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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CURSO: BIBLIOTECONOMIA
DISCIP: FILOSOFIA
PROFª: FERNANDA PASSOS

O DESENVOLVIMENTO DA FILOSOFIA: DA GRÉCIA ANTIGA À

CONTEMPORANEIDADE

São Luis
2010

Leonardo Corrêa Botta Pereira


Moisés Pereira Lopes
Mozart Wanick da Cunha Mendes Júnior

O Desenvolvimento da Filosofia: da Grécia Antiga à

Contemporaneidade

Trabalho apresentado à Disciplina Filosofia,


para a obtenção parcial de nota .

São Luis
2010
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................01

1. O DESENVOLVIMENTO DA FILOSOFIA: DA GRÉCIA ANTIGA A

CONTEMPORANEIDADE...............................................................................................02

2. PERÍODO SOCRÁTICO...................................................................................................02

3. HELENISMO......................................................................................................................03

3.1 ESCOLAS FILOSÓFICAS..........................................................................................03

4. FILOSOFIA MEDIEVAL..................................................................................................04

5. PENSAMENTO FILOSÓFICO MODERNO..................................................................05

6. O SÉCULO XIX..................................................................................................................06

7. O INÍCIO DO SÉCULO XX..............................................................................................07

7.1 MOVIMENTOS FILOSÓFICOS................................................................................08

CONCLUSÃO...........................................................................................................................09

REFERÊNCIAS........................................................................................................................10
INTRODUÇÃO

Embora a filosofia tenha surgido há seis séculos antes da era cristã (com Pitágoras de
Samos), sua importância, contudo, é percebida como ferramenta imprescindível na
compreensão, julgamento e crítica da veracidade e finalidade das coisas existentes. Neste
trabalho, abordaremos de maneira panorâmica, a trajetória da filosofia desde os tempos da
Grécia antiga até os nossos dias. O assunto não será trabalhado com riquezas de detalhes, haja
vista a sua grande extensão. Contudo esta abordagem dar-nos-á uma noção valiosa da filosofia
na História.

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O DESENVOLVIMENTO DA FILOSOFIA: DA GRÉCIA ANTIGA À


CONTEMPORANEIDADE

Embora de um modo ou de outro o Ser Humano sempre tenha exercido seus dons
filosóficos, a Filosofia Ocidental como um campo de conhecimento coeso e estabelecido, surge
na Grécia Antiga no início do século VI a.C, buscando uma explicação para os fenômenos da
natureza e a origem do mundo.
Podemos destacar nesse período Tales de Mileto. Consta que Tales desafiava aqueles
que conheciam as suas idéias a demonstrar que não tinha razão. A vontade de discutir
racionalmente idéias, ao invés de nos limitarmos a aceitá-las, é um elemento sem o qual a
ciência não se poderia ter desenvolvido. Foi talvez por isso que outros pensadores da mesma
região surgiram apresentando diferentes teorias e, deste modo, se iniciou uma tradição que foi
gradualmente afastando das concepções míticas anteriores.
Assim apareceram na Grécia, entre outros, Anaximandro, Heráclito, Pitágoras, que
afirmava que as coisas são constituídas de Números. A esse pensador se devem importantes
contribuições à matemática e geometria. É indiscutível a atualidade de seu teorema. Destacam-
se também Parmênides de Eléia e Demócrito. Este último foi o criador da teoria Atomista,
segundo a qual o mundo é composto de partículas indivisíveis, os átomos que se misturam ao
acaso, dando origem a cada uma das realidades. Afirma também que o homem é um
microcosmo.

