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RELATÓRIO PRELIMINAR
(Contribuição dos representantes da sociedade civil no CIAMPRua)
– Julho 2010 –
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Órgãos de Apoio:
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Organização:
Maria Lucia Lopes da Silva
Revisão:
Cleisa Moreno Maffei Rosa
Maria Lucia Lopes da Silva
Foto da Capa:
Alderon Costa/ Rede Rua3
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Participou apenas das reuniões iniciais, depois foi designada para assumir novas tarefas no CIAMPRua.
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Foi utilizado o projeto feito, originalmente, para o folder e convite do seminário.
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Foi utilizada a foto cedida para o projeto gráfico do folder e do convite do seminário.
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SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS
APRESENTAÇÃO
Saudações solidárias,
INTRODUÇÃO
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Cf.: SARAMAGO, José. Ensaio sobre a Lucidez. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, contracapa.
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Cf. MARX, karl. O Capital. Livro 1. Vol. II. Trad: Reginaldo Sant’anna. 12ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil S. A., 1988.
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O “I Seminário Nacional Sobre População de Rua” no Brasil, ocorrido em São Paulo entre os dias 3 e 5 de junho de 1992,
organizado por organizações não governamentais e pela Prefeitura de São Paulo contou com representantes de 17 municípios
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do País e registrou as primeiras iniciativas de trabalhos e esforços de configuração de perfis da população em situação de
rua no Brasil na década de 1990. Cf.: ROSA, C. Moreno Maffei (org.). População de Rua Brasil e Canadá. São Paulo:
Hucitec, 1995.
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Cf.: SILVA, Maria Lucia Lopes da. Trabalho e população em situação de rua no Brasil. São Paulo: Cortez, 2009.
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determina como um dos objetivos da Política Nacional para População em Situação de Rua,
“instituir a contagem oficial da população em situação de rua”. Da mesma forma, o Decreto
nº 7053/2009, em seus artigos 13 e 14 estabelece, respectivamente, que a Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE prestará “apoio necessário ao Comitê Intersetorial
de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de
Rua, no âmbito de suas respectivas competências” e a Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República “dará apoio técnico-administrativo e fornecerá os meios necessários
à execução dos trabalhos do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da
Política Nacional para a População em Situação de Rua”. Sem dúvida, estas normas
orientadoras para a elaboração e a implementação da Política Nacional para População em
Situação de Rua, associadas às prioridades do CIAMPRua para o ano de 2010, são as
principais justificativas oficiais para a realização do Seminário Internacional de Metodologias
para pesquisa sobre população em situação de rua, pelo CIAMPRua, com apoio da Secretaria
de Direitos Humanos da Presidência da República e do IBGE, nos dias 11 e 12 de maio de
2010, no Auditório do IBGE, no Rio de janeiro. Todavia, essas normas refletem, em especial,
anos de luta de entidades, pessoas em situação de rua, estudiosos, pesquisadores e outros
militantes da área, para que esse grupo populacional seja retirado do “pseudoanomimato”,
mediante contagem oficial, pelo governo federal, por meio do órgão responsável pelo censo
populacional no País e revelação de seu perfil e características, bem como das caracteríticas
dos espaços que ocupam como referências de moradias e meios de sustento.
Essa reivindicação da sociedade civil, que se traduziu em norma referente à contagem
oficial e revelação do perfil e das características dos espaços de “moradia” da população em
situação de rua pauta-se na seguinte visão: os censos populacionais devem ser abrangentes e
universais, portanto, nenhum grupo populacional pode ser excluído do mesmo, como acontece,
atualmente, no Brasil em relação à população em situação de rua; as políticas sociais só podem
ser universais se considerarem as características gerais e, também, as específicas dos grupos
populacionais aos quais se destinam; as pesquisas de natureza censitárias sobre população em
situação de rua, realizadas até o presente momento no Brasil, embora sejam importantes
subsídios para o conhecimento desse grupo populacional e importantes referências do ponto de
vista técnico e metodológico, ainda são insuficientes para subsidiar a elaboração e
implementação de políticas sociais, nacionalmente, articuladas voltadas para esta população.
