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RENATO VIEIRA

A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA CLASSIFICAÇÃO DE


MATERIAIS: UM ESTUDO DE CASO NA INDÚSTRIA DE
ENLATADOS DE PESCADOS.

Instituto Cenecista Fayal de Ensino Superior - IFES


Itajaí
2006
RENATO VIEIRA

A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA CLASSIFICAÇÃO DE


MATERIAIS: UM ESTUDO DE CASO NA INDÚSTRIA DE
ENLATADOS DE PESCADOS.

Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido


para o Estágio Supervisionado do Curso de
Administração do Instituto Cenecista Fayal de
Ensino Superior – IFES.

Instituto Cenecista Fayal de Ensino Superior - IFES


Itajaí
2006
A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS: UM
ESTUDO DE CASO NA INDÚSTRIA DE ENLATADOS DE PESCADOS.

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado aprovado para a obtenção do grau de
Bacharel em Administração de Empresas do Instituto Cenecista Fayal de Ensino
Superior – IFES

Itajaí, 20 de novembro de 2006

_______________________________
Prof. Wilson Reginatto Jr
Coordenador de estágios

Banca Examinadora

____________________________ _____________________________
Prof. Wilson Reginatto Jr Prof. Luiz Eduardo Simão
Coordenador de estágios Orientador de conteúdo

_________________________________
Prof. Marcello Soares
Orientador de metodologia
EQUIPE TÉCNICA

Estagiário

Renato Vieira

Coordenador de Estágio

Wilson Reginatto Jr

Orientador de Conteúdo

Luiz Eduardo Simão

Orientador de Metodologia

Marcello Soares

Supervisor de Estágio

Celso de Azevedo
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................05
1.1 A Empresa.............................................................................................................. 06
1.2 Problema................................................................................................................. 07
1.3 Justificativa............................................................................................................ 07
2. OBJETIVOS.......................................................................................................... 09
2.1 Objetivo Geral........................................................................................................ 09
2.2 Objetivo Específicos...............................................................................................09
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................ 10
3.1 Administração Geral............................................................................................. 10
3. 1.1 Evolução do Estudo da Administração................................................................ 11
3.1.2 Funções da Administração.................................................................................... 15
3.1.3 Áreas da Administração........................................................................................ 16
3.2 A Abordagem Logística......................................................................................... 17
3.2.1 Logística Suprimentos........................................................................................... 18
3.3 Compras..................................................................................................................22
3.4 Classificação de Materiais..................................................................................... 24
3.4.1 Tipos de Classificação............................................................................................25
4. METODOLOGIA.................................................................................................. 30
5. RESULTADOS...................................................................................................... 34
5.1 Mapeamento Processo de Compras..................................................................... 34
5.2 Levantamento de Dados........................................................................................ 36
5.3 Análise dos Dados.................................................................................................. 39
5.4 Classificação de Materiais Proposto.................................................................... 40
6 CONCLUSÃO........................................................................................................ 46
6.1 Considerações Finais.............................................................................................46
6.2 Proposta de Melhorias...........................................................................................47
7 REFERÊNCIAS ....................................................................................................49
RESUMO

O presente trabalho foi realizado com o intuito de desenvolver um sistema de classificação de


materiais que possibilite a tomada de decisão no processo de compras. O modelo proposto foi
aplicado em uma empresa de enlatados de pescados. Teve como objetivo a elaboração de um
modelo de classificação de materiais, visando sua importância estratégica na empresa,
resultando identificar quais os produtos que devem receber uma maior atenção em relação a
sua permanência em estoque, utilizando como critérios sua importância econômica, risco de
falta e dificuldade de aquisição. O modelo de classificação de materiais proposto, teve como
objetivo a eficácia da Gestão Empresarial, buscando melhorar à gestão dos itens em estoque.
Procurar facilitar a comunicação interna na empresa. O modelo permite também a
identificação dos materiais, através da sua descrição correta, permitindo agilizar as atividades
de gestão de estoques e compras. Desta maneira é fundamental para o sucesso do processo de
gerenciamento de estoques. Este modelo de classificação, volta a atenção para o que
realmente é importante. Para tanto, contou-se com a ferramenta da curva ABC, como base
para elaboração deste estudo. A implementação desta moderna ferramenta de gestão de
estoques, possibilita obter o resultado, apresentados na conclusão deste trabalho. O modelo
demonstra que as empresas não podem visar somente o valor econômico, deve-se analisar ao
todo, isso propiciara decisões que contribuam para atenuar o risco de falta e/ou o processo de
seleção e identificação de itens prioritários.

Palavras-chave: Classificação de Materiais, estoque, compras.


5

1 INTRODUÇÃO

No mundo atual na busca de vantagens competitivas tem levado as empresas a estudarem


novas formas para se diferenciar no mercado.

Dessa forma as parcerias entre empresas pode ser o ponto chave para o sucesso da empresa. A
empresa não pode em hipótese alguma ficar sem matéria prima, ela pode auxiliar agilmente
no processo de produção, parte considerável destas mudanças relaciona-se com profundas
alterações nos sistemas de valores de todos os segmentos industriais. Das funções da
administração, destacam-se as atividades de planejar e organizar, responsáveis pelo
estabelecimento dos objetivos empresariais e estruturação dos recursos organizacionais. Estas
influenciaram a qualidade, que tem como objetivo promover a melhoria de novas técnicas de
trabalho, compatível com as necessidades da empresa, de tal forma que se obtenha a
minimização dos esforços, maximização dos resultados e qualidade dos produtos/serviços.

Neste contexto, a competitividade leva as empresa a buscarem novas formas para agregar
diferencial no mercado, entre estas, especialização e qualidade em processos, produtos e
serviços, visando o aperfeiçoamento contínuo da organização. Diante disso, torna-se
indispensável o planejamento da organização estabelecendo uma estrutura compatível com
seus objetivos, estruturando métodos de trabalho que permitam o desenvolvimento das tarefas
de maneira eficiente e eficaz.

A importância de organização, classificação de materiais têm como objetivo a melhoria da


Gestão Empresarial. Buscando facilitar e otimizar a identificação e localização dos itens em
estoque. Bem como, facilitar a comunicação interna na empresa, evitar a duplicidade de itens;
facilitar a padronização de materiais, permitindo as atividades de gestão de estoques e
compras; obter um controle contábil dos estoques permitindo o pleno controle de estoque e de
compras em andamento e de recebimento.

O trabalho será desenvolvido na empresa G.D.C Alimentos S/A, que tem como principal
atividade o processamento de enlatado de sardinha e atum, mais especificamente, no Setor de
Compras. A função desenvolvida pelo Setor de Compras é de suma importância para a
6

empresa, uma vez que, qualquer atividade industrial necessita de matérias-primas,


equipamentos e serviços com qualidade para um melhor desenvolvimento no mundo
atualmente e altamente globalizado, e que a situação de mudança é rápida, e que a capacidade
de mudança se tornou agora uma vantagem competitiva.

1.1 Empresa

A GDC Alimentos começa sua história em 1954 com a fundação da Gomes da Costa por um
imigrante português que lhe deu seu próprio nome.

Desde sua primeira instalação as margens da baia da Guanabara no município de São


Gonçalo, Rio de Janeiro, a GDC teve sua historia marcada por grandes desafios sempre
superados por inovação e trabalho.

O primeiro desafio foi à introdução da sardinha em conserva na dieta do brasileiro, hoje


hábito alimentar consolidado como demonstra a impressionante presença do produto nos lares
de todo país.

Outra conquista importante tem sido a disseminação do consumo de atum pela população
brasileira, produto cuja demanda cresce em mais de 10% ao ano e que tem potencial ainda
maior quando se considera o mercado institucional.

Desde sua fundação a GDC tem participado ativamente do desenvolvimento da indústria da


pesca através de pesquisa, treinamento e capacitação tecnológica de seus parceiros
fornecedores.

A partir de 1998, com a participação de investidores estrangeiros, abre-as uma nova etapa na
história da GDC com a inauguração de sua nova unidade em Itajaí, Santa Catarina.
Estrategicamente instalada junto ao mais importante porto pesqueiro do Brasil, a fabrica de
Itajaí é a mais moderna do mundo, usando tecnologia de ponta e atingindo níveis de qualidade
e produtividade sem par no Brasil.
7

Atualmente são produzidos em Itajaí mais de 1 milhão de latas de pescado por dia, o que dá
uma dimensão do alcance da marca Gomes da costa e da capacidade produtiva da GDC
Alimentos S/A.

1.2 Problema

Existe um sistema de classificação de materiais de acordo com sua importância estratégica e


que possibilite a tomada de decisão no processo compras?

1.3 Justificativa

Hoje, com o mercado cada vez mais complexo e competitivo, o processo de compras assume
um papel mais relevante dentro das organizações, busca-se então uma melhoria no processo
de compras para obter vantagem competitiva. Para que esta melhoria seja alcançada, é
necessário que a empresa busque a qualidade, dos processos e pessoas. Não faz muito tempo,
a função de compras era vista como uma atividade burocrática e repetitiva.

Qualquer atividade industrial necessita de matérias-primas, equipamentos e serviços para que


se possa operar. Antes de iniciar um processo de fabricação, os materiais e insumos em geral
devem estar disponíveis para atender as necessidades ao longo do processo de produção,
sendo o setor de compras o responsável por suprir estas necessidades de materiais. A busca de
melhorias contínuas em todos os processos de uma organização é fundamental para que ela se
mantenha no mercado.

Segundo Viana (2000, p. 51) “Grande parte do sucesso no gerenciamento de estoques


depende fundamentalmente de bem classificar os materiais da empresa’’. Assim, o sistema
classificatório pode servir também, dependendo da situação, de processo de seleção para
identificar e decidir prioridades”.
8

Para o curso de Administração, este trabalho de pesquisa pretende possibilitar a discussão


sobre as formas de atuação do departamento de compras de uma empresa industrial.

A importância deste trabalho para a empresa, buscará oportunidades de melhorias e


aperfeiçoamento do processo de compras da empresa, atividade de suma importância para a
mesma.

O resultado destas melhorias proporcionará benefícios não só para o setor de compras, pois à
medida que houver diminuição dos custos, maior agilidade com relação às compras, redução
de erros, melhoria na comunicação com os fornecedores e com outras áreas; toda a empresa
será beneficiada.

Quanto à originalidade, o tema nunca foi estudado cientificamente na organização. Em oito


anos de fundação da empresa aqui na região, houve a preocupação em buscar máquinas e
equipamentos com tecnologia de ponta (busca da produtividade). Hoje, a empresa está
sofrendo um processo de reestruturação, com a preocupação voltada para as pessoas e seus
métodos de trabalho (busca da qualidade). Mostra-se, com isso, o interesse da empresa para
com a pesquisa desenvolvida.

A empresa atende um amplo mercado de vendas de enlatados de sardinha e atum, portanto,


para que se obtenham respectivas melhorias no processo de atendimento dos clientes, é
necessário que todo o processo de compras se efetive com agilidade e precisão.

