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Pois é exatamente isso que a análise sintática faz em relação à estrutura do período:
decompõe, examina e divide o período composto; classifica as orações que
constituem o período; e, em cada oração, verifica a função sintática de cada um dos
elementos (termos) constitutivos.
É como se fossem realizadas duas análises simultaneamente: uma análise
“macro” – O PERÍODO COMPOSTO E SUAS ORAÇÕES; e uma análise “micro”
– OS TERMOS QUE COMPÕEM CADA ORAÇÃO.
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Vimos, na aula passada, que um período composto pode ser formado com orações
independentes (período composto por coordenação) ou dependentes (período
composto por subordinação).
Em princípio, cada oração coordenada pode formar um período simples por si –
basta, para isso, que se retire a conjunção e se faça a pontuação adequada. Já a
oração subordinada exerce função sintática em outra oração, perdendo o sentido se
estiver separada desta.
TERMOS DA ORAÇÃO
A partir de agora, iremos realizar aquela “análise micro”, ou seja, examinar os
elementos que compõem uma oração.
Eles se dividem em ESSENCIAIS, INTEGRANTES e ACESSÓRIOS.
1 - ESSENCIAIS
Os termos essenciais da oração são SUJEITO e PREDICADO.
O sujeito é o ser sobre o qual se faz uma declaração. Tem seu núcleo (palavra ou
termo central, principal) representado por um substantivo ou um pronome
substantivo. Em torno deste núcleo, podem estar presentes outros elementos, em
funções acessórias. A função de sujeito também pode ser exercida, em um período
composto por subordinação, por uma oração subordinada substantiva (estudado à
exaustão na aula passada).
O predicado é o termo que efetivamente apresenta a mensagem. Ordinariamente,
podemos dizer que é o que se declara sobre o sujeito. Com exceção do vocativo
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(função a ser analisada à parte), tudo o que não for sujeito, ou não estiver ligado ao
núcleo do sujeito, pertence ao predicado.
Contudo, nem sempre o sujeito e o predicado vêm expressos. Em “Andei léguas.”,
o sujeito é identificado pela desinência verbal (EU andei).
Já em “Linda cidade, Rio de Janeiro.”, a forma verbal “é” está subentendida.
Elipse é, pois, a omissão em uma frase de um termo facilmente identificável.
Chamam-se ELÍPTICAS as orações a que falta um termo essencial, e, conforme o
caso, diz-se que o SUJEITO ou o PREDICADO está ELÍPTICO.
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Bateram na porta.
Dizem por aí que tu andas novamente de novo amor, nova paixão, todo contente.
b) verbo na 3ª pessoa do singular + SE (índice ou partícula de indeterminação do
sujeito).
Precisa-se de moças com experiência.
Nunca se é feliz.
Fala-se muito mas pouco se faz.
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Eles estavam contentes.
2 – INTEGRANTES
O próprio nome já indica a sua função na estrutura oracional. Esses termos
integram (ou seja, completam, inteiram) a significação do verbo transitivo ou de um
nome.
São eles: OBJETO DIRETO, OBJETO INDIRETO, PREDICATIVO (DO SUJEITO e DO
OBJETO), COMPLEMENTO NOMINAL E AGENTE DA PASSIVA.
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2.1 - OBJETO DIRETO - complemento de um verbo transitivo direto, ou seja, termo
que vem ligado ao verbo sem preposição (obrigatória) e indica o ser para o qual se
dirige a ação verbal.
Vais encontrar o mundo (= Vais encontrá-lo)
Admiro a todos.
Aguardavam-me desde cedo.
O objeto direto preposicionado costuma ser usado:
a) com verbos que indicam sentimento:
Ama ao próximo com a ti mesmo.
b) para evitar ambigüidade:
Feriu ao animal o caçador.
c) quando vem antecipado, como em alguns provérbios:
A homem pobre ninguém roube.
d) em associação a pronomes pessoais oblíquos tônicos (mim, si, ti, nós, vós, ele,
ela eles, elas), certos pronomes indefinidos e junto ao pronome relativo quem:
Depois de várias doses, ele esqueceu a mulher, a filha e até a si. (ESQUECER é TD)
O remorso atingiu a todos. (ATINGIR é TD)
Ele tem uma mulher a quem considera uma rainha. (CONSIDERAR é TD)
e) com o numeral ambos na função de objeto direto:
Ele contratou a ambos. (CONTRATAR é TD)
f) em certas construções enfáticas, quando se atribui à ação um valor diferente do
tradicional:
Provou do próprio veneno (PROVAR é TD).
Todos ficaram pasmos quando souberam do caso. (SABER é TD).
O objeto direto pleonástico é usado quando se quer chamar a atenção para o
OBJETO DIRETO que precede o verbo.
Também pode ser constituído de um pronome átono e de uma forma pronominal
tônica preposicionada.
Esse carro, comprei-o hoje.
A mim, ninguém me espera em casa.
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Como ousas desobedecer-me?
Para saber identificar se esses pronomes (me, te, se, nos, vos, se) exercem a função
sintática de objeto direto ou indireto (já que se prestam às duas funções), não
podemos simplesmente trocar por “a mim”, pois, como vimos no item 2.1 – d, os
pronomes oblíquos tônicos são sempre regidos por preposição. Para resolver esse
mistério, basta trocar o pronome por um nome:
Como ousas desobedecer-me? Î Como ousa desobedecer a seu pai?
A regência do verbo DESOBEDECER exige preposição “a”.
2.3 - PREDICATIVO
2.3.1 - DO SUJEITO – Termo que, mesmo distante, se refere ao sujeito. Pode ser
representado por:
a) um substantivo ou expressão substantivada.
