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Artigo Original

bsbm Densidade mineral óssea em nutrizes


Osvaldo Sampaio Netto,1 Larissa de Oliveira Lima Coutinho,2 Danielle Cristina de Souza,2

brasíliamédica Caroline Louise Hasselmann,2 Érica Patricia Chaves,2 Laila Pinto Coelho,2 Marcos Antonio
de Souza Junior,3 Laryssa Gondim Naves Taira3 e Rodolfo Giugliano4

resumo

Objetivo. Avaliar a possível correlação entre o aleitamento e a densidade mineral óssea em nutrizes.
Método. Estudo transversal, no qual se avaliou a densidade mineral óssea de nutrizes com aleitamento materno
exclusivo na data da realização do exame, que ocorreu do 12.º ao 70.º dias de aleitamento. Foram colhidas informações
sobre a história gestacional atual e pregressa, os dados do consumo alimentar e dos fatores de risco de osteoporose.
Foram realizadas avaliações antropométricas, da composição corporal, além da densidade mineral. Para correlacionar
a densidade mineral óssea com prováveis fatores de risco de diminuição de massa óssea foi utilizada a correlação
de Pearson.
Resultados. Participaram do estudo 107 nutrizes, com a média de 27,6 ± 5,1 anos de idade. Os resultados da
densidade mineral óssea revelaram 58 nutrizes (54,2%) com densitometria normal e 49 (45,8%) com sua diminuição,
sendo 43 casos (40,2%) de osteopenia e seis casos (5,6%) de osteoporose.
Conclusão. A diminuição da massa óssea foi elevada no início do aleitamento, provavelmente por se tratar de
período pós-gestacional e pela mobilização das reservas de cálcio em decorrência da amamentação.
Palavras-chave. Densidade óssea; densitometria; aleitamento materno; osteoporose.

abstract
Bone mineral density in nursing mothers

Objective. To evaluate the possible association between breastfeeding and bone mineral density in nursing mothers.
Method. It is a transversal study evaluating the bone mineral density in lactating women with exclusive breastfeed-
ing at the time of the examination, conducted between 12th and 70th days of lactation. The following data were collected:
current and previous pregnancy history, food consumption data and risk factors for osteoporosis. Anthropometry, body
composition and bone mineral density profile were measured. To correlate bone mineral density with probable risk fac-
tors for osteoporosis, Pearson correlation was performed.
Results. The study included 107 mothers, mean age of 27.6 ± 5.1 years. The results of bone mineral density revealed
58 mothers (54.2%) had normal densitometry, 49 (45.8%) had reduced bone mass being 43 cases with osteopenia
(40.2%) and six cases with osteoporosis (5.6%).
Conclusion. The decrease of bone mass was high in early lactation, probably because it is a post-pregnancy period
and by great mobilization of calcium as a result of breastfeeding.
Key words. Bone density; densitometry; breast feeding; osteoporosis.

Introdução de ser orientada nas consultas pré-natal e puerperal

D urante a gestação, a maioria dos nutrientes é


fornecida ao feto de forma contínua pelas ges-
tantes, por via transplacentária. No entanto, apesar
a adoção de dieta rica em muitos nutrientes, dentre
eles o cálcio, não é rotina a suplementação desse
mineral.

1
Professor, Universidade Católica de Brasília, mestre, especialista em medicina nuclear e densitometria clínica. Correspondência. SHLN
116, Edifício Multiclínicas, sala 14, Brasília, DF. CEP 70770-560. Telefone: 61 3340 8311. Fax: 61 3349 2053. Internet: osvaldo@
osvaldo.med.br
2
Médico graduado pela Universidade Católica de Brasília.
3
Graduando em medicina pela Universidade Católica de Brasília.
4
Professor da Universidade Católica de Brasília, doutor, especialista em pediatria.
Recebido em 3-10-2009. Aceito em 12-2-2010.

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brasíliamédica
Osvaldo Sampaio Netto e cols.