Para o estagiário, o desenvolvimento da pesquisa trata de oportunidade de colocar em prática


os conhecimentos adquiridos ao longo do curso de Administração, utilizando processos
teóricos e ajustando-os na prática do setor em que atuará, trazendo benefícios para a
organização.
9

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Analisar o processo de compras da empresa GDC Alimentos S.A, e desenvolver um Sistema


de Classificação de Materiais.

2.2 Objetivos específicos

1. Mapear o atual processo de compras da empresa;

2. Identificar as causas dos problemas existentes no atual processo de compra com relação a
classificação de materiais.

3. Desenvolver um sistema de classificação materiais.


10

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo tem por objetivo fornecer o embasamento necessário para a compreensão da
administração com enfoque na organização do processo de compras da organização, tratando
em tópicos que serão sobre a administração de forma geral, organização e métodos, área da
administração onde será desenvolvida a pesquisa, sendo abordado o tema da pesquisa, ou seja,
a organização do processo de compras da organização.

3.1 Administração Geral

A administração é considerada uma ciência, uma vez que, como ciência, ela tenta
compreender a organização e seu funcionamento, evolução, crescimento e comportamento.
Na visão de Kwasnicka (1995, p.11) “O estudo da administração é um desdobramento da
história das transformações econômicas, sociais e políticas de várias culturas, necessidades
que o homem tem em sua natureza que precisam ser satisfeitas através de esforços
organizados”.

Antes mesmo da industrialização e com isso, o início do estudo científico da administração, o


homem sentia necessidade de organizar-se, para a família, para a religião, para campanhas
militares, decorrendo daí as primeiras noções de organização.

A administração nos dias atuais é tida como um meio de realizar trabalhos da melhor forma, o
mais rápido possível. Ela ocupa um papel importante no mundo, com uma boa administração
é possível alcançar melhor qualidade de vida. Pois, a tarefa da administração é tornar os
objetivos propostos em realidade.

A tarefa da administração é interpretar os objetivos propostos pela empresa e


transformá-los em ação empresarial por meio de planejamento, organização, direção
e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da
empresa, a fim de atingir tais objetivos (CHIAVENATO, 1994, p.3).
11

Segundo Cury (1995, p.23) “administração é um tipo de esforço humano cooperativo que
possui um alto grau de racionalidade”. Assim, o administrador é responsável por transformar
os objetivos propostos pela organização em ação, através do planejamento, organização,
direção e controle de todos os esforços realizados para o alcance destes objetivos.

O administrador exerce na organização uma função de extrema importância, que é tomada de


decisão, motivo pelo qual o mesmo deve possuir um embasamento teórico a ser assimilado. O
administrador deve sobre tudo, conhecer a organização em que trabalha, pois qualquer
decisão tomada implicará em mudança.

3.1.1 Evolução do estudo da administração

Para entender melhor a administração é preciso acompanhar sua evolução passando por
diversas teorias com suas diferentes contribuições para a ciência administrativa. Na realidade,
cada teoria surgiu com uma resposta aos problemas de época e foram bem sucedidas na
resolução destes problemas.

Cada teoria ou escola, como alguns autores preferem abordar, contribui com um corpo de
teorias a respeito de seu objetivo de estudo.

O período da Escola da Administração Científica teve como percursor Frederick W. Taylor e


seus principais colaboradores foram Henry L. Gantt e Frank e Lílian Gilbreth. A característica
mais marcante do estudo de Taylor é a busca de uma organização científica do trabalho,
enfatizando tempos e métodos para garantir a consecução de seus objetivos, máxima produção
a mínimo custo. Segundo Kwasnicka (1995, p.16), “Taylor aborda o conceito de prosperidade
em decorrência da obtenção da máxima produção e, portanto, do aproveitamento máximo da
relação homem-máquina”.

Segundo Ferreira (1997, p.16), “neste período acreditava-se que a eficiência estava na
descrição científica das tarefas e tempo de realização, existindo uma única maneira certa de
executar uma tarefa e para descobri-la, a administração deveria empreender um estudo de
tempos e métodos, decompondo os movimentos das tarefas executadas pelos trabalhadores”.
12

Na Teoria Clássica houve destaque para Henry Fayol, que foi o que mais contribuiu para a
evolução da abordagem, que até hoje vem sendo aplicada e aprimorada. Fayol perseguia os
mesmos princípios de Taylor, entretanto trabalhou nos níveis organizacionais e não nos de
fábrica.

Segundo Ferreira, Reis e Pereira (1997, p.22), no sentindo de estruturar melhor os


conhecimentos da administração, Fayol elaborou quatorze princípios que ajudariam a
controlar as variáveis que poderiam influenciar o sistema, sendo eles:
1. Divisão do trabalho: a especialização no trabalho favorece a eficiência na
produção e com isso, o aumento da produtividade;
2. Autoridade e responsabilidade: poder de mando e sanção;
3. Unidade de comando: apenas um superior para dar as ordens;
4. Unidade de direção: um único programa de trabalho;
5. Disciplina: obediência às normas de trabalho;
6. Prevalência dos interesses gerais: os interesses gerais devem prevalecer sobre os
individuais.
7. Remuneração: deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da
organização;
8. Centralização: atividades e autoridade centralizadas;
9. Hierarquia: defesa da estrutura hierárquica;
10. Ordem: um lugar para cada coisa, e cada coisa em seu lugar;
11. Eqüidade: cargos iguais, tarefas iguais e salários iguais;
12. Estabilidade dos funcionários: garantia de emprego;
13. Iniciativa: capacidade de criar, estabelecer um plano e cumpri-lo;
14. Espírito de corpo: trabalho em equipe.

Ao lado dos princípios básicos, Fayol enunciou cinco funções administrativas, definidas
como: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.
Esta foi uma época voltada totalmente para processos, onde somente o tempo significava
ganho para a organização.

A necessidade de uma maior eficiência nos processos forçou as empresa a dispensarem uma
maior atenção às pessoas envolvidas nestes processos. Surge então a Escola de Relações
Humanas, seguindo uma série de experimentos com as pessoas, inserindo-se assim algumas
13

mudanças no ambiente de trabalho, onde o ser humano passou a ser mais valorizado, e por
conseqüência, mais comprometido com a tarefa.
De acordo com Ferreira, Reis e Pereira (1997, p. 26) “a busca de uma maior eficiência nas
empresas exigiu a reconsideração das relações e aspirações dos elementos humanos na
organização”. Este período procura enfatizar as pessoas, deixando em segundo plano a
estrutura e as tarefas. As principais contribuições para esta escola foram de Elton Mayo, Kut
Lewin, Chester Barnard, Hebert Simon e Parker Follet.

A Abordagem Burocrática surge com Max Weber buscando uma teoria mais sólida e
abrangente para direcionar o trabalho dos administradores e atingindo o objetivo principal que
é o da eficiência, ou seja, a melhor maneira de se realizar uma tarefa.

Para que uma organização fosse considerada rigorosamente burocrática, ela deveria
ser fundamentada na especialização, na disciplina, ter unidade, ter processos
descritos com clareza. Com esses atributos, ela não seria questionada, não sofreria
interferência de fatores externos e se concentraria na consecução de seu objetivo
principal que é o da eficiência (KWASNICKA, 1995, p.23).

Também conhecida como Behaviorismo, a Teoria Comportamental surgiu como evolução de


uma divergência da escola de Relações Humanas, que recusava a concepção de que a
satisfação do trabalhador gerava a eficiência do trabalho. Pode ser definido como o estudo do
indivíduo e seu comportamento, estudo de grupos e estudo do complexo organizacional. O
grande impulsionador desta escola foi Abraham Maslow, psicólogo, que criou uma pirâmide
como forma de retratar as necessidades humanas, tais como; necessidades de auto realização,
estima, social, segurança e fisiológica. Para Maslow, observando esta seqüência, as
organizações têm que se voltar mais para o indivíduo, forma esta que o incentiva para a
realização de suas tarefas.
A ciência do comportamento mereceu grande destaque em abordagens anteriores, inclusive na
de relações humanas, cujo foco é o indivíduo. Suas propostas contribuíram para a evolução do
pensamento administrativo, servindo de base para o surgimento de novas abordagens ao
estudo da administração.

A Teoria Estruturalista surgiu da necessidade de se estudar a organização como um todo, já


que as teorias, Clássica, de Relações Humanas e Burocráticas, forneciam um enfoque parcial
14

e fragmentado da organização. Com isso, Amitai Etzioni sentiu a necessidade de se fundar


uma nova abordagem, na qual permitia-se uma visão integrada da organização.

A idéia básica do Estruturalismo é considerar a organização em todos os seus


aspectos como uma só estrutura, fornecendo uma visão integrada da mesma: analisar
as influências de aspectos externos sobre a organização, o impacto de seus próprios
aspectos internos, as múltiplas relações que se estabelecem entre eles” (FERREIRA,
REIS e PEREIRA, 1997, p. 52).

Nesta fase se iniciaram os primeiros ensaios de sistema social aberto, e com isso, as
necessidades de reconhecer a existência de um ambiente onde todos os fatores que compõe o
todo organizacional são analisados.

A Abordagem Sistêmica surge para fazer da organização um sistema único, facilitando assim
a visão de quem precisa obter informações para a tomada de decisão. O percursor desta teoria
foi o biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy, na qual defendia a integração das várias
ciências, naturais e sociais. “A teoria geral de sistema procura agregar todas as ciências em
corpo integrado e, mais que isso, organiza as descobertas segundo uma concepção global e
ampla, facilitando a integração de descobertas e conceitos entre disciplinas”. (KWASNICKA,
1995, p. 127). O desempenho do sistema organizacional é influenciado diretamente pelo meio
ambiente que envolve a organização. De acordo com Kwasnicka (1995, p.127) “A teoria
sistêmica é considerada a mais completa das abordagens, permitindo visão integrada da
organização”.

A Teoria da Contingência observou rapidamente a preocupação com a tecnologia juntamente


com o meio ambiente. Esta teoria enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações ou
na teoria administrativa. Tudo depende de uma relação funcional entre as condições do
ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance dos objetivos da
organização. Nesta teoria, a administração lida com a tecnologia e com o meio ambiente,
extraindo a máxima eficiência possível.

Na Abordagem Contingencial, segundo Kwasnicka (1995, p. 143), “a preocupação está


voltada para a adaptação com mudanças significativas em cada um dos elementos que
compõem o sistema maior”. È necessário reconhecer que a incerteza é a previsão mais certa
15

sobre o futuro e as organizações devem estar preparadas para adaptar-se rapidamente às


mudanças exigidas.

Não seria possível acompanhar a evolução da administração sem finalizar com a visão
contemporânea. As teorias das organizações contemporâneas têm assumido diversas
tendências passando pelo profissional polivalente, as técnicas japonesas de qualidade total, a
ética do trabalho, o capital intelectual, a tecnologia da informação.

Em síntese, cada estágio sucessivo da evolução da teoria da organização se apóia sobre o


anterior. O importante é que cada empresa encontre o seu melhor caminho, a partir da análise
e entendimento da organização como um todo. Conhecendo bem suas características,
potencialidades e limitações, é possível definir o melhor modelo de princípios que se adapta à
organização.