O boato é um vício detestável.
b) um adjetivo ou locução adjetiva.
A praia estava deserta.
Esta linha é de morte.
c) um pronome.
O mito é o nada que é tudo.
d) um numeral.
Nós éramos cinco e brigávamos muito.
e) por oração substantiva predicativa.
A verdade é que nunca me importei com ele.
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O Predicativo do Objeto só aparece em predicado verbo-nominal e pode ser
expresso:
a) por substantivo:
Chamo-me Cláudia.
b) por adjetivo:
Os moradores do castelo julgavam-no assombrado.
O predicativo do objeto pode vir, facultativamente, antecedido de preposição ou do
conectivo como:
O sujeito explicou porque o tratavam por doutor.
Considero-o como meu irmão.
Somente com o verbo CHAMAR pode ocorrer o Predicativo do Objeto Indireto:
Chamam-lhe de hipócrita por toda a parte.
Chamam ao rapaz de hipócrita por toda a parte.
Com os demais verbos transobjetivos (crer, eleger, encontrar, estimar, fazer, julgar,
nomear, proclamar etc.), ele é sempre PREDICATIVO DO OBJETO DIRETO.
2.5 - AGENTE DA PASSIVA – Termo que exerce a ação verbal na voz passiva. Este
complemento é normalmente introduzido pela preposição por.
Ela está sendo conquistada por mim.
3 – ACESSÓRIOS
São chamados ACESSÓRIOS os termos que se juntam a um nome ou a um verbo
para precisar-lhes o significado. Embora tragam um dado novo à oração, não são
eles indispensáveis ao entendimento do enunciado.
São termos acessórios: ADJUNTO ADNOMINAL, ADJUNTO ADVERBIAL, APOSTO.
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acompanhado de mais de um adjunto adnominal, ou seja, essa função pode ser
exercida por um adjetivo, uma locução adjetiva, um artigo (definido ou indefinido),
um pronome adjetivo, um numeral ou até mesmo uma oração adjetiva.
Nos exemplos abaixo, são apresentados em negrito os adjuntos adnominais e
sublinhados os núcleos (substantivos).
Esta segregação social precisa de uma grande volta.
Tinha uma memória de prodígio.
O mar é um mistério para os sonhadores.
A minha dona é a solidão.
Venho cumprir uma missão do sacerdócio que abracei.
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Já se ação foi praticada pelo pai (ele se lembrou, fato que alegrou a filha), o valor da
expressão é ativo (o pai lembrou – PRATICOU A AÇÃO VERBAL) e a função exercida
pela expressão é adjunto adnominal.
- ADJETIVO
SUBST. - SUBSTANTIVO
ABSTRATO CONCRETO
- ADVÉRBIO
Em resumo:
- ADJETIVO, ADVÉRBIO E SUBSTANTIVO ABSTRATO COM IDÉIA PASSIVA Î
COMPLEMENTO NOMINAL
- SUBSTANTIVO CONCRETO E SUBSTANTIVO ABSTRATO COM IDÉIA ATIVA Î
ADJUNTO ADNOMINAL
O único elemento da interseção é o SUBSTANTIVO ABSTRATO.
Quer um ótimo método de memorização? Então, anote aí: tudo com A =
substantivo Abstrato com idéia Ativa Î função de Adjunto Adnominal.
3.2 - Adjunto Adverbial - é, como o nome indica, o termo de valor adverbial que
denota alguma circunstância do fato expresso pelo verbo, ou intensifica o sentido
deste, de um adjetivo ou de um advérbio. Pode vir expresso por um advérbio, uma
locução ou expressão adverbial ou uma oração adverbial.
São inúmeras as circunstância atribuídas por um adjunto adverbial. Sem a pretensão
de esgotar os exemplos, podemos destacar:
a) de causa - Por que não foste ao concerto?
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b) de companhia - Vivi com Daniel.
c) de dúvida - Talvez Nina tivesse razão.
d) de fim - Fazia isso por penitência.
e) de instrumento - Dou-te com o chicote!
f) de intensidade - Gosto muito de ti.
g) de lugar - Levou-os para casa.
h) de matéria - Era um adeus com raiva e lágrimas.
i) de meio- Viajava de trem por toda a Europa.
j) de modo - Vagarosamente, recolhemos os frutos.
l) de negação - Não partas cheio de ressentimento.
m) de tempo - Ele sentava-se cedo a essa mesa de trabalho e nunca reclamou de
sua função.
Em um período composto, a função de ADJUNTO ADVERBIAL pode ser exercida por
uma ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL, atribuindo-se uma das circunstâncias
enumeradas na aula passada (causal, condicional, concessiva, temporal, proporcional
final, conformativa, consecutiva, concessiva, comparativa, locativa ou modal).
Também merecem destaque os Advérbios Interrogativos: causa (por que), lugar
(onde, aonde, donde), de modo (como), de tempo (quando), presentes nas orações
interrogativas.
Não confunda esses advérbios com os pronomes relativos, que devem se referir a
algum termo antecedente.
Adjetivos adverbializados são os adjetivos que se usam no lugar do advérbio e,
por isso, não variam.
Eles falam alto.
A cerveja que desce redondo.
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Sinto que ele me escapa, ou melhor, que nunca me pertenceu.
Corremos, isto é, voamos até o trabalho.
e) EXPLICAÇÃO: por exemplo, a saber, isto é etc.
Estivemos nesta casa, isto é, na sala, no quarto.
Tipos de aposto
a) Explicativo: Maria, a estudante, chegou.
b) Enumerativo: Comprei dois livros: o de Química e o de Física.
c) Resumitivo ou Recapitulativo: Fortunas, prazeres, sossego, nada o satisfazia.
d) Distributivo: Eram dois bons alunos um em Português e outro em História.
