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NOTAS EM CONSTRUÇÃO (Física Geral I) Cap. 5 Augusto J.S.

Fitas

´
5. Movimento Oscilatorio
SUMÁRIO: Introdução; O pêndulo simples e o ponto material ligado a uma mola; Movimento oscilatório
a duas dimensões; Movimento oscilatório com amortecimento; Das vibrações às ondas; Ondas de
pressão num gás e Ondas numa corda vibrante; Efeito de Doppler; Problemas

5.1. Introdução

Um dos movimentos mais importantes na natureza é o movimento oscilatório.


Qualquer ponto material possuindo uma posição de equilibrio estável, quando dela é afastado,
passa a ficar animado de um movimento de vai e vem em torno dessa posição. O movimento do
pêndulo é oscilatório: se a massa estiver suspensa, posição de equilíbrio, e for afastada desta
posição ela ficará animada de um movimento em torno da posição de equilíbrio. O mesmo tipo
de fenómeno acontece com uma massa suspensa numa mola. No interior de um sólido os átomos
vibram ...

5.2. O pêndulo simples e o ponto material ligado a uma mola

Um pêndulo simples consiste


num ponto material colocado na
extremidade de um fio ou de uma barra de
comprimento j, movendo-se livremente em l
torno da outra extremidade do fio, ou da
T θ<0 θ>0
barra, num plano vertical.Considerando um
referencial inercial, ao aplicar-se a
A
B
Segunda Lei de Newton para estudar este h C
movimento há, primeiro, que identificar as
mg
forças aplicadas ao ponto material
-mgsenθ
suspenso. Sobre este actuam duas forças, a
acção do fio ou da barra sobre 7, X , e o Fig. 5.1: Representação do pêndulo
peso 71, então a expressão da Lei de simples
Newton é
. # (6?< )
X  71 œ 7 .># 5.1
onde ?t< é o versor da direcção do fio. De acordo com a geometria expressa na fig. 5.1, para
variações elementares do espaço percorrido pelo ponto material .= œ 6d), a velocidade e
aceleração serão, em módulo, respectivamente

.= .) .# = .# )
@œ .> œj .> +œ .># œj .># 5.2

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Como T é, em todos os instantes, normal à direcção do movimento, segundo esta direcção


a expressão (5.1) escreve-se
#
 71 =/8) œ 7j ..>)#
Toma-se como sentido positivo no movimento o sentido definido pelo percurso ApBpC.
Na expressão anterior aparece o sinal negativo porque, de acordo com F> =  mgsen), F> é
positivo quando sen) é negativo ()<0) e inversamente, F> é negativo quando sen) é
positivo ()>0). Expandindo em série o sen)
)$ )&
sen) œ )  3!  5! ... 5.3

constata-se que para pequenos ) sen) ¶ ), logo para pequenas oscilações obtem-se
#
71 ) œ  7j ..>)#
ou
.# ) g
.># œ  j ) 5.4
´
A solução desta ultima equação é do tipo
) œ )! =/8(=! >  9) 5.5
em que o argumento da função seno, (=! >  9 ), se designa por fase, sendo 9 a fase inicial,
pois corresponde a t=0. Como o periodo desta função é 21 rad, no movimento harmónico
simples o periodo, T , é dado por
#1 "
T œ =! œ 0 5.6

onede 0 é a frequência do movimento. Na expressão (5.5) a frequência angular,=! , é dada


por
=! œ É g
j 5.7
e )! é a amplitude ou o valor máximo de ); 9 depende das condições iniciais do problema.

