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Introdução

A Teoria Musical é tida por muitos como uma coisa chata e difícil, mas quando
compreendida torna-se fácil e muito interessante, pois nos fará entender, questionar,
definir e escrever o que tocamos ou mesmo cantamos. A teoria musical pode ser lida e
estudada em qualquer parte do mundo graças a sua padronização, quando a conhecemos
e a dominamos, temos acesso a ilimitadas matérias para estudo.

Música é a arte de expressar nossos sentimentos através dos sons e a Teoria é o conjunto
de conhecimentos que propõe explicar, elucidar e interpretar o que ocorre nesta
atividade prática e é uma importante ferramenta na formação de conceito, metodologia
de estudo, maneira de pensar e entender o que fazemos. É a parte científica do estudo da
música.

É bom saber que a Teoria só fará sentido se puder ser aplicada na prática, pois a teoria
sem prática é como fé sem obras.

Portanto, música, além da ciência dos sons, é Arte e Criatividade, e apesar de todo o
conhecimento teórico, o som, princípio básico da existência da música, é gerado pela
prática. Enfim, a prática e a teoria devem caminhar juntas.

O Som

Como já disse anteriormente o princípio da música é o som, ele é produzido por


movimentos de corpos vibratórios, que transmitem essa vibração para o ar (Ondas
sonoras) que chegam aos nossos ouvidos que as interpretam diferenciando suas
propriedades como:

PROPRIEDADES DO SOM

Altura: Caracteriza-se pelo som ser grave, médio ou agudo.

Intensidade: Caracteriza-se pelo som ser fraco ou forte (Dinâmica, volume)

Timbre: Em música, chama-se timbre à característica sonora que nos permite


distinguir se sons de mesma freqüência foram produzidos por fontes sonoras
conhecidas e que nos permite diferenciá-las. Quando ouvimos, por exemplo, uma nota
tocada por um piano e a mesma nota (uma nota com a mesma altura) produzida por um
violino, podemos imediatamente identificar os dois sons como tendo a mesma
freqüência, mas com características sonoras muito distintas. O que nos permite
diferenciar os dois sons é o timbre instrumental. De forma simplificada é a qualidade e
característica particular do som que nos permite reconhecer sua origem. Podemos
considerar que o timbre é como a impressão digital sonora de um instrumento ou a
qualidade de vibração vocal.

A Música

• Música: É a arte de combinar os sons e está constituída de três elementos: Melodia,


ritmo e harmonia
É a arte de manifestar os diversos afetos de nossa alma mediante o som.

MELODIA: É a combinação dos sons sucessivos (dados uns após outros)

RITMO: É a combinação dos valores do tempo

HARMONIA: É a combinação dos sons simultâneos (daados de uma só vez)

Podemos dividir o estudo nas seguintes matérias:

Notação Musical - Refere-se a parte gráfica, ou seja, a parte escrita da música, a qual
dará base para anotarmos as outras partes.

Rítmica - Estudo da duração dos sons (divisão do tempo na música).

Solfejo - Estudado através da percepção do som, vocalizando as notas em sua altura e


valor (tempo) de acordo com as indicações do compasso e do ritmo.

Harmonia - Estudo das tonalidades, formação e encadeamento de acordes.

Pauta, Notas e Claves


Pauta Musical ou Pentagrama

A Pauta Musical ou Pentagrama é a estrutura usada para o notação musical, constituída


pelo conjunto de cinco linhas paralelas e eqüidistantes formando entre si quatro espaços.

As linhas e espaços são contados de baixo para cima.

São nestas linhas e espaços que escreveremos as notas dos sons musicais.

Linhas e Espaços Suplementares

Quando uma nota for mais grave ou mais aguda do que os limites do
pentagrama, acrescentamos linhas na parte superior e inferior do
mesmo. Estas linhas e espaços são chamados de suplementares.
As linhas suplementares só aparecem quando necessário.

Notas Musicais

As notas músicas musicais, já conhecemos. São sete: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol,
Lá, Si. E elas são representadas por símbolos que nos dão a exata altura
dos sons, sendo que, são repetidas continuamente do grave para o agudo
ou do agudo para o grave, divididas em séries denominadas oitavas, que
nada mais são do que o conjunto de notas existentes entre uma nota e
sua repetição mais próxima.

Notas são as anotações dos sons por meio de pequenos círculos (bolinhas) escritas na
Pauta.

Os nomes das notas são: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si.

As notas se organizam em ordem gradual de altura (Escala), tanto na ordem ascendente


ou descendente.

Ordem ascendente - subindo - ficando mais agudo (alto).

Ordem descendente - descendo - ficando mais grave (baixo).


As notas vão se repetindo em alturas diferentes por toda a extensão da escala do
instrumento.

Claves

As notas são escritas nas linhas e espaços. Para convencionar o posicionamento delas na
pauta usamos um sinal chamado Clave que se coloca no princípio da pauta.

Existe Três tipos de claves:

Clave de Sol

A Clave de Sol nos determina que a nota sol está na segunda linha da pauta, portanto
podemos definir o posicionamento de todas as outras notas, que estão dispostas em
ordem, como vimos acima, sendo escritas nas linhas e espaços.

A Clave de Sol é usada para os sons agudos.

Sons de instrumentos anotados na Clave de Sol: violino, trompete, saxofone alto, flauta,
oboé, clarinete, cavaquinho, violão, etc.

Clave de Fá
A Clave de Fá determina a localização da nota Fá, anotada na quarta ou terceira linha,
sendo a primeira a mais usada.

(Perceba que quando mudamos a clave mudamos o posicionamento das notas na pauta)

A Clave de Fá é usada para sons graves.

Sons de instrumentos anotados na clave de Fá: contra-baixo, sax tenor, trombone,


violoncelo, tuba, fagote, etc.

Para se anotar os sons do piano é necessário o uso de duas claves. Veja exemplo abaixo,
usando a Clave de Fá abaixo para os sons graves (das teclas da esquerda) e acima a
Clave de Sol para os sons agudos (das teclas da direita), tendo entre elas apenas uma
linha suplementar que anota-se o Dó central:

Clave de Dó

A Clave de Dó determina a localização da nota Dó, anotada na primeira, segunda,


terceira e quarta linha. A mais usada é na terceira linha.

A Clave de Dó é usada para sons médios.

A Clave de Dó é de pouco uso. Anota-se nesta clave o som da viola.

Apesar de algumas pessoas acharem que a clave de sol se parece com uma letra "s"
invertida, ela é uma evolução da letra G, que representa também a nota sol, assim como
a de Fá a letra F e a de Dó a letra C.
O Tempo na Música - Parte I

A Música e o Tempo Estão Interligados

O tempo na música é organizado através do Ritmo, com durações variáveis que dividem
a música em padrões de sons e silêncios.

Na nossa música, a ocidental, o Ritmo é o elemento primordial. Ele faz com que todos
pensem na mesma forma, organizando as acentuações para a sincronia dos músicos.

O tempo na música é tão importante que merece uma área de estudo exclusivo que é a
Rítmica.

O Ritmo é um elemento físico da música que põe todos na mesma sintonia e movimento.
Sua unidade é o Pulso.

A Pulsação é a ocorrência regular do ritmo no tempo um após outro, é a batida em


intervalos determinados e constantes.

1 Pulsação = 1 Tempo = 1 Beat (em inglês)

A velocidade da pulsação pode variar de música para música, umas são lentas outras
mais rápidas. Essa velocidade é chamada de Andamento, que é medido em "batidas por
minuto".

Para determinar o andamento de uma música usamos um aparelho chamado


Metrônomo. Ajustamos nele a velocidade em que queremos a pulsação (a batida). O
uso do Metrônomo é indispensável no estudo rítmico. Com ele aprendemos e ser
constantes no ritmo.

Existe vários modelos de metrônomos, desde os mecânicos aos eletrônicos de quartzo.


Veja alguns modelos abaixo:
Na Música Erudita é dado nome aos andamentos conforme tabela abaixo:

Quantidades de Pulsações
Nome do por Minuto Para o Ajuste do
Andamento Metrônomo (Em Batidas por
Minuto)
Largo Menos de 60
Larghetto Entre 60 a 65
Adagio Entre 66 a 75
Andante Entre 76 a 105
Moderato Entre 106 a 119
Allegro Entre 120 a 170
Presto Entre 171 a 199
Prestissimo Acima de 200

Cada estilo musical possui um ANDAMENTO diferente. Um Jazz, por exemplo, é uma música rápida,
já a balada é uma música lenta. Para aferir precisamente o andamento da música utiliza-se um
instrumento chamado METRÔNOMO.

Teoria Musical - Metrônomo

O andamento de uma música é medido em pulsações por minuto (BPM). Na música clássica o
andamento é indicado por palavras italianas, sendo que cada palavra equivale a um número aproximado
de pulsações por minuto. Já na música moderna, é mais comum encontrarmos o andamento expresso
em números.
Teoria Musical - Andamento

Tradicionalmente, a velocidade da música é expressa por palavras italianos. Cada palavra corresponde
a uma faixa de pulsações por minuto, que pode ser graduada com o acréscimo de outros termos.

Teoria Musical - tabela de andamentos

Além da graduação, os termos de andamento também podem estar acompanhados de palavras que
indicam o caráter da música.
Palavras que indicam o caráter da música

O andamento pode sofrer alterações repentinas (novo andamento) ou graduais. No segundo caso, a
alteração é indicada pelas palavras abaixo. Para retornar ao andamento original utilizam-se as
expressões da última coluna.

O Tempo na Música - Parte II

Notação Rítmica - Figuras ou Valores


Para representar graficamente a duração do tempo dos sons (notas) ou silêncios (pausas)
na música usamos sinais chamados Figuras ou Valores.

As figuras são classificadas em dois tipos:

• Positivas - Representam som (notas)


• Negativas - Representam a interrupção do som (pausas)

As figuras não possuem um valor (tempo) fixo, mas são proporcionais entre si.

Veja como é a subdivisão proporcional entre as figuras:

Número Representativo ou Símbolo Numérico das Figuras

O Número Representativo equivale a proporção das figuras em relação a semibreve,


tomada como unidade de valor das outras figuras. O Número Representativo será
sempre o mesmo e servirá de símbolo da figura.

Atenção: o Número Representativo não é o tempo.


Substituição de Colchetes por Barras

Para facilitar a visualização e leitura, podemos substituir os colchetes por barras quando
colcheias, semicolcheias, fusas e semifusas aparecem seguidamente.

Exemplos:

LIGADURAS
LIGADURA DE PROLONGAMENTO é uma linha curva que colocamos sobre ou sob
duas ou mais notas de mesmo nome e altura para somar-lhes os valores.
Ex.:

LIGADURA DE EXPRESSÃO OU LEGATO é uma linha curva colocada acima ou abaixo


de um grupo de notas de nomes ou alturas diferentes que serão pronunciadas sem
interrupção na pronuncia dos sons.
Ex.:

PONTO DE AUMENTO
Um ponto colocado à direita de uma figura serve para aumentar a metade do valor de
duração dessa figura. É por isso chamado de PONTO DE AUMENTO.
No exemplo acima a mínima pontuada está valendo uma Mínima e mais uma Semínima
(metade da mínima), uma vez que o PONTO serve para aumentar a metade do valor da
figura.
As pausas também podem ser pontuadas
DUPLO PONTO DE AUMENTO: dois pontos podem ser colocados à direita da NOTA ou
PAUSA. O primeiro ponto acrescenta a metade do valor da FIGURA; o segundo a metade
do valor do primeiro ponto.

