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CADERNO DE EXERCÍCIOS
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na causa, dirigindo-se a mencionada regra processual mais
especialmente para a segunda instância, embora sem exclusividade.
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para o rito ordinário. Não cabe reconvenção (embora não o diga
expressamente) e nem a ação declaratória incidental, para não impedira
rapidez que o legislador adotou para esse procedimento sumário.
É admitido o pedido contraposto do réu, desde que preenchidos os
requisitos previstos na lei processual. São cabíveis algumas modalidades
de intervenção de terceiro, como a denunciação da lide nas ações em que
o direito discutido está vinculado a um contrato de seguro, e ainda a
assistência, o recurso de terceiro prejudicado e os embargos de terceiro.
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deverá ter conteúdo igual para todos os acionistas, porque a assembléia
não pode ser válida para uns e inválida para outros. A causa de pedir,
como o pedido, são os mesmos em relação a todos os autores, o que está
configurado nos demais exemplos acima indicados. O litisconsórcio
multitudinário, denominação utilizada por Cândico Dinamarco, se
apresenta quando há uma verdadeira multidão de litisconsórcios
(partes), seja ele necessário ou facultativo. A pluralidade de sujeitos
(litisconsórcio) pode prejudicar o andamento do processo, pelo que, no
facultativo, pode o juiz limitar a sua formação em homenagem aos
princípios da economia, da celeridade e da efetividade da prestação
jurisdicional. Essa limitação possibilita aos interessados obter um
resultado efetivo no processo, com menor dispêndio de tempo e energia.
No caso, não se faz presente um litisconsórcio multitudinário,
integrando o pólo passivo apenas três réus, e não uma multidão de
sujeitos no processo.
b) O art. 46, parágrafo único, do CPC, autoriza a limitação do
litisconsórcio facultativo se houver dificuldade de defesa ou entrave
para uma rápida solução da lide. A decisão judicial deverá ser
fundamentada, e a limitação poderá ser feita de ofício ou pro provocação
da parte, dentro do prazo da resposta. O pedido de limitação causa a
interrupção do prazo para o oferecimento da resposta. Intimada da
decisão do juiz, que resolve o incidente por provocação ou de ofício, dá-
se o recomeço da contagem do prazo de resposta, por inteiro.
No dia-a-dia forense é visto funcionários públicos (vários) promoverem
ação em face do Estado, apresentado, cada um, causa de pedir diferente,
ou pedidos diversos, porém as causas são afins. É muito comum a ação
apresentar conexão com os pedidos e/ou com a causa de pedir,
dificultando a defesa do réu. Autoriza a lei processual o pedido de
limitação a certo número de litigantes, resultando na formação de novos
processos autônomos, podendo agir o juiz de ofício. O Professor Cãndido
Rangel Dinamarco entende que o magistrado pode determinar, de ofício,
o desmembramento em outros processos, havendo comprometimento
da rápida solução do litígio. Sustenta o festejado autor que quando a sua
formação dificulta a defesa é necessária a manifestação da parte
interessada. O Prof. Nelson Nery, da mesma forma, entende que o juiz só
pode agir de ofício quando existe possibilidade de comprometimento da
rápida solução do litígio. É útil para o bom exercício da jurisdição o
desmembramento do processo, com cisão dos participantes da relação
processual, certo que o numeroso litisconsórcio acarreta problemas
para a efetiva entrega da prestação jurisdicional, além de não atender ao
princípio da economia processual. O juiz deve zelar pela rápida solução
da lide, evitando prejuízos paras as partes, agindo de ofício ou por
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provocação, atendendo aos princípios da tempestividade e da
celeridade, introduzidos pela E.C. nº 45, que criou o inciso LXXVIII ao art.
5ª da CRFB.
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titular do direito material discutido em juízo pelas partes originárias.
Exemplo clássico é o da ação proposta pelo credor solidário em face de
um devedor comum. O outro credor solidário é também titular do
direito material discutido em juízo, pelo que pode ingressar como
assistente. Outro exemplo é o dos acionistas de uma sociedade anônima
que promovem ação de responsabilidade em face de um dos diretores
visando ao ressarcimento dos prejuízos causados à sociedade. A
sociedade pode ingressar no processo como assistente litisconsorcial
(intervenção litisconsorcial voluntária), eis que somente ela é titular do
direito material (legitimada ordinária). São feitas muitas críticas à
figura processual da assistência litisconsorcial, entendendo-se que, na
verdade, trata-se de intervenção litisconsorcial voluntária, porque o
terceiro é exclusivamente, ou também é, o titular do direito material
discutido em juízo, e o seu ingresso se dá na qualidade de parte
principal e não como coadjuvante. Ele é também, ou somente ele é, o
titular do direito material discutido em juízo, pelo que é parte em
sentido formal e em sentido material (legitimado ordinário).