O leite materno contém cálcio na proporção de Em 1994, a Organização Mundial da Saúde


300 mg/L, equivalente a 60 mg de cálcio por quilo, determinou os primeiros critérios usados nos
e satisfaz as necessidades do lactente, que retém, laudos de densitometria óssea em todo o mundo e
aproximadamente, dois terços dessa quantidade.1 concluiu que a densitometria óssea é o exame não
É sabido também que infantes de até seis meses invasivo padrão-ouro no diagnóstico de osteopo-
necessitam de 210 mg por dia de cálcio que, da rose.15 Ressaltou, ainda, as características de ser
mesma forma, são obtidos pelo aleitamento mater- um exame sem risco absoluto, de baixa dose de
no. Crianças de 7 a 12 meses de idade necessitam radiação e baixo coeficiente de variação.
de 270 mg por dia.2 O objetivo deste estudo é avaliar a possível
É bem conhecida, na literatura, a ocorrência correlação entre o aleitamento e a densidade mi-
frequente de osteopenia e osteoporose nas mulhe- neral óssea em nutrizes.
res, principalmente no período pós-menopáusico.3
Sabe-se, também, que o pico de massa óssea Método
ocorre geralmente em pessoas de 20 a 25 anos de Trata-se de estudo transversal em nutrizes
idade e, a partir dessas idades, há desmineralização procedentes das maternidades do Hospital Univer-
óssea progressiva.4 sitário de Brasília (HUB) e do Hospital Regional
A magnitude do pico de massa óssea é fator de Taguatinga (HRT), e que tiveram densitome-
importante, pois quanto maior esse pico, menor a tria óssea realizada na Universidade Católica de
possibilidade de a perda mineral fisiológica tornar- Brasília, no período de 2005 a 2007.
se patológica, o que caracteriza a osteoporose.5 Utilizaram-se os seguintes critérios de inclu-
Dentre os fatores determinantes de maior frequên- são: idade igual ou superior a 20 anos e estar a
cia da osteoporose, encontram-se os genéticos,6 paciente em fase de aleitamento materno exclu-
sendo a doença mais comum em mulheres brancas sivo na data da realização do primeiro exame. Os
e de pequeno porte físico, com fatores alimentares critérios de exclusão foram: presença de doenças
associados a baixo consumo de cálcio e vitamina crônicas, como câncer, diabetes melito, hiper-
D,7 tabagismo e sedentarismo8 entre outros. tensão arterial, doença tireoidiana e insuficiência
A gravidez e a amamentação podem aumen- renal crônica, e uso de medicamentos que pu-
tar o risco de osteoporose desde que não haja dessem interferir nas variáveis estudadas, como
alimentação adequada nesses períodos.9,10 São, anticoncepcionais, corticosteroides e suplementos
no entanto, ainda escassos os estudos quanto à de vitaminas e minerais.
ocorrência de osteoporose e à situação interme- Aplicou-se questionário com dados relati-
diária ocasionada pela osteopenia, no período vos a data de nascimento, altura, peso, idade na
de lactação, considerando-se que a maioria dos menarca, número de gestações, partos e abortos,
diagnósticos são tardios. data do último parto, tempo de aleitamento, uso
O meio de diagnóstico de escolha, tanto da de cálcio e vitaminas durante a gestação, tempo
osteopenia como da osteoporose, é a densitometria de aleitamento em gestações anteriores, uso de
óssea. Usa-se a absorciometria de feixe duplo de anticoncepcional hormonal e tempo de utilização,
energia emitida por uma fonte de raios X (dual- medicamentos usados durante a gestação, doença,
energy X-ray absorptiometry – DXA).11,12 A dose cirurgia e fratura prévias.
de radiação é cerca de um milisieverts (µSv) por Para a avaliação da composição corporal e da
incidência realizada, menor que a dose de radiação densidade mineral óssea de coluna lombar e fêmur
ambiental a que estamos expostos (2.400 µSv por foi usada a absorciometria de feixe duplo de ener-
ano) e bem menor se comparada a outros exames gia, emitida por uma fonte de raios X (dual-energy
como radiografias de tórax de 60 µSv ou radio- X-ray absorptiometry – DXA) da marca Lunar®,
grafia de coluna de 700 a 2.000 µSv.13,14 modelo DPX-IQ (software 4.7e), pertencente ao