ARTICULAÇÃO

LEGATTO E STACCATTO
O LEGATTO e o ESTACCATTO são sinais que determinam a articulação dos sons.
ARTICULAÇÃO é o modo de atacar os sons.
O legato, palavra italiana cuja significação é LIGADO, determina que se passe de uma nota
para outra (tocando ou cantando) sem interrupção do som.
O Staccato, palavra italiana, que significa DESTACADO, indica que os sons devem ser
articulados de modo seco.
Trinado

Trinado (ou Trilo) indica a execução alternada da nota (com o símbolo) com sua superior. Rápida ou lenta, a
execução deve ser igual e corresponder ao valor da figura, respeitando o compasso.

Notação Execução

Notas Arpejadas

As notas arpejadas são indicadas com um sinal de ondas na vertical e devem ser tocadas rápida e
simultaneamente, como se fossem dominós caindo. Abaixo, temos um exemplo de arpejo do final da peça n 01
do livro "Invenção à Duas Vozes" de J.S. Bach.

Notação Execução
Fermata e Sinal de Oitava

A fermata ou coroa, é um sinal (escrito com um ponto e um arco em cima ou embaixo) que indica
prolongamento (interderminado) do som, à vontade.

E o Sinal de Oitava (8 ou 8va) indica que o determinado trecho, que estiver tracejado, deve ser tocado uma
oitava acima ou abaixo (conforme for indicado) do que está escrito.

SINAIS DE INTENSIDADE

A intensidade com que o intérprete deve executar a música também é escrita na partitura. Para isso,
utilizam-se abreviaturas das palavras Piano e Forte, que podem ser acrescidas de outras expressões.
Importante: a palavra Piano, que neste caso significa baixo/fraco, não deve ser confundida com a
indicação do instrumento piano, também encontrada nas partituras.
Sinais de intensidade - bem pianissimo, pianissimo, piano, mezzo piano, mezzo forte, forte, fortissimo,
bem fortissimo

Sinais de acentuação - forzando, sforzando, sforzato


Complementos - um pouco fraco, quase forte, mais forte, imediatamente fraco

VARIAÇÕES DE INTENSIDADE

O aumento e diminuição gradual da intensidade podem ser indicados através de palavras ou sinais,
conforme o esquema abaixo.
Variações de intensidade - aumentando, crescendo, riforzando, decrescendo, diminuendo

Sinais de aumento e diminuição gradual da intensidade

Ornamentos

Ornamentos: não notas que acrescentamos à melodia, as notas reais ficam com mais brilho e
graciosidade, dando forma à peça musical.. Os ornamentos mais usados são: apogiatura, mordente,
grupeto, trinado, floreio, portamento, cadência melodia e harpejo.
Vejamos cada um:

Apogiatura pode ser longa, breve ou dupla e sucessiva.

Apogiatura longa: a nota real (da melodia) dá metade do seu valor para a apogiatura. Se apogiatura
pertence a uma nota pontuada, apogiatura fica com um terço ou dois terços da nota real. Se
apogiatura pertence a uma nota que venha seguida de outra da mesma entoação, apogiatura fica
com o valor todo da nota real e a nota real “some”.

Apogiatura breve: é representada por uma colcheia pequena com um traço oblíquo a atravessando.
Apogiatura fica com mais ou menos ¼ do valor da nota real e quanto mais lento for o andamento,
mais rápido será o valor do ornamento.

Apogiatura sucessiva: é representada por duas colcheias pequenas. Apogiatura fica com parte do
valor da nota real. E como a anterior, pode ser no andamento vivo ou lento.

Mordente: pode ser superior ou inferior. É formado por duas notas, a primeira tem o mesmo som
que a nota real e a segunda é uma terça acima ou abaixo da nota real. Na execução, o mordente
fica com uma parte do valor da nota real e novamente, se o andamento for lento mais rápido será o
valor do ornamento.

Trinado ou trilo é a repetição rápida e alternada de duas notas consecutivas. Se houver nota
superior à nota real, o trinado começará com a nota superior. Ele também pode terminar com notas
de resolução, ficando alterado o último grupo de notas por grupo de quiálteras. Mas se o trinado
começar com nota superior + notas de resolução terminará normal, sem grupo de quiáltera.

Grupeto: pode ser de 3 ou 4 notas por graus conjuntos, sem ultrapassar o intervalo de segunda
inferior ou superior.

Grupeto de três notas: o sinal de grupeto pode vir sobre a nota real (superior ou inferior), nesse
caso a nota real é a última, ou pode vir entre duas notas iguais que nesse caso a nota real é a
primeira. Se o sinal aparecer com nota pontuada, sempre o ponto será o grupeto e a nota sem ponto
será a real.

Grupeto de quatro notas: se o grupeto vier entre notas de alturas diferentes no mesmo compasso e
não pontuadas, dá-se ao grupeto a segunda metade do valor da nota real. Se o grupeto vier entre
notas de alturas diferentes, porém com a nota real pontuada, e o compasso for ternário (simples ou
composto), dá-se ao grupeto a última terça parte do valor da nota real, ou seja, o grupeto deve ser
executado no ponto.

Floreio: não possui uma forma definida, pode ser constituído por uma nota ou mais. Quando possui
uma nota fica parecido com apogiatura breve, a diferença é do floreio não ter o intervalo de
segunda. A nota real aparece à frente da nota com o floreio.

Portamento: é representado por uma colcheia que antecipa a nota real, tendo ambas a mesma
entoação. Na execução, o ornamento é subtraído do valor da nota que a antecede.

Arpejo: é a execução rápida e sucessiva das notas de um acorde. É representada por uma linha
ondulatória vertical que vem antes do acorde.

Cadência Melódica: A execução é livre, fica a critério do executante. É um grupo de várias notas
quase sempre após uma fermata.
Glissando: é considerado ornamento moderno. É o deslizamento rápido de notas intermediárias
entre duas notas reais.

Trilo/Trinado

Um trilo (ou trinado) é uma alternação rápida e repetida entre uma nota indicada e uma nota um
grau conjunto acima, indicado geralmente pelo símbolo tr escrito acima da pauta.

Mordente

O mordente é pensado como uma única e rápida alternância entre uma nota indica, uma nota um
grau acima (chamado de mordente superior ou invertido) ou abaixo (chamado de mordente
inferior), e a repetição da nota inicial. O mordente superior é indicado por um traço curto em
zigue-zague sobre a nota; o mordente inferior é indicado pelo mesmo traço, cortado por um curto
traço vertical.

Assim como no trinado, a exata velocidade de execução do mordente variará de acordo com o
andamento da peça musical, mas em um andamento moderado os ornamentos indicados acima
podem ser executados como estão abaixo:

A confusão sobre a indicação precisa da execução do mordente levou à adoção dos termos
modernos mordente superior e mordente inferior, substituindo mordente e mordente invertido. A
prática, a notação e a nomenclatura variaram intensamente durante a história da música, e as
presentes indicações se referem em geral à prática estabelecida no séc. XIX. No período Barroco,
por exemplo, mordente era uma palavra usada para designar o que depois foi chamado de
mordente invertido (hoje mordente inferior), e embora hoje este ornamento seja entendido como
uma alternância rápida e única entre duas notas, no Barroco ele poderia ser executado, em certos
casos, com mais de uma alternância entre as notas, numa espécie de trilo invertido. Mordentes de
todo tipo poderiam ser iniciados, em certos períodos históricos, com uma nota extra, elevada ou
não cromaticamente um semitom.

Grupeto

Uma figura curta que consiste da execução de uma nota acima da nota indicada, a nota indicada,
uma nota abaixo da indicada e a nota indicada novamente. É indicado por um sinal em forma de
“S” na horizontal. Um grupeto invertido (tocado com a nota abaixo da indicada no início) pode ser
anotado com um traço vertical curto sobre o sinal original.

Se o sinal é colocado sobre a nota, a a execução é exatamente como a descrita acima. Entretanto,
se ele é colocado entre duas notas, a execução é deslocada temporalmente para antes da
execução da nota seguinte. Assim, os ornamento abaixo:

Devem ser executados assim:

A nota inferior pode ser alterada cromaticamente, como no mordente. A velocidade e o ritmo da
execução variam largamente conforme a época, o gênero e o estilo.

Apogiatura

Derivada da palavra italiana appoggiare, “apoiar”; a apogiatura longa (ou, em português, somente
apogiatura) é importante melodicamente , e freqüentemente suspende a nota principal tomando
desta da figura de tempo usada na notação da apogiatura (que é geralmente a metade do valor
da nota principal). A nota adicionada é um grau conjunto vizinha da nota principal, podendo ser
tanto acima como abaixo desta; neste último caso, ela pode estar alterada cromaticamente.
A apogiatura é indicada como uma nota menor que o normal, com a direção da haste invertida, e
seria executada comumente assim:

Apogiaturas também são geralmente encontradas no começo do compasso, e alcançadas por


salto melódico.

Acciaccatura

Do italiano acciaccare, “colidir”, a acciaccatura (ou “apogiatura curta”) é entendida como uma
variação mais rápida, menos relevante melodicamente, da apogiatura tradicional, onde a
suspensão da nota principal é menos perceptível – teoricamente, sem valor temporal medível. Ela
é comumente indicada com uma nota de valor surto (colcheia), menor que o normal, e com a
haste invertida e cortada com um traço:

Sua exata interpretação varia de acordo com a época e o gênero, mas uma possibilidade é
indicada abaixo:

A execução da nota ornamental antes da pulsação é considerada largamente como uma questão
de gosto e de adequação à prática musical. Excepcionalmente, a accicatura pode ser indicada no
final do compasso anterior, indicando que deve ser executada antes da batida forte do compasso.
Nome Notação Execução

Appogiatura

Appogiatura Duplicada

Mordente Superior

Mordente Inferior

Gruppeto

ORNAMENTO

ORNAMENTO em Arte – é o desenho acrescentado à obra principal com fins decorativos.


ORNAMENTOS em Música – São notas ou grupos de notas acrescentadas a uma melodia.
Sua finalidade é adornar as notas reais da melodia. NOTAS REAIS são todas aquelas que
fazem parte integrante da melodia.
Desenhos musicais que enfeitam ou embelezam uma melodia ou acorde:
Ornamentos Inteiramente Improvisados – Sem nenhuma indicação no texto.
Ornamentos Indicados na Partitura – Com sinais gráficos.
Ornamentos Grafados Detalhadamente – Com notas exatas.
Os ornamentos são geralmente indicados por notas em formato menor precedendo a nota
principal (nota real) ou por um símbolo colocado acima ou abaixo da nota real.
Na execução, os ornamentos tiram sua duração de notas reais anteriores ou posteriores.
São classificados como ORNAMENTOS:

Apojatura – Arpejo – Glissando – Trinado – Mordente – Floreio Grupetto – Portamento –


Cadência melódica.