PERÍODO SOCRÁTICO

Por volta do século V aC. começa o que podemos considerar como um novo período na
história da filosofia, ao qual podemos chamar de período Socrático ou Antropológico. Podemos
marcar o início desse período com a atuação dos Sofistas que estavam preocupados mais com a
linguagem e a erudição do que com a explicação do mundo.
Para os sofistas o importante era o bem falar e a arte de convencer o interlocutor. As
políticas e os conflitos de opiniões favoreceram a ação desses professores ambulantes que
consideravam não haver uma verdade única. Alguns viram com maus olhos a atuação dos
sofistas, principalmente devido a escritos de Platão que os considerava não filósofos, mas
manipuladores do raciocínio sem amor pela verdade. Essa visão, entretanto, começa a ser
revista, pois se percebe que os sofistas não eram os aproveitadores mencionados em alguns
manuais, mas pessoas que se utilizaram, de forma pragmática, da filosofia.
O fato é que o centro das atenções tanto dos sofistas como de Sócrates, Platão e
Aristóteles (e dos posteriores) volta-se para o homem e suas relações. Protágoras, um sofista
dirá que "o homem é a medida de todas as coisas. E Górgias, outro sofista, fará a seguinte
afirmação: "o bom orador é capaz de convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa".
O período antropológico que também é chamado o período Clássico da Filosofia recebe
essa denominação por que nessa época floresceu não só a filosofia como também as artes e o
começo da organização de todo o saber. Principalmente pela atuação de Aristóteles e seus
discípulos floresceu o processo de aquisição e sistematização de vários saberes. A filosofia
chegou ao seu apogeu com esses três pensadores que foram uma das maiores marcas da história
do saber.
Platão foi um dos mais destacados discípulos de Sócrates. Ele criou uma escola, a
Academia, onde se reunia com seus discípulos e onde ditou os textos de seus diálogos em que
Sócrates é o personagem principal. Um dos principais ensinamentos de Platão é a teoria do
Mundo das idéias e a da Reminiscência da Alma.
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Aristóteles discípulo de Platão, também fundou uma escola, o Liceu, mas não lecionava dentro
de uma sala e sim andando pelos corredores. Daí vem a denominação de escola peripatética
(andar ao redor). Aristóteles foi o grande sistematizador da filosofia (dos conhecimentos da
época), classificando em várias áreas.
Fez, através de uma grande rede de discípulos, estudos de Botânica, Zoologia, Química,
Psicologia etc. A esses estudos denominou Física. Aos estudos sobre o Ser, o conhecimento,
entre outros, chamou de Metafícia (depois da física). Ainda hoje a cultura e o saber ocidental
são tributários à mentalidade e à filosofia grega, do período clássico: quando falamos em
corpo-alma estamos nos referindo a conceitos originários de Platão. Quando pretendemos
maior clareza de nosso interlocutor, e para isso lhe fazemos uma série de questionamentos,
estamos nos reportando a Sócrates. Quando falamos em lógica, organização e sistematização de
conhecimentos, estamos aplicando uma metodologia Aristotélica.

HELENISMO

A partir do século III aC. inicia-se a decadência político-militar da Grécia. Trata-se de


uma época em a sociedade e os valores entraram em decadência.Conseqüentemente, para
ocupar o vácuo do poder grego ascenderam os macedônios que assimilam a cultura grega,
através de Alexandre. O Helenismo se caracteriza pelo sincretismo de elementos culturais
provindos dos povos do oriente, conquistados por Alexandre e a cultura grega. A filosofia
desse período é, ao mesmo tempo, continuação dos ensinamentos de Platão e Aristóteles,
mantidos pelos seus discípulos e uma reelaboração desses ensinamentos filosóficos.
As preocupações da filosofia no período Helenista, entretanto, mudam de curso. Deixa
de estar centrado no homem social, político e na compreensão da natureza. Ou seja, a
preocupação deixa de ser em relação à "explicação dos mistérios do universo” (MONDIN,
1982, p. 107) para se voltar para problemas éticos. A filosofia começa a tratar não do coletivo,
mas da vida interior do homem. Essa preocupação ética permaneceu durante todo o período
Helenista, passou pelo Império Romano e continuou com a chegada do Cristianismo, quando
começou uma nova etapa da história da filosofia.

No período Helenista desenvolveram-se várias escolas filosóficas. Podemos destacar:

O CINISMO: esta escola pode ser apresentada como aquela que caracteriza a ecadência
moral da sociedade grega e macedônica. A partir disso já podemos ter uma idéia do que essa
escola pregava: desprezo àquilo que a sociedade dominante considera valor e valorização da
simplicidade do viver. Foi uma escola que atravessou os séculos e podemos dizer que a postura
socrática esteve sempre muito próxima do ideário cínico.

