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Associação entra discinesia escapular e dor no ombro de

praticantes de natação
Elis Passos Santana, Bruno César Ferreira, Gabriel Ribeiro
05/05/2009

Apresentação de slides:

1- Escápula

IMAGEM

2- Apresentação da articulação escapulotorácica fisiológica e da


articulação glenoumeral
Articulação do ombro (glenoumeral) : articulação sinovial do tipo
esferóidea que permite grande amplitude de movimento:
entretanto, sua mobilidade torna a articulação relativamente
instável.
Articulação escapulotorácica fisiológica: apesar de não constituir
uma articulação propriamente dita, a escápula é capaz de
considerável movimento sobre a parede torácica, proporcionando
a base a partir da qual opera o membro superior.

IMAGENS

3- Ritmo escapuloumeral
Ao testar a amplitude de movimento do cíngulo do membro
superior, deve-se considerar os movimentos escapulotorácicos e
glenoumerais. Embora os 30 graus iniciais de abdução possam ser
realizados sem movimento da escápula, no movimento geral de
elevar completamente o braço, o movimento ocorre em uma razão
de 2:1. Para cada 3 graus de elevação, aproximadamente 2 graus
ocorrem na articulação do ombro e 1 grau na articulação
escapulotorácica fisiológica. Isso é conhecido como ritmo
escapuloumeral.

4- Resumo
Qualquer desequilíbrio presente entre as estruturas responsáveis
pela estabilidade original da escápula originará uma condiçaõ
denominada discinesia escapular, a qual comumente é
acompanhada de dor no ombro. Esse estudo tem o objetivo de
verificar se há associação entre a discinesia escapular e a dor no
ombro de praticantes de natação.

5- Introdução
A estabilidade da escápula é conferida pelos músculos escapulares
que a fixam ao tórax, posicionando adequadamente a cavidade
glenoide em relação ao úmero e proporcianando uma base estável
para o manguito rotador. A mobilidade da articulação glenoumeral
deve estar em sitonia com a mobilidade escapulotorácica para
uma adequada amplitude de movimento e equilíbrio na atividade
muscular.
Uma alteração do posicionamento e mobilidade normal da
escáupula em relão a caixa torácica é considerada discinesia
escapular.

6- Sistema de avaliação da discinesia escapular


Tipo 1: apenas o ângulo inferior da escápula encontra-se
proeminente, e durante o movimento o acrômio inclina-se
anteriormente e o ângulo inferior inclina-se dorsalmente.
Tipo 2: a borda medial da escápula é proeminente no repouso, e
durante o movimento há uma inclinação dorsal dessa mensma
borda.
Tipo 3: a borda superior da escápula permanece elevada no
repouso e a escápula pode estar deslocada anteriormente; durante
o movimento não é observada a inclinação dorsal da borda medial
da escápula.
Tipo 4: posição simétrica, em que não se observam excessiva
mobilidade e proeminencia escapular.
Os tipos 1 e 2 estão geralmente associados a patologias labrais e o
tipo 3 é mais frequente em condições como impacto e lesões no
manguito rotador.

IMAGENS

6- A alteração do ritmoescapuloumeral que segue a fadiga


muscular vem sendo apontada como a mais provável causa de dor
no ombro em indivíduos que utilizam o membro superior em
atividades repetitivas. O atleta de natação possui diversos fatores
predisponentes de dor no ombro e a presença de dor pode
interferir no seu desempenho.

7- Hipótese do artigo
A discinesia escapular é um achado frequente nos nadadores,
assim como a queixa de dor no ombro, o que demonstra uma
possível associação entre essas manifestações.

8- Métodos de estudo
Foi utilizada uma amostra de 36 praticantes de natação do sexo
masculino entre 18 e 36 anos com mais de um ano de prática
esportiva sem histórico de problemas nos ombros.
Esses praticantes foram filmadosrealizando a abdução simultanea
dos braços para a análise do movimento escapular, responderam a
questionários elaborados pelos pesquisadores e passaram por
exames físicos.