EXEMPLO DE ORNAMENTOS:
Propriedades Divisíveis das Figuras

Para podermos compreender melhor a relação proporcional das figuras devemos


entender como elas se dividem.

1. Todas as figuras simples, ou seja, sem ponto de aumento, são divisíveis por 2.
2. Todas as figuras com um ponto de aumento são divisíveis por 3, resultando em
figuras simples.

3. Todas as figuras com um ponto de aumento quando divisíveis por 2 resultarão


em duas figuras pontuadas também.

O Tempo na Música

Compasso

Imaginem um relógio:

Tique - Taque - Tique - Taque - Tique - Taque - Tique - Taque

Percebam que poderíamos tomar cada Tique, e cada Taque como uma pulsação, mas
essa sucessão simples e pura de pulsações parece um pouco perdida nessa constante
repetição, e é nesse ponto que devemos observar um fator rítmico essencial: os acentos.
No som do relógio, é fácil perceber que os tiques são um pouco mais acentuados que os
taques. Com isso, ao invés de uma simples sucessão de pulsos temos uma forma
organizada de dois em dois, sendo que a primeira é um pouco mais forte ou acentuada
que a segunda.

Daí parte-se o princípio do compasso, organizar em partes iguais um agrupamento de


pulsações, no caso do relógio são duas, mas poderíamos ter também grupos de três,
quatro, cinco, etc.
Para um compasso onde agrupamos dois tempos, dá-se o nome de compasso binário.
Para um compasso onde agrupamos três tempos, dá-se o nome de compasso ternário.

Para um compasso onde agrupamos quatro tempos, dá-se o nome de compasso


quaternário, e assim por diante.

O Compasso é identificado em uma determinada música pela pulsação dos tempos


fracos e fortes. Veja abaixo como é a pulsação nos principais compassos:

Compasso Binário - 2 Tempos

Compasso Ternário - 3 Tempos

Compasso Quaternário - 4 Tempos

OU

1 2 3 4 1 2 3 4
Forte Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Como vimos acima o início de cada compasso se dará no tempo forte, que será o
primeiro tempo. Desta maneira podemos identificar qual é o compasso de uma
determinada música. Para isso devemos identificar o pulso e onde está o tempo forte,
que será o início de cada compasso. A cada série de pulsações até a repetição novamente
do tempo forte teremos um compasso e o número de pulsações contidas nesta série será
o número de tempo de cada compasso.
Compasso

O compasso é a divisão da música em partes de iguais ou diferentes durações, seu começo e


seu fim são determinados pelas barras de compasso. A divisão dos compassos e a fixação de
uma figura que terá o valor de um tempo são definidos pela fórmula de compasso. A fórmula
de compasso é formada por dois números em forma de fração (porém sem a barra de divisão
entre eles) ela é colocada depois da clave no início da pauta. Existem dois tipos de fórmulas de
compasso: as simples e as compostas. Nas fórmulas de compasso simples o número inferior
da fração é chamado de unidade de tempo, ele define a nota que terá o valor de um tempo no
compasso. A unidade de tempo sempre será um número correspondente a uma das figuras
rítmicas, esse número é definido pela relação de cada figura com a semibreve. Portanto os
números da unidade de tempo serão: 1 para semibreve, 2 para mínima, 4 para a semínima, 8
para a colcheia, 16 para a semicolcheia, 32 para a fusa e 64 para a semifusa.

Já o número superior da fórmula de compasso é chamado de unidade de compasso, que


determina em quantos tempos se divide um compasso. Se a unidade de compasso for o
número 2 o compasso é dividido em dois tempo e é chamado de binário simples. Por exemplo,
se a unidade de tempo for 4 e a unidade de compasso for 2 esse é o compasso binário simples
que tem como figura que corresponde a um tempo a semínima, chamamos esse compasso de
“dois por quatro”. Se a unidade de compasso for o número 3 o compasso é dividido em três
tempos e é chamado de ternário simples, seguindo a mesma lógica se a unidade de compasso
for o número 4 o compasso é dividido em quatro tempo e e é chamado de quatenário simples.

As fórmulas de compassos compostas, são aquelas que utilizam como unidade de tempo uma
figura composta (pontuada). Como só existe números proporcionais para representar as
figuras simples, as fórmulas de compasso compostas vão mostrar como é a subdivisão do
compasso, ao contrário das simples que mostram como é a divisão do compasso. Por
exemplo, uma fórmula de compasso binária simples que utiliza a semínima como unidade de
tempo (2/4), mostra que o compasso é dividido em duas semínimas. Já uma fórmula de
compasso binária composta que utiliza a seminima pontuada como unidade de tempo, por
não ter um número que represente a semínima pontuada, tem de mostrar a subdivisão do
compasso, ou seja, cada compasso é dividido em duas semínimas pontuadas, e subdividido
em seis colcheias, daí a fórmula de compasso será expressa com os números 6/8. Mas atente
para o fato de que o compasso 6/8 é binário com a pulsação de semínima pontuada!!!!! Todos
os binários compostos tem o númerador 6, os ternários compostos tem o numerador 9 e os
quaternários compostos tem o numerador 12.
Resumindo, existem 3 diferenças entre compassos simples e compostos:

1) Os compassos simples tem como unidade de tempo (pulsação) uma figura simples e os
compostos tem como unidade de tempo uma figura pontuada.

2) A subdivisão dos tempos dos compassos simples será sempre binária, enquanto a dos
compostos será sempre ternária.

3) As fórmulas de compassos simples expressam a divisão do compasso, as dos compostos


expressam a subdivisão.

O compasso com subdivisão binária ( ritmo binário ) é denominado


Simples e o compasso com subdivisão ternária ( ritmo ternário ) é
denominado composto.

Em um compasso simples, a Subdivisão é binária e a unidade de tempo é


igual a pulsação.

A maioria dos estilos musicais utiliza o compasso quaternário, onde o tempo forte ocorre a cada 4
pulsações. O compasso ternário é encontrado principalmente nas valsas e o binário nas marchas e
músicas brasileiras, como o samba.

Teoria musical - compassos binário e ternário


Teoria musical - compassos de 5 e 7 tempos

Os compassos de 5 e 7 tempos, por produzirem ritmos exóticos, são mais utilizados na produção de
trilhas sonoras para o cinema, sendo raramente utilizados na música popular. Na prática, estes
compassos equivalem à execução alternada de dois outros compassos, como no exemplo abaixo.

Em um compasso composto a subdivisão é ternária e a pulsação


corresponde a uma figura pontuada, sendo que a unidade de tempo é a
própria subdivisão.
O compasso composto é aquele onde a pulsação se dá a cada 3 unidades de compasso. Todo compasso
simples possui um compasso composto correspondente, que pode ser obtido multiplicando-se a unidade
de compasso por 3 e a unidade de tempo por 2. Ex.: 4/4 x 3/2 = 12/8.

Teoria musical - compasso composto I

Normalmente podemos diferenciar os compassos simples e compostos pela unidade de compasso. Os


compassos simples utilizam 2, 3, 4, 5 ou 7 tempos. Já os compostos utilizam 6 (binário x 3), 9 (ternário
x 3) ou 12 (quaternário x 3) tempos. Observe a mesma melodia escrita em 2 compassos
correspondentes.
Teoria musical - compasso composto II

Na tabela abaixo relacionamos as principais correspondências entre os compassos simples e compostos.


Os compassos quinário e setenário compostos não estão relacionados porque raramente foram
utilizados na música. Lembre-se que a relação entre os compassos simples e composto é de 3/2.

Grupos Rítmicos

A maior ou menor quantidade de partes em que pode ser dividida a


unidade de tempo, ou da maior ou menor duração que cada parte possa
ter, derivam diversos grupos de valores, que se denominam grupos
rítmicos.
Cara um desses grupos se diferenciam pela a quantidade de notas que o
formam ou pela sua duração, e é importantíssimo para avançarmos em
nossos estudos percebermos cada grupo, tanto pelo ouvido como pelos
olhos. Para isso devemos contar o número de notas que compõem a
unidade de tempo e fixar a atenção sobre as que são as partes longas, e
as que são as partes breves.
Começaremos os nossos estudos práticos de leitura rítmica conhecendo
alguns grupos rítmicos mais fáceis, que pertencem ao compasso simples.
Esses grupos terão no máximo 4 notas, para não complicarmos muito as
combinações rítmicas.
Pegaremos a semínima que é uma das unidades de tempo mais comuns,
para que possamos dela derivar os diversos grupos. Lembrem-se é muito
importante saber que esses grupos dependem sempre da unidade de
tempo escolhida, no caso da unidade de tempo ser uma mínima, os
grupos rítmicos seriam totalmente diferentes.

Unidade de tempo não dividida

Unidade de tempo dividida em duas partes iguais

Unidade de tempo dividida em três partes

Nesse caso apesar da unidade de tempo estar sendo dividida em três


partes, não podemos considera-la ritmo ternário, pois aqui temos a
primeira parte mais longa do que as outras duas, diferente do ritmo
ternário onde todas têm a mesma duração.

Agora a unidade de tempo está divida em três partes, sendo que a última
é mais longa.

Unidade de tempo dividida em quatro partes iguais

Além desses grupos existem mais três que não são mais do que
derivação dos primeiros, obtidos mediante a ligação de dois sons.

Ligando os dois primeiros sons do grupo sinalizado, obtemos o uma


colcheia ponteada e uma semicolcheia.

Ligando os dois últimos sons do grupo sinalizado, obtemos uma


semicolcheia e uma colcheia ponteada.
Ligando os dois sons do meio do grupo sinalizado, obtemos uma
semicolcheia, uma colcheia e outra semicolcheia.

Então é isso pessoal na próxima aula, veremos a aplicação prática de


tudo isso que vimos nessa cinco aulas de leitura rítmica.
Um Abraço

- Pra que, que serve tudo isso?

Já vimos praticamente tudo que podíamos ver da parte teórica de


Leitura, proporção entre figuras, etc, mas de nada serve todo esse
conhecimento se não o colocarmos em prática.
Começaremos a juntar todos esses valores musicais, e transforma-los em
som, seja tocando na guitarra, seja cantando.
Tomando como base a semínima como unidade de tempo em um
compasso 4/4, ou seja quatro pulsos de semínima dentro de cada
compasso, marcaremos o pulso com os pés alternadamente ou batendo
palmas, cantando cada um dos valores abaixo, com a sílaba ta.
Por Exemplo:

Para semínima, toda vez que marcarmos o pulso, cantaremos um ta que


durará até o começo da próxima nota.
Já para mínima, que é o dobro da semínima, durante dois pulsos
cantaremos o ta, mantendo o som até o começo da outra nota.

Para Semibreve, que o quádruplo da semínima, cantaremos o ta durante


quatro pulsos, ou seja, durante um compasso todo.