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instrumento que habilita o advogado a, no interesse da parte, postular
em juízo é a procuração com a cláusula ad judicia. A procuração é o
instrumento do mandato. Sem a cláusula ad judicia, a procuração dada a
advogado tem natureza negocial, não o autorizando a representar a
parte em juízo.” (In Código de Processo Civil Comentado e Legislação
Processual Civil Extravagante em Vigor. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2003, p. 334). Diante das finalidades distintas expostas, conclui-se que
não há fungibilidade entre os documentos
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(art. 269, III; Código Civil, arts. 840-859), desistência da ação (art. 267,
VIII) ou do recurso (art. 501), renúncia ao direito (art. 269, V). Também
para dar quitação e firmar compromisso são necessários poderes
especiais.” ( Código de Processo Civil Interpretado, Coordenador Antonio
Carlos Marcato, 3ª. Edição, p. 106, Editora RT).
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obter a liberação (manutenção ou reintegração na posse), ou evitar a
alienação de bem ou direito indevidamente constrito ou ameaçado de o
ser” (In Código de Processo Civil Comentado e Legislação Processual Civil
Extravagante em Vigor. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, p. 1188)
“... são uma ação que tem por objeto a desconstituição dos efeitos de
decisões judiciais e cujo processo tem rito especial que admite a
concessão de liminar.” (MACHADO, Antônio Cl|udio da. Código de
Processo Civil Interpretado. 8. ed. Barueri, SP,. 2009, p. 1429). Ver CPC
1046.
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estende a todos os bens, inclusive aos que foram sonegados ou
esquecidos - Decisão mantida - Negado provimento ao recurso". (9ª
Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo, Agravo de Instrumento 6454974500, julgado em 13/10/2009).
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direito material, como na hipótese de falecimento do autor ou do réu,
tratando-se de direito transmissível (sucessão nos termos do art.43 do
CPC). O espólio ingressa na qualidade de legitimado ordinário, logo
sujeito da lide e do processo (substituição de parte).
b)Não. A substituição da parte processual pode ocorrer por ato
entre vivos, como na alienação da coisa litigiosa no curso do processo.
Ingressa no processo o adquirente se houver autorização da parte
contrária. Se o réu não autoriza o ingresso do adquirente, o autor deve
continuar na relação processual como legitimado extraordinário,
deixando de ser parte em sentido material, mantida em sentido formal
ou processual. Neste caso, continua em juízo em nome próprio
defendendo direito alheio, o do adquirente. O substituto processual
pode, antes da sentença, desistir da ação, conforme entendimento do
STJ.
c) É suprida pela representação. A representação é instituto legal
que visa regularizar ou suprir a incapacidade e se dá com a assistência
dos menores púberes, ou com a representação dos menores impúberes
(absolutamente incapazes) dos curatelados, que são representados pelo
curador. A expressão constante da redação do art. 12 do CPC,
“representados em juízo”, não é muito adequada, segundo melhor
doutrina, em conta que as pessoas jurídicas e os entes
despersonalizados não são incapazes. Elas se fazem presentes em juízo,
por razões óbvias, porque se fossem representadas haveria
reconhecimento de sua incapacidade, o que é um absurdo. Os incapazes
para a prática de atos no processo são representados ou assistidos
judicialmente. O advogado, por exemplo, é o representante judicial da
parte, porque lhe falta capacidade postulatória. A representação é a
demanda em nome alheio sobre direito alheio (pais que representam
filhos em juízo ou fora dele). Ela, m a representação judicial não se
confunde com a substituição processual e se dá quando em determinado
processo o legitimado extraordinário atua em nome próprio na defesa
de interesses alheios, sem que o legitimado ordinário atue em conjunto
com ele. Exemplo clássico se dá quando o Ministério Público promove
ação de investigação de paternidade, agindo em defesa do interesse do
menor, o legitimado ordinário. Não se pode confundir legitimação
extraordinária com a substituição processual, esta, a rigor, se dá quando
o titular do direito de ação o é exclusivamente. A doutrina e a
jurisprudência admitem que a substituição processual se manifesta
quando alguém está em juízo em nome próprio defendendo direito
alheio, sem a participação, como parte, do titular do direito material.
Enfim, é a demanda em nome próprio sobre direito alheio, permitida por
texto legal expresso conhecida como legitimação extraordinária.
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7. No art.931 do CPC, há previsão, depois de encerrada a fase
postulatória, da aplicação subsidiária do procedimento ordinário na
ação de manutenção e de reintegração de posse. O fenômeno da
ordinarização dos procedimentos especiais ocorre na maioria deles,
porém nas ações possessórias não chega a ser a regra do art. 931 uma
previsão de transmudação de ritos e, sim, de aplicação subsidiária das
regras do procedimento ordinário. Da leitura atenta de cada
procedimento especial é possível observar essa transmudação, após a
contestação ou mesmo quando não há contestação, decretada a revelia.
