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COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO

BANCOOP

24/08/2010

PRESIDENTE

DEPUTADO SAMUEL MOREIRA – PSDB


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COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO


BANCOOP
BK CONSULTORIA E SERVIÇOS LTDA.
24/08/2010

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Havendo número


regimental, declaro aberta a Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito constituída
pelo Ato nº 13, de 2010, com a finalidade de investigar supostas irregularidades e
fraudes praticadas contra cerca de três mil mutuários da Cooperativa Habitacional dos
Bancários do Estado de São Paulo – BANCOOP, e propor soluções para o caso.
Registro, com prazer, a presença dos nobres Deputados Davi Zaia, Ricardo
Montoro, Waldir Agnello e Bruno Covas.
Solicito à Secretária da Comissão que proceda à leitura da Ata da reunião
anterior.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela ordem, Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, tem a


palavra o Deputado Bruno Covas.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Para pedir a dispensa da leitura da Ata.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – É regimental. Os


Deputados que foram favoráveis permaneçam como estão. (Pausa.) Aprovado.
Passamos ao primeiro item da nossa pauta. Oitiva dos Srs. Lúcio Bolonha
Funaro convocado para prestar informações a esta CPI; Manoel Castanho Blanco
convocado também para prestar depoimento a esta CPI; e Ana Maria Ernica convocada
para prestar informações a esta CPI. Gostaria de constatar as presenças. Sr. Lúcio
Bolonha Funaro encontra-se presente? (Pausa.) Sr. Manoel Castanho Blanco encontra-
se presente? (Pausa.) A Sra. Ana Maria Ernica encontra-se presente? (Pausa.) Presente.
Constatada a presença dos convocados, eu gostaria de convidar o Sr. Manoel
Castanho Blanco para que tomasse assento.
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O senhor foi convocado a comparecer a esta CPI, constituída pelo Ato nº 13, de
2010, com a finalidade de investigar supostas irregularidades e fraudes praticadas contra
cerca de três mil mutuários da Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de
São Paulo – BANCOOP, e propor soluções para o caso. E, como testemunha, com
fundamento nos arts. 203 e 218, ambos do Código de Processo Penal, combinado com o
§ 2º do art. 3º da Lei Estadual nº 11.124, de 10 de abril de 2002, bem como as demais
normas constitucionais e infraconstitucionais aplicáveis à espécie, cumpre-nos adverti-
lo de que deve dizer a verdade, não podendo fazer afirmações falsas, calar ou negar a
verdade a respeito dos fatos de seu conhecimento, por incorrer em crime previsto no art.
4º, inciso II, da Lei Federal nº 1.579, de 18 de março de 1952.
Peço, então, a gentileza de o senhor relatar o que souber, explicando sempre as
razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais nós possamos avaliar a sua
credibilidade.
Peço-lhe, agora, então, que pronuncie conosco o termo de qualificação. Nome
completo.

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Manoel Castanho Blanco.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Idade?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – 47 anos.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Estado civil?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Casado.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Endereço da


residência?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Avenida Siqueira Campos, 506,


apartamento 11, Boqueirão, Santos.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Profissão?


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O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sou gerente de relacionamento da


BANCOOP.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Local de trabalho?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Rua Libero Badaró, 152, 5º andar.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem grau de


parentesco com alguma das partes?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não tenho.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Peço ao senhor que


leia o Termo de Compromisso do Depoente.

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Termo de Compromisso do


Depoente: Sob minha palavra de honra prometo dizer a verdade do que souber e me for
perguntado, relacionado com a investigação a cargo desta Comissão Parlamentar de
Inquérito.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Primeiro, muito


obrigado pela presença. Nós vamos abrir o espaço em torno de dez minutos ao senhor,
que é o procedimento que temos adotado para que o senhor se manifeste e diga o que o
senhor souber sobre esse episódio, sobre a BANCOOP, sobre o que nós estamos
tratando nesses dias de CPI.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela ordem, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Quero saudar a


presença do Deputado Antonio Mentor, líder do PT nesta Casa. Pela ordem.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Para questionar à Presidência se a


presença do nobre Deputado Davi Zaia está credenciada para participar da CPI.
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O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A presença do nobre


Deputado Davi Zaia vem assinada pelo 2º Vice-Presidente, que é o próprio Davi Zaia,
que assinou a sua credencial para participar desta CPI e também é 2º Vice-Presidente
desta Casa.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ele pode agir em substituição ao


Presidente, numa circunstância como esta? Não me parece correto, não me parece
regimentalmente correta a presença do nobre Deputado Davi Zaia. Eu quero que fique
registrada essa nossa solicitação à Mesa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Está registrada. A


informação que recebemos da nossa Assessoria é de que é correta a credencial dele, pela
assinatura como 2º Vice-Presidente.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presidente, ainda para informação


também a respeito da mesma questão, se o nobre Deputado Davi Zaia vem indicado
pelo líder da sua bancada, como manda o Regimento Interno da Casa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Vou responder


objetivamente. Sim, assinado pelo Deputado Roberto Morais.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ok.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor terá, então,


em torno de 10 minutos e o senhor fique à vontade para se manifestar a respeito desse
fato. Com a palavra.

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Deputado, nós podemos passar


direto às questões.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Vou abrir diretamente


a palavra aos Deputados, já que o depoente prefere não se manifestar neste momento.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela ordem, Presidente.


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O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Também anunciar a


presença do Deputado Vanderlei Siraque.
Pela ordem, tem a palavra o Deputado Bruno Covas.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Para indagar a testemunha.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Bom dia, Sr. Manoel Castanho Blanco.
Bom dia, Srs. Deputados. Assessoria que nos acompanha nesta reunião da CPI.
Sr. Manoel, qual a sua função na BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sou gerente de relacionamento.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Desde quando o senhor é gerente de


relacionamento?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Desde fevereiro de 2006, embora


tenha ingressado na Cooperativa em julho de 2005.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor ingressou na Cooperativa em


julho de 2005 exercendo qual função?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Acho que assessor de


comunicação.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Assessor de comunicação. E a partir de


fevereiro de 2006 passou a...?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Assumi a gerência de


relacionamento da Cooperativa.
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O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor não tinha ocupado nenhum cargo
antes, portanto, de julho de 2005?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Como funcionário não. Eu


assumi, eu fui do Conselho Fiscal no ano de 1999.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – No ano de 1999, o senhor foi conselheiro


fiscal; a partir de julho de 2005 passou a ser assessor; e, a partir de fevereiro de 2006,
gerente de comunicação. Esse cargo de conselheiro fiscal durou quanto tempo?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Um ano.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – De janeiro a dezembro de 1999?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não me recordo o período. Acho


que de março a março.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Esses foram os três cargos que o senhor
ocupou na BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sim. O do Conselho Fiscal é um


cargo eletivo, eleito em assembleia, e os outros dois, eu sou funcionário da Cooperativa,
em regime de CLT.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Até hoje?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Até hoje.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qual o seu salário, como gerente?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Em torno de sete mil reais.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Como é feito esse pagamento?


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O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Com holerite, crédito em conta,


CLT.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sempre foi feito dessa forma?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sempre.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Desde julho de 2005?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Desde julho de 2005.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor possui algum grau de parentesco


com algum diretor da BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor possui algum grau de parentesco


com algum prestador de serviços da BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor possui algum grau de parentesco


com algum outro funcionário da BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor possui algum grau de parentesco


com alguém que tenha tido qualquer tipo de relação com a Cooperativa?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Eu sou casado, a minha esposa é


sócia-fundadora da Cooperativa junto comigo, mas na condição de cooperada.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. A sua esposa, por acaso, é uma
advogada chamada Letícia?
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O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. Minha esposa é a advogada


chamada Débora Regina Rocco Castanho Blanco.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Ela chegou a trabalhar na BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor, nesse período em que o senhor


trabalhou lá, ou no período que o senhor foi conselheiro fiscal, o senhor chegou a ter
algum conhecimento ou ouviu falar de algum funcionário que tenha sido solicitado pela
Cooperativa a abrir uma empresa para receber seus proventos?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Nunca ouviu falar disso lá?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O pagamento que o senhor recebe da


BANCOOP, o seu salário, ele parte da conta da sede da Cooperativa?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Penso que sim.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor não sabe?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Os créditos são feitos na minha


conta corrente e eu recebo um holerite, como assalariado.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E os pagamentos partem de uma conta sede


ou de contas de um empreendimento específico?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. É da conta da sede. Penso


que seja da conta da sede e não por empreendimento.
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O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor sabe dizer como são todas as
decisões na área administrativa da BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Desculpe, Deputado.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor sabe explicar qual o procedimento


de decisões dentro da Cooperativa, como acontece isso no dia-a-dia da Cooperativa?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – A Cooperativa tem uma diretoria


e tem um corpo de gerentes. Algumas decisões são tomadas pela diretoria e o corpo de
gerentes se reúne semestralmente.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Que tipo de decisões são tomadas pela
diretoria?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – A escolha, por exemplo, de uma


data de assembleia; os procedimentos para entrega de um determinado empreendimento.
Enfim, o cotidiano, as questões corriqueiras do dia-a-dia.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – As questões corriqueiras ficam com a


diretoria. E que parte não fica com a diretoria?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – O que é da alçada dos gerentes


fica com a gerência. Agora, as decisões da Cooperativa... Desculpe, a palavra
corriqueira não cabe exatamente para as decisões da diretoria, mas são as questões do
cotidiano que têm de ter assinatura, que são decisões de diretoria.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor poderia exemplificar quais


decisões ficam a cargo da diretoria e quais decisões são repassadas aos gerentes? Dizer
que as decisões dos gerentes são decisões dos gerentes é meio tautológico. Poderia
exemplificar isso?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Vou falar da minha área.


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O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito.

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Suponhamos que determinado


cooperado queira fazer uma transferência de empreendimento. Se ele estiver apto a
fazer isso, nós fazemos todo o procedimento e quem dá a autorização final para isso é a
diretoria.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Tem mais algum exemplo?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Posso pensar em outro.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Por exemplo, compra de terreno?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Decisão de diretoria. Penso que


sim. De 2005 para cá eu não vi nenhuma compra de terreno na Cooperativa.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Cobrança de resíduo dos cooperados?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Cobrança de resíduo é uma


decisão de diretoria por conta da constatação de diferença entre o custo estimado e o
custo efetivo.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor, alguma vez, assinou algum


cheque da BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor, alguma vez, emitiu alguma nota
fiscal para a BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não.


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O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Assinou alguma nota fiscal de alguma


relação comercial da Cooperativa?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor, alguma vez doou dinheiro para
partido político ou candidato?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sim, várias vezes. Sou filiado,


desde 1982 e o diretório que eu fazia parte era sustentado pelos militantes. Essa
sustentação me parece que caracteriza doação. E também fiz doações, ao longo desses,
de 1982 para cá, 28 anos.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor é filiado, desde 1982, a que


partido?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Partido dos Trabalhadores.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E o senhor não sabe dizer para quais
candidatos o senhor já fez doação?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Fiz doações para o partido.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor nunca fez doação para candidatos,
somente para o partido?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. Fiz doações para candidatos


ao longo desse período todo.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor não se recorda?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Teria de consultar isso com


mais...
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O SR. PEDRO DALLARI – (Fora do microfone) – Pela ordem, Excelência.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, não.


Gostaria que o senhor orientasse então e ele pede, se tiver alguma dúvida.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, tem a


palavra o Deputado Vanderlei Siraque.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Queria saber, Sr. Presidente, do


Deputado Bruno Covas...

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Só um minuto. O


advogado Dr. Pedro Dallari fez uma manifestação, nós conversamos aqui, e o cliente
dele se manifestará com a orientação dele. Não tem problema nenhum.
Mas o senhor quer a palavra?

O SR. PEDRO DALLARI – (Fora do microfone) – Eu protesto. Como


advogado eu me dirigi como ao juiz. V. Exa. cumpre aqui as funções de uma autoridade
equivalente a uma autoridade do Judiciário. Como advogado, numa audiência eu tenho
direito de me dirigir a um juiz.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Dr. Pedro Dallari, não


cabe aqui a participação do advogado, como cabe, regimentalmente, num processo em
juízo.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Pela ordem, Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Cabe aqui a


orientação ao seu cliente, se assim o satisfizer.
Pela ordem, tem a palavra o Deputado Vanderlei Siraque.
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O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Estou achando estranhas as perguntas


do Deputado Bruno Covas, como se fosse proibido, inclusive o Deputado é candidato,
foi candidato, é Deputado, e todos os partidos recebem doações, todos os candidatos
recebem doações, até porque quem não recebe doações deve utilizar caixa dois. Certo?
E isso é de acordo com a legislação eleitoral.
Queria saber se tem alguma relação com a CPI. Acho que o cidadão, tanto à
pessoa jurídica quanto à pessoa física é permitido doações para qualquer partido
político, até porque é feita a prestação de contas no tribunal eleitoral. Então, é só a CPI
pedir a lista de doações, que vai saber.
Então, me parece que o Deputado Bruno Covas está mais interessado em fazer
política do que apurar, do que resolver os problemas da CPI, que é investigar. Estamos
aqui para investigar eventuais irregularidades.
Quanto à questão de doação ou não, acho que não é objeto de estudo desta CPI.
Outra questão. O advogado tem direito sim, porque V. Exa. é juiz e nós fazemos
o papel aqui de juízes, então o advogado tem direito sim de defender o seu cliente e de
protestar. E gostaria que ficasse inclusive registrado em Ata que o advogado Pedro
Dallari foi proibido por V. Exa. de se manifestar.
Qualquer tribunal, aqui nós estamos num tribunal. Esse aqui é um tribunal hoje e
nós fazemos um papel e o advogado tem direito sim.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – É uma Comissão Parlamentar de


Inquérito.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Só em ditadura, só no Irã que não tem


direito. Aqui tem, no Brasil a Constituição garante.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Assuntos do Irã sei que V. Exa.


conhece bem.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Conhecemos bem.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Também sou contra o Irã.


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O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Só uma observação.


Concluiu?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Gostaria que ficasse registrado em Ata


que V. Exa. não permitiu ao advogado Pedro Dallari defender o seu cliente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Gostaria que


registrasse em Ata especificamente o que está acontecendo.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sim. O que está acontecendo é que V.


Exa. não permitiu...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado, não será


permitido que ele interaja nos debates com os Deputados, mas que ele oriente o seu
cliente.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Mas pode interagir com V. Exa.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Pela ordem.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o


Deputado Bruno Covas.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Agradeço a restituição da palavra.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tudo aqui está


registrado.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Concedo o aparte ao Deputado Ricardo


Montoro.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Obrigado, Deputado Bruno Covas.


Primeiro, a questão das doações, o Deputado Bruno Covas não fez nenhum juízo
a respeito, simplesmente perguntou. E todos sabemos que existem suspeitas de desvio
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de dinheiro da BANCOOP para financiar candidatos do PT. Isso existe, portanto, não há
nenhuma gravidade na pergunta.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Qual a prova que o senhor apresenta?

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Estou com a palavra.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Vanderlei


Siraque.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Se é uma acusação, tem de apresentar


provas.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Não estou fazendo acusação.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Apresentem as provas aqui.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Existem suspeitas, existem


publicações na imprensa.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Mas cadê a prova? Apresentem as


provas aqui.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Eu não estou acusando.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pare de ser leviano.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Sr. Presidente, por favor. Estou


falando que há suspeita.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pediria que o senhor


aguardasse.
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O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Não estou acusando ninguém. Há


suspeita de desvio de dinheiro da BANCOOP para financiar candidatos do PT.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Apresente as provas.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Há suspeitas. Eu não estou


acusando.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Apresente as provas.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Vanderlei


Siraque.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Não estou acusando. Estou dizendo


que há suspeitas e que esse é o caminho do Deputado Bruno Covas.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – V. Exa. está sendo leviano.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Vanderlei


Siraque.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Eu defendo o meu partido, aqui.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Sr. Presidente, tem de cortar o


microfone, porque não é possível. À base do grito o senhor não vai inibir ninguém...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Vanderlei


Siraque.
Espero que os dois aguardem um momento.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Isso é uma calúnia aqui, Montoro.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Estou com a palavra.