Já para figuras com a duração menor do que o pulso, tentaremos dividir


esse pulso em dois momentos. Quando batemos o pé, existe exatamente
o momento onde ele está no seu ponto culminante, no ponto mais alto da
subida para descer de novo. Batendo palmas, você pode perceber esses
dois momentos quando as mãos se juntam ( primeiro momento, pulso,
tempo ) e no ponto onde as mãos estão mais separadas ( segundo
momento, o que chamamos de contra-tempo ).

Cantando essa colcheia, em cada pulso você pronunciará a silaba ta duas


vezes, uma no tempo e outro no contra-tempo.

Com a semicolcheia, cantaremos quatro vezes o ta, duas vezes no tempo


e duas no contra tempo.
Os dois próximos grupos rítmicos misturam valores, mas ainda
continuam nos dando a referência do tempo e do contra tempo.

No grupo rítmico acima temos uma colcheia e duas semicolcheia, para ele
cantaremos a sílaba ta, 3 vezes durante o pulso sendo uma durante o
tempo e duas no contra-tempo.

Agora temos duas semicolcheias no tempo e uma colcheia no contra-


tempo, como o grupo de cima cantaremos ainda 3 vezes por pulso, só
que agora, cantando primeiro as duas vezes no tempo e depois uma vez
no contra-tempo.

Os próximos grupos rítmicos nos dão a noção de tempo, mas não a de


contra tempo que foi deslocado para uma semicolcheia antes ou depois.
Quando deslocamos um acento para um mais fraco, chamamos isso de
sincope.

Acima temos um exemplo do que acabei de falar, como você pode ver
temos uma semicolcheia, uma colcheia e outra semicolcheia. Para
entender melhor tanto essa figura quando as outras um exemplo legal é
pensar primeiramente em um grupo rítmico só com semicolcheias, o
tempo sempre vai cair na primeira e o contra-tempo na terceira, porém
esse grupo rítmico liga a segunda e terceira semicolcheia não sendo
pronunciada a silaba ta na terceira. Para enxergar melhor isso, conte nos
dedos cada semicolcheia de um jeito que o pulso esteja sempre junto
com o indicador, depois ligue o som da segunda e terceira, prolongando o
som, pronunciando taaaaa como na figura abaixo. Depois que você
decorar o som dessa figura, tente fazer apenas marcando o pulso.

Encontraremos nesse grupo rítmico uma colcheia pontuada e uma


semicolcheia. Se você está lembrado um valor pontuado, tem o acréscimo
de metade do seu valor em sua duração, no caso da colcheia, uma
semicolcheia. Portanto, novamente pensando como acima, teremos uma
nota que durará durante as três primeiras semicolcheias, sendo
pronunciado o outro ta apenas na quarta. Se você tiver alguma
dificuldade em fazer esse grupo, não hesite em utilizar aquele
"truquezinho" do dedo.
Agora temos uma semicolcheia e uma colcheia pontuada, temos o
contrário do grupo anterior. Uma nota será pronunciada na primeira
semicolcheia e outra durará durante as três restantes.

Exercício

Se você sentir dificuldade isole uma parte e treine só ela, depois tente
novamente. No começo é normal gaguejar, errar, achar difícil, portanto
não se preocupe. O exercício teria que ser mais progressivo, mas como
tinha que usar todas as figuras de uma forma resumida, fiz dessa forma
mesmo, abaixo indicarei alguns livros com exercícios bem legais,
didáticos e progressivos. Mas por enquanto tente fazer a leitura rítmica
do trecho abaixo.

Fórmula de Compasso

A fórmula de compasso indica como o compasso é organizado, quantos


tempos estão agrupados em cada compasso e qual o valor rítmico
escolhido para representar cada tempo.
No exemplo acima, logo no começo da partitura, podemos ver a indicação
de que teremos quatro tempos em cada compasso, sendo que a figura
que representará o pulso é a semínima. Tomando então, a semínima
como unidade de tempo, poderemos achar a divisão do pulso, colcheia, a
subdivisão do pulso, semicolcheia, a figura que ocupará dois tempos,
mínima e etc.

Abaixo temos um novo exemplo já com outra unidade de tempo:

Agora temos a semicolcheia, como unidade de tempo, a fusa como


divisão do pulso, a semifusa como subdivisão, e a colcheia como figura
que ocupará dois tempos.

Percebam que essas divisões, subdivisões e etc não são constantes,


dependerá sempre da unidade de tempo.

Proponham-se exercícios, onde é dada uma fórmula de compasso


qualquer, e a partir dela ache as divisões, subdivisões, o dobro do pulso e
a unidade de compasso, que é a figura que ocupará todos os tempos do
compasso. No primeiro exemplo temos como unidade de compasso a
semibreve e no segundo a mínima.
O compasso pode abrigar qualquer combinação de notas e pausas, desde
que a soma de sua duração seja equivalente à duração dos tempos do
compasso.

Valores Musicais - Números correspondentes

Apesar de já termos vistos que nenhuma figura tem duração


preestabelecida, o que depende da velocidade do pulso e da fórmula de
compasso, podemos fixar uma relação de proporção entre elas.
A semibreve é a figura de maior duração, imaginando essa figura como
uma pizza, podemos dividi-la em duas partes, essas duas partes em mais
duas, essas quatro partes em mais duas cada parte, assim teremos a
mesma relação que temos ao dividir as figuras musicais, uma pizza de
semibreve divida em duas partes iguais, nos darão dois pedaços de
mínimas, dividindo mais duas vezes em partes iguais teremos quatro
pedaços de semínimas, assim por diante.

A partir da proporção apresentada, consideramos um número de


referência para cada figura.

Esses números serão de extrema importância porque eles substituirão a


imagem da figura que indica a unidade de tempo em uma fórmula de
compasso.

A partir de agora teremos a fórmula de compasso como dois números,


sendo que o de cima indicará quantos tempos tem no compasso e
debaixo a figura que indica a unidade de tempo.

Como se define a fórmula de compasso de uma música?

Em primeiro lugar você precisa definir a pulsação da música. Em alguns casos essa pulsação
pode ser marcada por algum instrumento, mas em outros a pulsação está subentendida.

Uma vez definida a pulsação você terá que ouvir os pulsos fortes e descobrir em quantas
partes esse ciclo é dividido. Se o tempo entre eles estiver dividido em dois pulsos (um pulso
forte e outro fraco alternadamente) o compasso é binário, se estiver dividido em três pulsos
(um pulso forte seguidos por dois fracos) o compasso é ternário, se estiver dividido em quatro
o compasso é quaternário, etc.

Depois de definida a divisão (binária, ternária, quaternária, quinária, etc) do compasso, o


próximo passo é ouvir a subdivisão dos tempos. Se essa subdivisão for binária (um tempo
dividido em duas partes: uma parte forte e outra fraca) o compasso é simples e sua pulsação é
de uma figura simples (semibreve, mínima, semínima, colcheia, semicolcheia, fusa ou
semifusa), se essa subdivisão for ternária (um tempo dividido em três partes: uma parte forte
e duas fracas) o compasso é composto e sua pulsação é de uma figura pontuada.

Daí quando você for escrever a música poderá escolher uma figura que seja mais conveniente
para ser a unidade de tempo (pulsação). Por exemplo em um compasso binário simples o
número superior sempre será 2 e o número inferior será relativo a unidade de tempo (1 para
sembreve, 2 para mínima, 4 para semínima, 8 para colcheia, 16 para semicolcheia, 32 para
fusa e 64 para semifusa). Portanto um compasso 2/2 não soa diferente de um 2/4 pois ambos
são binários simples, mas a notação é diferente. No caso de um binário composto o número
superior será sempre 6 e o número inferior é relativo à figura que subdivide cada tempo,
portanto um compasso 6/4 (binário composto com pulsação de mínima pontuada) não soa
diferente de um 6/8 (binário composto com pulsação de semínima pontuada), mas assim
como nos compassos simples a sua notação difere.

Você pode ler um pouco mais sobre esse assunto nesses posts:
Barras de Compasso e Sinais de Repetição

Para separar os diversos compassos e sessões de uma música usamos


linhas perpendiculares que atravessam o pentagrama.

Na música acima as principais barras de separação e sinais de repetição:

1 - Barra de compasso/Travessão - uma linha vertical que separa os


compassos.

2 - Barra dupla - usada para separar sessões da música, é usada quando


mudamos a tonalidade, fórmula de compasso, etc.

3 - Barra final - composta por uma linha simples e outra mais grossa,
indica o final da música.

4 - Barra de Repetição ou Ritornello - parecida com a barra final só que


com dois pontos, ela indicada a repetição de um ou mais compassos.

5 - Repetição de compasso - símbolo parecido com o sinal de


porcentagem ele indica que o compasso anterior repete-se nos
compassos indicados por ele

6 - Casa 1, Casa 2 - São sinais que indicam que na primeira vez devemos
tocar normalmente os sinais até a repetição e na repetição devemos
pular a casa 1, compasso onde tem um espécie de colchete com um
número 1, indo direto para o compasso indicado pelo casa 2.

7 - Da capo / D.C - Sinal que indica que um trecho ou a música toda deve
ser repetido desde o começo.

8 - Dal Segno ou Coda - Indica que a Repetição deve partir de outro lugar
que não seja o começo, escreve-se no compasso de onde a repetição
começa os sinais segno ( sinal que parece um S ) ou coda ( sinal que
parece um circulo com uma cruz ) e no final do trecho "dal segno" ou D.S
( = do sinal ) ou to coda ( = para o coda ).

9 - Fine - Quando repetimos usando o Da capo ou um dos sinais, mas


essa repetição nao é até o final da música, escreve-se no compasso onde
a música termina FINE. Devemos indicar a repetição "Da capo al fine" ou
"Dal segno al Fine", conforme o caso.

SÍNCOPE - CONTRATEMPO – QUIÁLTERA

Síncope e Contratempo

Ambos Síncope e Contratempo significam deslocamento de um tempo forte para um tempo fraco do
compasso. A diferença é que o contratempo é precedido e intercalado de pausas

E na síncope (que pode ser regular ou irregular), não. O tempo forte é transferido para a nota no segundo
tempo (e prolongada para o terceiro tempo se for o caso, conforme mostra o exemplo abaixo), pois no padrão, o
segundo tempo é fraco.
Nos exemplos que demos de marcação de compasso, todos os tempos fortes estavam
sendo iniciados por uma nota. Entretanto, pode ocorrer de a nota executada no tempo ou
parte fraca anterior ser prolongada até o tempo forte seguinte. Assim, o tempo forte estará
preenchido com os "restos" de som da nota anterior. Quando isso ocorre, temos a síncope.
Veja:

Se uma nota executada em tempo fraco ou parte fraca de tempo for prolongada ao tempo

forte ou parte forte do tempo seguinte, teremos o que se chama de SÍNCOPE.


