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IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA O CRESCIMENTO DAS EMPRESAS

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO PARA O CRESCIMENTO
DAS EMPRESAS

Maraísa Angélica D. Ferreira *


Marcos Euclides Silva*
Reginaldo Souza*
Vanessa Rigueiro*
Isabella Tamine Parra Miranda**
Resumo: O presente artigo tem por objetivo realizar um
estudo a respeito da importância das empresas em faze-
rem um planejamento estratégico, para que as mesmas
mantenham-se no mercado e conseqüentemente adqui-
ram estabilidade. Nos países de primeiro mundo tem-se o
hábito de planejar estrategicamente desde o nascimento
de uma empresa, ao contrário do Brasil que até pouco
tempo desconhecia essa nova ferramenta de gestão ad-
ministrativa, que planeja e decide a respeito do futuro das
ações e atividades empresariais. Hoje se discute muito
essa importância nos bancos acadêmicos que reflete nas
administrações das empresas com a formação desses
novos administradores.

Palavras–Chave: Planejamento Estratégico. Visão. Inova-


ção. Futuro.

THE IMPORTANCE OF THE STRATEGICAL PLANNING FOR


THE GROWTH OF THE COMPANIES

Abstract: The present article has for objective to carry


through a study regarding the importance of the companies
in making a strategical planning, so that the same ones
are remained in the market and consequently they acquire
stability. In the countries of first world the habit is had to
plan strategically since the birth of a company, in contrast
of Brazil that until little time was unaware of this new tool
of administrative management, that plans and decides * Acadêmicos de Graduação em Admi

regarding the future of the actions and enterprise activities. nistração - Faculdade Maringá.
Today if I argued very this importance in the academic
banks that it reflects in the administrations of the ** Professora da Disciplina de Gati

companies with the formation of these new administrators. (Gestão de Atividades Interdisciplina-
res) – Faculdade Maringá. e-mail:
Keywords: Strategical planning. Vision. Innovation. Future. isamiranda@faculdadesmaringa.br

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INTRODUÇÃO deparam diariamente, são também oportu-
nidades para desenvolver soluções e abrir
novos mercados para seus produtos. O que
Segundo a pesquisa divulgada pelo SEBRAE eles fizeram, então? Eles planejaram estra-
(2004) entre 70% e 80% das empresas no tegicamente o futuro de sua empresa. Por
Brasil, fecham as portas antes de completa- sua vez o futuro de uma empresa será os
rem dois anos de vida. Os motivos são vários resultados das ações que estão sendo reali-
e os empresários se justificam dizendo que foi zadas agora. Assim, o desenvolvimento de
por causa da alta carga tributária ou por que um planejamento estratégico lançará as ba-
a economia está ruim ou ainda a falta de apoio ses para a construção de um futuro promis-
do governo. Pode-se encarar a situação por sor e a geração de um mercado mais profis-
outra ótica: a falta de planejamento. sional e preparado para as constantes mu-
danças que sempre ocorrerão. Portanto, a
Corriqueiramente, as micro e pequenas em- importância do planejamento no universo ad-
presas não fazem um planejamento antes de ministrativo está relacionada diretamente ao
iniciar o negócio, muito menos onde se quer futuro de qualquer organização, mas um
chegar com o empreendimento. Geralmente planejamento estratégico é sempre eficien-
acontece assim: tem-se a idéia, abre-se a em- te? Desde que não seja utópico será. Os
presa e espera-se o cliente entrar. Só visa-se o objetivos traçados deverão ser ousados, mas
“lucro”. É investido quase todo o capital próprio alcançáveis, segundo Rebouças (2001)” [...]
e ainda dinheiro de empréstimos numa visão os gestores deveriam entender que é pri-
sólida de crescimento. Logo depois, perde-se mordial as empresas obterem um
dinheiro, o negócio e adquire-se muita dívida. planejamento estratégico estruturado, pois
só assim poderiam delinear um futuro espe-
As empresas brasileiras tomam os seus ca-
rado para suas empresas e maneiras de al-
minhos sem muita noção do que fazer e o gran-
cançar ou se aproximar o mais possível des-
de diferencial entre o negócio bem sucedido e
se futuro desejado. Inclusive, se uma manei-
um à beira da falência, está em saber como
ra não deu certo, o gestor sabe como
se planejar para disputar o mercado e man-
direcionar para outra opção no momento
ter-se sobrevivente a ele.
certo e de forma adequada”.