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e) Especificativo: Rio Amazonas / Praça da República
f) Em referência a uma oração: Ele não compareceu, o que nos deixou tristes.
O aposto não deve ser confundido com o adjetivo que, em função de predicativo,
costuma vir separado do substantivo que modifica por uma pausa sensível
(geralmente na escrita indicada por vírgula).
Veja o seguinte exemplo:
A noite vai descendo muda e calma.
Esta oração poderia ser enunciada:
A noite, muda e calma, vai descendo.
Nas duas orações, muda e calma exercem a função sintática de predicativo do
sujeito e designam o estado em que se encontrava o agente (noite) ao praticar a
ação (descer). Faz parte, portanto, de um predicado verbo-nominal.
O adjetivo, usado na sua função própria (como a de predicativo do sujeito), não pode
exercer a função de aposto, porque designa uma característica do ser ou da coisa, e
não o próprio ser ou a própria coisa, como o aposto o faz.
Maria, irmã de Carlos, mudou-se para o Acre.
Agora, temos um exemplo de expressão que exerce a função de aposto. “Irmã de
Carlos” tem valor substantivo e se refere ao elemento já enunciado (Maria).
VOCATIVO
À parte do sujeito e do predicado, são termos de entoação exclamativa que, sem
estarem subordinados a nenhum outro termo da frase, apenas servem para invocar,
chamar ou nomear, com ênfase maior ou menor, a pessoa ou coisa personificada.
José, venha falar comigo.
Pode ser antecedida por uma interjeição:
Evoé, Carlos!
Encerramos, aqui, a aula de hoje.
Em nossa próxima aula, falaremos sobre PONTUAÇÃO e muitos dos conceitos até
então apresentados serão fundamentais para que possamos seguir com firmeza em
nosso estudo.
Grande abraço e até lá!
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
(FGV / Ministério da Cultura /2006)
Foto dos Sonhos
O engenheiro colombiano Joaquín Sarmiento trabalhava em Nova York e se sentia,
muitas vezes, solitário. Era mais um daqueles imigrantes nostálgicos. Para ocupar as
horas vagas, decidiu aprender fotografia. Estava, nesse momento, descobrindo um
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novo ângulo para a sua vida, sem volta. A vontade de se aventurar pela América
Latina tirando fotos fez com que ele deixasse para sempre a paisagem nova-
iorquina, aposentasse sua carreira de engenheiro e transformasse Paraisópolis, uma
das maiores favelas paulistanas, em seu cenário cotidiano. "Estou ficando sem
dinheiro, mas é uma bela aventura."
Depois de três anos nos Estados Unidos, voltou para Bogotá, planejando trabalhar
em obras de infra-estrutura.
Mudou de idéia. Com 26 anos, percebeu que o hobby que tinha adquirido em Nova
York se convertera em paixão. No final de 2004, veio com sua família para duas
semanas de férias em São Paulo. "Como sempre tive muito interesse em estudar a
América Latina, fui ficando." Soube então de uma experiência desenvolvida pelo
colégio Miguel de Cervantes, criado por espanhóis, na vizinha Paraisópolis.
Lá, alunos ajudaram a criar um centro cultural batizado de "Barracão dos Sonhos",
no qual se misturam ritmos afros e ibéricos. Desse encontro nasceu, por exemplo, a
estranha mistura dos ritmos e bailados flamencos com o samba.
"Resolvi registrar esse convívio e, aos poucos, ia me embrenhando na favela para
conhecer seus personagens."
O que era, inicialmente, para ser um cenário fotográfico virou uma espécie de
laboratório pessoal. Joaquín sentiu-se estimulado a dar oficinas de fotografia a
jovens e crianças de Paraisópolis. "Descobri mais um ângulo das fotos: o ângulo de
ensinar a olhar." Lentamente, naquele espaço, temido por muitos, Joaquín ia se
sentindo em casa. "Há um jeito muito similar de acolhimento dos latino-americanos,
apesar de toda a violência."
Sem saber ainda direito como vai sobreviver – "as reservas que acumulei em Nova
York estão indo embora" –, ele planeja as próximas paradas pela América do Sul.
Mas, antes de se despedir, pretende fazer uma exposição sobre o seu olhar pelo
Brasil. Até lá, está aproveitando a internet (www.joaquinsarmiento.com) para
mostrar algumas das imagens fotográficas que documentam seus trajetos.
(Gilberto Dimenstein. Folha de São Paulo, 12/04/2006)
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(D) objeto direto – complemento nominal – adjunto adverbial
(E) sujeito – adjunto adverbial – complemento nominal
3 - Assinale a alternativa em que o termo do texto não atribua, para a oração de que
faz parte, circunstância temporal.
(A) nesse momento (L.3)
(B) Depois de três anos nos Estados Unidos (L.9)
(C) No final de 2004 (L.12)
(D) para duas semanas de férias em São Paulo (Ls.12-13)
(E) antes de se despedir (L.29)
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c) federal, estadual e municipal são apresentados numa ordem crescente de
importância;
d) o substantivo governos se prende aos adjetivos federal, estadual e municipal;
e) o adjetivo profunda se refere aos substantivos mudança e administração.
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O termo destacado no período acima tem a função sintática de:
(A) adjunto adnominal.
(B) adjunto adverbial.
(C) complemento nominal.
(D) objeto indireto.
