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SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A.

RELATÓRIO DE IMPACTO
AMBIENTAL – RIMA DA ÁREA DE
IMPLANTAÇÃO DO PROJETO
FLORESTAL DA SUZANO, NA
REGIÃO DE TIMON, ESTADO DO
MARANHÃO

RELATÓRIO FINAL
03SPC1008 REV0

CURITIBA / PR
JANEIRO / 2010
SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A.

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – RIMA DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO


DO PROJETO FLORESTAL DA SUZANO, NA REGIÃO DE TIMON, ESTADO DO
MARANHÃO

RELATÓRIO FINAL
SPC1008 REV0

CURITIBA / PR
JANEIRO / 2010
CONTEÚDO

Pág.

1 - APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... .....1.1


2 - INFORMAÇÕES GERAIS DO EMPREENDIMENTO ................................................. .....2.1
2.1 - Empreendimento - O que Pretendem Fazer? ....................................................... 2.1
2.2 - O Empreendedor - Quem vai Fazer? ..................................................................... 2.1
2.3 - Consultoria - Empresa Responsável pelos Estudos – EIA e RIMA .................... 2.1
2.4 - Objetivo do Relatório ee Impacto Ambiental – RIMA .......................................... 2.2
2.5 - Onde Ocorreram os Estudos Ambientais............................................................. 2.2
2.6 - Equipe Participante do EIA/RIMA .......................................................................... 2.2
2.6.1 - Coordenação Geral ........................................................................................... 2.2
2.6.2 - Coordenação Técnica ....................................................................................... 2.3
2.6.3 - Meio Físico ........................................................................................................ 2.3
2.6.4 - Meio Biótico ....................................................................................................... 2.3
2.6.5 - Meio Socioeconômico ....................................................................................... 2.5
2.6.6 - Sensoriamento Remoto e Mapeamento ........................................................... 2.5
2.6.7 - Participantes das Equipes ................................................................................. 2.6
3 - O EMPREENDIMENTO ................................................................................................... 3.1
3.1 - Histórico .................................................................................................................. 3.1
3.1.1 - Histórico no Estado do Maranhão ..................................................................... 3.1
3.2 - O Que É? ................................................................................................................. 3.2
3.3 - Por Que Implantar um Projeto Florestal? ............................................................. 3.2
3.4 - Onde Está Localizado? .......................................................................................... 3.4
3.5 - Como Será Implantado?......................................................................................... 3.5
3.6 - Quando Será Implantado? ..................................................................................... 3.5
3.7 - Quantos Empregos Serão Gerados? .................................................................... 3.6
3.8 - Quanto Será Investido no Projeto? ....................................................................... 3.6
3.9 - Foram Consideradas Alternativas para o Projeto? ............................................. 3.6
3.9.1 - Alternativas Locacionais ................................................................................... 3.6
3.9.2 - Alternativas Econômicas ................................................................................... 3.8
3.10 - O Projeto é Compatível com os Planos e Programas Governamentais? ........ 3.8
3.11 - Quais são as Legislações Aplicadas ao Projeto Florestal? ............................. 3.9
4 - SITUAÇÃO ATUAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA ........................................................... 4.1
4.1 - Definição das Áreas de Influência......................................................................... 4.1
4.1.1 - Áreas de Influência dos Meios Físico e Biótico ................................................. 4.1
4.1.2 - Áreas de Influência do Meio Socioeconômico .................................................. 4.2

i
4.2 - Situação Atual do Meio Físico ............................................................................... 4.3
4.2.1 - Clima ................................................................................................................. 4.3
4.2.1.1 - Insolação................................................................................................... 4.3
4.2.1.2 - Nebulosidade ............................................................................................ 4.4
4.2.1.3 - Balanço Hídrico ......................................................................................... 4.4
4.2.2 - Recursos Hídricos ............................................................................................. 4.4
4.2.2.1 - Disponibilidade e Demanda dos Recursos Hídricos Superficiais ............. 4.5
4.2.2.2 - Disponibilidade e Demanda dos Recursos Hídricos Subterrâneos .......... 4.5
4.2.2.3 - Qualidade da Água ................................................................................... 4.6
4.2.3 - Geologia ............................................................................................................ 4.6
4.2.4 - Relevo ............................................................................................................... 4.7
4.2.5 - Solos ................................................................................................................. 4.9
4.3 - Situação Atual do Meio Biológico ......................................................................... 4.9
4.3.1 - Vegetação ......................................................................................................... 4.9
4.3.1.1 - Descrição da Área de Influência do Empreendimento .............................. 4.11
4.3.2 - Fauna ................................................................................................................ 4.13
4.3.2.1 - Peixes ....................................................................................................... 4.13
4.3.2.2 - Mamíferos ................................................................................................. 4.13
4.3.2.3 - Aves .......................................................................................................... 4.15
4.3.2.4 - Melissofauna ............................................................................................. 4.16
4.3.2.5 - Anfíbios e Répteis ..................................................................................... 4.16
4.4 - Socioeconomia ....................................................................................................... 4.17
4.4.1 - Oficinas Participativas ....................................................................................... 4.17
4.4.2 - Municípios da Região de Estudo ...................................................................... 4.18
4.4.2.1 - Afonso Cunha ........................................................................................... 4.18
4.4.2.2 - Aldeias Altas ............................................................................................. 4.18
4.4.2.3 - Buriti Bravo ............................................................................................... 4.19
4.4.2.4 - Caxias ....................................................................................................... 4.20
4.4.2.5 - Codó ......................................................................................................... 4.21
4.4.2.6 - Coelho Neto .............................................................................................. 4.21
4.4.2.7 - Colinas ...................................................................................................... 4.22
4.4.2.8 - Fortuna...................................................................................................... 4.23
4.4.2.9 - Governador Eugênio Barros ..................................................................... 4.23
4.4.2.10 - Governador Luiz Rocha .......................................................................... 4.24
4.4.2.11 - Jatobá ..................................................................................................... 4.25
4.4.2.12 - Lagoa do Mato ........................................................................................ 4.25
4.4.2.13 - Matões .................................................................................................... 4.26

ii
4.4.2.14 - Paranarama ............................................................................................ 4.27
4.4.2.15 - Passagem Franca ................................................................................... 4.27
4.4.2.16 - São Francisco do Maranhão ................................................................... 4.28
4.4.2.17 - São João do Sóter .................................................................................. 4.29
4.4.2.18 - Senador Alexandre Costa ....................................................................... 4.29
4.4.2.19 - Timon ...................................................................................................... 4.30
4.4.3 - Demografia E Dinâmica Populacional ............................................................... 4.31
4.4.4 - Comunidades Tradicionais ................................................................................ 4.31
4.4.4.1 - Quilombolas .............................................................................................. 4.31
4.4.4.2 - Quebradeiras de Coco .............................................................................. 4.31
4.4.5 - Indicadores Sociais ........................................................................................... 4.32
4.4.6 - Infraestrutura dos Municípios ............................................................................ 4.32
4.4.6.1 - Vias de Acesso ......................................................................................... 4.32
4.4.6.2 - Habitação .................................................................................................. 4.33
4.4.6.3 - Energia Elétrica ......................................................................................... 4.33
4.4.6.4 - Saneamento Básico .................................................................................. 4.33
4.4.6.5 - Educação .................................................................................................. 4.33
4.4.6.6 - Saúde ........................................................................................................ 4.33
4.4.7 - Economia Regional ........................................................................................... 4.34
4.4.8 - Aspectos Sociais ............................................................................................... 4.34
4.4.9 - Arqueologia ....................................................................................................... 4.35
5 - DESCRIÇÃO DOS PROVÁVEIS IMPACTOS AMBIENTAIS .......................................... 5.1
5.1 - Avaliação de Impactos Ambientais ....................................................................... 5.1
5.2 - Análise Quantitativa ............................................................................................... 5.10
6 - MEDIDAS E PROGRAMAS PROPOSTOS ..................................................................... 6.1
6.1 - Medidas Preventivas, Mitigadoras e Compensatórias Recomendadas ............ 6.1
6.1.1 - Gestão dos Resíduos Sólidos ........................................................................... 6.1
6.1.2 - Implantação de Sistemas Adequados de Captação e
Tratamento do Esgoto....................................................................................... 6.2
6.1.3 - Implantação de Sinalização e Redutores de Velocidade
nas Vias de Acesso........................................................................................... 6.2
6.1.4 - Uso Racional de Fertilizantes, Adubos e Agrotóxicos....................................... 6.3
6.1.5 - Emprego Preferencial de Mão-de-Obra Regional ............................................. 6.3
6.1.6 - Promoção de Parcerias com os Atores Locais
(Poder Público, Setor Privado, Instituições Não-Governamentais,
Associações de Classe e Outros). .................................................................... 6.4
6.2 - PROGRAMAS AMBIENTAIS ................................................................................... 6.4
6.2.1 - Programas de Controle e Compensação Ambiental ......................................... 6.4

iii
6.2.1.1 - Programa de Zoneamento Ambiental (Plano Integrado
de Manejo Ambiental – PLIMA) ................................................................ 6.4
6.2.1.2 - Programa de Gestão e Controle da Qualidade do Ar ................................ 6.5
6.2.1.3 - Programa de Proteção às Áreas de Encostas e Áreas
de Preservação Permanente (APPs) ........................................................ 6.5
6.2.1.4 - Programa de Controle de Processos Erosivos.......................................... 6.6
6.2.1.5 - Programa de Resgate e Manutenção de Espécies Vegetais .................... 6.7
6.2.1.6 - Programa de Supressão Direcionada da Vegetação e
Afugentamento de Fauna ......................................................................... 6.7
6.2.1.7 - Programa de Compensação para Unidade de Conservação .................... 6.7
6.2.1.8 - Programa de Prevenção e Combate a Incêndios...................................... 6.7
6.2.1.9 - Programa de Comunicação Social ............................................................ 6.7
6.2.1.9 - Programa de Comunicação Social ............................................................ 6.8
6.2.1.10 - Programa de Apoio a Populações Afetadas ............................................ 6.8
6.2.1.11 - Programa de Qualificação de Mão-de-Obra Local .................................. 6.9
6.2.1.12 - Programa de Segurança no Trabalho ..................................................... 6.9
6.2.1.13 - Programa de Apoio ao Uso Sustentado e Aproveitamento
Econômico dos Recursos Nativos (Extrativismo Vegetal) ...................... 6.9
6.2.1.14 - Programa de Parceria Florestal ............................................................... 6.10
6.2.1.15 - Programa de Educação Ambiental e Cultural .......................................... 6.10
6.2.1.16 - Programa de Resgate Arqueológico........................................................ 6.11
6.2.2 - Programas de Monitoramento........................................................................... 6.12
6.2.2.1 - Programa de Monitoramento de Bacias Hidrográficas
(HYDRUS) ................................................................................................. 6.12
6.2.2.2 - Programa de Monitoramento de Microbacia
Hidrográfica Florestada ............................................................................. 6.12
6.2.2.3 - Programa de Monitoramento e Controle do Uso dos Aquíferos ................ 6.13
6.2.2.4 - Programa de Pesquisa e Monitoramento da Flora e da Fauna ................. 6.13
7 - BALANÇO AMBIENTAL ................................................................................................. 7.1
7.1 - Síntese do Balanço ............................................................................................ 7.1
8 - CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE FUTURA DA ÁREA DE INFLUÊNCIA ............. 8.1
8.1 - Sem o Projeto Florestal .......................................................................................... 8.1
8.2 - Com o Projeto Florestal ......................................................................................... 8.2
9 - CONCLUSÃO .................................................................................................................. 9.1
9.1 - Quanto ao Projeto Florestal ................................................................................. 9.1
9.2 - Quanto ao Ambiente ............................................................................................ 9.1
10 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 10.1

iv
LISTA DE TABELAS

Pág.

Tabela 3.01 - Fases, Subfases e Principais Atividades do Projeto ......................................... 3.5


Tabela 3.02 - Programa de Plantio .......................................................................................... 3.6
Tabela 3.03 - Projeção dos Investimentos do Projeto Florestal nos 7 Primeiros Anos ...........3.6
Tabela 3.04 - Legislações Ambientais Aplicáveis ao Projeto ..................................................3.10
Tabela 5.01 - Fatores e componentes ambientais considerados nesta avaliação ..................5.1
Tabela 5.02 - Impactos Ambientais Associados ao Projeto Florestal da
SUZANO no Meio Físico ...................................................................................5.2
Tabela 5.03 - Impactos Ambientais Associados ao Projeto Florestal
da SUZANO no Meio Biológico .........................................................................5.4
Tabela 5.04 - Impactos Ambientais Associados ao Projeto Florestal
da SUZANO no Meio Socioeconômico .............................................................5.6
Tabela 5.05 - Riscos Ambientais Associados ao Projeto Florestal da SUZANO .....................5.8
Tabela 5.06 - Balanço da Avaliação Quantitativa dos Impactos ..............................................5.10
Tabela 7.01 - Síntese do Balanço Final dos Impactos e Riscos
da Avaliação Quantitativa ..................................................................................7.1

v
LISTA DE FIGURAS

Pág.

Figura 3.01 - Comparativo do Consumo de Água entre as Florestas de Eucalipto,


Atlântica e Amazônica ........................................................................................ 3.3
Figura 3.02 - Área de Implantação do Projeto Florestal da Suzano ........................................ 3.4
Figura 3.03 - Comparativo do Retorno entre a o Eucalipto e as Demais
Culturas na Área de Abrangência - Timon .......................................................... 3.8
Figura 4.01 - Mapa de Geologia da Região de Timon ............................................................. 4.7
Figura 4.02 - Mapa de Relevo da Região de Timon ................................................................ 4.8
Figura 4.03 - Mapa de Solos da Região de Timon ................................................................. 4.10

vi
LISTA DE FOTOS

Pág.

Foto 4.01 - Abastecimento de Água pelo Sistema de Poço Tubular,


Município de Timon-MA, Comunidade São Lourenço ........................................... 4.5
Foto 4.02 - Abastecimento de Água pelo Sistema de Poço Tubular,
Município de Parnarama-MA, Comunidade Côco dos Cardosos .......................... 4.5
Foto 4.03 - Vegetação da Área de Estudo ...............................................................................4.12
Foto 4.04 - Exemplos de Pressões de Caça Registrados na Área de
Influência do Projeto Florestal da SUZANO...........................................................4.14
Foto 4.05 - Espécies Abatidas por Moradores de Povoado Localizado
Próximo da Fazenda São Gonçalo (Matões) .........................................................4.14
Foto 4.06 - Leopardus tigrinus (gato-do-mato) abatido por Moradores de um Povoado
Localizado Próximo a Fazenda São Gonçalo (Matões) .........................................4.15
Foto 4.07 - Fotos do Município de Afonso Cunha ....................................................................4.18
Foto 4.08 - Fotos do Município de Aldeias Altas ......................................................................4.19
Foto 4.09 - Fotos do Município de Buriti Bravo ........................................................................4.20
Foto 4.10 - Fotos do Município de Caxias ...............................................................................4.20
Foto 4.11 - Fotos do Município de Codó ..................................................................................4.21
Foto 4.12 - Fotos do Município de Coelho Neto ......................................................................4.22
Foto 4.13 - Fotos do Município de Colinas ..............................................................................4.22
Foto 4.14 - Fotos do Município de Fortuna ..............................................................................4.23
Foto 4.15 - Fotos do Município de Governador Eugênio Barros ..............................................4.24
Foto 4.16 - Fotos do Município de Governador Luiz Rocha ....................................................4.24
Foto 4.17 - Fotos do Município de Jatobá ................................................................................4.25
Foto 4.18 - Fotos do Município de Lagoa do Mato ..................................................................4.26
Foto 4.19 - Fotos do Município de Matões ...............................................................................4.26
Foto 4.20 - Fotos do Município de Paranarama .......................................................................4.27
Foto 4.21 - Fotos do Município de Passagem Franca .............................................................4.28
Foto 4.22 - Fotos do Município de São Francisco do Maranhão .............................................4.28
Foto 4.23 - Fotos do Município de São João do Sóter .............................................................4.29
Foto 4.24 - Fotos do Município de Senador Alexandre Costa .................................................4.30
Foto 4.25 - Fotos do Município de Timon ................................................................................4.30
Foto 4.26 - Comunidades Tradicionais da Região de Timon ...................................................4.32
Foto 6.01 - Separação de Resíduos ........................................................................................ 6.2
Foto 6.02 - Produção de Mudas............................................................................................... 6.3
Foto 6.03 - Programa de Zoneamento Ambiental .................................................................... 6.5
Foto 6.04 - Programa de Proteção às Áreas de Encostas e APPs .......................................... 6.6

vii
Foto 6.05 - Exemplo de Saída de Bueiro ................................................................................. 6.6
Foto 6.06 - Equipamentos Utilizados em Prevenção e Combates a Incêndios ....................... 6.8
Foto 6.07 - Instituto Ecofuturo ................................................................................................. 6.11
Foto 6.08 - Patrimônio Cultural e Religioso ............................................................................ 6.12

viii
1 – APRESENTAÇÃO
1 – APRESENTAÇÃO
A Suzano Papel e Celulose, através da STCP Engenharia de Projetos LTDA., empresa de
consultoria contratada, apresenta o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) elaborado a
partir do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do “Projeto Florestal da Suzano – Papel e
Celulose S.A., na Região de Timon, Estado do Maranhão”.

Para atender a uma das fases do processo de licenciamento ambiental do projeto, este
documento contém os resultados obtidos no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que obedeceu
ao estabelecido no Termo de Referência sugerido e aprovado pela Secretaria do Estado de
Meio Ambiente e Recursos Naturais do Estado do Maranhão (SEMA/MA) e nas exigências da
legislação pertinente. O documento está estruturado de forma a atender o estabelecido na
Resolução CONAMA 001/86, em especial ao art 9º:

Parágrafo único: O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua
compreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível,
ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação
visual, de modo qu se possam entender as vantagens e desvantagens do projeto,
bem como todas as conseqüências ambientais de sua implementação.

O projeto florestal tem como objetivo o plantio comercial de eucalipto para atender as
necessidades da produção de celulose e o auto-abastecimento da nova unidade industrial a ser
instalada na região. Para isto, o projeto contempla todas as questões relativas ao
desenvolvimento econômico, social e ecológico, e em consonância com a utilização racional
dos recursos naturais existentes e disponíveis.

A capacidade de produção prevista para a nova unidade é de 1,3 milhão de toneladas de


celulose ao ano. Para atender a essa demanda, o empreendedor prevê a necessidade de
plantio efetivo de uma área de 140.000 hectares na região de Timon (MA).

Nas propriedades adquiridas, serão determinadas as áreas de plantio efetivo e toda a infra-
estrutura necessária para a instalação e manutenção do projeto, bem como as áreas
legalmente protegidas de reserva legal e preservação permanente, e ainda outras que possam
ser definidas. Desta forma é possível compor um ambiente integrado, a fim de possibilitar a
manutenção da vegetação nativa e fauna local.

A base florestal poderá ser implantada em áreas dos seguintes municípios: Coelho Neto,
Afonso Cunha, Codó, Aldeias Altas, Caxias, São João do Sóter, Timon, Matões, Senador
Alexandre Costa, Governador Eugênio Barros, Parnarama, Governador Luiz Rocha, Fortuna,
Buriti Bravo, Lagoa do Mato, Jatobá, Colinas, Passagem Franca e São Francisco do Maranhão.

Portanto, a STCP apresenta o presente estudo, elaborado por equipe multidisciplinar, à


Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Estado do Maranhão.
2 – INFORMAÇÕES GERAIS
2 – INFORMAÇÕES GERAIS
As informações gerais sobre o empreendimento e o empreendedor, além dos envolvidos na
elaboração dos estudos são apresentadas a seguir.

2.1 – O PROJETO - O QUE PRETENDEM FAZER?

O projeto proposto para região é o “Projeto Florestal da SUZANO PAPEL E CELULOSE


S.A., na região de Timon, estado do Maranhão”,

2.2 – O EMPREENDEDOR - QUEM VAI FAZER?

A empresa que pretende instalar o empreendimento, ou seja, o Projeto Florestal é a:

SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A.


Endereço: Avenida Nossa Senhora de Fátima, Nº1557, Jóquei
CEP 64.048-180, Teresina/PI
Telefone: (86) 3194 2400
CNPJ: 16.404.287/0170-40
Inscrição Estadual: 19.466.985-8

Gerente Executivo de Relações Institucionais: Luiz B. Cornacchioni


Email: lcornacchioni@suzano.com.br

Gerente de Operações Nordeste: Mauricio Bueno Penteado


Email: mpenteado@suzano.com.br

2.3 – CONSULTORIA – EMPRESA RESPONSÁVEL PELOS ESTUDOS – EIA E RIMA

STCP ENGENHARIA DE PROJETOS LTDA.


Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450, Juvevê, CEP 80.530-260, Curitiba/PR
Telefone: (41) 3252-5861
Fax: (41) 3252-5871
Email: stcp@stcp.com.br
Visto CREA/PI: 18831

Responsável Técnico: Joésio Deoclécio Pierin Siqueira – Dr. em Política e Economia Florestal
Email: joesio@stcp.com.br
CREA 4.057/D-PR Visto CREA/MA: 2788 CTF IBAMA: 183508
2 – Informações Gerais

2.4 – OBJETIVO DO RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – RIMA

O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é um documento que apresenta de forma simples e


resumida as informações do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Projeto Florestal de plantio
de Eucalyptus da SUZANO, na região de Timon, estado do Maranhão, foi elaborado em
cumprimento aos pré-requisitos para a emissão da Licença Prévia. Considerando o processo
de Licenciamento Ambiental, o EIA e o RIMA atendem ao estabelecido na Constituição
Federal, a qual define ao Poder Público: “exigir na forma da lei, para a instalação de obra ou
atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo
prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade” (art. 225 § 1º, IV).

2.5 – ONDE OCORRERAM OS ESTUDOS AMBIENTAIS

Para determinar a abrangência da avaliação ambiental do empreendimento em questão, foram


seguidas as recomendações da equipe multidisciplinar, composta por especialistas nas
diversas áreas do conhecimento dos meios biótico, físico e socioeconômico.

Os integrantes da equipe que elaborou o EIA determinaram os seguintes aspectos:

− Definição e Avaliação Ambiental da Área Diretamente Afetada (ADA), da Área


Influência Direta (AID) e Área de Influência Indireta (AII); e,

− Atendimento às exigências e Termo de Referência emitido pela SEMA/MA, documento


norteador para o EIA/RIMA.

Considerando possibilidade de implantação da base florestal em 19 municípios na região de


Timon, foram realizados estudos com base nos aspectos apresentados acima e no Projeto
Florestal. A partir destes estudos foram definidas as áreas de influência, que subsidiaram a
discussão dos impactos e respectivas medidas e programas.

2.6 – EQUIPE PARTICIPANTE DO EIA/RIMA

A equipe multidisciplinar envolvida no estudo e responsável pela elaboração do EIA é


apresentada a seguir. O anexo 2.01 apresenta os currículos simplificados.

2.6.1 – Coordenação Geral

Joésio Deoclécio Pierin Siqueira - Engenheiro Florestal


Doutor em Política e Economia Florestal
CREA 4.057/D-PR Visto CREA/MA 2788 CTF 183508

2.2 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


2 – Informações Gerais

2.6.2 – Coordenação Técnica

Ramon Gomes
Engenheiro Ambiental _____________________________

2.6.3 – Meio Físico

Coordenadora:
Michela Rossane Cavilha
Geógrafa
Especialista em Análise Ambiental
CREA/PR 93566/D CTF 1503810 _____________________________

José Raimundo Natividade Ferreira Gama


Engenheiro Agrônomo
Especialista em Solos
CREA/PA 150091234-4 _____________________________

Raimundo Pedro Silva


Geológo
Especialista em Recursos Hídricos e Hidrogeologia
CREA/PI 1761-D _____________________________

Daniel da Luz
Geólogo
Especialista em Geomorfologia e Geologia
CREA/MA 3.220/D _____________________________

Gunter de Azevedo Reschke


Meteorologista
Especialista em Clima UEMA/NUGEO – LABMET
CTF 2127288 _____________________________

2.6.4 - Meio Biótico

Coordenador:
Pieter M. van der Meer
Biólogo
CTF 1022105 _____________________________

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 2.3


2 – Informações Gerais

Marcos Pérsio Dantas Santos


Biólogo
Dr. em Zoologia, especialista em Avifauna
CRBio 5a região 27.227/5-D CTF 289607 _____________________________

Nivaldo Magalhães Piorski


Biólogo
Especialista em Ictiofauna
CRBio 5a região 834/5-D CTF 565462 _____________________________

Marcela G. Moreira Lima


Bióloga
Mestranda em Zoologia
Especialista em Mastofauna
CRBio 5a região 67036/5-D CTF 1883195 _____________________________

Yuri Cláudio Cordeiro de Lima


Biólogo
Mestrando em Desenvolvimento e Meio Ambiente,
Especialista em Herpetofauna
CRBio 5a região 46.927/5-D CTF 2365722 _____________________________

Roseli Farias Melo de Barros


Bióloga
Drª. em Taxonomia Vegetal, especialista em Botânica
CRBio 5a região 11.147/5-D CTF 490524 _____________________________

Rigoberto Sousa Albino


Biólogo
Msc. em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Especialista em Fitossociologia
CRBio 5a região 27.006/5-D CTF 101355 _____________________________

Bruno de Andrade Matuella


Biólogo
Msc. em Sistemas Costeiros e Oceânicos
Especialista em Gestão Ambiental
CRBio 41797/07-D CTF 3614597
Coordenador de Levantamento do Meio Biótico _____________________________

Murilo Sérgio Drummond


Biólogo
Pesquisador/ Professor Universitário
Especialista em Abelhas
CRBio 5a região 11.012/5 _____________________________

2.4 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


2 – Informações Gerais

2.6.5 - Meio Socioeconômico


Coordenadora:
Silvia Mari Azuma
Química Ambiental
Especialista em Gestão Ambiental
CTF 4924240 _____________________________

Maria da Conceição Marques


Engenheira Agrônoma – Moderação das Oficinas
Especialista em Moderação
de Processos Participativos e Socioeconomia
CORECON 0838 _____________________________

Arkley Marques Bandeira


Arqueólogo
Mestre em Arqueologia _____________________________

Mara Freire Rodrigues de Souza


Advogada e Engenheira Florestal, Msc
OAB/PR 18.451/PR CTF 38276 _____________________________

Claudia Sampaio
Engenheira Agrônoma – Socioeconomista
Doutora em Planejamento e
Desenvolvimento Rural Sustentável
CREA-PR 23.603/D CTF 4732705 _____________________________

2.6.6 - Sensoriamento Remoto e Mapeamento


Coordenadora:
Juliana Boschiroli Lamanna Puga
Engenheira Cartógrafa,
CREA/PR 28.668/D CTF 610018 _____________________________

Peterson Luiz Good


Bacharel em Geografia
CREA-PR 96.570/D _____________________________

Alisson Francis Bernardi


Técnico em Geoprocessamento _____________________________

Osmar Fantinel
Técnico em Geoprocessamento _____________________________

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 2.5


2 – Informações Gerais

2.6.7 – Participantes das Equipes

Marcela Mainardes Tempo


Bióloga _____________________________

Marcelo Ling
Aluno de Engenharia Florestal – PUC/PR
Aluno de Economia – FAE _____________________________

Daniela Gaspar da Silva


Bióloga
Msc. Em Biotecnologia e Especialista
em Gestão de Recursos Naturais _____________________________

Ana Claudia Zampier


Engenheira Florestal
Msc. em Ciências Florestais
CREA/PR 24.474/D - _____________________________

2.6 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


3 – O EMPREENDIMENTO
3 – O EMPREENDIMENTO

3.1 – HISTÓRICO

O grupo Suzano, considerado um dos maiores conglomerados empresariais do Brasil, teve


origem na empresa comercial fundada pelo ucraniano Leon Feffer. Nascido em 1902, na cidade
de Kolki, Feffer emigrou para o Brasil em 1921, dedicando-se à venda de papéis. Mais tarde, já
na manufatura, passou a fabricar envelopes, sacos de papel e embalagens, montando também
uma pequena tipografia.