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O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – É uma calúnia.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Estou com a palavra.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – V. Exa. que está acostumado com o


buraco do Metrô.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Vanderlei


Siraque.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Não é possível, Sr. Presidente. Eu


quero falar. Além de manifestar que é filiado a um partido...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Vanderlei


Siraque.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Eu não vou admitir.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – A dúvida do Deputado Bruno Covas


era pertinente e queria perguntar...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A palavra está com o


senhor por um aparte cedido pelo Deputado Bruno Covas.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Tem outras pessoas gritando.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Estou pedindo...

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Eu quero manifestar a minha total...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Estou pedindo ao


Deputado Vanderlei Siraque que aguarde um momento para a sua fala. O senhor terá a
sua palavra garantida no momento adequado. Aguarde, por favor.
Tem a palavra o Deputado Ricardo Montoro.
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O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Obrigado, Sr. Presidente. Eu quero


deixar, testemunhado a total adequação da pergunta do Deputado Bruno Covas em
relação às doações, porque efetivamente nós lemos na imprensa e todos sabemos das
suspeitas que existem, há suspeitas de que possam vir a existir doações que saíram da
BANCOOP para candidatos do PT. Mas isso é uma coisa que nós vamos seguir depois.
Eu queria saber, Sr. Presidente, até para que fique realmente em ordem esta
sessão que nós estamos tendo, qual a participação efetiva, a pergunta não é nenhuma
provocação, eu quero saber qual o limite da atuação do advogado do depoente, Pedro
Dallari, conhecido por todos nós, qual o limite de atuação. Nós não somos, isto aqui não
é um tribunal. Isto é uma Comissão Parlamentar de Inquérito e não acho que eu sou juiz
de nada aqui. O Dr. Pedro Dallari, com o seu conhecimento, diz que V. Exa.,
Presidente, é o juiz e de que ele pode...
Queria entender, por favor.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Vou responder o


procedimento que nós temos adotado. Será permitido a ele que oriente o seu cliente,
porém não será permitido a ele que ele substitua o seu cliente. Isso não será permitido.
A palavra aqui é da testemunha, da pessoa que está aqui.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Ele pode se manifestar a V. Exa?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não. Ele pode


orientar o cliente dele, que se manifestará para nós.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Não é isso que pensa o advogado.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Ele pode pensar o que


ele quiser.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – A sua posição é que ele não pode se
dirigir a V. Exa.?
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O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – É isso, e nem aos


Deputados.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Aqui é proibido perguntar.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Simplesmente orientar?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Exatamente. Como


todos os advogados que estiveram aqui.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – V. Exa. falou que é como o Irã. Eu


sei do conhecimento que o senhor tem das realidades do Irã e sei perfeitamente.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – É proibido pensar.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o


Deputado Ricardo Montoro.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Concluí, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Devolvo, então, a


palavra ao Deputado Bruno Covas.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Agradeço a manifestação do Deputado


Ricardo Montoro. E dizer que para mim o estranho não é perguntar, o estranho é não
lembrar, mas tudo bem.
V. Sa. tem conhecimento se a BANCOOP doou algum valor a algum partido
político?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. Não tenho conhecimento.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Sa. tem alguma ligação com o Sindicato
dos Bancários?
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O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não mais. Fui bancário durante


27 anos e compus a diretoria do Sindicato durante um período.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Durante que período V. Sa. compôs a


diretoria do Sindicato dos Bancários?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – De 1997 a 2005.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Sa. deixou a diretoria do Sindicato dos


Bancários antes ou depois de entrar, em julho de 2005, como assessor na BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Antes.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Quando V. Sa. deixou, em 2005, em


janeiro, junho?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Acho que junho; acho que na


eleição do Sindicato.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Até junho V. Sa. ficou na diretoria do


Sindicato dos Bancários e julho já estava na BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Isso. Já estava fora do Sindicato e


fora do banco também.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Quem era o presidente do Sindicato dos


Bancários de 1997 a 2005?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Foram vários presidentes. Gilmar


Carneiro, Ricardo Berzoini, João Vaccari.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Esses foram os três presidentes nesses oito
anos, de 1997 a 2005?
22

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Se não me falha a memória, sim.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor conhece a Bangraf?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Conheço.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O que é a Bangraf?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – A Bangraf é uma gráfica que


pertence ao Sindicato dos Bancários.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor sabe quem são os atuais diretores
da Bangraf?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – A diretoria do Sindicato.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor sabe qual é o endereço da


Bangraf?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Fica numa paralela da Avenida


Anchieta, acho que na Padre Arlindo Vieira.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – No mesmo endereço da sede do Sindicato?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. O Sindicato dos Bancários


fica na Rua São Bento, 413, se não me engano.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Agradeço às respostas e pelo momento


eram essas as perguntas, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Aberta a palavra aos


Deputados.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Pela ordem, senhor Presidente.


23

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, tem a


palavra o Deputado Waldir Agnello.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Cumprimentar meus pares. Senhores e


senhoras. Assessores.
Gostaria de me dirigir ao depoente, Sr. Manoel. O senhor poderia, por gentileza,
me definir qual a função de um gerente de relacionamento?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Fica sob a responsabilidade da


Cooperativa a área de atendimento ao cooperado, seja por telefone, por e-mail, pessoal,
e também o atendimento às comissões de cooperados e os conselhos fiscais. Toda essa
parte de atendimento, que lida com o cooperado, fica sob a responsabilidade da gerência
de relacionamento.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Se um cooperado tiver alguma dúvida


contratual, quiser fazer uma mudança de unidade, é com o seu departamento que ele
deve se relacionar? É isso?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Isso.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O depoente sabe nos dizer se algum


empreendimento em que a empresa Caso Sistemas de Segurança, se ela está atualmente
prestando serviços ou que tenha prestado serviços à BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Presta serviços, mas eu não sei


em quais empreendimentos.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Presta ou prestou?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Prestou e penso que presta. Não é


a minha área. A minha área é lidar com o cooperado, é prestar as informações, é buscar
as informações dentro da Cooperativa, para atender o cooperado.
24

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Quando o senhor responde a essa


pergunta, pensa que presta, o senhor deve ter alguns elementos, alguma informação para
poder responder a essa pergunta. Em que grau de certeza o senhor pode dizer que ela
presta e prestou e tem prestado serviços à BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Que prestou, com certeza, porque


é notório na imprensa. Que presta, penso que preste, mas não tenho como dizer se os
contratos estão vigendo. Não tenho essa informação para dizer se hoje, no dia de hoje,
isso ocorre.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor tem algum relacionamento


com essa empresa?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Caso Sistemas de Segurança?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Nenhuma.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Não tem nenhum relacionamento. Os


diretores das empresas prestadoras de serviço possuíam ou possuem alguma relação
familiar ou pessoal com diretores da BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Desconheço.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Nenhuma empresa prestadora de


serviço, que o senhor conheça, tem algum grau de parentesco com diretores da
BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Que eu saiba, não.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Qual era o critério para a contratação de


empresas prestadoras de serviços na BANCOOP, o senhor tem conhecimento?
25

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não é a minha área de atuação.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor está totalmente alheio a esse


tipo de informação, é isso?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Se eu disser alguma coisa, eu


estaria arriscando, como se diz, eu estaria chutando.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor tem conhecimento de algum


fornecimento de material, de serviços prestados por essas empresas envolvidas no
sistema BANCOOP, em relação à qualidade dos serviços, qualidade dos materiais?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor nunca acompanhou isso


também?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Mesmo o senhor sendo um gerente de


relacionamento, vamos tentar entender um pouquinho melhor aqui, o senhor é um
gerente de relacionamento, se um cliente reclamou da qualidade do material que está
sendo usado na obra, isso nunca aconteceu no trato com o cliente? Nunca nenhum
cliente, nenhum cooperado reclamou da qualidade de material da obra?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Se um cooperado, por exemplo,


fizer um questionamento sobre a qualidade de um determinado insumo de uma obra, eu
vou repassar essa dúvida para a área técnica, que vai me responder e eu faço a ponte
com o cooperado.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Nesse tempo todo que o senhor


trabalhou, desde julho de 2005, como gerente, nunca houve nenhuma reclamação nesse
sentido, então?
26

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – De má qualidade dos materiais


utilizados? Que eu lembre, não.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Não? Ok. O senhor sabe que o senhor
está falando sob juramento, não é?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sim.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Certo, só para ter certeza disso. O


senhor nunca ouviu falar que existe problema de qualidade dos serviços prestados?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Que me recorde, não.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Nem pela imprensa?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Também não.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor tem algum conhecimento de


qual era o critério utilizado para escolha, para compra, para negociação dos terrenos
utilizados pela BANCOOP para construção de novas unidades?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. Como disse, de 2005, desde


que eu estou na Cooperativa, para cá, não tenho conhecimento de aquisição de nenhum
terreno.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor participou ou participa desse


tipo de escolha de terrenos, de negociação, de reuniões para decisões dessa natureza?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. De 2005 para cá, que eu


saiba...

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – E antes de 2005?


27

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Também não. Não estava dentro


da Cooperativa.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Em relação, o senhor declarou aqui que


a Sra. Débora Regina Rocco Castanho Blanco é sua esposa, correto?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Isso.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Ela tem algum grau de parentesco com a
Sra. Marisa Letícia Rocco Casa, esposa do Presidente Lula?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. Não sabia que a esposa do


Presidente tinha esse sobrenome. Não. Não tem. Com certeza, não.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Não tem nenhum grau de parentesco.


O senhor tem conhecimento de que os empreendimentos desenvolvidos pela
BANCOOP estavam deficitários em relação ao fluxo de caixa, à situação financeira?
Isso é peculiar para o senhor, tem alguma informação?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Quando a atual gestão assumiu a


Cooperativa e foram efetuadas as reavaliações dos empreendimentos, nós demos amplo
conhecimento da situação dos empreendimentos.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Esse amplo conhecimento foi aos


cooperados?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Aos cooperados. Foram


produzidos materiais explicando a situação de cada empreendimento, foram executadas,
foram realizadas reuniões técnicas com o pessoal da área técnica da Cooperativa,
explicando a origem, explicando como se deu, qual era esse déficit, onde ocorreu.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor pode nos explicar, agora,


assim, dentro da sua área, uma vez que o senhor teve de emitir essas notas explicativas
28

aos cooperados, qual o motivo de ter chegado a uma situação financeira negativa,
deficitária?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – A Cooperativa trabalha com


regime de fluxo de caixa. É uma cooperativa, os empreendimentos são auto-financiados,
os valores são estimados, inicialmente; os prazos também são estimados. A obra é
tocada no fluxo de caixa. Qualquer eventualidade no fluxo de caixa, evidentemente
compromete ou tende a comprometer o custo final e o prazo também.
Então, a origem deve variar bastante de empreendimento para empreendimento,
porque eles não são iguais; são lançados em tempos diferentes, em condições diferentes.
O fluxo de caixa, quando uma obra tem fluxo de caixa, ela é tocada. Quando ela não
tem esse fluxo de caixa, ela tem de ser interrompida. Esse é o procedimento que nós,
que eu vejo sendo adotado na Cooperativa hoje, de 2006 para cá, final de 2005, 2006,
para cá.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – E antes disso? O senhor fazia parte do


Conselho Fiscal, entendo, deduzo que um conselheiro fiscal é alguém muito próximo da
fiscalização do andamento do negócio, seja esse através de uma cooperativa, através de
uma empresa com fins lucrativos ou não. O senhor, como conselheiro fiscal, desde
1999, deveria ter bastante informação a respeito da situação financeira da BANCOOP.
Em algum momento o senhor, como conselheiro fiscal, emitiu algum laudo, algum
parecer, alertando a situação? Porque o senhor colocou até agora que de 2005 para
frente é que o senhor está respondendo como gerente de relacionamento. Mas vamos
entrar um pouco no seu papel como conselheiro fiscal. Que tipo de alerta o senhor
emitiu para que a BANCOOP tomasse providências, caso contrário ela chegaria ao caos
que chegou?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Eu exerci o mandato, o exercício


do Conselho Fiscal é de um ano. A Cooperativa foi fundada em 1996, então ela tem,
portanto, 14 anos. Nesses 14 anos, exerci por um ano o cargo no Conselho Fiscal. Em
1999 a Cooperativa ainda era pequena. Em 1999, eu tenho a lembrança que estavam
sendo entregues as primeiras unidades aos cooperados.
Então, do final do exercício até a minha entrada na Cooperativa como
funcionário, eu fiquei na condição de cooperado, como outros tantos que existem.
29

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor então é cooperado, ou foi


cooperado da BANCOOP? Comprou, adquiriu algumas unidades?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sim.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Quantas unidades o senhor adquiriu?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Eu tenho duas unidades da


Cooperativa.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor tem e são as duas únicas que o
senhor adquiriu ou o senhor adquiriu e vendeu, repassou para alguém?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Eu adquiri uma na Praia Grande,


quando ela ficou pronta eu vendi.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Em que ano foi isso?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Acho que ficou... Era a última


torre, acho que ficou pronta em 2006 e assim que ficou pronta eu a vendi.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Essa venda, o senhor tinha a escritura


dessa unidade?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não, não tinha a escritura. Foi


uma cessão de direitos.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Voltando à questão do fluxo de caixa da


Cooperativa, o senhor tem conhecimento, até por ter feito uma nota explicativa,
comunicado aos cooperados, qual foi a decisão estratégica, se é que houve, como a
BANCOOP buscou cobrir esse déficit que ela identificou, já na nova gestão?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não entendi, Deputado.


30

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Foi identificado que havia um déficit


operacional da Cooperativa e o senhor emitiu uma correspondência aos cooperados
dando ciência dessa situação financeira caótica da BANCOOP. O senhor tem
conhecimento qual foi a estratégia, o plano de trabalho que a Cooperativa adotou para
recuperar a saúde financeira da Cooperativa?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Esses boletins que foram emitidos


foram emitidos por empreendimento, na medida em que a apuração final era concluída,
dos empreendimentos prontos. Foram convocadas reuniões para apresentar, esse
material foi enviado pelo correio para cada um dos cooperados, foram convocadas
reuniões.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Cada cooperado recebeu, da sua


unidade, um informe dizendo e sendo convidado ou convocado a participar de uma
reunião com quem?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Com a área técnica da


Cooperativa.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Financeira também?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. Era ligado à área técnica,


que mostrava na área de planejamento, que é um pouco de cada uma, um pouco de
financeiro.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Essa convocação aos cooperados, ela


pode ser comprovada, para que eles recebessem informações a respeito da situação
financeira da unidade que ele comprou, do conjunto que ele comprou?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Penso que sim.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Pode ser comprovada?


31

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Pode. Inclusive, acho que uma


parte, não todas, a maioria dessas reuniões foi gravada, tem lista de presença. Isso é
facilmente comprovado.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Gostaria de ter documentos, não sei se o


relator já tem alguma documentação nesse sentido, de que os cooperados eram
chamados para receber informações a respeito da situação financeira da unidade?
Houve algum problema no empreendimento Mirante do Tatuapé, que o senhor
tenha conhecimento? O senhor conhece esse empreendimento Mirante do Tatuapé?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não conheço pessoalmente. Sei


que é um empreendimento concluído.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Sabe que ele existe?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – É um empreendimento concluído,


totalmente entregue, rápida a escrituração e desconheço qualquer tipo de problema.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Questões técnicas, de documentos? Não


existe problema algum nesse empreendimento que o senhor seja do seu conhecimento?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Que eu tenha conhecimento, não.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor poderia dizer, pela sua


convivência na BANCOOP que os empreendimentos eram superavitários ou
deficitários? De uma forma geral.