3.1.2 Funções da administração

Como foi visto anteriormente, na Teoria Clássica, Fayol defendeu a idéia de que toda a
empresa possui seis funções. As funções podem ser definidas, segundo Maximiano (1995,
p.142) como:
Função técnica, na qual se relaciona com aspectos de produção de bens e serviços;
a) função comercial: relaciona-se com a compra, venda e permuta dos bens
produzidos e consumidos pela empresa;
b) Função financeira: busca e gerenciamento dos recursos financeiros utilizados pela
empresa;
c) função segurança: responsável por assegurar os bens da empresa e as pessoas
envolvidas com a empresa ;
d) função contábil: registrar as contas efetuadas, elaborar balanço e estatísticas,
registros de estoques;
e) função administrativa: subdividida em outras cinco funções, abordadas a seguir.
A função administrativa é responsável por coordenar e sincronizar as demais funções da
empresa. Segundo Fayol apud Kwasnicka (1995, p.60) “a função administrativa é uma
função que se reparte e se distribui com outras funções essenciais, proporcionalmente entre a
cabeça e os membros do corpo social da empresa”.
16

Fayol definiu seis funções básicas para a estrutura organizacional. Dentre estas, estava à
função administrativa, na qual se subdivide em cinco outras funções:
a) prever: visualizar o futuro e traçar propostas de ação;
b) organizar: consiste em arrumar a estrutura funcional da empresa;
c) comandar: orientar e dirigir as pessoas dentro da organização;
d) coordenar: consiste na união de todos os esforços da empresa em torno do seu
objetivo;
e) controlar: medir, corrigir o desempenho para assegurar que os planos sejam
executados da melhor maneira possível.

3.1.3 Áreas da administração

É imprescindível para o desenvolvimento do trabalho dentro da ciência administrativa, que se


comente sobre as diversas áreas que compõem esta ciência, que são elas: Marketing, Recursos
Humanos, Finanças, Produção, e Materiais.

Uma das áreas que compõem a administração é a área de Marketing, na qual exerce uma
função vital dentro de qualquer empresa que esteja preocupada em assegurar a sua
sobrevivência e seu crescimento neste mercado complexo que estamos vivendo com clientes
cada vez mais exigentes e concorrentes que estão por toda parte.

Segundo Cobra (1992, p.35) marketing “é o processo de planejamento e execução desde a


concepção, apreçamento, promoção e distribuição de idéias, mercadorias e serviços para criar
trocas que satisfaçam os objetivos individuais e organizacionais”.

O conceito de marketing está ligado à satisfação do cliente. As organizações precisam escutar


seus clientes e se concentrar em pontos que farão seu diferencial no mercado. As empresas
voltam-se hoje para o cliente e não há dúvidas de que adequar-se às exigências do cliente é
uma questão de sobrevivência.

A administração Financeira é a área responsável por orientar todas as atividades empresariais


que envolvem recursos financeiros, visando à obtenção de lucro. A função financeira da
empresa está voltada para obter recursos necessários e formular estratégias voltadas a
17

otimização destes recursos. Segundo Ross et al (1998, p.33) “o objetivo geral da


administração financeira é maximizar o valor de mercado do capital dos proprietários
existentes”. Não importa se a empresa é uma firma individual, uma sociedade de pessoas ou
uma sociedade por ações, em qualquer delas, as boas decisões financeiras aumentam o valor
de mercado do capital dos proprietários, e as más decisões o diminuem.

A área de Recursos Humanos surgiu com o crescimento das organizações e com a


complexidade das tarefas organizacionais. Na visão de Whi (1980, p.36) “administração de
recursos humanos deve estar voltada ao desenvolvimento da organização através das pessoas
que nela trabalham”. Os recursos humanos tratam do desenvolvimento das pessoas nas
organizações, pois as mesmas são constituídas por pessoas e dependem delas para atingir os
seus objetivos e cumprir suas missões.

A administração da Produção trata da maneira pela qual, as organizações produzem bens e


serviços. Pode ser vista como o conjunto de atividades que levam à transformação de um bem
tangível em outro, com maior utilidade. De acordo com Martins e Laugeni (1999, p.5)
“qualquer atividade na tentativa de transformar insumos, tais como matérias-primas, em
produtos acabados e/ou serviços, constitui objetivo da administração de produção”.

Antigamente as áreas de vendas e produção eram vistas como as mais importantes dentro de
uma organização. Porém, como o principal objetivo de uma empresa é maximizar o lucro
sobre o capital investido, a administração de materiais passou a ser vista com mais
importância, uma vez que causa impacto direto na lucratividade da empresa.

Como o trabalho será desenvolvido no setor de compras da empresa, na qual está inserida
dentro da administração de materiais, a área terá uma maior ênfase, podendo ser observada no
tópico abaixo.

3.2 A Abordagem Logística

Para implantar melhoramentos na estrutura industrial é necessário dinamizar os sistemas


logísticos, que engloba o suprimento de materiais e componentes, a movimentação e o
18

controle de produtos e o apoio ao esforço de vendas dos produtos finais, até a colocação do
produto acabado no consumidor.

A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e


armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e o fluxos de informações
correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder
maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a
baixo custo (CHRISTOPHER, 1992, p.2).

Os administradores estão reconhecendo, agora, a necessidades de se estabelecer um conceito


bem definido de logística industrial, uma vez que começam a compreender melhor o fluxo
continuo dos materiais, as relações tempo-estoque na produção e na distribuição e os aspectos
relativos ao fluxo de caixa no controle de materiais. A verdade é que o enfoque da
administração de materiais está mudando o tradicional "produza, estoque, venda" para um
conceito mais atualizado, que envolve "definição de mercado, planejamento do produto, apoio
logístico".
Além disso, os administradores também estão reconhecendo que devem coordenar
suprimentos, produção, embalagem, transporte, comercialização e finanças em uma atividade
de controle global, capaz de apoiar firmemente cada fase do sistema com um máximo de
eficiência e um de capital investido.

3.2.1 Logística Suprimentos

A logística é um conjunto de atividades funcionais que é repetido muitas vezes ao longo do


canal de suprimentos através do qual as matérias-primas são convertidas em produtos
acabados e o valor é adicionado aos olhos dos consumidores. Como a fonte de matéria-prima,
a fábrica e os pontos de venda não estão localizados no mesmo ponto geográfico e o canal
representa a seqüência de fases da manufatura, as atividades de logística muitas vezes
ocorrem antes que um produto chegue ao mercado. Mesmo aí, são repetidas umas vezes mais
quando os produtos usados são reciclados e voltam ao canal logístico.
Segundo Dias (1993, p.21) “o aspecto que se constitui em base para qualquer sistema de
gerenciamento de materiais é a precisão dos dados ou a qualidade das informações
processadas’’”. Há uma série de técnicas disponíveis para gerenciar os estoques, cada uma
delas aplicável ao estágio em que a empresa se encontre; mas uma preocupação que deve estar
sempre presente em qualquer situação é, sem dúvida, a precisão das informações, as quais
19

podem afetar a operação da companhia em níveis de eficiência adequados. Os maiores


problemas relativos à imprecisão podem ser: má localização dos estoques; armazenamento
inadequado, erros de cálculo nos relatórios de entrada e saída de materiais; erros gerados no
recebimento; esquecimento e atraso na emissão de documentos relativos à entrada e saída de
material; procedimentos de contagem física inadequada.

O gerenciamento da cadeia de suprimentos ou Supply Chain Management (SCM) como ele é


mais conhecido, revolucionou completamente não somente a forma de se comprar como
também a produção e a distribuição de bens de serviços. Entretanto, em virtude dos sistemas
cada vez mais complexos e do crescimento incessante da tecnologia de informação e de
gerenciamento, a cadeia de suprimentos continuará revolucionando áreas como a
administração de materiais, marketing, vendas e produção, sendo responsável, por exemplo,
pela redução do tempo de estocagem e do número de fornecedores e pelo aumento da
satisfação de clientes.

Apesar do uso de inúmeras ferramentas, como programação linear inteira, simulação por
computador, engenharia simultânea e engenharia de processos, seus princípios básicos são
facilmente compreensíveis.

O SCM, já incorporado ao jargão empresarial, nada mais é do que administrar o sistema de


logística integrada a empresa, ou seja, o uso de tecnologias avançadas, entre elas
gerenciamento de informações e pesquisa operacional, para planejar e controlar uma
complexa rede de fatores visando produzir e distribuir produtos e serviços para satisfazer o
cliente.

Uma simples empresa geralmente não está habilitada a controlar seu fluxo de produtos inteiro
no canal, desde as fontes de matéria-prima até o ponto final de consumo, embora esta seja
uma oportunidade emergente. Para propósito prático, a logística empresarial para empresas
individuais tem um escopo estreito. Normalmente, o máximo controle gerencial que pode ser
esperado está sobre o suprimento físico imediato e sobre os canais de distribuição física. O
canal de suprimento físico refere-se ao hiato de tempo e espaço entre as fontes de material
imediato de uma empresa e seus pontos de processamento. Da mesma maneira, o canal de
distribuição física refere-se ao hiato tempo e espaço entre os pontos de processamento da
empresa e seus clientes. Devido às similaridades nas atividades entre os dois canais, o
20

suprimento físico e a distribuição física compreendem atividades que estão integradas na


logística empresarial. O gerenciamento da logística empresarial é também popularmente
chamado de gerenciamento da cadeia de suprimentos.

O gerenciamento da cadeia de suprimentos abrange o fluxo de mercadorias do fornecedor,


através da fabricação e distribuição até o usuário final. O gerenciamento logístico está voltado
para otimização de fluxos dentro da organização, enquanto que o gerenciamento da cadeia de
suprimentos reconhece que a integração interna por si não é suficiente.

Até o final dos anos 80, a natureza relativamente fechada da maior parte dos mercados
garantia maior previsibilidade ao funcionamento dos sistemas econômicos, sustentada na
menor concorrência inter-empresarial e nos ciclos mais longos dos produtos. Nesse ambiente,
a rentabilidade dos negócios requeria o gerenciamento eficiente de atividades isoladas como
compras, transportes, armazenagem, produção e distribuição.

Essa trajetória registrou uma mutação radical na década de 90 com a intensificação articulada
dos fenômenos da liberalização comercial, especialmente dos mercados emergentes, e da
globalização produtiva e financeira em escala mundial. Esses dois movimentos vêm
conferindo novos contornos à disputa competitiva entre as empresas, em face das
necessidades de enfrentamento e superação dos desafios impostos à expansão, garantia de
posição e/ou mesmo sobrevivência em estruturas de mercado altamente concorrências.

Diante desse quadro de mudanças, as organizações empresariais passaram a adotar estratégias


de potencialização de oportunidades e de minimização de riscos, mediante tentativas de
rápido cumprimento dos requisitos e/ou referenciais ligados, sobretudo à atualização
tecnológica e à reestruturação gerencial. Ademais, as empresas procuraram introduzir
inovações voltadas à multiplicação dos ganhos de competitividade, resultando na proliferação
de fusões, incorporações e celebrações de alianças estratégicas.