A dependência do Brasil em relação à importação do papel criou dificuldades para as


atividades da empresa, razão pela qual, em 1939, Feffer decidiu construir uma fábrica própria.
No entanto, a nova indústria continuou dependente da importação, agora da matéria-prima, a
celulose de pinus.

Essa dependência forçou a empresa a investir no desenvolvimento da celulose de eucalipto,


que mudou os paradigmas da indústria brasileira de papel. A Suzano investiu também no
desenvolvimento do mercado externo, transformando-se, a partir da década de 60, numa das
mais importantes empresas do Brasil. Consolidada no ramo de papel e celulose, diversificou
sua pauta produtiva, focando, sobretudo, o setor petroquímico.

A partir do início dos anos 90, a Suzano passou por um amplo programa de reestruturação e
profissionalização, balizando suas atividades nos setores de papel e celulose e na
petroquímica. Dentro desse novo contexto, definiu suas políticas socioambientais por meio de
ações efetivas, como a criação do Instituto Ecofuturo, de promoção do desenvolvimento
sustentável.

Nos últimos anos, o grupo Suzano buscou consolidar seu processo de gestão profissional,
criando um Modelo de Gestão Corporativa da Sustentabilidade, válido para o mundo inteiro.
Em 2008, anunciou o plano de expansão, com a construção de plantas industriais nos estados
do Maranhão e Piauí e ampliação da unidade de Mucuri/BA.

3.1.1 – Histórico no Estado do Maranhão

O Maranhão desponta com um novo pólo no setor de papel e celulose do Brasil, com grande
potencial para o desenvolvimento do setor florestal. Buscando o crescimento das suas
atividades, a Suzano firmou com o Governo do Maranhão um protocolo de intenções para a
construção de uma fábrica de celulose no Estado, como parte dos investimentos para o período
de 2009-2013.

Para suprir a demanda da fábrica a ser instalada no Estado, cuja capacidade de produção
prevista é de 1,3 milhão de toneladas, o projeto proposto pretende implantar uma base florestal
baseada no plantio de eucalipto, com investimentos da ordem de US$ 1,8 bilhão.
3 – O Empreendimento

Conforme o protocolo, o Governo do Estado deverá garantir mão-de-obra qualificada, enquanto


à empresa caberá contratar trabalhadores maranhenses e negociar com empresas locais.

Desde 1983 a Suzano pesquisa a adaptabilidade de clones em diferentes gerações de clones


de eucalipto para o clima mais seco do Maranhão. Com isso, criou condições para que a
cultura do eucalipto seja uma realidade nesta região do País. Atualmente, em torno de 500
hectares estão plantados, em caráter de experimental e em estágios diferenciados de
desenvolvimento, em cerca de dez municípios. Os resultados da pesquisas possibilitam a
seleção de clones com maior produtividade, melhor capacidade de adaptação, entre outros
fatores de desenvolvimento.

As pesquisas foram desenvolvidas em parceria com universidades e instituições de pesquisa


nacionais (como a Embrapa Meio Norte, UFMA, UEMA e Museu Emilio Goeldi) e internacionais
(como a Universidade de Princeton e o Instituto de Pesquisa de Woods Hole, ambos nos EUA).
Delas resultaram diversas publicações em congressos, seminários, simpósios e revistas, além
de monografias, dissertações e teses de doutorado que servem de referência científica para a
região.

O investimento contempla o complexo florestal e a indústria, cujo efeito multiplicador,


decorrente de bens, serviços e arrecadação, trará forte desenvolvimento local. Estão previstas
parcerias com agricultores, pecuaristas, parceiros privados no investimento da logística
(ferrovia, rodovia e portos), movimentando uma cadeia produtiva que incorpora a mais moderna
tecnologia, inovação e preservação ambiental.

3.2 – O QUE É?

O Projeto Florestal da Suzano visa plantar eucaliptos numa área de 140 mil hectares nas
microrregiões maranhenses de Caxias, Codó, Coelho Neto, Presidente Dutra, Chapadas do
Alto Itapecuru e região de Timon, que somam 19 municípios. A floresta deverá abastecer a
nova unidade industrial de produção de celulose a ser instalada no Estado do Maranhão.

O Projeto Florestal inclui ainda áreas com vegetação natural (reserva legal, preservação
permanente e corredores ecológicos), para atendimento da legislação ambiental, e áreas
dotadas da infra-estrutura necessária para a implantação de florestas plantadas.

3.3 – POR QUE IMPLANTAR UM PROJETO FLORESTAL?

Projetos florestais produzem madeira como matéria-prima para fins industriais sob condições
edafoclimáticas locais. Sua implantação nas regiões tropicais tem apresentado interessante
resultado econômico para a atividade silvicultural, obtido através da boa integração entre a
produção da madeira e sua utilização industrial, além do ótimo rendimento florestal alcançado e
a grande disponibilidade de áreas aptas para a formação do plantio.

A região do Leste maranhense, onde estão localizadas quatro das cinco microrregiões desse
projeto, possui a maior parte de suas terras classificadas como de boa aptidão para a
silvicultura. A definição das áreas de plantio implica, preliminarmente, a identificação de
espaços para a reserva legal e áreas de preservação permanente (ou sua recomposição),
conforme determina a legislação ambiental.

Em 2008 foram consumidos aproximadamente 230,6 milhões de metros cúbicos de madeira


em tora e, deste total, 76% referem-se ao consumo de eucalipto, basicamente pelo segmento
de papel e celulose (32,8%), seguido pelo consumo de lenha (22,7%), serrados (19,7%),
3.2 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda
3 – O Empreendimento

carvão (13,4%), painéis reconstituídos (5,1%), compensados (3,6%) e outros (2,1%). Segundo
a ABRAF (2009), em 2008 as regiões Norte e Sul produziram 16,7% e 11% do total,
respectivamente.
Por fim, sob a ótica ambiental, uma avaliação quantitativa de impactos ambientais de
reflorestamento o Brasil realizada por Silva (1994) identifica cinco relacionados aos
reflorestamentos no Brasil: criação de empregos na área rural; dinamização do setor comercial
pela aquisição de fatores de produção; contribuição ao desenvolvimento regional pela
implantação da rede rodoviária florestal; aumento da oferta de alimento para vertebrados em
função do revolvimento do solo e surgimento da vegetação de sub-bosque, com a retirada
mecânica de serapilheira.
Quanto ao consumo de água do eucalipto, Lima (2004) afirma, que a partir de inúmeros
resultados experimentais, que o consumo de água do eucalipto não difere muito do consumo
de outras espécies florestais. Almeida e Soares (2003) realizaram um estudo comparativo entre
floresta de eucalipto e floresta atlântica e concluíram que as plantações de eucalipto (E.
grandis) exercem controle de transpiração eficiente em condições de baixa disponibilidade de
água no solo. Afirmaram também que ao considerar um ciclo completo de crescimento, cerca
de 7 anos, o eucalipto pode consumir menos água que a mata nativa na região estudada
(Figura 3.01).

Figura 3.01 – Comparativo do Consumo de Água Entre as Florestas de


Eucalipto, Atlântica e Amazônica

Fonte: Mora & Garcia, 2000.

A importância ecológica da silvicultura intensiva revela-se também na diminuição do


aquecimento global, pela captura de gás carbônico, e na redução da pressão sobre a
vegetação nativa. Os plantios florestais, especialmente os de Eucalipto, possuem um grande
potencial de absorção de CO2. Com base nesses dados nota-se que os plantios de Eucalipto
da Região de Timon (precipitação média anual de 1.300 mm por ano), possuem a capacidade
de absorver anualmente mais de 6 milhões de toneladas de CO2/ano.

Atualmente a única forma de reversão induzida das concentrações de CO2 na atmosfera é o


plantio de florestas, onde o crescimento constante da biomassa arbórea absorve
especialmente CO2, o principal agente do aquecimento global. Tais números demonstram que
o Projeto Florestal da Suzano no Maranhão deverá ter uma série de impactos ambientais
positivos, e dentre os mais importantes para a sustentabilidade ambiental deste negócio está a
absorção de CO2.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 3.3


3 – O Empreendimento

Outros benefícios ambientais também podem ser citados com a implantação e conservação de
plantios florestais: melhoria da infiltração de água no solo, diminuição da pressão sobre as
florestas nativas, preservação e conservação de florestas nativas (áreas de reserva legal, de
preserevação permanente, entre outras), corredores de fauna e conectividade entre áreas de
reserva, melhoria da qualidade dos solos, planejamento do uso do solo, a partir de um
programa de zoneamento ambiental e melhoria no microclima regional.

3.4 – ONDE ESTÁ LOCALIZADO?

O Projeto Florestal abrange propriedades distribuídas em municípios, nas microrregiões de


Caxias, Codó, Coelho Neto, Presidente Dutra e Chapadas do Alto Itapecurú, regiões leste e
centro do Estado do Maranhão (Figura 3.02).

Essa região considera os 19 municípios a seguir: Coelho Neto, Afonso Cunha, Codó, Aldeias
Altas, Caxias, São João do Soter, Timon, Matões, Senador Alexandre Costa, Governador
Eugênio Barros, Parnarama, Governador Luiz Rocha, Fortuna, Buriti Bravo, Lagoa do Mato,
Jatobá, Colinas, Passagem Franca, São Francisco do Maranhão.

Figura 3.02 – Área de Implantação do Projeto Florestal da Suzano

Fonte: Elaboração STCP (2009)

3.4 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


3 – O Empreendimento

3.5 – COMO SERÁ IMPLANTADO?

Para implantar um Projeto Florestal são considerandos as fases de planejamento, implantação


e operação, relacionadas na Tabela 3.01.

Tabela 3.01 - Fases, Subfases e Principais Atividades do Projeto


FASES SUBFASES ATIVIDADES
PLANEJAMENTO

Licenciamento
Elaboração de cronogramas preliminares
Comunicação, Negociação e Aquisição de Terras
Formação de estrutura própria, complementada com empresas
especializadas
IMPLANTAÇÃO

Infra-Estrutura Implantação de Estradas e Aceiros

Limpeza do terreno
Limpeza do Terreno Enleiramento de resíduos
Sistematização das Áreas
Combate a formigas e repasse; Calagem; Gradagem
Preparo do Solo Subsolagem / fosfatagem, Fertilização;
Conservação de estradas e aceiros

FORMAÇÃO Transporte e distribuição das mudas;


FLORESTAL Plantio/ Replantio Plantio; Replantio; Repasse a formiga; Limpeza (herbicidas,
(ano 0) capina manual e mecanizada); Adubação de cobertura e
Manutenção de Estradas e Aceiros.

Monitoramento e combate a pragas; Conservação de estradas


Manutenção
e aceiros; Capina de manutenção
(anos 1 a 12)
Adubação de Cobertura e Prevenção e Combate a incêndios

Adubação; Desbrota; Aplicação de herbicida pré-emergente;


Rotação
(anos 6 a 12) Repasse a formiga; Capina pós-emergente (manual e
herbicida)
OPERAÇÃO
Colheita
Corte; Desgalhamento, Traçamento, Descascamento e Baldeio
(ano 7 e 13)
COLHEITA E
TRANSPORTE Transporte Carregamento; Transporte até à Unidade Industrial
DA MADEIRA
Manutenção / Estradas principais, secundárias e Aceiros
Reforma da Rede
Viária Pátio de Estocagem de Madeira
Fonte: SUZANO (2009).

3.6 – QUANDO SERÁ IMPLANTADO?

O programa prevê o plantio de 140.000 ha de plantios próprios, distribuídos ao longo de 7


(sete) anos, conforme apresentado na Tabela 3.02.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 3.5


3 – O Empreendimento

Tabela 3.02 – Programa de Plantio


ÁREA DE EFETIVO PLANTIO
ANO DE PLANTIO
PRÓPRIO (ha)
1 20.000
2 20.000
3 20.000
4 20.000
5 20.000
6 20.000
7 20.000
TOTAL 140.000
Fonte: SUZANO, 2009.

3.7 – QUANTOS EMPREGOS SERÃO GERADOS?

Em 2008 a estimativa de empregos gerados no Sistema Agroindustrial Florestal foi de 4,7


milhões, sendo 636,2 mil diretos, 1,6 milhão indiretos e 2,5 milhões de empregos de efeito
renda, totalizando aproximadamente 4,7 milhões. O Projeto Florestal da Suzano Papel e
Celulose S.A, na região de Timon, poderá gerar 3.080 empregos diretos e 12.320 indiretos,
totalizando 15.400 postos de trabalho. Além de 12.103 empregos que poderão ser gerados
pelo efeito renda, conforme estudo econômico realizado.

3.8 – QUANTO SERÁ INVESTIDO NO PROJETO?

A Tabela 3.03 apresenta a projeção estimada dos investimentos necessários ao longo dos 7
primeiros anos do projeto, totalizando R$ 902,823 milhões, entre investimentos na aquisição de
terra e formação da base florestal. Cabe destacar que este mesmo investimento poderá ser
reaplicado a cada 7 anos (ciclo da floresta plantada de eucalipto).

Tabela 3.03 – Projeção dos Investimentos do Projeto Florestal nos 7 Primeiros Anos
ANO DESEMBOLSO (MILHÕES)
1 99.424
2 117.957
3 124.334
4 130.711
5 137.088
6 143.466
7 149.843
TOTAL 902.823
* Inclui estimativa de investimento de parte da gestão florestal e P&D (cerca de 7%
investimento) para os 140 mil ha.
Fonte: Elaboração STCP, base de dados SUZANO, (out/2009).

3.9 – FORAM CONSIDERADAS ALTERNATIVAS PARA O PROJETO?

3.9.1 – Alternativas Locacionais

Para identificar alternativas locacionais do Projeto Florestal utilizou-se como base um estudo
da Suzano Papel e Celulose, de agosto de 2005, que teve como objetivo executar atividades
3.6 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda
3 – O Empreendimento

necessárias à coleta, compilação e análise de informações para a definição da macro


localização de locais para investimentos em produção de madeira e celulose.

Este trabalho permitiu avaliar as potencialidades para a implantação de projetos florestais por
meio de critérios pré-selecionados. Foram avaliados locais nos estados brasileiros e em alguns
países da América do Sul. (Uruguai, Peru, Argentina, Equador). Para a condução dos trabalhos
foram considerados dois cenários. O primeiro: ampliação da capacidade instalada na unidade
de Mucuri (BA) e o segundo a implantação de nova unidade industrial.

A metodologia utilizada na seleção e avaliação dos locais consistiu em duas fases: pré-seleção
de locais, quando foram aplicados critérios de eliminação (aptidão para silvicultura, situação
fundiária e topografia) e a fase de seleção, quando foram aplicados critérios de seleção,
agrupados em duas categorias: qualitativos e quantitativos. Os critérios qualitativos foram
divididos em três aspectos: florestais, socioeconômicos e outros aspectos (barreiras tarifárias e
incentivos/benefícios a plantios). Quanto aos critérios quantitativos, foi levada em conta a
estimativa de investimentos em terras e em florestas. As alternativas são as seguintes:

• Alternativa I:

Manter o Projeto Florestal onde está prevista a instalação

A escolha da região de Timon justifica-se pelas condições propícias que apresenta, tais como a
disponibilidade de áreas e a existência de mão-de-obra com conhecimento em plantação de
florestas. Ao se estender por vários municípios do Estado, o Projeto Florestal da Suzano
possibilitará um aumento potencial de geração de renda e empregos, numa região com altos
índices de desocupação e desigualdade social. Além do mais, não existem restrições legais
para a implantação de projetos florestais com eucalipto.

• Alternativa II:

Instalar o Projeto Florestal no Estado de Goiás

Com base nos estudos desenvolvidos, o estado de Goiás constitui uma alternativa para a
instalação do Projeto Florestal. Porém, comparativamente à de Região de Timon, apresenta
como limitantes o fato de que a microrregião de Quirinópolis, desde 2005 vem apresentando
desenvolvimento acelerado, principalmente pela implantação do sistema sucroalcooleiro. A
disponibilidade de terras viu-se reduzida com a implantação de canaviais. Além disso, o valor
da terra se tornou elevado - U$ 1.750,00 por hectare - e, por conseguinte, o valor total da
implantação do Projeto Florestal se elevaria a inviáveis U$ 885,1 milhões. Ainda foram
levantados problemas de conflitos sociais, principalmente com o MST no Sul do Estado (Jataí-
São Simão), com assentamento ao longo da BR 364.

Em contrapartida, o estado de Goiás apresenta uma precipitação média maior que a da Região
de Timon. Outro ponto positivo desta região é a rede viária em boas condições, enquanto na
região de Timon as estradas não apresentam de maneira geral, o mesmo estado de
conservação.

No cômputo geral de vantagens e desvantagens, a região de Timon apresentou melhores


condições para o plantio florestal.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 3.7


3 – O Empreendimento

• Alternativa III:

Ampliação das unidades de Araçatuba-SP e Mucuri-BA

As unidades de Araçatuba e Mucuri apresentam redes viárias em boas condições, facilidade de


acesso aos fornecedores, uma cultura já instalada de silvicultura, com mão-de-obra capacitada
e áreas de fomento de 20 e 30 mil hectares em parcerias com pequenos agricultores no plantio
de eucalipto. Porém, tanto Araçatuba como Mucuri já se encontram em processo avançado de
uso e ocupação do solo com intensa atividade agropecuária e de silvicultura, o que reduz a
capacidade de expansão do projeto.

3.9.2 – Alternativas Econômicas

Para a análise das alternativas econômicas foram levadas em consideração: a cana-de-açúcar,


a pecuária bovina e o coco babaçu. A Taxa Interna de Retorno (TIR) para a pecuária bovina na
região (utilizando as premissas adotadas), apresentou resultado de 2,9%. Este número está
abaixo da taxa mínima de atratividade adotada (6%). Por sua vez, a cana (principal produto da
região) teve TIR de 5,0% e a extração de babaçu, retorno de 2,3%. A figura 3.03 compara a
rentabilidade entre o plantio de eucalipto e as demais na região de interesse.

Figura 3.03 – Comparativo do Retorno entre a o Eucalipto e as Demais Culturas na Área


de Abrangência – Timon

7
6,01
6
5
5
TIR (%)

4
2,9
3 2,3
2

0
Eucalipto Cana Pecuária Bovina Babaçu

¹ Nos 18 municípios na região próxima a Timon (MA).


Fonte: Elaboração STCP.

No entanto, cabe salientar que culturas de ciclo curto, como as 2 alternativas analisadas, bem
como a extração vegetal (babaçu), são altamente sensíveis a oscilações de mercado (preço de
venda). Por isso, em determinados períodos, podem apresentar uma lucratividade mais alta ou
mais baixa do que a encontrada nesta analise.

3.8 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


3 – O Empreendimento

3.10 – O PROJETO É COMPATÍVEL COM OS PLANOS E PROGRAMAS


GOVERNAMENTAIS?

O Projeto Florestal proposto vai ao encontro de uma série de planos e programas


governamentais concebidos para o Maranhão ou mesmo para o País.

No plano federal, são 32 programas do Plano Plurianual (PPA) 2008/2011, que articula e
integra as principais políticas públicas, incluindo o Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC). O PPA é organizado em três eixos: crescimento econômico, agenda social e educação
de qualidade. O plano além de estabelecer metas e prioridades, responde o grande desafio de
acelerar o crescimento econômico, promover a inclusão social e reduzir as desigualdades
sociais.

O Programa de Parceria Florestal, proposto pela SUZANO, vem de encontro com o PRONAF
(Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar), pois possui o objetivo de estimular
pequenos agricultores à prática da silvicultura. Além de outros programas do PPA como o
Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio, Apoio ao Desenvolvimento do Setor
Agropecuário e Programa Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário e Agroindustrial.

Na área social os programas propostos pela SUZANO como o Programa de Apoio ao Uso
Sustentado e Aproveitamento Econômico dos Recursos Nativos (extrativismo vegetal) estão de
acordo com os objetivos propostos nos programas Conservação, Manejo e Uso Sustentável da
Agrobiodiversidade do Governo Federal.

No Maranhão, dez programas do Plano Plurianual Estadual 2008/2011 e três outras iniciativas
do Governo do Estado dizem respeito à área de atuação do Projeto Florestal da Suzano e que
futuramente poderão sustentar parcerias e integrações de mútuo benefício. Programas do PPA
Estadual como redução da pobreza rural e desenvolvimento científico e tecnológico, são
exemplos de programas que podem gerar parcerias.

E os programas sociais da SUZANO como o de Apoio às Populações Afetadas, Programa de


Qualificação de Mão-de-Obra Local, Programa de Educação Ambiental e Cultural poderão
complementar as ações propostas, tanto pelo governo estadual como federal.

Em nível municipal, a implantação do projeto na região significa a oportunidade de


diversificação para o produtor rural, sendo uma forma de integrar o pequeno produtor ao
processo de desenvolvimento sustentado, tendo em vista que prevê a implantação de parceria
florestal na região. De um lado o produtor poderá ampliar sua produtividade agrícola através da
incorporação de tecnologias mais adequadas e conceitos de conservação do solo, de outro
utilizar parte da propriedade com a implantação de essências florestais para atender suas
necessidades e gerar renda.

3.11 – QUAIS SÃO AS LEGISLAÇÕES APLICADAS AO PROJETO FLORESTAL?

O Estado Brasileiro organiza-se horizontalmente em três níveis, Federal, Estadual e Municipal,


os quais atuam sobre os mais variados temas, incluindo os relacionados ao meio ambiente. As
funções estatais são repartidas verticalmente entre os três poderes: executivo, legislativo e
judiciário.

Desta forma, para os assuntos de meio ambiente, cabe ao legislativo elaborar as normas
legais, ao executivo executar e fazer executar, a política e diretrizes governamentais fixadas
para o meio ambiente, obedecendo às normas legais e ao judiciário zelar pelo seu
cumprimento.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 3.9


3 – O Empreendimento

Os poderes legislativos, nos níveis federal e estadual, estabelecem as normas constitucionais e


legais que vigoram no âmbito de sua atuação. Também estabelecem as respectivas Políticas
adotadas em relação ao Meio Ambiente, as quais definem os princípios e instrumentos e a
estrutura de atuação.

No que se refere aos municípios, suas diretrizes gerais estão em suas Leis Orgânicas,
podendo também possuir Leis Ambientais, disciplinadoras da proteção do meio ambiente, e
definidoras da política municipal em relação ao meio ambiente, o que é mais comum em
municípios maiores e mais bem estruturados.

É importante destacar que a exigência de elaboração de Estudo de Impacto Ambiental, para


instalação de obras ou atividades potencialmente causadoras de significativa degradação
ambiental, instituída através da Resolução CONAMA 001/86, ganhou status constitucional com
a promulgação da Constituição Federal de 1988, tal a importância que os Constituintes deram
a este Instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente.

É competência comum da União, do Estado e dos Municípios proteger o meio ambiente e


combater a poluição em qualquer de suas formas, preservar as florestas, a fauna e a flora,
conforme determina o art. 23, incisos VI e VII da Constituição Federal de 1988.

O Projeto Florestal objeto do presente Estudo de Impacto Ambiental deve estar inserido dentro
dos princípios estabelecidos na Constituição Federal. Diz o caput do art. 225:

“Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações”.

Cabe lembrar que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados, por expressa determinação
constitucional, prevista no § 3º do art. 225 da Constituição Federal. Esta disposição
constitucional foi regulamentada pela Lei 9.605/98, a Lei de Crimes Ambientais.

A Tabela 3.04 apresenta algumas das legislações ambientais nas esferas federal e estadual
aplicáveis ao projeto.

Tabela 3.04 – Legislações Ambientais Aplicáveis ao Projeto

LEGISLAÇÃO FEDERAL

Lei nº 6.938/81 Instiui a Política Nacional do Meio Ambiente, dispondo sobre seus fins e
mecanismos de formulação e aplicação. O Projeto Florestal da SUZANO, cujo
objeto é o plantio de eucalipto para produção celulose, enquadra-se nesta Política,
por conjugar o desenvolvimento econômico-social, em uma das regiões mais
carentes do Brasil, com a preservação da qualidade do meio ambiente e
manutenção do equilíbrio ecológico.

Código Florestal - Lei n° Esta legsialção é aplicável ao Projeto Florestal principalmente no que se refere às
4.771/65 e a Medida Áreas de Preservação Permanente (art. 2º e 3º), Reserva Legal, e, em especial,
Provisória n° 2.166-67 conforme art. 20 e 21, no que se refere às obrigações de manter base florestal para
atender o suprimento de matéria-prima necessária ao projeto industrial.

Resolução CONAMA A Resolução 001/86 e 237/97 tratam dos estudos de impacto ambiental por
atividades efetiva ou potencialmente causadoras de impacto ambiental como
instrumento de licenciamento ambiental; 09/87 da audiência pública, e outras

3.10 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


3 – O Empreendimento

relacionadas à qualidade do ar e das águas;

Legislação sobre Águas - Estas legislações são aplicáveis à efetivação da melhoria e da manutenção da
Decreto n° 24.643/34 qualidade e quantidade das águas na área de influencia direta do projeto.
(Código de Águas) e Lei n°
9.433/97 (Política Nacional
de Recursos Hídricos)

LEGISLAÇÃO ESTADUAL

Constituição Estadual do A Constituição do Maranhão possui um capítulo específico sobre Meio Ambiente.
MARANHÃO No seu artigo 240, disciplina que a atividade econômica e social deverá conciliar-se
com a proteção ao meio ambiente.

Lei nº 5.405 de 08.04.92, O SISEMA tem a finalidade de executar as Políticas Estaduais do Meio Ambiente,
que institui o Código de servindo como controlador e fiscalizador do uso e exploração dos recursos naturais
Proteção do Meio Ambiente e visando a recuperação e melhoria do meio ambiente enquanto elemento de uso
e dispõe sobre o Sistema público e fundamental a qualidade de vida.
Estadual do Meio Ambiente
(SISEMA) e o uso dos
recursos naturais

Lei n.º8.149, de 15 de Junho Essa Lei institui a Política Estadual dos Recursos Hídricos, cria o Sistema de
de 2004, que Dispõe sobre Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos e dá outras providências. Segundo
a Política Estadual de os artigos 2 e 4 desta Lei, a política busca definir normas gerais para uso dos
Recursos Hídricos recursos hídricos de domínio do Estado do Maranhão.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 3.11


4 – SITUAÇÃO ATUAL DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA
4 – SITUAÇÃO ATUAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA

4.1 – DEFINIÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA

As áreas de influência correspondem aos locais que podem sofre os efeitos potenciais e que
de alguma forma sofrerão ou exercerão alguma influência sobre o Projeto Florestal, em suas
fases de planejamento, implantação e operação, seja nos aspectos físico, biótico ou
socioeconômico.

A delimitação destas áreas é requisito legal para a avaliação dos impactos ambientais e
licenciamento das atividades, fator importante no direcionamento das coletas em campo,
elaboração do diagnóstico ambiental, proposição de medidas mitigadoras, compensatórias e de
recuperação das áreas alteradas.

Os limites das áreas de influência variam de acordo com os elementos dos meios físico, biótico
e antrópico. Usualmente são delimitadas como:

– Área Diretamente Afetada (ADA): contempla os ambientes naturais e antrópicos


efetivamente alterados pela implantação deste projeto. Corresponde à área a ser efetivamente
ocupada pelo plantio de eucalipto, a área diretamente afetada pela instalação de equipamentos
das unidades novas e as que serão ampliadas, ou seja, sua fase de implementação
(construção) e operação.

– Área de Influência Direta (AID): é delimitada pelo território em que ocorre, principalmente,
as transformações ambientais primárias (ou diretas) decorrentes do Projeto Florestal, como
consequência das atividades de plantio, colheita, transporte, tratos culturais e movimentação
social. Corresponde ao espaço territorial contíguo e ampliado da ADA.

