You are on page 1of 5

DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO DA MUDANÇA

(28 DE OUTUBRO A 2 DE NOVEMBRO DE 2010)

Formando: LUÍS FILIPE MARQUES DE SOUSA, Turma: DRELVT 4

SÍNTESE (TRABALHO PRÁTICO Nº 1)

Partindo do principio da análise através da aplicação da tabela matriz disponibilizada


foi possível traçar os seguintes aspectos:

A) COMPETÊNCIAS DO PROFESSOR BIBLIOTECÁRIO

O desafio proposto ao Professor Bibliotecário é simultaneamente complexo e


potencialmente confrontador. Este deverá desenvolver 3 competências básicas, a
saber: -criar conectividades, desenvolver acções e identificar evidências.
Ainda perspectivará o seu trabalho com o fim de atingir as seguintes competên-
cias específicas:
- Saber transformar informação em conhecimento (a partir de uma análise cons-
trutivista do saber);
- Trabalhar em parceria, desenvolvendo laços de cooperação entre os diferentes
actores/ intervenientes na mudança;
- Especializar-se na s tecnologias da informação e literarcia e no domínio da ges-
tão da informação.
Desta forma procurar-se-á combater a imagem tradicionalmente negativa
associada à figura do velho guarda livros ou bibliotecário, o não reconhecimento geral
do trabalho e dos esforços deo Professor Bibliotecário e por último a marginalização,
imposta e pessoal do Professor Bibliotecário, ou seja de alguém que no meio escolar
não participa no debate sobre o lugar da informação e da tecnologia e da informação
nos currículos.
Perante a experiência julgo ser uma mais valia a formação académica e o lugar
que a pesquisa de informação tem tomado ao longo da minha vida escolar. No entanto
reconheço a falta de formação específica relacionada com a gestão documental e da
BE. É por isso uma oportunidade de formação, de desenvolvimento de competências
para liderança e para o desenvolvimento de estratégias de gestão.
Porém a grande contrariedade existente vem do interior da escola, aquilo que é
identificado como ambiente externo próximo, e que se caracteriza pela inexistência de
cultura de escola. Fenómenos como a descrença, a apatia e a indiferença perante a
existência de um espaço anterior à actual BE, resultaram numa recusa de apropriação
deste novo. Adiante-se que a presente BE foi uma imposição de factores exógenos à
comunidade educativa. A BE assume-se assim como um desfio ao Professor Bibliotecá-
rio e Coordenador da BE no que respeita à gestão dos recursos educativos, à optimiza-
ção dos processos e à implantação da mudança.

B) ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DA BIBLIOTECA ESCOLAR

Surge ao Professor Bibliotecário como principais preocupações a manutenção


das verbas e fundos e a existência da colecção actual. Preocupações estas que desviam
o Professor Bibliotecário da sua função de alargamento da informação e da formação
de utilizadores.
Muitas vezes as BE’s são consideradas para os órgãos de gestão e direcção
como um desperdício de verbas, fundos e até de recursos humanos. E acrescido a isso
o antagonismo que algumas concepções tem de que a gestão das tecnologias de
informação é mais importante que a própria gestão da informação.
Presentemente a BE conta com a disponibilidade total do Professor Bibliotecá-
rio que exerce a função de Coordenador da BE. Contudo a sua actuação é contraposta
pelos factores externos e pela já apontada falta de cultura de escola e da apropriação
da existência da BE. Esta encontra-se em fase de instalação, desde 2007/08, e procura-
se desde já a articulação curricular e a cooperação interdepartamental.
Procura-se pois criar um gosto pela BE implementando o hábito de gestão e
optimização dos recursos, de modo a que haja uma intensificação do paradigma digital
criando-se uma rede de conexões e desenvolvendo uma cultura de literarcia da infor-
mação.

C) GESTÃO DA COLECÇÃO

A presença de uma BE com sua colecção ou fundo documental e equipamento


é muitas das vezes mal entendida como desperdício de verbas e de recursos humanos.
Tal atitude gera desde já a falta de renovação e diversificação das fontes, documentos
e meios de acesso à informação. É importante neste meio e ambiente de mudança
salientar a disponibilidade e abertura da pessoa do Professor Bibliotecário, que apesar
de ter encontrado a BE em fase de instalação, pois a colecção caracteriza-se mais por
uma miscelânea inclassificada de documentos, vê no seu trabalho uma oportunidade
de materializar o que tem aprendido sobre gestão da documentação e de renovar o
fundo documental.
É pois ele o principal responsável pela aquisição e organização do fundo docu-
mental, equipamento e mobiliário.
No entanto muitas vezes a sua acção é condicionada pelos factores externos já
mencionados. A BE é pois um desfio à sua capacidade de reorganizar e gerir a colecção
e a BE. Presentemente centra-se nos trabalhos de registo, catalogação, desbaste e
aquisição.

