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REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

• As expressões remuneração e salário corresponderiam ao conjunto de parcelas


contraprestativas recebidas pelo empregado, no contexto da relação de emprego,
denunciadoras do caráter oneroso do contrato de trabalho pactuado.
• Podemos vislumbrar que a doutrina justrabalhista tem dado pelo menos três
sentidos diferenciados à expressão remuneração.
• 1º - A primeira dessas acepções praticamente identifica, como visto, o conceito
de remuneração ao de salário como se fossem expressões equivalentes.
• 2ª - Para essa segunda corrente remuneração seria o gênero; salário, a espécie
mais importante das parcelas contraprestativas empregatícias.
• 3ª - A terceiro acepção esta fundada no modelo proposto pela CLT (art. 76 e
457). Segundo tal entendimento salário seria o conjunto de parcelas
contraprestativas devidas e pagas diretamente pelo empregador ao empregado,
em virtude da relação de emprego. Com base em tal modelo, valeu-se a CLT da
expressão remuneração para incluir, no conjunto do salário contratual, as
gorjetas recebidas pelo obreiro.
• Essa terceira corrente pode ser observada sob dois primas.
• Amauri Mascaro defende que o legislador quis que as gorjetas compusessem o
âmbito salarial. Como as gorjetas não são pagamento efetuado diretamente pelo
empregador ao empregado, a solução encontrada foi introduzir na lei a palavra
remuneração. Nesta linha, o ordem justrabalhista brasileira teria se valido da
expressão remuneração apenas para determinar que as gorjetas, embora não
sendo pagas diretamente pelo empregador, integrassem o salário contratual, para
diversos fins legais.
• Há uma outra vertente, que busca alargar a diferenciação insculpida nos artigo
76 e 457, caput, da CLT. Para tal vertente, a CLT teria criado dois tipos-legais
distintos e inconfundíveis: o salário, parcela contraprestativa paga diretamente
pelo empregador, e a remuneração, parcela contraprestativa paga diretamente
por terceiros.
• Tal linha de raciocínio teria por fim destacar que as parcelas estritamente
remuneratórias não produziriam efeitos próprios às parcelas estritamente
salariais. (Vide Súmula TST).

Denominações impróprias (salário)

• Salário de contribuição;
• Salário de benefício;
• Salário-família (baixa renda + dependentes inválidos ou menores de 14 anos);
• Salário maternidade (previdência);
• Salário educação (contribuição social)
• Denominações próprias
• Salário mínimo legal;
• Salário profissional (Lei n.º 3.999/61 – médico);
• Salário normativo (sentença normativa, ACT e CCT);
• Salário equitativo (Lei 6.019/74 e estrangeiro – art. 358);
• Salário complessivo ( Súmula 91 TST);
• Salário básico (Súmula 191 TST).
Parcelas salariais dissimuladas

• Diárias para viagem e ajudas de custo (Vide art. 457, §§ 1º e 2º).


• A presunção na hipótese é relativa.
• Súmula 101 e 318 TST.
• As parcelas de natureza indenizatória são de dois tipos principais. De um lado,
há as indenizações por despesas reais (diárias de viagens). De outro lado, há as
indenizações construídas a outros títulos, seja para ressarcir direito trabalhista
não fruído em sua integralidade, seja para reparar garantia jurídica desrespeitada
(indenizações de férias não gozadas, de aviso-prévio indenizado, indenizações
por dano moral)
• Parcelas meramente instrumentais são aquelas utilidades ofertadas pelo
empregador ao obreiro essencialmente como mecanismo viabilizador da própria
realização do serviço contratado ou viabilizador do aperfeiçoamento no processo
de consecução do trabalho (uniformes, EPI’s).
• Vide artigo 458, § 2º, CLT.
• A parcela participação nos lucros empresariais não tem natureza salarial. A
referida verba pode deixar de ser paga nos exercícios negativos apresentados
pela empresa. Entretanto, não pode ser excluída sua previsão nos contratos em
que há a sua previsão (vide Súmula 51 TST).

Parcelas econômicas pagas ao empregado por terceiros

• Gorjetas;
• Os honorários de sucumbência do advogado empregado não devem ser tidos por
parcelas que incorporam a remuneração a exemplo das gorjetas. As referidas
verbas são pagas em decorrência de um trabalho prestado contra os interesses do
devedor dos honorários de sucumbência, e não em seu benefício. Deve ser
observado, ainda, a ausência do caráter contraprestativo da referida parcela.

