidades
vizinhas.
Intervalos - Parte I
Intervalo é a distância entre duas notas. Os Intervalos equivalem aos números dos graus
das notas da escala diatônica. Os graus são representados em algarismos romanos tendo
cada nota de acordo com a sua ordem na escala a partir da tônica um grau equivalente,
portanto o número do grau está vinculado ao nome da nota.
Exemplo:
Na escala de Dó Maior:
• Dó - I grau
• Ré - II grau
• Mi - III grau
• Ré# - #II grau
• Mib - bIII grau
• Dó I T (tônica)
• Ré II 2M (segunda maior)
• Mi III 3M (segunda maior)
• Fá IV 4j (quarta justa)
• Sol V 5j (quinta justa)
• Lá VI 6M (sexta maior)
• Si VII 7M (sétima maior)
• Dó VIII 8j (oitava justa)
• Ré II (oitavado) 9M (nona maior)
• Mi III (oitavado) 10M (décima maior)
• Fá IV (oitavado) 11j (décima primeira justa)
• Sol V (oitavado) 12j (décima segunda justa)
• Lá VI (oitavado) 13M (décima terceira maior)
(T, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8)
Os intervalos de 8a., 4a., 5a. e seus compostos 11a. e 12a. são chamados de justos
porque possuem consonância perfeita, já os intervalos de 2a., 3a., 6a. e seus compostos
9a., 10a., 13a. maiores e todos os outro intervalos menores, aumentados ou diminutos
(assunto da próxima aula - Intervalos - Parte II) possuem consonância imperfeita.
Tônica -----------------------------
Intervalos - Parte II
Como vimos na aula anterior os intervalos da escala maior são maiores e justos (T, 2M,
3M, 4j, 5j, 6M, 7M e 8j), mas podemos alterar para cima ou para baixo qualquer um
deles, obtendo os intervalos menores, aumentados e diminutos de acordo com as regras
abaixo:
Intervalos Menores
Exemplo:
• Ré = 2M (segunda Maior)
• Mi = 3M (terça maior)
• La = 6M (sexta maior)
• Si = 7M (sétima maior)
• Réb = 2m (segunda menor)
• Mib = 3m (terça menor)
• Láb = 6m (sexta menor)
• Sib = 7m (sétima menor)
Nos intervalos compostos (aqueles maiores que oitavas) seguimos a mesma regra.
Exemplos:
• Ré = 9M (nona maior)
• Mi = 10M (décima maior)
• La = 6M (décima terceira maior)
• Réb = 9m (nona menor)
• Mib = 3m (décima menor)
• Láb = 6m (décima terceira menor)
1. Os intervalos justos (4j, 5j e seus compostos 11j e 12j) meio tom abaixo ficam
diminutos e meio tom acima ficam aumentados.
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
- As notas que estiverem no mesmo quadro são enarmônicas (mesmo som com
denominações diferentes).
- A coluna de sinais usados, correspondem a maneira mais usada de representar os
intervalos.
Existem basicamente dois tipos de intervalos quanto a sua forma de execução: Intervalo
Melódico é aquele em que as notas são ouvidas uma de cada vez, ou seja,
sucessivamente.
Inversão de Intervalos
Podemos também obter intervalos descendentes que são a inversão dos intervalos
originais ascendestes. Esta inversão equivale ao mesmo intervalo em relação a nota
tônica em sentido contrário.
Exemplo:
Na Escala de Dó a nota mi equivale ao intervalo de terça maior (dois tons acima), a sua
inversão será justamente este intervalo de dois tons no sentido descendente, ou seja dois
tons abaixo de dó (tônica) que é a nota lá b que equivale ao intervalo de sexta menor.
Concluímos então que a inversão de terça maior é sexta menor.
Na inversão, coloca-se a nota mais baixa uma oitava acima ou a nota mais alta uma
oitava abaixo:
Veja abaixo quadro da inversão dos intervalos[2]:
Quadro
Intervalo
Invertido
2a 7a
3a 6a
4a 5a
5a 4a
6a 3a
7a 2a
Perceba que a soma de qualquer intervalo original com a sua inversão sempre será nove.
Se lab é sexta menor de dó, portando dó será a terça maior de lá b que é o intervalo
inverso.
A inversão de intervalos é muito útil quando se está analisando sextas e sétimas; assim
como para verificar se o intervalo foi classificado corretamente. Veja o tópico
Identificando pela inversão.
Acordes - Parte I
Acorde é a combinação de sons tocados simultaneamente de acordo com algumas regras
que veremos a seguir.
Harmonia é o estudo dos acordes, tanto para produzir as suas combinações de sons
quanto para criar progressões de acordes.