(E) predicativo do objeto.
a) V – V
b) V – F
c) F – V
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d) F - F
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possível se encarreirar no teatro, amarrada num balcão todo o santo dia? Precisava
dar um jeito. Arranjou vaga de manicura numa barbearia, cujo dono ia muito à
perfumaria fazer compras e que se engraçara com ela. Dava conta do recado mal e
porcamente, mas os homens não são exigentes com um palmo de cara bonita.
Funcionava bastante, ganhava gorjetas, conhecera uma matula de gente, era muito
convidada para almoços, jantares, danças e passeios, e tinha folgas - uf , tinha
folgas! Quando cismava, nem aparecia na barbearia, ia passear, tomar banho de
mar, fazer compras, ficava dormindo...
O primeiro período do texto é constituído por
(A) duas orações coordenadas. somente.
(B) duas orações subordinadas, somente.
(C) três orações, sendo duas subordinadas e uma coordenada.
(D) três orações, sendo duas coordenadas e uma subordinada.
(E) quatro orações; entre elas, duas subordinadas e uma coordenada e subordinada,
ao mesmo tempo.
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pode dizer orgulhoso que nunca foi vadio é feliz.
17 - (ESAF/TRF/2006)
Assinale a opção correta em relação à função do “se”.
Embora a recuperação da confiança tenha sido modesta em setembro, é possível que
a tendência positiva se(1) acentue no final do ano, se(2) a queda do juro básico
se(3) transferir para o crédito ao consumo e se(4) os salários reais continuarem a
se(5) recuperar devido à contenção da inflação, que eleva o poder aquisitivo.
(O Estado de S. Paulo, 04/10/2005, Editorial)
a) 1 – conjunção condicional
b) 2 – pronome reflexivo
c) 3 – índice de indeterminação do sujeito
d) 4 – conjunção condicional
e) 5 – palavra expletiva ou de realce
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(A) Nas três ocorrências, o que é pronome relativo.
(B) Na primeira ocorrência, o que é sujeito da oração seguinte.
(C) Na segunda ocorrência, o que é expletivo, podendo ser retirado da sentença sem
prejuízo do sentido.
(D) Na terceira ocorrência, o que é o objeto direto do verbo deixar.
(E) Nas duas últimas ocorrências, o que é conjunção subordinativa integrante, não
exercendo função sintática.
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Agora, podemos praticar a análise da função sintática exercida por um pronome
relativo (item 2.1 da Aula 9 – Períodos).
O pronome relativo se refere ao substantivo “reservas”. Trocando o pronome relativo
pelo nome correspondente, teríamos: Acumulei as reservas.
Assim, fica clara a função sintática exercida pelo pronome – objeto direto do verbo
acumular.
2–B
O examinador pede que se indique a função sintática das expressões em destaque.
“A vontade de se aventurar pela América Latina tirando fotos fez com que ele
deixasse para sempre a paisagem nova-iorquina, aposentasse sua carreira de
engenheiro e transformasse Paraisópolis, uma das maiores favelas
paulistanas, em seu cenário cotidiano.”
Na passagem, o verbo transformar é transobjetivo – “(ele) transformou
Paraisópolis em seu cenário cotidiano”.
O vocábulo “Paraisópolis” exerce a função de objeto direto, enquanto que “em seu
cenário cotidiano” possui a função de complementar esse nome – predicativo do
objeto direto.
Note a expressão “uma das maiores favelas paulistanas”. A função exercida por essa
expressão (que tem valor substantivo) é a de aposto.
“Soube então de uma experiência desenvolvida pelo colégio Miguel de Cervantes,
criado por espanhóis, na vizinha Paraisópolis.”
A expressão “na vizinha Paraisópolis” indica o local em que se localizava o colégio
onde tal experiência era desenvolvida – tem valor circunstancial e exerce a função
sintática de adjunto adverbial.
3–D
Todas as expressões destacadas apresentam valor circunstancial. Teremos de
identificar qual delas não apresenta indicação de tempo, momento.
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a) “Estava, nesse momento, descobrindo um novo ângulo para a sua vida, sem
volta.”
Essa expressão indica o momento em que tal fato (descobrir um novo ângulo para a
sua vida) ocorria (fácil essa, não é?).
b) “Depois de três anos nos Estados Unidos, voltou para Bogotá, planejando
trabalhar em obras de infra-estrutura.”
Essa expressão também indica o momento em que o engenheiro voltou para Bogotá.
c) “No final de 2004, veio com sua família”
Mais uma vez, há indicação de momento.
d) “No final de 2004, veio com sua família para duas semanas de férias em São
Paulo.”
Essa expressão, ao contrário das demais, indica a finalidade da vinda do engenheiro
e sua família: gozar férias de duas semanas em São Paulo.
Essa é a resposta!
e) “Mas, antes de se despedir, pretende fazer uma exposição sobre o seu olhar pelo
Brasil.”
Quando ele pretende fazer uma exposição sobre seu olhar pelo Brasil?
Resposta: “antes de se despedir”, ou seja, antes de ir embora do Brasil. Há,
portanto, indicação de momento.
4-C
Não seria preciso reproduzir o texto, pois podemos realizar a análise sintática a partir
dos segmentos apresentados em cada opção.
Em "Os bancos ganharam antes e, sinaliza o governo, vão continuar ganhando.", a
expressão em negrito exerce a função sintática de sujeito: “o governo sinaliza”.
a) Já em “a redução esperada e projetada da taxa SELIC diminuiu a rentabilidade
dos bancos...", o termo em destaque é o objeto direto do verbo diminuir, enquanto
que o sujeito está representado por “a redução esperada e projetada da taxa SELIC”,
cujo núcleo é redução.
b) A expressão “a corrida certa dos bancos” exerce a função sintática de objeto
direto do verbo postergar (= adiar).
c) Em “o risco de emprestar é sempre o de não receber”, a expressão em relevo
exerce a função sintática de sujeito do verbo de ligação “ser”. Essa é a resposta
certa.
d) O verbo tornar é, na construção, transobjetivo e apresenta, como objeto direto,
a expressão “a decisão dos juízes” e, como predicativo do objeto direto, a expressão
“menos `paternalista’”.