O sucesso empresarial é resultante de uma série de decisões estratégicas que transcendem as


questões mercadológicas e operacionais. A qualidade do processo decisório depende de uma
estrutura lógica que estimule e facilite os executivos tanto no planejamento do negócio quanto
em sua implementação. Na logística, assim como em todas as áreas das empresas,
presenciamos uma verdadeira revolução tecnológica em termos de disponibilidade de
21

informação e de meios de comunicação cada vez mais eficazes e eficientes. Esses fatores têm
provocado mudanças substanciais na forma de gerenciar o processo logístico, principalmente
em empresas de vanguarda, com o objetivo de melhor responder às ameaças e oportunidades
do ambiente competitivo.

De acordo com Fleury, Wanke e Figueiredo (2000, p. 322) “um dos grandes desafios
gerenciais da atualidade é encontrar uma forma de organização que dê agilidade e qualidade
ao processo decisório, indo além dos aspectos de hierarquia e poder”. Assim, o
monitoramento do desempenho e a adoção de novas tecnologias de informação apresentam-se
como dimensões-chaves que dão sustentação à estrutura organizacional das empresas,
permitindo atingir o nível de flexibilidade operacional necessário ao sucesso dos negócios. O
objetivo final é desenvolver efetiva integração do processo logístico dentro das empresas,
conseqüentemente, alavancando a capacidade de resposta às exigências do mercado.

No entanto, a integração interna às empresas por si só não é suficiente para viabilizar um


efetivo gerenciamento das cadeias de suprimentos. As empresas pertencentes a uma mesma
cadeia devem desenvolver mecanismos que assegurem o fluxo de produtos e de informações
de maneira a maximizar a eficiência dos grandes processos que transcendem suas fronteiras.

De uma forma geral, as empresas têm reagido a esses movimentos por meio de uma série de
mudanças, tanto nos aspectos gerenciais, quanto nos operacionais. Uma das mudanças que
podem ser facilmente observadas é a busca por relacionamentos mais próximos entre as
empresas industriais e comerciais, mediante um esforço de coordenação das operações
logísticas. Essa é uma das razões pelas quais as questões logísticas têm crescido de
importância na agenda da alta administração. A integração da cadeia de suprimento passou a
ser vista como uma das maiores oportunidades para a obtenção de ganhos de produtividade no
âmbito das empresas.

Tradicionalmente, as maiorias das organizações vêem-se como entidades que existem


independentemente umas das outras e, na realidade, precisam competir para sobreviver.
Existe uma ética quase Darwiniana da “sobrevivência do mais forte” dirigindo a estratégia
corporativa. Entretanto, tal filosofia pode ser autodestrutiva se ela conduzir a uma falta de
boa-vontade de cooperar para competir. Por trás deste conceito aparentemente paradoxal, está
a idéia de integração da cadeia de suprimentos.
22

A cadeia de suprimentos representa uma rede de organizações, através de ligações nos dois
sentidos, dos diferentes processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e
serviços que são colocados nas mãos do consumidor final. Desta forma, por exemplo, um
fabricante de camisa é parte da cadeia que se entende para trás, para o tecelão, para o
fabricante de fibras, e para frente, através dos distribuidores e varejistas, até o consumidor
final. Cada uma dessas organizações na cadeia é dependente da outra por definição e, ainda
paradoxalmente, por tradição, elas não cooperam umas com as outras.

3.3 Compras

A função compras é um segmento essencial da área de materiais, que tem por finalidade
suprir as necessidades de materiais ou serviços. “A atividade de compras tem por finalidade
suprir as necessidades da empresa mediante a aquisição de materiais e/ou serviços, emanadas
das solicitações dos usuários, objetivando identificar no mercado as melhores condições
comerciais e técnicas” (VIANA, 2000, p. 42).

A visão de que comprar era uma atividade burocrática e repetitiva deixou de existir no
momento em que as empresas perceberam o impacto que o processo de compras tem na
lucratividade da empresa. Desta forma, o departamento de compras passou a ganhar mais
importância dentro da organização.

Segundo Dias (1995, p.14) “é da responsabilidade de compras que as matérias-primas


exigidas pela produção, estejam à disposição nas quantidades certas, nos períodos desejados”.
A área de compras deve estar preocupada, além de disponibilizar matérias-primas, procurar
sempre dentro de uma negociação, as melhores condições para a empresa.
A maioria das empresas adquire grande variedade de produtos ou serviços, sendo que o
volume e o valor dessas compras têm crescido à medida que as organizações se aprimoram
em seus processos. Slack et al (1997) destaca alguns objetivos básicos da atividade de
compras que são válidos para todos os materiais e serviços comprados. São eles: comprar ao
preço ideal, com entrega no momento correto, com produtos e serviços de qualidade, na
quantidade certa e da fonte correta. Os objetivos de compras devem estar alinhados aos
objetivos estratégicos da empresa como um todo, visando o melhor atendimento ao cliente
interno e externo.
23

De acordo com Slack et al. (1997, p.413), “as atividades que envolvem o processo de compras
iniciam quando surge a necessidade de material e somente findam-se quando o material é
recebido na empresa”. Comprar é uma operação da área de materiais, que envolve todo o
processo de localização de fornecedores e fontes de suprimentos, aquisição de materiais, bem
como o acompanhamento do processo junto ao fornecedor escolhido e o recebimento do
material para controlar e garantir o fornecimento dentro das especificações.
Antes de iniciar o processo de compras, o departamento de compras precisa receber um sinal
da demanda, definido por Martins e Alt (2000, p.96) como a forma sob a qual a informação
chega à área de compras para desencadear o processo de aquisição de bem, sendo que os
meios mais comuns são: solicitação de compras, MRP, just-in-time, reposição periódica,
ponto de pedido, caixeiro viajante e contratos de fornecimento, descritos a seguir.

Na solicitação de compras manifesta-se a necessidade de comprar algum item para uso na


empresa. A solicitação é enviada a área de compras, com os materiais necessários
devidamente especificados.

O MRP ou planejamento das necessidades de materiais, segundo Dias (1995, p.131)


“estabelece uma série de procedimentos e regras de decisão, de modo a atender as
necessidades de produção numa seqüência de tempo logicamente determinada para cada item
componente do produto final”. O MRP mede a necessidade de compra dos materiais
utilizados para fabricação de um certo produto. Caso não haja material em estoque, ele emite
uma solicitação de compra para os materiais necessários. O MRP auxilia no planejamento dos
materiais, facilitando o processo de compras e minimizando os riscos de parada de produção
por falta de materiais.
No sistema just-in-time, de acordo com Martins e Laugeni (1999, p. 304) “há uma procura em
não apenas eliminar os desperdícios, mas também colocar o componente certo, no lugar certo
e na hora certa”. O sistema just-in-time disponibiliza os materiais requeridos apenas quando
forem realmente necessários, diminuindo com isso, o custo de estoques.

Para que o material seja reposto periodicamente, utiliza-se um sistema denominado de


reposição periódica, na qual estabelece um período de tempo para que um novo pedido de
compra seja emitido. De acordo com Dias (1995, p.129) “a análise deverá ser feita
considerando o estoque físico existente, o consumo no período, o tempo de reposição e o
saldo de pedido no fornecedor do item”.
24

O sistema do ponto de pedido é um método, no qual o pedido de compras é acionado sempre


que o estoque atingir determinado nível. O ponto de pedido é calculado em função do
consumo médio e do prazo de atendimento.
Um outro sistema não tão utilizado é o de caixeiro-viajante, onde o vendedor verifica in loco,
o que está faltando no estoque e assim emite um pedido.

Ao contrário do caixeiro-viajante, o contrato de fornecimento é uma das formas de compras


que mais cresce atualmente. Segundo Martins e Alt (2000, p.101) “o processo de compra é
iniciado em função de uma necessidade de produção, assim, quando o material se faz
necessário, o próprio sistema de computador emite e envia uma ordem de compra via EDI”.
Porém, este método, em muitas empresas, ainda não é utilizado.

Conforme vimos anteriormente, o sinal da demanda é apenas o início para desencadear o


processo de compras, que termina somente com a chegada do material ao usuário.

3.4 Classificação Materiais

A proposta de Classificação de materiais tem como objetivo a melhoria da Gestão


Empresarial. Buscando facilitar e otimizar a identificação e localização dos itens em estoque.
Bem como, facilitar a comunicação interna na empresa, evitar a duplicidade de itens; facilitar
a padronização de materiais, permitindo as atividades de gestão de estoques e compras; obter
um controle contábil dos estoques permitindo o pleno controle de estoque e de compras em
andamento e de recebimento.

A classificação material visa estabelecer a identificação, a codificação, o cadastramento e a


catalogação de todos os materiais da empresa, para agrupar de maneira uniforme e segundo
critérios predefinidos, os dados identificadores dos diferentes itens de material empregados
em uma empresa, de forma que fossem fornecidos e divulgados os elementos necessários aos
diferentes fins de suprimento.
Segundo Viana (2000, p. 51) “Grande parte do sucesso no gerenciamento de estoques
depende fundamentalmente de bem classificar os materiais da empresa’’. Assim, o sistema
classificatório pode servir também, dependendo da situação, de processo de seleção para
identificar e decidir prioridades”.
25

O material, para ser perfeitamente classificado e codificado, necessita ser claramente descrito,
a especificação é que caracteriza e torna o material codificado inconfundível. Sem uma
caracterização perfeita, muitas vezes o trabalho de codificação torna-se inócuo, pois, por falta
de dados específicos, que caracterizam o item, sobrevem a confusão, arruinando um trabalho
pacientemente elaborado, por este motivo a ciência de uma perfeita classificação e
codificação dos materiais reside na forma correta de especificar.

3.4.1 Tipos de Classificação

Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária uma divisão que norteie as várias
formas de classificação. Como existem vários tipos, a classificação deve ser analisada no
todo, em conjunto, visando propiciar decisões e resultados que contribuam para atenuar o
risco de falta.

Segundo Gasnier (2002, p. 39), “as classificações são processos de categorização de Paretto,
baseado em determinado critério considerado relevante para a priorização dos esforços de
gerenciamento dos itens em estoque”.

Na dinâmica dos materiais usualmente é aplicado os seguintes critérios:

Quadro 3.1 – Diferentes classificações e os interesses relacionados.


CLASSIFICAÇÃO PONTO DE VISTA CONTEMPLADO
ABC Classificação de valores consumidos Acionista (econômico)
XYZ Classificação de criticidade Cliente
123 Classificação de aquisição Fornecedor
PQR Classificação de popularidade Processo operacional
GUS Classificação de aplicação Alocação (posicionamento)

Fonte: Gasnier (2002, p.39)

1) Classificação de valores consumidos (ABC): Na gestão de materiais, o critério


usualmente mais empregado consiste em multiplicar o consumo médio do item pelo seu custo
de reposição. A partir do ranking destes itens, estratificamos três categorias de itens por meio
de cortes previamente definidos em termos da percentagem acumulada.
26

CLASSE A - Itens prioritários: São as principais SKU em estoque, foco de atenção do


gestor de materiais, pois são materiais valiosíssimos devido à sua importância econômica.
Merecem tratamento especial, sendo denominado VIP (very importat product).
CLASSE B – Itens intermediários: Compreendem as SKU que ainda são consideradas
economicamente preciosas, logo após os itens da categoria A, e que recebem cuidados
medianos.
CLASSE C – Itens secundários: Não deixam de ser importantes também, pois sua falta pode
inviabilizar a continuidade do processo, no entanto o critério estabelece que seu impacto
econômico não é dramático, o que possibilita menos esforço.