D) A BE COMO ESPAÇO DE CONHECIMENTO E APRENDIZAGEM

O Professor Bibliotecário argumenta sempre que a sua principal contrariedade é


a falta de tempo. Não é difícil deixar de encontrar quem não argumente que necessita
de mais tempo para formações, desenvolvimento pessoal e dinamizar os docentes e
utilizadores.
Porém conta nesta tarefa com o precioso apoio dos docentes mais novos que
aqui chegados pela 1ª vez, tal como ele, trazem dinâmicas de trabalho e cooperação
mais concretas. Apesar da velha resistência dos factores externos, já identificados,
constituírem em algumas alturas um entrave e até descrédito para o trabalho de cola-
boração e articulação com os diferentes departamentos.
Não é sem algumas expectativas que espera os resultados da articulação curricu-
lar, da formação de utilizadores e da concretização de conexões que permitam o
desenvolvimento do espaço de conhecimento e da literarcia da informação.
Nota-se porém as resistências e até alguma falta de cooperação entre os dife-
rentes órgãos, o que desde já se torna um obstáculo ao trabalho proposto e a desen-
volver no âmbito do PAA da BE.
É uma das valências da BE ser e tornar-se o centro das aprendizagens e da cons-
trução do conhecimento. Assim deverá ser o centro do paradigma digital, inculcando
na comunidade educativa novas práticas e formas de gestão da informação.

E) FORMAÇÃO PARA A LEITURA E LITERACIA


“all self-centred and ego-driver dimension”

A frase de Ross Todd é exemplificativa das resistências que os factores externos,


sobretudo aqueles que resultam do ambiente externo próximo, podem fazer no domi-
nio da aprendizagem e desenvolvimento de competências para a formação, para a lei-
tura e para a literacia.
O centrar-se em si próprio e o auto dirigismo de muitos dos professores e acto-
res educativos constitui um entrave ao trabalho da BE e do Professor Bibliotecário.
Principalmente pela pouca importância atribuída ao papel de ambos. Contudo a BE
conta com o Coordenador da BE a tempo inteiro e com a colaboração da colega res-
ponsável pelo PNL, que integra a equipa da BE.
No entanto a situação anterior caracterizava-se pela inexistência de Planificação
e de Coordenação da BE. Além de que o PNL não integrava as actividades e a gestão da
BE. A situação actual é diferente, existe uma equipa restrita com objectivos direccio-
nados para a promoção da leitura e da literarcia da informação.
Assim a actuação da equipa no desenvolvimento de actividades de promoção do
PNL e da literarcia da informação, visa promover o sucesso educativo melhorando
aprendizagens e trabalhos escolares, junto de docentes e alunos. É pois estratégia a
desenvolver a formação de utilizadores, direccionada para a competência de pesquisa
e identificação das conexões interdisciplinares e intercurriculares ligadas a uma boa
gestão da informação.

F) A BE E OS NOVOS AMBIENTES DIGITAIS

É conhecido de todos que se torna ineficaz e impraticável o manuseio e ou ges-


tão de largos volumes de informação. Primeiro pela capacidade e segundo pela dificul-
dade de articulação. Assim gerou-se em torno de uma das novas tecnologias de infor-
mação grandes expectativas que por sua vez se mostraram improdutivas, dando ori-
gem a fracas pesquisas.
Outro dos contratempos dos novos ambientes digitais é o acesso lento à infor-
mação on-line. Mesmo recentemente o sistema ADSL, banda larga, mostrou-se em inú-
meros casos desmotivadora da realização das pesquisas. Por outro lado a tentação do
donwload , do copy-paste, torna-se cada vez mais vulgar. Por isso a apropriação inde-
vida da informação, sem referências, torna o plágio e o acto de plagiar como comum e
banal.
A BE em que desenvolve o seu trabalho encontra-se razoavelmente equipada
para função de acesso à informação digital. Porém falta a formação dos docentes e
assistentes operacionais que possam auxiliar os utilizadores nestas tarefas. É assim que
se propõe a construção de um Guia do Utilizador dos Meios Digitais, onde se disponibi-
lizará formação e informação sobre a gestão da informação digital.
Contudo a falta de formação adequada torna a actuação menos eficaz, o que por
si só é um desafio, quer para o formador quer para os formandos.
G) GESTÃO DE EVIDÊNCIAS

O principal facto é a falta de dados/evidencias sobre a BE. Ao longo do ano tran-


sacto e nos anteriores a equipa nunca recolheu qualquer elemento que possa permitir
uma comparação e programar uma avaliação com vista a uma intervenção.
A principal tarefa do Coordenador da BE é de criar os instrumentos e fazer a
recolha das evidências, permitindo que a avaliação da BE venha a constituir uma mais
valia para o conhecimento dos pontos fortes e fracos. A Criação de uma bateria de ins-
trumentos permitirá o enquadramento da BE nas novas estruturas e condicionantes
propostas pela RBE e pela a Educação para o Século XXI.
A crónica resistência dos factores externos, sobretudo do ambiente externo pró-
ximo dificulta em muito a realização desta tarefa, uma vez que mesmo dentro da equi-
pa alargada a aplicação da avaliação da BE é posta em causa, não pela sua necessidade
mas pelo peso do trabalho que envolve.
É pois necessário uma mudança de atitudes e objectivos. É preciso criar nos
docentes, ambiente externo próximo, a capacidade e a necessidade de auto avaliação.

H) GESTÃO DA MUDANÇA

O que conta a BE para entrar na mudança?


O Coordenador da BE é por inerência o sujeito da mudança, é o líder da gestão e
do desenvolvimento de uma cultura de conhecimento e saber usando a informação e
gerindo-a. Para isso deve contar com o apoio da Direcção e que lhe sejam postos à dis-
posição os meios de gestão e de renovação da colecção da BE. É ele o responsável pela
organização, gestão e criação dos instrumentos de gestão, formação e avaliação da BE.

You might also like