Com relação às empresas no Brasil normal-


mente os recursos da pequena e média em-
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRA-
presa são limitados, por isso o planejamento
TÉGICO PARA O CRESCIMENTO DAS EMPRE-
é mais essencial ainda, pois ele auxilia essas
SAS NO BRASIL
empresas a utilizarem melhor suas capacida-
des e minimizar a perda de energia em
atividades que não dirigem para o caminho
È cada vez maior o número de empresas no correto. Mais somente será efetivo com a
Brasil que, diante da complexidade no cenário participação de toda a liderança e o compro-
empresarial e de tantas turbulências e incer- metimento de toda uma equipe. Empregados,
tezas, estão buscando ferramentas e técni- supervisores e a média gerência devem estar
cas para que as auxiliem no processo familiarizados com a administração estratégi-
gerencial. O Planejamento Estratégico é uma ca , essa apreciação ajuda-os a manter suas
dessas ferramentas. atividades de trabalho mais próximas da ad-
ministração da organização, aumentando
Muitas dessas empresas já perceberam que desse modo o desempenho no trabalho e as
os desafios e as ameaças com as quais se atividades tornan-se mais eficazes .

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A IMPLEMENTAÇÃO DO PLANEJAMENTO ES- trução de cenários futuros que estruturem as


TRATÉGICO incertezas que as mudanças estão provocan-
do nos negócios. Finalmente, o conceito atual
de negócios é aplicado perante os cenários
futuros objetivando verificar a necessidade de
Para a elaboração e a implementação se promoverem ajustes nas competências que
planejamento estratégico das empresas faz- mantenham a vantagem competitiva deseja-
se necessário que o gestor obtenha conheci- da. O Plano Estratégico em si consiste em
mentos teóricos necessário para melhorar sua objetivos e ações estruturados numa base
aplicação, isso é obtido como uma otimização temporal para implementar estes ajustes.
da base de sustentação no processo decisório.
Além da estruturação estratégica propriamen-
É preciso planejar, planejamento é algo que te dita, a realização de um trabalho deste tipo
todos concordam, muitos fazem, alguns fazem produz outras conseqüências positivas:
da mesma maneira e poucos fazem adequada-
mente. O planejamento nasce a partir dos gran- •Alinhamento dos participantes à estratégia
des objetivos que a organização quer atingir, da empresa, tanto por suas opiniões durante
demandando reavaliação constante e sólido tra- a fase de diagnóstico dos problemas quanto
balho em equipe. O objetivo maior do pela franqueza utilizada na discussão da visão
Planejamento Estratégico é desenvolver estra- de cada um a respeito da concepção atual do
tégias que guiarão a organização a obter um negócio da empresa.
melhor desempenho e, conseqüentemente, um
melhor resultado. Existe, portanto, um modelo •O esforço coletivo em discutir as divergênci-
ideal de planejamento estratégico? A resposta as existentes até a obtenção de uma conver-
é não. Na verdade existem vários modelos que gência de opinião, condição fundamental para
são altamente eficazes. O ponto da questão é a obtenção de uma visão estratégica compar-
a organização encontrar qual o modelo que tilhada pela liderança.
melhor se adapta a sua realidade.
A compreensão detalhada de como se estru-
O planejamento deve ter o seu início com o tura estrategicamente o negócio da empresa
levantamento de dados para conhecimento do favorece a construção de um processo
ambiente de atuação. Depois devem ser de- decisório mais rápido e alinhado aos interes-
terminados os objetivos e definidas as ações ses da empresa e de seus clientes.
a serem desenvolvidas. É necessário acompa-
nhamento e avaliação contínua por meio de Vejamos então as principais etapas da
um sistema de informações gerenciais eficaz, implementação de um plano estratégico:
uma estrutura de organização bem delineada
e aceita por todos, o que exige uma equipe
coesa, “todos falando a mesma língua”.
Diagnóstico Estratégico
Portanto, no início do trabalho compreende
uma fase de diagnóstico da aplicação destes De acordo com Cobra (1992), “[...] tudo co-
conceitos, ou seja, até que ponto a concep- meça como uma auto avaliação acerca do
ção do negócio da empresa está clara para negócio da organização em que o negócio está
seus líderes principais. Além disso, deve ficar e em qual deveria estar. É nesse ponto, por-
também evidente a vantagem competitiva que tanto, que tem início a primeira fase do
ela produz. Uma vez uniformizado este conhe- planejamento estratégico, que deve ter
cimento, passamos para uma fase de cons- enfoque no momento atual, bem como no pró-
ximo desafio, a fim de constituir na dimensão