O ESTOICISMO: esta escola caracteriza-se pelo espírito de completa austeridade física


e moral. Ou seja, o Homem deve suportar os sofrimentos, fugir dos prazeres fáceis e afastar-se
das permissividades e licenciosidades. A sabedoria consiste em manter uma vida austera. Essa
corrente filosófica influenciou profundamente o cristianismo, marcando-o até nossos dias,
como, por exemplo, a prática da penitência.

O EPICURISMO: é a escola que pode ser colocada no extremo oposto ao estoicismo.


Ela se caracteriza pela idéia de que o homem deve buscar o prazer, entendido como "ausência
da dor e não como satisfação das paixões" (Mondin, 1982, p. 114). Desfrutar do prazer é
virtude, portanto é um bem, enquanto a dor é um mal. O supremo prazer é o saber que pode ser
obtido quando se superam as paixões que são a causa da degradação social.

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O CETICISMO: Nesse mesmo contexto histórico formou-se o ceticismo. O Ceticismo
se caracteriza pela postura de constante busca do conhecimento. Para os céticos a sabedoria não
"não é o conhecimento da verdade, mas sua procura" (Mondin, 1982, p. 116).
O ECLÉTISMO: Esta escola desenvolve-se em oposição aos céticos. Afirmavam os
cléticos que a verdade não se limita a um sistema filosófico e, portanto, deve ser
complementada por elementos das diversas escolas. “Por isso, para se chegar a uma
compreensão adequada das coisas, não se deve confiar em um só filósofo, mas é necessário
reunir as conclusões das pesquisas dos melhores entre eles.
Os ecléticos, como todos os outros pensadores do período helenista não foram criadores
de sistemas, mas assimiladores, releitores e divulgadores do pensamento grego, com algumas
variantes e acréscimos.

FILOSOFIA MEDIEVAL

O desenvolvimento do conhecimento durante a Idade Média conta com particularidades


diversas que se afasta daquela errônea perspectiva que a define como a “idade das trevas”.
Contudo, a predominância dos valores religiosos e as demais condições específicas fazem do
período medieval apenas singular em relação aos demais períodos históricos. Nesse sentido, o
expressivo monopólio intelectual exercido pela Igreja vai estabelecer uma cultura de traço
fortemente teocêntrico.
Não por acaso, os mais proeminentes filósofos que surgem nessa época tiveram grande
preocupação em discutir assuntos diretamente ligados ao desenvolvimento e a compreensão das
doutrinas cristãs. Já durante o século III, Tertuliano apontava que o conhecimento não poderia
ser válido se não estivesse atrelado aos valores cristãos. Logo em seguida, outros clérigos
defenderiam que as verdades do pensamento dogmático cristão não poderiam estar
subordinadas à razão.
Em contrapartida, existiam outros pensadores medievais que não advogavam a favor
dessa completa oposição entre a fé e a razão. Um dos mais expressivos representantes dessa
conciliação foi Santo Agostinho, que entre os séculos IV e V defenderia a busca de explicações
racionais que justificassem as crenças. Em suas obras “Confissões” e “Cidade de Deus”,
inspiradas em Platão, aponta para o valor onipresente da ação divina. Para ele, o homem não
teria autonomia para alcançar a própria salvação espiritual.
A idéia de subordinação do homem em relação a Deus e da razão à fé acabou tendo
grande predominância durante vários séculos no pensamento filosófico medieval. Mais do que
refletir interesses que legitimavam o poder religioso da época, o negativismo impregnado no
ideário de Santo Agostinho dever ser visto como uma conseqüência próxima às conturbações,
guerras e invasões que viriam a marcar a formação do mundo medieval.
Contudo, as transformações experimentadas com a Baixa Idade Média viriam a
promover uma interessante revisão da teologia agostiniana. A chamada filosofia escolástica
apareceria com o intuito de promover a harmonização entre os campos da fé e da razão. Entre
seus principais representantes estava São Tomas de Aquino, que durante o século XIII lecionou
a universidade de Paris e publicou obras onde dialogam com diversos pontos do pensamento
aristotélico.
São Tomás, talvez influenciado pelos rigores que organizavam a Igreja, preocupou-se
em criar formas de conhecimento que não deixassem dúvidas em relação a nenhum tipo de
questionamento. Paralelamente, sua obra terá uma composição mais otimista em relação à
figura do homem. Isso porque acreditava que nem todas as coisas a serem desvendadas no
mundo dependiam única e exclusivamente da ação divina. Dessa maneira, o homem teria papel
ativo na produção de conhecimento.
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Apesar dessa nova concepção, a filosofia escolástica não será promotora de um
distanciamento das questões religiosas e, muito menos, se afastou das mesmas. Mesmo
reconhecendo o valor positivo do livre-arbítrio do homem, a escolástica defende o papel central
que a Igreja teria na definição dos caminhos e atitudes que poderiam levar o homem à salvação.
Com isso, os escolásticos promoveram o combate às heresias e preservaram as funções
primordiais da Igreja.
PENSAMENTO FILOSÓFICO MODERNO