– Área de Influência Indireta (AII): é definida como aquela real ou potencialmente ameaçada
pelos impactos indiretos da implantação e operação do Projeto Florestal, abrangendo as bacias
hidrográficas e as possíveis interferências e sinergias com outras atividades existentes na
mesma bacia e os aspectos abrangentes dos meios físico, biótico e socioeconômico.

4.1.1 – Áreas de Influência dos Meios Físico e Biótico

Para a concepção das áreas de influência do meio físico foram considerados os diagnósticos
de clima, geologia, geomorfologia, solos, hidrogeologia e recursos hídricos. Já o meio biótico
compreendeu os estudos de vegetação e grupos de fauna.

• Área Diretamente Afetada (ADA)

Os critérios utilizados para a definição da ADA para os meios físico e biótico foram:

a) Para o meio biótico (fauna e flora), a área diretamente afetada foi delimitada como a área
onde efetivamente ocorrerá o plantio florestal.
4 – Situação Atual da Área de Influência

b) Para o meio físico, cabem as mesmas definições citadas para o meio biótico. No caso dos
recursos hídricos, a existência de um corpo d’ água que atravesse a ADA o torna parte
integrante da mesma, no seu percurso dentro da área e fora dela, até um quilômetro a
jusante, além dos limites da propriedade. Em relação à atmosfera, a ADA deve abranger o
raio de dez quilômetros em torno do plantio efetivo, limite considerado para as possíveis
alterações no microclima.

• Área de Influência Direta (AID)

Considerando que os reflexos sobre os recursos naturais serão percebidos de forma direta a
partir das áreas onde serão realizados os plantios, a Área de Influência Direta do Projeto
Florestal foi definida como sendo constituída pela área total das propriedades, acrescidas de
um buffer de dois quilômetros para propriedades até 999 hectares, quatro para propriedades
com área entre 1.000 e 2.999 hectares, e seis quilômetros para propriedades maiores de
3.000 hectares.

Para os recursos hídricos, além dos corpos d' água localizados dentro da AID, considera-se
ainda como integrante da área a extensão do corpo d' água fora dos seus limites até um
quilômetro à jusante.

• Área de Influência Indireta (AII)

Área relacionada aos efeitos e causas das AID, visto que um impacto, positivo ou negativo,
ocorrido dentro da AID, automaticamente terá efeito, em menor escala, na AII. Assim, a Área
de Influência Indireta (AII) do projeto em estudo, para os meios físico e biótico, foi definida
como sendo constituído pelas microbacias hidrográficas, abrangidas em parte ou totalmente
pelos limites dos 19 municípios

O perímetro da área, considerando o raio e os municípios citados, envolve os setores das


microbacias hidrográficas dos rios: Alpercatas, Correntes, Iguará, Itapecuru, Munim e Parnaíba.

4.1.2 – Áreas de Influência do Meio Socioeconômico

• Área Diretamente Afetada (ADA)

Para o meio socioeconômico, a ADA abrange as comunidades e localidades que sejam


diretamente afetadas pelo Projeto Florestal, seja em relação ao uso tradicional da terra, seja
pelos reflexos na economia local causados pelo aumento da disponibilidade de trabalho e
renda. Consideram-se nesta categoria os moradores das fazendas, propriedades vizinhas e as
comunidades próximas que tenham alguma relação com aquela fazenda (caça, pesca,
extrativismo, trabalho).

• Área de Influência Direta (AID)

A influência direta para o meio socioeconômico ocorre nos municípios onde estão localizadas
propriedades nas quais serão implantados plantios florestais ou atividades relativas ao Projeto
Florestal proposto. Logo, qualquer município da região de abrangência do Projeto Florestal
poderá se tornar AID, desde que seja adquirida pela Suzano uma propriedade dentro ou nos
seus limites, ou ainda no município vizinho, onde haja relação direta com a atividade da
Suzano.

Para a definição da AID do meio socioeconômico foram consideradas as áreas de intervenção


da atividade que irão interferir diretamente no cotidiano da população, assim como nas
4.2 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda
4 – Situação Atual da Área de Influência

atividades econômicas locais. As maiores interferências ocorrerão na fase de implantação do


projeto de plantio florestal, quando serão considerados os fatores intrínsecos ao Projeto
Florestal como, por exemplo, mão de obra, serviços de comércio, alimentação, hospedagem,
entre outros. Tais fatores dinamizam a economia local, aumentando o recolhimento de tributos
municipais, a influência no sistema de ocupação da terra, a pressão sobre a infra-estrutura,
entre outros que resultarão em demandas diretas nos municípios.

• Área de Influência Indireta (AII)

Considerando as redes sociais e econômicas e a divisão político-econômica do Estado, foram


utilizados os limites municipais e das microrregiões para a definição da AII para o meio
socioeconômico. Assim a Área de Influência Indireta do estudo, sob a ótica da análise
socioeconômica, é composta pelos 19 municípios e as microrregiões que estão na área de
abrangência estabelecida para a implantação do Projeto Florestal.

4.2 – SITUAÇÃO ATUAL DO MEIO FÍSICO

4.2.1 – Clima

O Estado do Maranhão apresenta uma diversidade climática própria à sua posição geográfica,
como área de transição entre os climas amazônicos superúmido, semi-árido nordestino e de
relevo do Planalto Central.

As maiores incidências de chuvas são nos meses de novembro a maio, com uma média
regional oscilando entre 72,6 a 288,3 mm; nos meses de junho a segunda quinzena de outubro
as variações de precipitações são insignificantes para a agricultura de sequeiro, armazenagem
e represamento de água com oscilações entre 9,2 a 40,2 mm.

A média regional anual da precipitação é de 1262,9 mm e os valores anuais do referido


parâmetro oscilam entre 884,6 a 1601,9 mm. Estes índices pluviométricos são excelentes para
a implantação, manutenção e operação de reflorestamento na área estudada.

A umidade relativa do ar média anual oscila entre 67,5 a 79,3%. Sua média regional é de
72,2%, entre os dezenove municípios estudados. O trimestre mais seco são os meses de julho,
agosto e setembro com variações de 42,0 a 54,0%, os meses com maiores flutuações da
umidade relativa do ar estão centrados nos meses de novembro a junho com variações de 70,4
a 82,2%. Para os restantes dos meses a sua variabilidade é bastante aleatória e significativa.

Quanto à evapotranspiração as variações anuais oscilam entre 1.874,5 a 2.465,6 mm com uma
taxa média regional de 2.184,4 mm, sendo que as variações mínimas ocorrem entre 79,3 mm
no mês de fevereiro a 212,8 mm no mês de setembro e as variações máximas oscilam entre
146,2 mm em março a 297,7 mm no mês de agosto.

A temperatura média anual da Região dos Cocais flui entre os meses do ano com sua variação
oscilando entre 25,9ºC a 28,7ºC e sua média anual regional é de 27,0ºC.

4.2.1.1– Insolação

A insolação média anual da área estudada é de 2.423,5 horas e décimos. Os meses com
maiores intensidades de insolação total estendem-se de maio a primeira quinzena de
novembro com variação de 197,3 a 275,0 horas e décimos. Já nos meses de dezembro a abril,
2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.3
4 – Situação Atual da Área de Influência

época do período chuvoso, a intensidade da insolação média regional sofre redução e oscila de
135,3 a 169,9 horas e décimos. Os valores máximos de insolação total para os municípios que
fazem parte da área trabalhada fluem entre 150,9 a 296,3 horas e décimos, e os menores
variam de 116,4 a 254,4 horas e décimos, respectivamente.

4.2.1.2 – Nebulosidade

As maiores concentrações de nebulosidade média regional estão nos meses de novembro a


abril (5,2 a 6,9) décimos, época em que os fatores meteorológicos começam a se preparar para
início e prolongamento do período chuvoso. No mês de maio até a segunda quinzena de
outubro a variabilidade da nebulosidade é de pouca cobertura de nuvens, com variação entre
2,9 a 4,8 décimos. A taxa média anual de nebulosidade para os municípios que compõem as
áreas estudadas é de 5,0 décimos de nebulosidade.

A oscilação da cobertura de nuvens máxima para os municípios varia de 4,0 a 8,1 décimos e
as mínimas oscilam entre 2,4 a 6,5 décimos, respectivamente.

4.2.1.3 – Balanço Hídrico

O solo tem a capacidade de retenção de água e o poder de armazenamento em seis meses do


ano, salientando que nos meses de julho a dezembro este armazenamento é muito
insignificante e devem-se realizar irrigações para um melhor desenvolvimento das plantas. Na
região de estudo foram detectados excedentes nos meses de fevereiro a abril. Em contraste
com os moderados excessos de água do período chuvoso, o período seco, possui
normalmente grandes déficits de água, prolongando-se de maio a dezembro, com exceção dos
meses de janeiro a abril que apresentam o menor índice de deficiência, valor zero. As chuvas
ocorridas na área suprem as necessidades hídricas e o reposicionamento das águas do
subsolo nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e maio.

4.2.2 – Recursos Hídricos

O Maranhão possui um grande potencial hidrográfico, sendo um dos estados nordestinos que
menos sofre as conseqüências dos períodos de estiagem característicos da região Nordeste.

Os recursos hídricos da região de interesse possuem um grande potencial de uso, no entanto


ainda se encontra incipiente. Esta potencialidade é verificada pela grande presença de
nascentes existentes que alimentam os rios tornando-os perenes.

Foi observado que o aproveitamento do potencial hídrico da região é ineficiente. Pois, o


abastecimento de pequenas comunidades ainda é feito por captações rasas como “cacimbas”.
Entretanto, há alguns avanços, embora lentos, como é o caso verificado nos municípios de
Timon e Parnarama, onde foi implantado o sistema de abastecimento por poços tubulares
profundos, nas comunidades de São Lourenço, no município de Timon, e Côco dos Cardosos,
no município de Parnarama, que servem como exemplo da melhoria da qualidade no uso dos
recursos hídricos assegurando, portanto, um melhor padrão de saúde. Nas Fotos 4.01 e 4.02
estão documentadas as referidas comunidades.

4.4 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


4 – Situação Atual da Área de Influência

Foto 4.01 – Abastecimento de Água pelo Sistema de Poço Tubular, Município de


Timon-MA, Comunidade São Lourenço

Fonte: TPG, 2009.

Foto 4.02 – Abastecimento de Água pelo Sistema de Poço Tubular, Município de


Parnarama-MA, Comunidade Côco dos Cardosos

Fonte: TPG, 2009.

4.2.2.1 – Disponibilidade e Demanda dos Recursos Hídricos Superficiais


Um estudo hidrográfico da região de interesse revelou que, diante das unidades hidrográficas
analisadas na região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental, as maiores demandas foram
identificadas nas unidades do Mearim e Itapecuru. A demanda total por recursos hídricos nesta
região é de 17,24 metros cúbicos por segundo, o que representa 5% da vazão mínima (Q95)
disponível. A demanda total por recursos hídricos no rio Itapecuru é de 3,5 metros cúbicos por
segundo, o que corresponde a 7,7% da vazão mínima (Q95) disponível no mesmo. Este
balanço hídrico tem grande importância por estar dentro da região de interesse deste projeto. A
demanda no rio Mearim é de 10,52 metros cúbicos por segundo, o que corresponde a 38,06%
da vazão mínima (Q95) disponível.

4.2.2.2 – Disponibilidade e Demanda dos Recursos Hídricos Subterrâneos

Do conjunto de aquíferos existentes no Maranhão, os que mais se relacionam com a área de


interesse do Projeto Florestal, e que têm viabilidade econômica devido sua vazão e

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.5


4 – Situação Atual da Área de Influência

profundidade do nível estático, são: Itapecuru, Corda e Motuca, sendo o primeiro o que dispõe
de maior reserva renovável.

As atividades antrópicas representam risco aos aqüíferos e à qualidade das águas


subterrâneas. No caso deste projeto, o manejo do solo é de fundamental importância porque
uma forte carga de produtos químicos poderá alcançar o aqüífero freático nas fazendas que
possuem cobertura arenosa e, como conseqüência, uma pequena profundidade do nível
estático do aquífero freático.

4.2.2.3 – Qualidade da Água

Para conhecer a qualidade das águas superficiais foram realizadas análises dos principais
corpos d’água existentes na área de influência deste projeto. Foram analisados principalmente
pontos que permitem identificar as principais interferências sobre a qualidade da água nestas
áreas.

As coletas de água ocorreram no período seco, e foram analisados os seguintes parâmetros:


cor, oxigênio dissolvido (OD), pH, condutividade, alcalinidade total, notrogênio amoniacal,
nitrito, nitrato, fósforo total, turbidez, demanda bioquímica de oxigênio (DBO5) e sulfeto. Os
resultados obtidos dos parâmetros físico-químicos foram comparados com os padrões de
qualidade para as águas doces, contidos na resolução do CONAMA nº 357/05.

Os levantamentos efetuados em campo, aliados aos resultados obtidos em laboratório dos 15


pontos de coleta indicam o caráter de preservação das águas.

Os recursos hídricos da região não sofrerão grandes modificações com a implantação do


projeto de florestamento da Suzano, levando em consideração a preocupação e
responsabilidade que este empreendedor tem em operar as ações de seus projetos.

Algumas recomendações devem ser realizadas, como o monitoramento da qualidade da água


nas nascentes, córregos e rios situados nas áreas de influência do projeto, próximos às
fazendas, ou ainda situados dentro da área de influência indireta. As análises químicas prévias
da situação da qualidade atual da água da região de interesse do projeto servirão de
instrumento para as ações de monitoramento que virão a ocorrer posteriormente.

Nas APPs, situadas na área de interesse do projeto, deve existir um maior cuidado, sendo que
as margens dos corpos hídricos devem ter sua vegetação conservada para conter os possíveis
focos de erosão existentes no local.

4.2.3 – Geologia

Toda área do estudo, bem como quase a totalidade do Estado do Maranhão encontra-se
inserido no contexto geológico da Bacia do Parnaíba, a qual conforme Ribeiro et al. (1998)
possui formato elipsoidal, com a maior extensão segundo a direção NE-SW, envolve terrenos
dos estados do Piauí, Maranhão, Ceará, Bahia, Tocantins e Pará, estendendo-se por
aproximadamente 600.000 km2. Trata-se de uma unidade geotectônica com arcabouço
geométrico fortemente influenciado por feições estruturais de seu embasamento pré-cambriano
e na qual, no intervalo Ordoviciano-Cretáceo, se depositaram cerca de 3.000 m de sedimentos.

A bacia é limitada a noroeste pelo Arco de Tocantins, que a separa da Fossa de Marajó e da
Bacia Paleozóica do Amazonas. Possui como limite a sul-sudeste o Arco do São Francisco,
que a separa das bacias do São Francisco e de Lençóis. Suas margens leste e oeste são
4.6 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda
4 – Situação Atual da Área de Influência

limitadas, respectivamente, pelos escudos Brasil-Costeiro (Atlântico) e Brasil-Central neste


ultimo através do Craton Amazônico se dá com a Geossutura Tocantins-Araguaia. Na sua
porção norte, estão implantadas as bacias marginais cretácicas de Barreirinhas e de São Luís,
com as quais se limita pelo Arco Ferrer-Urbano Santos. A Figura 4.01 apresenta o mapa de
geologia da Região de Timon.

Figura 4.01 – Mapa de Geologia da Região de Timon

Fonte: STCP, 2009.

4.2.4 – Relevo

A feição primordial do relevo maranhense é conseqüência da evolução paleográfica da bacia


sedimentar, cuja formação se estendeu do início do Paleozóico ao final do Mesozóico. As

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4 – Situação Atual da Área de Influência

camadas sedimentares, de modo geral, se apresentam quase horizontais, com declives


insignificantes, resultantes de processos e mecanismos morfogenéticos.

Na Área de Influência Direta as rochas sedimentares apresentam relevo plano a suave


ondulado, elevado grau de homogeneidade, com continuidade horizontal e vertical consistente,
ausência de deformações compressivas, falhas e fraturas distribuídas de modo pouco evidente
ou de baixa densidade, representando corpos com alta estabilidade natural, sem identificação e
registros significantes de fatores naturais promotores de movimentos de dispersão de massa
de corpos rochosos, exceto algumas rampas do relevo. A Figura 4.02 apresenta o mapa de
relevo da região de Timon.

Figura 4.02 – Mapa de Relevo da Região de Timon

Fonte: STCP, 2009.

4.8 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


4 – Situação Atual da Área de Influência

Os solos oriundos de arenitos tanto na Área de Influencia Direta, são oriundos de processos de
intemperismo de natureza essencialmente físico e durante a sua formação e do relevo não há a
rigor os processos de dispersão de massa.
É seguro afirmar que as condições geotécnicas dos maciços rochosos e solos são de alta
estabilidade natural, entretanto em decorrências do tipo de Projeto Florestal alguns problemas
ambientais.

4.2.5 – Solos

Na execução desta pesquisa, foram identificadas diferentes classes de solos, compreendendo


a distribuição geográfica, delimitação cartográfica e estudo das suas características
morfológicas, físicas e químicas, e sobretudo sua classificação, visando a confecção de mapa
de solos, de classes de aptidão agrícola das terras e uso atual.

O levantamento de solos avaliou as suas características físicas e químicas; classificando-os


segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Imagens de satélite foram utilizadas,
para auxiliar a confecção do mapa de solos, e em campo foram registradas as características
morfológicas de perfis examinados e coletadas 39 amostras de solos para análise em
laboratório.

Os solos identificados foram classificados pelas normas estabelecidas no Sistema Brasileiro de


Classificação de Solos até ao 3º Nível Categórico (Grande Grupo) e as principais classes
mapeadas foram as seguintes: Latossolo Amarelo Álico e Distrófico; Argissolo Vermelho -
Amarelo Distrófico e Argissolo Vermelh-Amarelo concrecionário; Gleissolos, Neossolo Litólico
Eutrófico; Neossolo Quetzarênico Órtico e Plintossolos. Há evidênias em determinadas áreas
de Afloramentos Rochosos Figura 4.03 - Mapa de Solos da Região de Timon.

4.3 – SITUAÇÃO ATUAL DO MEIO BIOLÓGICO

4.3.1 – Vegetação

− Cerrado

O Piauí e parte do Maranhão formam um conjunto independente, denominado Meio Norte ou


Nordeste Ocidental, marcando ecologicamente uma zona de transição entre o domínio
amazônico e o semi-árido nordestino. O Maranhão está inserido em uma faixa transicional
entre as macrorregiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Fisiograficamente,possui sete regiões,
dentre as quais se destacam os cerrados, as chapadas e os planaltos.

A vegetação do cerrado está presente em 38 municípios, perfazendo cerca de 10 milhões de


hectares, isto é, mais da metade de todos os biomas existentes no Estado. Em sua maior parte,
caracteriza-se por savanas, uma vegetação xeromorfa, preferencialmente de clima estacional,
com cerca de seis meses secos, embora possa ser encontrada em clima úmido. O cerrado
típico é predominantemente arbóreo-arbustivo, com altura média de três a seis metros. Mas o
bioma comporta diversas fisionomias: campo limpo, campo sujo, cerrado stricto sensu,
cerradão, veredas e os campos rupestres.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.9


4 – Situação Atual da Área de Influência

Figura 4.03 – Mapa de Solos da Região de Timon

Fonte: STCP, 2009

4.10 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


4 – Situação Atual da Área de Influência

− Mata de Babaçu

A mata de babaçu está situada em uma região de transição entre a floresta equatorial úmida
amazônica, a caatinga do sertão nordestino e o cerrado do planalto central brasileiro,
contemplando principalmente parte dos estados do Piauí e Maranhão, em uma região
conhecida.

O babaçu é uma palmeira imponente, robusta, de estipe reto, coroada por um conjunto de
folhas penipartidas, longas. Seus frutos contêm de uma a oito amêndoas com elevado teor de
óleo e extrema importância econômica em sua área de ocorrência, especialmente para as
comunidades carentes. O babaçual caracteriza-se por altura média de oito a 15 metros e uma
cobertura variável de 30 a 60%. Apesar de ser típico dos interflúvios, também pode ocupar
faixas ao longo dos rios de maior porte da região, chegando a compor, em determinadas áreas,
a vegetação ciliar.

4.3.1.1 – Descrição da Área de Influência do Empreendimento

De modo geral, prevalecem na área de influência duas grandes províncias vegetacionais: o


cerrado e as florestas estacionais com babaçu. O cerrado é mais presente nos municípios de
Timon e Caxias. Os babaçuais ocorrem nos vales dos grandes rios, como o Parnaíba e o
Itapecuru, nas áreas mais deprimidas e úmidas e onde as condições do solo são mais
favoráveis.

Entre as várias fitofisionomias que os cerrados apresentam, as veredas são ecossistemas


extremamente importantes. Nelas se refugiam e se alimentam muitas espécies da fauna,
servindo também como corredores ecológicos para a dispersão de sementes. São, portanto,
áreas de preservação permanente, com legislação própria e restrições quanto à ocupação e
utilização dos seus recursos.

Nas faixas em que a floresta estacional semidecídua limita-se com o cerrado, predominam
espécies como a canela-de-velho, sapucaia, pau-d’arco-amarelo, pau-marfim e babaçu,
convivendo com lianas, cipós e palmeiras, não sendo expressiva a população de epífitas,
aráceas, bromélias e orquídeas.

Entre as espécies de distribuição mais generalizada destacaram-se: pau-terra-da-folha-


pequena, faveira-de-bolota, olho-de-boi, babaçu, pau-terra-folha-grande, pequi, pau-pombo,
sambaíba ou lixeira, candeia, pau-terra-da-folha-pequena e murici. Ainda foram encontrados
pau-marfim, jatobá, jacarandá, carnaúba, mangabeira, paraíba ou mata-menino, araçá,
chapada, tucum, mutamba, chichá e pente-de-macaco, entre outras. As espécies gonçalo-
alves e aroeira , presentes na área de influência do Projeto Florestal, estão contidas na lista
oficial brasileira das espécies da flora ameaçadas de extinção.

A agricultura de subsistência, a transformação de áreas de florestas nativas em pasto, a


criação extensiva de animais, o uso frequente do fogo no manejo da vegetação, a destruição
das florestas ciliares, a expansão urbana desordenada e a exploração madeireira destinada a
suprir a demanda de fornos da indústria cerâmica, carvoarias e padarias, são os maiores
impactos verificados ao longo da área de estudo.

A extração e comercialização da amêndoa do babaçu apresentam efetiva importância


econômica na sua região de ocorrência, constituindo-se uma das poucas formas de geração de
renda para muitas comunidades extrativistas e famílias carentes. O óleo do babaçu é
empregado na fabricação de sabão, glicerina, cosméticos, detergentes, margarinas e óleo

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.11


4 – Situação Atual da Área de Influência

comestível. Os resíduos servem como ração para o gado e a casca é usada como carvão
vegetal de excelente qualidade, diminuindo a pressão sobre a retirada da vegetação nativa.

O pequi e o bacuri são espécies economicamente importantes. O bacuri apresenta populações


naturalmente reduzidas, características ecológicas ainda pouco conhecidas, distribuição
irregular, restrita e descontínua, merecendo proteção especial contra o corte em sua área de
ocorrência. Outras (mangaba, açaí, cajuí, araticum, macaúba, puçá, murici, guabiraba,
pitomba, etc), apresentam potencial econômico e são utilizadas e comercializadas pelas
comunidades extrativistas e populações tradicionais. A Foto 4.03 apresenta as espécies da
região de estudo.

Foto 4.03 –Vegetação da Área de Estudo

A B

C D

4.12 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


4 – Situação Atual da Área de Influência

E F

Legenda: A) Faveira de Bolota; B) Frutos da Faveira de Bolata; C) Veredas encontrada na região da fazenda Mocambinho;
D) Babaçu E) Pau-pombo F) Murici
Fonte: STCP Engenhria de Projetos Ltda, 2009.

4.3.2 – Fauna

4.3.2.1 – Peixes

Na região de influência do Projeto Florestal foram identificadas 47 espécies de peixes. A


maioria das capturadas é de baixa vulnerabilidade e de pouca importância comercial. Por outro
lado, 35% das espécies capturadas são consideradas de vulnerabilidade moderada a alta,
correspondendo às de maior valor comercial, tais como bico-de-pato, arenga, surubim e
mandubé.

Oficialmente, entre as espécies identificadas nenhuma corre risco de extinção, estão


sobreexplotadas ou ameaçadas de sobreexplotação, embora um dos principais problemas da
área de estudo seja a pesca, em particular sobre as espécies de grande porte. A metade das
espécies de peixes é de baixo valor comercial. Apenas 17% são comercializadas por um valor
considerado elevado, a exemplo do surubim, mandubé, corvina, arenga, traíra e jejú.

Na área de influência indireta do Projeto Florestal foi observada intensa antropização das
margens dos rios, com supressão da vegetação ciliar e/ou substituição destas por culturas de
larga escala (cana-de-açúcar em Coelho Neto, por exemplo) ou de subsistência.

4.3.2.2 – Mamíferos

Do pouco que se conhece sobre a diversidade de mamíferos do Maranhão, 45 espécies foram


registradas no presente estudo, distribuídas em 20 famílias (três de pequeno e 17 de médio e
grande porte). Das espécies registradas, apenas uma é considerada endêmica do bioma
Caatinga - o mocó - altamente adaptada ao calor e à escassez de água e alimento, habitando e
usando como ninhos os afloramentos de rochas.

Existem 18 espécies de mamíferos do Cerrado, incluídas na lista brasileira de espécies


ameaçadas de extinção. Dentre essas, três foram registradas nesse estudo: gato do mato
pequeno, jaguatirica e onça pintada, pressionadas pela antropização que fragmenta seus
habitats. A presença desses grandes carnívoros em algumas áreas amostradas indica um bom
estado de preservação das mesmas, uma vez que essas espécies necessitam de áreas
2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.13
4 – Situação Atual da Área de Influência

relativamente grandes e de boa qualidade ambiental. Assim, destaca-se a importância das


áreas amostradas para a conservação dessas espécies.

A pressão de caça (Foto 4.04, 4.05 e 4.06) é apontada pelos moradores locais como a principal
responsável pela diminuição considerável das espécies de maior interesse. A cutia, o veado-
catingueiro e a mambira seriam, segundo os moradores, as espécies mais caçadas pela oferta
de carne, abundância e facilidade de abate. Além destes mamíferos, o tatu-galinha, a paca e o
caititu foram apontadas como espécies bastante caçadas, embora em menor grau.

Foto 4.04 – Exemplos de Pressões de Caça Registrados na Área de


Influência do Projeto Florestal da SUZANO

A B
Legenda: A) Morador da região portando uma arma de fogo; B: Armadilha utilizada na captura de
espécies de tatu.
Fotos: Pablo Vieira, 2009.

Foto 4.05 – Espécies Abatidas por Moradores de Povoado Localizado


Próximo da Fazenda São Gonçalo (Matões)

A B

4.14 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


4 – Situação Atual da Área de Influência

C D

Legenda: A) Dasypus novemcinctus (tatu-galinha); B) Tamandua tetradactyla (mambira ou tamanduá); C) Mazama


gouazoubira (veado mateiro) e D) Dasyprocta prymnolopha (cutia)
Fotos: Marcela Lima, 2009.

Foto 4.06 – Leopardus tigrinus (gato-do-mato) abatido por Moradores de um


Povoado Localizado Próximo a Fazenda São Gonçalo (Matões)

Foto: Marcela Lima, 2009.

4.3.2.3 – Aves

A área que compreende o Projeto Florestal da SUZANO está situada no Sudeste do Maranhão
e é certamente uma das regiões brasileiras de maior interesse do ponto de vista biológico e
considerada prioritária para conservação (Oren & Albuquerque, 1991; MMA, 2003). Ali existem
mosaicos de formações vegetais, que vão desde formações florestais, passando por matas
secas até áreas de cerrado e campos savanóides (Emperaire, 1983).