Não havendo contestação, sendo o réu revel, mesmo assim, observa-se
subsidiariamente o rito ordinário, aplicando-se o parágrafo único do art.
272 do CPC, salvo se o rito especial, com ou sem contestação,
permanece especial, por previsão do CPC. Não se pode falar, aqui, em
efetiva transmudação do procedimento especial para o ordinário,
porque as normas procedimentais da reintegração de posse podem ser
tranquilamente observadas. O juiz, sendo caso de julgamento
antecipado da lide, aplicará a norma do art. 330 do CPC.
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voluntária (assistência litisconsorcial), porque, a rigor, o seu ingresso
gera formação de litisconsórcio superveniente, em razão de o
ingressante ter participado da formação do título executivo, logo
legitimado.
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assentar a compatibilidade entre as hipóteses de furto qualificado
e o privilégio constante do § 2º do art. 155 do CP. No caso, o
paciente fora condenado pela prática do crime previsto no art. 155,
§ 4º, I, do CP, em virtude da subtração de um aparelho de som,
mediante arrombamento de janela, à pena de 2 anos, a qual fora
substituída por 2 penas restritivas de direito (CP, art. 44) — v.
Informativo 557. Aduziu-se que a jurisprudência do STF é assente
no sentido da conciliação entre homicídio objetivamente
qualificado e, ao mesmo tempo, subjetivamente privilegiado. Dessa
forma, salientou-se que, em se tratando de circunstância
qualificadora de caráter objetivo (meios e modos de execução do
crime), seria possível o reconhecimento do privilégio, o qual é
sempre de natureza subjetiva. Entendeu-se que essa mesma regra
deveria ser aplicada na presente situação, haja vista que a
qualificadora do rompimento de obstáculo (natureza nitidamente
objetiva) em nada se mostraria incompatível com o fato de ser o
acusado primário e a coisa de pequeno valor. Ademais,
considerando a análise das circunstâncias judiciais (CP, art. 59)
realizada pelo juízo monocrático, que revelara a desnecessidade
de uma maior reprovação, reduziu-se a pena em 1/3, para torná-la
definitiva em 8 meses de reclusão, o que implicaria a ocorrência da
prescrição da pretensão punitiva em caráter retroativo, tendo em
conta a ausência de recurso da acusação, bem como a menoridade
do paciente (menor de 21 anos na data do fato). Assim, tendo em
conta que o prazo prescricional de 1 ano já teria transcorrido entre
a data do recebimento da denúncia e a data da publicação da
sentença penal condenatória, julgou-se extinta a punibilidade do
paciente pela prescrição retroativa. Vencido o Min. Marco Aurélio
que denegava o writ por reputar incabível a mesclagem, aduzindo
que o legislador, no que pretendera aplicar a crimes qualificados a
causa de diminuição, assim o fizera. HC 98265/MS, rel. Min. Ayres
Britto, 24.3.2010. (HC-98265)
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penal em branco propriamente dita é a que deve ser
complementada por um ato administrativo. Um exemplo é o crime
de trafico de drogas, que precisa de um ato administrativo para
completar o significado do elemento “droga”. Porém,
eventualmente o legislador tipifica um comportamento que remete
a uma lei específica, que acaba completando o elemento
normativo. É o caso do crime de sonegação previdenciária, que
precisa que o elemento do tipo “contribuição previdenci|ria” seja
completado pela Lei previdenciária.
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5. O princípio da confiança pressupõe que cada cidadão deverá
executar aquilo que a lied lhe permite e se manterá assim dentro
do âmbito de riscos permitidos. Por isso, uma pessoa não deve se
preocupar com o comportamento da outra, mas somente com o seu
próprio, e pode confiar que todos cumprirão o que determina a lei.
É muito utilizado em crimes de transito, nos quais quem dirige
conforme as normas de transito não precisa se preocupar em
diminuir sua velocidade em um cruzamento que está verde a seu
favor. O principio da precaução tem aplicação no direito ambiental,
e prega a não utilização de um recurso se suas conseqüências
ainda são desconhecidas para o meio ambiente e seu potencial
lesivo não totalmente conhecido.
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Contudo, este juízo caberá ao magistrado no caso concreto, pois
toda prisão provisória exige a fundamentação de sua
cautelaridade. A partir de 1988, a CF permite a prisão apenas em
flagrante de delito ou por ordem do magistrado, que deverá ser
fundamentada. Portanto, não há mais prisão por dispositivo de lei.
O STF julgo procedente a adin 3112 que considerou
inconstitucional os dispositivos da lei 11.826 que proibiam a
concessão de liberdade provisória por violar o estado de inocência
e a individualização da pena.
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