O problema do pêndulo pode resolver-se sem recorrer à Segunda Lei de


Newton, em alternativa faz-se apelo aos Teoremas de Conservação. Aplica-se o Teorema
(princípio) da conservação da energia porque as hipóteses exigidas no seu enunciado são
satisfeitas nas condições do problema proposto, a saber: as forças aplicadas ao ponto
material ou são conservativas (peso) ou, no caso da acção do fio sobre o ponto (tensão), o
trabalho ao longo da trajectória é nulo. O desvio, na vertical, do ponto material em relação
á sua posição de equilibrio, 2 œ !, é
2 œ j  j cos) 5.8
o que, tendo presente a expressão da velocidade em (5.2), permite escrever para a energia
potencial e cinética, respectivameente,
.#
Y Ð2Ñ œ 712 Y œ mgj(1  cos)) I- œ 12 7@# I- œ 12 mj)

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Representamos a energia cinética por I- , pois o símbolo X utilizou-se para a tensão.


Finalmente o princípio da conservação conduz à invariância de I œ Y  I- ,
.#
I œ 71j(1  cos))  12 7j# ) 5.9
Sabendo que o desenvolvimento em série do cosseno é
-9=) œ 1  12 )#  24
1 %
)  .... 5.10
e desprezando os termos superiores ou iguais a )% , a expressão (5.9) escreve-se
.#
I œ 12 71j)#  12 7j# ) 5.11
.
que resolvida em ordem a ) dá

) œ ÊŠ ‹ =ÊŠ 16 ‹ Š  )# ‹
. 2I71j) # 2I
7j# 71j 5.12

A integração em ordem ao tempo desta igualdade conduz à solução do problema, )=)(t).

O valor máximo do ângulo atingido pelo pêndulo é )! o que corresponde a uma


2I
energia cinética nula, logo, devido a (5.11) I œ 12 71j)!# , logo )!# œ 71j ; substituindo

este resultado em (5.12) ) =ÊŠ 16 ‹ Š)!#  )# ‹


.
ou

.)
=ÊŠ 16 ‹ .> 5.13
ÊŠ)!# ) # ‹

Tendo presente as condições iniciais )= )" para > œ !, integre-se a expressão anterior

') .)
='0 ÊŠ 16 ‹ dt
t
5.14
ÊŠ)!# ) # ‹
)"

’=/8" “ œ ÊŠ 16 ‹ > ÊŠ 6 ‹ œ =!
)
) 1
)! ) e

œ =/8Š=! >  =/8" )! ‹


"
) )"
)! 5.15
e, finalmente,
) œ )! =/8 (=! >  9) 5.16
onde 9 œ =/8" ))"! , o que está de acordo com o resultado anteriormente obtido.

Fig. 5.2: Ponto material ligado a uma mola

No caso de um ponto material ligado a uma mola com movimento segundo a


horizontal, a Segunda Lei de Newton escreve-se, tendo presente o PROBLEMA 1.4,
.# B
7 .># œ  5B 5.17

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em que x representa o deslocamento segundo a direcção do movimento. Comparando


(5.17) com (5.4) rapidamente se conclui que a solução é do tipo
B œ E =/8(=>  9) 5.18
onde A corresponde ao valor máximo do deslocamento do ponto material ligado à mola.
Calculando a primeira e segunda derivadas de x(t) em ordem ao tempo,
.B .# B
.> œ E= -9=(=>+9) .># œ  E=# =/8(=>+9)
e substituindo em (5.17), obtem-se
5
 E=# =/8(=>+9) œ  7 E =/8(=>+9) 5.19

2 7Š .> ‹
#
5 .B
verifica-se que =# œ 7. A energia cinética em qualquer posição é dada por 1

.B
que, devido ao valor calculado para .> , conduz a I- œ 12 7E# =# -9=# (=>+9) ou
I- œ 1
2 m =# (A#  x# ) 5.20
Esta grandeza é máxima quando x=0 e anula-se para x= „ A. A energia potencial elástica
" #
é, relembre-se (2.17), Y œ # 5B
" #
Y œ # 5E =/8# (=>+9) 5.21
possuindo o valor mínimo quando x=0 e sendo máxima para B œ „ E.
æ

