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MÓDULO CENTRO UNIVERSITÁRIO

CORPOREIDADE: ANOREXIA

Caraguatatuba

2010
ANDRÉA PIACSEK

ARIÁDYNE DEZIRÉE

JENNIFER AMANDA

NATHÁLIA GERALDES

RAFFAELA MAZZONI

CORPOREIDADE: ANOREXIA

TRABALHO APRESENTADO NA DISCIPLINA


DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, CURSO
DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA.

PROFESSOR: CARLOS

CARAGUATATUBA

2010
Justificativa

Apesar da obesidade ser a perturbação com maior incidência, a anorexia é a


doença psiquiátrica com maior taxa de mortalidade. A busca do corpo perfeito esta presente
hoje em dia em todas as classes sociais, a mídia promove distúrbios da imagem corporal e
alimentar. Pesquisas mostram que modelos, atrizes e outros ícones femininos e masculinos
vêm se tornando mais magros ao longo das décadas. Infelizmente pessoas com transtorno
alimentares sentem-se pressionados em demasia pela mídia que apresenta o corpo de forma a
estabelecer padrões a serem seguidos como, maneira de entrar no mundo de trabalho, com
fama e privilégio.

Objetivo

O objetivo de abordarmos esse assunto e fazer com que as pessoas adquiram mais
conhecimento sobre a anorexia que é considerada uma doença psicológica, a qual o próprio
doente nao tem controle sobre ela e acaba causando uma ação em cadeia, levando a outro a
outras doenças biológicas. Nossa intenção também é mostrar como esta doença está
relacionada com a mídia e a vida moderna, o que nos leva a ter uma nova visão sobre o corpo.
História da Anorexia

A anorexia nervosa já era um transtorno conhecido em épocas antigas. Durante a


Idade Média, as práticas de jejum foram compreendidas como estados de possessão
demoníaca ou milagres divinos.

A mais famosa anoréxica da história é Santa Caterina de Siena (1347), que aos
sete anos começou a recusar os alimentos, e na adolescência só se alimentava de pão e ervas.
Ingressou na ordem das Dominicanas e foi conselheira do Papa Gregório IX . Ao perceber
que suas tentativas de unificação do papado não deram resultado, se sentiu fracassada. Após
este acontecimento deixou de alimentar-se e morreu. No século IX em Avicena, o príncipe
Hamadham estava morrendo por não se alimentar, vitima de uma imensa melancolia. Esta é a
primeira referencia de um anoréxico em um contexto médico, ainda que proveniente de um
quadro depressivo.

Em 1694, Thomas Morton descreveu a "coquixia nervosa", considerando se esta


a primeira descrição clinica do transtorno. Em 1873 William Gull quem utilizou pela primeira
vez a expressão "anorexia nervosa" em uma conferencia dada em Oxford.

No começo do século XX, a anorexia começa a ser tratada sobre um ponto de


vista endocrinológico, assim em 1914 Simonds um patologista alemão, descreveu um
paciente caquético, a quem, ao fazer-lhe autopsia encontrou uma destruição pituitária e
durante os 30 anos seguintes, reinou a confusão entre insuficiência pituitária (doença de
Simonds) e anorexia nervosa. A partir dos anos 30, a anorexia passa a ser estudada
principalmente sobre o ponto de vista psicológico, deixando no esquecimento as antigas
discussões sobre a origem endócrino.

Ainda no século XX, nos anos 70 é que a investigação e a clínica da anorexia


nervosa sofreram impulsos decisivos, devido às pesquisas de três pessoas: Hilde Bruch,
Arthur Crisp e Gerald Russell.

Bruch: chama pela primeira vez atenção para a perturbação da imagem corporal
de que sofrem estes doentes.
Crisp: definiu a anorexia nervosa como uma "fobia do peso", devido ao receio
mórbido que estes doentes têm de engordar, relacionando-a com as dificuldades psicológicas
de encarar as transformações da puberdade e da adolescência.

Russell estabeleceu pela primeira vez características fundamentais da anorexia:

• O transtorno psíquico provoca a diminuição da ingestão de alimentos e a


perda de peso;
• A perda de peso é a causa do transtorno endócrino;
• A desnutrição piora o transtorno psíquico ;
• O transtorno psíquico também pode agravar de maneira direta a função
hipotalâmica e produzir amenorréia;
• É provável que exista uma relação entre um transtorno do controle do
hipotálamo na ingestão e na recusa da alimentação, característico da
anorexia;
• O transtorno hipotalâmico poderia alterar as funções psíquicas, gerando
atitudes anômalas frente ao alimento, imagem corporal e sexualidade.

Foi também Russell que em 1979 descreveu a bulimia como uma nova doença
derivada da anorexia. A palavra bulimia tem uma raiz grega que significa "fome de boi".
Russell considerou a bulimia como uma variante sinistra da anorexia.
Desenvolvimento

Anorexia nervosa é um transtorno alimentar no qual a busca implacável por


magreza leva a pessoa a recorrer a estratégias para perda de peso, ocasionando importante
emagrecimento. As pessoas anoréxicas apresentam um medo intenso de engordar mesmo
estando extremamente magras. Em 90% dos casos, acomete mulheres adolescentes e adultas
jovens, na faixa de 12 a 20 anos. É uma doença com riscos clínicos, podendo levar à morte
por desnutrição. A pessoa com esse distúrbio apresenta uma distorção em sua percepção
corporal e controla obsessivamente a quantidade de calorias dos alimentos. A anorexia possui
um índice de mortalidade entre 15 a 20%, o maior entre os transtornos psicológicos,
geralmente matando por ataque cardíaco, devido à falta de potássio ou sódio (que ajudam a
controlar o ritmo normal do coração). Pode ser causada por distúrbio da auto-estima.