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Alguns empreendimentos


superavitários e outros deficitários. Tem algum, especificamente que o senhor queira e
que eu possa trazer de memória?

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Por exemple, esse Mirante do Tatuapé?


32

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Foi um empreendimento


concluído. A partir da finalização, foi feita a apuração final, ou seja, levantou-se as
despesas todas do empreendimento e as receitas. Apurada essa diferença, foi
comunicado aos cooperados que havia necessidade de zerar essa conta.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor nos disse que adquiriu, é


proprietário de duas unidades da BANCOOP, está correto?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Correto.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor tem escrituras dessas


unidades?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – De uma sim. A outra, o


empreendimento não está concluído ainda.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Quais são os empreendimentos que o


senhor tem?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Vila Mariana e o Liberty


Boulevard.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Qual o senhor tem a escritura?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Vila Mariana.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O Boulevard está em andamento ou já


está entregue?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Tem uma torre concluída e outra


em andamento.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Muito bem.


33

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Um aparte, Deputado?

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Pois, não.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Só uma pergunta. Quando V. Sa. foi


conselheiro fiscal, em 1999, houve apreciação das contas de 1998? Foi isso?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Isso. O Conselho Fiscal, a


principal função dele é aprovar ou não as contas da Cooperativa. Após algumas
reuniões, levantamentos, enfim, o Conselho Fiscal deu aprovação e em seguida esse
balanço foi submetido à assembleia e também foi aprovado.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Em 1999, V. Sa. como conselheiro fiscal,


aprovou as contas de 1998?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não sei se foi a de 1998 ou a de


1999, porque eu fui, tem um exercício e quando finaliza o exercício também há a
substituição. Não me lembro se foi referente a 1998 ou a 1999.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E V. Sa. como conselheiro fiscal votou a


favor?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Votei a favor.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Obrigado.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A última pergunta. O senhor é sócio-


fundador da BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – A Cooperativa, pelo que me


consta, precisa de um certo número de membros para se fundar e na lista de primeiros
cooperados eu sou signatário.
34

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Como se deu esse convite para o senhor
fazer parte como sócio-fundador da BANCOOP? Quem o convidou, como era,
aconteceu isso de que forma?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Na época, o Sindicato...

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor participou da ideia, da


concepção da BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. Na época havia uma


preocupação bastante grande dos bancários, uma preocupação em relação à casa
própria, à moradia. A Cooperativa... Alguns bancários tomaram a frente, principalmente
o Luis Malheiro, e colheu as assinaturas necessárias para se, apresentou a ideia de como
seria a Cooperativa, colheu as assinaturas e fundou a Cooperativa.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor tinha, então, relacionamento


próximo com o Luis Malheiro?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Tinha, como companheiro de


sindicato.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor é signatário, então, da


fundação da BANCOOP? Está até hoje como sócio-fundador ou o senhor pediu
desligamento?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. Ainda tenho um


empreendimento. O empreendimento ainda não está concluído. Eu ainda sou cooperado.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Ok. Não tenho mais perguntas, por
enquanto.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Pela ordem, senhor Presidente.


35

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, tem a


palavra o Deputado Ricardo Montoro.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Cumprimentar o Sr. Manoel


Castanho Blanco, fazer algumas perguntas bem objetivas e gostaria também que ele
fosse bem objetivo nas respostas.
Queria saber se o depoente tomou conhecimento, no seu contato com a
BANCOOP, de algum desvio de recursos da Cooperativa, ou nunca ouviu falar disso?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Somente pela imprensa.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – O depoente teve ciência da


solicitação de apoio para a campanha do atual Presidente Lula, em 2002? E em que
consistia esse auxílio? E se havia alguma contrapartida econômica para as empresas?
Tem conhecimento de quem era o responsável pela organização dessa captação de
doações da BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não, não tenho conhecimento.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Nem em que consistia esse auxílio?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não tenho conhecimento de


nenhuma das citações que o senhor faça.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Mas o senhor fez doações?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sim, enquanto cidadão. Enquanto


cidadão eu fiz doações.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – O depoente tem conhecimento da


expedição de notas fiscais frias por parte das prestadoras de serviço para dar lastro aos
valores recebidos às campanhas eleitorais?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não, não tenho conhecimento.


36

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Não tem conhecimento de nada.


Alguns cooperados dizem que, na função de gerente de relacionamento, V. Sa.
se referia, diria aos cooperados para ir falar com os mortos. Eu pergunto. Isso significa
para eles irem falar com aqueles que foram falecidos ou que a Cooperativa já estava
morta? Qual era o sentido dessa sua afirmação aos cooperados, de ir falar com os
mortos?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Essa vai ter de demorar um pouco


mais. Deputado, na época, esse episódio ocorreu em 2005. A área de atendimento da
Cooperativa atendia, na época, de 10 a 20 pessoas por dia, são centenas de atendimentos
que fizemos aos Conselhos Fiscais, milhares de atendimentos que fizemos aos
cooperados. O episódio ocorreu e está superado; eu já fui advertido naquela
oportunidade pela diretoria.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – O senhor confirma que teve esse


tipo de diálogo. Mas a minha pergunta é se o senhor se referia, quando fala falar com os
mortos, significa que estava morta a cooperativa, devido à situação de pré-falência que
ela estava, ou eram os mortos que sofreram o acidente lá em Petrolina? Quais mortos o
senhor se referia?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Desconheço que a Cooperativa


esteja morrendo.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Então eram, realmente, os


acidentados em Petrolina?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Fiz uma menção infeliz a eles.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Estou perguntando a qual o senhor


estava se referindo.
O senhor também sabe se a BANCOOP tinha algum caixa dois? Evidentemente
o senhor não vai...
37

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não tenho conhecimento.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Não tem conhecimento.


Qual era o serviço prestado pela empresa Mizu Participações? Quem eram os
seus diretores? Sabe quanto a Mizu recebeu da Cooperativa?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Desconheço. Só pela imprensa


ouvi falar.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Essa também tão-comentada criação


de empresas para prestar serviços à BANCOOP e que tinham como sócios ex-diretores,
ex-sócios da Cooperativa, também V. Sa. tem conhecimento?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Desconheço. Com certeza, de


2005 para cá isso não ocorreu.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Trabalha lá dentro, mas não tem


conhecimento de nada.
O depoente conhece o Sr. João Vaccari Neto?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Conheço.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Qual a sua relação com ele?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Hoje, enquanto ele presidia a


Cooperativa, relação profissional. No Sindicato tínhamos relação de companheiros.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Na Cooperativa existia, qual era o


dia-a-dia da sua relação com o Vaccari? Tinham reuniões?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Reuniões, despachando.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – E com o Sr. Ricardo Berzoini?


38

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não convivi com Ricardo


Berzoini na Cooperativa. Somos de períodos distintos.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – O senhor sabe, finalmente, de algum


tipo de alguns cheques que eram dados em nome do próprio estabelecimento bancário,
para saques na boca do caixa, feito pela Cooperativa?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Desconheço. De 2005 para cá,


isso com certeza não ocorreu.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – O depoente conhece o Centro de


Auxílio Pediátrico Integrado Surdos e Cegos?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Não conhece.


Sr. Presidente, por enquanto é só. Obrigado.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mais algum Deputado


gostaria de fazer uso da palavra? (Pausa)
Quero fazer algumas perguntas também ao depoente.
O senhor participava do Sindicato dos Bancários?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Isso, do Sindicato dos Bancários


de São Paulo.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – E aí foi convidado a


fundar a BANCOOP, a ser sócio-fundador da BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Isso.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Em 2005?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Em 1996.


39

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – E numa articulação do


próprio Sindicato resolveram fundar a Cooperativa?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Iniciativa de militantes bancários.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Só bancários?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Bancários e funcionários do


Sindicato. Militantes.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mais militantes dos


bancários?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – A BANCOOP é Cooperativa


Habitacional dos Bancários. Ela foi fundada para atender aos bancários e depois ela
expandiu seus serviços a não bancários.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – E o senhor começou


como um fundador, cooperado, e assessor de comunicação?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. Eu ingressei na condição de


cooperado em 1996. Em 1999, eu fui do Conselho Fiscal por um ano. Em 2005, me
desligando do Sindicato e do banco em que trabalhava eu fui convidado a trabalhar na
Cooperativa, na condição de funcionário, CLT.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mas em que período o


senhor foi assessor de comunicação?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não. Um período de alguns meses


antes de me tornar gerente de relacionamento.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Gerente de


relacionamento, o senhor não participava de reunião de diretoria?
40

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Participava de reunião de


gerentes.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Com a diretoria?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Com a diretoria, eventualmente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor tinha


reclamações, tinha ideia de volume de reclamações, até o momento em que o senhor...?
O senhor ainda ocupa esse cargo?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Ocupo.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Quais são os tipos de


reclamações que tem? Dá para ter alguma ideia? Tem algum sistema, algum controle de
respostas, para atender a essa demanda de reclamação?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Existem respostas. Algumas


respostas são padronizadas.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Algumas ou todas?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Vou concluir, Deputado.


Algumas respostas são padronizadas e outras são elaboradas especificamente para a
questão apresentada.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor responde


todas as demandas? Tem um controle? Entra a reclamação, abre uma espécie de
solicitação ao cooperado? Abre algum procedimento?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – São várias as entradas de


demanda dos cooperados.
41

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Quero saber se tem


algum controle?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Uma demanda do cooperado pode


vir por telefone, pode vir por e-mail, ele pode comparecer pessoalmente na Cooperativa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Vou repetir para o


senhor ver o que estou querendo entender. Sei que isso existe em todo lugar, às vezes
chama-se SAC, que é um sistema de atendimento ao consumidor ou de reclamação.
Existe algum controle? A reclamação entra, quantas reclamações têm no dia, quais os
tipos de reclamação dos cooperados? Tem?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sim.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem controle?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sim.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor pode nos


apresentar, nos enviar uma cópia do controle? É possível?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – É material da Cooperativa. A CPI


solicitando à Cooperativa, eu acho que...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor tem ideia do


nível, quantas reclamações por dia, mais ou menos?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Hoje é um número bastante


reduzido. Creio que, por e-mail, por telefone, porque se misturam os atendimentos. Nem
todo mundo que procura a Cooperativa procura para reclamar. Então teria, para lhe dar
essa resposta com alguma precisão, precisaria ser triado.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor não sabe?


42

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Teria de arriscar um número.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Arriscar? O senhor


não sabe, não tem certeza, não acompanha diariamente? É uma resposta.

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Acompanho, mas não posso lhe


precisar.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Uma ordem de


grandeza, pelo menos. Que tipo de reclamação que entra, quantas?

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presidente, o depoente está tentando


responder à vossa pergunta e V. Exa. não permite que ele responda.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pelo contrário.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Deixe ele responder.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Ele não está


conseguindo esclarecer.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Um pergunta e outro responde. Cada um


tem um tempo para pergunta e o outro tem um tempo para responder. O senhor vai ficar
repicando perguntas em cima de perguntas, induzindo uma resposta.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Eu quero que,


objetivamente, ele me responda.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ele está tentando passar para V. Exa. e


ele não consegue. Ele não está conseguindo responder a V. Exa. porque V. Exa. não
permite que ele responda.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, Sr. Presidente.


43

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Achei que fosse


porque ele realmente não tem os dados, mas tudo bem. É porque eu não estou deixando.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – V. Exa. não precisa achar nada. Deixa ele
dar, ele responder. É melhor perder do que achar, numa situação dessas.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor poderia me


responder, então, objetivamente, se o senhor tem um controle?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – O controle existe.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor mandará


para nós esse controle, essa espécie de controle de reclamação?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Tem de fazer essa solicitação à


Cooperativa, à instituição. Sou um funcionário da Cooperativa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – E o senhor não tem


uma ordem de grandeza do tipo de reclamação? Quais os tipos de reclamação que mais
entram hoje na BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Prazo de entrega. Por exemplo,


hoje nós estamos atendendo vários cooperados reclamando da demora da entrega de um
empreendimento que está concluído, porque a Prefeitura tem demorado na expedição do
habite-se. Nós temos atendido essas pessoas, que não têm a clareza de que o habite-se
não é a Cooperativa que o expede.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Muita reclamação de


escritura?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Tem muitos empreendimentos


aptos à escrituração.
44

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Queria perguntar


objetivamente. Cooperados. Tem muitos cooperados reclamando da escritura?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor nunca ouviu


falar em formação de empresas por diretores da empresa?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Somente pela imprensa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor conhecia o


Sr. Tomás Botelho? Conhece?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Convivi com o Tomás. Eu entrei


em julho e ele se desligou, se não me falha a memória, em setembro. Eu convivi com
ele poucos meses.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor não o


conhecia?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Conhecia da Cooperativa, mas


não tinha amizade, não tratava absolutamente nada com ele.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O Malheiro o senhor


conhecia?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – O Luis Malheiro eu conhecia.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tinha intimidade ou


não tinha?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Éramos ambos dirigentes do


Sindicato dos Bancários. Tínhamos uma relação de companheiros de sindicato.
45

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor não tinha


conhecimento que eles, o próprio Tomás Botelho, tinha montado empresas para prestar
serviços para a BANCOOP? O senhor não sabia disso?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – De 1999, quando me desliguei do


Conselho Fiscal, até o meu ingresso como funcionário na Cooperativa, eu fiquei alheio
à Cooperativa. Não fazia parte das minhas prioridades. Eu não tinha mais o contato
cotidiano com a Cooperativa, o convívio.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Um aparte.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pois, não.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Um aparte. Eu fiquei, para organizar


as minhas ideias. Eu entendi bem quando V. Exa. perguntou ao depoente se ele tinha
demandas por escrituras e o depoente respondeu que não tem demandas por escrituras?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não tem reclamações


por escrituras?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – A pergunta que entendi é se havia


reclamação.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Por falta de escritura.

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Evidentemente, se a pergunta for


por demanda, evidentemente que os cooperados que cujas unidades estão concluídas e
aptas para a escrituração, existe o desejo de se fazer a escrituração. O cooperado,
estando apto, quite com as suas obrigações junto com a Cooperativa, o termo de
quitação é fornecido, e ele, de posse desse termo de quitação, vai ao cartório e lavra a
escritura.
46

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Não existem casos em que o


cooperado está completamente pago, não deve mais nada, mas tem problemas de
escritura por parte da Cooperativa, que tem o terreno, de alguma maneira?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Existe. Só para esclarecer,


Deputado. Por exemplo, se existe um problema documental, ele já é de amplo
conhecimento dos cooperados daquele empreendimento. Você tem lá uma determinada
situação no empreendimento que só falta assinatura do antigo dono para se habilitar o
cooperado a poder lavrar a sua escritura. Os cooperados já têm essa informação, então
não existe uma demanda, uma reclamação, porque eles sabem que falta aquela
assinatura, que tem aquela demanda, que precisa ser feita aquela regularização.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Obrigado, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor tem


conhecimento de alguma reclamação de alguém que já quitou pedindo escritura?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – O cooperado, quando ele


demanda... Vamos supor o empreendimento que foi citado aqui, Mirante do Tatuapé,
que é um empreendimento apto para a escrituração. O cooperado pode nos procurar e
dizer o seguinte: O que eu preciso fazer para ter a minha escritura? Aí nós vamos dizer:
você tem parcelas em aberto com a cooperativa ou está tudo, você só precisa vir aqui
fazer a solicitação do seu termo de quitação.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Perguntei


objetivamente: o senhor conhece alguma reclamação de alguém que já tenha quitado e
esteja pedindo a escritura? Conhece ou não conhece? Tem alguma reclamação?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – É que a pergunta é muito


genérica.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não. Ela é objetiva:


se o senhor conhece ou não conhece alguém que tenha quitado e fale: Eu já quitei e
quero a escritura. O senhor não conhece ninguém, ninguém reclamou para o senhor?
47

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Individualmente não. Sei que


existe, mas individualmente eu não conheço.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deixa eu fazer uma


pergunta ao senhor. O senhor falou que tem um controle. Como chama esse controle? É
relatório não sei do quê? Como é o nome desse controle que o senhor faz das demandas
dos cooperados, reclamações, já que o senhor faz essa função de relacionamento para a
BANCOOP? Como é o nome desse controle?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Depende, Deputado.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Depende? Mas meu


Deus do céu. Chama-se relatório? Sistema de atendimento ao cliente?