Do ponto de vista do conhecimento ornitológico, o Sudeste do Maranhão permanece como


uma das regiões menos conhecidas, embora das mais significativas do ponto de vista
biológico, considerada prioritária para a conservação. O presente estudo investigou sete
fazendas, das quais cinco de propriedade da Suzano, registrando 165 espécies de aves, o que
representa, aproximadamente, 32,3% do total de espécies de aves do bioma caatinga e 19,8%
do cerrado. Considerando que cerca de 350 espécies de aves possuem ocorrência potencial
na região, a representatividade regional do número de espécies de aves registradas nesse
trabalho sobe para 47,1%.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.15


4 – Situação Atual da Área de Influência

Das 22 espécies de aves consideradas endêmicas da caatinga, 16 já foram registradas no


Maranhão e, destas, sete foram encontradas na área do Projeto Florestal (31% do total do
bioma). São elas: pica-pau-anão-pintado (Picumnus pygmaeus), choca-barrada-do-nordeste
(Thamnophilus capistratus), chorozinho-da-caatinga (Herpsilochmus sellowi), formigueiro-de-
barriga-preta (Formicivora melanogaster), arapaçu-do-nordeste X(iphocolaptes falcirostris),
cardeal-do-nordeste (Paroaria dominicana) e corrupião (Icterus jamacaii). Além dos
endemismos, várias espécies que possuem grande distribuição no bioma são tipicamente
relacionadas a áreas abertas e associadas à Caatinga, a exemplo da rolinha-picui (Columbina
picui), gralha-cancã (Cyanocorax cyanopogon), garrinchão-de-bico-grande (Cantorchilus
longirostris), carretão (Compsothraupis loricata) entre outras.

Das 30 espécies consideradas como endêmicas do Cerrado (Silva 1995; Silva & Santos, 2005),
três (10%) estão presentes na área de estudo: pica-pau-do-parnaíba (Celeus obrieni),
mineirinho (Charitospiza eucosma) e bico-de-pimenta (Saltator atricollis). Além dos
endemismos, várias espécies com grande distribuição no bioma são tipicamente relacionadas a
áreas abertas e associadas aos cerrados: seriema (Cariama cristata), periquito-rei (Aratinga
áurea), arapaçu-de-cerrado (Lepidocolaptes angustirostris), bandoleta (Cypsnagra
hirundinacea), entre outras.

Duas espécies registradas na região encontram-se na lista oficial brasileira da fauna ameaçada
de extinção: o arapaçú-do-nordeste e o ferreiro. Também se ressalta o registro do pica-pau-do-
parnaíba que, apesar de não constar na lista brasileira, figura na de espécies ameaçadas da
IUCN (International Union for Conservation of Nature), na categoria de criticamente ameaçado.

4.3.2.4 – Melissofauna

As abelhas Meliponina possuem ferrão atrofiado. Seus ninhos perenes, podem abrigar até 180
mil indivíduos. As operárias, ao buscarem recursos para alimentação e manutenção dos
ninhos, são responsáveis por 40% a 90% da polinização das árvores nativas, dependendo do
bioma considerado. Além da alta capacidade de polinizar plantas em condições naturais, os
Meliponina tem se mostrado eficiente agente polinizadores de diferentes culturas, em estufas.

Essas abelhas despertam especial interesse das populações humanas ali residentes. O
extrativismo sem planejamento, arraigado na cultura da região, vem sendo substituído por
ações locais comunitárias voltadas para o uso sustentável dos recursos (seja extração de mel,
pólen, própolis ou cera) ou para o estabelecimento de criações consorciadas, explorando o
agroextrativismo ou a agrofloresta.

Pelas razões acima citadas as abelhas Meliponina reúnem, a um só tempo, qualidades


biológicas e apelo social consistente, o que lhes confere a qualidade de grupo-alvo, capaz de
orientar, eficazmente, programas de conservação. Na região de estudo, foram localizados 63
ninhos pertencentes a 17 espécies de abelhas. O número de espécies variou de uma a sete
por área amostrada. A criação racional dessas espécies constitui potencial fonte de geração de
renda para centenas de comunidades rurais da região. Atualmente, um número não estimado
de comunidades já utiliza a prática de mantê-las em cortiços (troncos ocos) para a produção de
mel.

4.3.2.5 – Anfíbios e Répteis

No Brasil é reconhecida a ocorrência (e reprodução) de um total de 849 espécies de anfíbios e


708 de répteis. O cerrado apresenta uma fauna de répteis e anfíbios de grande diversidade,
sendo conhecidas 113 espécies de anfíbios, 107 de serpentes, 47 de lagartos, 15 de
4.16 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda
4 – Situação Atual da Área de Influência

anfisbenas, 10 de quelônios e cinco de jacarés, o que representa cerca de 20% das espécies
de anfíbios e 50% das de répteis do Brasil.

Anfíbios anuros são particularmente suscetíveis às variações ambientais por possuírem uma
pele extremamente sensível a poluentes e radiação, dependendo de corpos d’água e/ou
umidade para a reprodução. Sua presença, portanto, indica a qualidade ambiental do local. Um
total de 27 espécies, entre anfíbios e répteis, foram inventariadas nas sete áreas amostradas
durante o estudo. Quando inseridos os dados de literatura, este valor sobre para 63, ou seja,
21% das espécies conhecidas para o cerrado.

Foram registradas 23 espécies de anfíbios em cinco das sete localidades amostradas. A


maioria delas apresenta ampla distribuição no Nordeste brasileiro e não foram observadas
espécies raras, endêmicas da região ou ameaçadas, com exceção da perereca
(Sphaenorhynchus sp.), registrado exclusivamente na lagoa de São Vicente (Matões). As
espécies deste gênero são típicas de regiões de floresta úmida. Com relação aos répteis, foram
observadas 14 espécies nas sete localidades amostradas. Não houve nenhum novo registro de
espécie quando comparados com a lista de répteis do Piauí. Não foram observadas espécies
raras, endêmicas da região ou ameaçadas.

4.4 – SOCIOECONOMIA

O Maranhão é dos estados mais carentes da Federação. Segundo o IBGE, em 2004 o PIB per
capita era o menor do Brasil: com R$ 2.748,06 por ano. Entre os 100 municípios brasileiros
com menor índice de desenvolvimento humano (IDH), 36 estão nesse Estado. Dentro do
Maranhão, São João do Sóter, um dos municípios da área de estudo, é o município que ocupa
o menor IDH.

Entre as décadas de 60 e 70 o Maranhão viveu o apogeu do algodão e da produção


açucareira, época em que se inicia a colonização do Pólo Timon. Com ajuda de recursos
federais e estímulos fiscais foram implantados grandes projetos, quando surgiram plantios de
cana-de-açucar, bambu, eucaliptos e fábricas para o processamento de celulose. Atualmente,
todos se encontram parcialmente desativados.

A maioria dos municípios é de criação recente, constituídos até início da década de 90 do


último século.

São quase povoados, com os serviços essenciais desordenados ou inexistentes, tendo com
empregador formal o poder público municipal e, em grau menor, o estadual, embora a
economia seja fundamentalmente agrícola.

O diagnóstico socioeconômico da região envolveu a participação de representantes das


comunidades dos 19 municípios que integram o Pólo Timon para a implantação do Projeto
Florestal da Suzano para. Através de oficinas participativas procurou-se captar a percepção da
população em relação à implantação do projeto.

4.4.1 – Oficinas Participativas

As oficinas participativas aconteceram nos 19 municípios da área de abrangência com o


objetivo de captar a percepção da população em relação à implantação do Projeto Florestal.
Aplicando a metodologia como o Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), Intervenção
Participativa dos Atores (INPA) e a METAPLAN foi possível indicar os problemas e
potencialidades dos municípios, as vantagens e desvantagens e as suas expectativas em
2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.17
4 – Situação Atual da Área de Influência

relação à implantação do projeto. As oficinas contaram com a participação do poder público e


da sociedade civis, geralmente representados por presidentes de associação, sindicato ou da
igreja local. O Anexo 4.1 apresenta as listas de presença dos 19 municípios.

4.4.2 – Municípios da Região de Estudo

Os 19 (dezenove) municípios do Pólo Timon para implantação do Projeto Florestal da Suzano


Celulose estão distribuídos em 5 (cinco) microrregiões geográficas: Microrregião de Caxias,
Microrregião de Codó, Microrregião de Coelho Neto, Microrregião das Chapadas do Alto
Itapecuru e Microrregião de Presidente Dutra. Abaixo segue uma breve descrição dos 19
municípios da área de estudo, assim como os resultados obtidos nas oficinas participativas.

4.4.2.1 – Afonso Cunha

Criada pela Lei Estadual nº 87, de 10 de outubro de 1959, o Município de Afonso Cunha possui
49 anos de emancipação, desmembrada de Coelho Neto. Limita-se com Coelho Neto,
Chapadinha, Codó e Aldeias Altas. Sua população em 2007 (IBGE) era de 5.651 habitantes,
ocupando uma área total de 371,25 km2, dentro do bioma Cerrado.

Durante a oficina participativa realizada no município no dia 24/08/2009, os participantes


demonstraram interesse em obter informações sobre o projeto e colaboraram com todas as
etapas do trabalho. No entanto, demonstraram também apreensão quanto à instalação do
Projeto Florestal no município diante das experiências negativas com outras empresas na
região, como as do Grupo João Santos, produtor de celulose extraída do Bambu e de álcool
extraído da cana-de-açúcar; da empresa do Grupo Costa Pinto, produtor de álcool extraído da
Cana-de-açúcar e com os Gaúchos, sojicultores. A Foto 4.07 apresenta foto do município de
Afonso Cunha e da Oficina Participativa realizada.

Foto 4.07 – Fotos do Município de Afonso Cunha

A B
Legenda: A) Patrimônio religioso em Afonso Cunha B) Participantes da Oficina Participativa de Afonso Cunha
Fonte: Arkley Bandeira e Idesa, 2009.

4.4.2.2 – Aldeias Altas

Elevado à categoria de município com a denominação de Aldeia Altas, pela lei estadual nº
2173, de 26-12-1961, foi desmembrada de Caxias. A população, estimada pelo IBGE em 2007

4.18 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


4 – Situação Atual da Área de Influência

era de 21.645 habitantes, vivendo numa área de 1.942,13 km2, com formação vegetal
característica de Cerrado.

Aldeias Altas é um pequeno município onde 02 grandes empresas estão instaladas: 01


agroindústria multinacional – a TG Agroindústria, produzindo Cana-de-açúcar há cerca de 4
anos e detentora de grande área do município e, o Grupo João Santos que possui 28 mil ha
plantados com Bambu. Os empregos diretos foram gerados em maior número no início da
instalação, trazendo crescimento econômico para a cidade, mas, atualmente, eles
sazonalmente são ofertados.

Na oficina participativa, em 27/08/2009, foi notável que as ações destas empresas foram
utilizadas como referencial para questionamentos e preocupações dos participantes em relação
aos empregos gerados e os impactos ambientais. A Foto 4.08 apresenta foto do município de
Aldeias Altas e da Oficina Participativa realizada.

Foto 4.08 – Fotos do Município de Aldeias Altas

A B
Legenda: A) Secretaria de agricultura e obras de Aldeias Altas B) Participantes da Oficina Participativa de Aldeias Altas
Fonte: Idesa, 2009.

4.4.2.3 – Buriti Bravo

Criado pelo Decreto nº. 919, de 30/09/1935, foi desmembrada de Picos e comemorou 74
(setenta e quatro) anos de criação em 2009. A população estimada em 2007 pelo IBGE foi de
23.074 habitantes, ocupando uma área de 1.582,525 km2, localizada no Cerrado Maranhense.

Na oficina realizada em 20/08/2009 os representantes do poder público, os Secretários da


Administração e o de Meio Ambiente participaram ativamente das discussões. Focaram
principalmente sobre a importância do progresso para a cidade, mas sempre apontando
também as questões de impactos ambientais. O mesmo aconteceu com os sete Vereadores e
os representantes da sociedade civil, que questionaram sobre a problemática dos pequenos
produtores rurais da região. A Foto 4.09 apresenta foto do município de Buriti Bravo e da
Oficina Participativa realizada.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.19


4 – Situação Atual da Área de Influência

Foto 4.09 – Fotos do Município de Buriti Bravo

A B
Legenda: A) Câmara Municipal de Buriti Bravo B) Participantes da Oficina Participativa de Buriti Bravo.
Fonte: Idesa, 2009.

4.4.2.4 – Caxias
Caxias é a quarta cidade mais populosa, e a quinta em importância econômica no Maranhão.
Ao final do século XIX até os meados do Século XX, constituiu-se em um grande centro
industrial e comercial, com base na cultura do algodão e na industria têxtil.

O Município detêm um diversificado setor de comércio e serviços, envolvendo atividades como


concessionárias de veículos, lojas de tecidos, confecções, eletrodomésticos, materiais de
construção, prestadores de serviços, cinco instituições bancárias em operação: Banco do Brasil
S/A, Banco da Amazônia S/A - (BASA), Bradesco, Banco do Nordeste e Caixa Econômica.

Na oficina participativa que aconteceu em no dia 28/08/2009, os participantes informaram que


Caxias possui uma experiência negativa com uma empresa produtora de carvão vegetal a
partir do Eucalyptus. Esta empresa não cumpriu o cronograma e as especificações técnicas
necessárias à manutenção do empreendimento, levando ao insucesso e então, ao abandono
da área. Esta desativação, assim como o êxodo rural foi motivo de preocupação com a
implantação do projeto. Uma das propostas da plenária foi a parceria com os pequenos e
médios produtores e que seja feito consórcio com o gado nas áreas plantadas. A Foto 4.10
apresenta a Oficina Participativa realizada no município de Caxias

Foto 4.10 – Fotos do Município de Caxias

A B

Legenda: A e B) Participantes da Oficina Participativa de Caxias.


Fonte: Idesa, 2009.

4.20 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


4 – Situação Atual da Área de Influência

4.4.2.5 – Codó

Elevado à condição de cidade com a denominação de Codó, pela lei estadual nº 133, de 16-
041896, conta hoje com 113 anos de emancipação. A população estimada em 2007 era de
110.574 habitantes, ocupando uma área de 4.364,50 km2, dentro do ecossistema Cerrado.

Na oficina participativa realizada em 26/08/2009 a principal questão levantada pelos


participantes foi sobre as terras a serem compradas no município. Argumentaram que os
pequenos produtores mantêm o comercio local, sendo os fazendeiros apenas pecuaristas. Ao
retirá-los de suas terras, todo o município terá seu comercio afetado. Outra preocupação foi em
relação às mata nativa, chapada (cerrado) e campos, de onde são extraídos os meios de
sobrevivência de parte da população.

Dentre as sugestões da plenária consta a apresentação em detalhes do Projeto Florestal para


os municípios e a segunda foi o oferecimento de capacitação para a população, para que a
mão-de-obra local pudesse ser aproveitada. A Foto 4.11 apresenta foto do município de Codó
e da Oficina Participativa realizada.

Foto 4.11 – Fotos do Município de Codó

A B
Legenda: A) Farmácia Básica de Codó B) Participantes da Oficina Participativa de Codó.
Fonte: Idesa, 2009.

4.4.2.6 – Coelho Neto

O município passou a denominar-se Coelho Neto através do decreto estadual nº 746, de


22/12/1934. Topônimo em homenagem ao ilustre brasileiro Coelho Neto, maranhense de
Caxias, o escritor ocupou a Cadeira nº 2 da Academia Brasileira de Letras.

Com 114 anos, Coelho Neto, conforme depoimentos dos participantes da oficina, possui
atualmente 85% da população concentrada na zona urbana e em sua zona rural a população
vive basicamente da agricultura de subsistência. O principal fator responsável por essa
distribuição e realidade populacional é a apropriação de cerca de 80% das terras municipais
por um único grupo – o Grupo João Santos – produtor de celulose e álcool a partir do Bambu e
da cana-de-açúcar, respectivamente.

A oficina participativa, em 24/08/2009, a plenária demonstrou preocupação com a implantação


do projeto, principalmente diante da experiência negativa dos últimos anos com o
empreendimento implantado e praticamente abandonado do Grupo João Santos. Alegaram
que a implantação do projeto não atende às necessidades municipais de geração de trabalho e
2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.21
4 – Situação Atual da Área de Influência

renda, assim como a possibilidade de aumento da degradação ambiental. A Foto 4.12


apresenta foto do município de Coelho Neto e da Oficina Participativa realizada.

Foto 4.12 – Fotos do Município de Coelho Neto

A B
Legenda: A) Mercado do produtor; B) Participantes da Oficina Participativa de Coelho Neto.
Fonte: Idesa, 2009.

4.4.2.7 – Colinas

Inicialmente, existia no local apenas um porto de embarque, que servia ao Município de


Passagem Franca, na margem direita do rio Itapecuru. A construção de um armazém para
estocagem atraiu os primeiros moradores. Dotado de terras apropriadas para lavoura e criação
de gado, o lugar tornou-se próspera fazenda e centro produtor de algodão e cereais.
Antigamente era denominada Picos, que passou à Cidade em 1891, e teve seu nome mudado
pare Colinas em 1943.

Na oficina participativa realizada em 21/08/2009, os principais questionamentos realizados pela


plenária foram em relação à as comunidades tradicionais como indígenas e quilombolas,
supressão da vegetação e recursos hídricos. A Foto 4.13 apresenta foto do município de
Colinas e da Oficina Participativa realizada.

Foto 4.13 – Fotos do Município de Colinas

A B
Legenda: A) Igreja Matriz de Colinas B) Participantes da Oficina Participativa de Colinas.
Fonte: Idesa, 2009.

4.22 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


4 – Situação Atual da Área de Influência

4.4.2.8 – Fortuna

O desbravamento do território teve início com a chegada do Sr. Vidal Pereira que se fazia
acompanhar de muitos escravos, instalando-se no lugar Calumbi, próximo ao local onde hoje
está a cidade. Com a finalidade era desenvolver a agropecuária, ali trabalhou até a abolição da
escravatura, quando se retirou para lugar ignorado. A partir daí, o povoado entrou em
decadência, só vindo a tomar novo impulso, em 1919, quando o piauiense Antônio Martins de
Souza fixou-se na área, passando a reativar as atividades anteriormente exploradas.

Neste município a oficina participativa, em 22/08/2009, houve baixa participação acarretada


pela falta do poder público. Por isso, foi aplicada a técnica de “roda de conversa”, onde os
participantes, em círculo, contribuíram com questionamentos e considerações. A plenária
colocou que o projeto pode trazer bastante desenvolvimento, porém acreditam que para o
município de Fortuna é inviável, pois as propriedades do município são de pequenos
proprietários e de extensão muito menores em relação aos já adquiridos para a implantação do
Projeto Florestal. A Foto 4.14 apresenta foto do município de Fortuna e da Oficina Participativa
realizada.

Foto 4.14 – Fotos do Município de Fortuna

A B
Legenda: A) Prefeitura Municipal de Fortuna B) Participantes da Oficina Participativa de Fortuna.
Fonte: Idesa, 2009.

4.4.2.9 – Governador Eugênio Barros

Criada em 1961, o município localiza-se na microrregião de Presidente Dutra, contam com


15.857 habitantes (2007) e 677 km². Conhecida na região por suas festas juninas muito
animadas, também por seus interiores como Cacimbão e Socorro, em que costumam ter a
melhor Semana Santa do município. O padroeiro da cidade é São Raimundo Nonato, com
festejos na última semana de agosto.

A oficina de Governador Eugênio Barros aconteceu no dia 21/08/2009 e contou com a


participação de representantes do poder público, igreja católica, sindicato dos trabalhadores e
trabalhadoras rurais, e presidentes de associações. A maior preocupação dos participantes ao
implantar um Projeto Florestal no município é em relação aos pequenos proprietários. O receio
é de que possam vender suas terras e migrar para as grandes cidades, agravando o problema
que as atinge os bolsões de pobreza que estão instalados na periferia. A Foto 4.15 apresenta
foto do município de Governador Eugênio Barros e da Oficina Participativa realizada.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.23


4 – Situação Atual da Área de Influência

Foto 4.15 – Fotos do Município de Governador Eugênio Barros

A B

Legenda: A) Prefeitura Municipal de Governador Eugênio Barros B) Participantes da Oficina Participativa de Governador
Eugênio Barros.
Fonte: Idesa, 2009.

4.4.2.10 – Governador Luiz Rocha

Segundo o IBGE, em 2007 o município de Governador Luiz possui uma população estimada de
7.144 pessoas. O PIB per capita do município é de R$ 2.409,00, sendo os serviços a principal
fonte de valor adicionado.

Na oficina participativa que ocorreu no dia 20/08/2009 a participação foi efetiva. E mesmo que
tenham manifestado interesse em obter informações e participado de todas as atividades
desenvolvidas, os participantes demonstraram algumas preocupações em relação à
implantação do projeto. Citaram a questão do pequeno produtor, que corre o risco de perder
sua terra na ilusão de que fará um ótimo negócio ao vendê-la. No que diz respeito ao meio
ambiente, as questões mais preocupantes são em relação ao desaparecimento das matas
nativas, à degradação do solo, à destruição de rios e riachos e à extinção da fauna e da flora
da região. A Foto 4.16 apresenta foto do município de Governador Luiz Rocha e da Oficina
Participativa realizada.

Foto 4.16 – Fotos do Município de Governador Luiz Rocha

A B
Legenda: A) Câmara Municipal de Governador Luiz Rocha B) Participantes da Oficina Participativa de Governador Luiz
Rocha.
Fonte: Idesa, 2009.

4.24 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


4 – Situação Atual da Área de Influência

4.4.2.11 – Jatobá

Pertencia à cidade de Colinas até 1996, quando foi emancipada. Faz fronteira com Colinas,
São Domingos e Fortuna. Em função da grande quantidade de pés de Jatobás, seus primeiros
moradores lhes deram esse nome, que foi mantido após a emancipação em 1996.

A oficina participativa no município de Jatobá aconteceu em 22/08/2009 e contou com a


presença massiva tanto do poder público como da sociedade civil, inclusive a prefeita esteve
presente na abertura da oficina. O pensamento da maioria dos presentes em destaque os dois
Secretários de Administração e Meio Ambiente se posicionaram favoráveis ao projeto.
Enfatizaram, somente, a necessidade do respeitar os recursos naturais existentes no
município; fazer parcerias com produtores e agricultores locais; ofertar empregos aos jovens
tanto na fase de plantio como, no transporte de matéria prima e fazer pagamentos de impostos
à prefeitura. A Foto 4.17 apresenta foto do município de Jatobá e da Oficina Participativa
realizada.

Foto 4.17 – Fotos do Município de Jatobá

A B
Legenda: A) Ginásio Poliesportivo de Jatobá B) Participantes da Oficina Participativa de Jatobá.
Fonte: Idesa, 2009.

4.4.2.12 – Lagoa do Mato

Criada em 1997, a origem de seu nome está veiculada a uma grande lagoa no meio do
cerrado. De acordo com o Censo Populacional 2007 do IBGE, o município possui 10.225
habitantes, numa área de 1.194,9 km2, dentro do bioma Cerrado.

Neste município, onde existem áreas adquiridas pela Suzano, a oficina participativa ocorreu no
dia 18/08/2009. Contou com a participação de 28 pessoas, incluindo o prefeito do município,
vereadores, representantes da igreja, sindicatos e associações. Ficou clara a expectativa da
população na implantação do projeto, gerando vários questionamentos sobre a geração de
empregos, impostos, impactos ambientais, êxodo rural e sobre o local da implantação da
fábrica. A Foto 4.18 apresenta foto do município de Lagoa do Mato e da Oficina Participativa
realizada.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.25


4 – Situação Atual da Área de Influência

Foto 4.18 – Fotos do Município de Lagoa do Mato

A B
Legenda: A) Prefeitura Municipal de Lagoa do Mato B) Participantes da Oficina Participativa de Lagoa do Mato.
Fonte: Idesa, 2009.

4.4.2.13 – Matões

A atual sede do município de Matões surgiu no início do século passado, sendo elevada a
categoria de vila em 1835. Somente em 30 de dezembro de 1952, através da Lei Nº 849,
tornou-se município pela com o nome de Matões.
A oficina participativa de Matões, onde existem propriedades adquiridas pela Suzano,
aconteceu no dia 15/08/2009. Os participantes da oficina colocaram que a população do
município está bastante desiludida e já não acreditam mais em promessas dos grandes
projetos. Afirmaram ainda que se a empresa proceder conforme a legislação e implantar
programas sociais será possível resgatar a auto-estima do produtor e ele pode se libertar de
tanta exploração de empresas que vieram de fora.
O STTR questionou a dificuldade que os agricultores poderão enfrentar com a implantação do
projeto, alegando inclusive que já abriu um canal de negociação direto com os representantes
da SUZANO, para encontrar soluções para diversas famílias que desenvolvem a atividade de
roça no toco e criação de pequenos animais nestas terras compradas e no entorno. A Foto
4.19 apresenta foto do município de Matões e da Oficina Participativa realizada.

Foto 4.19 – Fotos do Município de Matões

A B
Legenda: A) Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social B) Participantes da Oficina Participativa de Matões.
Fonte: Idesa, 2009.

4.26 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


4 – Situação Atual da Área de Influência

4.4.2.14 – Paranarama

O município de Parnarama teve início no mesmo local onde é hoje a sede do município de
Matões. A povoação surgiu quando ocupantes de várias sesmarias, seguindo os jesuítas que
partiram de Aldeias Altas, hoje Caxias, rumo ao sertão maranhense, deram início ao
desbravamento do território.

A oficina participativa deste município, onde existem propriedades adquiridas pela Suzano,
ocorreu no dia 14/08/2009. Os participantes mostraram grande interesse durante a realização
da oficina, questionando a importância do projeto para o desenvolvimento do município. As
principais preocupações do grupo foram com relação à preservação do rio Parnaíba e a
possibilidade de geração de empregos e renda com a implantação do projeto.

Com relação à geração de emprego e renda, enfatizaram a falta da mão-de-obra qualificada na


região, a população vive da agricultura tradicional, ou seja, de subsistência, plantio de arroz,
milho, feijão e mandioca consorciada e com pouco excedente para o mercado. A Foto 4.20
apresenta foto do município de Parnarama e da Oficina Participativa realizada.

Foto 4.20 – Fotos do Município de Paranarama

A B
Legenda: A) Prefeitura Municipal de Parnarama B) Participantes da Oficina Participativa de Parnarama.
Fonte: Idesa, 2009.

4.4.2.15 – Passagem Franca

É um município cercado por muitos riachos de água doce, onde ainda prevalece como
atividade econômica fundamental a agricultura. Passagem Franca abriga o Banco do Brasil, o
único na região das cidades de Lagoa do Mato e Buriti Bravo.

Neste município a oficina participativa ocorreu no dia 19/08/2009, com a participação de 31


pessoas. Houve questionamentos sobre a instalação da fábrica, sobre a reserva legal, êxodo
rural e geração de empregos. Durante o debate realizado houve alguns relatos sobre a
preocupação da população sobre a geração de poucos empregos, citando o plantio de soja em
Chapadinha como exemplo. A Foto 4.21 apresenta foto do município de Passagem Franca e
da Oficina Participativa realizada.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.27


4 – Situação Atual da Área de Influência

Foto 4.21 – Fotos do Município de Passagem Franca

A B
Legenda: A) SAAE de Passagem Franca B) Participantes da Oficina Participativa de Passagem Franca.
Fonte: Idesa, 2009.

4.4.2.16 – São Francisco do Maranhão

A população estimada em 2009 do município era de 12.822 habitantes. O referido município foi
criado em 10 de maio de 1924, com o nome de São Francisco do Maranhão.

A oficina participativa aconteceu no dia 13/08/2009. Os participantes demonstraram interesse


em obter informações, no entanto, demonstraram também apreensão quanto às possíveis
mudanças que possam em suas vidas com a instalação do Projeto Florestal. Um ponto
abordado com bastante ênfase fez referência à coleta de frutas nativas na época da safra.
Segundo depoimentos neste período todos podem entrar nas fazendas e apanhar as frutas que
serve muitas vezes como única fonte vitaminas para os menos favorecidos. Perdendo estes
alimentos teriam grande dificuldade de substituir por outros de igual valor. Informaram ainda
que a lei orgânica do município já coíbe o corte e derruba destas plantas (pequi, bacuri e
mangaba). A Foto 4.22 apresenta foto do município de São Francsico do Maranhão e da
Oficina Participativa realizada.