2) Classificação de criticidade (XYZ): Da mesma forma que a classificação ABC, também


podemos segmentar os itens em estoque baseado no critério do impacto resultante da falta,
agregando mais informações para as rotinas de planejamento, reposição e gerenciamento. Este
processo que envolverá um trabalhoso julgamento técnico.

CLASSE X – Ordinário: Item de baixa criticidade, cuja falta naturalmente compromete o


atendimento de usuários internos (serviço ou produção) ou externos (clientes finais), mas não
implica em maiores conseqüências. Eventualmente, a SKU ordinária pode ser substituída por
outro SKU intercambiável.

CLASSE Y – Crítico: Sua falta representa razoável transtorno e custo, sem ser vital. Por
exemplo, em um processo produtivo a falta de um item Y não chega a parar a linha, mas
retém os produtos inacabados, aguardando sua disponibilidade para despacho e faturamento.

CLASSE Z – Vital: Item cuja falta acarreta conseqüências desastrosas, tais como interrupção
dos processos da empresa, podendo comprometer a integridade de equipamentos, o SLA ou
segurança operacional, do produto ou processo. Para facilitar a memorização, optamos por
designar os itens vitais pela letra Z devido à sua posição no extremo oposto do alfabeto.

3 Classificação de aquisição (123): Esta classificação diz respeito ao processo de aquisição


dos itens em estoque (oferta), incluindo tanto a identificação, qualificação e desenvolvimento
de fornecedores como o disparo e atendimento de requisições, em termos do grau de
confiabilidade das especificações e prazos. Sua operacionalização requer elaborado
27

julgamento (subjetivo também) dos profissionais envolvidos com o reabastecimento (setor de


compras).
CLASSE 1 – Complexa: Tratam-se dos itens de obtenção muito difícil, pois envolvem
diversos fatores complicadores combinados, tais como longos setups e lead-times (tempo de
reposta, distâncias e variabilidades na oferta e/ou demanda), e riscos quanto à pontualidade,
qualidade, fontes alternativas (cartéis) e sazonalidade.

CLASSE 2 – Difícil: Envolve alguns poucos fatores complicadores relacionados acima,


tornando o processo de obtenção relativamente difícil.

CLASSE 3 – Fácil: Fornecimentos ágeis, rápidos e pontuais, o item é uma commodity, com
amplas alternativas a disposição no mercado fornecedor.

4) Classificação de popularidade (PQR): Segmentamos as SKU em três categorias, baseado


no critério de popularidade. A popularidade expressa a frequência de transações envolvendo
determinada SKU, observadas no período de um ano.
- Popularidade de recebimento – Contagem de transações de entrada em 365 dias.
- Popularidade de despacho – Contagem de transações de saída em 365 dias.
- Popularidade combinada – Contagem de transações em 365 dias.

A popularidade diz respeito ao número de transações efetuadas no período,


independentemente da quantidade envolvida em cada transação. Caso o período considerado
for diferente de 365 dias corridos, é preciso ajustar a medição, anualizando-a para possibilitar
comparações.

CLASSE P – Muito popular: Tratam-se das SKU que apresentam elevada freqüência de
movimentação, digamos pelo menos uma transação por dia. Também podem ser denominadas
“blockbusters” ou “best-sellers”.

CLASSE Q – Popularidade média: Envolvem as SKU que apresentam uma freqüência


intermediária de, digamos, menos do que uma transação por dia, mas pelo menos uma
transação por mês.
28

CLASSE R – Baixa popularidade: Incluem-se nesta categoria as SKU “slow moving” e “no
moving”, que apresentam – digamos-menos do que uma transação por mês ou por semestre.
Baixa movimentação (slow moving): São aqueles itens de baixa popularidade, isto é, que
apresentam uma movimentação muito lenta (acumulando poeira), com poucos acessos de
recebimentos ou apanhes. Também verificamos itens classificados como “sem
movimentação” (no moving), situação em que devemos reavaliar a real necessidade de mantê-
los nos estoques da empresa.

5) Classificação de aplicação (GUS): Esta classificação trata da aplicação do produto,


servindo para orientar políticas de configuração e cobertura dos estoques.

CLASSE G – Geral: São produtos que podem ser requeridos em vários centros de operações
ou pontos de consumo. São potenciais candidatos para estratégias de centralização da
armazenagem, visando compartilhamento de recursos.

CLASSE U – Única: Envolve produtos que são usados somente em um centro de operações
ou ponto de consumo, em vários produtos.

CLASSE S - Específico: São produtos usados exclusivamente em um produto (demanda


dependente), e cuja aquisição pode ser programada por pedido individual.

6) Classificações Adicionais: Naturalmente, sempre será possível considerar outros critérios


além daqueles aqui apresentados, em função daquilo que é mais relevante para cada análise e
tratamento. Podemos classificar os itens de diversas outras maneiras, entre as quais
destacamos algumas a seguir:

- Volume ocupado (m³);


- Peso (Kgs);
- Localização.
- Consumo;
- Tipo de demanda;
- Saldo em estoque;
- Valor imobilizado;
- Momento de transporte (movimentações);
29

- Natureza química;
- Cuidados especiais de movimentação, armazenagem e controle;
- Nível de fracionamento da carga;
- Classe de risco;
- Importância estratégica.

Neste ponto, após sistematizarmos classificações que nos permitem conhecer melhor cada
item podermos começar a determinar como tratá-los. Denominamos estas regras ou tratativas
pelo termo políticas de gestão.
30

4. METODOLOGIA

4.1 Caracterização da Pesquisa


Este capítulo trata da metodologia referente ao desenvolvimento deste trabalho de pesquisa. A
abordagem da pesquisa a ser utilizada será a pesquisa qualitativa.
Segundo Gil (1999), “a abordagem qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o
mundo real e o sujeito, buscando a interpretação de fenômenos, bem como a atribuição de
significados a estes fenômenos”.

O tipo de pesquisa é exploratória, já que existe pouca informação a respeito do objeto de


pesquisa.

A estratégia a ser adotado no presente trabalho é o estudo de caso, pelo fato de tratar de uma
situação específica da empresa objeto de estudo (YIN, 2001).

4.2 Etapas da Pesquisa


Para alcançar os objetivos, o presente trabalho será desenvolvido com as seguintes etapas.

Erro! Mapear Atual Processo de Compras

2
Levantamento dos dados

3
Análise dos Dados

4
Método de Classificação Proposto

Figura 4.2 – Metodologia de Pesquisa


Fonte: Elaborado pelo Estagiário
31

1. Mapeamento Atual Processo Compras - Conforme visualização na figura 4.2, a


importância de se fazer este mapeamento será entender de forma geral todo o processo, uma
visão sistêmica, para poder determinar onde estão às falhas e propor melhorias que seja
importante para agilizar todo o processo de compras, com base na classificação de materiais,
tendo em foco a revisão do cadastro de materiais e definindo pela manutenção deste cadastro,
a fim de possibilitar a rastreabilidade de todos os materiais existentes e a serem adquiridos
pela empresa. Como fazer este mapeamento é de suma importância, analisar todo o processo,
desde o momento da identificação referente necessidade do material, até a etapa final do
processo que será o lançamento da nota fiscal no sistema, encerrando o pedido de compra,
neste sentido será elaborado pelo estagiário um fluxograma atual de compras, e assim poder
buscar através destas informações, fazer o levantamento dos dados necessários para a
proposta de uma classificação de materiais adequada com o objetivo de melhorar à gestão
empresarial.

2. O levantamento dos dados - Realizado através de relatórios disponibilizados pela


empresa, emitidos por meio do sistema de informação. A partir dos dados de cada item, será
possível destacar em uma tabela, todos os dados necessários aonde constará descrito o item,
valor, descrição do produto, custo unitário, método pelo qual se determina a importância dos
materiais em função do valor expresso pelo próprio consumo em determinado período, assim
montar curva ABC, para posterior análise dos dados coletados.

3. Análise dos dados – A montagem da curva ABC em planilha Excel e conseguir, desta
forma, identificar toda a linha de produtos com que a empresa trabalha, para posterior análise
dos materiais de grande valor de consumo, médio, baixo valor de consumo, tendo como
critério uma separação em classe ABC. A curva ABC é um importante instrumento para o
administrador, ela permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento
adequados quanto à sua administração. Como base o princípio de que a classe A deverá
abranger o menor número de itens correspondente ao maior valor possível, ou seja, para a
classe A 75% do valor dos itens em estoque, tendo com a classe B no valor de 20%, e para a
classe C, 5% do valor total. A importância deste levantamento será ao final, fazer uma
classificação de materiais de acordo com a necessidade da organização.
32

4. O método de classificação de materiais proposto - Com base nos itens classificados


como “A” pela curva ABC, obtido na etapa de levantamento e análise dos dados, tendo no seu
total 51 itens em estoque. Para a montagem do método de classificação a utilização de uma
amostra de estudo, foi definida 10% deste total, tendo também o acompanhamento dos itens
de classificação B e C.

Conforme descrito na fundamentação teórica, classificar um material é agrupá-lo segundo sua


forma, dimensão, peso, tipo, uso, etc. Entretanto a classificação não deve gerar confusão, por
exemplo, um produto não poderá ser classificado de modo do que seja confundido com outro,
mesmo sendo este semelhante. A classificação, ainda deve ser feita de maneira que cada
gênero de material ocupe seu respectivo local e assim melhorar toda a cadeia de suprimentos e
principalmente a agilidade no processo de compras, baseando-se no levantamento das
informações descritas na fundamentação teórica.

De maneira geral, a pesquisa a ser realizada neste trabalho possibilitará identificar o ponto
fraco no controle de estoque e do atual processo de compras da empresa; e com base nos
objetivos de compras e na elaboração de um método de classificação de materiais, buscarem
melhorias no processo.

Na dinâmica e classificação dos materiais serão aplicados os seguintes critérios:

1 - Classificação de valores consumidos (ABC): Na gestão de materiais, o critério que será


empregado consiste em multiplicar o consumo médio anual do item pelo seu custo de
reposição. A partir do ranking destes itens, estratificaremos três categorias de itens por meio
de cortes previamente definidos em termos da percentagem acumulada.

2 - Classificação de criticidade (XYZ): Da mesma forma que a classificação ABC, também


será segmentar os itens em estoque baseado no critério do impacto resultante da falta,
agregando mais informações para as rotinas de planejamento, reposição e gerenciamento. Este
processo que envolverá um trabalhoso julgamento técnico.