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crítica para o sucesso permanente”. a compreensão da administração estratégica
torna-se cada vez mais essencial“.
O diagnóstico estratégico é o primeiro passo
do processo de planejamento e através dele
que a organização irá obter informações
norteamento o seu direcionamento estratégi- Oportunidades e Ameaças
co. O diagnóstico capta e mantem atualizado
o conhecimento da empresa em relação ao Uma das práticas importantes de um bom
ambiente e a si própria, visando identificar e planejamento dentro da análise externa, é a
monitorar as variáveis competitivas que lhes verificação dos aspectos do macro e do micro
afetam. É com base no diagnóstico estratégi- ambientes, deve-se partir para uma síntese,
co que a empresa irá se antecipar às mudan- visando identificar as principais oportunidades
ças e preparar-se para agir em seus ambien- e ameaças encontradas.
tes externos e internos.
As oportunidades são fatores do ambiente
geral que, se bem aproveitadas, podem for-
necer uma vantagem competitiva para a em-
Análise Externa presa. Como exemplo, podemos citar as fa-
lhas apresentadas pelo concorrente, que po-
Trata-se de uma análise das condições exter- dem ser aproveitadas pela empresa como uma
nas que rodeiam a empresa e que lhe impõem oportunidade para melhorar o seu produto e
desafios e oportunidades, como explica ganhar em diferencial.
Chiavenato (1993).
Para Kotler (2000), a chave de opor-
Mas o que pode determinar grande parte do tunidades se uma empresa repousa sobre a
seu sucesso de uma administração é a capa- questão de se pode fazer mais por essa opor-
cidade de adaptação às mudanças de ambi- tunidade que os concorrentes.
ente, antecipando-se aos seus concorrentes.O
gestor que sabe utilizar esses instrumentos Já as ameaças, por sua vez, são fatores que
de planejamento de forma coerente, adaptan- podem vir a perturbar o funcionamento da
do-os a essa realidade e às suas necessida- empresa, causando dificuldades para a sua
des, pode então obter uma excelente arma gestão e desempenho.A entrada de um novo
competitiva. Para utilizá-la eficazmente, é im- concorrente forte no mercado, a
portante que os gestores conheçam bem cada implementação de restrições tarifárias por
um dos elementos do planejamento e suas parte de um país importador dos produtos da
funções, assim como as mudanças que estão empresa, a diminuição da demanda, todos
ocorrendo no contexto competitivo, as quais esses são aspectos que podem ser definidos
estão influenciando na própria prática do como ameaças para a empresa. Entretanto,
planejamento e lançando alguns desafios para é importante ressaltar que o planejamento não
a sua gestão nas empresas. Assim conside- deve ser definido com base em todas as opor-
ra, entre os quais: o mercado nacional, regio- tunidades e ameaças identificadas. É neces-
nal e internacional; tecnologia; consumidores; sário que o gestor faça uma triagem das opor-
fornecedores; economia; socioeconômica; tunidades e ameaças mais relevantes em re-
cultura; aspectos políticos e concorrência. lação à sua empresa. Essa seleção deve
priorizar as oportunidades do ambiente que a
Segundo Peter Wright (2001) “[...] à medida empresa pode aproveitar com reais chances
que a concorrência doméstica e externa se de sucesso, ou seja, as oportunidades para
intensifica, e durante os períodos em que a as quais a empresa possui as competências
influência do governo nos negócios aumenta, necessárias. Já, no caso das ameaças, de-