Foto 4.22 – Fotos do Município de São Francisco do Maranhão

A B
Legenda: A) Câmara Municipal de São Francisco do Maranhão B) Participantes da Oficina Participativa de São Francisco
do Maranhão.
Fonte: Idesa, 2009.

4.28 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


4 – Situação Atual da Área de Influência

4.4.2.17 – São João do Sóter

Foi criado, pela Lei Nº 6.157, de 10 de novembro de 1994. Este município, com sede no
Povoado São João dos Poleiros, foi desmembrado do município de Caxias. Limita-se ao Norte
com o município de Caxias; a Leste com o município de Caxias; a Oeste com o município de
Governador Eugênio Barros e ao Sul com o município de Caxias.

A oficina participativa deste município aconteceu no dia 29/08/2009. Este município


caracteriza-se pela existência de 50 PAs – Projetos de Assentamento, por isso contou com a
participação dos colaboradores da Assistência Técnica Social e Ambiental do Incra. (ATES).
Houve questionamentos sobre impostos, sobre o eucalipto e o consumo de água, empregos e
êxodo rural. A Foto 4.23 apresenta foto do município de São João do Sóter e da Oficina
Participativa realizada.

Foto 4.23 – Fotos do Município de São João do Sóter

A B
Fonte: Idesa, 2009
Legenda: A) Unidade de Pronto Atendimento de São João do Sóter B) Participantes da Oficina Participativa de São João
do Sóter

4.4.2.18 – Senador Alexandre Costa

Foi criado, pela Lei Nº 6.153, de 10 de novembro de 1994. O município de Senador Alexandre
Costa limita-se ao Norte com o município de Caxias; a leste com o município de Parnarama; a
Oeste com os municípios de Governador Eugênio Barros e Gonçalves Dias. O nome do
município é em homenagem ao Político maranhense Alexandre Alves Costa.

A oficina participativa que ocorreu no dia 23/08/2009. O município de Alexandre Costa como
nos demais municípios, houve uma dualidade de posicionamentos em relação à implantação
do projeto. Um grupo se mostrou favorável por entender que o projeto poderá absorver a mão
de obra local e gerar recursos para o município, pois com a vinda de pessoas de outras
localidades haverá sem dúvida uma expansão do comercio local. Por outro lado, houve
manifestação contrária, apontando diversos problemas idênticos aos já evidenciados em outros
municípios, ressaltando, porém, a mão de obra importada, a violência e a prostituição. A Foto
4.24 apresenta foto do município de Senador Alexandre Costa e da Oficina Participativa
realizada.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.29


4 – Situação Atual da Área de Influência

Foto 4.24 – Fotos do Município de Senador Alexandre Costa

A B
Fonte: Idesa, 2009
Legenda: A) Unidade Escolar de Senador Alexandre Costa B) Participantes da Oficina Participativa de Senador Alexandre
Costa

4.4.2.19 – Timon

Timon (antiga Flores) é o terceiro município mais populoso do estado brasileiro do Maranhão.
Sua população é de 150.635 mil habitantes segundo estimativa do IBGE em 2009. É também o
quarto maior município em economia.

A oficina deste município, onde existem propriedades já adquiridas pela Suzano, aconteceu no
dia 17/08/2009. As lideranças do executivo municipal participaram e se colocaram a disposição
para contribuir e acompanhar a implantação do projeto. Registrando, no entanto o cumprimento
da legislação ambiental e a preocupação com os agricultores. Durante o debate, após a
apresentação do projeto, a plenária apontava suas maiores preocupações com a implantação
do Projeto Florestal na região, a saber: se haverá geração de emprego e renda para as
populações locais; quais os impactos ambientais para a região e à possibilidade de fazer
parcerias com os produtores no cultivo do eucalipto. A Foto 4.25 apresenta foto do município
de Timon e da Oficina Participativa realizada.

Foto 4.25 – Fotos do Município de Timon

A B

Fonte: Idesa, 2009


Legenda: A) Farmácia Básica de Timon B) Participantes da Oficina Participativa de Timon

4.30 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


4 – Situação Atual da Área de Influência

4.4.3 – Demografia E Dinâmica Populacional

A população dos municípios integrantes da área de influência direta do Projeto Florestal


corresponde a aproximadamente 12% do Estado. De acordo com o IBGE (2007), a população
total dos 19 municípios é de 703.241 habitantes, sendo 67,61% residentes da zona urbana e
32,39% da zona rural. Os municípios tipicamente urbanos são Timon, Caxias, Codó e Coelho
Neto, pois possuem ou possuíam agroindústrias e pecuária gerando emprego e renda.

Há um movimento crescente da população rural para os centros urbanos e ainda a migração,


principalmente na microrregião de Codó, em função dos poucos postos de trabalhos ofertados
na região. Especialmente a desativação das indústrias de açúcar obrigou muitos a partirem
para colher cana em outros estados.

4.4.4 – Comunidades Tradicionais

4.4.4.1 – Quilombolas

Até 2007, existiam no Maranhão 527 comunidades de descendentes de ex-escravos fugidos


dos seus senhores – os quilombolas – distribuídas em 134 municípios. Depois do Pará, o
Maranhão é o estado brasileiro com maior número de terras de quilombo tituladas.

As comunidades que se encontram na área de estudo conservam a cultura da cana de açúcar


para produção, em pequenas engenhocas ou alambiques, de aguardente para consumo local.

Por ocasião das visitas de campo foi observada a desconfiança e preocupação dessas
comunidades com a compra de terras no Pólo Timon, diante de experiências negativas com
outras empresas da região que não cumpriram as promessas de empregos, cumprimento da
legislação ambiental e respeito às suas tradições. Temem igualmente o aumento da
concentração de terras e o impacto negativo na identidade cultural e nos costumes locais pela
implantação de novos cultivos e técnicas na região.

4.4.4.2 – Quebradeiras de Coco

O babaçu é a maior riqueza do extrativismo maranhense, seu produto de exportação mais


importante. Segundo dados de 2007, o Estado foi responsável por 94,7% da produção nacional
de amêndoas de babaçu.

O babaçu é extraído pelo pequeno agricultor de forma bastante rudimentar, principalmente pela
população feminina, onde a renda é obtida e trocada por gêneros de consumo nas quitandas.
Os maiores focos dos babaçuais encontram-se nos vales dos principais rios maranhenses, na
mata de transição.

A atividade de extração da amêndoa – quebra do coco – é tida como “trabalho de mulher”,


complementar às atividades domésticas. A colheita do coco babaçu ocorre entre os meses de
agosto e dezembro, devendo garantir a “quebra” durante o decorrer do ano. As mulheres se
reúnem cada dia na casa de uma quebradeira do grupo, quebrando o coco em regime de
mutirão. A Foto 4.26 apresenta as comunidades tradicionais da Região de Timon.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.31


4 – Situação Atual da Área de Influência

Foto 4.26– Comunidades Tradicionais da Região de Timon

A B

Legenda: A) Olho D’Água do Raposo, município de Caxias, B) Quebradeira de coco


Fotos: Idesa, 2009

4.4.5 – Indicadores Sociais

O diagnóstico socioeconômico da região apresentou índices de IDH (média aritmética de três


sub-índices: longevidade, educação e renda) bastante precários em relação ao País e ao
Estado. A média brasileira apresentada pelo PNUD (2000) foi de 0,75; a do Maranhão, 0,64.
Na região, o IDH médio é de 0,57. A desigualdade é medida pelo índice de Gini, de acordo com
a renda familiar per capita. O índice varia de zero (quando não há desigualdade) a um (quando
há desigualdade absoluta). Na região do Projeto Florestal, esse índice está entre 0,32 em
Governador Luis Rocha e 0,43 em Caxias.

4.4.6 – Infraestrutura dos Municípios

4.4.6.1 – Vias de Acesso

Duas rodovias e uma ferrovia são as principais vias de acesso aos municípios do Pólo Timon.
A BR-226 atravessa o Maranhão, rumo ao Piaui e, na área do empreendimento da Suzano,
encontra-se em péssimas condições. A BR-316 liga o Timon até a fronteira com o Pará e
apresenta bom estado de conservação. Já a Estrada de Ferro de Carajás, uma das mais
modernas do Brasil, interliga a província mineral de Carajás, no Pará, com o porto de Ponta da
Madeira, em São Luís. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Governo do
Maranhão investem em outras vias que interligam os municípios do Timon.

4.32 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


4 – Situação Atual da Área de Influência

4.4.6.2 – Habitação

Por meio dos questionários aplicados em campo, foi possível verificar que as residências dos
entrevistados apresentaram-se em sua grande maioria de taipa ou adobe, freqüentemente com
palha de babaçu.

4.4.6.3 – Energia Elétrica

A energia elétrica é o maior problema que os moradores da região de Timon enfrentam. A


grande maioria das 81 comunidades visitadas no trabalho de campo conta com o serviço, mas
a oferta é insuficiente para atender uma população que cresceu nas últimas décadas e, por
isso, eventualmente falta ou é de qualidade inferior. A iluminação pública é precária, não
atende a todos os municípios. Muitos povoados simplesmente não a possuem.

4.4.6.4 – Saneamento Básico

A captação de água geralmente é feita através de poços, ou seja, usando o potencial hídrico
subterrâneo. O potencial hídrico superficial não é aproveitado de forma expressiva, apesar de
que a área de estudo localiza-se em três bacias hidrográficas (rios Munin, Itapecuru e
Parnaíba).

Poucos têm acesso à coleta de lixo e à rede de esgoto e ambas apresentam graves problemas
no atendimento às necessidades da população. Redes de esgoto que desembocam em locais
impróprios, sem qualquer tipo de tratamento, coleta apenas parcial do lixo e sua deposição em
lixões e outros locais inadequados, ausência de tratamento de água e frequentes interrupções
em seu fornecimento: eis alguns traços que definem a precariedade do saneamento básico nos
municípios do Pólo Timon. Investimentos do PAC deverão melhorar e ampliar tais serviços na
região.

4.4.6.5 – Educação

Os municípios da área de abrangência do Projeto Florestal possuem uma taxa de alfabetização


de 62%, inferior aos 72% do Estado do Maranhão. Os maiores níveis de escolarização, em
todos os municípios, está na faixa etária compreendida dos sete aos 14 anos, enquanto os
menores abrangem as pessoas que possuem 25 anos ou mais.

Ao tratar da educação, os participantes das oficinas relataram, entre outros aspectos, o pouco
número de escolas, a super lotação das existentes, a precariedade do transporte escolar, a
falta de cursos profissionalizantes e de instituições do ensino de terceiro grau.

4.4.6.6 – Saúde

A questão da saúde na região é crítica. Não existem leitos suficientes e alguns municípios,
como Aldeias Altas, Jatobá, São Francisco do Maranhão e São João do Sóter, sequer
oferecem internação. O acesso à medicamentos é restrito, existem poucas farmácias e uma
alta demanda. A falta de equipamentos e profissionais da área de saúde é uma realidade local.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.33


4 – Situação Atual da Área de Influência

4.4.7 – Economia Regional

A economia regional baseia-se, fundamentalmente, na agricultura de subsistência (arroz, milho,


mandioca), na pecuária extensiva (bovina e suína) e na indústria de beneficiamento de arroz.
Algumas famílias são beneficiadas pelo Programa Bolsa Família.

No que diz respeito à agropecuária, apenas uma pequena parcela dos produtores rurais tem
acesso e utiliza a tecnologia para melhorar o desempenho, a qualidade e aumentar a
produtividade. A grande maioria de produtores rurais desta região ainda desenvolve a
agricultura de subsistência e uma pecuária extensiva.

Os principais produtos da lavoura temporária são o arroz, o milho e a mandioca. O atual


modelo de produção apresenta baixa produtividade, dificuldades na comercialização e pouco
apoio institucional (sobretudo agricultores familiares) em assistência técnica e extensão rural.
Tudo isso compromete a qualidade de vida no meio rural.

Quanto aos empregos, conforme os dados do Cadastro Central de Empresas, IBGE (2007), o
destaque da região está no município de Caxias, que apresenta o maior número de
empreendimentos registrados e de pessoal ocupado. O salário médio mensal aplicado na
região varia de 0,6 até 2,2 salários mínimos, nos municípios de Afonso Cunha e Coelho Neto,
respectivamente. Nas oficinas, os participantes citam a ausência de novos investimentos da
iniciativa privada, a desativação de indústrias e a ausência de mão de obra qualificada como as
causas do desemprego e prática de baixos salários. Levantam também a existência de trabalho
escravo e infantil, além do não cumprimento das leis trabalhistas pelas empresas ali instaladas.

Dentro deste panorama, fica evidente a necessidade de promover o desenvolvimento através


de atividades produtivas de caráter permanente que permitam a geração de emprego e renda.
Visando promover este desenvolvimento, o governo do Maranhão pretende se tornar parceiro
do governo federal para executar políticas públicas que assegurem crescimento e
desenvolvimento econômico.

4.4.8 – Aspectos Sociais

Inicialmente, a implantação do Projeto Florestal poderá causar insegurança na população


devido às experiências negativas do passado, quando certos empreendimentos não
corresponderam às expectativas criadas.

Nos municípios de Lagoa do Mato, Matões e São Francisco do Maranhão, onde existem
propriedades adquiridas pela Suzano, foram averiguados conflitos com as comunidades que
viviam dentro ou no entorno das propriedades. Depoimentos dão conta de que, com a
aquisição das propriedades pela Suzano, tiveram que deixar a fazenda e perderam seus locais
de cultivo. Estas comunidades geralmente foram formadas com consentimento do proprietário,
ao qual repassavam parte da colheita.

Mesmo com estes impactos negativos, a implantação do Projeto Florestal na região agregará
benefícios sociais. Dentre os impactos positivos estão a geração de empregos diretos e
indiretos e a capacitação da mão de obra local.

Cabe ressaltar que os empregos gerados pelo Projeto Florestal seguirão o Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), – o Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO) e todas as leis trabalhistas pertinentes. .

4.34 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


4 – Situação Atual da Área de Influência

Com a implantação do Projeto Florestal na região, serão implantados programas de


Comunicação Social, de Apoio ao Uso Sustentado e Aproveitamento Econômico dos Recursos
Nativos (Extrativismo Vegetal) e Biblioteca Comunitária.

O objetivo do Programa de Comunicação Social é o de estabelecer um canal de comunicação


com as comunidades próximas às unidades de plantio, visando o repasse das informações
relevantes sobre os aspectos da implantação e operação do Projeto Florestal (dados técnicos,
licenciamento, impactos, medidas e programas ambientais).

Já o Programa de Apoio ao Uso Sustentado e Aproveitamento Econômico dos Recursos


Nativos (Extrativismo Vegetal) visa promover o resgate do referencial cultural da população
através do incentivo à prática do extrativismo vegetal de recursos nativos da região,
proporcionando às comunidades tradicionais apoio técnico para incremento da produção e da
renda proveniente da atividade agrícola.

Ainda com a implantação do projeto espera-se uma melhoria nas condições de educação.
Pensando no desenvolvimento intelectual da população da região, o Projeto Biblioteca
Comunitária “Ler É Preciso” é desenvolvido em parceria com o Instituto Ecofuturo. Este projeto
tem como objetivo incentivar e fortalecer a articulação entre os atores sociais das comunidades
a partir da sua participação na implementação do projeto, permitindo que a comunidade auxilie
na seleção dos livros da biblioteca.

4.4.9 – Arqueologia

Com base em dados bibliográficos – particularmente o Cadastro Nacional de Sítios


Arqueológicos, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional -todos os sítios,
ocorrências ou locais com potencial arqueológicos foram georreferenciados e diagnosticados,
com preenchimento de cadernos etnográficos de campo e fichamento de características locais
nas áreas de influência direta ou indireta do Projeto Florestal.

A pesquisa possibilitou a localização de sítios e ocorrências arqueológicos em diversos pontos


visitados, que registram a trajetória da ocupação humana na região, desde a presença mais
remota das tribos dos troncos linguísticpos Jê e Tupi-guarani

No entanto, existem áreas com alto potencial arqueológico e que não foram visitadas por
extrapolar os objetivos dessa fase do Diagnóstico Arqueológico Não Interventivo.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 4.35


5 – IMPACTOS DO PROJETO FLORESTAL
5 – IMPACTOS DO PROJETO FLORESTAL
A lei que regulamentou a Política Nacional do Meio Ambiente define o meio ambiente como “o
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Pode-se afirmar então, com base
nessa definição, que o meio ambiente não se reduz a um conjunto de bens naturais, mas
engloba todas as relações, condições e fatores que dele resultam.

A implantação e operação de projetos, quaisquer que sejam, rompem o equilíbrio do meio


ambiente local, criando nova relação entre seus componentes. Tal rompimento, segundo
definição do Conama, pode ser traduzido na definição de impacto ambiental, ou seja, “qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem estar da população; as atividades sociais
e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos
recursos ambientais”.

É necessário, portanto, a identificação e a análise de tais alterações, visando, caso o prejeto


seja autorizado, propor ações com o objetivo de tornar o quadro ambiental futuro o mais
positivo possível, no contexto de um novo equilíbrio entre seus múltiplos fatores.

5.1 – AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

A avaliação de impactos tem por objetivo qualificar os efeitos de um projeto sobre o meio
ambiente, através da análise e valoração da relação entre suas atividades, estruturas e
resíduos nos componentes ambientais. A metodologia utilizada neste estudo foi baseada numa
matriz de interação disposta em dois eixos: no primeiro estão as atividades, estruturas físicas e
resíduos gerados pelo projeto, e no outro os fatores e componentes ambientais que podem ser
afetados. Esta matriz permite uma visão geral das atividades previstas, os impactos
decorrentes e os fatores ambientais afetados, destacando as atividades com maior potencial
para promover impactos ambientais de acordo com a análise.
A Tabela 5.01 apresenta os fatores e os componentes ambientais que podem sofrer algum tipo
de alteração, em razão das atividades nas fases de planejamento, implantação e operação do
projeto. Estes fatores e componentes foram definidos em conjunto pela equipe técnica
responsável por este estudo, baseando-se nos principais resultados identificados através do
diagnóstico ambiental e na análise das atividades do projeto em questão.

Tabela 5.01 – Fatores e Componentes Ambientais Considerados nesta Avaliação


MEIO FATOR AMBIENTAL COMPONENTES
Clima Qualitativo.

Físico Água Superficial/Subterrânea Qualitativo e Quantitativo.

Estrutura física, Composição química e relevo/paisagem,


Solo / Subsolo
Aptidão.
5 – Impactos do Projeto Florestal

MEIO FATOR AMBIENTAL COMPONENTES


Fitofisionomia; diversidade; estrutura da comunidade;
Flora
dinâmica; relações flora-fauna.
Biótico
Diversidade; estrutura das comunidades; dinâmica;
Fauna
relações espécies-ambiente.

Estrutura Fundiária Uso e ocupação do solo

Aspectos Sociais Fluxos migratórios, educação, saúde, serviços básicos

Socioeconômico Infraestrutura Transportes

Emprego, setores primário, secundário e terciário, balança


Economia regional
comercial, renda, PIB, impostos e taxas

Patrimônio Arqueológico e Patrimônio arqueológico


Cultural Patrimônio cultural.
Fonte: Equipe Multidisciplinar e STCP, 2009.

A partir desses elementos, os impactos apresentados nas Tabelas 5.02, 5.03, 5.04, referentes
aos meios físico, biológico e socioeconômico-cultural, puderam ser previstos pela equipe
multidisciplinar que realizou os estudos. Os riscos ambientais são apresentados na Tabela
5.05. Tais impactos e riscos são listados, acrescidos de dados sobre suas causas (diretas e
indiretas) e atributos como amplitude do impacto (local, quando restrita às áreas do projeto em
si, ou regional, quando as extrapola), magnitude (ou intensidade dos efeitos), HT (ou período
total em que o impacto será observado), PE (ou momento de início do impacto) e fases de
ocorrência do impacto (planejamento, implantação e/ou operação do projeto florestal).

Tabela 5.02 – Impactos Ambientais Associados ao Projeto Florestal da SUZANO no Meio


Físico
ATRIBUTOS E FASES DO
IMPACTOS E RISCOS CAUSA(S)
IMPACTO
Impactos Negativos
DIRETAS: Supressão da vegetação; Limpeza do AI: Local
terreno; Implantação e manutenção de estradas e
Alteração da Qualidade do aceiros; Implantação de pátio de obras; Corte de MI: Média
Ar pela Emissão de Gases eucaliptos; Carregamento e transporte de toras; HT: Permanente
e Material Particulado Movimentação de máquinas e equipamentos.
PE: Em curto prazo

INDIRETAS: Não verificadas Fases: Implantação e Operação

DIRETAS: Supressão da vegetação; Limpeza do AI: Local


terreno; Implantação e manutenção de estradas e
Alteração da Qualidade do aceiros; Implantação de pátio de obras; Corte de MI: Média
Ar pela Emissão de eucaliptos; Carregamento e transporte de toras; HT: Permanente
Ruídos Movimentação de máquinas e equipamentos.
PE: Em curto prazo

INDIRETAS: Não verificadas Fases: Implantação e Operação

DIRETAS: Supressão da vegetação; Limpeza do AI: Regional


terreno; Implantação e manutenção de estradas e
MI: Grande
Alteração da Paisagem aceiros; Implantação de pátio de obras; Plantios.
HT: Permanente
Regional
PE: Em médio prazo
INDIRETAS: Alteração das linhas de drenagem e
aumento do escoamento superficial das águas. Fase: Implantação

5.2 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


5 – Impactos do Projeto Florestal

ATRIBUTOS E FASES DO
IMPACTOS E RISCOS CAUSA(S)
IMPACTO
Impactos Negativos
DIRETAS: Supressão da vegetação; Limpeza do AI: Local
terreno; Implantação e manutenção de estradas e
aceiros; Implantação de pátio de obras; Corte de MI: Média
Geração de Processos eucaliptos; Carregamento e transporte de toras; HT: Permanente
Erosivos Movimentação de máquinas e equipamentos.
PE: Em médio prazo

INDIRETAS: Não observadas. Fases: Implantação e Operação

DIRETAS: Supressão da vegetação; Limpeza do


terreno; Enleiramento de resíduos; Implantação e
manutenção de estradas e aceiros; Implantação de AI: Local
pátio de obras; Terraplenagem; Gradagem e
Alterações Físicas, MI: Grande
subsolagem; Movimentação de máquinas e
Químicas, Biológicas e da equipamentos; Plantio; Combate a formigas; HT: Permanente
Qualidade do Solo Aplicação de insumos agrícolas (calagem, PE: Em curto prazo
adubação, fertilização).
Fase: Implantação

INDIRETAS: Geração de processos erosivos.


DIRETAS: Supressão da vegetação; Preparo do AI: Local
solo; Implantação e manutenção de estradas e
Alteração das Linhas de aceiros; Implantação de pátio de obras; MI: Média
Drenagem e Aumento do Terraplenagem; Gradagem e subsolagem; HT: Permanente
Escoamento Superficial Movimentação de máquinas e equipamentos.
das Águas PE: Em curto prazo

INDIRETAS: Geração de processos erosivos. Fase: Implantação

DIRETAS: Supressão da vegetação; Preparo do


solo; Implantação e manutenção de estradas e
aceiros; Implantação de pátio de obras; AI: Local
Terraplenagem; Gradagem e subsolagem; MI: Pequena
Redução da Infiltração das Movimentação de máquinas e equipamentos.
HT: Temporário
Águas
INDIRETAS: Geração de processos erosivos; PE: Em curto prazo
Alteração das linhas de drenagem e aumento do Fase: Implantação
escoamento superficial das águas; Alterações
físicas, químicas, biológicas e da qualidade do solo.
DIRETAS: Supressão da vegetação; Limpeza do
terreno; Implantação e manutenção de estradas e
aceiros; Implantação de pátio de obras; AI: Local
Terraplenagem; Gradagem e subsolagem; Corte,
Carreamento de desgalhamento, traçamento, descascamento e MI: Média
Partículas do Solo para os baldeio de eucaliptos; Carregamento e transporte de HT: Permanente
Corpos Hídricos toras; Movimentação de máquinas e equipamentos.
PE: Em curto prazo

INDIRETAS: Geração de processos erosivos; Fases: Implantação e Operação


Alterações físicas, químicas, biológicas e da
qualidade do solo.
Impactos Positivos
AI: Local
Proteção do Solo DIRETAS: Plantio e replantio do eucalipto.
Contra a Erosão em MI: Média
Decorrência do HT: Permanente
Adensamento de INDIRETAS: Manutenção e recuperação de
Áreas de Preservação Permanente (APPs). PE: Em médio prazo
Vegetação Arbórea
Fase: Implantação e Operação
Aumento do Processo de DIRETAS: Plantio e replantio do eucalipto. AI: Local
Percolação de Águas MI: Pequena

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 5.3


5 – Impactos do Projeto Florestal

ATRIBUTOS E FASES DO
IMPACTOS E RISCOS CAUSA(S)
IMPACTO
Impactos Negativos
Pluviais no Solo INDIRETAS: Manutenção e recuperação de Áreas HT: Permanente
de Preservação Permanente (APPs).
PE: Em longo prazo
Fase: Implantação e Operação
Legenda: AI – Amplitude do Impacto, MI – Magnitude do Impacto, HT- Horizonte de Tempo, PE- Prazo do Efeito
Fonte: Equipe Multidisciplinar e STCP (2009).

Tabela 5.03 – Impactos Ambientais Associados ao Projeto Florestal da SUZANO no Meio


Biológico
ATRIBUTOS E FASES DO
IMPACTOS E RISCOS CAUSA(S)
IMPACTO
Impactos Negativos
DIRETAS: Supressão da vegetação; Movimentação
de máquinas, veículos e equipamentos; Construção de AI: Local
estradas e acessos.
MI: Grande
Redução de
Biodiversidade Vegetal INDIRETAS: Geração de processos erosivos; HT: Permanente
Alterações físicas, químicas, biológicas e da qualidade PE: Em curto prazo
do solo; Remoção de partículas do solo para os
corpos hídricos; Risco de poluição dos corpos d’água Fases: Implantação e Operação
por resíduos.
DIRETAS: Supressão da vegetação; Corte do
eucalipto; Movimentação de máquinas, veículos e
equipamentos; Construção de estradas e acessos. AI: Local
Interferência com
Comunidades de Elevada MI: Pequena
INDIRETAS: Redução da biodiversidade vegetal;
Fragilidade Ambiental e Aumento do escoamento superficial das águas; HT: Permanente
com Áreas de Modificações nas linhas de drenagem naturais; PE: Em curto prazo
Preservação Permanente Geração de processos erosivos; Alterações físicas,
químicas, biológicas e da qualidade do solo; Remoção Fase: Implantação
de partículas do solo para os corpos hídricos; Poluição
dos corpos d’água por resíduos.
DIRETAS: Supressão da vegetação; Movimentação
de máquinas, veículos e equipamentos; Construção de
estradas e acessos. AI: Local
MI: Grande
Fragmentação da INDIRETAS: Perda da biodiversidade vegetal; HT: Permanente
Vegetação Aumento do escoamento superficial das águas;
Modificações nas linhas de drenagem naturais; PE: Em curto prazo
Geração de processos erosivos; Compactação do Fase: Implantação
solo; Remoção de partículas do solo para os corpos
hídricos; Poluição dos corpos d’água por resíduos.
DIRETAS: Supressão da vegetação; Movimentação
Interferência com de máquinas, veículos e equipamentos; Construção de AI: Local
Espécies Raras, estradas e acessos. MI: Grande
Ameaçadas de Extinção e INDIRETAS: Perda da biodiversidade vegetal; HT: Permanente
Protegidas por Lei e de Geração de processos erosivos; Alterações físicas,
Importância Econômica químicas, biológicas e da qualidade do solo; Remoção PE: Em curto prazo
Regional de partículas do solo para os corpos hídricos; Poluição Fase: Implantação
dos corpos d’água por resíduos.