A SÍNCOPE produz efeito de deslocamento da acentuação natural.
A SÍNCOPE pode ser REGULAR ou IRREGULAR.
SÍNCOPE REGULAR – Quando as notas que a formam têm a mesma duração.
SÍNCOPE IRREGULAR – Quando as notas que a compõem não têm a mesma duração.

SÍNCOPE REGULAR

SÍNCOPE IRREGULAR

CONTRATEMPO
Se no tempo ou parte forte não tiver nota nenhuma, e sim uma pausa (silêncio), teremos um
contratempo.

Quiálteras

Chamamos de Quiálteras os grupos de figuras que modificam os valores padrões. No caso das trêsquiálteras,
há 3 figuras substituindo 2 da mesma espécie e das seisquiálteras, 6 substituindo 4 da mesma espécie. O
grupo mais comum é a tercina, que tem 3 colcheias.

Por exemplo, em um compasso binário, poderíamos colocar um grupo de 3 semínimas ou 1 tercina e mais 2
colcheias ou uma quiáltera de 6 semicolcheias e mais 4 semicolcheias.

Veja abaixo amostras de como um mesmo grupo pode ser escrito:

QUIÁLTERAS

Neste capítulo vamos conhecer os grupos de notas que não obedecem à divisão do compasso, normal e
determinada. Chamam-se quiálteras o grupo de figuras que aparecem em maior ou menor número do
que o estabelecido pelo compasso ou tempos do mesmo.

No exemplo abaixo, vemos compassos indicados, que não seguem a divisão determinada.

Já no exemplo seguinte, vemos compassos indicados, que não seguem a subdivisão determinada.
O grupo de três figuras com valor de duas, indicado pelo número 3 sobre ou sob as notas, chama-se
tercina ou três-quiálteras. O grupo de cinco figuras com valor de quatro chama-se cinco-quiálteras, e
assim por diante.

As quiálteras são representadas pelos mesmos valores usados na divisão ou subdivisão normais. Assim,
no segundo exemplo se escrevem cinco semicolcheias onde normalmente apareceriam quatro, e três
colcheias onde normalmente apareceriam duas.

As quiálteras devem ser abrangidas por uma linha curva ou por um colchete:

• O colchete é preferível, pois se for uma linha curva pode ser confundida com a linha curva de
fraseio, que é uma linha curva que representa um som que se prolonga por diversas notas. Veja
o exemplo:

As quiálteras podem ser aumentativas ou diminutivas.

QUIÁLTERAS AUMENTATIVAS

São aquelas cujas somas dos valores são maiores que o valor ou o grupo de valores normais.
Exemplos de 3, 5 e 6 quiálteras.

QUIÁLTERAS DIMINUTIVAS

São aquelas cujas somas dos valores são menores que o valor ou grupo de valores normais.

Exemplo de duas-quiálteras.

QUIÁLTERAS REGULARES

São grupos de valores alterados. Que no Compasso Simples possuem mais a metade do valor do grupo
normal e no Compasso Composto possuem menos um terço do valor do grupo normal.

Quiálteras Regulares no Compasso Simples:


Os grupos normais de 2, 3, 8, 16, 32 e 64 mais a metade, resultam em quiálteras regulares de 3, 6, 12,
24, 48 e 96.

Quiálteras Regulares no Compasso Composto:

Os grupos normais de 3, 6, 12, 24, 48 e 96 menos 1/3, resultam em Quiálteras Regulares de 2, 4, 8, 16,
32 e 64.

Pelos dois quadros acima, podemos observar que as quiálteras regulares do Compasso Simples são
grupos de valores alterados, iguais aos grupos normais do Compasso Composto e vice-versa, com
figuras da mesma espécie.

QUIÁLTERAS IRREGULARES

São formadas por grupos alterados de 5, 9, 10, 11, 13, 14, 15, 17 etc., por não pertencerem à divisão
binária nem ternária dos valores estabelecidos.

QUIÁLTERAS COM VALORES DIFERENTES

As quiálteras também podem ser formadas por figuras positivas e negativas de valores diferentes.
As quiálteras podem ser formadas nos tempos, nas partes de tempo e preenchendo o compasso.

A quiálteras podem ser compostas por valores diferentes ou pausas ou ambos ao mesmo tempo.
Vejamos no exemplo abaixo:

• Neste caso, o nome das quiálteras não muda. Assim, nos exemplos dados, cada grupo de notas
continua sendo chamado “três quiálteras” ou tercina.

As quiálteras podem, por sua vez, conter quiálteras de valor menor, como representado na figura
abaixo.

Às vezes, devem-se executar simultaneamente:

a) grupos normais e quiálteras:


b) quiálteras diferentes:

A isso se denomina contra-ritmo.

Tom, Semitom e Sinais de Alteração

Uma sucessão de sons em ordem ascendente ou descendente forma uma escala. Cada
um dos sons que a compõem chama-se grau. Sendo que os sons não são da mesma
altura, existe diferença de altura entre um e outros. A essa diferença de altura entre um
e outro, digo, entre dois sons, damos o nome de intervalo musical. Quando dois sons
estão na mesma altura, o intervalo chama-se uníssono.

O intervalo ou distância entre dois sons é medida em Tons. No nosso padrão de música
o Semitom é o menor intervalo entre dois sons e portanto um Tom é o intervalo formado
por dois semitons.

Sinais de Alteração

Notamos que naturalmente entre Do-Ré, Ré-Mi, Fá-Sol, Sol-Lá, Lá-Si aparecem Tonos,
e entre Mi-Fá e Si-Dó aparecem Semitonos. Isto desperta a pergunta: Que nomes
recebem os sons intermediários que existem entre as notas que tem 1 Tono entre si?
Eles não têm nome próprio, mas usam o nome dos vizinhos mais próximos
associados a certos sinais que recebem o nome de sinais de alteração ou acidentes,
que são:

- sustenido - eleva um semitono

- bemol - rebaixa um semitono

- bequado - anula o efeito dos outros fazendo voltar ao natural

- dobrado sustenido - eleva um tono

- dobrado bemol - rebaixa um tono

- anula um sustenido e conserva um

- anula um bemol e conserva um

Assim, entre Dó e Ré existe um som intermediário que pode ser chamado de Dó ou

de Ré . Entre Ré e Mi há outro que pode ser ou Ré ou Mi . Mi coincide com o Fá e

Fá coincide com Mi. Entre Fá e Sol existe Fá ou ou Sol ; entre Sol e Lá existe Sol

ou Lá ; entre Lá e Si existe Lá ou Si ; Si coincide com Dó e Dó coincide com Si.

Dó será na mesma altura do Ré, e Ré será na mesma altura do Dó e assim por


diante.

Estes acidentes têm, portanto, quando colocados no começo da pauta, a função de


corrigir a disposição dos intervalos entre os graus da escala sobre a qual está
baseada a música, encaixando-a num determinado modo, e valem para toda a música;
quando ocorrem no meio da música valem apenas para o compasso em que estão
escritos. Daí o nome de acidentes fixos e acidentes ocorrentes.
Na notação musical (pauta), os sinais de alteração são colocados antes da nota e na nossa
escrita comum ou cifragem os sinais de alteração são colocados depois do nome da nota.
Veja exemplo abaixo:

Dó# e Sib

Classificando os Tipos de Semitons

Um semitom pode ser Cromático ou Diatônico.

Consideramos um semitom cromático quando a alteração é formada por notas do mesmo


nome.

Exemplo:

Consideramos um semitom diatônico quando a alteração é formada por notas diferentes.

Exemplo:

Como vimos na aula anterior, o semitom é o menor intervalo considerado entre dois
sons na música ocidental, mas em outras culturas como na árabe ou indiana entre outras,
o padrão "interválico" entre os sons são outros, podendo ser até menores que o nosso
que é de 1 semitom.

Estamos falando tanto em semitom, mas afinal no que realmente consiste isso?

Na teoria o intervalo de 1 tom (2 semitons) são divididos em nove pequenas partes


chamados comas.
Exemplo:

Quantos comas terá um semitom?

Físicos através de cálculos matemáticos e da utilização de sofisticados aparelhos de


acústica provaram que se um semitom for cromático ele possui 4 comas e se ele for
diatônico terá 5 comas.

Exemplo:

Para igualar os semitons foi criado um sistema chamado Temperado, que considera 4,5
comas para cada semitom (cromático ou diatônico). Este sistema não representa
nenhuma diferença perceptível a audição.

Exemplo:

Em instrumentos de sons fixos como o piano, violão, teclados, harpa, etc., é usada a
afinação no sistema temperado, enquanto instrumentos como o violino, violoncelo, etc.,
que não possuem som fixo são chamados de instrumentos não temperados.

Tonalidade e Escalas - Definições


Nesta aula iremos apenas abordar definições básicas sobre escalas e tonalidades que
mais adiante estudaremos cada assunto mais detalhadamente.

Tonalidade

Tonalidade é o fenômeno harmônico e melódico que regem a formação das escalas, é o


conjunto de sons que relacionam com uma nota tônica.

A Tônica é a nota de resolução principal na escala, sendo o centro tonal e melódico da


tonalidade. A Tônica é a primeira nota da escala (Primeiro grau), a qual dá o nome à
escala.

Escala, como já vimos anteriormente, é o conjunto de notas organizadas em ordem


gradual de altura ascendente ou descendeste.

Existem muitos tipos de escalas usadas na nossa música tais como: Exóticas, Bebop,
Simétricas, Pentatônicas, Hexatônias, Blues, etc. Entre muitas outras existentes em
outras culturas musicas.

As principais escalas e bases para o nosso estudo de tonalidade são as Diatônicas e


Cromáticas.

Escala Cromática

A escala cromática é composta por intervalos de semitons, ou seja de meio em meio tom
(como vimos na aula anterior), podendo ser temperada (em instrumentos de afinação no
sistema temperado) ou harmônica (em instrumentos de som não fixos).

Escala Diatônica

A Escala Diatônica é composta por intervalos de tons e semitons diatônicos. É a escala


da tonalidade, por exemplo a escala diatônica de Dó maior é a escala no tom de Dó
maior. É mais comum ser chamada apenas de escala maior (Tonalidade Maior) ou escala
menor (Tonalidade Menor).

As Escalas Diatônicas podem ser: Maior, Menor (primitiva), Menor Harmônica e Menor
Melódica.
Escalas Relativas

As Escalas Relativas são aquelas que possuem o mesmo conjunto de notas. Sempre uma
maior será relativa de uma menor e vice-versa. Por exemplo: Dó maior é relativo de Lá
menor e Lá menor é relativo de Dó Maior, porque estas duas escalas possuem as
mesmas notas.

Exemplo

Notas da escala de Dó Maior: Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si

Notas da escala de Lá Menor: Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol

Veja abaixo as escalas relativas:

Escala Escala Relativa


Maior Menor
Dó Maior Lá menor
Dó # Maior Lá # menor
Ré b Maior Si b menor
Ré Maior Si menor
Mi b Maior Dó menor
Mi Maior Do # menor
Fá Maior Ré menor
Fá # Maior Ré # menor
Sol b Maior Mi b menor
Sol Maior Mi menor
Lá b Maior Fá menor
Lá Maior Fá# menor
Si b Maior Sol menor
Si Maior Sol# menor
Dó b Maior Lá b menor

Escalas Homônimas
Escalas Homônimas são aquelas que possuem o mesmo nome, ou seja, possuem a
mesma tônica.