5.3. Movimento oscilatório a duas dimensões

Considere-se o caso em que um ponto material, com a massa 7, está ligado a


uma mola; genericamente a força elástica é dada por
J œ  5< 5.22
onde < representa o vector deslocamento. Esta equação vectorial pode escrever-se, a duas
dimensões, na seguinte forma
JB œ  5< -9=) JB œ  5B
JC œ  5< =/8) JC œ  5C 5.23
5
cujas equações de movimento, tendo presente (5.17) e =#! œ 7 , são
.. #
B  =! B œ 0
..
C  =#! C œ 0 5.24
Obtendo-se como soluções
B(>) œ E -9=(=! >  9)
C(t) œ F -9=(=! >  <) 5.25
que representam as equações paramétricas do movimento. O movimento resultante é uma
composição de dois movimentos oscilatórios harmónicos segundo duas direcções
ortogonais entre si, com a mesma frequência, mas com diferentes amplitudes e fases. Para
se determinar a equação cartesiana da trajectória tem que se eliminar o parâmetro > das
duas equações paramétricas anteriores: em primeiro lugar, C(>) pode escrever-se

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C(>) œ F -9=(=! >  9  (9  <))


œ F -9=(=! >  9) -9=(9  <)  F =/8(=! t  9) =/8(9  < )
fazendo $ œ 9  < , e tendo presente -9=(=! >  9 ) œ BE(>) , obtem-se
Cœ F
E B -9=$  F É"  B#
E# =/8$
Isolando o radical num dos membros e quadrando ambos os membros
E# C#  2EFBC -9=$ +F # B# -9=# $ œ E# F # =/8# $  F # B# =/8# $
ou, finalmente,
E# C#  2EFBC -9=$  F # B# œ E# F # =/8# $ 5.26
Se $ = „ 12 a equação anterior reduz-se à expressão da elipse
B# C#
E# + F # œ 1 5.27
e que, no caso de A œ B, passa a circunferência. Para $ œ 0 a expressão (5.26) reduz-se à
equação de uma recta
Cœ F E B
ou
Cœ F E B para $ œ „ 1

Fig.5.3:- Ilustração dos casos apresentados


em que A=B; se $ = „ 1/2 é uma
circunferência, se $ =k1 obtem-se uma
recta; para os outros valores de $ resultam
elipses.

Fig. 5.4:- A figura ilustra um caso em que


as frequencias de oscilação segundo as
duas direcções não são iguais:
BÐ>Ñ œ E -9=(=B> >  9)
C(t) œ E -9=(=C >  9)
=C = 34 =B

5.4. Movimento oscilatório amortecido

Na equação (5.17) introduz-se uma segunda força, para além da acção elástica
da mola sobre o ponto material, este vai sofrer a acção do meio no seio do qual se desloca e

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t  -v.
que se traduz por uma força proporcional à velocidade, F= t Por outras palavras, o
movimento do pêndulo, ou do ponto material ligado à mola, é feito num meio onde existe
viscosidade e esta é responsável pelo amortecimento. Assim, para o caso da mola, no
movimento unidimensional tem-se
#
7 ..>B# œ  5B  -@ 5.28
ou
#
7 ..>B#  5B  - .B
.> œ 0

Fig. 5.5:- Ponto material ligado à mola, movimentando-se num meio com viscosidade.

-
Se se fizer =#! œ k
m, frequência angular de oscilação sem amortecimento, e # œ 2m , a
expressão anterior toma a forma
.# B # .B
.>#  =! B  2# œ! 5.29
Obteve-se uma equação diferencial que difere de (5.17) no termo  2# ‘ . Não se resolve
.>
dx
dt
esta equação segundo os métodos rigorosos propostos pela matemática, mas, seguindo um
método empirico, procurar-se-á uma solução que a satisfaça. Ensaie-se em (5.29) uma
solução cuja expresão analítica é do tipo
B œ E e!> -9=(=>) 5.30

c  ! -9=(=>)  = =/8(=>)d
Calculam-se a primeira e segunda derivadas
.B !>
.> œ E e
.# B
.># œ E e
!>
c(!  =# ) -9=(=>)  2!= =/8(=>)d
#

que, em conjunto com (5.30), são substituidas em (5.29)