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Com base nessa visão, é urgente que sejam produzidos dados e informações sobre a
população em situação de rua no Brasil, com vistas a subsidiar a universalização das políticas
sociais de saúde, educação, trabalho, habitação, cultura, lazer, previdência social, assistência
social, segurança pública, entre outras, de modo a torná-las acessíveis à população em situação
de rua, bem como subsidiar a elaboração de novas políticas sociais ou programas específicos,
no âmbito dessas políticas, voltados para a população em situação de rua.
A realização do seminário internacional “Seminário Internacional de Metodologias para
Pesquisas sobre População em Situação de Rua”, pelo CIAMPRua, com apoio da Secretaria
de Direitos Humanos da Presidência da República e do IBGE, nos dias 11 e 12 de maio de
2010, no Rio de janeiro, constituiu uma etapa de vital relevância na perspectiva de dar
evidência objetiva à norma expressa no artigo 7º, Inciso XX, do Decreto nº 7053/2009,
instituição da contagem oficial da população em situação de rua no Brasil. Seu principal
objetivo foi “possibilitar o intercâmbio de experiências internacionais e nacionais sobre
metodologias utilizadas em pesquisas sobre a população em situação de rua, com vistas a
subsidiar a realização de pesquisa nacional sobre esse grupo populacional no Brasil”, bem
como definir encaminhamentos referentes às etapas subsequentes para a realização da norma.
A prudência e o desejo de conhecer experiências de pesquisas sobre população em
situação de rua já realizadas no âmbito da Federação Brasileira e de outros Países mobilizaram
a equipe organizadora do evento, que optou por uma programação centrada nos conceitos e
metodologias utilizadas nessas experiências, bem como por um grupo seleto de convidados
totalmente capaz de possibilitar o alcance do objetivo do evento.
Assim, o seminário contou com 65 (sessenta e cinco) participantes inscritos, conforme
demonstra o anexo I a este Relatório, embora mais pessoas tenham sido convidadas, entre as
quais, cinco convidadas pelos representantes da sociedade civil que não participaram do
evento porque os seus deslocamentos não foram viabilizados. Todos os convidados tinham
vinculação direta com o tema do evento, seja por atuação na área (pesquisadores, estudiosos,
aplicadores de questionários, entre outros), seja por serem pessoas com trajetória de rua
vinculadas ao Movimento Nacional de População de Rua - MNPR ou por pertencerem a
órgãos governamentais com funções a serem cumpridas, que exigem conhecimento do tema.
Como palestrantes internacionais foram convidados representantes de dois países que
possuem experiência de pesquisas censitárias com esse grupo populacional: Austrália e
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1. Objetivo
2. Critérios de Participação
Ser membro do CIAMPRua ou indicado por alguma instituição governamental ou não
governamental, que compõe o referido Comitê, para representá-la, em substituição ao
representante oficial;
Ter sido coordenador técnico ou participado de pesquisas quantitativas sobre
população em situação de rua realizadas no Brasil em pelo menos uma grande
metrópole do País;
Ser servidor público federal lotado no IBGE em áreas relacionadas às atividades de
pesquisas realizadas pelo órgão;
Ter sido convidado pela comissão organizadora do evento em função de
conhecimentos técnicos sobre o tema “metodologias de pesquisas sobre população
em situação de rua” ou vinculação política com áreas ou movimentos relacionados à
população em situação de rua.
3. Conteúdos Desenvolvidos
Conceitos e metodologias do Censo Demográfico do Brasil.
Conceitos e metodologias de levantamentos da população em situação de rua –
Experiências internacionais.
Conceitos e metodologias de levantamentos da população em situação de rua -
Experiências nacionais (parte I).
Conceitos e metodologias de levantamentos da população em situação de rua -
Experiências nacionais (parte II).
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4. Programação Cumprida
17h - Encerramento
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A) Antecedentes
O Census Bureau, órgão similar ao IBGE para os americanos, tem como princípios o
respeito à privacidade e à confidencialidade, compartilha o conhecimento de forma ampla e
trabalha com transparência. Seus profissionais são considerados e vistos pela sociedade como
competentes e com compromissos sociais.