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presidente, deixa o depoente


responder a sua pergunta.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Acho que o depoente


está bem assistido pelo seu advogado e não deve estar precisando de mais ninguém.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ele não consegue responder.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, Sr. Presidente. V. Exa.


impediu o advogado de dar assistência.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O senhor quer obrigá-lo a dar uma


resposta.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – O senhor está constrangendo o


depoimento.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Estou fazendo


perguntas e quero respostas objetivas.
48

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Está querendo conduzir a resposta.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Aqui é uma Comissão Parlamentar de


Inquérito.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela ordem, senhor Presidente. O senhor


podia fazer o seguinte. Faça a pergunta e diga o que quer que o senhor quer que ele
responda, qual a resposta que o senhor quer, porque aí, quem sabe, facilite a vida do
depoente. Fale: Eu quero que o senhor responda assim. E aí ele pode pensar e responder
do jeito que o senhor quer.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o


depoente, que é o nosso gerente de relações da BANCOOP. Por favor.

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Se o atendimento for feito


individualmente, o controle é feito por uma agenda. Se o atendimento foi pelo sistema
de atendimento telefônico ou...

(Manifestação nas galerias)

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Por favor, peço que os


nossos convidados, as pessoas que estão presentes, por favor, não se manifestem, por
favor.

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Se o atendimento foi feito por


telefone ou por e-mail, existe um chamado, e ele tem um ciclo. Nós temos 48 horas, é o
rigor que nós conseguimos aplicar para responder ao cooperado. É uma meta que nós
temos de resposta.
49

Então, feito o chamado, nós demandamos a área que tem essa informação, ela
nos repassa, nós elaboramos a resposta e enviamos. Existe um controle dos chamados
por telefone e por e-mail e a agenda no caso dos atendimentos individuais, pessoais.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Concluiu?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Concluí.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor então avalia,


depois de uma espécie de um relatório de gestão dos atendimentos? Foram tantas
solicitações, tantas atendidas, tantas não resolvidas. O senhor não tem um nome desse
relatório, não existe um relatório mensal ou semanal?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Existe um relatório mensal.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Existe um relatório


mensal?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Para os atendimentos telefônicos


e por e-mail. Para os atendimentos individuais, pessoais, existe uma agenda.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – E qual o telefone, se


alguém quiser fazer uma reclamação agora?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Telefone do CIN ou e-mail, CIN


de Central de Informação, cin@BANCOOP.com.br.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Telefone?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Como é uma central de


atendimento, não tenho o telefone de cor, porque nunca uso.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor é o gerente


de relações, responsável pelo controle, e não tem o telefone?
50

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Está na minha agenda, na minha


mesa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor falou que


tinha relações, não tinha relações com o Botelho, não conheceu bem o Botelho, que era
diretor e abriu empresas. Aliás, ele, nessa cadeira, disse que abriu várias empresas e que
ele não controlava. O senhor não sabia da relação da BANCOOP com essas empresas?
Conhecia a Germany? Já ouviu falar?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Já ouvi falar e de 2005, quando


entrei na Cooperativa, até hoje, passo assegurar que ela não trabalhou para a
Cooperativa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mizu, Caso?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – A Caso prestou serviços para a


Cooperativa; creio que ainda preste.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor tinha


reuniões...

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Só para concluir, Deputado, só


reforçando. O meu relacionamento com o Sr. Tomás foi de dois ou três meses. Eu entrei
na Cooperativa em julho de 2005, na condição de funcionário, e ele se licenciou, salvo
uma falha, em setembro. Então, julho, agosto e setembro, são três meses, no máximo,
que convivi com o Sr. Tomás. Por isso que posso assegurar que não tenho esse...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Quais diretores o


senhor conhecia, da BANCOOP, desde a sua fundação?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Conhecia o Luis Malheiro, o


Ricardo Berzoini.
51

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tinha algum


Marcelo?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sei que um dos funcionários da


Cooperativa, um dos falecidos no acidente, mas ele não foi diretor.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O Malheiro foi


presidente?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Eles participavam de


empresas constituídas para prestar serviço?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não é do meu tempo na


Cooperativa. Eu entrei em julho de 2005.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Já disse que


participou de algumas reuniões com os diretores.

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Várias reuniões com a diretoria.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem conhecimento de


quantas escrituras faltam para serem entregues aos cooperados, número de escrituras
que faltam?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Existem muitos empreendimentos


que ainda não estão concluídos. Alguns estão concluídos parcialmente, o que também
não permite à Cooperativa fazer emissão de escritura. Não tenho esse número aqui de
pronto, mas ele também pode ser fornecido pela Cooperativa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor tinha


militância política, participou de reuniões políticas com esses diretores, reunião
partidária?
52

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Com os diretores da Cooperativa


não. Tenho uma história de militância, fui militante desde 1982, quando me filiei ao
partido. Tive uma militância bastante intensa, até entrar no Sindicato, que aí minha
militância mudou, de partido virou uma militância voltada ao segmento sindical.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor tem


conhecimento de diretores que tenham militância política na BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Os atuais diretores, eu sei que o


João Vaccari tem militância política porque é tesoureiro do partido. Os demais eu não
conheço o cotidiano para saber se existe ou não uma militância.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – FIDC, o senhor já


ouviu falar no FIDC?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Ouvi, é um fundo de direitos


creditórios. Sei que ele foi liquidado recentemente e não tenho detalhes técnicos, porque
não é da minha área.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Os cooperados sabiam


desse fundo constituído? Entrou recurso, saiu recurso? O senhor tem essas informações?
Acompanha essas informações?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sei que uma parte tinha


conhecimento. Outra parte, eu acho que não estavam tão ligados à Cooperativa, não
atentavam para os movimentos da Cooperativa, porque me parece que o FIDC foi uma
operação aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários. É uma operação pública.
Como são muitos os bancários que acompanham esse cotidiano financeiro, eu acredito
que muita gente tinha pleno conhecimento de como funcionava.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mas não tinha um


método específico de dar, era só em assembleias que prestavam os esclarecimentos ou o
senhor tinha, como gerente de relações, com os cooperados, algum sistema de informar
53

aos cooperados sobre, por exemplo, quanto que arrecadava por mês a Cooperativa? Era
informado? O senhor tinha esse sistema de informação? Quanto gastava por mês?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – A primeira pergunta que o senhor


fez foi em relação ao FIDC. O FIDC me parece que foi criado alguns anos antes de eu
ingressar na Cooperativa enquanto funcionário. Em relação ao fluxo de caixa e
movimentação, eu não tenho condição de responder porque não é da minha área.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor atendeu


pessoalmente quantos cooperados? Mais ou menos atendia a quantos por dia?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Quando eu ingressei na


Cooperativa entre 10 e 20, que era a nossa capacidade, pessoalmente. Outros
funcionários da Cooperativa também atendiam.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Fazia reunião com os


representantes ou faz ainda alguma reunião com os representantes?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Fazemos. Inclusive a própria CPI


fez uma solicitação sobre atas de reunião e eu fui incumbido de tirar cópias dessas atas.
Nós fizemos mais de 200 reuniões com os Conselhos Fiscais constituídos, grupos de
cooperados, eleitos em assembleia, que acompanham o cotidiano do seu
empreendimento. Demonstrativos financeiros, visitas a obras para ver se os ingressos
financeiros estão sendo destinados, a análise dos contratos, a verificação de contratos
com empreiteiros, de insumos. Dessas aí, eu posso lhe assegurar que são mais 200.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Contratos com


empreiteiros?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Os Conselhos Fiscais que


solicitam esse tipo de documento, essas informações estão disponíveis para os
Conselhos Fiscais. Para todos os cooperados, mas para se organizar melhor, os
Conselhos Fiscais recebiam essa informação e tinham, uma das incumbências, de
repassar isso aos demais cooperados.
54

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Ali o senhor


informava os serviços também? Mizu, Germany, todas?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Essas empresas não fazem parte


do cotidiano da Cooperativa, de 2005 para cá. Eu só tive conhecimento delas pela
imprensa, falando do passado.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Nunca ninguém


perguntou?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Perguntaram e nós dizíamos que


essa... Mizu ninguém me perguntou. Só tomei conhecimento da Germany. Diziam que
tinha a Germany, mas o contrato foi rescindido.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Certo. O senhor nunca


ouviu falar, só agora o senhor ouviu falar que, por exemplo, a Germany é uma empresa
dos próprios diretores da BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Só tomei conhecimento disso pela


imprensa.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela ordem, Presidente. Um aparte?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Um aparte.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Sa. tem dito em diversos momentos,


quando algumas questões são apresentadas, que tomou conhecimento pela imprensa. No
caso da Germany, outras perguntas feitas pelo Deputado Ricardo Montoro. Quando a
imprensa noticia isso, os cooperados não vão à Cooperativa tomar informações sobre
esse assunto? Nunca apareceu nenhum cooperado querendo saber quem é essa
Germany, que também leu na revista? Isso não aparece?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Já ocorreu.


55

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E aí V. Sa., como gerente de relações não se


intera sobre o assunto?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Nós preparamos a resposta para o


cooperado.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Quem prepara a resposta?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – A finalização da resposta, quem


prepara é a minha área, a de relacionamento.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor é o responsável por essa resposta?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sou.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Aí o senhor se intera sobre essas questões?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Eu me intero, eu vou preparar a


resposta para o cooperado. Se a pergunta for a seguinte: Essa empresa atuou na
Cooperativa? Eu vou responder que atuou, essa empresa atuou e o contrato foi
rescindido quando a atual gestão assumiu a Cooperativa.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Em relação à Germany, o senhor sabe então


que ela atuou?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – A Germany eu sabia. A Mizu...

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sabia que os sócios da Germany eram


diretores da BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Fiquei sabendo disso pela


imprensa. Não sabia que os gestores da Cooperativa ou os diretores tinham participação
acionária, sei lá, participação na empresa.
56

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Agradeço o aparte.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Isso nunca foi


levantado numa reunião, nenhum cooperado reclamou disso?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Nas reuniões que fizemos, não.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor pode dizer,


o senhor tem ideia de quantos empreendimentos estão levantados totalmente e quantos
faltam ser concluídos? Quantos empreendimentos têm a BANCOOP?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Existem empreendimentos


concluídos e existem empreendimentos em construção. Os que estão em construção,
salvo engano, nove estão; ainda há o que se fazer dentro, uma torre, enfim. Concluídos,
se não me engano, são 24.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Em construção, que o


senhor chama, é ir lá e ver que está sendo construído? Não é como nós vimos ali na
Bela Cintra, totalmente parado há cinco anos? Não, né? Em construção o que é? Está
sendo construído ou está parado totalmente?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Que não está totalmente entregue.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Então não está


também em construção, ele está parado. Tem alguma obra em andamento?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Temos obra em andamento.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Qual, por exemplo,


está andando hoje?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Nós estamos finalizando alguns


detalhes do Swiss Garden.
57

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Está andando, tem


gente trabalhando?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Está praticamente concluído.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Estou fazendo uma


pergunta objetiva. Tem gente trabalhando lá ou não?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Tem.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Deixa ele responder, Presidente. Deixa


ele responder. Você pergunta e quer responder? Você pergunta e responde? Deixa ele
responder, dá um tempo. Conta até 10. Depois da sua pergunta, Presidente, conta até 10.
Deixa ele responder. Tenha paciência. Você está tão ansioso. Por quê? Deixa ele
responder.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Mentor, eu


deixei muito claro se está parado ou se está trabalhando.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Está perguntando e respondendo a


pergunta, Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Eu vou fazer uma


pergunta ao senhor.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Mas conte até 10.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Vou fazer mais uma


vez a pergunta para o senhor. É que às vezes eu acho que talvez eu não esteja sendo
explícito.
58

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Conta até 10. Vamos combinar assim, Sr.
Presidente, depois que você perguntar, você conta até 10, até cinco está bom e deixa ele
responder.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Sr. Presidente, pela ordem. Eu acho


que... Me parece que o Deputado Mentor está agindo, já pela terceira vez consecutiva,
com certa falta de decoro. Na primeira vez falou que o Presidente não tem de achar
nada. A segunda vez falou que está dirigindo a resposta. Agora está, ironicamente,
dizendo para contar até cinco. Não me parece que essa é uma relação boa que nós
devemos ter na CPI, Deputado Mentor. O Presidente está presidindo de maneira
absolutamente democrática, lícita e fazendo o seu questionamento. Não vejo nenhum
erro na avaliação das perguntas do Presidente.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Ricardo


Montoro e Deputado Antonio Mentor, eu estou só tentando ser objetivo no sentido de
que o depoente me informe se ele sabe se tem empreendimentos concluídos, parados ou
em andamento. Só isso. Quantos. Se ele sabe. Só isso.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presidente, pela ordem.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Em atenção ao Deputado Montoro, por


quem tenho absoluto respeito. O Sr. Presidente está tentando induzir as respostas do
depoente. Essa que é a situação. Não está permitindo ao depoente que, sequer, manifeste
a sua opinião.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Deputado Mentor, são perguntas


quais...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Montoro.


59

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – A pergunta é boa, ele pode fazer a


pergunta que quiser, não tem problema nenhum. Agora, ele tem de deixar, pelo menos,
que o depoente responda a pergunta que ele está fazendo e não ficar repicando pergunta
em cima de pergunta, antes que o depoente consiga, sequer, responder à primeira. Ele já
fez mais três em seguida, ou seja...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Antonio


Mentor.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presidente, garanta a minha palavra,


por favor.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pois, não, tem a


palavra.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Novamente, da mesma maneira, esse


mesmo rito que ele está querendo impor ao depoente, está querendo impor a mim
também. Estou com a palavra e ele quer interromper a minha palavra, Deputado
Montoro. E ainda o senhor me diz que eu estou sendo indecoroso com o Presidente? Ao
contrário. O Presidente tem de se colocar na sua função de administrar esta CPI, de
gerenciar os trabalhos, fazer as perguntas que bem entender, não tem problema nenhum.
Agora, o Presidente precisa, como todos nós, dar o tempo necessário para que o
depoente responda a pergunta que está sendo feita. Não é possível que fique repicando,
tentando induzir a resposta, porque é lógico, isso é uma técnica de interrogatório que
não cabe mais. Cabia em outros tempos, em outros períodos da nossa vida política do
país, que, felizmente, já estão ultrapassados. Felizmente.
Agora, eu queria insistir com o Presidente para que ele tenha um comportamento
adequado, de Presidente, em primeiro lugar, e, em segundo lugar, que respeite o
depoente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Concluiu?

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Pela ordem, senhor Presidente.


60

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Gostaria de perguntar


se o Deputado Antonio Mentor concluiu?