(!#  =# ) -9=(=>)  2!= =/8(=>)  2# (! cos(=>)  = =/8(=>))  =#! -9=(=>) œ 0 5.31
A equação encontrada sera´ satisfeita para qualquer > se, e so´ se, os coeficientes de
sen(=t+9) e cos(=t+9) forem ambos zero, então
2!=  2#= œ 0 5.32
e
(!#  =# )  2#!  =#! œ 0 5.33
Da primeira equação, (5.32), retira-se a condição
!œ# 5.34
enquanto que da segunda, (5.33), extrai-se, tendo presente o resultado anterior,
=# œ =#!  # #

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=œ É 5
7  -#
47# 5.35
como o radicando tem que ser forçosamente positivo para que = seja real, então esta
solução só se verificará se
-#
5   47 5.36

O movimento é descrito pela expressão (5.30) onde se substitui os resultados


(5.34) e (5.35)
B œ E e 2m > -9=Š> É ‹
- 5 -#
7  47# 5.37
o que corresponde a um deslocamento que decresce exponencialmente com o tempo, daí o
termo amortecimento. O valor da constante A é calculado a partir do conhecimento das
condições iniciais, assim, se para > œ 0 x œ B! , então E œ B! logo

B œ B! e 2m > -9=Š> É ‹
- 5 -#
7  47# 5.38

A cos(ωt)
Ae-αt

Ae-αt cos(ωt)
´
Fig. 5.6:- Gráfico da função (5.40), este movimento designa-se por pseudo-periodico ou
subamortecido, e a sua frequencia natural de oscilação e´ = œ È =#!  ## œ É mk  4m
- #
#

Outras funções ha´ que tambem podem ser soluções da equação (5.29), e´ o caso
de x œ B e-!t sen(=t), o que implica que a solução geral, em que k, - e m são tais que
-#
k   4m , sera´ do tipo

B œ e 2m > ’E -9=Št É ‹+F =/8Š> É ‹“


- 5 -# 5 -#
7  47# 7  47# 5.39
ou ainda
B œ G e 2m > -9=Š> É + )‹
- 5 -#
7  47# 5.40

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5.5. Das vibrações às ondas

Considere-se uma perturbação, designada por < , dependendo da posição e do


tempo que genericamente se pode escrever < (x,t). Esta perturbação que pode representar
uma determinada grandeza física, por exemplo, a densidade do ar, desloca-se com uma
velocidade @, fig. 5.8, de tal modo que ao percorrer o espaço x œ vt verifica-se

<(0,0) œ <(B,>) 5.41

Se na função < (Bß >) se mantiver constante o tempo, o que é o mesmo que fotografar a
perturbação num determinado instante, fig.5.7, tem-se
<(B,>) œ <(B  -,>) œ < (B  2-,>) =< (B  $-,t) œ .... 5.42
em que - se designa por comprimento de onda.

Fig.5.8:- Representação gráfico da perturbação deslocando-se com uma velocidade v.

Mantendo constante a posição, o que corresponderia a filmar o que acontece à


perturbação num determinado local ao longo do tempo, fig. 5.9, obtem-se
<(B,>)=< (B,>  T ) =< (B,>  2T ) =< (B,>  $T ) œ .... 5.43
em que X é o periodo.

Fig. 5.9- Representação gráfico da perturbação num determinado instante.

Se um observador se movimentar com a velocidade de propagação da onda, @,


observar-se-á sempre a mesma perturbação <(x,t)=<(x-vt) e satisfazendo as condições de
periodicidade,
<((B  -)  @(>  X ))=<(B  @>)

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chega-se à relação entre - e T , - œ @T , ou, para a frequência, -0 œ @.

