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Capítulo Terceiro
O RACIOCÍNIO E O ARGUMENTO
ART. I. DEFINIÇÕES
O homem é mortal.
Ora, Pedro é homem (Antecedente).
Logo, Pedro é mortal {Conclusão).
Por exemplo:
Do mesmo modo, um argumento pode ser mau para a conseqüência e bom para
a conclusão ou conseqüente. Seja:
O homem é livre.
Conseqüente bom.
"A alma humana é incorruptível" é uma verdade menos geral do que a que
enuncia que "tudo o que é espiritual é incorruptível".
O calor dilata o ferro, o cobre, o bronze, o aço. Logo, o calor dilata todos os
metais.
O termo menor (t), assim chamado porque é o que tem menor extensão.
Μ Τ
A virtude é amável.
t Μ
t Τ
§ 2. Regras do silogismo
As regras do silogismo não são nada mais que aplicações variadas dos
princípios que acabamos de enunciar.
Os lógicos enumeram oito regras do silogismo, das quais quatro se referem aos
termos e quatro às proposições. Mas estas oito regras podem ser reduzidas a três regras
principais, a saber:
a) Peca-se muitas vezes contra esta regra dando ao termo médio duas extensões
(e, por conseguinte, duas significações) diferentes, o que equivale a introduzir um
quarto termo no silogismo. No exemplo seguinte:
O cão ladra.
O termo médio cão é tomado num sentido, na maior, e, num outro, na menor.
Existem, então, quatro termos.
b) Peca-se ainda contra esta regra, tomando duas vezes o termo médio
particularmente. Por exemplo, no silogismo:
o termo médio homens, sendo particular nas duas premissas, é tomado, numa,
em parte de sua extensão, e noutra, numa outra parte de sua extensão, o que dá quatro
termos.
O homem não é um puro espírito. Ora, um puro espírito não é mortal. Logo…
Nada se pode concluir de duas premissas particulares, sem violar uma das regras
do silogismo.
§ 3. Figuras do Silogismo
na menor:
Em realidade, esta quarta figura (chamada figura gaélica) não é uma figura
distinta. Ela é apenas uma forma indireta da primeira figura.
§ 4. Modos do silogismo
Ora estes dezesseis modos podem existir em cada uma das quatro figuras, e tem-
se por conseguinte 16 χ 4 = 64 combinações possíveis.
2. Modos legítimos. — Um grande número destes 64 modos possíveis peca
contra uma das regras do silogismo. Os lógicos mostram que dezenove modos somente
são legítimos. Eles os designam por palavras latinas de três sílabas. A vogal da primeira
sílaba designa a natureza da maior, da segunda a natureza da menor e a da terceira a
natureza da conclusão. Eis, a título de exemplo, os modos legítimos das duas primeiras
figuras:
b) Segunda figura:
§ 5. Espécies do silogismo
A. Definições.
B. O silogismo hipotético
Pedro não lê e passeia ao mesmo tempo. Ora, ele passeia. Logo, ele não lê.
Se Pedro passeia, não lê. Ora, ele passeia. Logo, não lê.
a) Dar a condição, é dar o condicionado: Se Pedro estuda, ele existe. Ora, ele
estuda. Logo, ele existe.
b) Dar o condicionado, não é dar a condição: Se Pedro estuda, ele existe. Ora
ele existe. Logo, ele estuda. (Conclusão ilegítima, pois Pedro pode existir sem estudar).
é subentendida:
§ 7. VALOR DO SILOGISMO
Verificamos que, para poder afirmar legitimamente a maior universal "O homem
é um ser inteligente", cumpre primeiro saber que Pedro, Paulo, Tiago etc. são seres
inteligentes. A conclusão não pode, pois, ensinar-me nada que ainda não conheça. Por
conseguinte, o silogismo é um puro verbalismo.
2. Discussão.
20 I. Noções gerais.
Com efeito, está no raciocínio dedutivo a conclusão contida nas premissas como
aparte no todo, enquanto que, no raciocínio indutivo, isto é fácil de ver comparando os
seguintes exemplos:
Dedução
Indução