Cuidado! A expressão “regras e leis” exerce a função sintática de SUJEITO da forma
verbal transitiva direta “Buscam”, que está acompanhada do pronome apassivador
SE (Buscam-se regras e leis = Regras e leis são buscadas).
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e) “de o país perder (...) uma janela de oportunidades” – O sujeito do verbo
PERDER é “país”. A expressão “uma janela de oportunidades”, por sua vez, exerce a
função sintática de OBJETO DIRETO.
Note a forma com que a preposição se mantém separada do artigo que acompanha o
substantivo “país”, sujeito do verbo PERDER. Essa é a recomendação da norma culta.
Contudo, modernamente já se aceita a contração da preposição com o artigo
(possibilidade do país perder...).
5-B
Vamos dividir o período em orações:
“A flor que ontem desabrochou já está murcha.”
Oração principal – A flor já está murcha
Oração subordinada – que ontem desabrochou
A palavra que substitui a palavra flor, presente na oração principal. É, portanto, um
pronome relativo, que inicia uma oração subordinada adjetiva.
Por não haver pausa (indicada pela vírgula) entre as duas orações, essa é uma
oração subordinada adjetiva restritiva.
O pronome relativo será trocado pelo nome, para melhor análise de sua função
sintática:
A flor ontem desabrochou.
O pronome relativo, que está no lugar de “a flor”, exerce, portanto, a função
sintática de SUJEITO.
Vamos procurar uma outra ocorrência do relativo “que” na função de SUJEITO.
a) “Ela tem um quê de mistério” – esse “quê” é um substantivo, tanto que está
acompanhado de um artigo indefinido (um quê). Esse vocábulo exerce a função
sintática de objeto direto do verbo ter.
b) São duas as orações que compõem o período composto: Sofreu muito com as
chuvas que caíram.
Oração principal – Sofreu muito com as chuvas
Oração subordinada – que caíram
O pronome que substitui a palavra chuvas. Ele também exerce a função sintática de
sujeito da oração subordinada adjetiva restritiva (“As chuvas caíram” = “que
caíram”). Essa é, portanto, a resposta correta.
c) “Veio tão rápido que nos surpreendeu.”
Esse período composto por subordinação também possui duas orações:
- oração principal – Veio tão rápido
- oração subordinada – que nos surpreendeu.
Há entre essas duas orações uma relação de causa e conseqüência, sendo essa
segunda circunstância apresentada pela oração subordinada.
Ela é, pois, uma oração subordinada adverbial consecutiva, e o vocábulo que é uma
conjunção adverbial consecutiva.
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Note a presença do vocábulo “tão” na oração principal, uma característica desse tipo
de construção.
d) “Venha, que ela está aqui.”
Vimos, em aulas anteriores, que uma das formas de distinguir a conjunção causal da
conjunção explicativa é que esta última pode estar em uma construção de verbo no
imperativo.
Esse é um bom exemplo. Em “Venha, que ela está aqui”, a conjunção explicativa dá
início à oração em que se apresenta a justificativa para a ordem presente na
primeira oração (Venha). São orações coordenadas, sendo a segunda classificada
como “oração coordenada sindética explicativa”.
6–D
a) A expressão “da administração” se associa à palavra enfoque, substantivo
abstrato derivada do verbo enfocar. Como apresenta idéia passiva (a administração
será enfocada), o termo que complementa o substantivo abstrato exerce a função
sintática de COMPLEMENTO NOMINAL, e não de adjunto adnominal.
b) A expressão “dos problemas sociais” complementa o substantivo abstrato
“administração”. Logo, não poderia exercer a função de objeto indireto
(complemento verbal). Também há nessa expressão valor passivo (os problemas
sociais serão administrados). Assim, a função sintática é, mais uma vez,
COMPLEMENTO NOMINAL.
c) Não há entre “federal, estadual e municipal” nenhuma “ordem crescente de
importância”. Você já deve ter aprendido em Direito Constitucional que não há entre
os entes federativos nenhum tipo de subordinação. Por isso, a assertiva está
incorreta.
d) Exatamente por possuir três adjetivos a ele relacionados, o substantivo governos
se flexionou no plural. Essa é a resposta correta.
e) O que deve ser profunda? Resposta: a mudança, e não a administração.
7–E
Vamos relembrar a diferença entre ADJUNTO ADNOMINAL e COMPLEMENTO
NOMINAL, em relação aos termos que complementam substantivos abstratos.
SUBSTANTIVOS CONCRETOS E SUBSTANTIVOS ABSTRATOS COM IDÉIA ATIVA =
ADJUNTO ADNOMINAL (Lembre-se daquela dica: tudo com A: Substantivo Abstrato
com idéia Ativa Î Adjunto Adnominal.)
ADJETIVOS, ADVÉRBIOS E SUBSTANTIVOS ABSTRATOS COM IDÉIA PASSIVA =
COMPLEMENTO NOMINAL
Assim, quando o termo regente for um substantivo abstrato, deve-se analisar o valor
que o termo regido apresenta em relação ao termo regente. Se for ativo, a função é
de adjunto adnominal (tudo com “a”). Se for passivo, é complemento nominal.
Agora, mostraremos mais algumas formas de distinção.