Fig. 5.10:- Representação gráfico da perturbação numa determinada posição.

No caso de um ponto material, situado em x=0, vibrar com uma oscilação


harmónica em que no instante inicial, > œ !, <(0,0) œ 0, a sua expressão é

<(0,>) œ E =/8(=t)

como =/8(=t) œ =/8 a=(>  T )b, logo =T œ 21 ou T œ 21 = .


No instante, t! , a perturbação do ponto material situado em B œ !,
<(0,t! ) œ A sen(=t! ), é igual à perturbação no instante seguinte t=t! + xv , então
<(x,t) œ E =/8Š=(t  xv )‹
=  E =/8Š =@ (B  @>)‹
=  E =/8Š 21
- (B  @>)‹

=  E =/8(5B  =>)
´
em que k se passa a designar por numero de ondas.

t = to
x

P
t = to +
4 x

P
t = to +
2 x

3P
t = to +
4 x

t = to + P
x

Fig. 5.11:- Onda propagando-se para a direita, percorrendo a distância - num tempo T .

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5.6. Ondas de pressão num gás e Ondas numa corda vibrante


Considere-se um tubo de ar
x com uma massa volúmica uniforme 39 e
uma pressão constante. Suponha-se que a
massa de ar fica sujeita a uma compressão
dx ou descompressão; por simplicidade esta
acção tem a direcção do eixo do tubo, o
que permite tratar o problema a uma
dimensão. Esta compressão ou
descompressão será responsável por
dx+dφ alteração da massa volúmica de ar (a massa
é a mesma, mas o volume varia), logo pode
Fig. 5.12 escrever-se:
39 .B œ 3Ð.B  . <Ñ
ou, admitindo que ` 9 ¥ ` 91, virá
3 œ 39 ""` 9 ¸ 39 Š"  `B ‹
`<
5.44
`B
A perturbação introduzida no tubo é 9ÐBß >Ñ e a massa de ar sofre uma
#
deslocação .<, logo a sua aceleração é ``><# . Por outro lado a força (por unidade de área
perpendiular ao eixo) a que esta massa está sujeita é igual à diferença de pressão existente
entre os dois lados da massa de ar e que designamos por .:. É fácil concluir-se que para a
segunda Lei de Newton obtem-se
#
39 .B ``><# œ  .:
`3
mas como a pressão depende da massa volúmica, .: œ .: . 3 `B .B e, devido a

œ  39 ``B<# vem, fazendo @ œ É ..:3 ,


`3 #
5.45, `B
" `#< `#<
@# `># œ `B#
5.45
Obteve-se uma equação que é designada como a equação de onda em que @ é a sua
velocidade de propagação. Neste caso, como a perturbação 9 tem a mesma direcção que a
propagação (eixo do B), diz-se que a onda é longitudinal. Pode verificar-se, por
substituição que <(B  @>Ñ satisfaz a equação de onda e que @ é uma velocidade de
propagação.

em conta a Tensão X , cujas componentes para a corda aa,bb, segundo a horizontal e a


No caso da corda vibrante, ao aplicar-se a segunda lei de Newton, há que ter

vertical, são as seguintes:


3 À X Ð,ß >Ñ-9=),  X Ð+ß >Ñ-9=)+ œ J"
4 À X Ð,ß >Ñ=/8),  X Ð+ß >Ñ=/8)+ œ J#
no caso do movimento ser normal à direcção de propagação, J" œ !, o que implica que
X Ð,ß >Ñ-9=), œ X Ð+ß >Ñ-9=)+ ´ X1 Ð>Ñ

4 À X1 Ð>Ñ >1),  >1)+ ‘ ´ J#


logo

1 Relembre-se a expansão binomial a1  Bb8 œ "  8B  8Ð8"Ñ # 8Ð8"ÑÐ8#Ñ $

virá a1  Bb8 ¸ "  8B.