Com o Renascimento Cultural e Científico, o surgimento da burguesia e o fim da Idade


Média, as formas de pensar sobre o mundo e o Universo ganham novos rumos. A definição de
conhecimento deixa de ser religiosa para entrar num âmbito racional e científico. O
teocentrismo deixado de lado e entre em cena o antropocentrismo (homem no centro do
Universo). Entre as grandes linhas de pensamento, Chauí destaca “aquela que propunha o ideal
do homem como artífice de seu próprio destino, tanto através dos conhecimentos (astrologia,
magia, alquimia), quanto através da política (o ideal republicano), das técnicas (medicina,
arquitetura, engenharia, navegação) e das artes (pintura, escultura, literatura, teatro)”. Foi um
período de grandes descobertas, efervescência cultural e política que surgiram críticas a Igreja
Romana, culminando na Reforma Protestante, baseada na idéia de liberdade de crença e de
pensamento. À Reforma a Igreja respondeu com a Contra-Reforma e com o recrudescimento
do poder da Inquisição.
Os nomes mais importantes desse período são: Dante, Marcílio Ficino, Giordano Bruno,
Campannella, Maquiavel, Montaigne, Erasmo, Tomás Morus, Jean Bodin, Kepler e Nicolau de
Cusa.
A partir do séc. XVII até meados do séc. XVIII surge o período chamado grande
racionalismo clássico marcado por mudanças intelectuais. Neste contexto, René Descartes cria
o cartesianismo, privilegiando a razão e considerando-a base de todo conhecimento. Por
entender ser possível chegar ao pleno conhecimento através do processo de pensamento
racional, Descartes, idealizou um processo de dúvida metódica pelo qual através da rejeição
(eliminação) de pensamentos ou idéias em que resida a menor dúvida o homem seria capaz de
alcançar o conhecimento. As obras do Descartes formaram a base sobre quais os racionalistas
desenvolveram seus processos.
A burguesia, camada social em crescimento econômico e político, têm seus ideais
representados no empirismo e no idealismo. No século XVII, o pesquisador e sábio inglês
Francis Bacon cria o método experimental, conhecido como empirismo. Neste mesmo sentido,
desenvolvem seus pensamentos Thomas Hobbes e John Locke. Esses e outros pensadores
contra posição aos racionalistas do continente europeu desenvolveram e propagavam o
raciocínio experimental, ou seja, a teoria de que o único caminho pelo qual o homem pode
chegar ao conhecimento é através da experiência sensível (empírica). Marilena Chauí explica
que Francis Bacon "propõe a instauração de um método, definido como modo seguro de
'aplicar a razão à experiência', isto é, de aplicar o pensamento lógico aos dados oferecidos pelo
conhecimento sensível". (2006 – p.126).
Chauí ainda afirma que para os empiristas o contato com o mundo externo através de
um conjunto de sensações (através dos sentidos) leva a um processo de dedução que possibilita
o conhecimento, "O conhecimento é obtido por soma e associação das sensações na percepção
e tal soma e associação depende da freqüência, da repetição e da sucessão dos estímulos
externos e de nossos hábitos". (2006 – p.133) Um fator marcante da modernidade é a separação
entre a Filosofia e a Ciência empírica.
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A ciência moderna, dependente nas experiências desenvolvidas em situações
controladas, é empírica por natureza, contrastando-se com o pensamento do Aristóteles que
percebia a Metafísica como ciência primeira. Empirismo e racionalismo, após uma lenta,
gradual e silenciosa maturação, encontrarão uma saída prática, social, política, moral, religiosa
no Iluminismo e, portanto, na revolução francesa (Segunda metade do século XVIII); esta
representa a concreta realização do pensamento moderno na civilização moderna. Esse
movimento começa na Inglaterra, triunfa na França e se espalha, em seguida, na Alemanha e na
Itália. Podemos citar, nesta época, os pensadores Immanuel Kant, Friedrich Hegel,
Montesquieu, Diderot, D'Alembert e Rosseau.