3 - Classificação de aquisição (123): Esta classificação diz respeito ao processo de aquisição


dos itens em estoque (oferta), incluindo tanto a identificação, qualificação e desenvolvimento
de fornecedores como o disparo e atendimento de requisições, em termos do grau de
33

confiabilidade das especificações e prazos. Sua operacionalização requer elaborado


julgamento (subjetivo também) dos profissionais envolvidos com o reabastecimento (setor de
compras).
Ressalta-se também que com o mercado cada vez mais competitivo, onde as mudanças são
sentidas de maneira muito veloz, a busca da melhoria contínua passa a ser um objetivo
permanente para garantir sobrevivência e a permanência das organizações no mercado.
34

5. RESULTADOS

Com base nos objetivos específicos apresentados, segue abaixo o Mapeamento do Processo de
Compras, elaborado pelo estagiário na empresa Gomes da Costa.

5.1 Mapeamento Processo de Compras

Para melhor entender o funcionamento da área de compras da empresa, foi elaborado um


fluxograma onde é possível visualizar o atual processo de compras da empresa, demonstrado
a seguir.

Arquiva
Início S.C.

Autoriz. S Encaminha Analisa


Necessidade Gera Solicita
Gerência SC ao as
do Material Solicitação Cotação
Compras Área Comprador (3) Cotações

A
Envia FAX
PC ao
A
Fornecedor

Seleciona Emissão P.C. S Envia Aguarda Recebimento


Proposta Pedido de Aprovado p/ PC ao Entrega do da Mercadoria
Compra Gerência Almoxarifado Material

N Arquiva
Processo
Retorna ao B
S.C.
Aciona Comprador p/ Comprador p/buscar
resolução junto ao outras alternativas,
Fornecedor reiniciando processo
Legenda:

N PC – Pedido Compra
SC - Solicitação compra
Almoxarifado Lancto NF no
Conferencia S aciona Sistema,
NF – Nota Fiscal
B Fim
P.C. com Usuário encerrando P.C.
N.F.

Gráfico 5.1 - Fluxograma do processo de compras da GDC Alimentos S.A.


Fonte: elaborado pelo estagiário (GDC Alimentos S.A).
35

Conforme visualizado no gráfico 5.1, o processo de compras inicia com o surgimento da


necessidade de material, de qualquer natureza. Essa necessidade obriga o usuário a emitir uma
solicitação de compras, composta por um via e assinada pela gerência da área, na qual, será
encaminhada ao setor de compras para dar início ao processo de cotação. Atualmente o setor
não possui uma grade de compras definida para cada comprador. Diante disto, as solicitações
que chegam ao setor são encaminhadas ao comprador de acordo com a disponibilidade de
cada um, exceto para as matérias-primas, a qual possui um comprador direcionado a estas
compras.

O processo é composto por três cotações para as compras normais, ou seja, aquelas que
possuem um tempo hábil para envio, recebimento e análise das cotações. Após a análise, o
comprador seleciona a melhor proposta, de acordo com os objetivos de compras, e emite o
pedido de compra via sistema informatizado para posterior aprovação da gerência. Todos os
pedidos de compras devem ser aprovados pela gerência da área solicitante e pela gerência de
compras. No caso do pedido não ser aprovado, o mesmo retorna ao comprador com as devidas
explicações, a fim de tomar as providências cabíveis.

Quanto aos pedidos aprovados, os mesmos são enviados via fax aos fornecedores,
confirmando a compra do material, e posteriormente encaminhados ao almoxarifado para
aguardar o recebimento do material. O processo de solicitação de compras, juntamente às
cotações é arquivado no Setor de Compras.

No momento do recebimento do material, o almoxarifado faz a conferência da pré-nota


(documento gerado pelo sistema com toda a descrição do pedido de compra, menos a
quantidade), estando de acordo, o usuário é acionado para a retirada do material. A nota fiscal
juntamente ao pedido de compra, é encaminhada ao setor fiscal para lançamento no sistema e
encerramento do processo de compras. Quando há divergências entre o pedido e a nota fiscal,
o setor de compras é acionado para analisar o problema e tomar a decisão de aceite ou
devolução do material.
36

5.2 Levantamento dos Dados

Os dados levantados formam utilizados para montagem da curva ABC, conforme tabela 5.2,
pois a curva ABC fornece a ordenação dos materiais pelos respectivos valores de consumo
anual. Pela prática, verifica-se que uma pequena porcentagem de itens da classe A é
responsável por grande porcentagem do valor global (investimento anual grande). Ao
contrário, na classe C, poderá haver grande porcentagem de itens responsáveis apenas por
pequena porcentagem do valor global (investimento anual pequeno). A classe B estará em
situação intermediária. Pode-se fazer uma classificação ABC por peso, volume, tempo de
reposição, valor da demanda, inventário, aquisições realizadas e assim por diante. Desta
forma a Elaboração da curva ABC para priorizar as ações a realizar classificação de materiais,
foi realizada através de relatórios e informações coletadas do responsável pelo almoxarifado,
onde foram levantados os dados tais como:

• Código do produto
• Descrição do produto
• Consumo anual
• Custo unitário
• Custo anual

O critério de ordenação utilizado foi o valor do consumo anual (consumo anual x custo
unitário) para cada item. Em seguida constituídos os dados foram classificados em ordem
decrescente de valor acumulado.

De posse dos dados, foi traçado o levantamento para a análise dos itens da classe ABC da
empresa, onde se focou somente os itens da classificação A para elaboração deste trabalho,
pois representa o grupo de maior valor de consumo e menor quantidade de itens, os quais
devem ser gerenciados com especial atenção, pois deles é a grande massa de imobilização de
capital empatado na formação de estoques da empresa, claro, não deixando os itens de classe
B e C, pois também influenciam participação na decisão de gerenciamentos dos materiais.
37

Tabela 5.2-Curva ABC

ITENS DE CLASSIFICAÇÃO "A"



UND CUSTO R$ MOVIMENTADOS % R$ %
CÓDIGO PRODUTO CONSUMO ITEN
. UNITÁRIO ANUAL MOVIMENTADO ACUMULADO
ANUAL S
R$ R$
950033 OXIGENIO LIQUIDO - AIR PRODUCT M3 16,90% 16,90% 1
72.323 0,83 59.915,48
R$ R$
410050 NALCO Y300670 - SILIC. SODIO 2 KG 7,23% 24,12% 2
4.490 5,71 25.624,68
R$ R$
140023 CORRENTE INOX SIMPLES DIN 3/8' MT 6,20% 30,32% 3
398 55,20 21.969,60
R$ R$
160014 GAS GLP/P20 PC 4,92% 35,24% 4
287 60,78 17.444,22
R$ R$
520034 LUVA LATEX AMARELA G PR 2,75% 37,99% 5
5.411 1,80 9.759,86
R$ R$
410040 DETERGENTE SU 169 (BB 50L/56KG KG 2,48% 40,47% 6
2.207 3,99 8.803,31
R$ R$
410036 NALCO 8549 KG 2,13% 42,60% 7
405 18,63 7.545,39
R$ R$
410004 CORRSHIELD MD4152 KG 2,03% 44,63% 8
367 19,63 7.203,97
R$ R$
160001 GRAXA BRANCA TRIBOTEC WHITE I BD 1,81% 46,45% 9
15 428,41 6.426,17
R$ R$
410048 NALCO 3DT279 KG 1,55% 48,00% 10
317 17,39 5.513,42
DETERGENTE POWERFOAM (BB R$ R$
410041 KG 1,52% 49,52% 11
50L/6 781 6,92 5.404,64
R$ R$
150010 PLACA RECRAVACAO CERLEI SVC 10 PC 1,38% 50,91% 12
25 195,81 4.895,20
R$ R$
420006 ESTOPA BRANCA KG 1,21% 52,12% 13
1.537 2,80 4.299,58
R$ R$
420014 PAPEL TOALHA 23X23 CM FD 1,17% 53,29% 14
631 6,57 4.148,72
PLACA RECRAVACAO R$ R$
150012 PC 1,15% 54,44% 15
SOMME(FETECAP 16 255,47 4.087,46
R$ R$
410053 SABONETE LIQUIDO SUMASEPT (BB). LT 1,06% 55,50% 16
301 12,45 3.746,12
R$ R$
410054 DETERGENTE SU 159 (BB 50L/65KG KG 1,02% 56,52% 17
701 5,17 3.622,01
R$ R$
150011 PLACA RECRAVACAO CERLEI SVC 50 PC 0,88% 57,40% 18
16 196,10 3.137,54
R$ R$
520002 AVENTAL DESCARTAVEL LEITOSO 15 PC 0,82% 58,23% 19
14.628 0,20 2.921,93
R$ R$
150015 ROLETE RECRAV CERLEI 1ºPASSO C PC 0,81% 59,03% 20
16 178,69 2.858,98
R$ R$
930005 METIL ETILCETONA TINTA PRETA 9 PC 0,80% 59,84% 21
12 237,67 2.852,09
R$ R$
510033 CALCA BRANCA M PC 0,76% 60,59% 22
206 13,02 2.682,64
R$ R$
410037 NALCO 22310 KG 0,74% 61,33% 23
147 17,80 2.616,60
R$ R$
520003 AVENTAL PVC LARGO TRANSP. S/ CO PC 0,70% 62,03% 24
372 6,63 2.466,84
R$ R$
130013 CILINDRO DSN -25-25-P FESTO N PC 0,69% 62,72% 25
8 307,37 2.458,96
R$ R$
110073 ROLAMENTO INA K 18X24X20 B PC 0,69% 63,41% 26
106 23,10 2.448,99
R$ R$
410023 HIPOCLORITO SODIO CLORO-ATIVO KG 0,67% 64,09% 27
3.114 0,77 2.389,71
R$ R$
520016 LUVA LATEX AMARELA M VOLK PR 0,65% 64,73% 28
1.272 1,80 2.288,99
R$ R$
950013 FITA SELADORA WELDOTRON 50MM RL 0,62% 65,36% 29
37 59,82 2.213,46
R$ R$
510047 CAMISA BRANCA M PC 0,59% 65,95% 30
189 11,16 2.108,77
R$ R$
240015 SENSOR PS30+U1+A2 SENSE PC 0,58% 66,53% 31
9 227,34 2.046,08
R$ R$
520038 LUVA NEOPREME BICOLOR-EXG P 0,49% 67,02% 32
314 5,57 1.748,03
R$ R$
510031 CALCA BRANCA G PC 0,48% 67,50% 33
127 13,29 1.688,17
R$ R$
920001 MINI TERM DIGITAL TESTO (090005). PC 0,48% 67,97% 34
10 168,45 1.684,54
R$ R$
240012 SENSOR INDUTIVO PNP M18 IP69 1 PC 0,47% 68,44% 35
14 119,55 1.673,67
R$ R$
950025 POLIMERO ANIONICO FLONEX 9073 KG 0,46% 68,91% 36
113 14,51 1.639,11
R$ R$
510034 CALCA BRANCA P PC 0,45% 69,36% 37
120 13,35 1.601,40
38

R$ R$
510091 CONJ. DESCART. P/VISITANTES (C PC 0,43% 69,78% 38
632 2,39 1.510,48
R$ R$
420013 PAPEL HIGIENICO ROLAO 600M RL 0,42% 70,20% 39
392 3,80 1.490,89
R$ R$
150016 ROLETE RECRAV CERLEI 2º PASSO PC 0,42% 70,62% 40
12 122,98 1.475,73
R$ R$
410052 HIPOCLORITO SODIO CLORO-ATIVO KG 0,41% 71,03% 41
1.920 0,76 1.458,10
R$ R$
360031 CORREIA HABASIT EAB8-EM-250 MT 0,41% 71,44% 42
19 76,23 1.448,36
R$ R$
330030 ENGRENAGEM BI-PARTIDA 12 DENTE PC 0,40% 71,84% 43
8 177,34 1.418,70
CONTROL TEMP NOVUS R$ R$
220065 PC 0,40% 72,24% 44
220VAC(PT10 4 350,89 1.403,58
R$ R$
110189 ROLAMENTO FRM CS6205 2RS PC 0,39% 72,63% 45
37 37,67 1.393,93
R$ R$
640008 PAPEL A4 210X297 CHAMEX RS 0,38% 73,01% 46
152 8,91 1.353,91
R$ R$
610025 TONER HP C8061X PC 0,38% 73,39% 47
3 450,22 1.350,65
R$ R$
410001 DETERGENTE ALLCLEAN (BB 25L/2 LT 0,37% 73,76% 48
314 4,15 1.302,34
R$ R$
510045 CAMISA BRANCA G PC 0,36% 74,12% 49
111 11,49 1.275,05
R$ R$
350001 ESTATOR BOMBA NETZSCH ES - NS- PC 0,36% 74,48% 50
2 633,76 1.267,53
REATOR LAMPADA FLUORESCENTE R$ R$
210029 PC 0,36% 74,83% 51
2X 17 74,55 1.267,27
R$ 265.352,83 75%

Fonte: elaborado pelo estagiário (GDC Alimentos S.A).