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Concluí.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pediria muito respeito


do senhor. Eu acho esse pragmatismo muito ruim. Eu acho que o senhor devia me
respeitar. Eu estou dirigindo os trabalhos com muita tranquilidade e muita firmeza.
Agora, o senhor não pode querer conduzir a forma de eu perguntar. Cabe a mim.
As minhas perguntas, o meu jeito de perguntar, isso é uma prerrogativa minha. Eu estou
com a palavra. Estou tratando com o depoente que pode se manifestar diretamente a
mim, consultar seu advogado. Não precisa desse apoio explícito, parcial, do senhor. O
senhor podia respeitar o meu momento. Eu estou falando com o depoente. Eu peço que
o senhor respeite.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor terá todo o


direito.
Pela ordem, tem a palavra o Deputado Ricardo Montoro.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Só para completar, o respeito que


tenho ao Deputado Mentor é recíproco. A indução, você verifica que é uma técnica de
indução quando você tem algum assunto mais grave. A pergunta dele é aritmética:
quantos. Então, não há por que induzir. Ele vai responder: têm tantos, não têm tantos.
A indução existe, V. Exa. conhece muito bem, porque é um brilhante
parlamentar, há indução quando você quer induzir a algum raciocínio, alguma coisa que
você quer induzir para que ele fale aquilo que você está esperando que ele fale. Técnica
que os Parlamentares utilizam rotineiramente.
Mas no caso do Presidente, eu quero defender o Presidente, porque a pergunta é
técnica: quantos. Então, não tem de induzir nada.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Concluiu, Deputado?


61

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Sim, senhor.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tenho insistido muito


nas minhas perguntas, até porque tem sido frequente as pessoas sentarem aqui e não
saberem direito. Isso tem acontecido com muita frequência. Nós assistimos um diretor
da BANCOOP sentar aqui, semana passada ou 15 dias atrás, e dizer que ele assinava e
criava empresas sem saber de nada.
Agora, estou tentando, do gerente de relações, perguntar para ele se ele sabe
alguns números, algum nome de relatório, se ele faz algum tipo de gestão. A pergunta é
absolutamente técnica. Eu só quero que ele me responda se ele sabe quantos prédios
foram concluídos, que ele pode considerar como concluído, quantos estão em
andamento, em andamento, com gente trabalhando, e quantos estão totalmente parados.
E aí vou fazer outra pergunta, há quanto tempo? Mas vou fazer já. Está feita a pergunta
e gostaria que o senhor me respondesse.
Quer que eu repita novamente? Quantos empreendimentos são? Quantos estão
em andamento? Quantos estão parados? E quantos estão concluídos?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Deputado, eu não vou arriscar


uma resposta que possa ter alguma imprecisão. São informações que acredito já tenham
sido passadas para a Comissão, e se tiver alguma outra informação, acho que a
Cooperativa tem plenas condições de apresentar essas questões que o senhor apresenta,
com bastante precisão.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Realmente eu tenho


de exercitar a minha paciência aqui. É o exercício da paciência.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, senhor Presidente. Quem


tem de...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Estou exercitando o


exercício da paciência, com muita tranquilidade.
62

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, senhor Presidente. Quem


está com paciência somos nós. O senhor quer induzir sim. Ele não tem a resposta
adequada e V. Exa. está fazendo uma inquisição.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – É que me estranha um


gerente de relações da BANCOOP não saber. É isso que me estranha. Não consegue
responder.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – V. Exa. não conduz nem o trabalho


aqui. Quem está tendo paciência somos nós.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Gerente de relações


não responde.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – O senhor não tem o direito de


desrespeitar o depoente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não sabe.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – O senhor está desrespeitando o


depoente e a CPI.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Que desrespeitando.


Estou fazendo uma pergunta e estou constando.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – E tem mais. O senhor não quer apurar


coisa nenhuma aqui. O senhor está fazendo é política aqui.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Uma política baixa, que é típica aqui


nesta Casa, de V. Exa.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Pela ordem, senhor Presidente.


63

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – O senhor não quer apurar coisa


nenhuma.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o


Deputado Ricardo Montoro.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Até porque o senhor sabe qual é a


resposta.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Política é a razão de existir desta


Casa.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sim. Mas a Comissão Parlamentar de


Inquérito.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Eu estou com a palavra o senhor


está impedindo a minha palavra.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Eu pedi uma questão de ordem.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A palavra está com o


Deputado Montoro.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – O Deputado Mentor reclamou que


era interrompido e a palavra não está com V. Exa.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Eu pedi a palavra.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – A palavra está comigo.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Vanderlei


Siraque, a palavra...
64

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Eu tenho o maior prazer em ouvi-lo.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – A palavra está comigo e vou exercer o


direito sim.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não está com o


senhor a palavra. A palavra está comigo. Eu estou interrogando.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Quem define é o Presidente.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Quem define é o Regimento.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Quem define com quem está a


palavra é o Presidente.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Quem manda é a lei, não é o


Presidente.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – O Deputado Mentor reclamou da


interrupção da palavra.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então quer dizer que o senhor vai pegar o
microfone e sair falando? Qual artigo diz isso? Ele concedeu a palavra.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Eu estou com a palavra.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Eu posso retomar a


palavra?

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Quem define quem está com a


palavra é o Presidente, Deputado Siraque.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Não. Quem define é o Regimento.


65

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Não é o Regimento. É o Presidente


quem define. Ele está com a palavra.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Vou apelar ao Presidente para recuperar o


controle sobre a nossa reunião.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Eu estou com a


palavra.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Está nervosinho por quê, Presidente?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Vanderlei


Siraque, sabe por que às vezes...

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Nervosinho está V. Exa. que não


para de falar.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Montoro,


Deputado Vanderlei Siraque, por favor. Eu quero continuar com a palavra.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sr. Presidente, eu pedi calma a V.


Exa., paciência. É bom. Parlamentar tem de ter paciência.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Eu não estou nervoso,


Deputado Vanderlei Siraque. Eu estou indignado.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – É hábito mesmo.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Estou indignado que


um gerente de relações da BANCOOP não saiba.
66

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Indignação é subjetividade. É


subjetivo.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tudo bem, mas não é


o primeiro diretor, nem o primeiro funcionário da BANCOOP que senta aqui e não
sabe.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Queria um aparte.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Vou passar a palavra


do Deputado Ricardo Montoro, que pediu a palavra. Depois eu lhe dou a palavra.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Quero voltar à pergunta, que


realmente, para o meu conhecimento, o depoente falou que é proprietário de duas
propriedades, que já teve a terceira e que vendeu. Foi isso? V. Sa. é proprietário de duas
unidades da Cooperativa?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Isso.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Já tinha uma e vendeu?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Tive uma, primeiro. Quando essa


unidade da Praia Grande foi concluída, eu a vendi. Dois anos depois adquiri outra e um
ano e pouco depois adquiri outra.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Então, adquiriu três unidades?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Uma, depois a vendi e depois


adquiri duas.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – A sua mulher também é cooperada?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – É cooperada.


67

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Ela tem alguma unidade?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Uma das unidades a que me refiro


está no nome dela. Estou dizendo o patrimônio da família.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – O patrimônio da família são duas


unidades, eram três, foi vendido e ficaram duas. Obrigado.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Um aparte?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Vou ceder a palavra


ao Deputado Vanderlei Siraque, se ele ainda deseja fazer uso da palavra.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Eu desejo, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pois não. Tem a


palavra.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Acho que V. Exa. não pode induzir


resposta. O senhor pode fazer a pergunta que desejar, porque é um direito que o senhor
tem como parlamentar. Agora, o depoente não é obrigado a responder aquilo que o
senhor deseja que ele responda. Ele tem de responder o que ele sabe e não o que ele não
sabe e o senhor deseja que ele saiba. Essa subjetividade não ajuda a CPI, até porque eu
acho que nós temos aqui uma CPI que é para investigar se existem eventuais
irregularidades ou não e encontrar uma solução para os cooperados, aqueles que ainda
não receberam as suas casas, os seus apartamentos, que esse é o desejo.
E aí, nós da Bancada do Partido dos Trabalhadores desejamos sim que tenha um
acordo entre a BANCOOP e os cooperados, para que eles possam receber, porque o
nosso objetivo aqui é encontrar uma solução para aqueles que têm a necessidade da
solução. A política nós fazemos de outra maneira.
Tem eleição este ano, sei que existe um desespero da Bancada do PSDB, não é,
mas isso o povo que vai resolver na urna.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Pré-julgamento. Desespero nenhum.


68

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sei que existe o desespero.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – É um pré-julgamento de V. Exa.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Tentam se apegar em tudo que veem,


mas aqui nós temos de apurar, porque nós temos de atender os interesses dos
cooperados e da Cooperativa, tanto daqueles que não receberam, quanto daqueles que
são associados.
Inclusive nós propusemos diversos acordos aqui. Agora, me parece que não se
deseja. Se deseja fazer política partidária e não a política que interessa aqui para a
Assembleia Legislativa e para os cooperados. É isso que desejo que V. Exa. faça.
Vamos encontrar uma solução para os cooperados. Porque, caso contrário, não vai
adiantar nada esta CPI. Obrigado, Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Algum Deputado


pediu a palavra? Deputado Bruno Covas.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Quero me inscrever, Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Depois o Deputado


Waldir Agnello.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Agradecer o aparte, mas acho que pelas
manifestações da galeria a gente percebe quem aqui está defendendo cooperado e que
não está defendendo cooperado. (Palmas.)

(Manifestação nas galerias)

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sr. Presidente, isso é permitido? Quem


está defendendo é o Bruno Covas?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Com a palavra o


Deputado Bruno Covas.
69

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Ele tem de cumprir as suas funções de


relator. Cumpra a função de relator e relate o que está ocorrendo aqui.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Eu estou com a palavra.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Vanderlei


Siraque. Tem a palavra o Deputado Bruno Covas.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Isso é falta de decoro. Sem decoro.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Estou com a palavra.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Está com a palavra o


Deputado Bruno Covas.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Relate o que está acontecendo e não


ficar jogando com a torcida.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o


Deputado Bruno Covas.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Alguns citam o Regimento, mas não


cumprem o Regimento.
Só para entender, Dr. Manoel, V. Exa. disse que adquiriu três, um foi vendido, é
isso?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Adquiri uma, vendi, algum tempo


depois adquiri outra e depois outra.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Ao longo, desde 1996 até hoje, adquiriu
três, um já foi vendido, os outros dois, um está em construção e outro já foi entregue.
V. Sa. disse ao Deputado Waldir Agnello que vendeu o da Praia Grande sem a
escritura?
70

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Fiz uma cessão de direitos. Aqui


a gente trata como vender, mas é uma cessão de direitos.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Mas V. Sa. já tinha pago todas as parcelas?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Já tinha pago todas as parcelas.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Já tinha pago todas as parcelas e não tinha
escritura?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Não tinha escritura.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. Dos outros dois, um está em


construção e outro já foi entregue. O que já foi entregue, V. Sa. já tem a escritura?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – O que está totalmente entregue eu


já tenho a escritura.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Era isso, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o


Deputado Waldir Agnello.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Quero me dirigir ao Sr. Manoel


novamente. Algo que está me deixando bastante incomodado, pelo seguinte, Sr.
Manoel. Durante o período em que nós ouvimos aqui cooperados, os relatos foram de
uma situação bastante constrangedora, pessoas que inclusive tiveram problemas de
doença por conta do desgosto que passaram ao ingressar no sistema de cooperados da
BANCOOP, outros que tiveram até problemas em família por conta disso, e vai por aí
afora. Os relatos eram bastante comoventes, e vou puxar até pela memória dos senhores,
que nos deixavam assim emocionados até por conta da situação que alguns cooperados
estão passando ainda. Infelizmente, eles não têm mais a prerrogativa, em razão do
andamento do trabalho, de continuar fazendo seus depoimentos.
71

Então, queria dar a oportunidade para o senhor, como funcionário da


BANCOOP, que também o senhor tem responsabilidade com os cooperados, e vou lhe
fazer uma pergunta, para que o senhor possa ao se dirigir a mim respondendo a essa
pergunta de certa forma dar uma satisfação também a esses cooperados que,
independentemente de estarem aqui ou não, mas saberão da sua resposta.
Eu, como legítimo representante do povo paulista nesta Casa, quero saber do
senhor o que eu posso esperar como solução para regularização da suposta minha
unidade que não está escriturada, e daquela que paguei e não está sendo construída, só
está no papel e daquela que está inacabada?
Queria que o senhor me respondesse isso. O senhor como gerente da
Cooperativa BANCOOP.

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Deputado.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Estou lhe dando a oportunidade de o


senhor dar uma satisfação aos cooperados.

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – A Cooperativa, não tenho os


números precisos, mas a Cooperativa já entregou...

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Independentemente dos números, por


favor.

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – A Cooperativa já entregou por


volta de seis mil unidades. Nós temos hoje alguma coisa como 500 cooperados que
ainda estão na Cooperativa e não receberam suas unidades. Não há na Cooperativa um
só dia que a gente não trabalhe e não resolva o problema de alguém. É muito difícil a
gente não resolver o problema de alguém a cada dia.

(Manifestação na galeria)

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pediria que os


participantes da nossa CPI, as pessoas que estão aqui nos assistindo, não se manifestem
no momento, por favor.
72

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Nós temos hoje a oportunidade,


está em curso uma tentativa de acordo que reduziria 50% dos débitos dos cooperados,
que existe uma contrapartida dos fornecedores, enfim, um grande acordo para que todos
resolvam a sua situação com a Cooperativa. É uma oportunidade importante. Nós temos
conversado com muita gente sobre isso. É uma proposta que tem tido uma aceitação
muito expressiva.
E eu diria aos cooperados: entendam melhor essa proposta, acompanhem o
cotidiano dos conselhos, dos grupos que estão conversando com a Cooperativa, os
advogados, enfim, vamos fazer esses acordos e vamos entregar todas as escrituras, todas
as unidades, vamos concluir cada empreendimento e vamos finalizar cada um dos
empreendimentos que ainda estão com as suas contas, as questões em aberto.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Esse é um compromisso que a


BANCOOP está assumindo com os cooperados?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Já assumiu há algum tempo, está


certo? E está negociando isso com os empreendimentos. Vários deles já se reuniram, já
estão debatendo essa proposta. Enfim, é uma oportunidade importantíssima para a gente
dar solução para todos os problemas da Cooperativa hoje.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor esta dizendo com isso que
existe luz no final do túnel?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sempre acreditei que essa luz


nunca se apagou. Sempre acreditei na solução da Cooperativa, sempre. Se eu duvidasse
disso, Deputado, isso é um depoimento pessoal meu, se eu duvidasse disso um só
instante, eu já estaria fora da Cooperativa há muito tempo.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Eu gostei da sua resposta. Acho que o


trabalho de hoje, com o seu depoimento, se resume nessa pergunta que eu fiz e na
resposta que o senhor deu, porque o objetivo desta CPI não é outro senão buscar uma
solução para que essas famílias toda sejam amparadas, tenham o seu sonho da casa
73

própria realmente realizado. E constrange muito nós estarmos aqui ouvindo questões
que não tenham a ver com a solução do problema.
O que eu gostaria que o senhor reafirmasse para essas pessoas que estão nos
assistindo, nos ouvindo, é que existe então um compromisso de solucionar o problema
daqueles que não têm escritura, daqueles que as unidades estão paradas e as obras serão
retomadas e outras em que as unidades estão por serem terminadas ou acabadas. É isso?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Isso. Essa proposta está sendo


construída entre Cooperativa e cooperados, entre a Cooperativa, entre os representantes
dos cooperados e eles estão debatendo isso nesse momento.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – E haverá uma redução do valor a ser


cobrado em razão de uma negociação que está sendo feita com os prestadores de
serviços?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Com todos os credores.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Me dá um aparte?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A palavra está com o


Deputado Waldir Agnello.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Obrigado, senhor Presidente. Eu já lhe


dou.
Gostaria apenas de solicitar que todas essas pessoas que têm algum tipo de
pendência, isso estou solicitando, não estou pedindo se é possível, vou até oficiar isso,
que todos os nomes das pessoas que já foram atendidas por um acordo ou que serão
chamadas para fazer um acordo sejam informados aqui para esta CPI. Nós precisamos
acompanhar isso, Presidente, Relator, porque esse é o objetivo final do nosso trabalho
aqui.
Julgar se alguém cometeu crime, se alguém cometeu lavagem de dinheiro, se
alguém cometeu doação irregular, é função do Ministério Público denunciar e é função
do Tribunal de Justiça julgar.
74

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Um aparte, nobre Deputado Waldir


Agnello?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o


Deputado Ricardo Montoro.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pedi um aparte, Presidente.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Queria concordar com V. Exa.