O SÉCULO XIX

O século XIX é marcado pelo positivismo de Auguste Comte. O ideal de uma sociedade
baseada na ordem e progresso influencia nas formas de refletir sobre as coisas. O fato histórico
deve falar por si próprio e o método científico, controlado e medido, deve ser a única forma de
se chegar ao conhecimento.
Neste mesmo século, Karl Marx utiliza o método dialético para desenvolver sua teoria
marxista. Através do materialismo histórico, Marx propõe entender o funcionamento da
sociedade para poder modificá-la. Através de uma revolução proletária, a burguesia seria
retirada do controle dos bens de produção que seriam controlados pelos trabalhadores. Ainda
neste contexto, Friedrich Nietzsche, faz duras críticas aos valores tradicionais da sociedade,
representados pelo cristianismo e pela cultura ocidental. O pensamento, para libertar, deve ser
livre de qualquer forma de controle moral ou cultural.
Embora represente um retorno do pensamento racional à supremacia, e, em particular
um novo olhar ao pensamento platônico, a filosofia moderna em declarar que o conhecimento é
acessível e alcançável a todos e não faz separação entre o mundo sensível das coisas e o mundo
intangível das idéias. Na antiguidade Platão e Aristóteles visaram à formação de uma sociedade
perfeita e feliz através da ação conjunta em prol do bem comum (ação política) na polis. Os
habitantes da polis foram considerados homens esclarecidos, esse esclarecimento foi reservado
apenas os cidadãos gregos, não foram incluídos as mulheres, as classes trabalhadoras e muito
menos os escravos. A filosofia moderna e o iluminismo não restringiam o conhecimento a uma
elite social, religiosa ou intelectual, o colocaram ao alcance de todos que desejavam sair da
minoridade, da dependência do tutelar de outros. A sociedade moderna (perfeita) seria o
resultado do esclarecimento de todos.
É importante também ressaltar que no século XIX entrou em cena novo fator, que mais
tarde deveria representar seu papel: o romantismo. Trata-se de um movimento complexo e
difícil de definir. Podemos, todavia, dizer sem simplificar em demasiado as coisas, que sua
característica essencial consiste numa exaltação da vida e do espírito; a qual se explica por uma
reação vigorosa contra as doutrinas mecanicistas. Kant propusera-se eliminar as conseqüências
de tais doutrinas pelas vias racionais. Restava, todavia, outro caminho a seguir: renunciar à
razão. Compreende-se que poetas e outras personalidades de gênio, enfastiados pela secura da
descrição científica do mundo, se tenham erguido contra a ciência racional e lhe tenham oposto
o sentimento, a vida, a religião e outras coisas idênticas, com a afirmação de existirem outras
vias de acesso à realidade, que não só as preconizadas pela ciência.

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O INICIO DO SÉCULO XX

Em primeiro lugar, é um período de intensa atividade filosófica; número considerável


de eminentes pensadores entra em cena ou começa a exercer influência. Sob este aspecto, pode
computar-se este período entre os mais fecundos da história moderna. Em seguida, é um
período de transição. Ao lado de correntes novas, continuam atuando tendências antigas. As
principais escolas são: os empiristas e os idealistas que, todavia se alimentam com as idéias do
século XIX, os filósofos da vida, os fenomenólogos e os neo-realistas, que são os partidários
das idéias novas.