Indivíduos que preenchem o questionário “Be Counted” (seja contado) que indica que
não têm moradia usual;
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www.census.gov/)
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www.abs.gov.au)
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Alojamentos de trabalhadores;
Ademais, realiza uma contagem dos homeless por meio de visitas feitas às ruas e a locais
externos que foram, anteriormente, mapeados.
Para essa contagem é utilizada uma ficha individual (ICR) onde constam o nome, sexo,
idade, data de nascimento, origem hispânica e raça. Cada pessoa que responde, recebe um
formulário de “Ato de Privacidade”, que é o compromisso à privacidade da pessoa.
Foi a partir da década de 1980 que o Census Bureau começou a incluir, gradativamente,
iniciativas de contagem dos homeless no censo decenal.
Em 1980, a Missão Noturna realizou a contagem de pessoas que estavam nos abrigos,
quartos de pensão, salas noturnas de cinemas, ônibus, estações de trem e presídios locais em
apenas uma noite, isto é, do final da tarde até meia-noite.
Abrigos emergenciais;
Em 2000, iniciou-se a SBE - Contagem com Base nos Serviços, que pela primeira vez
atingiu as organizações não governamentais e foi realizada com algumas melhorias:
Contagem em refeitórios coletivos fixos e nas paradas das vans móveis de distribuição
de comida que se deslocam regularmente;
Redefinição do que era o âmbito das ruas e locais externos que seria mapeado.
Em 2010, essas mesmas três categorias conduzidas, em três dias separados, no final de
março de 2000, foram repetidas, expandindo-se o âmbito dos locais externos com a inclusão
de indivíduos vivendo em carros e em acampamentos.
1. Abrigos emergenciais e transitórios (com pernoite) onde os homeless passam a noite. Estes
incluem:
Abrigos que operam com o critério “os primeiros que chegam são atendidos” onde as
pessoas têm que deixar o local pela manhã e não têm camas garantidas na noite
seguinte;
Abrigos onde as pessoas sabem que terão uma cama por um período específico de
tempo, mesmo tendo deixado o local durante o dia;
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Abrigos que fornecem moradia temporária durante períodos de extremo frio (igrejas,
por exemplo). Nessa categoria não estão incluídos os abrigos que operam nas
catástrofes naturais;
3. Vans móveis de distribuição de comida com saídas regulares. São locais nas ruas onde as
vans param, regularmente, para os homeless.
5. Os locais externos identificados foram expandidos para incluir indivíduos que vivem em
carros, veículos de recreação (RVs) e tendas em acampamentos. Estes espaços foram pré-
identificados pelos funcionários dos governos locais e/ou parceiros de programas para esta
população. Exemplos de acampamentos:
Locais onde ficam pessoas que não têm casa convencional e que não pagam para
permanecer;
Não são incluídos veículos recreativos em parques onde as pessoas pagam para ficar.
Esses não são considerados homeless e são contados na Operação de Locais
Transitórios.
E) Listagens e Atualizações
Foi dada autorização para que se trabalhasse conjuntamente com governos locais e
participantes de organizações para identificar serviços e pontos de permanência
externos durante março de 2010;
No Censo de 2010 foi implantada uma nova operação chamada contagem dos locais
transitórios. Esta nova operação se referiu unicamente aos locais mencionados acima.
Coordenadores do SBE - Contagem com Base nos Serviços puderam escolher um dos
três dias estabelecidos para a realização da contagem;
Vans móveis de distribuição de comida com saídas regulares - 31 março 2010 (na
noite de 30 ou 31).
Foi utilizado apenas um instrumental em 2010 para a contagem de pessoas nos três
tipos de locais de serviço e nos locais externos;
H) Treinamento
Confidencialidade da informação;
Os instrumentais puderam ser dados aos usuários dos serviços para que eles próprios
completassem. Os recenseadores retornaram depois de acordo com o que foi
combinado para buscar os instrumentais preenchidos em envelope selado.
J) Outros Procedimentos
Quando não era possível ter acesso às instalações, abrigos e serviços a contagem era
feita por observação e criado um ICR para cada pessoa. E nos casos onde não era possível
fazer a contagem por observação, se perguntava sobre o número total de usuários no local.
K) Instrumentais e Materiais
Ficha de contagem;
Mapas;
L) Desafios
Barreiras linguísticas
A) Antecedentes
O Australian Bureau of Statistics (ABS) não publica a contagem dos homeless, mas
procura incluir no censo todas as pessoas, inclusive os homeless. Em função da crescente
focalização das políticas públicas envolvendo homeless, o ABS está revendo suas
metodologias de contagem deste grupo para aperfeiçoá-las.
B) Definição de Homelessness
Homelessness absoluta - aqueles que não possuem nenhum teto sobre sua cabeça.
Uma questão difícil, mas que se constitui em uma pequena parte do problema.
pessoas pode alcançar no aluguel privado. As exceções onde não seria adequado aplicar o
padrão mínimo seriam os conventos, prisões, residência de estudantes; pessoas em trânsito e
que se estabeleceram em uma residência de longa duração, como os novos migrantes; os
australianos que retornaram do exterior e os australianos que se movimentavam dentro do país
para trabalhar, estudar ou circular.
C) Categorias de Homelessness
D) Objetivos Operacionais
Os indígenas homeless e outras pessoas que dormem em condições precárias na rua são
normalmente subcontados.
Visitar todos os lugares em seu Collection District (CD), onde as pessoas pudessem
estar dormindo em locais externos. Por exemplo: áreas de camping, bancos de parques,
edifícios abandonados, etc.;
Estes formulários eram assinalados como domicílio não privado, “camper out”.
Ao longo dos censos de 1986, 1991 e 2001, algumas melhorias foram implementadas.
Em 1986, as coisas começaram a mudar. Foi utilizado um veículo que oferecia lanches
para os homeless e distribuía formulários do Censo
Foram feitos formulários especiais - uma única folha, grande, impressa em preto e
branco, não parecendo “tão oficial”;
No Censo de 1996:
Foi feito contato com a comunidade de homeless para espalhar a notícia sobre a
importância da participação no Censo.
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No Censo de 2001:
Para aumentar as listas das habitações do SAAP foi pedido que os residentes
colocassem no formulário completo do Censo uma marca verde e, para garantir a
privacidade, enviassem o formulário por correio diretamente para o Centro de
Processamento do Censo;
Esta mudança fez com que o número de indígenas em “casas improvisadas” caísse de
9.750 em 1996 para 2.680 em 2001.
Período mais longo de coleta dos dados, prolongado para até uma semana;
Em relação aos usuários dos serviços, a contagem do Censo, com todos os detalhes de
classificação, se alinha com a contagem feita pelos serviços realizada na semana Censo, com
apenas uma diferença de 1%.
Pessoas que não têm nenhum alojamento (dormem nas ruas) e que declaram não terem
endereço habitual são problemáticas na hora da contagem. Os entrevistadores do Censo
algumas vezes têm dificuldade de contar essas pessoas que dormem em áreas externas
(subcontagem) e classificam algumas moradias como “precárias” quando elas são
“temporárias” como, por exemplo, trabalhadores que vivem nos locais de trabalho, o que
aumenta, indevidamente, a contagem.
Alguns australianos indígenas que são contados e que estão homeless são propensos a
identificar sua terra natal como um "endereço habitual", apesar de não estarem vivendo
lá, por alguns anos, e não terem casa para onde voltar (subcontagem).
Acordo entre governos federal e estadual para tratar da questão dos homeless;
Para finalizar, foi ressaltado que contar os homeless não é tarefa fácil. Na Austrália, foi
um processo interativo e colaborativo de melhoramento a cada censo. As ONGs são parceiros
essenciais. A segurança do entrevistado é importante. O próximo Censo tem potencial para
melhorar, significativamente, a contagem de pessoas indígenas homeless.
Expositores: Frederico Poley Martins Ferreira da Fundação João Pinheiro (Belo Horizonte);
Cristiane Franca Carvalho (Recife); Ivaldo Gehlen da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (Porto Alegre); e Júnia Quiroga do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à
Fome (Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua em 71 municípios
brasileiros) e Maria Antonieta da Costa Vieira (São Paulo) da FIPE (Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas).
A) Antecedentes
O censo populacional da população de rua de Belo Horizonte teve início em 1998, com
um formato orientado para subsidiar a elaboração e aplicação de políticas públicas. Contou
com a crítica e com o apoio do Movimento Nacional da População de Rua, do Fórum da
População de Rua e da Secretaria de Assistência Social.
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Conceito Geral
Conceito Operacional
C) Mapeamento
D) Instrumental
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E) A Pesquisa em 2005
F) Dinâmica da Pesquisa
Nas ruas:
Foram utilizados mapas das Regionais com arruamento, onde foram localizados os
pontos de concentração e foram excetuados aqueles que coincidiam com as Zonas
Especiais de Interesse Social - ZEIS
Nas instituições:
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As entrevistas foram realizadas nas instituições e nas ruas nos períodos entre 18 h e 24
horas durante 10 dias. Em 1998, no mês de fevereiro e, em 2005, no mês de outubro.
A) Antecedentes
B) Conceito
C) Mapeamento
Recife se caracteriza por ser uma cidade desigual com visíveis contrastes sociais. Para a
realização da pesquisa a cidade foi dividida em seis RPA e 93 bairros. Ademais, foi realizado
um levantamento prévio dos pontos de aglutinação com apoio do Serviço de Educação Social
de Rua do Instituto de Assistência Social e Cidadania - IASC. Fez-se contato com instituições
de acolhimento nas quais foram agendadas as visitas para entrevistas.
D) Dinâmica da Pesquisa
A) Antecedentes
B) Conceito
Definição do universo:
C) Mapeamento
D) Instrumental
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Foi realizado um curso de 40 horas sobre o tema para os vários atores engajados na
pesquisa e uma oficina para construir o instrumental com a participação de segmentos por
interesses (como saúde, habitação, etc.). Houve integração entre UFRGS - Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, FASC - Fundação de Assistência Social e Cidadania e equipe
técnica da pesquisa. Foi utilizado um formulário para o censo e outro para a pesquisa “o
mundo da população de rua” realizado por amostragem e um roteiro de entrevista para a
pesquisa qualitativa.
E) Dinâmica da Pesquisa
Carta explicativa da UFRGS e FASC e carta dos moradores rua informando sobre a
pesquisa;
F) Relatórios
G) Fatores de Sucesso
A) Antecedentes
Para realização da pesquisa foi contratada a Empresa Meta por licitação. A pesquisa foi
realizada em 71 capitais com mais de 300 mil habitantes, menos São Paulo, Belo Horizonte,
Recife e Porto Alegre, que já haviam realizado suas pesquisas.
B) Conceito
C) Instrumental
D) Dinâmica da Pesquisa
Apoiaram o trabalho de campo 147 pessoas em situação de rua com trajetória de rua e
86 educadores ou profissionais, que trabalham com população em situação de rua,
totalizando 233 apoiadores;
A) Antecedentes
Em 1997, uma lei municipal de atenção à população em situação de rua (Lei nº. 12.316
de 1997 e Decreto nº. 40.232 de 2001) instituiu a obrigatoriedade de pesquisas censitárias
periódicas. Em 2000, a Secretaria de Assistência Social do município encomendou à FIPE –
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas o primeiro censo na cidade toda. Foi feita uma
pesquisa amostral de caracterização socioeconômica da população em situação de rua.
Durante essa década, a FIPE realizou outros estudos sobre a população em situação de
rua da cidade para a Secretaria de Assistência do Município. Esses estudos foram: censo dos
distritos da área central, 2003; censo da criança e adolescente em situação de rua na cidade de
São Paulo em 2007; segundo censo da população em situação de rua na cidade de São Paulo e
caracterização socioeconômica em 2009/2010.
B) Conceito
C) Etapas da Pesquisa
Segunda etapa (mar/abr 2010): traçar o perfil da população adulta em situação de rua
na cidade de São Paulo (estudo amostral).