1ª dica: À exceção da preposição DE (que serve às duas funções), os complementos
introduzidos por qualquer outra preposição (a, em, por) será um complemento
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nominal (chegada ao espaço, resistência em surgir, dedicação ao povo, amor por
alguém).
2ª dica: Os complementos que vierem sob a forma verbal são complementos
nominais por apresentarem essa idéia passiva. Exemplos:
• “osso duro de roer” = a idéia é “duro de ser roído” – idéia passiva Î
complemento nominal
• Medo de cair = a idéia é “de sofrer uma queda” – idéia passiva Î
complemento nominal
• Essa notícia é difícil de acreditar = a idéia é “difícil de ser acreditada” – idéia
passiva Î complemento nominal.
8–D
O examinador busca o termo cujo complemento apresenta idéia ativa, ou seja,
aquele cuja função sintática seja a de adjunto adnominal.
A resposta é: “a fauna aquática dos rios”. Os rios possuem a fauna aquática.
a) “a utilização de qualquer um deles” Î qualquer um deles será utilizado Î idéia
passiva
b) “a queima do petróleo” Î o petróleo será queimado Î idéia passiva
c) “a inundação de vastas áreas” Î vastas áreas serão inundadas Î idéia passiva
e) “a construção de barragens” Î as barragens serão construídas Î idéia passiva
9–B
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Em “sensação de dificuldade”, a expressão em negrito complementa um
substantivo abstrato. Para saber se a função sintática é a de adjunto adnominal ou a
de complemento nominal, temos de analisar o valor que ela atribui: “sensação de
dificuldade” Î dificuldade é “sentida” Î idéia passiva Î complemento nominal.
Todas as demais ocorrências apresentam termos que possuem valor adjetivo (na
letra c, temos uma oração subordinada adjetiva restritiva) e exercem a função
sintática de adjunto adnominal.
10 – C
Como “ilusões” é um substantivo abstrato, devemos analisar o valor de
“humanidade”.
É a humanidade que tem ilusões (idéia ativa) ou é sobre ela que você tem ilusões
(passiva)?
Certamente a segunda opção. Assim, o termo, por complementar um substantivo
abstrato com idéia passiva, exerce a função sintática de COMPLEMENTO NOMINAL.
11 – C
Para responder à primeira assertiva, devemos analisar o seguinte segmento:
Nabuco parte para Londres no mês de fevereiro de 1882, permanecendo como
correspondente do Jornal do Comércio até 1884. Ele não passará como outrora o
tempo londrino na ociosidade. Dedica-se agora ao trabalho e ao estudo. Como
vários outros intelectuais do seu tempo, interessados todos pelos problemas sociais e
vivendo no exílio, torna-se freqüentador assíduo do Museu Britânico.
Podemos notar que, nas duas ocorrências do pronome “se”, há um valor reflexivo.
- “ele se dedica ao trabalho e ao estudo” = ele dedica “a si mesmo” ao trabalho e ao
estudo
- “ele se torna freqüentador assíduo do Museu Britânico” = ele torna “a si mesmo”
freqüentador assíduo do Museu Britânico.
Para identificar a função sintática, não basta trocar o ‘SE’ pelo ‘A SI’. Devemos, sim,
trocar por um nome. Para isso, precisamos alterar a estrutura oracional:
- ele dedica seu tempo ao trabalho e ao estudo.
- ele torna seu filho freqüentador assíduo.
Nas duas construções, a função é objeto direto, ou seja, complemento verbal sem
preposição obrigatória.
Por isso, está FALSA a afirmação de que o pronome exerce funções diferentes. Em
ambas, a função é a de objeto direto.
A segunda proposição está CORRETA. Em “Isso lhe permite escrever”, o verbo
permitir apresenta dois complementos: um direto, sob a forma oracional no
infinitivo (escrever), e outro indireto, representado pelo pronome oblíquo lhe. Esse
pronome poderia ser substituído com correção pela forma “a ele”.
12 – Item CORRETO
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O examinador apresentou a distinção entre sujeito indeterminado e construção de
voz passiva, ambas as estruturas com o pronome SE.
Na primeira, “em se tratando de fato”, temos um dos casos clássicos de
indeterminação do sujeito – com verbo transitivo indireto TRATAR-SE DE. São muito
comuns questões de prova em que o verbo dessa construção esteja flexionado. Por
isso, olho vivo! Apareceu um “tratam-se de”, pode marcar como ERRADA! Por ser
sujeito indeterminado, deve o verbo permanecer na 3ª pessoa do singular – “trata-se
de”.
Já na segunda estrutura, o verbo ESTABELECER é transitivo direto e está
acompanhado do pronome SE (apassivador). Por isso, o sujeito dessa forma verbal é
SINONÍMIA (“estabelecer-se sinonímia” = sinonímia ser estabelecida). Construção de
voz passiva.
A proposição está correta.
13 – E
Não me diga que você leu esse texto todinho??? Pode me dizer por quê???
Nem sempre passa em um concurso o candidato que sabe mais – passa o que sabe
resolver a prova com maior destreza e correção. Saber fazer prova é um dos fatores
decisivos para a aprovação e o tempo é um dos inimigos do candidato. Por isso, em
uma prova com textos longos (como esse), verifique, em primeiro lugar, se há
questões de interpretação (que irão exigir uma leitura atenta). Caso contrário, ou
seja, se houver somente questões (ou a maior parte delas) que explorem o aspecto
gramatical, muitas vezes ler apenas um trecho ou um parágrafo pode ser suficiente.
Primeira providência: identificar o primeiro período do texto. O período se encerra
com uma pausa bem marcada (normalmente por um ponto).