Número considerável de pensadores segue a linha do positivismo ou até a do


materialismo. Prevalece neles a idéia da evolução mecanicista. No entanto, de maneira geral,
rompem já o quadro do positivismo, visando estabelecer, à base das ciências, uma espécie de
imagem geral da realidade, a que por vezes eles próprios dão o nome de "metafísica". Podemos
distinguir entre eles vários grupos de orientação diferente e de importância desigual.
Todos eles constroem uma espécie de metafísica sobre uma base científica. A
psicologia é o terreno onde as correntes materialistas se manifestam de maneira particularmente
eficaz. É, em primeiro lugar, o behaviorismo, escola fundada por John B. Watson. No fundo,
não é mais do que uma metodologia científica, que abstrai do estudo dos fenômenos psíquicos
enquanto processos decorrentes no íntimo da alma, bem como da introspecção, e pretende
considerar exclusivamente como objeto da psicologia o comportamento externo.
Entretanto, a psicanálise de Freud pode ser considerada o mais importante movimento
oriundo do empirismo. Freud, que aceita o princípio fundamental do mecanicismo
evolucionista, segundo o qual o superior explica-se pelo inferior, propõe a tese de que a vida da
consciência nada mais é que o resultado de um jogo puramente mecânico dos elementos da
"subconsciência". Estes elementos, que dispõem de uma dinâmica própria, combinam-se em
"complexos" e têm tendência para reaparecer na consciência e dirigir a ação. A força
característica e motriz da vida psíquica é a "libido". A aplicação do sociologismo levou
Durkheim e Lévy-Bruhl a afirmar que as leis éticas e lógicas são completamente relativas, pura
expressão das necessidades de uma sociedade em evolução, e que a religião consiste no culto
desta mesma sociedade. O sistema culmina numa espécie de psicologia especulativa, segundo a
„qual o que é religioso, lógico e moral, pertence à esfera social, enquanto o profano, o alôgico e
o egoísta, pertence à espera do homem individual. Por conseguinte, o corpo seria um princípio
de individuação.

Todos estes sistemas, principalmente a psicanálise e o sociologismo, tiveram grande


aceitação entre as multidões. Todos eles, porém, não são mais do que um derradeiro reflexo do
pensamento do século XIX. Todavia, um traço os diferencia do empirismo da velha escola: seu
relativismo. Le Dantec, Pavlov, Ziehen, Ostwald, Freud e Durkheim, todos são relativistas.
Para eles não existem leis absolutas, nem lógica objetiva.
O idealismo exerceu a maior influência nos principais países da Europa durante os
primeiros vinte e cinco anos do século XX, mas perdeu-a quase completamente na maior parte
desses países por altura de 1925. Isto é verdade principalmente na Inglaterra, pois que na
Alemanha, França e Itália, ele continuou sendo uma potência até a segunda guerra mundial.
Faremos somente breve referência aos novos movimentos filosóficos que surgem neste
período, já que todos eles prosseguem desenvolvendo-se depois de 1925 e pertencem, por
conseguinte, à filosofia atual.

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EXISTENCIALIMO: corrente filosófica que afirma o primado do existir e que se centra
sobre a descrição das vivências dos homens em situações concretas. Jean Paul Sartre é o
principal represente desta filosofia.

FENOMENOLOGIA: corrente filosófica criada por filósofos como Brentano, Husserl,


Heidegger que se opõe ao positivismo, que reclama o regresso às coisas, isto é, à descrição de
como estas se manifestam à consciência.
FILOSOFIA ANALÍTICA: escola filosófica surgida no âmbito do neopositivismo e que
se focaliza na análise da linguagem, nas suas dimensões sintáticas, semânticas e pragmáticas. O
seu objetivo é acabar com os falsos problemas da filosofia que decorrem de um uso incorreto
da linguagem.

NEOPOSITIVISMO: Corrente filosófica de matriz empirista que considera como


grande tarefa da filosofia a análise da linguagem, acabando com os pseudo-problemas
filosóficos. Uma das formas mais conhecidas atualmente desta corrente é a filosofia analítica.

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CONCLUSÃO

Nas diferentes fases da história da filosofia mencionadas, percebe-se uma certa


singularidade na concepção de visão dos pensadores que deles fizeram parte. Embora o período
da filosofia clássica na Grécia tenha se consagrado como o grande marco inspirador para os
pensadores de todo o mundo em todas as épocas subseqüentes. Hoje, é verdade, ingredientes
novos são usados na concepção da razão e do pensamento filosófico, mas com a inspiração
daqueles que revolucionaram na sua época e lugar.

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REFERÊNCIAS

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo:Ática, 2000.


MONDIN. Batista. Curso de Filosofia. v.1. São Paulo: Paulinas, 1982

REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia. v. 1. São Paulo: Paulinas, 1990

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