39

5.3 Análise dos Dados

Com base no levantamento e tratamento dos dados, conforme tabela 5.2, após os itens terem
sido ordenados pela importância relativa, às classes da curva ABC podem ser definidas das
seguintes maneiras:

• Classe A: Grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma atenção
especial pela administração, sendo que 3% dos itens correspondem a 75% do valor,
onde equivalem a 51 itens da classe A.

• Classe B: Grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C, sendo que


9% dos itens correspondem a 20% do valor, onde equivalem a 176 itens da classe B.

• Classe C: Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por parte da
administração, tendo 88% dos itens corresponde a 5% do valor, onde equivalem a
1659 itens da classe C.

O critério de análise, após fazer a curva ABC em planilha Excel, foi identificado na tabela
5.3 os resultados aplicados ao estoque da organização, quanto à classificação ABC, a análise
dos 1.886 itens ativos na empresa com as seguintes distribuição em ações de quantidade e
valor:
Tabela 5.3 – Critério de formação da Curva ABC

CLASSIFICAÇÃO R$ MOVIMENTADOS CRITÉRIO Nº ITENS


A R$ 265.352,83 75% 51
B R$ 71.518,16 20% 176
C R$ 17.720,89 5% 1659
TOTALIZAÇÃO R$ 354.591,88 100% 1886

Fonte: Elaborado pelo estagiário (GDC Alimentos S.A)


40

A ciência de uma perfeita classificação dos materiais reside na forma correta de especificar,
sendo classificação ABC permitiu a identificação dos produtos de custo mais alto e mais
baixo. Estabeleceu o seguinte percentual para a determinação dessa classificação: produtos
com até 75% do valor de consumo total, classificação A, ou seja, 51 itens correspondem 3%
total dos itens que correspondem à R$ 265.352,83, ou 75% do valor do estoque da empresa
no período em estudo. Para os produtos classificados como B, ou seja, 176 itens ou 9% total
dos itens, correspondem à R$ 71.518,16, ou 20% do valor, e por fim os produtos com até 5%
do valor de consumo total, classificação C, ou seja, 1.659 itens correspondem um total de
88% total dos itens que correspondem apenas R$ 17.720,89.

5.4 Método de Classificação Proposto

Após fazer o mapeamento atual do processo de compra, o levantamento dos dados e análise
dos dados, ou seja, feita a coleta de todas as informações necessárias para a elaboração deste
trabalho, será proposto um método de classificação de materiais, tendo base no objetivo geral
apresentado.

Com base nos itens classificados como “ABC”, definida na tabela 5.3, obtido na etapa de
levantamento e análise dos dados, tendo como itens A no seu total 51 itens em estoque, itens
B tendo 176 itens em estoque e itens C, tendo 1659 itens em estoque. Para a montagem do
método de classificação a utilização de uma amostra, foi definida 10% deste total.
41

Tabela 5.4 – Formação da Classificação de Materiais

CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS


DESCRIÇÃO DO PRODUTO A X Y Z 1 2 3

OXIGENIO LIQUIDO - AIR PRODUCT ■ ■ ■


NALCO Y300670 – SILIC. SODIO 2 ■ ■ ■
CORRENTE INOX SIMPLES DIN 3/8' ■ ■ ■
GAS GLP/P20 ■ ■ ■
LUVA LATEX AMARELA G ■ ■ ■

DESCRIÇÃO DO PRODUTO B X Y Z 1 2 3

PLACA RECRAVACAO SOMME(FETECAP ■ ■ ■


SABONETE LIQUIDO SUMASEPT (BB ■ ■ ■
DETERGENTE SU 159 (BB 50L/65KG ■ ■ ■
PLACA RECRAVACAO CERLEI SVC 50 ■ ■ ■
AVENTAL DESCARTAVEL LEITOSO 15 ■ ■ ■

DESCRIÇÃO DO PRODUTO C X Y Z 1 2 3

JARDINEIRA PVC BRANCA LOGO-G ■ ■ ■


SOLVENTE KRONES WALTREINIGER E ■ ■ ■
TOUCA ARABE BRANCA ■ ■ ■
PLACA RECRAVACAO ATUM 83,44(MA) ■ ■ ■
A
CONE ROL TIMKEN N.4 ■ ■ ■

Fonte: Elaborado pelo estagiário

Conforme de mostrado na tabela 5.4, foram com base na amostra definida 10% para a
montagem do modelo de classificação dos materiais.

Assim a análise pode ser obtida através do cruzamento das variáveis de pesquisa, classificadas
como ABC, XYZ, 123 e resultaram no modelo de classificação proposto, conforme tabela 5.5.

Aplicação do modelo de classificação proposto pelo estagiário, esta descrito na tabela 5.5.
42

Tabela 5.5 – Resultado do modelo de Classificação Proposto

CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

DESCRIÇÃO DO PRODUTO A Z 1
CORRENTE INOX SIMPLES DIN 3/8' ■ ■ ■
B Z 1
PLACA RECRAVACAO SOMME(FETECAP) ■ ■ ■
C Z 1
PLACA RECRAVACAO ATUM 83,44(MA) ■ ■ ■

DESCRIÇÃO DO PRODUTO A Y 2
NALCO Y300670 – SILIC. SODIO 2 ■ ■ ■
B Y 2
PLACA RECRAVAÇÃO CERLEI SVC 50 ■ ■ ■
C Y 2
SOLVENTE KRONES WALTREINIGER E ■ ■ ■

DESCRIÇÃO DO PRODUTO A X 3
LUVA LATEX AMARELA G ■ ■ ■
B X 3
AVENTAL DESCARTAVEL LEITOSO 15 ■ ■ ■
C X 3
A
CONE ROL TIMKEN N.4 ■ ■ ■

Fonte: Elaborado pelo estagiário

Verifica-se na tabela 5.5, utilizado nos critério ABC, XYZ e 123 de diferentes classificações
de materiais, foram integradas num modelo único. Os critérios aplicados neste modelo de
classificação, focaram as classes ABC (Classificação de itens consumidos, consiste em
multiplicar o consumo médio do item pelo seu custo de reposição), XYZ (Classificação de
criticidade, nesta classificação, cuja perspectiva enfatiza o ponto de vista do cliente ou usuário
final, segmentou-se os itens pelo critério da criticidade para auxiliar nos processos de
planejamento, reabastecimento e gerenciamento), 123 (Classificação de aquisição, esta
classificação diz respeito ao processo de aquisição dos itens em estoque, desenvolvimento do
fornecedores, bem como o disparo e atendimento de requisições, em termos do grau de
confiabilidade do atendimento do fornecedor, em termos de prazos, e especificações.
43

A classificação ABC “visão econômica do item”, é um método de priorização de estoque


onde os itens “A” abrangem o menor número de itens correspondente ao maior valor possível,
ou seja, para a classe A 75% do valor dos itens em estoque, tendo com a classe B no valor de
20%, e para a classe C, 5% do valor total, nesse tipo de classificação os itens de classe “A”,
são materiais que merecem um tratamento especial, devido a sua importância econômica,
assim, é fundamental para o sucesso do processo de gerenciamento de estoques que se separe
o essencial do acessório.

A classificação XYZ, diz que existem materiais que, independentemente de fraco consumo,
poderão, caso venham a faltar, prejudicar seriamente a continuidade de produção de uma
empresa. Desta forma, deve ser adotada a classificação da “importância operacional” do item.
Esses itens são classificados em materiais imprescindíveis, materiais de classe “X”, ao o
funcionamento da empresa. Para materiais de aplicação não importante, item de baixa
criticidade, cuja falta naturalmente compromete o atendimento de serviço, produção ou
clientes finais, mas não implicam em maiores conseqüências; materiais classe “Y”, para
materiais de aplicação de importância média, material que, por exemplo, em um processo
produtivo a falta de um item Y não chega a parar linha, mas retém os produtos inacabados,
aguardando sua disponibilidade para despacho e faturamento. No que diz respeito ao critério
que será adotado na classe “Z”, materiais de importância vital, cuja falta acarreta
conseqüência desastrosa será analisada os materiais para que não comprometam a interrupção
dos processos da empresa, podendo comprometer a integridade do equipamento.

A classificação 123, referente ao processo de aquisição dos itens em estoque, tanto


identificação, qualificação e desenvolvimento de fornecedores, requer sua operacionalização
um julgamento dos profissionais envolvidos com o reabastecimento neste caso o
departamento de compras da empresa, portanto materiais classe “1”, complexa obtenção, itens
de obtenção muito difícil, que serão analisados de maneira especial, pois envolve diversas
restrições como sazonalidade, qualidade, lead-times, até longos setups e não podendo deixar
de analisar o risco quanto à pontualidade no reabastecimento. Os materiais classe “2”, difícil
obtenção, também envolvem os fatores relacionados acima, tornando o processo de obtenção
relativamente difícil, neste caso será tratado também de uma análise criteriosa para avaliação
dos itens desta classe. Para os itens de classe “3”, fácil obtenção, ou seja, itens com amplas
alternativas a disposição de mercado fornecedor, pois se tratando de itens de fornecimentos
ágeis, rápidos e pontuais, a classificação foi analisada no todo, em conjunto, visando propiciar
44

decisões e resultados que contribuam para atenuar o risco de falta e gerenciamento nas
decisões da empresa.

Os dados tabulados na tabela 5.5 do modelo de classificação proposto, demonstra, que a


utilização de apenas um tipo de classificação, abordagem normalmente utilizada na gestão de
estoques, focando principalmente classe ABC, não leva à uma gestão ótima, uma vez que não
considera outros fatores, neste caso, as classificações XYZ, 123, para a empresa estudada.
Assim, não se deve só focar os itens de estoque pelo seu grande valor movimentado
(importância econômica), mais sim ter a preocupação também daqueles itens intermediários e
secundários, que por sinal à sua falta acarrete de forma significativa à parada de um processo
produtivo.