Deputado. Realmente eu acho que nós temos, já fiz isso publicamente, essa obrigação
de procurar ajudar a resolver o problema daqueles que ainda não têm a sua escritura,
estão com os imóveis parados. Isso é perfeito. Eu acho que esta CPI tem de ser
propositiva nesse sentido.
Nós temos de tomar muito cuidado, muito cuidado mesmo, para que essa
proposta, que é perfeita e eu endosso, não encubra. Eu acho que facilitaria inclusive
uma negociação com os cooperados na medida em que a gente soubesse e pusesse no
relatório que será elaborado pelo Deputado Bruno Covas as denúncias que nós
recebemos aqui de muitos cooperados de desvio de recursos, de doação a campanhas, de
dinheiro que saiu e não se sabe se entrou, caixa única ao invés de ser caixa por
empreendimentos, sumiu o dinheiro, o dinheiro aplicado no FIDC, o dinheiro captado
pelo Fundo de Garantia. É muita coisa que nós temos. A gente não pode fazer com que
essa boa-vontade, que também é minha...

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Não vamos prevaricar.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Um aparte, nobre Deputado Waldir


Agnello.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Eu sou um dos proponentes dessa


atitude, e ela efetivamente não pode querer encobrir, jogar para baixo do tapete.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Nós na queremos fazer isso.


75

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Claro! As coisas que realmente nós


estamos captando nos depoimentos dos cooperados, nas notícias de jornal, nos
depoimentos do Ministério Público, em quebras de sigilo, enfim. Nós estamos
verificando realmente. Em firmas. Eu nunca vi firma formada com diretores da
Cooperativa prestar serviços a essa Cooperativa, pagar. É a mesma coisa que você pagar
o cheque para a mesma pessoa. Não tem cabimento. Isso é proibido. A Petrobrás não
compra de uma firma que é de um diretor seu. Se fizer isso, está prevaricando.
Então, eu acho muito boa a sua proposta, mas tomar esse risco. Vamos fundo na
pesquisa e na denúncia que nós estamos recebendo.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Um aparte, nobre Deputado Waldir


Agnello.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Um aparte ao Deputado Siraque.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o


Deputado Vanderlei Siraque.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Eu quero parabenizar o Deputado


Waldir Agnello, Deputado que a gente respeita muito, a gente respeita todos os
Deputados, mas acho que V. Exa. foi de um brilhantismo grande.
Nós temos de exigir que o Ministério Público apure as eventuais irregularidades
e se tiver algum Deputado inclusive que tenha alguma denúncia a fazer, nós podemos
colher inclusive o depoimento na própria CPI, que é permitido a gente colher
depoimentos de Deputados também, que apresente as provas, exigir que o Ministério
Público, eu vi muitas notícias em diversas revistas, que faça a denúncia ao Poder
Judiciário, sobre eventuais irregularidades, para acabar com o diz-que-me-disse.
Agora, para os cooperados, inclusive nós da Bancada do PT, nós temos um
documento, mas vou deixar para o nosso líder propor, que nós possamos fazer um
acordo aqui para de fato cumprir a nossa função aqui, que é resolver o problema dos
cooperados, que é fazer com que os inadimplentes possam fazer um acordo, aqueles que
já pagaram possam receber as suas escrituras, e possam também receber os seus
apartamentos, os seus imóveis, porque pode ser apartamento ou outra forma.
76

Porque é isso que interessa, é defesa da BANCOOP, que é uma instituição


importante, e defesa dos seus cooperados. Acho que é isso que a CPI, inclusive faz parte
do objeto da CPI, é encontrar uma solução. E nós poderemos encontrar essa solução
rapidamente. E o Ministério Público também apurar. O Deputado Montoro tem razão,
apurar, porque já faz cinco anos que o Ministério Público está apurando e nós só
estamos aqui há 90 dias, para encontrar uma solução e fechar.
Aí sim, aí nós vamos atender os interesses dos cooperados, da Cooperativa e
vamos exercer aqui a nossa nobre função de representantes da população do Estado de
São Paulo. Está de parabéns a V. Exa. (Palmas.)

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Obrigado.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o


Deputado Waldir Agnello.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Concluindo a minha fala, eu corroboro


com o Deputado Montoro, com a linha do Deputado Siraque. Acho que é o pensamento
de todos nós aqui.
Tenho acompanhado o trabalho do nosso relator, Deputado Bruno Covas, é um
trabalho hercúleo, de reunir esses dados. Nós vamos entregar, oficialmente, ao
Ministério Público toda e qualquer denúncia que foi feita aqui nesta CPI. Vamos fazer
realmente um trabalho exímio, com bastante excelência, combinado como foi
combinado entre nós aqui que nós não omitiríamos, não vamos prevaricar, Deputado
Ricardo Montoro, em relação àquilo que é nossa responsabilidade.
Quero devolver a palavra ao Presidente, e agradecer pela resposta que o
depoente nos deu, que eu penso que ela resume o nosso ânimo nesta oitiva do senhor
Manoel.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Algum Deputado


pediu a palavra? Eu quero concluir também a minha palavra, mas o senhor pode. Tem a
palavra.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Muito obrigado, Presidente.


77

Eu queria apenas recuperar um pouco a memória desta CPI, porque a questão de


quatro semanas atrás, uma manifestação do nobre Deputado Ricardo Montoro,
apresentou como caminho de solução para esta CPI a proposta que está em curso hoje.
Está em curso por iniciativa da BANCOOP, com o estímulo desta Comissão
Parlamentar de Inquérito, com relação à construção de uma solução negociada entre a
BANCOOP e cooperados.
No meu ponto de vista, Sr. Presidente, esta é a principal função e o principal
objetivo desta Comissão Parlamentar de Inquérito. Há outros também, mas o principal
objetivo desta Comissão Parlamentar de Inquérito é encontrar uma solução que garanta
os direitos dos cooperados que estão se sentindo de maneira subordinada nessa relação
com a BANCOOP. Portanto, nós estamos apenas, de absoluto acordo com essa proposta
e quero também me somar a essa manifestação do Deputado Waldir Agnello.
Mas quero também me somar à manifestação do Deputado Ricardo Montoro,
porque esta Comissão não vai passar a mão na cabeça de ninguém aqui. Nós queremos
apurar irregularidades, se aconteceram, e punir aqueles que cometeram as
irregularidades, de maneira absolutamente rigorosa. Não vamos abrir mão disso em
hipótese alguma.
Vamos enviar ao Ministério Público todas as informações e tenho certeza que o
Deputado Bruno Covas vai fazer o seu trabalho como relator, escolhido por esta
Comissão Parlamentar de Inquérito. Nós não vamos abrir mão disso, absolutamente.
Que não pareça que qualquer membro desta CPI tem essa intenção de acobertar, de
defender ou de garantir impunidade a quem quer que seja.
E há um terceiro aspecto também que queria levantar, porque acho que também
é legítimo. A disputa por opinião, a disputa política, a disputa dos partidos e dos
interesses que estão sendo colocados.
E aí, Deputado Montoro, me permita. Notícias de jornal existem aos milhares,
atacando esta ou aquela figura, este ou aquele partido. O que não equivale dizer que
exista sequer fundo de verdade nessas denúncias que surgem nas páginas das revistas e
dos jornais.
Semana passada nós nos deparamos aí com uma denúncia atingindo o partido de
V. Exa. Dizem que um tal senhor da Dersa, do DER, desapareceu com alguns milhões
de reais do caixa do PSDB. Eu posso acreditar nisso? Eu não acredito nisso. Eu não
acredito nisso, absolutamente. Eu não vou fazer essa afirmação, em hipótese alguma,
em lugar nenhum. Da mesma maneira que existem outras denúncias relativas a
78

Administrações ligadas ao PSDB. Eu recebi uma série de informações, Sr. Presidente,


sobre a Prefeitura de Miracatu, que tem relações com vossa senhoria. Mas eu não
acredito nessas denúncias, a não ser que elas venham...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Começaram os


dossiês?

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Não é dossiê não.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Também não acredito.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Se for dossiê, qual o problema? O homem


público deixar a sua vida exposta?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não tem problema


nenhum. Só estou falando: poxa vida, aonde foram chegar.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O senhor vai me deixar falar, senhor


Presidente?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o


Deputado Mentor.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sr. Presidente, eu também não


acredito, além do Mentor.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O senhor vai me permitir concluir? Me


permita concluir porque estou fazendo aqui a defesa da verdade e não de insinuações, e
não de acusações levianas, que podem eventualmente acontecer. Agora, se elas vierem
consubstanciadas em provas, aí sim é minha obrigação levá-las a público. E se isso
acontecer, eu vou fazer, não tenha dúvida nenhuma.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
79

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Posso continuar com


a minha palavra?

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Lógico, senhor Presidente. O senhor é


quem comanda.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Pela ordem.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Vicente


Cândido.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Também queria registrar aqui a minha


opinião. Primeiro concordar com a fala do Deputado Waldir Agnello, do Deputado
Ricardo Montoro que também já tinha manifestado aqui preocupações e propostas nesse
sentido.
Continuo acreditando que seja o pensamento da maioria dos Deputados que têm
como objeto central da CPI achar uma solução para os cooperados que aí alguns estão
angustiados diante da falta de solução. Acho que esta Casa deve dar essa contribuição,
já poderia ter acelerado mais os trabalhos. Nós chegamos até a propor aqui, no começo
da CPI, duas sessões por semana.
Chegamos a fazer um acordo de terminar os trabalhos ainda no mês de junho,
para que desse uma resposta o mais rápida possível para os trabalhos da CPI, tentando
achar uma solução para esse caso, mas acabou, pela maioria, preferindo estender os
trabalhos para depois do recesso e nesse período eleitoral, que dificulta um pouco. Vou
continuar acreditando nesse caminho.
Quero fazer dois comentários sobre duas dúvidas aqui levantadas pelo Deputado
Ricardo Montoro. Deputado Ricardo Montoro, eu também tinha outra impressão sobre a
questão das empresas de diretores e funcionários da BANCOOP, comecei a mudar essa
interpretação minha depois do depoimento do Tomás. Percebi ali, acho que ainda carece
de mais investigação, mas percebi ali que tinha muito mais uma tentativa de baixar
custos, da chamada auto-produção, do que propriamente um aproveitamento de firmas
de diretores.
Pelo depoimento do Tomás, que conheci o Tomás lá atrás, na criação da
Cooperativa, depois não tive mais contato com ele, mas percebi um pouco, ou bastante
80

acentuada, essa intenção de baixar custos para a produção da Cooperativa e a


Cooperativa, como ela não poderia produzir, tinha de ter alguma empresa para produzir
no sistema.
Então, quero avaliar mais isso, e talvez consiga mudar a interpretação que eu
tinha anterior. Se tiver erros, se tiver falhas, acho que tem de ser punido e não estou
aqui para ficar acobertando essas coisas. Mas acho que foi um depoimento que para
mim foi muito importante nesse sentido.
Em relação a eventuais desvios, aproveitamento do Partido dos Trabalhadores,
sobre depoimentos que tivemos aqui, irresponsáveis, isso eu acho que V. Exa. está
carregando um pouco a tinta nisso.
Não acredito que o PT, aliás, como dirigente que já fui, como Parlamentar, como
militante e fundador do PT, precisa tirar proveito de situação como essa. Acho que
jamais o PT vai tirar proveito de situação como essa. Acho que jamais o PT vai tirar
proveito. Se alguém fez, ancorado, usando como escora o Partido dos Trabalhadores,
fez por sua conta e responsabilidade. O PT não precisa de mesquinhez desse tamanho.
E se alguém fez, tem de ser punido, mas tenho certeza que não chegou um
centavo de desvio dessa forma nas contas do PT.

(Manifestação na galeria)

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – E se tiver, será punido, e se alguém do PT


recebeu, terá de ser punido. Esse não é o partido que eu defendo, não é o partido que eu
construí, desse tamanho de mesquinhez que foi. Alguém acabou usando o nome do PT
para isso, para tirar algum proveito. E se fez, acho que tem de ser punido.
Agora, dizer que o PT ancorou, apoiou iniciativa desse tipo, não acredito e nem
quero acreditar e não quero ser aqui leviano. E não quero também acreditar, e há muito
tempo não acredito, de versões de determinados órgãos de imprensa, sobretudo algumas
revistas de São Paulo e do Brasil, que não têm nenhuma responsabilidade, e muitas
vezes com nenhum partido. Até o seu candidato a Presidente da República, ainda
Governador, chegou a duvidar da seriedade de alguns órgãos de imprensa, relatando
matérias do seu próprio Governo aqui. Então, matéria de revista nunca será base de
investigação para nenhuma denúncia, nem contra o meu partido e nem contra os
adversários.
81

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Gostaria de continuar


a palavra com o depoente.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – É que ele citou...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o


Deputado Ricardo Montoro.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – É que fui citado. Deputado Vicente


Cândido, o que acho estranho é que V. Exa. se refere a uma firma de blocos, que teria a
intenção de baixar o preço.
Quero lembrar a V. Exa. que são mais de 10, de 10 a 12 firmas que foram
montadas com diretores da BANCOOP. É muita inocência se todos nós acreditarmos
que tudo isso foi feito em benefício da BANCOOP, para baixar o preço.
Inclusive o depoente que veio falar aqui e não me lembro o nome dele,
(inaudível) falou que a qualidade do bloco era muito ruim, e que com isso seria uma
construção de péssima qualidade.
Então, eu pediria que V. Exa. tomasse um certo cuidado ao expressar, tentar
mostrar à opinião pública que todas essas firmas que foram montadas com diretores e
ex-diretores da Cooperativa foram todas elas em função de baixar o preço. Me parece
que isso, tanto que depois de iniciadas as denúncias, ou todas ou a maioria delas, foram
fechadas e terminou o vínculo de negociação entre essas firmas.
Não me parece razoável, em nenhuma circunstância, você prestar serviço ao
Governo se você pertence ao Governo. Se eu sou o Secretário e contrato uma firma que
a minha mulher é sócia está caracterizada má-fé e uma falta de gestão honesta.
Então, a gente não pode ficar imaginando que são todos bonzinhos. Volto a
afirmar, a proposta do Agnello é a nossa proposta também, já conversei com vocês
também de procurarmos uma solução, sem dúvida, mas nenhum momento jogar as
possíveis denúncias por baixo do tapete.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Pela ordem, senhor Presidente. Um breve


comentário. Deputado Montoro, eu fiz questão de dizer que precisa ser melhor
82

investigado. Também não concordo, não aprovo a linha que foi adotada, tanto é que a
nova direção mudou essa prática. Mas eu vi esse indício, esse sintoma no depoimento
do Tomás, que precisa ser melhor investigado.
Agora, usar isso como uma questão afirmativa genérica de que foi a solução,
estou de pleno acordo com vossa excelência.
Também quero deixar registrado que incompetência, tanto na Administração
Pública quanto na privada, é difícil de punir, porque se fosse assim, teria um monte de
homens públicos ou mulheres públicas punidas por incompetência. Se teve
incompetência, é uma questão muito difícil de você averiguar. Agora, se teve má-fé, aí
sim vamos investigar melhor.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Posso continuar?