5.4 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


5 – Impactos do Projeto Florestal

ATRIBUTOS E FASES DO
IMPACTOS E RISCOS CAUSA(S)
IMPACTO
Impactos Negativos
DIRETAS: Supressão da vegetação; Limpeza do
terreno; Implantação e manutenção de estradas e
aceiros; Implantação de pátio de obras; Movimentação
de máquinas e equipamentos; Enleiramento de
resíduos. AI: Local

Perda de Biodiversidade e INDIRETAS: Geração de processos erosivos; MI: Média


Fragmentação de Alterações da paisagem; Alterações físicas, químicas, HT: Permanente
Populações da Fauna biológicas e da qualidade do solo; Alterações da PE: Em curto prazo
qualidade da água; Redução da biodiversidade
vegetal; Interferência com comunidades de elevada Fase: Implantação
fragilidade ambiental e com áreas de preservação
permanente; Fragmentação da vegetação; Aumento
populacional de espécies oportunistas e exóticas de
animais; Afugentamento da fauna.
DIRETAS: Supressão da vegetação; Limpeza do
terreno; Implantação e manutenção de estradas e
aceiros; Implantação de pátio de obras; Corte de
eucaliptos; Carregamento e transporte de toras;
Movimentação de máquinas e equipamentos;
Enleiramento de resíduos; Combate a formigas.
AI: Regional
INDIRETAS: Geração de processos erosivos; MI: Grande
Afugentamento da Fauna Alterações da paisagem; Alterações físicas, químicas, HT: Temporário
biológicas e da qualidade do solo; Alterações da
qualidade da água; Redução da biodiversidade PE: Em curto prazo
vegetal; Interferência com comunidades de elevada Fases: Implantação e Operação
fragilidade ambiental e com áreas de preservação
permanente; Fragmentação da vegetação; Perda de
biodiversidade e fragmentação de populações da
fauna; Afugentamento da fauna; Aumento
populacional de espécies oportunistas e exóticas de
animais.
DIRETAS: Supressão da vegetação; Limpeza do
terreno; Implantação e manutenção de estradas e
aceiros; Implantação de pátio de obras; Enleiramento AI: Local
de resíduos.
Aumento Populacional de MI: Grande
Espécies Oportunistas e INDIRETAS: Alterações da paisagem; Redução da HT: Permanente
Exóticas de Animais biodiversidade vegetal; Interferência com PE: Em médio prazo
comunidades de elevada fragilidade ambiental e com
áreas de preservação permanente; Fragmentação da Fase: Implantação
vegetação; Perda de biodiversidade e fragmentação
de populações da fauna; Afugentamento da fauna.
DIRETAS: Supressão da vegetação; Corte de
eucaliptos; Carregamento e transporte de toras;
Limpeza do terreno; Implantação e manutenção de
estradas e aceiros; Implantação de pátio de obras; AI: Regional
Movimentação de máquinas e equipamentos. MI: Média
Atropelamento de Animais
HT: Permanente
Silvestres INDIRETAS: Redução da biodiversidade vegetal;
Interferência com comunidades de elevada fragilidade PE: Em curto prazo
ambiental e com áreas de preservação permanente; Fases: Implantação e Operação
Fragmentação da vegetação; Afugentamento da
fauna; Perda de biodiversidade e fragmentação de
populações da fauna.

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5 – Impactos do Projeto Florestal

ATRIBUTOS E FASES DO
IMPACTOS E RISCOS CAUSA(S)
IMPACTO
Impactos Negativos

DIRETAS: Implantação e manutenção de estradas e


aceiros; Carregamento e transporte de toras; AI: Local
Movimentação de máquinas e equipamentos. MI: Pequena
Alteração da Estrutura de
HT: Permanente
Comunidades Aquáticas INDIRETAS: Geração de processos erosivos;
Remoção de partículas do solo para os corpos PE: Em curto prazo
hídricos; Risco de contaminação da fauna aquática por Fases: Implantação e Operação
adubos e defensivos agrícolas.

Impactos Positivos
Aumento da Proteção a AI: Local
Remanescentes Nativos DIRETAS: Implantação do projeto como um todo. MI: Média
de Vegetação e à Fauna
INDIRETAS: HT: Permanente
em Função da
Reorganização Territorial Não registradas. PE: Em médio prazo
das Propriedades Fase: Implantação
Legenda: AI – Amplitude do Impacto, MI – Magnitude do Impacto, HT- Horizonte de Tempo, PE- Prazo do Efeito
Fonte: Equipe Multidisciplinar e STCP (2009).

Tabela 5.04 – Impactos Ambientais Associados ao Projeto Florestal da SUZANO no Meio


Socioeconômico
ATRIBUTOS E FASES DO
IMPACTOS E RISCOS CAUSA(S)
IMPACTO
Impactos Negativos

DIRETAS: Aquisição de terras; Experiências AI: Regional


anteriores sem êxito.
MI: Grande
Insegurança da população HT: Temporário
INDIRETAS: Existencia de mão de obra ociosa,
porém não qualificada; Conflitos de terra; PE: Em curto prazo
Especulação imobiliária; Conflitos sociais. Fases: Planejamento e
Implantação

AI: Regional
DIRETAS: Aquisição de terras. MI: Média
HT: Temporário
Interferência na Cultura
Local INDIRETAS: Choque entre diferentes culturas; PE: Em curto prazo
Conflitos sociais. Fases: Planejamento e
Implantação

Impactos Negativos
AI: Regional
DIRETAS: Aquisição de terras. MI: Grande
Deslocamento INDIRETAS: Insegurança da população; Falta de HT: Permanente
Populacional fiscalização e acompanhamento da situação PE: Em curto prazo
fundiária das terras adquiridas para o projeto.
Fases: Planejamento e
Implantação

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5 – Impactos do Projeto Florestal

ATRIBUTOS E FASES DO
IMPACTOS E RISCOS CAUSA(S)
IMPACTO
AI: Regional
MI: Grande
DIRETAS: Aquisição de terras.
Especulação Imobiliária HT: Permanente
INDIRETAS: Não observadas.
PE: Em curto prazo
Fase: Planejamento
AI: Regional

Redução na Extração e DIRETAS: Aquisição de terras. MI: Grande


Disponibilidade de INDIRETAS: Deslocamento das mulheres HT: Permanente
Recursos Naturais para a quebradeiras de coco; Interferência na cultura local; PE: Em curto prazo
População Local Proibição da caça de animais silvestres.
Fases: Planejamento e
Implantação
Impactos Positivos
AI: Regional

Melhorias dos Acessos DIRETAS: Implantação e manutenção de estradas e MI: Média


Regionais a Localidades aceiros. HT: Permanente
Isoladas INDIRETAS: Não verificadas. PE: Em curto prazo
Fases: Implantação e Operação
AI: Regional
DIRETAS: Implantação e manutenção de estradas e MI: Média
Facilidade para aceiros. HT: Permanente
Escoamento da Produção
INDIRETAS: Não verificadas. PE: Em curto prazo
Fases: Implantação e Operação
AI: Regional
DIRETAS: Implantação e manutenção de estradas e MI: Média
Melhorias de Execução aceiros.
das Políticas Públicas HT: Permanente
Sociais e Assistências INDIRETAS: Geração de emprego e renda;
Aumento da arrecadação tributária regional. PE: Em médio prazo
Fase: Implantação
AI: Regional
DIRETAS: Instalação do projeto como um todo.
MI: Média
INDIRETAS: Criação de postos de trabalho;
Empreendedorismo facilidade para escoamento da produção; aumento HT: Permanente
da receita tributária; Melhorias dos acessos regionais PE: Em curto prazo
a localidades isoladas.
Fases: Implantação e Operação
AI: Regional
DIRETAS: Instalação do projeto como um todo.
MI: Grande
Geração de Empregos INDIRETAS:
Empreendedorismo; Facilidade de escocamento da HT: Permanente
Diretos e Indiretos
produção; Melhorias de execução das políticas PE: Em curto prazo
públicas sociais e assistências.
Fases: Implantação e Operação
AI: Regional
DIRETAS: Projeto como um todo.
MI: Grande
Aumento da Qualificação
HT: Permanente
da Mão de Obra Local INDIRETAS: Geração de Empregos Diretos e
PE: Em curto prazo
Indiretos; Empreendedorismo.
Fases: Implantação e Operação
DIRETAS: Projeto como um todo. AI: Regional
Aumento da Receita
MI: Média
Tributária
HT: Permanente

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5 – Impactos do Projeto Florestal

ATRIBUTOS E FASES DO
IMPACTOS E RISCOS CAUSA(S)
IMPACTO
INDIRETAS: Empreendedorismo; Geração de PE: Em curto prazo
empregos diretos e indiretos. Fases: Implantação e Operação

Legenda: AI – Amplitude do Impacto, MI – Magnitude do Impacto, HT- Horizonte de Tempo, PE- Prazo do Efeito
Fonte: Equipe Multidisciplinar e STCP (2009).

Tabela 5.05 –Riscos Ambientais Associados ao Projeto Florestal da SUZANO


ATRIBUTOS E FASES DO
IMPACTOS E RISCOS CAUSA(S)
IMPACTO
DIRETAS: Supressão da vegetação; Implantação e
manutenção de estradas e aceiros; Implantação de AR: Local
Risco de Desestabilização pátio de obras; Movimentação de máquinas e MR: Pequena
de Encostas Decorrente equipamentos.
HT: Permanente
de Processos de Erosão INDIRETAS:
Laminar e Linear Geração de processos erosivos; Alteração das linhas PE: Em longo prazo
de drenagem e aumento do escoamento superficial Fase: Implantação
das águas.
DIRETAS: Supressão da vegetação; Limpeza do
terreno; Implantação e manutenção de estradas e
aceiros; Implantação de pátio de obras;
Terraplenagem; Gradagem e subsolagem;
Movimentação de máquinas e equipamentos; AR: Local
Combate a formigas; Aplicação de insumos agrícolas
MR: Média
Risco de Poluição dos (calagem, adubação, fertilização).
HT: Permanente
Corpos d’Água
PE: Em curto prazo
INDIRETAS: Geração de processos erosivos;
Alteração das linhas de drenagem e aumento do Fases: Implantação e Operação
escoamento superficial das águas; Remoção de
partículas do solo para os corpos hídricos; Aumento
da turbidez das águas; Risco de contaminação do
lençol freático a partir de infiltrações no subsolo.

DIRETAS: Movimentação de máquinas e


equipamentos; Combate a formigas; Aplicação de AR: Local
insumos agrícolas (calagem, adubação, fertilização). MR: Pequena
Risco de Contaminação
do Lençol Freático a Partir HT: Permanente
de Infiltrações no Subsolo INDIRETAS: Geração de processos erosivos; PE: Em curto prazo
Aumento do processo de percolação de águas
fluviais no solo; Alterações físicas, químicas, Fase: Implantação
biológicas e da qualidade do solo.

DIRETAS: Supressão da vegetação; Preparo do


solo; Implantação e manutenção de estradas e AR: Local
aceiros; Implantação de pátio de obras;
Terraplenagem; Gradagem e subsolagem; MR: Pequena
Risco de Assoreamento Movimentação de máquinas e equipamentos.
HT: Permanente
de Nascentes
PE: Em curto prazo
INDIRETAS: Geração de processos erosivos;
Alteração das linhas de drenagem e aumento do Fase: Implantação
escoamento superficial das águas.
DIRETAS: Supressão da vegetação; Implantação e AR: Regional
manutenção de estradas e aceiros; Implantação de MR: Média
Risco de Intensificação da pátio de obras.
HT: Permanente
Caça e da Pesca Ilegais
PE: Em curto prazo
INDIRETAS: Redução da biodiversidade vegetal;
Interferência com comunidades de elevada Fase: Implantação

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5 – Impactos do Projeto Florestal

ATRIBUTOS E FASES DO
IMPACTOS E RISCOS CAUSA(S)
IMPACTO
fragilidade ambiental e com áreas de preservação
permanente; Fragmentação da vegetação;
Afugentamento da fauna; Aumento populacional de
espécies oportunistas e exóticas de animais.

DIRETAS: Combate a formigas; Aplicação de


AR: Local
insumos agrícolas (calagem, adubação, fertilização).
Risco de Contaminação MR: Média
da Fauna Aquática por INDIRETAS: Alteração das linhas de drenagem e
HT: Permanente
Adubos e Defensivos aumento do escoamento superficial das águas;
Agrícolas Risco de poluição dos corpos d’água; Risco de PE: Em curto prazo
contaminação do lençol freático a partir de
infiltrações no subsolo. Fase: Implantação

AR: Regional
DIRETAS: Atividades do projeto como um todo.
MR: Grande
Risco de Incêndios
HT: Permanente
Florestais INDIRETAS: Atividades agrícolas de propriedades
do entorno do projeto. PE: Em curto prazo
Fase: Implantação
AR: Regional
DIRETAS: Projeto como um todo. MR: Grande
Risco de Acidentes de
HT: Permanente
Trabalho
INDIRETAS: Não verificadas. PE: Em curto prazo
Fases: Implantação e Operação
DIRETAS: Supressão da vegetação; Limpeza do AR: Local
Risco de Perdas e terreno; Implantação e manutenção de estradas e
MR: Grande
Destruição do Patrimônio aceiros; Implantação de pátio de obras;
Movimentação de máquinas e equipamentos. HT: Permanente
Arqueológico em
Superfície e Subsuperfície PE: Em curto prazo
INDIRETAS: Não observadas. Fase: Implantação

Legenda: AR – Amplitude do Risco, MR – Magnitude do Impacto, HT- Horizonte de Tempo, PE- Prazo do Efeito
Fonte: Equipe Multidisciplinar e STCP (2009).

A maioria dos impactos negativos e riscos do projeto florestal da SUZANO apresentam


magnitude pequena a média e amplitude localizada, ou seja, restrita às áreas das propriedades
onde o projeto será implantado. São exceções os impactos sobre o meio socioeconômico –
tanto os positivos, quanto os negativos – decorrentes da instalação da empresa na região. Tais
impactos serão aqueles a receberem especial atenção da empresa, através do
desenvolvimento de programas sociais e de comunicação.

5.2 – ANÁLISE QUANTITATIVA

A quantificação é uma forma de medir os impactos identificados. Sua principal função é gerar
parâmetros de comparação para a avaliação ambiental do projeto florestal. Os valores
utilizados são arbitrários, consensuados pela equipe multidisciplinar e guardam relação com a
qualificação. Para cada atributo da qualificação é determinado um valor, e a soma dos valores
dos 4 atributos é o resultado da avaliação do impacto. A Tabela 5.06 apresenta a quantificação
dos impactos e riscos ambientais

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 5.9


5 – Impactos do Projeto Florestal

Tabela 5.06 – Balanço da Avaliação Quantitativa dos Impactos


IMPACTOS
MEIO RISCOS
POSITIVOS NEGATIVOS BALANÇO

Físico +12 -65 -53 -27


Biológico +7 -75 -68 -26
Socioeconômico +64 -47 +17 -19
TOTAL +83 -187 -104 -72
Fonte: Equipe multidisciplinar e STCP, 2009.

5.10 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


6 – MEDIDAS E PROGRAMAS PROPOSTOS
6 – MEDIDAS E PROGRAMAS PROPOSTOS
As medidas e programas propostos neste estudo apresentam caráter preventivo, minimizador,
compensatório, potencializador ou avaliador. Ainda conforme as exigências constantes da
legislação ambiental, tais programas foram relacionados diretamente com os efeitos a serem
causados pela implementação do projeto florestal na região de estudo.

Para a proposição das medidas e programas, foi considerada a avaliação de impactos


ambientais. Outra base importante de informação foram as oficinas participativas que
aconteceram nos 19 municípios, quando foi possível levantar as propostas manifestadas pelos
participantes com o intuito de solucionar problemas que já ocorrem na região ou poderão ser
causados com a implantação do projeto e, ainda, aproveitar as potencialidades que possam
contribuir para o desenvolvimento local e regional. Neste sentido, foram também verificadas as
relações dos programas aqui apresentados com aqueles de base política e governamental
previstos para a região.

Por fim, neste capítulo apresentam-se os programas que já constituem a base da política
ambiental da SUZANO, considerando-se que os mesmos apresentam soluções aos impactos
negativos demonstrados neste estudo.

6.1 – MEDIDAS PREVENTIVAS, MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS RECOMENDADAS

As medidas preventivas, mitigadoras e compensatórias a serem implementadas junto às áreas


de plantio da SUZANO destinam-se, como seus próprios nomes sugerem, a evitar (se
possível), minimizar ou, se necessário, compensar os impactos ambientais de natureza
adversa oriundos desde o planejamento do projeto florestal até sua operação, com ênfase no
período de implantação, momento em que deverão ser observados os impactos e riscos de
maior magnitude sobre o meio ambiente.

As medidas aqui apresentadas são essencialmente preventivas ou mitigadoras e estão


relacionadas a ações de caráter pontual, e geralmente encerram-se com o final de cada fase
do projeto à qual estão relacionadas. O controle e a compensação dos impactos de maior
magnitude são objeto de programas ambientais mais abrangentes, integrados, inclusive, na
solução dos problemas ambientais já observados na região, antes da inserção do projeto
florestal.

A seguir, as medidas sugeridas pela equipe multidisciplinar.

6.1.1 – Gestão dos Resíduos Sólidos

O controle da deposição de lixo junto aos ecossistemas naturais e lixões dos municípios
afetados pelo projeto florestal será feito mediante a um programa de recolhimento periódico
nas áreas do pátio de obras e alojamentos, a ser realizada diretamente pela Suzano ou em
convênio com as prefeituras da região. Os materiais recicláveis serão separados, podendo ser
acondicionados em áreas específicas e direcionados a usinas de reciclagem. O material
6 – Medidas e Programas Propostos

orgânico deverá ser aterrado em área própria e distante dos cursos d'água ou de
remanescentes de vegetação, obrigatoriamente na forma de aterro controlado. Finalmente,
deverá ser realizado um trabalho de conscientização, junto aos trabalhadores da obra, sobre a
importância e meios de se acondicionar devidamente o lixo. Este trabalho, em particular,
poderá ser desenvolvido através de programas específicos em Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes (CIPAs) e Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPATs), pela
afixação de cartazes em pontos estratégicos da obra e ainda como um dos temas específicos a
serem abordados pelo Programa de Comunicação Ambiental. A Foto 6.01 ilustra a separação
de resíduos.

Efeito esperado: diminuição do lixo acumulado e, conseqüentemente, de emissão de


efluentes e atração da fauna que afeta a saúde humana.

Foto 6.01 – Separação de Resíduos

Fonte: CEMPRE (2008).

6.1.2 – Implantação de Sistemas Adequados de Captação e Tratamento do Esgoto

O empreendedor deverá instalar sistemas de tratamento do esgoto produzido pelas suas


atividades junto aos escritórios, pátio de obras, alojamentos ou acampamentos, evitando a
emissão de efluentes para os cursos d’água locais. Dentre as possibilidades de tratamento,
podem ser adotadas fossas sépticas, caixas de gordura, sumidouros, tratamento através de
raízes, entre outros. Tais sistemas de tratamento deverão ser criados obedecendo-se à
legislação e normas brasileiras e, na ausência destas, às normas internacionais.

Efeito esperado: diminuição da emissão de efluentes e da contaminação dos recursos


hídricos.

6.1.3 – Implantação de Sinalização e Redutores de Velocidade nas Vias de Acesso

Esta medida visa ao controle de acidentes e à redução do índice de atropelamentos de animais


silvestres na área do projeto e em vias de acesso que lhe dão acesso Consiste na instalação
de placas de advertência e redutores de velocidade (lombadas) ao longo das rodovias,
especialmente próximos a cruzamentos, passagens em nível, aclives e declives. Especialmente
nas proximidades de áreas naturais deverão ser instaladas placas sobre a presença de animais
silvestres

6.2 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


6 – Medidas e Programas Propostos

Efeito esperado: eliminação ou diminuição de acidentes e de atropelamentos de animais


silvestres na área de influência do projeto.

6.1.4 – Uso Racional de Fertilizantes, Adubos e Agrotóxicos

O principal objetivo dessa medida é evitar a contaminação dos corpos d’ água, principalmente
controlando o uso dos pesticidas Fenitrotion e Clorpyrifos nas proximidades dos sistemas
aquáticos. Com a sua implementação reduz-se a possibilidade de desenvolvimento de estresse
e mudanças no metabolismo normal das espécies de peixes e outros organismos aquáticos.

Efeito esperado: proteção dos recursos hídricos e da fauna associada.

6.1.5 – Emprego Preferencial de Mão-de-Obra Regional

Esta medida visa gerar benefícios diretos para a população a ser atingida pelo projeto florestal,
bem como diminuir os impactos relativos à atração de mão de obra oriunda de outras regiões.
Para controlar este último impacto, o empreendedor deverá divulgar a preferência pela mão de
obra local em jornais e demais meios de comunicação de abrangência regional e estadual.

No processo de seleção de mão de obra, o empreendedor deverá atentar para pessoas


desempregadas e que tenham habilidade na área rural, evitando-se a contratação de
trabalhadores de outras atividades que estejam ativos em suas funções, minimizando assim
impactos negativos sobre a economia regional. A Foto 6.02 apresenta a produção de mudas na
unidade da Suzano.

Efeito esperado: melhoria da qualidade de vida das comunidades locais.

Foto 6.02 – Produção de Mudas

Fonte: Suzano. 2009

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 6.3


6 – Medidas e Programas Propostos

6.1.6 – Promoção de Parcerias com os Atores Locais (Poder Público, Setor Privado,
Instituições Não-Governamentais, Associações de Classe e Outros).

A iniciativa tem o objetivo de firmar convênios com as diversas instituições e entidades com
atuação na região em torno de interesses comuns. Visa compatibilizar as melhorias, por
exemplo, em infraestutura, educação, saúde e capacitação profissional, em parceria com as
três esferas de governo, ONGs, associações de classe e iniciativa privada. Estas parcerias
tendem a beneficiar todos os envolvidos, pois além de diluir os custos do governo e da Suzano,
possibilita à população usufruir melhores condições de infraestrutura e educação.

Efeito esperado: Benefícios para a população, subsídios para a capacitação da mão de obra,
educação e infraestrutura.

6.2 – PROGRAMAS AMBIENTAIS

Programas ambientais, no contexto de um relatório ambiental, constituem ações de


responsabilidade financeira do responsável pelo projeto, definidos e elencados pelos técnicos
envolvidos nos diversos estudos.

Os programas ambientais apresentam-se em duas categorias de gestão ambiental: (a)


Programas de controle e compensação ambiental, destinados a evitar, minimizar ou compensar
efeitos negativos ou potencializar efeitos positivos; (b) Programas de monitoramento,
destinados a avaliar a intensidade dos efeitos ou a eficácia da implementação de outros
programas e medidas. Diversos desses programas integram o processo de gestão territorial
preconizado pela política ambiental da Suzano, ao passo em que outros foram elaborados pela
equipe multidisciplinar que desenvolveu este estudo.

6.2.1 – Programas de Controle e Compensação Ambiental

6.2.1.1 – Programa de Zoneamento Ambiental (Plano Integrado de Manejo Ambiental –


PLIMA)

Este programa, preconizado pela SUZANO em todas as suas propriedades rurais, tem por
objetivo estruturar condições para readequação do uso do solo, possibilitando a manutenção
dos aspectos paisagísticos, da biodiversidade, dos recursos hídricos e das comunidades
inseridas nas propriedades, bem como conscientizar os confrontantes e comunidades do
entorno de princípios que possibilitem uma maior condição de sustentabilidade à região.

Nas suas propriedades a SUZANO implanta uma série de pesquisas e procedimentos que
definem o zoneamento ambiental de cada propriedade. Ou seja, delimita geograficamente
áreas territoriais, estabelecendo seus respectivos regimes especiais de uso.

O zoneamento ambiental da propriedade deve estabelecer o contato e a ligação entre áreas


naturais, através dos corredores ecológicos, prevendo também a manutenção de áreas
naturais para conservação, como áreas de convergência entre corredores. Em alguns casos,
define a reserva legal na continuidade das áreas de preservação permanente, como uma zona
tampão de conservação das matas ciliares. A Foto 6.03 apresenta o PLIMA implantado em
uma unidade da Suzano.

Efeito esperado: conservação de ecossistemas naturais e da flora e fauna associadas às


áreas a serem ocupadas pelo projeto florestal.
6.4 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda
6 – Medidas e Programas Propostos

Foto 6.03 – Programa de Zoneamento Ambiental

Fonte: Suzano (2009).

6.2.1.2 – Programa de Gestão e Controle da Qualidade do Ar

A avaliação da intensidade dos impactos sobre a qualidade do ar é fator importante não


apenas para integridade da flora e a fauna, que poderão ser diretamente afetadas, mas
também para a saúde ocupacional dos operários envolvidos na atividade. Assim sendo, este
programa tem objetivos que contemplam tanto o meio biológico quanto o meio socioeconômico.

O Programa de Gestão e Controle da Qualidade do Ar visa avaliar a intensidade dos impactos


relativos à qualidade do ar da área diretamente afetada pelo projeto florestal proposto, bem
como atestar a efetividade das medidas relativas à minimização desses impactos nas áreas de
plantios e da estrada de acesso.

Resultados esperados: avaliação da intensidade dos impactos sobre a qualidade do ar e


novas proposições de mecanismos de controle em casos considerados relevantes.

6.2.1.3 – Programa de Proteção às Áreas de Encostas e Áreas de Preservação


Permanente (APPs)

O objetivo deste programa é a preservação e conservação de áreas que são sensíveis a


atuação modificadora do homem. Sua implementação minimizará as ações que causam
modificações em áreas como as margens dos corpos d’água existentes na área de interesse
do projeto.

A conservação de encostas e APP’s é um dos principais instrumentos de proteção contra


possíveis impactos que venham a ocorrer no ambiente natural. Este programa tem como
público-alvo a mão-de-obra direta e indireta envolvida no projeto, assim como toda a população
do entorno, interessada na conservação destas áreas. A Foto 6.04 ilustra a preservação das
APPs.

Efeito esperado: conservação de ecossistemas naturais e da flora e fauna associadas a áreas


íngremes e encostas.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 6.5


6 – Medidas e Programas Propostos

Foto 6.04 – Programa de Proteção às Áreas de Encostas e APPs

Fonte: Suzano (2009).

6.2.1.4 – Programa de Controle de Processos Erosivos

Este programa tem como objetivo minimizar as ações do projeto sobre o solo, prevenindo
possíveis processos erosivos , assim como controlar a erodibilidade já detectada em pontos
situados na área de interesse do projeto.

A dimensão desse programa está no controle dos processos erosivos, um dos principais
fatores de perda do solo. Revela, ademais, a preocupação do empreendedor com relação à
conservação da qualidade do solo, como também da água, afetada pelos processos de
carreamento de material particulado. A Foto 6.05 apresenta uma saída de bueiro, que consta
no manual de drenagem do DNIT.

Efeito esperado: benefícios para a sociedade, sensibilização e conscientização da população

Foto 6.05 – Exemplo de Saída de Bueiro

Fonte: Manual de Drenagem (DNIT, 2006).

6.6 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


6 – Medidas e Programas Propostos

6.2.1.5 – Programa de Resgate e Manutenção de Espécies Vegetais

O programa de resgate e manutenção do germoplasma é um conjunto de atividades e


procedimentos técnicos que visa manter o estoque genético de determinada população ou
espécie. Ao armazenar sementes e produzir mudas, o programa garante a preservação de
espécies nativas, utilizadas para a recuperação de áreas degradas e o adensamento de áreas
florestais com essências nativas.

Efeito esperado: formação de um banco de sementes de espécies nativas da região, com


vistas à recuperação de áreas degradadas, conservação de espécies de interesse e fomento
às comunidades regionais.

6.2.1.6 – Programa de Supressão Direcionada da Vegetação e Afugentamento de Fauna

A comunidade faunística responde de diversas formas às alterações ambientais, podendo ou


não se adaptar a elas, ou seja, sobrevivendo ou morrendo. Com o objetivo de minimizar os
impactos sobre os locais onde vivem esses animais e a dispersão aleatória dos mesmos, o
programa deverá direcionar a fauna local para áreas destinadas à sua preservação.