#x
B  $x
B  ÞÞÞ, logo para B ¥ "

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T(b,t) como, por definição


θb

>1), œ Š `CÐBß>Ñ
`B ‹ >1), œ Š `CÐBß>Ñ
`B ‹
, +
X1 Ð>Ñ

Š `CÐBß>Ñ ‘ ´ J#
θa então
`B ‹  Š `B ‹
`CÐBß>Ñ
, +
T(a,t)
o que, também por definição de derivada,
a b permite escrever
# CÐBß>Ñ
Fig. 5.13 X1 Ð>Ñ ` `B # .B ´ J#
#
Mas, a massa é dada por ..B, logo a segunda lei de Newton é dada por J# œ ..B ``>C# .
Assim na equação anterior
# CÐBß>Ñ #
X1 Ð>Ñ ` `B # .B ´ ..B ``>C#
ou
` # CÐBß>Ñ #
œ @"# ``>C#
Obtendo-se a equação de onda em que @ œ É X." é a velocidade de propagação. Neste
`B#

caso, como a perturbação tem a direcção perpendicular à propagação (eixo do B), diz-se
que a onda é transversal.

5.8. Efeito de Doppler


l vot’
vF
F F’ O vo O’
vFt’
Fig. 5.14

Determine-se a relação entre a frequência das ondas produzida pela fonte (0 ) e


a mesma grandeza quando registada por um observador (0 w ). Se, inicialmente, fonte (J Ñ e
observador ÐSÑ estão separados por uma distância 6 e a fonte emite um sinal Ð> œ !Ñ que
chegará ao observador que se desloca com uma velocidade @9 , no instante > dado por
@> œ 6  @9 >
em que @ é a velocidade de propagação das ondas no meio onde estão a fonte e o
observador. Assim obtem-se
6
> œ @@ 9

Se no instante > œ 7 a fonte está em J w , animada de uma velocidade @J , a onda emitida


nesse instante chegará ao observador no instante >w . A distância entre o observador (Sw Ñ e a
fonte ÐJ w Ñ é dada por
@Ð>  7 Ñ œ 6  @J 7  @9 >w ou >w œ 6Ð@@ J Ñ7
@@9

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O intervalo de tempo, medido pelo observador, entre o tempo de chegada


das duas ondas é dado por
>w  > œ 6Ð@@
@@9
J Ñ7 6
 @@ 9
>w  > œ Ð@@ J Ñ7
@@9
Se 0 for a frequência da fonte, o número de ondas emitidas no intervalo 7 é 0 7 que deverá
ser o mesmo que o número de ondas recebidas pelo observador no tempo 7 ', o que implica
que est frequência, 0 w , terá que obedecer a
0w œ 07
7' ou 0 w œ 0 Š @@
@@9
J

O que, admitindo diferentes sentidos para o movimento, é o mesmo
0 w œ 0 Š "„ @@J ‹
"„ @9
@

e se @J ¥ @ a expressão anterior passa a


0 w œ 0 ˆ"„ @J „@
@
9‰
ou ?0
0 œ „ @J „@
@
9

em que (@J „@9 ) é a velocidade relativa da fonte em relação ao observador (receptor).


No caso dos radares da polícia a expressão que permite detectar a
velocidade, Z , do carro em movimento é
?0 #Z
0 œ -

onde - representa a velocidade das ondas electromagnéticas, onda emitida pelo aparelho de
radar.

Fig. 5.15 (Fonte: HyperPhysics/hbase)

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5.6. Problemas
1. Um pêndulo simples de comprimento 2.0m colocado num local onde
g=9.80m/s# , oscila com uma amplitude de 29 . Exprima em função do tempo:
a) o deslocamento angular;
b) a velocidade angular;
c) a aceleração angular;
d) a aceleração centrípeta;
e) a tensão na corda no caso da massa suspensa ser 1kg.