Queria me referir, primeiro, ao Deputado Mentor, dizendo a ele que quando ele
entra no campo das apurações é evidente que nós temos de buscar uma solução, esse é o
fundamental da nossa CPI, mas ele coloca falas aqui sobre notícias veiculadas em
jornais sobre desvio de doações do Serra, do PSDB, prefeituras como a de Miracatu,
que tem uma eventual ligação, e tem, porque é a minha mãe que é a Prefeita, com muita
honra, eleita legitimamente em Miracatu, e mãe não tem defeito, responde pelos seus
atos, e você não deve guardar nada que chegue a você. Você tem de denunciar se chegar
alguma coisa.
E eu não tenho problema nenhum. Fui Prefeito oito anos de Registro, uma vida
aberta, limpa. Não se sinta incomodado. Qualquer coisa deve ser encaminhada e
denunciada. É assim que nós devemos agir. A minha vida é um livro absolutamente
aberto, e nada vai me intimidar na condução destes trabalhos, absolutamente nada vai
nos intimidar.
Então, gostaria de voltar aqui à nossa arguição, às perguntas que gostaria de lhe
fazer. O senhor disse que acredita numa solução? O senhor acabou de falar aqui.

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Disse que sempre acreditei numa


solução.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Está tendo uma


solução?
83

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Que nós temos uma oportunidade


importante de dar solução para todos os problemas que a BANCOOP tem hoje.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor tem


participado de alguma solução, alguma reunião?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Participo das reuniões. Fizemos


reuniões com os advogados representantes das associações dos cooperados, que saíram
com a missão de discutir e dialogar com os cooperados e nos trazer um retorno dessa
proposta.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Recentemente, essas


reuniões estão ocorrendo?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sim, no último mês.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor tem


participado?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Participei de praticamente todas


elas.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor tem ideia de


tempo para uma solução? O senhor acredita que é possível, e nós também estamos com
muita expectativa, principalmente quando isso ocorre por parte dos cooperados, com a
participação deles, mas o senhor tem uma ideia de tempo de solução?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Cada empreendimento tem um


ritmo, tem uma velocidade de se reunir, de decidir. Tem suas instâncias de decisão, tem
as associações. Nós estamos trabalhando para que no mês de outubro já tenhamos
desenho pronto para todos os empreendimentos, para que essa solução comece a
ocorrer.
84

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor não tem


uma data, um prazo de uma solução?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Depende de todos os atores, dos


cooperados, dos empreendimentos, que são muito diferentes. Tem empreendimento que
está concluído, é só o final. Tem empreendimento que precisa ser concluído. Tem
empreendimento que falta uma torre inteira, e tem empreendimento que falta meia torre,
tem empreendimento que faltam alguns detalhes de conclusão.
Enfim, como os empreendimentos são diferentes, os tempos também serão
diferentes. Mas a gente acredita que em 45 dias a solução já deva estar pronta,
dependendo de decisão dos cooperados, porque são eles, no final das contas, que vão
decidir.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Concede um aparte, senhor Presidente?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Concedo um aparte.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Só reforçar. Achei importante a sua


pergunta e a resposta do Sr. Manuel. Eu vou oficiar o pedido desse plano estratégico de
recuperação de todos esses problemas, para que nós possamos dar publicidade a isso e
também ter como compromisso da BANCOOP na solução desses problemas.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Queria fazer mais


uma pergunta. O senhor, os diretores, o senhor conheceu os diretores da BANCOOP?
Conheceu, por exemplo, o Malheiro, que o senhor falou. Berzoini conheceu?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Conheci.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Diretores, conheceu o


André Luiz? Quem é?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – O André é diretor do Sindicato.


Participou da primeira gestão da Cooperativa, da fundação.
85

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Diretor técnico.


Berzoini e o Vaccari o senhor conheceu?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Conheci. Conheço.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tomás?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – O Tomás eu conheci, não convivi


com ele. Convivi quando entrei na Cooperativa como funcionário, uns dois ou três
meses, até ele se licenciar.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor sabe de


militância política desses diretores que citei, se têm filiação partidária, se eles pertencem
a algum partido?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Ricardo Berzoini, certamente, foi


Deputado Federal pelo PT. João Vaccari, certamente, porque é tesoureiro do PT.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tomás Fraga?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Desconheço filiação.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Malheiro?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – O Luis Malheiro foi candidato


acho que a Vice-Prefeito em Praia Grande.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pelo PT também?

O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Penso que sim. Não tenho...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Nós não podemos


afirmar que o PT dirigia a BANCOOP, mas nós podemos afirmar que dirigentes da
BANCOOP eram filiados ao PT?
86

O SR. O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Podemos afirmar que


cidadãos filiados ao Partido dos Trabalhadores dirigiam a Cooperativa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Dirigentes da


BANCOOP.

O SR. O SR. MANOEL CASTANHO BLANCO – Sim.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Alguém mais quer


fazer alguma pergunta? (Pausa.) Agradeço então a participação do senhor. Muito
obrigado.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Peço a suspensão dos trabalhos por cinco


minutos.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Vou suspender os


trabalhos por cinco minutos. Muito obrigado.

* * *

A reunião está suspensa por cinco minutos.

* * *

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Retomando os nossos


trabalhos, convido os Deputados a tomarem seus assentos.
Reabertos os trabalhos.
Convido, então, a Sra. Ana Maria Ernica, convocada para prestar informações
sobre o objeto desta CPI.
87

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, tem a


palavra o Deputado Antonio Mentor.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presidente, gostaria de submeter à


apreciação desta CPI a possibilidade de ouvirmos, ainda hoje, em conjunto com a
depoente Ana Maria, o atual Presidente da BANCOOP, Sr. Vagner de Castro, para que
nós pudéssemos, de alguma forma, avançarmos nas informações necessárias para a
conclusão dos nossos trabalhos.
Eu penso que, em que pese posição manifestada dessa Presidência de que essa
convocação não está na pauta, eu entendo que se houver um entendimento desta CPI
que possa aprovar essa medida, não há nada que possa também obstaculizar a oitiva do
Sr. Vagner de Castro, em conjunto com a depoente Ana. Portanto, queria submeter esse
requerimento verbal a V. Exa. e queria que V. Exa. consultasse os demais membros da
Comissão Parlamentar de Inquérito.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Algum Deputado quer


se manifestar sobre esse assunto?

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela ordem, Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Bruno


Covas.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Presidente, embora o Deputado Antonio


Mentor seja um Deputado preparado para qualquer coisa que aconteça, na condição de
relator, na condição de membro da CPI, eu não tenho nenhum preparo para ouvir
qualquer outra pessoa que não esteja na pauta. Então, sou contrário a aumentar o
número de convocados assim, dessa forma, sem nenhum aviso aos membros da
Comissão.
88

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Waldir


Agnello.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Eu também quero acompanhar a fala,


em que pese à intenção do Deputado Mentor, mas é de suma importância que nós
estejamos devidamente instruídos, preparados para que possamos fazer a oitiva do Sr.
Vagner de forma mais consentânea.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Um aparte, Deputado Agnello?

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Pois, não.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Apenas para explicar melhor qual é a


minha intenção. Nós queríamos que o Presidente da BANCOOP participasse apenas do
período da exposição, sem embargo a uma eventual reconvocação do Sr. Vagner de
Castro para outra sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito.
Não haveria nenhum problema ele voltar aqui e aí sim responder a todas as
perguntas. Mas, no momento da apresentação, ou seja, a oportunidade que a
BANCOOP vai ter é agora de apresentar os seus números, os seus argumentos. É justo
que o Presidente, aquele que dirige a Cooperativa neste momento, tenha essa
oportunidade de, ao lado da diretora Ana, também fazer a apresentação.
Depois, as perguntas vão ser dirigidas à depoente Ana e se nós entendermos
necessário, reconvocamos para uma outra sessão, sem nenhum problema.
Apenas para esclarecer qual é a intenção, para nós não decidirmos sobre uma
coisa diferente daquilo que eu estava pensando em fazer. Apenas para isso, Deputado
Bruno Covas também, que já manifestou. Não há nenhum embargo a um eventual
depoimento posterior do Sr. Vagner também. Só, nessa fase da apresentação, eu acho
que seria justo dar à BANCOOP, à atual diretoria da BANCOOP, a oportunidade de se
manifestar oficialmente na figura do seu Presidente.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – É tão importante esse depoimento da


atual diretoria que penso que o Presidente deva ser ouvido, ato contínuo. Ele faz a
exposição, nós fazemos as perguntas, para não termos de depois retomar isso. É a minha
opinião.
89

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mais algum Deputado


quer se manifestar sobre esse assunto?

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – No dia do depoimento dele.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Não é contínuo, é descontínuo?

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Não. É ato contínuo no dia do


depoimento dele.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mais algum Deputado


gostaria de se manifestar sobre esse assunto?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o nobre


Deputado Vanderlei Siraque.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Seria interessante a gente ouvir o atual


Presidente da BANCOOP até porque é o único que poderia, juntamente com os
cooperados e com esta CPI, apresentar uma solução para o problema que nós estamos
enfrentando.
Nós ouvimos diversos depoimentos nesta CPI que foram importantes, mas que
todos já foram prestados ao Ministério Público. Todos os depoimentos relativos à
denúncia foram prestados. E até por uma questão de economia processual, economia de
tempo nosso aqui, dos funcionários da Assembleia, dos nobres Deputados, seria
interessante e aí, se for necessário ouvi-lo em outra oportunidade, como disse o meu
líder, o Deputado Mentor, se ouviria. Mas pode ser que poderia esclarecer muita coisa e
até ajudar nas angústias dos cooperados.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Pela ordem, Presidente.


90

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, tem a


palavra o Deputado Vicente Cândido.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Sr. Presidente, acho que apenas


ganhariam celeridade os trabalhos. Já que o Presidente está aqui, até em respeito ao
público, aos cooperados aqui presentes, tendo a ressalva de que se houver, na avaliação
da CPI, ele voltaria em outro momento para fazer o depoimento, eu acho que ajudaria,
na medida em que a apresentação é do corpo diretivo da BANCOOP. Ele está, de
alguma forma, inserido na apresentação da diretora. Então, eu acho que seria de bom
senso, razoável, que abrisse também a palavra para o Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Por questão de


absoluta cautela desta CPI, e ouvindo as considerações de alguns Deputados que
discordam da proposta apresentada, nós debatemos bastante a necessidade de se dar
publicidade à nossa pauta da reunião com 24 horas de antecedência.
E como não consta da nossa pauta, em prejuízo a uma análise melhor dos
Deputados sobre as oitivas, e até daqueles que não estão aqui, que querem participar do
momento da participação aqui do Presidente da BANCOOP, acho que nós vamos dar
sequência aos nossos trabalhos.
Passamos à oitiva da Sra. Ana Maria Ernica.
A senhora foi convocada a comparecer a esta CPI, pelo Ato nº 13, de 2010, com
a finalidade de investigar supostas irregularidades e fraudes praticadas contra cerca de
três mil mutuários da Cooperativa Habitacional dos Bancários – BANCOOP, e propor
soluções para o caso. E, como testemunha, com fundamento no art. 203 e 218, ambos
do Código de Processo Penal, combinado com o § 2º do art. 3º da Lei Estadual nº
11124, de 10 de abril de 2002, bem como as demais normas constitucionais e
infraconstitucionais aplicáveis à espécie, cumpre-nos adverti-la que deve dizer a
verdade, não podendo fazer afirmações falsas, calar ou negar a verdade a respeito dos
fatos do seu conhecimento, por incorrer em crime previsto no art. 4º, inciso II, da Lei
Federal nº 1579, de 18 de março de 1952.
Vou pegar o termo de qualificação. A senhora poderia complementar esses itens:
Nome completo.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Ana Maria Ernica.


91

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Idade?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – 51 anos.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Estado civil?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Casada.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Endereço da


residência?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Rua França Pinto, 756, apartamento 31, Vila
Mariana, São Paulo.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Profissão?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sou bancária.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Local de trabalho?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sou bancária aposentada e hoje sou diretora
administrativa financeira da BANCOOP e trabalho na Rua Líbero Badaró, 152.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Cargo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Endereço é Rua Líbero Badaró e o cargo e


diretora administrativa financeira.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem grau de


parentesco com alguma das partes, com diretores da BANCOOP, com algum Deputado?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não tenho.


92

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Peço que a senhora


possa ler o Termo de Compromisso do Depoente. Por favor.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sob minha palavra de honra prometo dizer a
verdade do que souber e me for perguntado, relacionado com a investigação a cargo
desta Comissão Parlamentar de Inquérito.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Peço a V. Sa. a


gentileza de relatar o que o souber, explicando sempre as razões ou a ciência dos fatos
que possam nos dar a condição de avaliar e poder certificar da credibilidade dos fatos e
também do seu depoimento.
Nós temos adotado aqui o procedimento de dar em torno de 10 minutos para que
o depoente fale, fique bem à vontade, e depois os Deputados usarem a palavra. Fique à
vontade para fazer uma apresentação. Alertar para que fosse algo em torno de 10
minutos.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Vou tentar ser bem rápida. Essa é uma cópia
para o senhor e se puder...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Por favor, apagar um


pouco a luz para que tenhamos um melhor visual da apresentação.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Também está sendo distribuída uma para
cada um dos Deputados. É uma apresentação institucional da BANCOOP. Está aqui o
Presidente da BANCOOP, Vagner de Castro, a gente está acompanhado do nosso
advogado Dr. Pedro Dallari, e também de alguns colaboradores da Cooperativa.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Sr. Presidente, acho que a depoente


poderia usar o microfone sem fio e se afastar um pouco do painel, para ela ficar mais à
vontade.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O que é a BANCOOP? A BANCOOP é


uma cooperativa habitacional, fundada em 1996, por iniciativa dos bancários. Como
93

cooperativa, ela é regulamentada pela Lei nº 5.764, de 1971, e tem como finalidade a
construção de moradias a preço de custo.
Com relação aos empreendimentos da BANCOOP. A BANCOOP tem hoje,
atualmente, são 39 empreendimentos, 25 concluídos, nove em construção e cinco que
foram transferidos para construtoras, num total de 39; e uma quantidade de blocos: são
106 blocos.
Esses blocos estão distribuídos da seguinte forma: 84 já foram concluídos, são
77 prédios e sete fases de casas; 12 são blocos ainda a entregar, que são nove prédios e
três fases de casas; e 10 prédios que foram transferidos para construtora.
Aqui a gente vai uma apresentação dos 25 empreendimentos concluídos da
BANCOOP. A maioria desses, todos esses empreendimentos basicamente, eles ficam
em regiões bem localizadas na Cidade de São Paulo ou Grande São Paulo ou no litoral,
e a apresentação deles são: Moradas da Flora, que é um empreendimento da BANCOOP
que fica em Osasco; Horto Florestal, na Zona Norte, próximo ao Horto; Jardim da
Saúde, que fica perto da Ricardo Jafet; Mirante do Tatuapé, próximo ao Metrô Carrão;
Morada Inglesa, que fica no Metrô Parada Inglesa, na Zona Norte; Edifício Cachoeira,
junto com o Parque Mandaqui, que é o último da tela, uma única seccional em dois
terrenos, que fica no Mandaqui; Parque das Flores é um empreendimento na Praia
Grande, de frente ao mar. Todos esses empreendimentos são empreendimento de porte
de classe média, não são construções populares, são empreendimentos bem concluídos.
Portal do Jabaquara fica a mil metros do Metrô Jabaquara, na Avenida Engenheiro
Armado Arruda Pereira; Praia Grande fica no Bairro Aviação, em frente ao mar; Praias
de Ubatuba fica no Litoral Norte, na cidade de Ubatuba; Santac é um empreendimento
de Santo André; Residencial Moema fica na Zona Sul, próximo à Avenida Hélio
Pelegrino; Recanto das Orquídeas, em Santo André; San Filipe fica na Zona Norte,
próximo ao Mandaqui também; Solar de Santana fica na Conselheiro Moreira de
Barros, uma das principais ruas do bairro; Veredas do Carmo é um empreendimento
grande, um dos primeiros empreendimentos da BANCOOP, fica próximo ao Parque do
Carmo; Torres de Pirituba também um dos primeiros empreendimentos lançados e
entregues pela BANCOOP, que fica perto da estação do trem; Vila Augusta, que é um
empreendimento em Guarulhos; Vila Formosa, na Vila Formosa, na Zona Leste; Vila
Mariana, fica a três quadras do Metrô Vila Mariana; Vila Mazzei, na Zona Norte;
Village di Palmas, é um condomínio de casa no Tremembé, perto da Serra da
Cantareira; Residencial Pêssego é um empreendimento de aproximadamente uns 500
94