Exemplo: Dó Maior é homônima de Dó Menor

Escalas Enarmônicas

Escalas Enarmônicas são aquelas que possuem o mesmo som, mas com notação
diferente.

Exemplo

Escala de Fá# Maior: Fá # - Sol # - Lá # - Si - Dó # - Ré # - Mi #

Escala de Solb Maior: Sol b - Lá b - Si b - Dó b - Ré b - Mi b - Fá

Escala Maior I

Quando falamos em escala maior ou menor (ou modo menor ou modo maior) referimos
as escalas diatônicas. São elas que, na música ocidental, definem a tonalidade (sistema
em que as notas predominantes numa música pertencem a uma escala maior ou uma
menor e por isso tonalidade maior ou menor). A nota tônica dará o nome a tonalidade.

Padrão da Escala Maior

A escala maior possui o seguinte padrão "interválico" entre suas notas na ordem
ascendente: Tom, Tom, Semitom, Tom, Tom, Tom, Semitom. Nesta série o ultimo som
será a repetição do primeiro com a diferença de uma oitava acima.

Exemplo: Escala de Dó Maior

A escala de Dó maior é tida como o modelo padrão, por conter em sua formação apenas
notas naturais, ou seja, que não apresentam alteração (# ou b) em sua formação.
Graus

Os graus são números em algarismos romanos que representam a posição e nome dado a
cada nota da escala.

I. (primeiro grau) - Tônica


II. (segundo grau) - Supertônica
III. (terceiro grau) - Mediante
IV. (quarto grau) - Subdominante
V. (quinto grau) - Dominante
VI.(sexto grau) - Superdominante
VII.(sétimo grau) - Sensível
VIII.(oitavo grau) - Tônica (oitavada)

Todos as outras escalas maiores seguem o mesmo padrão "interválico" da de Dó Maior


(T,T,S,T,T,T,S), partindo da nota que será a tônica e que dá o nome à escala.

Exemplos:

Escala de Sol maior

Escala de Fá maior

T = Tom
S = Semitom

Importante: Observe que não poderá haver repetição de notas na construção da escala,
pois cada grau equivalerá a um nome. Por exemplo na escala de fá maior no intervalo de
um semitom entre o terceiro e o quarto grau será: Lá e Si b e não Lá e Lá # (usando
semitom diatônico e não semitom cromático)

Escala Maior II

Os Tetracordes da Escala Maior

Tetracorde é uma escala de quatro notas contidas no limite do quarto grau.

Os tetracordes eram usados para construir melodias na música grega antiga. Existiam
três tipos de tetracordes gregos:

• Diatônico, com intervalos de: Semitom - Tom - Tom


• Cromático, com intervalos de: Semitom - Semitom - Tom e meio
• Enarmônico, com intervalos de: Quarto de tom - Quarto de Tom - 2 tons

O tetracorde da escala maior é diferente daqueles usados na Grécia antiga e consiste nos
seguintes intervalos:

TOM - TOM - SEMITOM

Exemplos:

• Tetracorde de Fá: Fá - Sol - Lá - Sib


• Tetracorde de Dó:Do - Ré - Mi - Fá
• Tetracorde de Sol:Sol - Lá - Si - Dó
• Tetracorde de Ré: Ré - Mi - Fá# - Sol
• Tetracorde de Lá: Lá - Si - Dó# - Ré

A escala maior é formada por dois tetracordes separados entre si por um tom, sendo o
primeiro tetracorde da nota de I grau e o segundo tetracorde da nota de V grau.

Exemplos:

Escala de Dó Maior
Para a construção do tetracorde seguimos as mesmas regras para a construção das
escalas diatônicas, não havendo repetição do nome da nota e nem saltos para outra nota
que seja a próxima da ordem gradual (exemplo: dó ré mi fá sol lá si dó ...)

Veja abaixo o quadro com os tetracordes:

Tetracorde de Dó Do Ré Mi Fá
Tetracorde de Sol Sol Lá Si Dó
Tetracorde de Ré Ré Mi Fá# Sol
Tetracorde de Lá Lá Si Dó# Ré
Tetracorde de Mi Mi Fá# Sol# Lá
Tetracorde de Si Si Dó# Ré# Mi
Tetracorde de Fá # Fá# Sol# Lá# Si
Tetracorde de Dó # Dó# Ré# Mi# Fá#
Tetracorde de Sol # Sol# Lá# Si# Dó#
Tetracorde de Ré # Ré# Mi# Fá x Sol#
Tetracorde de Fá Fá Sol Lá Sib
Tetracorde de Si b Sib Dó Ré Mib
Tetracorde de Mi b Mib Fá Sol Láb
Tetracorde de Lá b Láb Sib Dó Réb
Tetracorde de Ré b Réb Mib Fá Solb
Tetracorde de Sol b Solb Láb Sib Dób
Tetracorde de Dó b Dób Réb Mib Fáb
Tetracorde de Fá b Fáb Solb Láb Sibb
Tetracorde de Si bb Sibb Dób Réb Mibb

É importante a compreensão dos tetracordes, que consistem em um fragmento da escala


maior, para podermos entender as relação entre as tonalidades e as progressões
interválicas entre elas que veremos a seguir.

Escala Maior III

Seqüência de Tetracordes

Como vimos na aula anterior (Escala Maior II) o que chamamos de tetracorde é a
seqüência de quatro notas em intervalos de Tom, Tom e Semitom. A seqüência de
tetracordes é a conexão em escala entre eles, como ocorre na escala maior, onde existem
dois tetracordes em seqüência, separados um do outro em um tom.

Considerando o conexão central entre os tetracordes de Dó e Sol, que são os únicos que
não possuem nenhuma alteração (# e b), a partir daí podemos começar a construir uma
seqüência de tetracordes ascendentes e descendentes.

Esta aula será importante para podermos entender e criar conceito das relações entre as
tonalidades, por isso será importante uma boa compreensão para dar seqüência às
próximas aulas.

Exercício

Partindo do exemplo abaixo construa uma seqüência usando todos os tetracordes


relacionados na tabela da aula anterior.

Lembre-se sempre que os intervalos entre as notas do tetracorde são de: tom- tom-
semitom e que a regra é não repetir e nem pular notas e a conexão entre os tetracordes é
de um tom.

Exemplo:

• Mib Fa Sol Lab


• Sib Do Re Mib
• Fa Sol La Sib
• Do Re Mi Fa
• Sol La Si Do
• Re Mi Fa# Sol
• La Si Do# Re
• Mi Fa# Sol# La# ... *

As observações que devem ser feitas:

1. * A conexão entre o tetracorde de Dó e Sol será considerado o ponto central de


equilíbrio (os dois são os únicos que não apresentam acidentes) porque todos as
tetracordes na seqüência ascendente vão apresentar acidentes sustenidos e todos os
tetracordes na seqüência descendentes irão apresentar acidentes bemóis.

2. A seqüência dos tetracordes forma a seguinte progressão:

Fab - Dob - Solb - Reb - Lab - Mib - Sib - Fa - Do - Sol - Re - La - Mi - Si - Fa# - Do# -
Sol#

Obs.: Procure decorar esta progressão que ela será muito importante para a os próximos
estudos.

3. A cada seqüência de dois tetracordes teremos uma escala diatônica maior e que um
tetracorde é compartilhado por duas escalas. Por exemplo: A escala de Dó Maior é
formada pelo segundo tetracorde de Fá Maior e pelo primeiro tetracorde de Sol Maior,
compartilhando estes tetracordes entre elas na seqüência, assim como a escala de Ré
Maior é formada pelo segundo tetracorde de Sol maior e pelo primeiro tetracorde de Lá
Maior. Desta maneira as escalas vão se conectando. Veja exemplo abaixo:

Relação Entre as Tonalidades


A relação entre as tonalidades se dá pela semelhança ou proximidade entre elas.

Tons Relativos

• C - Am
• Db - Bbm
• D - Bm
• Eb - Cm
• E - C#m
• F - Dm
• Gb - Ebm
• G - Em
• Ab - Fm
• A - F#m
• Bb - Gm
• B - G#m

Tonalidades Vizinhas

As Tonalidades vizinhas são aquelas que compartilham um mesmo tetracorde e possuem


sonoridade mais próxima, pois possuem seis notas iguais e apenas uma diferente. Cada
tonalidade possuirá duas outras vizinhas, uma ascendente outra descendente.

Veja exemplos abaixo:

Veja que Dó Maior tem como vizinho ascendente Sol Maior e como vizinho
descendente Fá maior. Observe os tetracordes que são compartilhados por eles e que
diferença entre eles é de apenas uma nota (sib em Fá Maior e fá# em Sol Maior).

Veja outros exemplos:


As tonalidades vizinhas se encontram justamente nas conexão das tonalidades através
dos tetracordes (aula Escala Maior III).

Ciclo das Quintas

O Ciclo das Quintas é a progressão das notas separadas pelo intervalo de uma quinta
justa (ou perfeita) ascendente que equivale a três tons e meio acima (tetracorde + 1 Tom)
ou a uma quarta justa descendente que equivale a três tons e meio abaixo.

Entre uma nota e outra haverá o intervalo de três tons e meio.


Sem acidentes - Dó M ou Lá m (dó maior e Lá menor)

1 - Sol M ou Mi m 1 - Fá M ou Ré m

2 - Ré M ou Si m 2 - Si M ou Sol m

3 - Lá M ou Fá m 3 - Mi M ou Dó m

4 - Mi M ou Dó m 4 - Lá M ou Fá m

5 - Si M ou Sol m 5 - Ré M ou Si m

6 - Fá M ou Ré m 6 - Sol M ou Mi m

7 - Dó M ou Lá m 7 - Dó M ou Lá m

Na ordem do ciclo das quintas, as notas que ficam lado a lado são as tonalidades
vizinhas.

Intervalos - Parte I

Intervalo é a distância entre duas notas. Os Intervalos equivalem aos números dos graus
das notas da escala diatônica. Os graus são representados em algarismos romanos tendo
cada nota de acordo com a sua ordem na escala a partir da tônica um grau equivalente,
portanto o número do grau está vinculado ao nome da nota.