Assim, o primeiro período do texto é:
Maria Berlini não mentira quando dissera que não trabalhava, nem estudava.
Vamos “dissecar” esse período em orações:
1ª oração: Maria Berlini não mentira
2ª oração: quando dissera
3ª oração: que não trabalhava
4ª oração: nem estudava
..........................................
1ª oração: oração principal. A ela irá ligar-se a segunda oração, que indica o
momento em que tal fato (expresso na principal) ocorre.
2ª oração: oração subordinada adverbial temporal
3ª oração: oração subordinada substantiva objetiva direta. Serve de complemento
ao verbo dizer, presente na 2ª oração (que, em relação à 3ª, é considerada
principal) – quando dissera ISSO.
4ª oração: oração coordenada sindética aditiva. Esta oração se liga por coordenação
à segunda. A conjunção nem tem valor aditivo, equivalendo a “e não”. Esta oração
também complementa o sentido do verbo da 2ª oração = dissera: 1) que não
trabalhava; 2) nem estudava (= e que não estudava).
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Por isso, está certíssima a afirmativa presente na opção e.
No período, há duas orações subordinadas (2ª – oração subordinada adverbial
temporal; e 3ª – oração subordinada substantiva objetiva direta) e uma coordenada
(4ª = oração coordenada sindética aditiva) e, ao mesmo tempo, subordinada (à
segunda oração, em que está presente a forma verbal disseram, cujo sentido
complementa).
Excelente questão de prova! Não é à toa que a banca da CESPE UnB é considerada
uma das melhores do Brasil.
14 – A
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- é feliz – oração principal, formada por um predicado nominal.
Em relação às demais opções, cabem os seguintes comentários.
B) Da mesma forma que o adjetivo “orgulhoso”, o adjetivo “feliz” também se refere
ao pronome indefinido quem, sujeito da oração. Note que é possível subentender o
verbo “ser”: “(É) feliz quem pode orgulhoso dizer...”.
Na ordem direta, em discurso indireto, a estrutura seria: “Quem pode dizer
orgulhoso que nunca foi vadio é feliz.”. Essa foi, inclusive, a assertiva da opção e.
Em “Nunca fui vadio”, o adjetivo se refere ao pronome pessoal (oculto) eu,
identificado a partir da desinência verbal. Sua função sintática é também a de
predicativo do sujeito.
Está, portanto, correta tal afirmação.
C) Essa afirmação nos dá a chance de analisar a circunstância que o advérbio NUNCA
atribui. Esse advérbio atribui, simultaneamente, valores de negação e tempo –
equivalente a “em tempo algum”. Está certa a assertiva.
D) A locução verbal “pode dizer” foi intercalada pelo adjetivo que, como vimos,
exerce a função de predicativo do sujeito (orgulhoso). Para se certificar de que se
trata mesmo de uma locução verbal, veja que o verbo principal poderia estar sozinho
na oração, sem prejuízo gramatical (apenas havendo alteração semântica): “Feliz
quem orgulhoso diz (= pode dizer)...”.
E) Está correta a afirmação, como vimos no comentário à opção b. O discurso
indireto é o meio pelo qual o autor reproduz o discurso alheio, não como foi dito,
mas com suas próprias palavras, usando uma oração subordinada. Isso se verifica na
passagem “quem pode dizer que nunca foi vadio”.
15 – C
Para começar, vamos dividir o período:
1ª oração – E se hoje sou venturoso
2ª oração – Devo ao trabalho o
3ª oração – que sou.
A primeira oração é iniciada pela conjunção “E”, que a coordena com a oração
anterior.
A conjunção “se” inicia uma oração subordinada condicional. Ela, semanticamente, se
repete na expressão que se segue: o que sou.
Esta oração (o que sou) exerce a função de objeto direto do verbo dever: Ele deve
ISSO (= o que sou = SOU VENTUROSO) ao trabalho.
Assim, toda a oração “o que sou” (em que o “o” é pronome demonstrativo) está no
lugar de toda a oração “se hoje sou venturoso”. Ele é um termo vicário, ou seja,
substitui algo que já foi mencionado anteriormente.
Analise, agora, a segunda oração: Eu devo ao trabalho o (= aquilo, isso)
O verbo dever tem dois complementos: objeto direto = o / objeto indireto = ao
trabalho.
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A terceira oração vem restringir o alcance do pronome demonstrativo (objeto direto
da oração anterior). Tem valor adjetivo e é iniciada por um pronome relativo que.
Feita a análise sintática, vamos às opções.
a) Quantas vezes aparece o pronome “eu” (explícito ou subentendido)? TRÊS.
“E se hoje (EU) sou venturoso/ (EU) devo ao trabalho o que (EU) sou.”
b) Não há registro de emprego de pronome pessoal oblíquo na passagem.
c) No segmento “o que sou”, há um pronome demonstrativo (“o” = aquilo) e um
pronome relativo (“que”), que retoma esse antecedente, o demonstrativo (= aquilo
que sou = sou aquilo). Está correta a afirmação.
d) e e) Há, no período, um predicado verbal, cujo núcleo é o verbo dever (Devo
ao trabalho o), e dois predicados nominais (“Eu sou venturoso” e “que sou”),
cujos núcleos são, respectivamente, venturoso e (cuidado agora!!!) o pronome
relativo que. Nessa oração subordinada adjetiva, o pronome relativo, que substitui o
pronome demonstrativo “o” (= aquilo), é o elemento que efetivamente exerce a
função de predicativo do sujeito.
16 – D
O vocábulo “SE” pode ser:
- conjunção integrante – inicia uma oração substantiva. Quero saber se você está
gostando da aula. = Quero saber ISSO. Î ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
OBJETIVA DIRETA (complemento do verbo SABER).