Na Idade média os acordes eram formados por combinações de apenas dois sons, mas já
no Renascimento a forma dos acordes passaram a ser de três sons, chamados de tríades
(acordes de três notas) que se tornou a principal unidade da harmonia.
Até o século XX a tríade foi o elemento básico da harmonia ocidental. A partir do século
XIX e início do século XX a dissonância já era mais aceita por alguns compositores
(Stravinsky) e os princípios da harmonia triádica já eram questionados, criando outras
formas de acordes, por exemplo, baseados em intervalos de quartas (Bartók), métodos
atonais e dodecafônico (Schöenberg), entre outros.
Tríade
A tríade se mantém até hoje como o acorde primário da harmonia da música ocidental,
mesmo com acordes formados com quatro ou mais sons, que são a extensão a partir da
tríade, adicionando outras notas consonantes ou mesmo dissonantes.
Obs.:
Terça Maior (3M) = 2 tons
Terça Menor (3m) = 1 tom e meio
Exemplo:
Tríade Aumentada
Tríade Diminuta
Como vimos na aula anterior podemos classificar os acordes de acordo com sua
formação interválica:
- De acordo com o intervalo de terça ele pode ser maior (3M) ou menor(3m).
- De acordo com o intervalo de quinta ele pode ser diminuto (5dim), perfeito (5j) ou
aumentado (5aum)
Chamamos de baixo a nota mais grave do acorde. Podemos montar o acorde não apenas
partindo de sua nota tônica mas também a partir de qualquer outro intervalo.
De acordo de com o seu baixo, ou seja, sua nota mais grave o acorde pode ser
classificado como fundamental ou invertido.
Acorde fundamental é aquele em que o seu baixo é a nota fundamental, ou seja, a tônica
será a nota mais grave.
Quando a terça está no baixo dizemos que o acorde está na 1a. inversão.
DÓ Maior na 1ª Inversão
Quando a Quinta está no baixo dizemos que o acorde está na 2a. inversão.
DÓ Maior na 2ª Inversão
Os acordes abertos são aqueles em que as notas de sua formação estão além de uma
oitava.
Acordes - Exercícios
a. Ré Maior
b. Fá # Menor
c. Si b Aumentado na 1a. Inversão
d. Sol Diminuta
e. Mi Maior na 2a. Inversão
f. Dó # Aumentado
g. Mi b Menor na 2a. Inversão
h. Lá Maior
i. Ré # Menor
j. Sol # Aumentada na 2a. Inversão
a. Ré Maior
b. Fá # Menor
c. Si b Aumentado na 1a. Inversão
d. Sol Diminuta
e. Mi Maior na 2a. Inversão
f. Dó # Aumentado
g. Mi b Menor na 2a. Inversão
h. Lá Maior
i. Ré # Menor
j. Sol # Aumentada na 2a. Inversão
Acordes de Sétima
- Maior
- Dominante
- Aumentado
- Menor
- Menor com Sétima Maior
- Meio Diminuto
- Diminuto
A Estrutura Interválica dos Acordes de Sétima
- Maior ...........................3M-3m-3M
- Dominante .......................3M-3m-3m
- Aumentado........................3M-3M-3m
- Menor............................3m-3M-3m
- Menor com Sétima Maior...........3m-3M-3M
- Meio Diminuto....................3m-3m-3M
- Diminuto.........................3m-3m-3m
- Maior ...........................1, 3, 5, 7
- Dominante ........................1, 3, 5, b7
- Aumentado.........................1, 3, #5, 7
- Menor.............................1, b3, 5, b7
- Menor com Sétima Maior............1, b3, 5, 7
- Meio Diminuto.....................1, b3, b5, b7
- Diminuto.....................................1, b3, b5, bb7
1 = Tônica
b3 = Terça Menor
3 = Terça Mairo
b5 = Quinta Diminuta
5 =Quinta Justa (Perfeita)
#5 = Quinta Aumentada
bb7 = Sétima Diminuta
b7 = Sétima Menor
7 = Sétima Maior
O processo de cifragem dos acordes é baseado nas letras maiúsculas que representa o
nome das notas em inglês (A=Lá, B=Si, C=Dó, D=Ré, E=Mi, F=Fá e G=Sol), seguido
de um complemento representado por sinais, letras ou números, que indicará a estrurura
do acorde como: intervalos formado entre a nota fundamental e cada uma das outras
notas e se o acorde é fundamental ou invertido.
A letra maiúscula inicial indica a nota fundamental, a partir de onde o acorde será
construído, ou seja, a sua nota tônica, que também será a nota mais grave. Quando esta
nota for alterada, o sinal de alteração deve aparecer logo ao seu lado direito (Ex.: A#,
Bb).
Exemplos: