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Os Seis Pilares da Empregabilidade

"O mundo é produto da vontade. Então, o Homem será, antes de mais nada,
o resultado do seu próprio projeto." Jean-Paul Satre

Primeiro recorde os ensinamentos de seus mestres na escola e de seus primeiros chefes:


uma carreira bem-sucedida requer dedicação, lealdade e paciência para galgar degrau a
degrau a hierarquia da empresa. Em troca, o empregador lhe dará um emprego vitalício e
ao mesmo tempo cuidará de sua carreira como se você fosse uma criança indefesa.
Lembrou esses preceitos, tão declamados por pais e professores? Pois bem, então
esqueça-os de vez. De agora em diante você é o dono da sua própria carreira, é a era da
empregabilidade.

O que mudou na verdade? A economia global mudou, as empresas mudaram e o


emprego também. As formas de trabalho adquirem novas feições, deixando de ser
sinônimo de segurança. O período de permanência nas empresas ficam cada vez mais
curtos, enquanto as exigências em termos profissionais aumentam.

As empresas para garantir sua sobrevivência e atender às novas demandas mundiais se


reorganizam e redesenham seus cargos, as estruturas emagrecem dia após dia e
também abandonam a postura paternalista de décadas e décadas de garantia do
emprego eterno. Consequentemente, o processo de enxugamento em muitas
organizações levam a um processo de descentralização de tomada de decisão
aumentando assim a responsabilidade dos profissionais e elevando o padrão de
desempenho exigido até então. A tendência à generalidade pode também ser percebida,
pois se antes as empresas possuiam sete ou oito níveis hierárquicos e treinavam seus
executivos para ser orientadores e estimuladores do trabalho dos subordinados, hoje isso
acabou. O executivo que durante muitos anos foi aquele que fazia executar e respondia
pelo resultado da equipe agora também "põe a mão na massa", respondendo pelo
resultado do seu próprio trabalho e da equipe, quando ela existe.

O vínculo empregatício está cedendo lugar para novos modelos de relacionamento


profissional, e para acompanhar as exigências tecnológicas, os trabalhadores precisarão
reciclar-se, manter seus conhecimentos atualizados e desenvolver outras habilidades.
Trata-se realmente de uma revolução de conceitos e comportamento, que contraria
décadas de educação e treinamento.

Mas afinal... o que é Empregabilidade ?

Apesar de muito citada em livros, artigos a palavra empregabilidade ainda é muito nova e
não consta nos dicionários. O termo nos Estados Unidos equivale a employability : a
condição de dar emprego ao que se sabe, a habilidade de ter emprego.
Ter segurança profissional hoje é mais do que ter um emprego e salário. É ter a
possibilidade, a condição de conseguir trabalho e remuneração, independente da idade e
de estar ou não empregado. É o que se chamam de empregabilidade : a capacidade de
prestar serviço e de obter trabalho.

Para aumentar a própria empregabilidade, os profissionais precisam estar aptos do ponto


de vista técnico, gerencial, intelectual, humano e social para solucionar problemas cada
vez mais sofisticados e específicos. Informação e conhecimento são vitais, pois o futuro
pertence às pessoas que usam a cabeça e conhecem as tecnologias mais recentes. Muito
mais que isso, o profissional do qual estamos falando precisa tomar iniciativa de oferecer
e vender seus serviços em vez de ficar à espera das demandas : construir bases próprias
para desenvolver a sua carreira, desta forma, o emprego poderá faltar, mas não o trabalho
e nem a respectiva remuneração.

Os seis pilares da empregabilidade

Adequação vocacional, competência profissional, idoneidade, saúde física e mental,


reserva financeira e fontes alternativas e relacionamentos, estes são os seis pilares da
empregabilidade, a nova base para a segurança profissional.

Para melhor entendermos este conceito, imaginem uma estrutura que tem seis pilares ou
colunas, como uma mesa. Estas colunas formam a plataforma, sobre a qual as pessoas
se apóiam, formam a base e sustentam a empregabilidade. A união de todos os pilares, o
equilíbrio entre eles, dá a segurança profissional. Se o emprego for retirado e os pilares
desta plataforma estiverem coesos, o profissional se sustenta. Vamos conhecer cada um
deles:

Pilar 1 - Adequação Profissional

O primeiro pilar é a adequação da profissão à vocação. Com ela, há motivação para


trabalhar e felicidade com o trabalho. A pessoa é mais criativa, mais feliz, rende mais. A
proximidade entre o trabalho desempenhado e a vocação é fundamental para que a
pessoa tome a iniciativa, para que todos os dias tenha ânimo de ir para o trabalho, energia
e disposição. Este pilar fortalece a empregabilidade na medida em que a ocupação
corresponde a aptidões, facilidades, gostos e interesses do profissional. .

Muitos profissionais por um motivo ou outro estão às voltas com atividades que não
correspondem à sua vocação, e o melhor neste caso, é adotar uma atitude positiva de
busca de convergência entre o trabalho e a vocação, mesmo que seja necessário trocar
de emprego ou atividade. Não existe nada pior que um trabalho feito por obrigação,
aquele para o qual não se tem jeito, do qual não gosta.

Corra atrás da sua aptidão, do seu sonho, de sua felicidade, de sua qualidade de vida no
trabalho, afinal você é o administrador de sua carreira. Uma proposta, uma oportunidade é
boa e deve ser aceita se contribui para o progresso de sua carreira e se ajusta à sua
opção vocacional.

Pilar 2 - Competência Profissional

Este pilar compreende os conhecimentos adquiridos, as habilidades físicas e mentais, o


jeito de atuar e a experiência; enfim a sua capacitação profissional desenvolvida pela sua
formação escolar, pelos treinamentos, pelo autodidatismo e pela vivência cotidiana. Com
ela você compete num mercado que exige atualização constante e rápida, onde as leis
são duras e cruéis: empresa de primeira só contrata profissional de primeira.
Quem descuida de sua qualificação e atualização perde a "atratividade", não desperta
atenção. Grande parte dos demitidos são pessoas que se acomodaram em seus
empregos. São pessoas honestas, trabalhadoras, mas que pararam e se desprepararam
para enfrentar as novas exigências.

O profissional atual, empregado ou não, tem que ir atrás da informação. Comprar livros,
revistas especializadas, participar de seminários, palestras, exposições.Tem que ter a
humildade de aprender com quem está à sua volta, fazer perguntas e saber ouvir.

Um aspecto importante neste pilar é a divulgação, ou seja, é necessário posicionar-se


como um solucionador de problemas e à disposição do mercado. Saber vender o seu
trabalho, fazer o seu marketing, absorver o papel de prestador de serviço que resolve e
que fornece resultados para o tomador desse serviço - o cliente. Atender ao cliente
significa entender e atender as suas necessidades, trocar problemas por soluções que
podemos dar com nossa competência. Precisamos saber vender, pois sem venda não há
trocas, sem trocas não há soluções para os problemas. Na venda você oferece a sua
competência, sua capacidade e sua experiência e conseguirá promover a troca de sua
capacitação por trabalho, contrato ou emprego. E, consequentemente, por receita, salário
ou honorários.

Pilar 3 - Idoneidade

Responda rápido: Quem contrataria um profissional comprovadamente envolvido em


concorrências fraudulentas? Certamente só outros desonestos.
Este terceiro pilar que sustenta a empregabilidade diz respeito a idoneidade, a
honestidade e a correção com a qual se conduz a vida e o trabalho dentro de princípios
legais e éticos do profissional. Alguém só é contratado se for recomendado, se for
honesto; só será apresentado, elogiado ou convidado se for correto, confiável. E, esta é
uma questão que não tem meio termo, aquele profissional que é competente, que tem
ocupação adequada à sua vocação, sempre encontra trabalho, sempre encontra quem o
apresente, dê boas referências e faça recomendações. Boas referências decorrem de um
trabalho bem-feito e de uma conduta correta, exemplar.

Pilar 4 - Saúde Física e Mental

Aquele que administra sua empregabilidade, sua carreira, quer o melhor para sua vida,
deve lutar para obter continuamente o equilíbrio entre o trabalho e o lazer, entre a
obrigação e a diversão, entre o papel profissional e os demais papéis que
desempenhamos na vida. Quem apenas trabalha não tem tempo, ânimo nem condições
para exercer outros papéis.

Nós consumimos energia para viver, para trabalhar. O cuidado com a saúde evita um
desgaste exagerado que obriga a uma reposição ainda maior de energia. O exercício
mental garante que o cérebro continue ativo, produtivo. O exercício físico contribui para
que os músculos adquiram tonicidade, rigidez e conservem a capacidade de responder às
solicitações. O cuidado com o corpo não é um simples modismo, um corpo leve e
saudável está mais bem preparado para enfrentar os desafios do dia-a-dia com mais
prontidão e preparado para os períodos de maior desgaste.
Pilar 5 - Reserva Financeira e Fontes Alternativas

Não é difícil, dentro de uma organização, que um profissional se depare com situações de
enfrentamento ou com situações com as quais não concorde, pois uma negativa ou uma
hesitação podem oferecer riscos à sua estabilidade, à sua permanência no emprego, ao
seu contrato. Dessa forma o profissional precisa pensar nisso assim que entra em uma
empresa. Precisa fazer reserva que o sustente por algum contratempo. As reservas são
uma conveniência , uma defesa, mais um pilar que sustenta a empregabilidade.

Essa poupança pode ser feita tirando uma parte das despesas do dia-a-dia, um dinheiro
tirado em comum acordo com os familiares. É preciso saber planejar, agir, ir em busca de
fontes alternativas de receita, que pode ser também um segundo emprego, a realização
de trabalhos esporádicos, um investimento produtivo ou seja o que for.

Enfim, se você tiver iniciativa, estiver de "óculos" para enxergar possibilidades, identificar
problemas que o levem a propor soluções a quem precisa decidir, se você tiver coragem
para consultar o outro, saber se seu interesse em receber uma ajuda profissional em troca
de pagamento, você se encontrará diante de ocupações remuneradas, periódicas ou não.
Esta reserva é mais um dos pilares que garantirão sua empregabilidade.

Pilar 6 - Relacionamentos

O último pilar e de extraordinária importância é o dos relacionamentos. Todos os


problemas humanos se resolvem com seres humanos, desde que você cultive bons
relacionamentos e saiba onde estão as pessoas. Quem conhece pessoas adquire
informações e quem tem informações tem acesso, logo, outro grande patrimônio de um
profissional é o seu relacionamento. Uma pessoa cuidadosa registra seus
relacionamentos, cultiva-os, mostra-se solidária, atenciosa e prestativa. Sempre que
tomamos a iniciativa de cumprimentar as pessoas, de nos lembrarmos dela, de enviar-lhe
algum presente ou até de visitá-la , estaremos tratando bem do capital social,
combatendo a inflação do esquecimento, da indiferença, do descuido, da frieza.

O interessante é que este capital social é gratuíto, nós o recebemos como um presente da
vida, vai sendo depositado diariamente e aumenta à medida que nos encontramos
abertos a relacionamentos, a medida que expusermos, conversamos, frequentarmos, à
medida que nos interessarmos pelo outro.

Quem adota esta atitude de valorização, de preocupação, que pode até passar por
"interesseira" -saudavelmente interesseira-, quando guarda e cuida bem dos
relacionamentos, você profissional, torna-se possuidor de um importantíssimo pilar,
principalmente nos momentos críticos.

Todos esses pilares são itens interligados e precisam ter um razoável equilíbrio. As vezes
você desenvolve mais um pilar, mas não pode se descuidar do outro. Quanto maior o
descuido de um aspecto em relação aos demais, mais difícil se torna sustentar a sua
empregabilidade. O ônus de montar, desenvolver e manter estes pilares é do profissional.
O mundo mudou e hoje você precisa tomar conta de si mesmo.

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