Formando: LUÍS FILIPE MARQUES DE SOUSA, Turma: DRELVT 4
SÍNTESE (TRABALHO PRÁTICO Nº 1)
Partindo do principio da análise através da aplicação da tabela matriz disponibilizada
foi possível traçar os seguintes aspectos:
A) COMPETÊNCIAS DO PROFESSOR BIBLIOTECÁRIO
O desafio proposto ao Professor Bibliotecário é simultaneamente complexo e
potencialmente confrontador. Este deverá desenvolver 3 competências básicas, a saber: -criar conectividades, desenvolver acções e identificar evidências. Ainda perspectivará o seu trabalho com o fim de atingir as seguintes competên- cias específicas: - Saber transformar informação em conhecimento (a partir de uma análise cons- trutivista do saber); - Trabalhar em parceria, desenvolvendo laços de cooperação entre os diferentes actores/ intervenientes na mudança; - Especializar-se na s tecnologias da informação e literarcia e no domínio da ges- tão da informação. Desta forma procurar-se-á combater a imagem tradicionalmente negativa associada à figura do velho guarda livros ou bibliotecário, o não reconhecimento geral do trabalho e dos esforços deo Professor Bibliotecário e por último a marginalização, imposta e pessoal do Professor Bibliotecário, ou seja de alguém que no meio escolar não participa no debate sobre o lugar da informação e da tecnologia e da informação nos currículos. Perante a experiência julgo ser uma mais valia a formação académica e o lugar que a pesquisa de informação tem tomado ao longo da minha vida escolar. No entanto reconheço a falta de formação específica relacionada com a gestão documental e da BE. É por isso uma oportunidade de formação, de desenvolvimento de competências para liderança e para o desenvolvimento de estratégias de gestão. Porém a grande contrariedade existente vem do interior da escola, aquilo que é identificado como ambiente externo próximo, e que se caracteriza pela inexistência de cultura de escola. Fenómenos como a descrença, a apatia e a indiferença perante a existência de um espaço anterior à actual BE, resultaram numa recusa de apropriação deste novo. Adiante-se que a presente BE foi uma imposição de factores exógenos à comunidade educativa. A BE assume-se assim como um desfio ao Professor Bibliotecá- rio e Coordenador da BE no que respeita à gestão dos recursos educativos, à optimiza- ção dos processos e à implantação da mudança.
B) ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA BIBLIOTECA ESCOLAR
Surge ao Professor Bibliotecário como principais preocupações a manutenção
das verbas e fundos e a existência da colecção actual. Preocupações estas que desviam o Professor Bibliotecário da sua função de alargamento da informação e da formação de utilizadores. Muitas vezes as BE’s são consideradas para os órgãos de gestão e direcção como um desperdício de verbas, fundos e até de recursos humanos. E acrescido a isso o antagonismo que algumas concepções tem de que a gestão das tecnologias de informação é mais importante que a própria gestão da informação. Presentemente a BE conta com a disponibilidade total do Professor Bibliotecá- rio que exerce a função de Coordenador da BE. Contudo a sua actuação é contraposta pelos factores externos e pela já apontada falta de cultura de escola e da apropriação da existência da BE. Esta encontra-se em fase de instalação, desde 2007/08, e procura- se desde já a articulação curricular e a cooperação interdepartamental. Procura-se pois criar um gosto pela BE implementando o hábito de gestão e optimização dos recursos, de modo a que haja uma intensificação do paradigma digital criando-se uma rede de conexões e desenvolvendo uma cultura de literarcia da infor- mação.
C) GESTÃO DA COLECÇÃO
A presença de uma BE com sua colecção ou fundo documental e equipamento
é muitas das vezes mal entendida como desperdício de verbas e de recursos humanos. Tal atitude gera desde já a falta de renovação e diversificação das fontes, documentos e meios de acesso à informação. É importante neste meio e ambiente de mudança salientar a disponibilidade e abertura da pessoa do Professor Bibliotecário, que apesar de ter encontrado a BE em fase de instalação, pois a colecção caracteriza-se mais por uma miscelânea inclassificada de documentos, vê no seu trabalho uma oportunidade de materializar o que tem aprendido sobre gestão da documentação e de renovar o fundo documental. É pois ele o principal responsável pela aquisição e organização do fundo docu- mental, equipamento e mobiliário. No entanto muitas vezes a sua acção é condicionada pelos factores externos já mencionados. A BE é pois um desfio à sua capacidade de reorganizar e gerir a colecção e a BE. Presentemente centra-se nos trabalhos de registo, catalogação, desbaste e aquisição.