9- Procedimentos
Slide Lateral Scapular Test – mensuração da distância entre o
ângulo inferior da escápula até o processo espinhoso
correspondente, como ombro a 0, 45 e 90 graus de abdução com o
indivíduo em ortostatismo. Se essa medida fosse maior que 15mm
era sugestiva de discinesia escapular.
Filmagem do participante em ortostatismo, de costas para a
câmera, realizando movimento ativo livre de abdução dos braços
até aproximandamente 150 graus, por cinco vezes. Nesse teste
são observados o ângulo inferomedial, a borda medial, o ângulo
superomedial e a borda superior da escápula

VÍDEO
10- Resultados
A maioria dos indivíduos apresentou história de dor no ombro, com
predileção pelo ombro direito. A localização exata da dor situou-se
com maior frequência no processo coracóide, seguida da região
lateral(subacromial), região posterior, região anterior, região
superior(articulação acromioclavicular) e tendão bicipital.
A filmagem constatou que a maioria dos nadadores apresentou
algum tipo de assimetria em algum dos dois ombros.
80% dos indivíduos com positividade para a discinesia escapular
no slide lateral scapular test apresentou dor no ombro.
93% dos participantes que relataram utilizar os membros
superiores exaustivamente em sua ocupação apresentaram dor no
ombro.
Os praticantes de natação com história de dor no ombro tinham
mais tempo de prática esportiva do que aqueles que não relataram
dor.

TABELA 1 DO ARTIGO

10- Discussão
Não foi verificada relação estatisticamente significante entre a dor
no ombro e a discinesia escapular.
A literatura relata que alteraçõoes na posiçaõ e mobilidades
escapular ocorrem em 68% de 100% de indivíduos com lesões no
ombro.
A produção de força e o correto tempo de ativação muscular são
fatores essenciais no funcionamento ótimo dos músculos
estabilizadores da escápula.
Um estudo sugeriu que o serrátil anterior é responsável pela
mobilidade da escápula, enquanto os outros músculos trabalham
para mantê-la estabilizada, e essa estabilização permance durante
a elevação do braço ao realizar a protração e a rotação para cima.
Uma disfunçaõ primária do serrátil anterior poderia ocasionar dor e
discinesia escapular.
Outro estudo, este com praticantes de natação, observou que
alguns competidores apresentam diminuição da atividade do
trapézio superior durante a atividade esportiva. Esse desequilíbrio
na musculatura escapulotorácica vai se configurar numa
incoordenação na rotação escapular sobre a caixa torácica.
Uma pesquisa comprova que existe um incremento no controle
neuromuscular do ombro dominante em relação ao não dominante
em atlatas que utilizam o ombro em posições elevadas. A
frequencia elevada de dor no ombro dominante sugere que o uso
excessivo predispõe a fadiga precoce, alterando o padrão de
ativação muscular, culminando em uma disfunção escapular
associada a dor.
A dor musculoesquelética geralmente é originária do
encurtamento prolongado dos grupos musculares, cujo padrão
normal de ativação é alterado.
Ainda não está estabelecido se a disfunção escapulotorácica,
aumentando o risco de impacto, promove o aparecimento da dor
ou se condições dolorosas propiciam a inibição dos músculos
escapulotorácicos.
Os atletas tendem a desenvolver adaptações cronicas para
melhorar seu desempenho durante a prática esportiva. O atleta de
natação, ao utilizar os membros superiores como 90% de sua força
propulsiva, possui grande probabilidade de apresentar fadiga
muscular. Esta constitui um fator de limitação para a prática
esportiva, podendo originar uma desorganização do padrão de
ativação muscular e consequente dor no ombro. Faz- se necessário
que o ritmo escapuloumeral seja mantido em perfeito equilíbrio
para que seja alcançado melhor desempenho.

11- Conclusão
Os achados evidenciaram altos índices de discinesia escapular
entre praticantes de natação, demonstrados através da frequente
presença de desequilíbrio entre as forças que mantem o
posicionamento da cintura escapular.

Fontes:
Keith L. Moore, Arthur F. Dalley; Anatomia orientada para a clínica;
quinta edição
José Geraldo Dângelo, Carlo Américo Fattini; Anatomia humana
sistêmica e segmentar: para o estudante de medicina; segunda
edição

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