Características do salário

• Caráter alimentar;
• Caráter forfetário;
• Indisponibilidade;
• Irredutibilidade;
• Periodicidade;
• Natureza composta;
• Pós-numeração
*Pós-numeração e as utilidades

• Salário por unidade de tempo: é aquele que se computa adotando-se como


parâmetro a duração do serviço prestado. (art. 459 CLT).
• Salário por unidade de obra: é aquele cujo cômputo adota como parâmetro a
produção alcançada pelo empregado. Nível salarial mínimo é garantido.
• Salário-tarefa: é aquele que se afere através da fórmula combinatória do critério
da unidade de obra com o critério da unidade de tempo.
Salário utilidade

• O direito do trabalho autoriza o pagamento o pagamento do salário, além do


valor em pecúnia, também em bens e serviços. É o denominado salário utilidade.
• Para caracterização do salário utilidade deve-se ser observadas a presença de
dois requisitos essenciais, quais sejam: Habitualidade e objetivos
contraprestativos.
• Deve-se observar que não terá caráter retributivo o fornecimento de bens ou
serviços feitos em atendimento a dever legal.
• Não consistirá salário utilidade o bem ou serviço fornecido pelo empregador ao
empregado como meio de tornar viável a própria prestação de serviços. É o que
se passa, por exemplo, com o fornecimento de alimentação em trabalho em
plataformas marítimas ou em frentes de trabalho situadas em locais inóspitos ou
longíquos.

Alimentação

• Súmula 241 TST;


• Plataformas marítimas e locais inóspitos;
• PAT (OJ 13, SDI-I/TST)
• O montante salarial pago em utilidades não pode alcançar 70% do salário – caso
o obreiro receba apenas, no total, o salário mínimo (art. 82, parágrafo único,
CLT).
• Esse limite não se aplica sobre parâmetros salariais superiores ao mínimo legal.

Percentuais relativos a algumas utilidades fixados em lei:

• Habitação 25% (Rural 20%)


• Alimentação 20% (Rural 25%)

* No caso do ruralista o valor das duas utilidades deve ser calculado sobre o valor
do salário mínimo.

• A moradia coletiva de famílias é vedada quando se fala de utilidade habitação


para fins de aplicação quanto à pessoa do ruralista.
• A Lei .º 9.300/96 permitiu às partes, mediante ajuste expresso no contrato, elidir
o caráter salarial das utilidades habitação e alimentação.

• Salário básico: parcela mais relevante entre todas as salariais existentes no


âmbito da relação de emprego. É a contraprestação salarial fixa principal paga
pelo empregador ao empregado, o salário básico, submete-se à regra da
periodicidade máxima mensal.
• Abono: consiste em antecipações pecuniárias efetuadas pelo empregador ao
empregado.
• Adicionais: consistem em parcelas contraprestativas suplementares devidas ao
empregado em virtude do exercício do trabalho em circunstâncias tipificadas
mais gravosas. Vide Súmulas 60 e 265; 76 e 291; 80 e 248, todas do TST. Os
adicionais podem ser legais (abrangentes e restritivos) ou convencionais
• Gratificações: consistem em parcelas contraprestativas pagas pelo empregador
ao empregado em decorrência de um evento ou circunstância tida como
relevante pelo empregador ou por normas jurídicas.

* O que a lei chama de adicional de tempo de serviço na verdade tem natureza de


gratificação (Vide Súmulas 202, 203, 225 e 226 TST).

• 13º Salário: consiste em parcela contraprestativa paga pelo empregador ao


empregado em caráter de gratificação legal, no importe da remuneração devida
em dezembro de cada ano ou no último mês contratual, caso rompido
antecipadamente a dezembro o pacto. É garantia de todo empregado. Aplica-se
ao temporário (Lei n.º 6.019/74). É pago em duas frações: a primeira entre os
meses de fevereiro e novembro e a segunda até o dia 20 de dezembro. É devido
o 13º proporcional em todas as hipóteses de dispensa, a única exceção a essa
regra geral é na hipótese de dispensa por justa causa.

• Comissões: Consistem em parcelas contraprestativas pagas pelo empregador ao


empregado em decorrência de uma produção alcançada pelo obreiro no contexto
do contrato, calculando-se, variavelmente, em contrapartida a essa produção.
• Vide Súmula 27 e 340 TST.
• Ultimação do negócio: considera-se ultimado o negócio quando aceita pelo
comprador a proposta nos moldes que lhe foi proposta (prazo: 10 ou 90 dias a
depender se dentro ou fora do Estado-membro).
• Pagamento da comissão: pode ser feita em até três meses da ultimação do
negócio. A insolvência do comprador, e não o mero inadimplemento, permite ao
empregador o direito de estornar a comissão.
• Exclusividade da zona de trabalho: não é imperativa. Entretanto se prevista em
contrato vincula o empregador que estará obrigado a pagar ao empregado todas
as comissões referentes às vendas ultimadas na zona de trabalho. A transferência
unilateral da zona de trabalho gera direito de que seja assegurado como mínimo
de remuneração, um salário correspondente à média dos 12 últimos meses
anteriores à transferência.
• Cláusula “Star del Credere” – Vedada!!

• Prêmios (ou Bônus): consistem em parcelas contraprestativas pagas pelo


empregador ao empregado em decorrência de um evento ou circunstância tida
como relevante pelo empregador e vinculada à conduta individual do obreiro ou
coletiva dos trabalhadores da empresa.

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