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laboratório de Imagem da Universidade Católica casos (40,2%) de osteopenia e seis casos (5,6%)
de Brasília. de osteoporose.
Para correlacionar a densidade mineral óssea Para correlacionar a densidade mineral óssea
com prováveis fatores de risco de diminuição com prováveis fatores de risco de diminuição de
de massa óssea recorreu-se à correlação de massa óssea foi usada a correlação de Pearson
Pearson. As análises estatísticas foram efetu- (tabela). Entre as diversas correlações contem-
adas com o auxílio dos programas MSExcel® pladas, destacam-se os principais resultados. Em
e SPSS®. relação ao aleitamento, a densidade de coluna
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em lombar mostrou relação inversa e significativa, e a
Pesquisa da Universidade Católica de Brasília. As de colo femoral também mostrou relação inversa,
participantes assinaram termo de consentimento mas não chegou a ser significativa. Observou-se
livre e esclarecido. que a densidade mineral óssea de coluna lombar e
de colo femoral foi inversa em relação à menarca.
Resultados Em relação ao número de partos, identificou-se
Foram submetidas ao exame 122 nutrizes que correlação de Pearson positiva com a densidade
se encontravam do 12.º ao 70.º dias de aleitamen- de coluna lombar, mas inversa e significativa em
to exclusivo. Foram excluídas quinze pacientes. relação à densidade de colo femoral. Na análise
Nove tinham menos de 20 anos de idade e seis não dos aleitamentos anteriores, encontrou-se relação
estavam mais em aleitamento materno exclusivo positiva e significativa com a densidade de colu-
na data de realização do exame. Participaram do na lombar e relação inversa e quase nula, com a
estudo, portanto, 107 mães, com idade média de densidade de colo femoral.
27,6 ± 5,1 anos. O tempo médio de aleitamento na
ocasião do exame foi 26,2 ± 9,1 dias e, nas gesta- Discussão
ções anteriores, 17,4 ± 16,8 meses. A mediana do O diagnóstico de osteopenia e osteoporose
período de aleitamento na ocasião da realização em pouco menos da metade da amostra (45,8%)
da desintometria foi 23 dias, e nas gestações an- sugere que a gestação e um curto período de lac-
teriores foi seis meses. tação sejam fatores de risco de desenvolvimento
Os resultados da densidade mineral óssea de de tais condições. Esse quadro de osteoporose e
coluna lombar revelaram a ocorrência de 58 nu- osteopenia tende a desaparecer com o término da
trizes (54,2%) com densitometria normal, de 43 lactação.9

Tabela. Correlação de Pearson entre a densidade mineral óssea e os parâmetros de idade na menarca, número de partos,
tempo de aleitamento atual e anterior

Variáveis r
DMO* de coluna lombar e menarca - 0,053
DMO de colo femoral e menarca - 0,132
DMO de coluna lombar e número de partos 0,063
DMO de colo femoral e número de partos - 0,164 (p < 0,05)
DMO de coluna lombar e aleitamento atual - 0,216 (p < 0,05)
Z-score de coluna lombar e aleitamento atual - 0,204 (p < 0,05)
DMO de colo femoral e aleitamento atual - 0,155
Z-score de colo femoral e aleitamento atual 0,139
DMO de coluna lombar e aleitamento anterior 0,219 (p < 0,05)
DMO de colo femoral e aleitamento anterior - 0,009

*DMO = densidade mineral óssea

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Osvaldo Sampaio Netto e cols.