Exemplo:

Na escala de Dó Maior:

• Dó - I grau
• Ré - II grau
• Mi - III grau
• Ré# - #II grau
• Mib - bIII grau

Intervalos na Escala Diatônica Maior: (Exemplo na escala de Dó Maior)

Notas da Escala Diatônica em Graus e Intervalos

• Dó I T (tônica)
• Ré II 2M (segunda maior)
• Mi III 3M (segunda maior)
• Fá IV 4j (quarta justa)
• Sol V 5j (quinta justa)
• Lá VI 6M (sexta maior)
• Si VII 7M (sétima maior)
• Dó VIII 8j (oitava justa)
• Ré II (oitavado) 9M (nona maior)
• Mi III (oitavado) 10M (décima maior)
• Fá IV (oitavado) 11j (décima primeira justa)
• Sol V (oitavado) 12j (décima segunda justa)
• Lá VI (oitavado) 13M (décima terceira maior)

Intervalo Simples e Intervalo Composto

Intervalos Simples são aqueles que estão contidos até a oitava

(T, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8)

Intervalos Compostos são aqueles maiores que oitavas

(9, 10, 11, 12, 13)

Intervalos de Consonância Perfeita e Imperfeita

Os intervalos de 8a., 4a., 5a. e seus compostos 11a. e 12a. são chamados de justos
porque possuem consonância perfeita, já os intervalos de 2a., 3a., 6a. e seus compostos
9a., 10a., 13a. maiores e todos os outro intervalos menores, aumentados ou diminutos
(assunto da próxima aula - Intervalos - Parte II) possuem consonância imperfeita.

Distância em Tons dos Intervalos em Relação a Tônica

Tônica -----------------------------

• Segunda Maior 1 tom (2 semitons)


• Terça Maior 2 tons (4 semitons)
• Quarta Justa 2 tons e meio (5 semitons)
• Quinta Justa 3 tons e meio (7 semitons)
• Sexta Maior 4 tons e meio (9 semitons)
• Sétima Maior 5 tons e meio (11 semitons)
• Oitava Justa 6 tons (12 semitons)

Intervalos - Parte II

Intervalos Menores, Aumentados e Diminutos

Como vimos na aula anterior os intervalos da escala maior são maiores e justos (T, 2M,
3M, 4j, 5j, 6M, 7M e 8j), mas podemos alterar para cima ou para baixo qualquer um
deles, obtendo os intervalos menores, aumentados e diminutos de acordo com as regras
abaixo:

Lembremos também que o número do intervalo equivale ao nome da nota de acordo


com a sua ordem da escala partindo da tônica.

Intervalos Menores

Todo intervalo maior alterado meio tom abaixo fica menor.

Exemplo:

Considerando a tonalidade de Dó Maior:

• Ré = 2M (segunda Maior)
• Mi = 3M (terça maior)
• La = 6M (sexta maior)
• Si = 7M (sétima maior)
• Réb = 2m (segunda menor)
• Mib = 3m (terça menor)
• Láb = 6m (sexta menor)
• Sib = 7m (sétima menor)

Nos intervalos compostos (aqueles maiores que oitavas) seguimos a mesma regra.

Exemplos:

• Ré = 9M (nona maior)
• Mi = 10M (décima maior)
• La = 6M (décima terceira maior)
• Réb = 9m (nona menor)
• Mib = 3m (décima menor)
• Láb = 6m (décima terceira menor)

Intervalos Aumentados e Diminutos

Todos os intervalos podem ser aumentado ou diminuto observando as seguintes regras:

1. Os intervalos justos (4j, 5j e seus compostos 11j e 12j) meio tom abaixo ficam
diminutos e meio tom acima ficam aumentados.

Exemplos:

Considerando a tonalidade de Dó Maior:

• Fá = 4j (quarta justa) e 11j (décima primeira justa)


• Sol = 5j (quinta justa) e 12j (décima segunda justa)
• Fáb = 4dim (quarta diminuta) e 11j (décima primeira diminuta)
• Solb = 5dim (quinta diminuta) e 12j (décima segunda diminuta)
• Fá# = 4aum (quarta aumentada) e 11aum (décima primeira justa)
• Sol# = 5aum (quinta aumentada) e 12aum (décima segunda aumentada)
2. Os intervalos maiores meio tom acima ficam aumentados.

Exemplos:

Considerando a tonalidade de Dó Maior:

• Ré = 2M (segunda maior) e 9M (nona maior)


• Mi = 3M (terça maior) e 10M (décima maior)
• La = 6M (décima terceira maior) e 13M (décima terceira maior)
• Ré# = 2aum (segunda aumentada) e 9aum (nona aumentada)
• Mi# = 3aum (terça aumentada) e 10aum (décima aumentada)
• La# = 6aum (décima terceira aumentada) e 13aum (décima terceira aumentada)

3. Os intervalos menores meio tom abaixo ficam diminutos.

Exemplos:

Considerando a tonalidade de Dó Maior:

• Sib = 7m (sétima menor) Sibb = 7dim (sétima diminuta)

Resumindo, a cada alteração de meio tom teremos os seguintes tipos de intervalos:

Diminuto Justo Aumentado

Diminuto Menor Maior Aumentado

Intervalos - Parte III

Relação de Intervalos Cromáticos, Enarmonia e Sinais de Representação

Exemplo na Tonalidade de Dó (Dó como nota Tonica). Observe abaixo:

- As notas que estiverem no mesmo quadro são enarmônicas (mesmo som com
denominações diferentes).
- A coluna de sinais usados, correspondem a maneira mais usada de representar os
intervalos.

Notas - Intervalos - Sinais Usados

Relação de Intervalos Cromáticos, Enarmonia e Sinais de Representação

Exemplo na Tonalidade de Dó (Dó como nota Tonica). Observe abaixo:

• Na coluna (nome) os termos entre parênteses são subentendidos quando se diz o


nome do acorde;
• Enarmonia (como visto em aulas anteriores) são nomes diferentes para um mesmo
som;
• Em cifra usa-se nona ao invés de segunda, já que a nona aparece quase sempre
uma oitava acima da segunda na formação do acorde;
• Observe que a sétima menor tem o símbolo 7 e não 7m, portando, por exemplo,
C7 (do com sétima) é formado pelos I, III, V e VIIb graus, C E G Bb e não B. Se
usado o B seria 7M (sétima maior).

Notas - Intervalos - Sinais/Símbolos Usados[1]

Notas Enarmonia Graus Intervalos Símbolo Nome


. I f . Fundamental
Reb . IIb 2m 9b Nona menor
Re . II 2M 9 Nona (maior)
Re# Mib II+ 2aum 9+ Nona aumentada
Mib Re# IIIb 3m m Terça menor
Mi . III 3M . Terça maior
Quarta (justa) ou
Fa . IV 4J 4 ou 11
Décima primeira
Décima primeira
Fa# Solb IV+ 4aum 11+
aumentada
Solb Fa# Vb 5dim 5b Quinta diminuta
Sol . V 5J . Quinta justa
Sol# Lab V+ 5aum 5+ Quinta aumentada
Sexta menor ou
6m ou 6b ou
Lab Sol# VIb Décima terceira
13m 13b
menor
La Sibb VI 6M 6 Sexta (maior)
o
Sibb La VIIbb 7dim ou dim Sétima diminuta
Sib . VIIb 7m 7 Sétima menor
Si . VII 7M 7M Sétima maior

Intervalo Melódico e Harmônico

Existem basicamente dois tipos de intervalos quanto a sua forma de execução: Intervalo
Melódico é aquele em que as notas são ouvidas uma de cada vez, ou seja,
sucessivamente.

Intervalo Harmônico é aquele em que as notas são ouvidas simultaneamente, formando


acordes.

Inversão de Intervalos

Podemos também obter intervalos descendentes que são a inversão dos intervalos
originais ascendestes. Esta inversão equivale ao mesmo intervalo em relação a nota
tônica em sentido contrário.

Exemplo:

Na Escala de Dó a nota mi equivale ao intervalo de terça maior (dois tons acima), a sua
inversão será justamente este intervalo de dois tons no sentido descendente, ou seja dois
tons abaixo de dó (tônica) que é a nota lá b que equivale ao intervalo de sexta menor.
Concluímos então que a inversão de terça maior é sexta menor.

Na inversão, coloca-se a nota mais baixa uma oitava acima ou a nota mais alta uma
oitava abaixo:
Veja abaixo quadro da inversão dos intervalos[2]:

Quadro
Intervalo
Invertido
2a 7a
3a 6a
4a 5a
5a 4a
6a 3a
7a 2a

Observando a tabela acima podemos tirar algumas conclusões e formular uma


regra prática.

Perceba que a soma de qualquer intervalo original com a sua inversão sempre será nove.

Intervalo Original + Inversão = 9

• A inversão do M (maior) é m (menor)


• A inversão do m (menor) é M (maior)
• A inversão do aum (aumentado) é dim (diminuto)
• A inversão do dim (diminuto) é aum (aumentado)
• A inversão do j (justo) continua sendo j (justo)

Veja um exemplo usando essa fórmula:

Qual é a inversão de 6m?

Fórmula: 6m + xM = 9. - Veja que o sinal do inverso de M (maior) é m (menor)

Resposta: a inversão de 6m é 3M.


Outro exemplo de usar a inversão é na seguinte questão:

Se lab é sexta menor de dó, portando dó será a terça maior de lá b que é o intervalo
inverso.

A inversão de intervalos é muito útil quando se está analisando sextas e sétimas; assim
como para verificar se o intervalo foi classificado corretamente. Veja o tópico
Identificando pela inversão.

Exemplos de Intervalos Invertidos:[3]

O que é intervalo na música?


Intervalo, na música, é a distância entre duas notas.

Veja abaixo como os classificamos:

Nome do Intervalo Distância em Tons Distância em Semitons


Segunda Menor 1/2 tom (1 semitom)
Segunda Maior 1 tom (2 semitons)
Terça Menor 1 tom e meio (3 semitons)
Terça Maior 2 tons (4 semitons)
Quarta Justa 2 tons e meio (5 semitons)
Quarta Aumentada 3 tons (6 semitons)
Quinta Justa 3 tons e meio (7 semitons)
Quinta aumentada 4 tons (8 semitons)
Sexta Maior 4 tons e meio (9 semitons)
Sétima Menor 5 tons (10 semitons)
Sétima Maior 5 tons e meio (11 semitons)
Oitava Justa 6 tons (12 semitons)
Nona Menor 6 tons e meio (13 semitons)
Nona Maior 7 tons (14 semitons)
Décima Menor 7 tons e meio (15 semitons)
Décima Maior 8 tons (16 semitons)
Décima Primeira Justa 8 tons e meio (17 semitons)
Décima Segunda
9 tons (18 semitons)
Diminuta
Décima Segunda Justa 9 tons e meio (19 semitons)
Décima terceira
10 tons (20 semitons)
Menor
Décima Terceira
10 tons e meio (21 semitons)
Maior

Acordes - Parte I
Acorde é a combinação de sons tocados simultaneamente de acordo com algumas regras
que veremos a seguir.

Quando falamos de acordes estamos falando de harmonia.

Harmonia é o estudo dos acordes, tanto para produzir as suas combinações de sons
quanto para criar progressões de acordes.

Na Idade média os acordes eram formados por combinações de apenas dois sons, mas já
no Renascimento a forma dos acordes passaram a ser de três sons, chamados de tríades
(acordes de três notas) que se tornou a principal unidade da harmonia.

Até o século XX a tríade foi o elemento básico da harmonia ocidental. A partir do século
XIX e início do século XX a dissonância já era mais aceita por alguns compositores
(Stravinsky) e os princípios da harmonia triádica já eram questionados, criando outras
formas de acordes, por exemplo, baseados em intervalos de quartas (Bartók), métodos
atonais e dodecafônico (Schöenberg), entre outros.