Sintomas

• Peso corporal em 85% ou menos do nível normal.


• Prática excessiva de atividades físicas, mesmo tendo um peso abaixo do
normal. Comumente, anoréxicos vêem peso onde não existe, ou seja, a anoréxica pensa que
tem um peso acima do normal.
• Em mulheres, ausência de ao menos três ou mais menstruações. A anorexia
nervosa pode causar sérios danos ao sistema reprodutor feminino.
• Diminuição ou ausência da libido; nos rapazes poderá ocorrer disfunção erétil e
dificuldade em atingir a maturação sexual completa, tanto a nível físico como emocional.
• Crescimento retardado ou até paragem do mesmo, com a resultante má
formação do esqueleto (pernas e braços curtos em relação ao tronco).
• Descalcificação dos dentes; cárie dentária.
• Depressão profunda.
• Tendências suicidas.
• Bulimia, que pode desenvolver-se posteriormente em pessoas anoréxicas.
• Obstipação grave.

Quais são as causas?

Não existe uma causa única para explicar o desenvolvimento da anorexia nervosa.
Essa síndrome é considerada por uma mescla de fatores biológicos, psicológicos, familiares e
culturais. Alguns estudos chamam atenção que a extrema valorização da magreza e o
preconceito com a gordura nas sociedades ocidentais estaria fortemente associada à
ocorrência desses quadros.

Como se desenvolve?

A preocupação com o peso e a forma corporal leva o adolescente a iniciar uma


dieta progressivamente mais seletiva, evitando ao máximo alimento de alto teor calórico.
Aparecem outras estratégias para perda de peso como, por exemplo: exercícios físicos
excessivos, vômitos, jejum absoluto.

A pessoa segue se sentindo gorda, apesar de estar extremamente magra, acabando


por se tornar escrava das calorias e de rituais em relação à comida. Isola-se da família e dos
amigos, ficando cada vez mais triste, irritada e ansiosa. Dificilmente, a pessoa admite ter
problemas e não aceita ajuda de forma alguma.

Como se trata?

O tratamento deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar formada por
psiquiatra, psicólogo, pediatra, clínico e nutricionista, em função da complexa interação de
problemas emocionais e fisiológicos nos transtornos alimentares.

Quando for diagnosticada a anorexia nervosa, o médico deve avaliar se o paciente


está em risco iminente de vida, requerendo, portanto, hospitalização.

O objetivo primordial do tratamento é a recuperação do peso corporal através de


uma reeducação alimentar com apoio psicológico. Em geral, é necessário alguma forma de
psicoterapia para ajudar o paciente a lidar com sua doença e com as questões emocionais
subjacentes.

Psicoterapia individual, terapia ou orientação familiar, terapia cognitivo-


comportamental (uma psicoterapia que ensina os pacientes a modificarem pensamentos e
comportamentos anormais) são, em geral, muito produtivas.

Para o quadro de anorexia nervosa não há medicação específica indicada. O uso


de antidepressivos pode ser eficaz se houver persistência de sintomas de depressão após a
recuperação do peso corporal.
O tratamento da anorexia nervosa costuma ser demorado e difícil. O paciente deve
permanecer em acompanhamento após melhora dos sintomas para prevenir recaídas.

Como se previne?

Uma diminuição da pressão cultural e familiar com relação à valorização de


aspectos físicos, forma corporal e beleza pode eventualmente reduzir a incidência desses
quadros. É fundamental fornecer informações a respeito dos riscos dos regimes rigorosos para
obtenção de uma silhueta "ideal", pois eles têm um papel decisivo no desencadeamento dos
transtornos alimentares.

Influência da mídia na Anorexia

É inegável a influência da mídia na causa de transtornos alimentares. Isto porque a


mídia comumente impõe o estereótipo em que a magreza é um fator importantíssimo, se não
indispensável, para o sucesso social e econômico de uma pessoa, desde redes de televisão até
filmes e revistas. Tal influência é bastante negativa em crianças e adolescentes, cujas
personalidades ainda estão em formação. O corpo magro é encarado como símbolo de beleza,
poder, autocontrole e modernidade. Desta forma, a propaganda dos regimes convence o
público de que o corpo pode ser moldado. Assim, a busca pelo corpo perfeito tem levados os
jovens a cometer abusos como dietas rigorosas e exercícios físicos intensos colocando assim
sua saúde em risco.

Conclusão

Concluímos que o culto à beleza magra presente na mídia, em incontáveis


imagens, é o maior responsável pelo aumento da incidência da anorexia, mas não é o único.
Fatores genéticos e psicológicos, além de alterações biológicas, também fazem a diferença
entre a maioria das adolescentes, que não se convence jamais de sua magreza. A imagem
perfeita e inatingível do belo representado pela magreza, cada vez mais veiculada pela mídia,
bem como a profusão de publicações leigas sobre dietas para os mais variados fins, contribui
para o aumento da incidência desses distúrbios, especialmente nos países desenvolvidos e
entre as classes sociais mais favorecidas. Quanto à mídia, faz-se necessário um controle do
que deve ou não ser divulgado e, principalmente, de como essas imagens e mensagens devem
chegar ao público. Afinal de contas, o assunto é saúde. E saúde é assunto muito sério.

Bibliografia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anorexia_nervosa

http://www.drauziovarella.com.br/Sintomas/308/anorexia-nervosa

http://www.alimentacaosaudavel.org/Anorexia-Nervosa.html
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/artigos.htm

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