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vem ser selecionadas aquelas que consistirem duzidas pelos próprios funcionários que, em
em maior preocupação para a gerência, ou seguida, foram adotadas pela empresa como
seja, aquelas que afetam mais diretamente a um todo.
empresa e o ambiente em que ela atua.
Por fim, faz-se necessário salientar que o
gestor somente estará apto quando identifi-
car com clareza suas principais vantagens
Análise Interna competitivas, assim como seus pontos fracos.
É importante nessa fase que se busque
De acordo com Chiavenato (1993), “a análise compatibilizar as informações obtidas na aná-
interna trata-se de uma análise organizacional, lise interna e externa. Através da análise dos
ou seja, de uma análise das condições inter- pontos fortes e fracos, os gestores e suas
nas para permitir uma avaliação dos princi- equipes poderão determinar com mais clare-
pais pontos fortes e fracos que a empresa za as prioridades em termos de ameaças e
possui”. oportunidades existentes no ambiente exter-
no. Com isso, eles terão as informações ne-
Para o sucesso, considera-se de suma impor-
cessárias para determinar os objetivos e as
tância que as empresa busquem a participa-
estratégias que possam aproveitar melhor as
ção de todos e em diferentes cargos, para
competências da empresa e equacionar os
melhor implantação dos objetivos almejados e
problemas internos identificados, assim como
de um comprometimento maior. Também se
resolver às ameaças e oportunidades
verifica sob uma análise interna onde o gestor
identificadas externamente.
irá avaliar as competências e as falhas da
empresa, o que servirá como referência e
complemento na realização do diagnóstico.
Essa análise visa identificar os principais pon- CONSIDERAÇÕES FINAIS
tos fortes e fracos da empresa para nortear
o processo de planejamento, pois é a partir
dessa análise que se saberá quais os recur-
sos com que se pode contar e também quais Este artigo ressaltou a importância do
são o pontos vulneráveis no momento de se planejamento estratégico para a gestão das
estabelecerem as estratégias da empresa. empresas no Brasil. O diagnóstico estratégi-
co, a definição das diretrizes organizacionais
Essas definições mostram que a estratégia (missão, visão e objetivos), a concepção e a
pode ser fruto de um processo conduzido por implementação da estratégica foram aborda-
todos dentro de uma empresa, de forma sis- dos, mostrando que o planejamento, se bem
temática. Como também pode surgir de um aplicado, pode tornar a gestão empresarial
processo emergente, sendo formulado a par- mais competitiva, atuando como um instru-
tir da prática, através de um processo contí- mento de comunicação, de acompanhamento
nuo de aprendizado. e principalmente de aperfeiçoamento do apren-
dizado nas organizações.
Uma empresa onde as estratégias são de ní-
veis emergentes é a 3M, cuja visão é descrita As mudanças são constantes e aceleradas e
como ser reconhecida como a empresa mais as empresas que não forem capazes de se
criativa do mundo. Essa visão tem se consoli- planejar, com uma visão muito clara de como
dado graças a uma forma de gestão que esti- diferenciar-se de seus concorrentes, serão
mula o envolvimento dos trabalhadores na for- facilmente aniquiladas por eles. O planejamento
mulação das estratégias da empresa. Muitos é mais do que necessário para as empresas
produtos da 3M surgiram das inovações pro- hoje, mais para coloca-lo em prática de forma

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efetiva é preciso que o gestor conheça cada
um de seus elementos, suas funções e seus
limites, sendo flexível o bastante para perce-
ber que planejar nem sempre é o contrário de
fazer.

REFERENCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria


geral da Administração. 4. ed. São Paulo:
Makron Books, 1993.

COBRA, Marcos. Administração de Marketing.


2. ed. São Paulo: Atlas, 1992.

KOTLER, Philip. Administração de Marketing:


a edição do novo milênio. São Paulo: Prentice
Hall, 2000.

OLIVEIRA, Djalma Pinho Rebouças de.


Planejamento estratégico: conceitos,
metodologias e práticas. 16. ed. São Paulo:
Atlas, 2001.

SEBRAE. Disponível: <http://


www.sebrae.com.br>. Acesso em: 10 out.
2004.

WRIGHT, Peter. Administração estratégica:


conceitos. São Paulo: Atlas, 2001.

Maringa Management:Revista de Ciências Empresariais, v. 2, n.1, p.34-39, jan./jun. 2005 39

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