Tríade

A tríade se mantém até hoje como o acorde primário da harmonia da música ocidental,
mesmo com acordes formados com quatro ou mais sons, que são a extensão a partir da
tríade, adicionando outras notas consonantes ou mesmo dissonantes.

A regra de nomenclatura dos acordes ou cifragem também é baseado na formação a


partir da tríade.

A tríade é o acorde formado pelo agrupamento de três notas em intervalos de terças


(maior ou menor) entre elas.

Obs.:
Terça Maior (3M) = 2 tons
Terça Menor (3m) = 1 tom e meio

De acordo com os intervalos na sua formação as tríades podem ser:


Maior ou Menor: De acordo com a presença dos intervalos de terça maior (Maior) ou
terça menor (Menor).

Perfeita, Aumentada ou diminuta: De acordo com a presença dos intervalos de quinta


justa (peifeita), quinta aumentada (aumentada) e quinta diminuta (diminuta).

Basicamente as tríades são formadas pelos intervalos de: Tônica - Terça (M ou m) e


Quinta (j, aum ou dim)

A superposição de duas terças equivale ao intervalo de quinta.

Exemplo:

• 3M+3M= 5aum (4 tons)


• 3M+3m=5j (3 tons e meio)
• 3m+3M=5j (3 tons e meio)
• 3m+3m=5dim (3 tons)

Baseado no exemplo acima podemos, de acordo com as combinações de terças


superpostas, que é a regra da formação das tríades, obter quatro tipos de formação:

Tríade Perfeita Maior

T...3M...5j - Dó...Mi...Sol - acorde Dó Maior

Tríade Perfeita Menor

T...3m...5j - Dó... Mib...Sol - acorde Dó Menor

Tríade Aumentada

T...3M...5aum - Dó...MI...Sol# - acorde Dó Aumentado

Tríade Diminuta

T...3m...5dim - Dó...Mi...Solb - acorde Dó Diminuto

Acordes - Parte II - Tríades - Classificação dos Acordes


Classificação do Acorde Quanto a Sua Formação Interválica

Como vimos na aula anterior podemos classificar os acordes de acordo com sua
formação interválica:

- De acordo com o intervalo de terça ele pode ser maior (3M) ou menor(3m).

- De acordo com o intervalo de quinta ele pode ser diminuto (5dim), perfeito (5j) ou
aumentado (5aum)

Classificação do Acorde Quanto o seu Baixo

Chamamos de baixo a nota mais grave do acorde. Podemos montar o acorde não apenas
partindo de sua nota tônica mas também a partir de qualquer outro intervalo.

De acordo de com o seu baixo, ou seja, sua nota mais grave o acorde pode ser
classificado como fundamental ou invertido.

Acorde fundamental é aquele em que o seu baixo é a nota fundamental, ou seja, a tônica
será a nota mais grave.

Exemplo l - Acordes Fundamentais - Tônica no Baixo

Acorde Invertido é aquele em que o baixo não é a nota fundamental.

Quando a terça está no baixo dizemos que o acorde está na 1a. inversão.

Exemplo 2 - Acordes Invertidos - 1ª Inversão - Terça no Baixo

DÓ Maior com MI no baixo

DÓ Maior na 1ª Inversão
Quando a Quinta está no baixo dizemos que o acorde está na 2a. inversão.

Exemplo 3 - Acordes Invertidos - 2ª Inversão - Quinta no Baixo

DÓ Maior com SOL no baixo

DÓ Maior na 2ª Inversão

Exemplo 4 - Acordes Abertos e Fechados

Podemos também classificar os acordes em abertos e fechados. Os acordes fechados são


como os vistos nos exemplos anteriores apesar de fundamentais ou invertidos, as notas
estão contidas dentro de uma oitava. Veja os exemplos anteriores, todos os acordes são
fechados.

Os acordes abertos são aqueles em que as notas de sua formação estão além de uma
oitava.

DÓ Maior Fundamental Aberto

Acordes - Exercícios

Baseando-se na aula anterior (Acordes - Parte II - Tríades - Classificação dos Acordes),


resolva os exercícios abaixo:

1. Classifique os acordes dando o seu nome e especificando se é fundamental ou


invertido (quando invertido indicar qual tipo de inversão) e se sua formação é aberta ou
fechada:
2. Anote na pauta a formação dos acordes pedidos abaixo:

a. Ré Maior
b. Fá # Menor
c. Si b Aumentado na 1a. Inversão
d. Sol Diminuta
e. Mi Maior na 2a. Inversão
f. Dó # Aumentado
g. Mi b Menor na 2a. Inversão
h. Lá Maior
i. Ré # Menor
j. Sol # Aumentada na 2a. Inversão

Acordes - Correção dos Exercícios


1. Classifique os acordes dando o seu nome e especificando se é fundamental invertido
(quando invertido indicar qual tipo de inversão) e se sua formação é aberta ou fechada:
Segue abaixo respectivamente o nome dos acordes acima:

a. Fá maior fundamental fechado


b. Dó maior fundamental aberto
c. Dó# menor na 2a. inversão (pode se dizer também dó# menor com a quinta no
baixo ou com sol no baixo)
d. Si diminuto na 1a. inversão aberto (pode se dizer também si diminuto com a terça
menor no baixo ou com ré no baixo)
e. Mi maior fundamenta fechado
f. Sol maior na 1a. inversão aberto (pode se dizer sol maior com a terça no baixo ou
com si no baixo)
g. Láb aumentado fundamental fechado
h. Ré maior fundamental aberto
i. Sib maior na 1a. inversão aberto (pode se dizer sib maior com a terça no baixo ou
com ré no baixo)
j. Sol# diminuto fundamental fechado
k. Dó maior na 1a. inversão fechado (pode se dizer dó maior com a terça no baixo ou
com mi no baixo)
l. Fá# menor fundamental aberto

2. Anote na pauta a formação dos acordes pedidos abaixo:

a. Ré Maior
b. Fá # Menor
c. Si b Aumentado na 1a. Inversão
d. Sol Diminuta
e. Mi Maior na 2a. Inversão
f. Dó # Aumentado
g. Mi b Menor na 2a. Inversão
h. Lá Maior
i. Ré # Menor
j. Sol # Aumentada na 2a. Inversão

Veja respectivamente a formação dos acordes acima:

Acordes - Parte III - Acordes de 4 sons

Acordes de Sétima

Os Acordes de Sétima são aqueles em que adicionamos à tríade o intervalo de sétima


(sétima maior, menor ou diminuta). Também são conhecidos com o nome de
septacordes ou tétrades, este ultimo usado só no Brasil.

Os Tipos de Acordes de Sétima

- Maior
- Dominante
- Aumentado
- Menor
- Menor com Sétima Maior
- Meio Diminuto
- Diminuto
A Estrutura Interválica dos Acordes de Sétima

- Maior ...........................3M-3m-3M
- Dominante .......................3M-3m-3m
- Aumentado........................3M-3M-3m
- Menor............................3m-3M-3m
- Menor com Sétima Maior...........3m-3M-3M
- Meio Diminuto....................3m-3m-3M
- Diminuto.........................3m-3m-3m

3M = Terça Maior (2 tons)


3m = Terça Menor (1 tom e meio)
Os Intervalos dos Acordes de Sétima

- Maior ...........................1, 3, 5, 7
- Dominante ........................1, 3, 5, b7
- Aumentado.........................1, 3, #5, 7
- Menor.............................1, b3, 5, b7
- Menor com Sétima Maior............1, b3, 5, 7
- Meio Diminuto.....................1, b3, b5, b7
- Diminuto.....................................1, b3, b5, bb7

1 = Tônica
b3 = Terça Menor
3 = Terça Mairo
b5 = Quinta Diminuta
5 =Quinta Justa (Perfeita)
#5 = Quinta Aumentada
bb7 = Sétima Diminuta
b7 = Sétima Menor
7 = Sétima Maior

Exemplo da formação dos Acordes de Sétima


- Maior ...........................Dó Mi Sol Si - Dó Maior Sétima Maior
- Dominante .......................Dó Mi Sol Sib - Dó Maior Sétima Menor (Dó Maior Sétima)
- Aumentado........................Dó Mi Sol# Si - Dó maior com Quita Aumentada
- Menor............................Dó Mib Sol Sib - Dó Menor Sétima
- Menor com Sétima Maior...........Dó Mib Sol Si - Dó Menor Sétima Maior
- Meio Diminuto....................Dó Mib Solb Sib - Dó Meia Diminuta (Dó Menor Sétima
com Quinta Diminuta)
- Diminuto.........................Dó Mib Solb Sibb - Dó Diminuto

Acordes - Parte IV - Cifras - A Simbologia dos Acordes

Cifra é o termo mais comum da simbologia internacionalmente usada que representa a


nomenclatura dos acordes. Esta simbologia é feita através de letras números e sinais.

O Processo de Cifragem dos Acordes

O processo de cifragem dos acordes é baseado nas letras maiúsculas que representa o
nome das notas em inglês (A=Lá, B=Si, C=Dó, D=Ré, E=Mi, F=Fá e G=Sol), seguido
de um complemento representado por sinais, letras ou números, que indicará a estrurura
do acorde como: intervalos formado entre a nota fundamental e cada uma das outras
notas e se o acorde é fundamental ou invertido.

A letra maiúscula inicial indica a nota fundamental, a partir de onde o acorde será
construído, ou seja, a sua nota tônica, que também será a nota mais grave. Quando esta
nota for alterada, o sinal de alteração deve aparecer logo ao seu lado direito (Ex.: A#,
Bb).

O processo inicial de cifragem é baseado nas estruturas das tríades.

- A letra maiúscula sozinha, ou seja, sem o complemento representa a tríade maior (T


3M 5j).

Ex.: A = Lá Maior / F# = Fá Sustenido Maior


- A letra maiúscula seguida do complemento m (minúsculo), representa a tríade menor
(T 3m 5j).

Ex.: Am = Lá Menor / Bbm = Si Bemol Menor

- A Letra maiúscula seguida dos sinais dim ou °, representa a tríade diminuta (T 3m


5dim).

Ex.: Cdim ou C° = Dó Diminuta / Dbdim ou Db° = Ré Bemol Diminuta

- A Letra maiúscula seguida do sinal + , aum, ou #5, representa a tríade aumentada (T


3M #5).

Ex.: E+ ou Eaum ou E(#5) = Mi Aumentado / C#+ ou C#aum ou C#(#5) = Dó


Sustenido Aumentado

Os exemplos que vimos acima é a representação das tríades em sua formação


fundamantal, ou seja, com a sua tônica no baixo. Para representarmos que a nota mais
grave não será a tônica usamos colocar uma barra após a cifra do acorde e indicamos
que nota será o baixo do acorde.

Exemplos:

C/E = Dó Maior com baixo e Mi


F#m/C# = Fá Sustenido Menor com baixo e Dó sustenido
G+/D# = Sol Aumentada com baixo em Ré Sustenido

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