2. Um pêndulo com o comprimento 1.0m e uma massa suspensa de 0.6kg é


largado de uma posição que corresonde a uma altura de 0.04m acima da sua posição de
equlíbrio.
a) Exprimir como função do comprimento a aceleração tangencial e a
velocidade.
b) Determinar o valor da amplitude máxima do movimento.

3. Um objecto de 4kg está ligado à extremidade de uma mola horizontal,


estando fixa a outra extremidade. O objecto é puxado no sentido positivo por uma força de
20N, distendendo-se a mola 0.01m. Se a força aplicada deixar de actuar, determine:
a) o periodo de oscilação da massa;
b) a frequência de oscilação da massa;
c) a posição da massa 0.75s após o início da oscilação;
d) a velocidade da massa 0.75s após o início da oscilação;
e) a aceleração da massa 0.75s após o início da oscilação;
f) a força exercida sobre a massa 0.75s após o início da oscilação.

4. Uma massa de 0.2kg está suspensa de uma mola elástica vertical, elongando-
a 0.2m. Afastando a massa 0.08m da sua posição de equilíbrio ela oscila, determine:
a) a velocidade da massa ao passar pelo ponto de equilíbrio;
b) o periodo de oscilação.

5. Um bloco de massa M está ligado a uma mola horizontal oscilando, com


uma frequencia / , sobre uma superfície do qual se despreza o efeito de atrito. Sobre este
bloco está colocado um outro de massa m<<M, sendo . o coeficiente de atrito estático
entre os dois blocos. Qual o maior valor da amplitude de oscilação do primeiro bloco, para
que o segundo bloco não deslize sobre o primeiro?

6. Um movimento oscilatório harmónico simples é descrito pela equação


x=4sen(0.1t+0.5), em que todas as grandezas estão expressas no SI. Determine:
a) a amplitude e periodo da oscilação;
b) fase inicial do movimento;
c) a velocidade e aceleração do movimento;
d) a velocidade e aceleração do movimento no instante 5s;

Engª Civil/EngªInf./Engª Mec./Engª Quim./LCF  2004-05 Ð2ºsem.) 71


NOTAS EM CONSTRUÇÃO (Física Geral I) Cap. 5 Augusto J.S. Fitas

7. Determinar a equação da trajectória do movimento resultante de dois

sena=t  !b quando !=0, 1/2 e 1. Proceda a uma resolução gráfica deste problema.
movimentos harmónicos simples e perpendiculares, cujas equações são x=4 sen=t e y=3

8. Um ponto material com a massa 2 (SI) move-se num plano (OXY) sendo
atraída para a origem com uma força J œ  ")3  &!4. No instante t=0 o ponto material
encontra-se em (3,4) e possui uma velocidade igual 104. Determine para um instante
qualquer:
a) a posição e velocidade da ponto material;
b) a energia potencial e a energia mecânica total.

9. Um pendulo tem um periodo de 2s e uma amplitude de 29 . Após 10


oscilaçoes completas a sua amplitude reduziu-se para para 1.59 . Determine:
a) a constante de amortecimento # ;
b) a amplitude ao fim de 3s;

10. Uma vibração propaga-se transversalmente num determinado meio material


de acordo de acordo com y=Acos(kx-=t), em que A=0.005m, k=101 m" e ==401 s" .
Determine
a) a velocidade de propagação da onda;
´
b) a velocidade de vibração das partculas materiais do meio;
c) o comprimento de onda;
d) quatro valores da abcissa x em que os pontos materiais possuam o valor
máximo do deslocamento;
e) quatro instantes em que os pontos materiais possuam deslocamento nulo.

11. A frequência do som produzido por uma campainha é de &!!LD . A


velocidade da fonte em relação ao ar em repouso é '!7=" . Um observador move-se com
uma velocidade de $!7=" sobre a mesma linha que a fonte. Considerando todos os casos
possíveis, determinar a frequência do som medido pelo observador.

Engª Civil/EngªInf./Engª Mec./Engª Quim./LCF  2004-05 Ð2ºsem.) 72

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