1ª Etapa: Censo
Definição de nove distritos censitários: divisão da cidade em nove áreas que pudessem
ser visitadas em uma única noite pela totalidade das equipes, estabelecendo como
limite dos distritos aspectos físicos que dificultam a circulação de moradores de rua:
rios, vias expressas, ferrovias, linhas de metrô, etc.;
Definição dos roteiros/trajetos: 82 roteiros a serem percorridos pelas equipes, cada uma
formada por um supervisor e 10 pesquisadores;
Recorte da Pesquisa:
Recorte espacial: área central da cidade de São Paulo que concentra mais de 60% da
população em situação de rua;
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Plano amostral: amostra estratificada com base nos dados do Censo: 31 roteiros
agrupados em sete estratos, aplicação de 526 questionários.
Seleção entre os que participaram do Censo com melhor perfil para abordagem da
população (21 pesquisadores). Critério: experiência em pesquisa com população de rua e
também experiência como educador ou outras atividades com a população de rua.
D) Instrumental
Aspectos abordados:
Caracterização demográfica;
Trabalho e renda;
Saúde;
Cidadania;
Tempo de Rua;
(Perguntas filtro)
E) Dinâmica da Pesquisa
6. Encaminhamentos
Realização de reunião com a presença da Comissão Organizadora do evento para
avaliação do mesmo, no dia 22 de junho de 2010, na sede da Diretoria de Pesquisas
do IBGE, no Rio de Janeiro;
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Uma vez definida a população, são detalhadas todas as estratégicas para a cobertura.
Gostaria de saber das limitações na cobertura inicial, especialmente, das pessoas que
vivem efetivamente nas ruas, isto é, as pessoas sem acesso a nenhum abrigo e sem
apoio e cobertura institucional para conseguir um abrigo. Então, quais as limitações
existentes na cobertura territorial para quem efetivamente está na rua sem acesso a
essas estruturas? (Wasmália).
Qual a porcentagem da população em situação de rua nos dois países. E se foi feito
Censo Nacional dentro de hospitais psiquiátricos e nas áreas mais distantes em relação
ao Centro? Lucia (MNPR - Salvador).
Se os Censos, nesses dois países, não divulgam dados sobre as pessoas em situação de
rua, como enfrentar a invisibilidade dessa população, especialmente, na criação de
políticas públicas. Se as pessoas trabalham durante o dia no mercado informal, porque
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Foram recuperadas, apenas, algumas questões a partir de anotações feitas pelas pessoas que participaram da redação deste
texto. Todavia, muitas questões só poderão ser recuperadas com a degravação das fitas usadas para gravação do evento.
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o Censo estabelece o dia até à noite para sua realização. Por que não contratar e formar
as pessoas em situação de rua para a realização do Censo, se são os protagonistas?
Anderson Lopes Miranda (MNPR).
Ao ser negociada a pesquisa com o MNPR e entidades que atuam nessa área, em 2005,
havia a perspectiva de serem incluídos 120 municípios com população igual e superior
a 250 mil habitantes, sendo que 60 (com mais de 300 mil habitantes) seriam
pesquisados em uma primeria etapa ( a previsão inicial era o ano de 2006) e os demais,
no ano subsequente. O que ocorreu com em relação à previsão dos sessenta que seriam
pesquisados na sequência? Lucia Lopes - GESST
Em São Paulo: foram contadas as crianças e adolescentes que dormiam nas ruas, no
Censo de 2009/2010, mas não na caracterização socioeconômica. Em 2007, foi
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Porto Alegre: Não há metodologia para identificar pessoas em situação de rua com
transtornos mentais. Existem também problemas éticos.
Sobre a definição: População de rua, situação de rua, morador de rua. Que definições
são fundamentais?
Referências Bibliográficas
MARX, Karl. O Capital. Livro 1. Vol. II. Tradução: Reginaldo Sant’anna. 12ª ed. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil S. A., 1988.
ROSA, Cleisa Moreno Maffei (org.). População de Rua Brasil e Canadá. São Paulo: Hucitec,
1995.
SARAMAGO, José. Ensaio sobre a Lucidez. 3ª reimpressão. São Paulo: Companhia das
Letras, 2006 contracapa.
SILVA, Maria Lucia Lopes da. Trabalho e população em situação de rua no Brasil. São
Paulo: Cortez, 2009.