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DIREITOS FUNDAMENTAIS
II – O PROBLEMA POSITIVISTA
Depois que o egrégio Hans Kelsen lançou sua “Teoria Pura do Direito”,
quase todo o mundo ocidental tornou-se positivista: seria preciso que a norma
estivesse lançada por escrito. No Brasil, o problema assumiu proporções culturais
gigantescas, graças ao atraso em nossa doutrina jurídica.
Afinal, indaga-se, para essa doutrina positivística vale o que ela afirma, ou o
que diz por escrito a Constituição, já que trata-se de positivismo atrelado? Ou,
afirmará tal doutrina que decorre da Constituição e a interpreta, quando esta nada
refere? Se assim for, tal doutrina nega a ela mesma. E mais, as regras e
conclusões da hermenêutica estarão corretas, uma vez que erigidas à luz do
positivismo?
1. O direito à vida
2. O direito à liberdade
3. O direito à igualdade
A propósito de desigualação, o que não pode ser admitido é que ela seja
procedida – porque há casos em que pode sê-lo – sem um fundamento jurídico,
óbvio, e indiscutível a autorizá-la.
4. O direito à segurança
5. O direito à propriedade
Trata-se de outro direito fundamental, até mesmo óbvio em face dos mais
elementares princípios humanitários: com efeito, não pode alguém pagar pelo
crime cometido por outrem. É certo, existe no Direito Civil o instituto da herança, e
segundo este o herdeiro – se aceitar a herança – arcará com os compromissos do
de cujus, o que se apresenta como lógico: se recebe o ativo, deve também
receber o passivo; mas, uma coisa é arcar com compromissos materiais, outra é
ver privada sua liberdade em virtude de delito que não cometeu. Aliás, no caso de
herança o herdeiro pode renunciar a ela, o que produz efeitos tanto ativa como
passivamente; o que seria impossível, criminalmente, se a pena passasse da
pessoa do apenado para a do seu herdeiro.
Com certeza, este é um direito relacionado ao de ir, vir, e ficar. Por isso, é
tido como algo inafastável, mas não é, e pelas mesmas razões relativas ao sigilo
de correspondência. Não há dúvida acerca de que os brasileiros em geral –
inclusive, juristas – têm na cabeça a democracia em que gostariam de viver,
idealística, e não aquela em que efetivamente vivem. Muitos fatos de nossa
História, aliás, causando atrasos no desenvolvimento da sociedade brasileira e no
desenvolvimento dos direitos, foram motivados por essa ótica inadequada.
IV – CONCLUSÃO