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ADENOCARCINOMA DO ESÓFAGO

Estes adenocarcinomas aparecem muitas vezes no terço inferior do esófago e surgem


provavelmente no fundo gástrico.

Factores de risco:
 Irritação crónica do esófago (fumo ou álcool),
 História prévia de carcinoma de células escamosas da cabeça e pescoço,
 Dieta rica em nitrosaminas,
 Presença do esófago de Barrett,
 História de ingestão de lixívia,
 Acalásia esofágica1,
 Síndrome de Plummer-Vinson,
 Tilose,
 Várias deficiências nutricionais.

Características clínicas:
 Disfagia/odinofagia e perda de peso são as mais frequentes.
Em caso de doença avançada pode haver:
o Dor extensa na região posterior do tórax ao engolir,
o Disfonia (paralisia da laringe),
o Paralisia diafragmática (envolvimento do nervo frénico),
o Tosse ao engolir (fistula traqueo-esofágica),
o Síndrome da veia cava superior2,
o Nódulos cervicais ou supracaviculares palpáveis,
o Derrame pleural maligno,
o Ascites malignas,
o Dor óssea.

Diagnóstico e estadiamento:
Todos os doentes com sintomas sugestivos de neoplasia do esófago devem ser submetidos a
deglutição de bário ou a uma endoscopia digestiva alta. A TAC revela se existe invasão dos gânglios
linfáticos ou de órgãos vizinhos.
Estes tumores destroem a mucosa normal pelo estreitamento do lúmen esofágico.

1Ausência de relaxamento do esfíncter esofágico.


2 Conjunto de características físicas resultantes da obstrução do sangue venoso da veia cava superior, provocando
dificuldades na drenagem venosa, com congestão das veias da cabeça e do dorso corporal superior.
Sistema TNM para o estadiamento do cancro do esófago:
Tumor primário (T)
T1: tumor invadindo a lâmina própria ou a submucosa
T2: tumor invadindo o músculo
T3: tumor invadindo a adventícia
T4: tumor invadindo as estruturas adjacentes
Nódulos Linfáticos Regionais (N)
N0: ausência de metástases de nódulos linfáticos regionais
N1: metástases dos nódulos linfáticos regionais
Metástases à distância (M)
M0: ausência de metástases à distância
M1: metástases à distância
Grupos de estadiamento:
Estadio I – T1, N0, M0
Estadio IIA – T2, N0, M0 e T3, N0, M0
Estadio IIB - T1, N1, M1 e T2, N1, M0
Estadio III – T3, N1, M0 e T4, qualquer N, M0
Estadio IV – qualquer T, qualquer N, M1

Metástases:
A aorta e a traqueia são ameaçadas por este tumor pela sua proximidade, exacerbando assim
o prognóstico.

Estratégias terapêuticas:
A quimioterapia com cirurgia ou radioterapia parecem ser as mais promissoras. A escolha da
modalidade cirúrgica depende da extensão e da localização do tumor.
A radioterapia é utilizada muitas vezes com fins paliativos na obstrução e controlo da dor
nos doentes, sendo este tipo de tratamento raramente usado como primário, uma vez que o
percurso dura, em geral, seis a oito semanas e a sobrevida média, para esses doentes, é de poucos
meses. Os doentes submetidos a este tipo de tratamento são normalmente doentes com
metastização nos tumores avançados e obstrutores, em estado funcional deficiente, que não
permitem uma modalidade terapêutica combinada.
Bem como a radioterapia, a quimioterapia não é bem sucedida em doentes em estádios
avançados uma vez que estes resultados se notariam ao fim de alguns meses apenas.
Estudos mostram que existe recidiva em, pelo menos, 80% dos doentes tratados com estas
terapêuticas combinadas.

Prognóstico:
Cerca de 90-95% dos doentes estão em fase de cuidados paliativos no diagnóstico ou pouco
tempo após este, o que faz com que a cirurgia paliativa não seja muitas das vezes uma opção. As
alternativas incluem a dilatação perioral, a prótese esofágica perioral e a eliminação por laser das
lesões obstrutivas. A gastrostomia endoscópica percutânea (PEG) é considerada um método de
baixo risco, quando os doentes já não se conseguem alimentar oralmente.

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