Efeito esperado pela implementação do Programa: Redução dos processos de perda da


biodiversidade faunística local.

6.2.1.7 – Programa de Compensação para Unidade de Conservação

Este programa tem por objetivo destinar recursos para unidades de conservação que
preservam amostras do ambiente local e regional. Trata-se, como previsto na lei ambiental, de
compensação pela substituição de florestas nativas por florestas plantadas de eucalipto,
protegendo a biodiversidade da fauna e flora regionais.

Efeito esperado :conservação de ecossistemas da região de inserção do projeto florestal.

6.2.1.8 – Programa de Prevenção e Combate a Incêndios

A finalidade deste programa é a prevenção e combate a incêndios que danificam severamente


a diversidade biológica local, emitem gases poluentes e provocam danos materiais e ao ser
humano.

O risco aumenta consideravelmente por se tratar de áreas onde ocorrem queimadas sazonais,
principalmente nas proximidades das propriedades do projeto. Além disso, trata-se de região
com período de seca rigorosa entre junho e outubro.

Efeito esperado: conservação de ecossistemas naturais e da flora e fauna associadas nas


áreas a serem ocupadas pelo projeto florestal, às comunidades e aos bens materiais.

6.2.1.9 – Programa de Comunicação Social

A instalação de projetos de grande porte sempre gera expectativas na sociedade local e


regional, curiosa com os efeitos de sua operação, sobretudo a respeito de benefícios que dela
poderão surgir, a exemplo de geração de emprego e renda, entre outros.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 6.7


6 – Medidas e Programas Propostos

O objetivo deste programa é estabelecer um canal de comunicação com as comunidades


próximas às unidades de plantio, visando o repasse de informações relevantes sobre os
aspectos da implantação e operação do projetos (dados técnicos, licenciamento, impactos,
medidas e programas ambientais), buscando identificar e diminuir potenciais conflitos e
desentendimentos. A Foto 6.06 ilustra os equipamentos utilizados para a preservação e
combate a incêndios.

Efeito esperado: benefícios para a sociedade, sensibilização e conscientização da população

Foto 6.06 – Equipamentos Utilizados em Prevenção e Combates a Incêndios

B
A B

Legenda: (A) Caminhão pipa; (B) Trator de pneu com grade e discos
Fonte: STCP, 2008

6.2.1.9 – Programa de Comunicação Social

A instalação de projetos de grande porte sempre gera expectativas na sociedade local e


regional, curiosa com os efeitos de sua operação, sobretudo a respeito de benefícios que dela
poderão advir, a exemplo de geração de emprego e renda.

O objetivo deste programa é estabelecer um canal de comunicação com as comunidades


próximas às unidades de plantio, visando o repasse de informações relevantes sobre os
aspectos da implantação e operação do projetos (dados técnicos, licenciamento, impactos,
medidas e programas ambientais), buscando identificar e minimizar potenciais conflitos e
desentendimentos. .

Efeito esperado: benefícios para a sociedade, sensibilização e conscientização da população

6.2.1.10 – Programa de Apoio a Populações Afetadas

A aquisição de terras pela SUZANO, com vistas à implantação do seu projeto florestal, afetará
famílias que ali vivem, deixar suas residências e procurar novos locais para moradia e seu
plantio de subsistência. O objetivo deste programa é apoiar essas populações minimizando os
impactos causados pelo projeto sobre seu modo de vida.

Efeito esperado: benefícios para a sociedade, sensibilização e conscientização da população,


resolução de conflitos sociais.

6.8 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


6 – Medidas e Programas Propostos

6.2.1.11 – Programa de Qualificação de Mão-de-Obra Local

O projeto transformará a realidade da maioria dos municípios inseridos em sua área de


influência direta e indireta. Sem um planejamento específico, a inserção da comunidade na
nova realidade se dará de forma desordenada, aumentando o risco de falta de mão de obra
capacitada e, conseqüentemente, o risco de impactos negativos do projeto florestal sobre a
sociedade local.

Este programa pretende a inclusão da comunidade local nas fases de instalação e operação do
projeto, formando e aperfeiçoando a mão-de-obra para suprir suas demandas operacionais.

Efeito esperado: minimização dos efeitos negativos relacionados à diminuição da mão de obra
após o término da implantação do projeto, com conseqüente melhoria da qualidade de vida das
comunidades locais e redução dos níveis de desemprego.

6.2.1.12 – Programa de Segurança no Trabalho

O PPRA (Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais) e o PCMSO (Programa de Controle


Médico de Saúde Ocupacional) são o conjunto mais amplo das iniciativas da SUZANO no
campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores.

O PPRA interage com as demais ações de proteção relativas à saúde do trabalhador, em


especial com o PCMSO, ajudando a identificar os agentes que podem ameaçar a saúde do
trabalhador.

O PCMSO visa a prevenção, o rastreamento e o diagnóstico precoce dos agravos à saúde,


inclusive de natureza subclínica, além da identificação de doenças profissionais ou danos
irreversíveis à saúde em decorrência dos riscos ambientais existentes ou que venham a existir
nos ambientes de trabalho, durante as atividades laborais.

Efeito esperado: minimização dos riscos associados ao projeto, com conseqüente melhoria da
qualidade de vida dos trabalhadores e das comunidades locais.

6.2.1.13 – Programa de Apoio ao Uso Sustentado e Aproveitamento Econômico dos


Recursos Nativos (Extrativismo Vegetal)

Este programa busca resgatar as referências culturais da população local incentivando o


extrativismo vegetal, de forma coordenada e sustentável, proporcionando-lhes apoio técnico
para incremento da produção e da renda proveniente da atividade agrícola, florestal ou
extrativista. O programa também visa orientar e apoiar o fortalecimento e qualificação das
atividades de movimentos sociais, comunidades e grupos locais que dependam de espécies
nativas para sua sobrevivência, de acordo com a realidade e características regionais e locais.

Efeito esperado: manutenção do modo de vida das comunidades regionais.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 6.9


6 – Medidas e Programas Propostos

6.2.1.14 – Programa de Parceria Florestal

Os objetivos do programa de parceria são:

− Estabelecer alternativas de abastecimento de matéria-prima por meio de parcerias com


pequenos e médios produtores rurais, incentivando as florestas plantadas, para atender
demanda própria e da região.

− Proporcionar geração de emprego e renda, além de facilitar a inserção social dos produtores
fomentados e participantes do projeto.

− Apoiar e garantir assistência aos produtores rurais, capacitando e aprimorando seu


conhecimento com a utilização de técnicas ambientalmente sustentáveis.

− Estimular e formentar o aproveitamento de áreas não aproveitadas e/ou degradadas, com a


formação de florestas plantadas e recuperação de áreas de preservação permanente (plantio
de espécies florestais nativas) e averbação da reserva legal, agregando valor à propriedade.

− Promover a diminuição da pressão sobre as florestas nativas em razão da alternativa de


utilização de florestas plantadas.

Efeito esperado: melhoria da qualidade de vida das comunidades locais.

6.2.1.15 – Programa de Educação Ambiental e Cultural

A educação ambiental é condição indispensável para garantir o desenvolvimento sustentável


das comunidades. Constitui-se numa forma abrangente de educação participativa que procura
construir uma consciência crítica sobre a problemática ambiental, suas origens e evolução.

Entre as principais atividades a serem desenvolvidas neste programa estão:

- Estabelecer parcerias com as Prefeituras, especialmente através das secretarias municipais


de educação e instituições da área, para a realização de ações junto às escolas rurais
próximas às propriedades do projeto florestal.

- Apoiar a capacitação dos professores da rede pública para a educação ambiental, através
de palestras ministradas por especialistas em educação ambiental.

- Desenvolver discussões sobre o papel da flora nativa no meio ambiente.

- Realizar palestras sobre o uso sustentável dos recursos naturais: solo, água, vegetação,
fauna e outros.

Subprograma Instituto Ecofuturo – Biblioteca Comunitária

O projeto Biblioteca Comunitária “Ler É Preciso” é desenvolvido em parceria com o Instituto


Ecofuturo, que acredita que a educação e a cultura são instrumentos indispensáveis para que
as pessoas sejam capazes de compreender, criticar e melhorar a vida.

6.10 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


6 – Medidas e Programas Propostos

O Maranhão apresenta baixos índices de IDH, este projeto, já implantado com sucesso em
outros municípios, oferece um acervo de mil títulos (30% do qual decidido junto com a
comunidade), equipamento de micro-informática para gestão do acervo e cursos de formação
para agentes promotores de leitura e auxiliares de biblioteca (80% formado por professores).
Estas bibliotecas proporcionam à população conhecimento para a organização e para a
implementação de ações que promovam a leitura e tornam a biblioteca viva.

Este subprograma visa incentivar e fortalecer a articulação entre os atores sociais das
comunidades a partir de suas participações na implementação do projeto. A Foto 6.07 ilustra o
Instituto Ecofuturo implementado em uma unidade da Suzano.

Efeito esperado: apoio à comunidade regional.para ampliação da cultura local

Foto 6.07 – Instituto Ecofuturo

Fonte: Suzano, 2008

6.2.1.16 – Programa de Resgate Arqueológico

O Programa de Salvamento Arqueológico tem por objetivo a prospecção, cadastramento e


resgate do patrimônio arqueológico existente na área diretamente afetada do projeto.

Dentre as atividades propostas para implementação do projeto, destaca-se a compatibilização


das fases de obtenção das licenças ambientais com os estudos preventivos de arqueologia. A
Foto 6.08 ilustra o patrimônio cultural e religioso na região de Timon.

Efeito esperado: resgate e ampliação do conhecimento sobre o patrimônio arqueológico


regional.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 6.11


6 – Medidas e Programas Propostos

Foto 6.08 – Patrimônio Cultural e Religioso

A B
Fotos: Arkley Bandeira, 2009.

6.2.2 – Programas de Monitoramento

Programas de monitoramento destinam-se, especificamente, à avaliação da intensidade dos


impactos previstos sobre os diferentes meios e ainda para atestar a eficiência das medidas de
controle propostas. Seu objetivo final consiste na proposição de melhorias nos processos de
gestão ambiental com vistas à adequação ambiental do projeto.

Para este estudo os seguintes programas de monitoramento são previstos:

C D
6.2.2.1 – Programa de Monitoramento de Bacias Hidrográficas (HYDRUS)

Bacia hidrográfica é a unidade ecossistêmica e morfológica que melhor reflete os impactos das
interferências humanas, sendo a unidade de estudo ideal não só do ponto de vista hidrológico,
mas também bioquímico, pois os seus corpos d'água refletem toda a alteração que nela ocorre.

O objetivo deste programa é realizar um levantamento periódico dos indicadores de condição


(estado atual do sistema), de tendência (mudanças que ocorrem no sistema) e criticidade
(mudanças bruscas, fora das tendências).

Resultados esperados: avaliação da intensidade dos impactos sobre a qualidade das águas e
proposição contínua de formas de controle.

6.2.2.2 – Programa de Monitoramento de Microbacia Hidrográfica Florestada

O manejo de microbacias hidrográficas pode ser definido como a estratégia de uso da terra que
leva em conta a manutenção dos serviços do ecossistema da microbacia ao longo do tempo.
Seguindo essa estratégia, deve-se procurar evitar a compactação que degrada o processo de
infiltração de água no solo e a perda de matéria orgânica e, por decorrência, de nutrientes. É
possível ainda identificar outros indicadores de manejo inadequado, como o traçado de
estradas que propicia focos de erosão e assoreamento dos cursos d'água, degradando o
potencial produtivo do solo e a qualidade da água.

O Programa de Monitoramento de Microbacia tem por objetivo a avaliação da alteração


hidrológica em microbacias hidrográficas florestadas, buscando ainda obter indicadores

6.12 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


6 – Medidas e Programas Propostos

hidrológicos para a realização do manejo sustentável de florestas plantadas e a melhoria da


quantidade e qualidade das águas.

Resultados esperados: Avaliação da intensidade dos impactos sobre os sistemas de


microbacias e proposição contínua de formas de controle.

6.2.2.3 – Programa de Monitoramento e Controle do Uso dos Aqüíferos

O projeto de florestamento proposto por este projeto prevê a utilização de insumos químicos
que potencializem o solo para uso agrícola. A presença de camadas arenosas próximas das
zonas de plantio poderá facilitar a infiltração de tais insumos até as águas subterrênas.

Este programa visa monitorar a qualidade da água dos aqüíferos existentes na região de
interesse do projeto, desde a implantação até a operação. Seu público-alvo será a equipe
técnica responsável pelo monitoramento dos corpos hídricos, mas também envolverá todos os
participantes do projeto que se utilizam as informações resultantes do monitoramento, como os
responsáveis pelo uso dos insumos.

Resultados esperados: mapeamento e avaliação da intensidade dos impactos sobre as


nascentes das propriedades, com a proposição de medidas específicas de controle.

6.2.2.4 – Programa de Pesquisa e Monitoramento da Flora e da Fauna

O objetivo do programa é aprofundar e detalhar os estudos de fauna e flora na área


diretamente afetada, bastante ampla e localizada sobre um ecossistema sensível (área de
transição da vegetação). Tais estudos permitirão levantar os usos potenciais das espécies
nativas e sua representatividade ambiental.

Resultados esperados: inventário detalhado da flora e da fauna das propriedades da


SUZANO, com avaliação da intensidade dos impactos sobre os mesmos e proposição de
medidas específicas de controle.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 6.13


7 – BALANÇO AMBIENTAL
7 – BALANÇO AMBIENTAL
Baseado na avaliação dos impactos socioambientais e na avaliação das medidas propostas foi
estabelecido um balanço da quantificação dos impactos e medidas.

O resultado do balanço é baseado na diferença entre os valores obtidos para os impactos


positivos e negativos em relação às medidas e programas, considerando os meios analisados
(físico, biológico e socioeconômico) e as respectivas interações do fator e componente de cada
meio.

7.1 – SÍNTESE DO BALANÇO

As atividades previstas pelo projeto irão resultar um total de 176 pontos negativos para os
meios físico, biológico e socioeconômico, entre impactos e riscos ambientais. Como não
poderia ser diferente, o meio físico totalizou -80 pontos e o biológico -94 pontos, e destacaram-
se pelos impactos negativos originados das diversas ações a serem desenvolvidas. O meio
socioeconômico totalizou -2 pontos entre impactos e riscos, predominando muito pouco os
efeitos negativos devido ao fato deste meio gerar muitos impactos positivos.

No entanto, os impactos, conforme previsto na legislação ambiental, podem ser prevenidos,


minimizados, compensados e/ou potencializados através de medidas e programas ambientais.
Neste caso, pode-se observar que, adotando-se as medidas propostas pela equipe
multidisciplinar, é possível reduzir os efeitos negativos previstos nos meio físico, biológico e
socioeconômico.

A Tabela 7.01 apresenta o balanço ambiental do projeto, o qual resultou num total de +25,5
pontos positivos.

Tabela 7.01 – Síntese do Balanço Final dos Impactos e Riscos da Avaliação Quantitativa
BALANÇO
MEIO IMPACTOS MEDIDAS/PROGRAMAS RISCOS MEDIDAS/PROGRAMAS
FINAL
Físico -53 +37,5 -27 +27 -15,5
Biológico -68 +50,25 -26 +20,25 -23,5
Socioeconômico +17 +54,50 -19 +12 +64,5
Total -104 +142,25 -72 +59,25 +25,5
Fonte: Equipe Multidisciplinar, e STCP (2009).

Através da análise da síntese final, conclui-se que o projeto florestal proposto, apesar de
apresentar-se negativo para os meios físico e biológico, apresenta medidas e programas que
configuram qualidade ambiental futura de acordo com o preceituado na legislação ambiental
vigente e nos aspectos técnicos que conduziram esses estudos.
8 – CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE
FUTURA DA ÁREA DE INFLUÊNCIA
8 – CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE FUTURA DA ÁREA
DE INFLUÊNCIA
Para entender e avaliar o que poderá acontecer nas áreas de influência do projeto florestal
pretendido pela Suzano, de acordo com o previsto na lei ambiental, a equipe multidisciplinar
apresente duas análises:

i. Sem a implantação do projeto; e,

ii. Com a implantação do projeto.

8.1 – SEM O PROJETO FLORESTAL

A qualidade do ar na região permanecerá entre ruim e péssima na época do preparo do solo


para a agricultura de subsistência, ocasionada pelos altos índices de queimadas entre os
meses de agosto e novembro. No caso das águas, a tendência é de manutenção dos atuais
níveis de qualidade.

A não implantação do projeto evitará o aumento do suprimento de água no solo, pois com a
não implantação do plantio florestal não haverá a formação de serrapilheira (que intercepta as
gotas de chuva, diminuindo a energia cinética e promovendo infiltração mais lenta e uniforme
da água no solo). Por outro lado, a não implantação do projeto, evitará que os impactos
potenciais resultantes do uso de produtos químicos e maquinários que utilizem combustíveis,
óleos e graxos sejam utilizados no local.

Já os processos erosivos instalados deverão continuar, mas restritos às condições naturais,


uma vez que não serão realizadas operações de alteração do solo para abertura de estradas e
infra-estrutura e preparo nas áreas de plantio. Porém, o desmatamento provocado, em
particular, pela agricultura de subsistência, ocasionará novos focos de erosão. O uso constante
do fogo, como prática dos pequenos produtores rurais, também seguirá causando o
empobrecimento do solo.

No que diz respeito à flora e à fauna, onde não ocorre a implantação do projeto, a vegetação,
representada principalmente por remanescentes de cerrado e cerradão, permanecerá sendo
pressionada pela transformação de áreas de florestas nativas em pasto e pelo uso frequente
do fogo no manejo da vegetação. Somado a isso, a expansão urbana desordenada e a
exploração madeireira destinada a suprir a demanda de fornos da indústria cerâmica,
carvoarias e padarias reforçarão as pressões sobre a vegetação. A reorganização das
propriedades, com o adequado manejo das reservas legais, áreas de preservação permanente
e corredores ecológicos, tenderá a minimizar esses impactos. Porém, sem a implantação do
projeto, impactos como a fragmentação de espécies vegetais raras, ameaçadas de extinção e
protegidas por lei não ocorrerão. Também não haverá a interferência com espécies vegetais de
importância econômica regional, tais como o babaçu.
8 – Caracterização da Qualidade Futura da Área de Influência

Um aspecto importante a considerar é que a oferta de empregos diretos e indiretos coopera


com a proteção, na medida em que são difundidas normas de proteção e técnicas de
conservação a partir de modelo adequado de uso do solo. A não implantação significa que não
serão introduzidas técnicas adequadas de conservação e manejo do solo e também não serão
desenvolvidos os Programas de Educação Ambiental e de Fomento Florestal.

No que diz respeito à fauna, a não implantação do projeto mantém a atual situação em que não
ocorrem os impactos diretos sobre os animais. Neste caso os níveis atuais de conservação dos
recursos naturais permanecerão, mas impactos como a caça e perda da biodiversidade pelo
avanço das áreas de agricultura e pastagem continuarão nos padrões atuais.

Com a não instalação do projeto, também deixam de ser executadas propostas de parcerias
para pesquisa e monitoramento de fauna e flora na região, importantes para a disseminação do
conhecimento e preservação de espécies.

No aspecto socioeconômico, no cenário onde não existe a implantação do projeto florestal, a


região de Timon provavelmente permanecerá na dependência econômica dos repasses de
recursos governamentais e na utilização de técnicas de baixa produtividade na agricultura e
pecuária.

Através dos resultados do diagnóstico socioambiental fica evidente a falta de oportunidades de


trabalho aliada à exaustão do sistema produtivo tradicional praticado na região (roça). A
ausência do projeto significa a não geração de oportunidades de trabalho e de renda para a
população da região, dando assim, continuidade da atual situação de êxodo rural em busca de
oportunidades nos meios urbanos.

Considerando os indicadores sociais, a não instalação do projeto florestal nesta região seria a
continuidade dos baixos índices de IDH, baixa renda, e eventualmente, o aumento da violência.
Salienta-se ainda que não serão implantados programas sociais, de incentivo a cultura e
educação, fundamentais à formação da sociedade civil do futuro.

Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, em curto prazo, o estado certamente se
manterá na dependência das transferências de recursos e sem condições de grandes
investimentos em infraestrutura e melhoria na qualidade de vida da população.

E por fim, quanto ao uso e ocupação do solo, sem a implantação do projeto, tende a se manter
nos níveis atuais, onde o uso do solo se dá com atividades produtivas de subsistência, ou de
baixo valor agregado. A situação fundiária da região revela incidentes de conflitos pelo uso da
terra, causados pela ocupação desordenada e irregularidades de titulo.

8.2 – COM O PROJETO FLORESTAL

Considerando a instalação do projeto florestal, a análise dos meios físico e biótico considera
impactos positivos e negativos.

No caso do ar, a qualidade será alterada. Nas etapas de supressão da vegetação, preparo de
solo e ao movimentar máquinas nas diversas etapas, serão criadas fontes de poluição que não
existiam, como a emissão de gases, particulados e ruídos. Entretanto, os efeitos destes
impactos negativos serão diminuídos a partir da aplicação das medidas propostas.
Posteriormente, o cultivo contínuo do eucalipto gerará um efeito positivo no balanço de
carbono, pois as árvores, durante o seu crescimento, vão fixar o gás carbônico da atmosfera.

8.2 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


8 –Caracterização da Qualidade Futura da Área de Influência

Os locais ocupados pelos plantios terão suas taxas de umidade relativa do ar mais elevado que
antes da implantação do projeto. A velocidade e direção do vento sofrerão mudanças
insignificantes de magnitude, velocidade e direção. Ainda assim, os municípios poderão ser
beneficiados com possíveis correntes de ar mais suavizadas e com maiores conteúdos de
vapor e umidade de água, ou seja, terão melhores condições do ar que anteriormente.

No caso das águas, existe um risco potencial de perda da qualidade, isto porque, na etapa de
plantio das mudas, existe a possibilidade de carreamento de substâncias provenientes do uso
de produtos químicos para os corpos d´água. Além das alterações nas propriedades da água
destes corpos hídricos, poderão ocorrer o aumento da turbidez, com conseqüente queda da
penetração de luz para o meio aquático e diminuição da velocidade das águas. Porém, estes
impactos serão menores na medida em que o projeto respeite, e até mesmo recupere, as áreas
de preservação permanente locais e contribua com o processo de regularização ambiental das
propriedades privadas de seu entorno.

As nascentes (olhos d’água) localizadas próximas à área de plantio são bastante vulneráveis a
processos de lixiviação de insumos químicos agrícolas. Portanto, a adoção das medidas de
forma eficiente é de extrema importância para a conservação destas nascentes. Também a
implantação do Programa Hydrus permite um levantamento periódico das condições atuais, de
tendência (mudanças) e de situações críticas (mudanças bruscas).

No aspecto positivo, com a implantação do projeto florestal, espera-se um aumento dos níveis
de armazenamento de água no solo, contribuindo positivamente no ciclo hidrológico. A
formação da floresta promove infiltração mais lenta e uniforme da água no solo, via
interceptação da água nos galhos e folhas e infiltração pelas raízes.

No que diz respeito à erosão, a movimentação de máquinas e a abertura de estradas gerarão


alguns processos erosivos. Porém, o projeto prevê também o Programa de Controle e
Monitoramento de Processos Erosivos, com o objetivo acompanhar a evolução do terreno
frente a seu preparo e ao plantio da floresta, implementando eventuais medidas para estabilizar
o solo em locais onde foram identificadas possibilidades de ocorrência de fenômenos erosivos.

No que diz respeito à flora e à fauna, com a implantação do projeto, ocorrerá a supressão de
até cerca de 60% da vegetação de cada propriedade. Nesta etapa ocorrerá a fragmentação
das áreas, gerando modificações de processos ecológicos fundamentais para as espécies da
fauna e da flora, redução de habitat, perda de biodiversidade e aumento de vulnerabilidade aos
efeitos antrópicos.

Outro impacto é o surgimento de novas espécies vegetais e animais, causando alteração dos
mecanismos responsáveis pela regeneração natural e a sucessão ecológica das espécies.
Porém, estes impactos já ocorrem em grande parte do território, haja vista a ocupação do
homem e o uso intensivo do solo em muitas regiões. Para a redução dos impactos do projeto
florestal, uma das medidas mitigadoras propostas é a priorização de uso de áreas com
vegetação em estágio secundário de regeneração, evitando-se a supressão de áreas com
maior porte florestal, onde os efeitos resultantes da fragmentação costumam ocorrer de forma
mais intensa e generalizada que nas áreas com vegetação mais rala e aberta. Além disso, o
desenvolvimento do Programa de Zoneamento Ambiental (PLIMA) deverá estruturar condições
para a readequação do uso do solo, possibilitando a manutenção dos aspectos paisagísticos,
da biodiversidade, dos recursos hídricos bem como as comunidades do entorno. A equipe
multidisciplinar considera que as técnicas plantio intercalado com fragmentos de vegetação
natural, o estabelecimento de corredores ecológicos funcionais ligando os talhões aos
remanescentes naturais e a adoção de programas de recuperação de áreas degradadas com a
implantação de essências nativas, são fundamentais para diminuir esses impactos negativos.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 8.3


8 – Caracterização da Qualidade Futura da Área de Influência

Outro programa que pode ser inserido para preservação da flora local é o Programa de
Prevenção e Combate a Incêndios, que visa prevenir incêndios que causam danos à
diversidade biológica do ambiente, emitindo gases na atmosfera, além de danos materiais ao
próprio projeto florestal e ao ser humano.

No que diz respeito à fauna, especificamente, a movimentação das máquinas e veículos


tenderá a gerar atropelamentos a afugentamentos, os quais deverão ser mais intensos nos
períodos de supressão da vegetação e de colheita. Para estes impactos as medidas de
controle (tais como implantação de redutores de velocidade e programas de educação
ambiental para os trabalhadores) deverão ser eficazes para sua minimização. Além disso, a
reorganização das propriedades e a manutenção das áreas de preservação permanente e
reservas legais tenderá a gerar refúgios para parte dos animais, ampliando o alcance da
proteção.

No meio socioeconômico, com a implantação projeto florestal, haverá oportunidades e


diversificação de atividades para o produtor rural. Tanto por meio de geração de emprego
como pela participação nos programas de parceria florestal que está prevista para a região.

O Programa de Parceria Florestal visa à inserção social dos produtores e ainda fornece apoio e
assistência técnica aos produtores rurais, capacitando e aprimorando o conhecimento técnico
com a utilização de técnicas ambientalmente sustentáveis.

Cabe ressaltar que os empregos gerados pelo Projeto Florestal seguirão o PPRA - Programa
de Prevenção de Riscos Ambientais, PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional e todas as leis trabalhistas pertinentes a esta atividade.

Ainda com a implantação do projeto, a infraestrutura da região sofrerá impacto positivo, pois
para a movimentação das máquinas e escoamento da produção haverá necessidade de
melhorias na construção e/ou manutenção de estradas já existentes. Nesse contexto o projeto
florestal enquadra-se nas perspectivas do PAC do Governo Federal.

Dentro das diretrizes de desenvolvimento estabelecido pelo estado do Maranhão, o cenário


que existe a implantação do projeto florestal está inserido nos objetivos traçados. Pois, com o
mesmo ampliará os impactos econômicos gerados para a região serão positivos. Pois além dos
postos de trabalho e aumento na arrecadação da carga tributária serão implantados os
programas socioambientais propostos.

Outro item que pode ser citado, é que com o aquecimento da economia local poderá incentivar
instituições a se instalarem na região, melhorando a qualidade de vida da população e
facilitando o acesso a serviços, que anteriormente não existiam.

Quanto ao uso e ocupação do solo, é possível afirmar que a implantação do projeto florestal
não irá causar mudanças significativas. Mas sim uma mudança na forma de utilização da terra,
passando a ser aproveitada pela atividade de silvicultura. Cabe ressaltar que uma das medidas
propostas, já abordados nos itens de fauna e flora, serão a priorização de áreas antropizadas,
ou em fase secundária de regeneração.
Considerando as alternativas apresentadas, os estudos realizados, a análise ambiental, o
prognóstico, os comentários e conclusões da equipe técnica multidisciplinar, chegou-se às
conclusões alinhadas a seguir.

