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FERNANDA ASSUMPÇÃO LEITE

FRANCIELLE HAERTEL DA SILVA


GERSON JARDEL KAZMIRCZAK
JANAINA DA SILVA FERREIRA

RESUMO CRÍTICO

Trabalho realizado para a disciplina de Produção


Textual Acadêmica I do curso de Ciências Contábeis
da Universidade Federal do Estado de Santa
Catarina.

Professor: Marco Antonio Castelli

FLORIANÓPOLIS

2010
RESUMO CRÍTICO

Hélio Pellegrino trás a tona, através do texto “Pacto Edípico e Pacto Social (Da
gramática do desejo à sem-vergonhice brasílica)”, um tema popularmente conhecido,
pois se desenvolve no dia a dia. A partir de uma análise psicanalítica, ele busca na teoria
de Freud embasamento para explicar o pacto do pai, o medo da castração e a renúncia
aos impulsos sexuais para a construção e transformação da vida social e um princípio de
realidade.
O motivo destas informações não é outro, senão entender os acontecimentos
inconstantes pelos quais passa o indivíduo e os argumentos e armas que utiliza para
defender-se daqueles que quebram o pacto do pai e o pacto social.
Tais pactos quando cumpridos trazem equilíbrio entre a sociedade e os
indivíduos. A quebra destes pactos significa que o indivíduo teve que fazer renúncias
para se adequar a sociedade e ela nada ofereceu em contrapartida: nem trabalho, nem
saúde, nem moradia, nem nada que deveria ser garantido pelo governo.
Relembrando a época da colonização é possível compreender de forma clara
esta intervenção do governo nas relações sociais, causando a quebra dos pactos
firmados. Podemos destacar a censura às obras de artista iluministas, às manifestações
contra a igreja e contra o poder laico, às idéias contra a monarquia e aos defensores da
abolição da escravatura. Há ainda como destaque, a retirada de direitos de costumes e
da liberdade dos índios.
Com estes acontecimentos observou-se que o ser perdeu sua dignidade, perdeu o
controle do seu corpo e de seus pensamentos. O que pode restar mais a ele, senão lutar
contra esta sociedade de imposições? E a pergunta é: como?
O golpe militar de 64, segundo o autor, é o grande marco da quebra do pacto
social. Foi responsável pelo nascimento de um capitalismo selvagem, no qual o capital
tem maior grau de importância em comparação aos trabalhadores.
Contudo, com o golpe militar, o problema da censura intensificou-se,
especialmente após a promulgação do AI-5, por Costa e Silva, obrigando que todo
veículo de comunicação tivesse seu texto ou qualquer outra material inspecionado e
aprovado pelos agentes do governo, antes de serem publicados. O intuito era coibir
quaisquer idéias contrárias ao governo; este temendo a revolta do povo, omitia e mentia
sobre fatos, camuflando informações e distorcendo outras.
Neste momento intenso, o povo não via sentido nas coisas, não sabia que estava
vivendo sob uma ditadura militar, sofria com a miséria, com a desilusão e com a total
falta de informações. Os mais abastados e intelectuais da sociedade que sabiam o que
era democracia, revoltavam-se e tentavam esclarecer o povo.
Por estes motivos muitos eram torturados, presos, mortos ou exilados, sem que
tenham sido dadas quaisquer informações aos amigos e familiares, tornando o ambiente
hostil e revoltando o povo. Estes, apesar de compreenderem as falcatruas que estavam
acontecendo, sentiam-se incapazes, já que a lei não os amparava. Neste período o
governo brasileiro criou a frase “Brasil, ame-o ou deixe-o”, e muitos inocentes
utilizavam este adesivo em seus carros sem conhecer o real teor da frase.
E então, surge novamente a pergunta: Como?
Foi então que surgiu a idéia de manifestar-se de forma imprecisa, questionando
as políticas, informando a população, incentivando a revolução, sem que os governantes
entendessem estas artimanhas. As manifestações contra a ditadura intensificavam
através da música, da arte, da poesia e do teatro.