Com base na amostra coletada da tabela 5.5 do resultado modelo de classificação proposto,
verifica-se que existem itens classificados como B e C que são críticos e de difícil obtenção.

Os itens classificados pelo modelo como, AX1 (corrente inox simples din 3/8”), BX1 (placa
recravação somme), CX1 (placa de recravação atum), terão que ter um tratamento
diferenciado pelo responsável de compras e do responsável pelo almoxarifado.

Assim, após o cruzamento das classificações pelas amostras do objeto de estudo, obteve-se os
seguintes resultados deste método. Para a classificação como AX1, o item Corrente Inox
Simples Din 3/8”, pela amostragem, representa o item mais importante para a empresa. Peça
fundamental para a máquina recravadeira de latas, este equipamento faz, o fechamento da
tampa com a lata. O equipamento depende muito deste item para fazer todo o sistema
funcionar, além disso, este é um item de alto valor e trata-se de obtenção muito difícil,
(sazonalidade e importação), além, da complexidade de troca. Isso compromete toda a cadeia
produtiva da empresa. Em segundo lugar na classificação proposta, está o item BXI, o item
Placa Recravação Somme. A classificação desse item, foi outra constatação, é que também
exerce importante lugar nesta classificação. Não tão complexo como o item anterior, mas
merece um tratamento mediano. Mesmo dando transtornos na linha de produção da empresa,
causando interrupções no processo produtivo, mais a falta deste item não chega a para a linha
de produção. Para tanto, este item é difícil obtenção, tendo que ter um tratamento diferenciado
em relação ao estoque deste item, qualidade e prazo de entrega, também, influenciam,
tornando o processo de obtenção relativamente difícil no mercado fornecedor. Para o terceiro
45

lugar nesta classificação esta o material identificado como CX1, o item Placa de Recravação
Atum , apesar de ser classificado como “C”, tem importância estratégica para empresa.

Para os itens classificados pelo modelo AY2 (Nalco Y300670- Silic Sódio 2), BY2 (Placa
Recravação Cerlei SVC 50), CY2 (Solvente Krones Waltreiniger E), terão que ter um
tratamento cuidadoso, apesar de ser itens intermediário, de transtorno razoável, podem
comprometer o processo produtivo. Assim, o cruzamento das classificações pelas amostras
do objeto de estudo, obteve-se s seguintes resultados deste método. Para o modelo
classificados AY2, o item Nalco Y300670, pela amostragem, também terá que ter o foco de
atenção do responsável de compras e almoxarifado, além de não ter este produto em nossa
região, a sua falta não chega a para o processo produtivo. Porém, para a conclusão da etapa de
limpeza das latas de conserva, terá que ter um estoque regulador para este item. Pelo modelo
BY2 (Placa Recravação Cerlei SVC 50), segue o mesmo modelo do item anterior, pois é um
item comprado fora do estado e que leva tempo de resposta, podendo assim, dificultar no risco
quanto à qualidade e pontualidade. No modelo CY2, o item Solvente Krones Waltreiniger E,
Contatou-se que é um item que deve também ter um cuidado medianos, mais a sua falta não
atrasa o processo produtivo, pois é um item de fácil obtenção, com alternativas no mercado
regional.

Para os itens classificados pelo modelo AZ3 (Luva Amarela G), BZ3 (Avental descartável
leitoso 15), CZ3 (Cone Rolamento Timken N.4), não deixam de ser importantes também,
mais, não pode deixar de ficar atentos para estes itens. Obteve-se os seguintes resultados deste
método. Para o modelo classificados AZ3, o item Luva Amarela G, pela amostragem, apesar
de ser um item de fácil fornecimento. A sua falta pode ocasionar parada no processo
produtivo, e por esta razão não pode deixar de ter este item em estoque. Pelo modelo BZ3
(Avental descartável leitoso 15), segue o mesmo modelo do item anterior, pois é um item
comprado fora do estado e que leva tempo de resposta, podendo assim, dificultar no risco
quanto à qualidade e pontualidade. Na classe CZ3 Cone Rolamento Timken N.4, apesar de
ser um item barato e de fácil fornecimento, não pode deixar de ter em estoque. A sua falta
pode comprometer o estado físico do equipamento.
46

6 CONCLUSÃO

6.1 Considerações Finais

Considerando o tema desenvolvido neste estágio, o presente trabalho teve como objetivo,
mapear o atual processo de compra; levantar e analisar os dados e propor um método de
classificação de materiais, apontando para a empresa, onde deve melhorar a gestão de
estoque. Partindo do problema: Existe um sistema de classificação de materiais de acordo
com sua importância estratégica e que possibilite a tomada de decisão no processo de
compra? Conclui-se que não. Buscou-se através da classificação de materiais, realizar a
gestão estratégica de materiais, proporcionando melhorias na atual gestão e comprovar que
não somente, devemos classificar itens como uma visão econômica (curva ABC). De acordo
com o modelo de classificação proposto, descrito na tabela 5.5, na pagina 42, modelo mostrou
que existem itens apesar de classificados como B e C, ou seja, de baixa importância e médio
impacto econômico, que são críticos e de difícil obtenção e que são importantes do ponto de
vista estratégico na cadeia produtiva.

No capítulo 3, descreveu-se o suporte teórico, destacam-se áreas de Logística de Suprimentos,


Compras e as técnicas de Classificação de Materiais. Entre elas a classificação ABC, XYZ e
123 dos itens. Essa classificação pode ajudar a empresa, na solução de problemas
relacionadas na gestão de estoque. Seu uso possibilita minimizar os gastos e altos
investimentos em estoque. Em resumo, além de identificar os itens classificados de acordo
com a importância econômica, deve-se identificar os itens considerados estratégicos para
empresa.

Por estas razões, conclui-se que houve uma contribuição do estagiário ao propor um método
de classificação de materiais, considerando também sua importância estratégica. Esses
materiais são imprescindíveis para a empresa e que não existe um controle em relação à
importância estratégica do item. Assim, existem grandes possibilidades para melhorar todo o
processo de compras.
47

Os objetivos deste trabalho foram alcançados, onde, esta disposta conforme segue abaixo:

Objetivo Geral: Analisar o processo de compras da empresa GDC Alimentos S.A, e


desenvolver um Sistema de Classificação de Materiais. – Resolvido conforme descrito no
capítulo 5 e tabela 5.5

Objetivos específicos:

• O mapeamento atual processo compras, item 5.1, descreveu de forma geral todo o
processo de compras da empresa, conforme (p.34).

• Na identificação das causas dos problemas existentes no atual processo de compra com
relação à classificação de materiais. Foi possível identificar no levantamento dos dados,
item 5.2 e a análise dos dados, descrito no item 5.3, que não existe um sistema. Após o
levantamento das informações, estas foram utilizadas na montagem do modelo de
classificação de materiais proposto.

• O desenvolvimento de um sistema de classificação de materiais, conforme item 5.5.


demonstra que não se deve só considerar os itens de estoque apenas pelo seu valor
movimentado (importância econômica). Deve-se também ter a preocupação daqueles itens
intermediários e secundários, que por sinal a sua falta acarreta de forma significativa, a
parada do processo produtivo. Com base na amostra coletada da tabela 5.5 do modelo de
classificação proposto, existem itens classificados como B e C que são críticos e de difícil
obtenção. Essa consideração trará benefícios para a empresa caso ela considere a adoção
de algumas sugestões proposta neste trabalho.

6.2 Proposta de Melhorias

Após apresentar um método de classificação de materiais, segue algumas propostas de


melhorias para este trabalho:

• Fazer um inventário físico de todos os itens do almoxarifado, contendo neste inventário a


descrição do material e quantidade, após o levantamento, analisá-lo tipo por família, por
48

exemplo, todos os materiais utilizados pela mecânica: rolamento, retentores, pneumáticos,


corrente, placa de recravação, lubrificantes; utilizados pela elétrica: lâmpadas, materiais
para painéis, sensores, fios, diversos; utilizados pela manutenção: rodas, serras,
engrenagens, gaxetas, conexões, outros; utilizados pelo departamento de descarga de
peixe: fitilhos, sacos para embalar, caixas plásticas, palletes e assim sucessivamente.

• Conferir todas as informações descritas no cadastro destes materiais, reduzindo assim ter o
mesmo material com identificação em duplicidade em estoque. Por exemplo: corrente
simples din ½” aço carbono ou corrente din ½” simples aço carbono. Este processo além
de reduzir itens e espaço em estoque, acarretará redução de custo para empresa.

• Reestruturar toda a área onde são armazenados os materiais, com identificação para cada
tipo de material;

• Ao responsável do almoxarifado, designar um colaborador para ser responsável por toda a


parte de cadastro e atualização dos materiais em estoque, pois para se obter uma boa
classificação de materiais é fundamental que os itens possam ter acompanhamento diário,
descrição correta, armazenamento apropriado, para não comprometer toda a cadeia de
suprimentos até a produção. Atualmente, não há ninguém responsável para esta função.

• Certos tipos de materiais deverão ter um julgamento técnico entre o responsável do


almoxarifado, compras e gerente industrial para definir políticas e parâmetros, como
estoque de segurança, na demanda prevista. Desta forma, conclui-se que se a empresa,
adotar o método de classificação proposto pelo estagiário, pode-se realiza melhorias na
gestão da área, para atenuar a falta de itens em estoque e decidir prioridades.
49

7 REFERÊNCIAS

COBRA, Marcos. Administração de marketing. 2ed. São Paulo: Atlas, 1992.


CHRISTOPHER, Martin. Logística e Gerenciamento da cadeia de suprimentos. São
Paulo: Pioneira, 1992.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração: teoria, processo e prática. 2ed. São Paulo:
MakronBooks, 1994.
CURY, Antônio. Organização e métodos: uma visão holística. 6ed. São Paulo: Atlas, 1994.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: edição compacta. 4ed. São Paulo:
Atlas, 1995.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. São Paulo:
Atlas, 1993.
FLEURY, Paulo Fernando; WANKE, Peter; FIGUEIREDO, Klerber Fossati Figueiredo.
Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 2000.
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FOLHA DE ASSINATURA

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CELSO DE AZEVEDO LUIZ EDUARDO SIMÃO


Orientador(a) da Empresa Orientador(a) de Conteúdo

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RENATO VIEIRA WILSON REGINATTO JÚNIOR


Aluno(a) Coordenador(a) do Estágio

Coordenação de Estágio Supervisionado

Curso de ADMINISTRAÇÃO

Relatórios Parciais – NOTA (40%) ___________

TCE – Banca Examinadora – NOTA (60%) ____________

RESULTADO FINAL – NOTA ( Média Ponderada) ___________

APROVADO REPROVADO

Data : ________/___________/_________

Banca Examinadora composta por:

Wilson Reginatto Júnior - __________________________

Luiz Eduardo Simão - ____________________________

Marcello Soares - _____________________________

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