D) A BE COMO ESPAÇO DE CONHECIMENTO E APRENDIZAGEM
O Professor Bibliotecário argumenta sempre que a sua principal contrariedade é
a falta de tempo. Não é difícil deixar de encontrar quem não argumente que necessita de mais tempo para formações, desenvolvimento pessoal e dinamizar os docentes e utilizadores. Porém conta nesta tarefa com o precioso apoio dos docentes mais novos que aqui chegados pela 1ª vez, tal como ele, trazem dinâmicas de trabalho e cooperação mais concretas. Apesar da velha resistência dos factores externos, já identificados, constituírem em algumas alturas um entrave e até descrédito para o trabalho de cola- boração e articulação com os diferentes departamentos. Não é sem algumas expectativas que espera os resultados da articulação curricu- lar, da formação de utilizadores e da concretização de conexões que permitam o desenvolvimento do espaço de conhecimento e da literarcia da informação. Nota-se porém as resistências e até alguma falta de cooperação entre os dife- rentes órgãos, o que desde já se torna um obstáculo ao trabalho proposto e a desen- volver no âmbito do PAA da BE. É uma das valências da BE ser e tornar-se o centro das aprendizagens e da cons- trução do conhecimento. Assim deverá ser o centro do paradigma digital, inculcando na comunidade educativa novas práticas e formas de gestão da informação.
E) FORMAÇÃO PARA A LEITURA E LITERACIA
“all self-centred and ego-driver dimension”
A frase de Ross Todd é exemplificativa das resistências que os factores externos,
sobretudo aqueles que resultam do ambiente externo próximo, podem fazer no domi- nio da aprendizagem e desenvolvimento de competências para a formação, para a lei- tura e para a literacia. O centrar-se em si próprio e o auto dirigismo de muitos dos professores e acto- res educativos constitui um entrave ao trabalho da BE e do Professor Bibliotecário. Principalmente pela pouca importância atribuída ao papel de ambos. Contudo a BE conta com o Coordenador da BE a tempo inteiro e com a colaboração da colega res- ponsável pelo PNL, que integra a equipa da BE. No entanto a situação anterior caracterizava-se pela inexistência de Planificação e de Coordenação da BE. Além de que o PNL não integrava as actividades e a gestão da BE. A situação actual é diferente, existe uma equipa restrita com objectivos direccio- nados para a promoção da leitura e da literarcia da informação. Assim a actuação da equipa no desenvolvimento de actividades de promoção do PNL e da literarcia da informação, visa promover o sucesso educativo melhorando aprendizagens e trabalhos escolares, junto de docentes e alunos. É pois estratégia a desenvolver a formação de utilizadores, direccionada para a competência de pesquisa e identificação das conexões interdisciplinares e intercurriculares ligadas a uma boa gestão da informação.
F) A BE E OS NOVOS AMBIENTES DIGITAIS
É conhecido de todos que se torna ineficaz e impraticável o manuseio e ou ges-
tão de largos volumes de informação. Primeiro pela capacidade e segundo pela dificul- dade de articulação. Assim gerou-se em torno de uma das novas tecnologias de infor- mação grandes expectativas que por sua vez se mostraram improdutivas, dando ori- gem a fracas pesquisas. Outro dos contratempos dos novos ambientes digitais é o acesso lento à infor- mação on-line. Mesmo recentemente o sistema ADSL, banda larga, mostrou-se em inú- meros casos desmotivadora da realização das pesquisas. Por outro lado a tentação do donwload , do copy-paste, torna-se cada vez mais vulgar. Por isso a apropriação inde- vida da informação, sem referências, torna o plágio e o acto de plagiar como comum e banal. A BE em que desenvolve o seu trabalho encontra-se razoavelmente equipada para função de acesso à informação digital. Porém falta a formação dos docentes e assistentes operacionais que possam auxiliar os utilizadores nestas tarefas. É assim que se propõe a construção de um Guia do Utilizador dos Meios Digitais, onde se disponibi- lizará formação e informação sobre a gestão da informação digital. Contudo a falta de formação adequada torna a actuação menos eficaz, o que por si só é um desafio, quer para o formador quer para os formandos. G) GESTÃO DE EVIDÊNCIAS
O principal facto é a falta de dados/evidencias sobre a BE. Ao longo do ano tran-
sacto e nos anteriores a equipa nunca recolheu qualquer elemento que possa permitir uma comparação e programar uma avaliação com vista a uma intervenção. A principal tarefa do Coordenador da BE é de criar os instrumentos e fazer a recolha das evidências, permitindo que a avaliação da BE venha a constituir uma mais valia para o conhecimento dos pontos fortes e fracos. A Criação de uma bateria de ins- trumentos permitirá o enquadramento da BE nas novas estruturas e condicionantes propostas pela RBE e pela a Educação para o Século XXI. A crónica resistência dos factores externos, sobretudo do ambiente externo pró- ximo dificulta em muito a realização desta tarefa, uma vez que mesmo dentro da equi- pa alargada a aplicação da avaliação da BE é posta em causa, não pela sua necessidade mas pelo peso do trabalho que envolve. É pois necessário uma mudança de atitudes e objectivos. É preciso criar nos docentes, ambiente externo próximo, a capacidade e a necessidade de auto avaliação.
H) GESTÃO DA MUDANÇA
O que conta a BE para entrar na mudança?
O Coordenador da BE é por inerência o sujeito da mudança, é o líder da gestão e do desenvolvimento de uma cultura de conhecimento e saber usando a informação e gerindo-a. Para isso deve contar com o apoio da Direcção e que lhe sejam postos à dis- posição os meios de gestão e de renovação da colecção da BE. É ele o responsável pela organização, gestão e criação dos instrumentos de gestão, formação e avaliação da BE.