8.4 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


9 – CONCLUSÃO
9 – CONCLUSÃO
A seguir são apresentadas as considerações sobre o projeto e os estudos ambientais
realizados.

9.1 – Quanto ao Projeto Florestal

− A equipe multidisciplinar, responsável por este RIMA, entende que o projeto obedece
estabelecido na legislação ambiental, uma vez que está solicitando a Licença Prévia (LP)
junto ao órgão ambiental competente, a Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Recursos
Naturais do Estado do Maranhão (SEMA-MA), atendendo à orientação da mesma, que
determinou a elaboração do EIA/RIMA como instrumento para o licenciamento e aprovou o
conteúdo do termo de referência, documento norteador da elaboração do instrumento de
licenciamento.

− O projeto cumpre os requisitos legais para seu licenciamento, na medida em que atende à
Constituição Federal e aos preceitos estabelecidos na Política Nacional de Meio Ambiente,
às resoluções do Conama e às normas técnicas que padronizam os limites de qualidade
ambiental.

− Ainda no tocante aos requisitos legais, agora no âmbito estadual, o projeto pretendido pela
SUZANO obedece à Constituição Estadual, à política ambiental e às leis e decretos
específicos que tratam do licenciamento e das questões ambientais do Estado, além da lei
orgânica dos municípios onde está inserido.

− No panorama econômico o diferencial da Suzano é o efeito multiplicador gerado na região.


Os resultados deste estudo apontaram que o incremento no PIB será de 8,7% no primeiro
ano, e a geração de empregos será na ordem de 27.503, incluindo empregos diretos,
indiretos e via efeito-renda.

− A análise do projeto mostrou que o mesmo contempla, de forma adequada, a utilização das
melhores opções tecnológicas e ambientais para a implantação de eucalipto na região de
Timon, no Maranhão.

− A implantação do projeto, de acordo com o previsto nos documentos analisados e nos


estudos ambientais conduzidos de acordo com o Termo de Referência exigido pela
SEMA/MA, trará uma série de impactos negativos e positivos à região prevista para sua
localização.

9.2 – Quanto ao Ambiente

− Considerando a situação atual de uso e ocupação de solo, o nível atual de degradação e


pressão sobre o meio físico e biológico e as formas de manejo adotadas na região, o
projeto, considerando as medidas e programas propostos, representa uma evolução em
relação ao uso e conservação do solo e ao manejo adequado dos recursos naturais. .
9 – Conclusão

− O planejamento do uso do solo, a ser efetuado através do Plano Integrado de Manejo


Ambiental (PLIMA), aliado ao manejo adequado do solo e controle de processos erosivos,
terão efeito preventivo e minimizador dos impactos sobre as águas, bem como o
monitoramento da qualidade hídrica da área diretamente afetada;

− Os impactos causados no meio físico, principalmente sobre o solo/subsolo, e que se


relacionam com a qualidade da água, deverão ser adequadamente equacionados mediante
a implementação das medidas previstas para conservação de solos, do uso adequado de
insumos e do monitoramento da qualidade dos recursos hídricos (Programa de Controle e
Monitoramento de Processos Erosivos, Programa de Monitoramento das Águas Superficiais
(Hydrus), Programa de Monitoramento de Microbacia Hidrográfica Florestada e Programa
de Gerenciamento de Efluentes e de Resíduos Sólidos).

− As medidas de monitoramento de qualidade da água são fundamentais para sinalizar


impactos decorrentes do uso, transporte, armazenamento e manuseio de produtos
químicos, uma vez que sempre existe o risco de acidentes com tais produtos, podendo
gerar impactos expressivos.

− Os impactos sobre a flora e fauna, associados principalmente à retirada da vegetação,


embora de grande magnitude, serão mitigados com a implementação do Plano Integrado de
Manejo Ambiental (PLIMA), através do zoneamento das propriedades, do estabelecimento
de corredores de fauna e manutenção de áreas de reserva legal e recuperação das áreas
de preservação permanente. Adicionalmente, estão previstas atividades de revegetação das
superfícies expostas (Programa de Recuperação Vegetal), bem como a compensação pela
aplicação da medida compensatória prevista pelo CONAMA.

− Conforme demonstra a situação socioeconômico da região, as atividades produtivas não


são estruturadas e possuem baixa rentabilidade. Da mesma forma, destaca-se a carência
de empregos formais. Nesse sentido, o diferencial do projeto é a geração de empregos
diretos e indiretos, cujo efeito multiplicador resultará em um processo de dinamização da
economia regional, com aumento da renda e, consequentemente, ampliação dos serviços e
arrecadação, com sensível melhoria de qualidade de vida da população.

− Com a implantação dos plantios florestais, serão difundidas tecnologias de produção


florestal através de programa de capacitação da mão-de-obra, e ainda técnicas de manejo
do solo e de produção, inclusive nas áreas de fomento, com incremento da produtividade. O
programa de parceria florestal poderá se estender às áreas de assentamento, até mesmo
contribuir para a melhoria dos resultados da agricultura familiar.

− Considerando a natureza das operações florestais, especialmente nas operações de


colheita, existe a possibilidade de aumento do risco de acidentes de trabalho. Nesse
aspecto, a empresa deverá implementar os programas: Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO), Segurança no Trabalho e Programa de Qualificação de Mão-de-
Obra Local propiciando treinamento e capacitação aos funcionários, além de atender as
normas de segurança.

− A melhoria da infraestrutura na região, principalmente no que diz respeito à manutenção de


estradas, contribuirá para melhorar a qualidade de vida da população local, facilitando
acessos para a população e o escoamento de produtos.

− A pesquisa de percepção do projeto florestal demonstrou que a população tem interesse em


sediar a futura indústria. Apontaram a geração de empregos como ponto positivo, haja vista
os níveis de desemprego que se observa nos municípios da região. Por outro lado, existe a
9.2 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda
9 – Conclusão

preocupação em relação às questões ambientais, êxodo rural, restrição do uso dos recursos
naturais para extrativismo e muita expectativa em relação a retirada dos moradores das
fazendas a serem compradas. Para minimizar esse impacto é importante a implementação
do programa de comunicação, através do qual a empresa poderá informar e prestar
esclarecimentos à comunidade, inclusive sobre suas ações e programas de proteção e
monitoramento, além de atender todos os requisitos legais no que se refere a áreas de
preservação e regularização fundiária das terras a serem adquiridas. O Programa de Apoio
à População Afetada também será implantado com o intuito de minimizar os impactos
culturais e o modo de vida das populações tradicionais.

− A implementação de um Programa de Educação Ambiental e Cultural trará benefícios ao


difundir formas de lidar com as questões ambientais, sobretudo sob enfoque preventivo.

− O projeto tornar-se-á equilibrado no ambiente no qual está inserido, na medida em que


forem implantadas as medidas e programas propostos, inclusive com reflexos positivos na
região. Nesse sentido, o projeto deverá ser implantado com a adoção das medidas
indicadas e programas propostos, os quais deverão ser desenvolvidos e executados através
de um sistema de gerenciamento ambiental adequado.

2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda 9.3


10 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
10 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto florestal ora analisado trará à região impactos positivos e negativos, sendo que,
segundo o balanço, os impactos positivos serão superiores aos negativos. Assim, deverá ser
criada uma nova perspectiva para a região, melhorando as condições de vida da população
influenciada pelo projeto.

O Maranhão é um Estado que apresenta dificuldades na dinâmica de sua economia,


capacitação de mão-de-obra, educação, estrutura fundiária, saneamento, o que resulta num
baixo valor do PIB estadual em relação ao restante do País. Essa situação é muito dependente
do planejamento de políticas públicas efetivas, tanto no âmbito do poder estadual, como
federal. Porém, com a implantação do projeto e a compatibilização de seus programas com
ações públicas que minimizem os pontos fracos apontados e maximizem as potencialidades, a
qualidade de vida da população deverá melhorar.

Além disso, o projeto trará ao Estado desenvolvimento tanto de ordem produtiva, como
tecnológica, atendendo ainda todas as normas de proteção e conservação do meio ambiente.
Outros fatores deverão receber atenção especial, pois trarão à tona confrontações de
interesses como, por exemplo, entre as produções agropecuárias, extrativistas e a produção
silvicultural. A questão fundiária no Estado é outro item que deve receber especial atenção,
pois a grande disponibilidade de terras, confronta com problemas de legalização das mesmas.

O poder público, em conjunto com a Suzano e em parceria com a sociedade civil organizada,
deverá, de forma articulada e institucionalizada, promover o fortalecimento do modo de vida do
produtor rural, criando condições adequadas para o uso sustentável da terra, da floresta e dos
recursos naturais, para o aumento da produtividade do solo e do uso racional dos produtos da
floresta, sem comprometer a vida das comunidades, dos recursos hídricos, da fauna e flora da
região.

A elaboração do estudo de impacto ambiental atende aos princípios que norteiam o direito do
ambiente, sobretudo o princípio da prevenção (monitoramento dos recursos hídricos, fauna,
flora, prevenção de processos erosivos, entre outras); os princípios democráticos, (Programa
de Educação Ambiental, bem como a discussão do projeto florestal em audiências públicas; e o
princípio do Desenvolvimento Sustentável, com a busca de ações que atuem integrando a
exploração racional e a conservação dos recursos, com melhor resposta social.

Nesse contexto, a conclusão da equipe multidisciplinar responsável pela elaboração desse


estudo ambiental é a de que, havendo consonância com as políticas públicas atualmente
vigentes e a serem implementadas, o cumprimento dos aspectos legais relacionados às
atividades propostas no projeto, a implantação dos programas voltados à minimização e
compensação dos impactos ambientais e a aplicação do monitoramento desses programas
através dos órgãos ambientais, em conjunto com as organizações da sociedade civil, esse
projeto possui viabilidade ambiental e poderá ser licenciado pela SEMA, de acordo com as
condicionantes propostas.
10 – Consideraçõess Finais

Finalmente, e conforme objetivos definidos no Termo de Referência aprovado pela Secretaria


de Meio Ambiente como forma de instrumentalizar o processo de licenciamento do Projeto
Florestal de Plantio de Eucalipto no Maranhão, as atividades desenvolvidas neste Estudo de
Impacto Ambiental permitem sugerir que os procedimentos de licenciamento em novas áreas,
dentro da área de influencia indireta, conforme especificado, poderão ser realizados através de
estudos complementares - (Relatório Ambiental Simplificado (RAS) / Plano de Controle
Ambiental (PCA) - e condicionados à realização e implantação do zoneamento ambiental
conforme proposto no PLIMA.

10.2 2010 © STCP Engenharia de Projetos Ltda


ANEXOS
ANEXO 2.01 – CURRICULOS RESUMIDOS
DA EQUIPE TÉCNICA
Anexo 2.01 - Currículos Resumidos

FUNÇÃO NO PROJETO: COORDENADOR GERAL

Nome: JOÉSIO DEOCLÉCIO PIERIN SIQUEIRA.


Nascimento: 1948

Classificação Profissional
•Sênior IV, Especialista em Meio Ambiente, Políticas Públicas Relacionadas a Meio Ambiente,
Inventário Florestal e Manejo de Florestas Tropicais.

Formação
•1972, Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná, Brasil
•1976, M.Sc. em Manejo Florestal, Universidade Federal do Paraná, Brasil
•1977 Engenharia de Segurança, Universidade Federal do Paraná, Brasil
•1979, Especialização em administração pública, Universidade de São Paulo, Brasil
•2002, Doutor em economia e política florestal, Universidade Federal do Paraná, Brasil

Resumo das Qualificações


•Mais de 25 anos de experiência na coordenação e elaboração de projetos, relacionados ao
meio ambiente, (EIA/RIMA e auditoria ambiental), manejo florestal (florestas nativas e
plantadas), planos de manejo em Unidades de Conservação, além de participar de
inúmeras consultas relacionadas a legislação ambiental e florestal, políticas públicas e
programas setoriais. Tem atuado intensivamente em projetos ambientais na Amazônia
brasileira e em países vizinhos (Equador, Peru, Bolívia e Colômbia). Atualmente é diretor
da STCP Engenharia de Projetos Ltda. e Professor Associado da UFPR.

FUNÇÃO NO PROJETO: SUPERVISÃO

Nome: ANA CLAUDIA ZAMPIER.


Nascimento: 22 de maio 1969

Classificação Profissional
•Sênior I, Especialista em Estudos de Impacto Ambiental e processos de licenciamento.

Formação
•2001, M.Sc. em Ciências Florestais, Universidade Federal do Paraná, Brasil
•1991, Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná, Brasil

Resumo das Qualificações


•9 anos de experiência em Estudos de Impacto Ambiental e processos de licenciamento.
•Coordenação de projetos ambientais em vários Estados do Brasil.
•Conhecimentos da realidade amazônica.
•Elaboração de Planos de manejo em UC´s – coordenação de Avaliação Ecológica Rápida
AER, diagnóstico, estruturação, planejamento, zoneamento, planos e programas ambientais.
•Realização de diagnóstico socioambiental.
•Realização de Projetos de Desenvolvimento Sustentável.
•.

FUNÇÃO NO PROJETO: COORDENADOR TÉCNICO

Nome: RAMON GOMES.


Nascimento: 1979

Classificação Profissional
•Sênior I, Coordenação e supervisão de projetos e estudos em gestão ambiental.

Formação
Engenharia Ambiental, Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, 2002

Resumo das Qualificações


Apoio na elaboração de auditorias ambientais de empreendimentos florestais, indústrias e
exploração mineral. Apoio na gestão ambiental de empresas florestais.
FUNÇÃO NO PROJETO: COORDENAÇAÕ MEIO FÍSICO

Nome: MICHELA ROSSANE CAVILHA.


Nascimento: 1978

Classificação Profissional
Consultora Júnior II. Atuando em projetos relacionados planejamento ambiental de unidades
de conservação, zoneamento, Estudos de Impacto Ambiental.

Formação
•2003, PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU EM ANÁLISE AMBIENTAL, UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PARANÁ, BRASIL
•2001, GEOGRAFIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, BRASIL
Resumo das Qualificações
Experiência nas áreas de planejamento ambiental de unidades de conservação,
diagnóstico ambiental do meio físico e zoneamento.

FUNÇÃO NO PROJETO: COORDENAÇAÕ MEIO BIÓTICO

Nome: PIETER MAURITS VAN DER MEER.


Nascimento: 04 de dezembro de 1981

Classificação Profissional
•Consultor Júnior I. Execução de estudos e levantamentos ambientais e de fauna, para planos
de manejo em unidades de conservação e relatórios de impacto ambiental. Projetos de
demarcação de imóveis rurais e unidades de conservação.

Formação

•2004, Ciências Biológicas, Centro Universitário Positivo – UnicenP, Paraná – Brasil;

1998, Técnico em Agropecuária, Instituto Cristão de Castro, Paraná – Brasil

Resumo das Qualificações


 Participação na elaboração de mais de 10 planos de manejo de Unidades de
Conservação;
 Estudos de Impacto Ambiental e levantamento de passivos ambientais;
 Experiência de 4 anos na área planejamento de unidades de conservação,
levantamento de passivos ambientais, estudos de impactos ambientais e levantamentos
socioeconômicos e de meio biótico, em estudos ambientais;
 Execução de projetos e estudos de georreferenciamento e demarcação de imóveis
rurais e Unidades de Conservação;
 Coordenação de trabalhos de campo, em levantamentos socioambientais e atividades
de georreferenciamento.
 .

FUNÇÃO NO PROJETO: SUPERVISÃO SOCIOECONOMIA

Nome: CLAUDIA PEREIRA DA SILVA SAMPAIO.


Nascimento: 23 de setembro de 1967

Classificação Profissional
•Sênior I, Especialista em diagnóstico socioeconômico.

Formação
 2004, Doutora em Planejamento e Desenvolvimento Sustentável, Universidade Estadual de
Campinas - FEAGRI
 1994, Mestrado em Ciências – Desenvolvimento Econômico, Universidad Austral de Chile -
Escuela de Graduados de la Facultad de Ciencias Agrárias.
 1989, Engenharia Agronômica, Universidade Federal do Paraná.

Resumo das Qualificações


 Conhecimentos adequados sobre Planejamento e Desenvolvimento Sustentável;
 Conhecimentos adequados sobre Desenvolvimento Econômico;
 Coordenadora de programas pesquisa sócio - econômica em áreas rurais de
Guaraqueçaba, PR.
FUNÇÃO NO PROJETO: COORDENAÇÃO SOCIOECONOMIA

Nome: Sílvia Mári Azuma


Nascimento: 24 de novembro de 1980

Classificação Profissional
•Consultora Júnior II. consultora em estudos ambientais de diferentes segmentos
Formação
Curso superior de Tecnologia em Química Ambiental (junho de 2003)
Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná - CEFET/PR
Pós-Graduada em Gestão Ambiental na FAE
Resumo das Qualificações
Gestão e gerenciamento ambiental
Licenciamento ambiental
Processos de averbação de reserva legal e autorização de supressão da vegetação

FUNÇÃO NO PROJETO: COORDENAÇÃO GEOPROCESSAMENTO

Nome: JULIANA BOSCHIROLI LAMANNA PUGA


Nascimento: 15 de dezembro de 1972

Classificação Profissional
•Consultora Júnior III. consultora em estudos ambientais de diferentes segmentos
Formação
1996, Engenharia Cartográfica, Universidade Federal do Paraná, Brasil
1997/99, Curso de Especialização em Geoprocessamento, Universidade Federal do Paraná,
Brasil (carga horária cumprida)
Resumo das Qualificações
•Experiência de 11 anos atuando na coordenação, elaboração, execução, implantação e
treinamento em SIG.
Experiência técnica em levantamentos topográficos/geodésicos, credenciado junto INCRA,
em conformidade a Lei 10.267/01 e o Decreto 4.449/02

FUNÇÃO NO PROJETO: TÉCNICO DE GEOPROCESSAMENTO


Nome: ALISSON FRANCIS BERNARDI
Nascimento: 16 de junho de 1982

Classificação Profissional
•Técnico II técnico em geoprocessamento
Formação
2009 Bacharel em Direito
Resumo das Qualificações
•10 anos de experiência em desenvolvimento de projetos relacionados à cartografia,
mapeamento e geoprocessamento;
•Auxiliando no planejamento e execução das tarefas relacionadas a área de cartografia e
geoprocessamento.

CONSULTORES EXTERNOS

Nome: Arkley Marques Bandeira


Classificação Profissional
•Consultor autônomo
Formação
 2008, DOUTORANDO. ARQUEOLOGIA, MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA.
 2008, Master´s in Arqueologia, Universidade de São Paulo, USP – Brasil.

 2003, Graduação em.Arqueologia, Universidade Estadual do Maranhão, UFMA – Brasil.

Resumo das Qualificações


 Atua nas áreas de Arqueologia, História e Museologia.

Nome: Bruna de Freitas Iwata


Classificação Profissional
•Consultor autônomo - Arqueologia
Formação
2009 Mestrado em Agronomia. Universidade Federal do Piauí, UFPI, Teresina,
Brasil
2008 Especialização em GERENCIAMENTO DE RECURSOS AMBIENTAIS.
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí, IFPI, Teresina, Brasil

2006 Graduação em MEDICINA VETERINÁRIA. Universidade Federal do


Piauí, UFPI, Teresina, Brasil

2005 - 2007 Graduação em GESTÃO AMBIENTAL. Instituto Federal de Educação, Ciência


e Tecnologia do Piauí, IFPI, Teresina, Brasil

Resumo das Qualificações


Atua nas áreas de PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL,
ELABORAÇÃO DE ESTUDOS AMBIENTAIS (PLANO DE
CONTROLE AMBIENTAL, ESTUDO DE IMPACTO
AMBIENTAL/RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL,
RELATÓRIO AMBIENTAL SIMPLIFICADO, RELATÓRIO
AMBIENTAL PRELIMINAR, PLANO DE RCUPERAÇÃO DE
ÁREAS DEGRADADAS, PLANO DE MANEJO FLORESTAL),
ACOMPANHAMENTO PROCESSUAL.

Nome: Bruna de Freitas Iwata


Classificação Profissional
•Consultor autônomo – Recursos hídricos
Formação
2009 Mestrado em Agronomia. Universidade Federal do Piauí, UFPI, Teresina,
Brasil

2008 Especialização em GERENCIAMENTO DE RECURSOS AMBIENTAIS.


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí, IFPI, Teresina, Brasil

2006 Graduação em MEDICINA VETERINÁRIA. Universidade Federal do


Piauí, UFPI, Teresina, Brasil

2005 - 2007 Graduação em GESTÃO AMBIENTAL. Instituto Federal de Educação, Ciência


e Tecnologia do Piauí, IFPI, Teresina, Brasil

Resumo das Qualificações


Atua nas áreas de PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL,
ELABORAÇÃO DE ESTUDOS AMBIENTAIS (PLANO DE
CONTROLE AMBIENTAL, ESTUDO DE IMPACTO
AMBIENTAL/RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL,
RELATÓRIO AMBIENTAL SIMPLIFICADO, RELATÓRIO
AMBIENTAL PRELIMINAR, PLANO DE RCUPERAÇÃO DE
ÁREAS DEGRADADAS, PLANO DE MANEJO FLORESTAL),
ACOMPANHAMENTO PROCESSUAL.
Nome: Conceição de Maria Marques de Oliveira
Classificação Profissional
•Consultor autônomo – Oficinas Sócio-economia
Formação
 DOUTORANDA DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS E
SANEAMENTO AMBIENTAL NO IPH / UFRGS.
 1996, Mestrado em Agronomia (Irrigação e Drenagem), Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, UNESP – Brasil.

 1990, Graduação em Agronomia, Universidade Estadual do Maranhão, UEMA – Brasil.

Resumo das Qualificações


 Atua nas áreas de: Agronomia, Engenharia de Água e Solo e Engenharia Hidráulica.
 Especialista em: irrigação e Drenagem e Hidrologia.

Nome: Daniel Silva da Luz

Classificação Profissional
•Consultor autônomo – Geologia e Geomorfologia
Formação
 Geólogo, - Universidade Federal da Bahia, 1975

 Especialização em Gestão de Recursos Hídricos e Meio Ambiente – UEMA/2003
Resumo das Qualificações
Mapeamento Geológico, Prospecção Mineral; Geologia-Geoquímica Exploratória e Ambiental;
Tecnologia de Rochas; Gestão em Recursos Hídricos e Ambiental; Análise e Interpretação de
Imagens obtidas por Sensoriamento

Nome: Marcela Guimarães de Moreira Lima


Classificação Profissional
•Consultor autônomo – Mastofauna
Formação
 2009, MESTRADO EM ZOOLOGIA, MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI, MPEG –
BRASIL.
 2002, Graduação em andamento em Administração – Integral, Universidade Federal do
Piauí, UFPI – Brasil.

 2007, Bacharel em Ciências Biológicas, Universidade Federal do Piauí, UFPI – Brasil.

Resumo das Qualificações


 Atua em linhas de pesquisa como: Filogeografia de Mamíferos, Ecologia de Mamíferos,
Biogeografia de Mamíferos e Levantamento e Monitoramento de Mamíferos de Médio e
Grande Porte.
Nome: Marcos Pérsio Dantas Santos
Classificação Profissional
•Consultor autônomo – Avifauna
Formação
 2005, DOUTORADO EM ZOOLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, UFPA –
BRASIL.
 2001, Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, UFPA – Brasil.

 1998, Graduação em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, Universidade Federal


do Piauí, UFPI – Brasil.

Resumo das Qualificações


 Atua em linhas de pesquisa como: Ecologia, Conservação de Ecossistemas,
Biogeografia, Ornitologia e Aves.

Nome: Murilo Sérgio Drummond


Classificação Profissional
•Consultor autônomo – Meliponofauna
Formação
 1999, DOUTORADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (BIOLOGIA GENÉTICA),
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, USP - BRASIL.
 1986, Mestrado em Ciências Biológicas (Zoologia), Universidade de São Paulo, USP –
Brasil.

 1982, Ciências Biológicas, Universidade Federal de Viçosa, UFV – Brasil. .

Resumo das Qualificações


 Especialista em Evolução da Sociabilidade, em Modelos Matemáticos Aplicados à
Ecologia e Genética e em Biologia da Conservação.
 .

Nome: Nivaldo Magalhães Piorski


Classificação Profissional
•Consultor autônomo – Ictiofauna
Formação
 2006, DOUTORADO EM GENÉTICA E EVOLUÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL DE
SÃO CARLOS, UFSCAR, SÃO CARLOS – BRASIL.
 1997, Mestrado em Ciências Biológicas (Zoologia), Universidade Estadual Paulista Júlio
de Mesquita Filho, UNESP, São Paulo – Brasil.

 1991, Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal do Maranhão, UFMA,


São Luis – Brasil.

Resumo das Qualificações


Realiza pesquisas nas áreas de:Alimentação, Ecologia e Ecomorfologia de Peixes,
Filogeografia, Genética da Conservação, Morfometria Multivariada e Sistemática de
Peixes.

Nome: José Raimundo Natividade Ferreira Gama


Classificação Profissional
•Consultor autônomo – Pedologia
Formação
 1995, Doutorado em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas), Universidade de São
Paulo, USP, São Paulo – Brasil.
 1986, Mestrado em Agronomia (Ciências do Solo), Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro, UFRRJ, Itaguai – Brasil.

 1989, Especialização em Andossois do Japão, National Institute Agro Environmental


Scicences Tsukuba, NIAES – Japão.

 1969, Graduação em Agronomia, Universidade Rural da Amazônia, UFRA, Belém –


Brasil.

Resumo das Qualificações


 Realiza pesquisas nas áreas de: Nutrição de Plantas, Solos e Ciência do Solo.
 Atua em áreas como: Manejo e Conservação do Solo; Ciência do Solo; Gênese,
Morfologia e Classificação dos Solos e Fertilidade do Solo e Adubação.

Nome: Rigoberto Sousa Albino


Classificação Profissional
•Consultor autônomo – Flora (Fitossociologia)
Formação
 2002, MESTRADO EM ANDAMENTO EM PÓS-GRADUAÇÃO EM
DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ,
UFPI - BRASIL.
 2002, Especialização em Ciências Ambientais, Universidade Federal do Piauí, UFPI –
Brasil.

 1997, Ciências Biológicas, Universidade Federal do Piauí, UFPI – Brasil.


Resumo das Qualificações
Especialista em Botânica

Nome: Roseli Farias de Melo Barros


Classificação Profissional
•Consultor autônomo – Flora
Formação
 2002, Doutorado em Programa de Pós-graduação em Botânica, Universidade Federal
Rural de Pernambuco, UFRPE – Brasil
 1992, Mestrado em Botânica, Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE –
Brasil.

 1988, Especialização em Ecossistemática Vegetal, Universidade Federal de


Pernambuco, UFPE – Brasil.

 1987, Bacharel em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco, UFPE –


Brasil.

 1985, Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco,


UFPE – Brasil.

Resumo das Qualificações


 Especialista em Etnobotânica, em Taxonomia da Tribo Vernonieae Asteraceae, em
Fitoquímica de Plantas Medicinais e em Botânica Aplicada.

Nome: Yuri Claudio Cordeiro de Lima


Classificação Profissional
•Consultor autônomo – Herpetofauna
Formação
 2008, MESTRANDO EM DESENVOLVIEMTNO E MEIO AMBIENTE, UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PIAUÍ, UFPI - BRASIL.
 2007, Especialização em andamento em Gerenciamento de Recursos Ambientais,
Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí – Brasil.

 2007, Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal do Piauí, UFPI – Brasil.

Resumo das Qualificações


 Atua em áreas como: Manejo de Fauna em Cativeiro, Biodiversidade e Meio Ambiente.
 Especialista em: Ecologia e História Natural de Répteis e Anfíbios e Gerenciamento de
Recursos Ambientais.
ANEXO 4.01 – LISTA DE PRESENÇA DAS OFICINAS
REALIZADAS NOS 19 MUNICÍPIOS

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