- conjunção adverbial - pode apresentar o valor condicional (Se ela dança, eu
danço.). Como sabemos, o valor de uma conjunção adverbial só pode ser identificada
na construção.
- pronome pessoal oblíquo, com valor reflexivo (Ela se cortou com a faca.) ou
recíproco (Os namorados se beijavam no cinema.)
- parte integrante do verbo – nesses casos, ainda que apresente uma idéia
reflexiva, o verbo não existe sem o pronome (Ele se queixa muito da sogra. Muito se
arrepende de ter casado.). Não existem os verbos QUEIXAR e ARREPENDER; só
QUEIXAR-SE e ARREPENDER-SE. Por isso, o pronome é parte integrante do verbo.
- partícula de realce (ou expletiva) – nenhuma função exerce na oração. Tem
valor, apenas, de realce, podendo ser retirada sem prejuízo gramatical ou semântico
para a oração. Ele se foi embora e levou meu coração. (= Ele foi embora).
- partícula apassivadora – presente nas construções de voz passiva sintética
(também chamada de voz passiva pronominal). Coisas bonitas se vêem por aqui (=
coisas bonitas são vistas).
- índice de indeterminação do sujeito – presente nas construções de sujeito
indeterminado, em que o verbo (transitivo indireto, intransitivo ou de ligação) fica na
3ª pessoa do singular. Precisa-se de sossego por aqui.
Nessa questão, devemos diferenciar os casos em que o pronome é apassivador
(verbo TD ou TDI + SE) ou indeterminador do sujeito.
A) O verbo desfazer é TRANSITIVO DIRETO (Ele desfez o contrato.). Como está
acompanhado do SE, forma voz passiva, em que o sujeito é “o regime de segregação
racial”.
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B) O verbo solidificar também é TD (Ele solidificou a relação com os clientes.). Está,
portanto, em voz passiva = A visão foi solidificada Î solidificou-se a visão.
C) O verbo justificar é TD (Ele justificou sua resposta.). É também um pronome
apassivador (o direito era justificado = justificava-se o direito).
D) Finalmente, um verbo que não é TD. O verbo lutar, na construção, é TRANSITIVO
INDIRETO, regendo a preposição por. Assim, o pronome SE tem a função de
indeterminar o sujeito da ação verbal.
E) O verbo respeitar é TD, e o pronome SE é partícula apassivadora (o sinal
vermelho ser respeitado Î respeitar-se o sinal vermelho).
17 - D
O pronome “se” é:
a) um pronome apassivador. “Acentuar” é um verbo transitivo direto e há idéia
passiva – “...é possível que a tendência positiva seja acentuada...”;
b) uma conjunção condicional – “se a queda do juro básico se transferir...”
equivale a “caso a queda do juro básico se transfira...”;
c) um pronome apassivador. “Transferir” é um verbo transitivo direto e há idéia
passiva – “se a queda do juro básico for transferida para o crédito ao
consumo...”;
d) uma conjunção condicional (gabarito da questão) – “se os salários reais
continuarem...” equivale a “caso os salários reais continuem...”;
e) pronome apassivador. “Recuperar” é um verbo transitivo direto e há idéia
passiva - “se os salários reais continuarem a ser recuperados...” . Não
poderia ser um pronome reflexivo, pois o sujeito salários é paciente, sofre a
ação e, dado o contexto, não poderia agir por conta própria.
18 – B
Agora, veremos as classificações do QUE:
- conjunção integrante – INICIA UMA ORAÇÃO SUBSTANTIVA – Eu quero que tudo
vá pro inferno. Î Eu quero ISSO. A conjunção serve apenas para ligar termos ou
orações, não exerce função sintática nenhuma.
- pronome relativo – INICIA UMA ORAÇÃO ADJETIVA – Eu quero o prêmio a que
tenho direito. Î Eu tenho direito ao prêmio. Nesse caso, o pronome que substitui
algum elemento mencionado anteriormente (no caso, a palavra “prêmio”). Pode,
assim, exercer qualquer das funções sintáticas estudadas na aula sobre conectivos.
- partícula de realce (ou expletiva) – pode vir acompanhada do verbo ser,
formando a expressão “é que”. Como também já vimos, pode ser suprimida sem
prejuízo gramatical para o período. Nós é que deveríamos reclamar (= Nós
deveríamos reclamar.).
- conjunção adverbial (coordenativa ou subordinativa) – pode apresentar
diversas circunstâncias (causal, consecutiva, comparativa, explicativa, concessiva,
final, etc.), a depender do contexto em que seja empregada.
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- pronome interrogativo – se vier no fim da oração (tônico), recebe um acento
circunflexo (Você tem fome de quê?).
- substantivo - com acento circunflexo, equivale a “algo” – Ele tem um “quê” de
intelectual.
- advérbio – equivalente a “quão”, normalmente usado em interjeições: Que (=
Quão) louco eu fui!
- preposição acidental – equivalente à preposição “de”. Ele tem que entender isso
(= tem de entender).
- interjeição - (com acento circunflexo) Quê! Não acredito nisso!
São tantas que posso ter me esquecido de alguma. Aguardo sugestões pelo fórum ou
e-mail, caso isso tenha ocorrido.
Desgraça pouca é bobagem!!! Sabe quantas acepções da palavra “que” (com e sem
acento) são registradas pelo Aurélio: “só” quinze!
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exerce a função sintática do verbo deixar é toda a oração iniciada pela
conjunção (que lhe abrissem as entranhas de granito). Maldade, hem?
e) Somente na última ocorrência, o “que” é uma conjunção integrante.
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