A análise das variáveis por correlação identifi- massa óssea podem ser evitados com a realização
ca significância estatística (p < 0,05) quando rela- de exame pré-natal apropriado com adequada
cionados inversamente a densidade mineral óssea investigação da ingestão de cálcio durante a
de colo femoral e o número de partos; a densidade gravidez e a lactação. Essa consideração é reali-
mineral óssea de coluna lombar e o aleitamento; zada em publicação na qual se avaliam mulheres
o Z-score de coluna lombar e o aleitamento e, europeias e mostra que, com controle pré-natal
finalmente, a densidade mineral óssea de coluna adequado, não tende a ocorrer diminuição da
lombar com o aleitamento anterior. massa óssea após lactação prolongada,18 fatos
Nas densitometrias realizadas no início do já descritos em publicação japonesa de 200219 e
aleitamento, observa-se que a densidade de coluna americana de 2005.20
lombar mostrou relação inversa e significativa. A Concluindo-se, observou-se que a dimi-
densidade mineral óssea de colo femoral também nuição da massa óssea foi elevada no início do
mostrou inversa, porém não significativa. aleitamento, provavelmente por se tratar de um
As diferenças, mais significativas na coluna período de grande mobilização das reservas de
lombar que, no colo femoral, podem ocorrer por- cálcio em decorrência da amamentação. Esse
que há maior perda e mais rápida recuperação da resultado serve de alerta sobre a necessidade de
massa óssea na coluna lombar em comparação controle da ingestão de cálcio durante a gravidez
com o colo femoral devido à maior atividade e no período de aleitamento para compensar essa
metabólica do osso trabecular, predominante na possibilidade de perda de massa óssea, o que
coluna lombar. O osso cortical, com menor taxa pode ser observado em diversas publicações com
metabólica, é o predominante no colo femoral. resultados controversos em relação à diminuição
Sabe-se que algumas condições metabólicas da massa óssea durante a lactação. Os resultados
podem interferir no metabolismo do cálcio. Sen- obtidos podem ser úteis para guiar novas pesquisas
do assim, a exclusão das nutrizes com doenças acerca de algumas implicações clínicas como a
crônicas, como câncer, diabetes melito, hiper- necessidade de suplementação de cálcio à gestante
tensão arterial, doença tiroidiana e insuficiência ou à lactante, como forma de prevenção da perda
renal crônica, ou que faziam uso de determi- de massa óssea, com ocorrência de casos de osteo-
nados medicamentos, como anticoncepcionais, penia e osteoporose.
suplementos de vitaminas e minerais, diminui
a interferência de fatores externos. Entretanto, Conflitos de interesses
a grande mobilização das reservas de cálcio no Os autores declaram não os haver no presente
período da amamentação somada à inexistência estudo.
de valores de referência relativos à densidade
mineral óssea de nutrizes dificulta avaliação mais Referências
criteriosa dos resultados.
Em comparação com a literatura, alguns estu- 1. Marcondes E, Vaz FAC. Pediatria básica. 9.ª ed. São
Paulo: Sarvier; 2002.
dos mostram diminuição da massa óssea em decor-
rência de lactação prolongada ou multiparidade.9,10 2. Behrman RE, Kliegman RM, Jenson HB. Nelson: Tratado
Estudo publicado na Turquia em 2003 mostra de pediatria. 16.ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan;
2002.
diminuição da massa óssea em mulheres com mais
de cinco filhos.16 A lactação e a multiparidade são 3. Ahlborg HG, Johnell O, Turner CH, Rannevik G, Karlsson
MK. Bone loss and bone size after menopause. N Engl J
estipuladas como fatores de risco de diminuição Med. 2003;349:327-34.
da massa óssea em algumas publicações.16,17
4. Malkin I, Karasik D, Livshits G, Kobyliansky E. Modelling
Mas esses achados não são unanimidade e of age-related bone loss using cross-sectional data. Ann
questiona-se se tais achados de diminuição de Hum Biol. 2002;29:256-70.

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5. Hernandez CJ, Beaupré GS, Carter DR. A theoretical 14. Kalender WA. Effective dose values in bone mineral
analysis of the relative influences of peak BMD, age-related measurements by photon absorptiometry and computed
bone loss and menopause on the development of osteopo- tomography. Osteoporos Int. 1992;2:82-7.
rosis. Osteoporos Int. 2003;14:843-7.
15. World Health Organization. Assessment of fracture
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artigo científico
Análise da nova classificação de laudos de densitometria óssea

Para comparar a nova normatização de laudos densitométricos de coluna lombar proposta pela
International Society for Clinical Densitometry (ISCD) em 2005 com a classificação rotineiramente
usada da Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1994, foram analisados 200 exames
de densitometria óssea da coluna lombar, realizados na Universidade Católica de Brasília e no
Hospital das Forças Armadas.
Os critérios de inclusão foram: sexo feminino, idade mínima de 20 anos e máxima de 49 anos e
ausência de alterações morfológicas na coluna lombar identificadas ao exame densitométrico. Como
critério de exclusão, foram consideradas as mulheres com mais de 50 anos ou em menopausa.
Pela classificação da OMS, foram obtidas 29 pacientes com osteoporose na coluna lombar, 76
com osteopenia e 95 em níveis de normalidade. Entretanto, pela nova classificação da ISCD 2005,
apenas 32 pacientes foram classificados em valores “abaixo do estimado para a faixa etária” e 162,
em valores “dentro do estimado para a faixa etária”.
Importante diferença foi encontrada na classificação dos resultados densitométricos ao se
confrontar a classificação tradicional da OMS e a nova classificação proposta pela ISCD, o que
ressalta a importância da divulgação da classificação entre os médicos que realizam e os que

bsbm
brasíliamédica
solicitam os exames, para a correta interpretação, explicação e orientação ao paciente.

Fonte: Osvaldo Sampaio Netto; Larissa de Oliveira Lima Coutinho e Danielle Cristina de Souza.
Radiol Bras [online]. 2007;40(1):23-5.

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