Uma das canções censuradas foi "CÁLICE" de Chico Buarque (1978), pois sua
sonoridade permitia a interpretação da palavra CALE-SE, e era um protesto à Ditadura
Militar. Para os militares, o teatro era considerado uma cultura subversiva, entre os
artistas mais censurados estavam: Plínio Marcos, Gianfranceso Guarnieri e Dias Gomes.
Não podemos deixar de ressaltar a Passeata dos Cem Mil que foi também uma
manifestação popular de protesto contra a Ditadura Militar no Brasil, ocorrida em 26 de
junho de 1968, na cidade do Rio de Janeiro, organizada pelo movimento estudantil e
que contou com a participação de artistas, intelectuais e outros setores da sociedade
brasileira.
Como se pode observar, o povo estava se organizando, e estava chegando o
momento de dizer chega! Assim como orienta Hélio Pellegrino em seu texto. Uma das
formas que os intelectuais encontraram para obter o retorno da liberdade democrática
foi reunir o povo, realizar comícios e reivindicar eleições diretas para presidente através
do movimento “Diretas Já”.
Após intensas manifestações conquista-se a redemocratização, as massas se
acalmam, parecem esquecer-se de tudo que passaram e continuam a se esconder na
cegueira habitual. Aproveitando-se da calmaria do povo, o presidente Collor, em uma
tentativa insana de conter a inflação, bloqueia a poupança dos brasileiros. Com certeza,
um erro grave, que leva mais uma vez a quebra do pacto social.
Hoje estamos vivenciando um governo democrático, ao menos assim é
chamado! Apesar disso, a mídia divulga diversas denúncias contra o atual governo em
relação a censura. As piores delas, com certeza, são as provenientes de decisões
judiciais que determinam se um material deve ou não ser publicado, alegando motivos
diversos e inibindo a liberdade de expressão.
Hélio Pellegrino afirma em seu texto que é mais honrado e menos perverso ser
delinqüente fora da lei do que sê-lo em nome da lei, acobertado e protegido por ela. E
ele tem toda a razão, apesar do texto datar a década de 80, ainda hoje, somos
manipulados e enganados pelo governo que nos cobra altíssimos impostos e nada nos dá
em contrapartida: ainda continuamos sem trabalho, sem moradia e sem saúde...!
Como podem cobrar que as leis sejam cumpridas, se muitas delas não são éticas
e muito menos a favor do povo? O governo tenta nos iludir com bolsa família, bolsa
gás, entre outras, mas temos que nos concentrar no mais importante “nossa dignidade
está sendo respeitada? Nosso trabalho está permitindo o sustento de nossas famílias?
Os direitos previstos no artigo 5° da constituição estão sendo cumpridos?”.
Portanto, a luta para que os pactos sejam cumpridos é constante. A história
apresenta diversos rompimentos e também as soluções que foram desenvolvidas.
Devemos sempre estar atentos aos acontecimentos e fazer valer nossa voz através do
voto. Hélio Pellegrino foi e é atualíssimo por relatar problemas que somente mudam de
nome, mas que até hoje não foram solucionados.
BIBLIOGRAFIA

Serra, Paulo. Iluminismo e comunicação – de Locke a Kant.Universidade da Beira


Interior. Disponível em: http://www.bocc.uff.br/pag/serra-paulo-iluminismo-
comunicacao-locke-kant.pdf . Acesso em 9 nov. 2010.

Cabral, Gabriela. Colonização no Brasil Equipe Brasil Escola. Disponível em:


http://www.brasilescola.com/historiab/colonizacao-brasil.htm . Acesso em 8 nov.2010.

Benevides, Maria victoria. 64, um golpe de classe? Disponível em:


http://www.scielo.br/pdf/ln/n58/a12n58.pdf . Acesso em 10 nov. 2010.

Domingues, Daniele. AI-5: o golpe dentro do golpe. Disponível em:


http://pucriodigital.com.pucrio.br/media/7%20%20ai5%20o%20golpe%20dentro%20do
%20golpe.pdf . Acesso em 10 nov. 2010.

Schwarcz, Lilia Moritz. A Longa Viagem da Biblioteca dos Reis. Ed. Companhia das
Letras, 2002. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Censura_no_Brasil. Acesso
em 09 nov. 2010.

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