metros da estação Itaquera do Metrô; e o último empreendimento é o Swiss Garden, um


empreendimento que está pronto, está finalizando a pele de vidro nas coberturas, que é
um empreendimento que fica de frente ao Horto Florestal, e que só estamos aguardando
a expedição do habite-se para ser entregue nos próximos dias para os cooperados. É um
empreendimento de uma única torre, que tem 88 unidades.
Os empreendimentos em construção. Temos o Bela Cintra, que fica a algumas
quadras da Paulista, o Bela Cintra já tem uma torre concluída, a outra ainda não está
concluída; Casa Verde, na Zona Norte, duas torres já entregues, uma a entregar; Colina
Park é um condomínio misto, que tem dois prédios e uma fase de casas, já tem uma
parte entregue, está em construção um prédio e o outro não iniciou ainda. Ele fica perto,
uns 200 metros da Avenida Bandeirantes, perto do Parque São Domingos. Jardim
Anália Franco, que já tem dois prédios entregues, dois em construção, fica numa região
bem localizada de São Paulo; Liberty Boulevard, que fica na Conselheiro Furtado,
próximo ao Metrô Liberdade, também tem um prédio entregue e outro em construção;
Torres da Mooca, que fica na Marina Crespi, dois prédios já entregues, um em
contruçao; Vila Clementino, ao lado do Metrô Santa Cruz e Shopping...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pediria às pessoas


presentes que não se manifestem. Tem a palavra a depoente.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Fica perto do Shopping Santa Cruz, perto do
Colégio Arquidiocesano. Vila Clementino tem uma torre entregue e uma em construção,
duas entregues e uma em construção; Vila Inglesa fica na região de Interlagos; e Vilas
da Penha, que é um condomínio de casas na Zona Leste, já com duas fases de casas
entregues e faltam duas ainda a entregar.
Com relação às unidades habitacionais da BANCOOP. Desse total de 25
empreendimentos entregues, dos nove ainda em construção, mais os que foram
transferidos, a BANCOOP tem um total de 6630 unidades, 5697 moradias, ou seja, 88%
delas, já foram entregues, já são unidades concluídas. Nós temos, em construção, 8%
das unidades estão em construção e essas unidades pertencem a cooperados. São 504
cooperados que ainda aguardam o recebimento das suas unidades. Desses 504 que ainda
aguardam as suas unidades, aproximadamente 90 desses cooperados já possuem mais
uma outra unidade da BANCOOP, então já têm pelo menos uma moradia. Os outros 6%
95

são unidades que estão em construção e que não pertencem a cooperados, ou são de
permutas ou estão disponíveis para adesão.
Dessas 504 unidades que ainda faltam entregar para os cooperados, 8% delas,
421 estão em negociação no processo para transferência para uma construtora fazer a
conclusão do empreendimento. Seis por cento, ou seja, 32 unidades que ainda falta
entregar estão em negociação com a BANCOOP para conclusão pela própria
Cooperativa, e 51 unidades ainda não estão com nenhum processo de negociação em
andamento.
Com relação às escrituras. Dos 25 empreendimentos entregues, nós temos 4236
unidades. Dessas unidades, 80% delas já estão com as escrituras liberadas, ou seja, 3402
unidades nós temos as escrituras disponíveis para serem lavradas, sendo que os
cooperados que já escrituraram as suas unidades são 1222.
Com relação ao custo adicional. A Cooperativa constrói, é uma construção, é um
auto-financiamento a preço de custo. Para sintetizar o que é esse auto-financiamento a
preço de custo, a gente colocou um artigo do Aldo Dória Matos, um engenheiro, essa
definição dele esta na revista Em Construção e Mercado, de junho de 2005, que diz o
seguinte: “Que no regime de administração a preço de custo, o preço final nunca é
conhecido com exatidão antes do final da construção. Por não ser um valor fixo e sim
influenciado pelas vicissitudes dos preços dos insumos e da mão-de-obra, ele é sempre
uma previsão, um valor estimado. O ritmo da obra depende, sobremaneira, do aporte
dos condôminos. Basta que uns poucos se atrasem no pagamento das parcelas e o prazo
da obra já não será o mesmo de antes.” Então, é um resumo do que é o preço de custo.
Com relação ao custo adicional e ao reforço de caixa da Cooperativa, também
em cima dessa definição que ele coloca, a Lei do Cooperativismo contempla, no art. 80,
no termo de adesão assinado pelos cooperados quando eles aderem a alguma unidade da
cooperativa, faz parte da cláusula quarta o reforço de caixa e da cláusula 16 a apuração
final. Então, aqui é onde estão previstas e onde os cooperados tomam ciência da
possibilidade que mais parcelas podem ser necessárias para compor o custo final da
obra.
O rateio da BANCOOP, quando foi estruturado em 2006, com base na Lei da
Cooperativa e no termo de adesão, mais ou menos nós podemos distribuir, dessas
unidades entregues, essas 4236, 12 e 25 empreendimentos entregues, a distribuição mais
ou menos dessa forma. Isentas de rateio, ou seja, a unidades que não tiveram nenhum
real de rateio são 1171 unidades, 27%. Até cinco mil, ou seja, de zero a cinco mil reais
96

que foi o rateio de apuração final, 177 unidades, acumulado 31%, quase 32. Até 10 mil
reais, 1058 unidades, de cinco a 10 mil, 56% por cento do total das unidades da
BANCOOP, o rateio não ultrapassou 10 mil reais. E até 20 mil reais é que dá 77%, ou
seja, o máximo de rateio cobrado foi 77% do total das unidades já entregues. Até de 30
mil, 17%, são 57 unidades. Acima de 30 mil, 4,86%. Ou seja, dos 70% das unidades
entregues pela BANCOOP, o rateio não ultrapassou 20 mil reais, e desses 70%, 30%
praticamente não teve nenhum rateio.
Aqui a gente fez uma comparação mais ou menos para destacar quanto é o valor
do rateio comparado com o custo inicial e hoje a valorização que tem o empreendimento
que o cooperado fez. Pegamos, por exemplo, o Solar de Santana, que é o que fica na
Conselheiro Moreira de Barros, em Santana. É uma seccional composta de três
edifícios, com 196 unidades, entregue em 2000 e 2002 e 2004, cada um deles, uma
média de a cada dois anos entrega uma unidade. O custo total do empreendimento foi de
18 milhões e meio. Uma unidade de dois dormitórios, a gente pegou o custo de quando
foi lançado e atualizou para valores de abril de 2010, isso é a condição real de um
cooperado que aderiu no lançamento do empreendimento, o custo inicial desse
empreendimento foi vendido a R$ 125.942,00 reais, a adesão que ele fez. O rateio foi
R$ 16.309,00, ou seja, 12,9%, 13% do custo inicial foi o rateio que dá 142 mil reais, é o
montante dessa unidade de dois dormitórios no Solar de Santana.
O preço de mercado, se a gente utilizar a pesquisa do CRECI, que é o Conselho
Regional dos Corretores de Imóveis, que tem uma pesquisa tanto para o Estado de São
Paulo, quanto para a Capital, para o litoral, para o interior, enfim, localizado por
regiões, é uma entidade governamental, uma entidade federal, um órgão oficial, uma
unidade nessas mesmas características, nessa mesma região, nessa mesma metragem,
nessas mesmas condições, o preço de mercado hoje dessa unidade, em dezembro de
2009, quando nós fizemos esse levantamento, seria de 233 mil reais, ou seja, uma
valorização de 64%.
Um outro exemplo é o Horto Florestal, um condomínio de quatro torres, também
o custo total do empreendimento foi de aproximadamente 18 milhões, o custo inicial de
uma unidade de três dormitórios 110 mil, o rateio de 23,21% do custo inicial, e o preço
de mercado hoje 184 mil, em comparação com 134, que seria o custo hoje da unidade
paga pelo cooperado, uma valorização de 37%.
Mirante do Tatuapé, próximo ao Metrô Carrão, é um empreendimento com duas
torres, entregue em 2003 e 2005, também um empreendimento que custou em torno de
97

17 milhões, o rateio foi 25% do custo inicial de uma unidade de três dormitórios. Hoje,
o mesmo empreendimento, o custo de mercado é 178 mil, uma valorização de 19%.
Veredas do Carmo, que é um empreendimento com 504 unidades, é um
empreendimento bem grande, com seis torres, esse empreendimento teve um custo total
de 21 milhões. Uma unidade de dois dormitórios, 83 mil reais. Esse empreendimento
não houve rateio. O preço de mercado hoje dá em torno de 154 mil reais, uma
valorização de 84%.
Aí vêm os outros exemplos, Portal Jabaquara que teve um rateio de cinco mil
reais, 5,7% do custo inicial, e uma valorização para o dia de hoje de 60%.
Torres de Pirituba também teve um rateio de seis mil reais, 5% do custo inicial,
uma valorização de 39%.
E assim vai, Vila Augusta, Parque das Flores 30%.
Enfim, nós temos esse estudo com relação a todos os empreendimentos já
concluídos e entregues.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Só para informar,


estamos com 15 minutos e 21 segundos. Vamos concluindo.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Vou ser um pouco mais rápida.


Com relação à gestão a partir de 2005.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, senhor Presidente.


Gostaria que fosse mais devagar, para que a gente possa entender a
apresentação.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Muito bem.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Montoro, qual o problema?

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Não estou me dirigindo a você.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Siraque, ela


vai procurar atendê-lo, mas a gente pede a ela também que se atente ao tempo.
98

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Nós ficamos três horas num


depoimento e agora... Eu gostaria... Estou anotando aqui, senhor Presidente.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Sr. Presidente, pela ordem.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Vamos dar sequência.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Estou solicitando como membro desta


CPI.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, com a


palavra o Deputado Vicente Cândido.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Sr. Presidente, acredito que nós tivemos


entendimentos aqui em outros momentos de que o depoente usa o tempo que ele achar
necessário. É assim que se faz nas boas CPIs e queria registrar isso.
Nós tivemos esse entendimento aqui. A principal peça de uma CPI é o depoente,
então ele fica à vontade e usa o tempo que ele quiser, até para colaborar com as nossas
informações e o nosso entendimento.
Então, nunca vi uma CPI, Sr. Presidente, e já acompanhei várias, determinar
tempo de depoente. Se ele precisar de três horas, se a matéria justifica, é relevante, ele
usa três horas. Não vamos pressionar o depoente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Nós vamos dar


sequência conforme os nossos procedimentos.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Quero saber se tem esse entendimento,


senhor Presidente?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Que ela terá o tempo


que ela quiser? Não.
99

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Nós combinamos isso em algumas


sessões.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Nós daremos o tempo


adequado para que ela faça uso da palavra.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – O tempo adequado é ela quem vai julgar,


não o senhor que vai julgar.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Eu também. Eu sou o


Presidente desta CPI.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – É o Presidente, mas não é o dono da CPI.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Vicente


Cândido, cabe a mim controlar aqui o funcionamento da CPI. Nós já dissemos para
todos...

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Se tiver alguma desordem o senhor tem


de controlar, mas não tem nenhuma desordem aqui. Estou relembrando ao senhor que
tem esse entendimento nesta CPI.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Vicente


Cândido, por que nós estamos discutindo o tempo, se eu só informei que ela tem 15
minutos e estou garantindo a palavra dela? Qual a preocupação do senhor?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Deu para ver...

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – O senhor não dará o tempo para ela fazer
a apresentação, senhor Presidente. Só isso.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Quem falou?


100

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Olha o caderno.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Vamos continuar e aí


a gente vai administrando.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, senhor Presidente.


Rapidamente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pois, não, Deputado


Vanderlei Siraque.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – É que inclusive gostaria que não fosse


tão rápido, até para que, é pública a apresentação e sob juramento, inclusive depois vou
pedir para retomar alguns... Sei que o senhor tem uma rapidez maior do que eu, mas eu
gostaria que a depoente fosse mais devagar.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A depoente está com


a palavra.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Obrigado.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Vou tentar concluir. A gestão a partir de


2005, ou seja, depois que a gente assumiu a BANCOOP, em 24 de fevereiro de 2005.
Entre as principais medidas tomadas pela atual administração, foram a
contratação de três consultorias e uma auditoria, para que nos ajudassem a fazer um
Raio X e fizessem um levantamento da situação da BANCOOP e nos ajudassem a
propor medidas administrativas de controle e de gestão mais adequados dentro de uma
boa governança corporativa.
Dentro disso, a gente contratou a DDO Trevisan, que foi responsável por rever
toda a estrutura organizacional da Cooperativa e fazer a elaboração de normas,
procedimentos, controles. A NGI, que era uma empresa especializada na área técnica,
na área de engenharia. A NGI ela unificou os nossos procedimentos nos canteiros de
obras, na área técnica, na área de suprimentos, enfim, no planejamento e orçamento dos
101

empreendimentos. Mega, que foi a empresa contratada para implantar o sistema


operacional integrado. A Cooperativa tinha um sistema que não era interligado entre si,
todas as áreas e a Mega implantou esse novo sistema que está hoje operando na
Cooperativa. E a auditoria contábil externa, foi contratada a Terco Grant Thornton, que
hoje se associou à Ernst & Young e então já está dentro da Cooperativa fazendo
auditoria de 2010 e agora sendo Ernst & Young Terco.
Medidas relativas às obras. Também fizemos o encerramento financeiro, como
diz a Lei das Cooperativas, que a gente falou, o custo adicional e o encerramento de
cada um dos empreendimentos concluídos, reorçamos os empreendimentos que estavam
em construção. Aqueles que tinham baixa adesão e não eram economicamente viáveis,
foram descontinuados. Nesse sentido, a BANCOOP descontinuou alguns
empreendimentos, devolveu os terrenos ou vendeu, e ressarciu os cooperados desses
empreendimentos, quase todos. Também lançou o rateio do custo final de obra dos
empreendimentos concluídos, que é a apuração final e adequação do custo com os
empreendimentos em construção, que foi reforço de caixa.
Então, essas foram medidas, com base nas obras, além da consultoria que a
gente contratou que refez todos os procedimentos internos.
Também nos pautamos, durante a gestão a partir de 2005, pela participação,
fiscalização e transparência por parte dos cooperados. Dentro desse processo houve um
debate sobre a necessidade do reforço de caixa. Foi a BANCOOP que chamou cada um
dos cooperados, em comissões ou em reuniões e assembleias, para explicar a situação
de cada um dos empreendimentos. Nisso a gente realizou 23 reuniões técnicas, 14
assembleias de seccionais, 15 reuniões de esclarecimento de balanço, quatro auditorias,
que foram feitas pelas próprias seccionais, 10 Conselhos Fiscais foram eleitos, que
vieram a acompanhar o andamento das obras e vieram a acompanhar as finanças da
BANCOOP, 210 reuniões com Conselhos Fiscais foram realizadas, e 37 reuniões para
averiguação de documentos contábeis por parte das comissões de cooperados.
Também, nessa propositura da gestão, os nossos editais para assembleias foram
publicados no Jornal da Tarde, colocado no site da BANCOOP, foi enviada
correspondência aos cooperados e foi noticiado no jornal específico da BANCOOP que
é Notícias BANCOOP.
Mecanismo de comunicação com os cooperados. Nós implantamos, em 2005,
um boletim periódico. Começou mensal e agora é uma periodicidade um pouco maior,
sobre todas as atividades da Cooperativa. Toda reestruturação que fomos fazendo ao
102

longo desse período fomos relatando aos cooperados, divulgando, informando,


participando do que vinha acontecendo na cooperativa.
Anualmente enviávamos uma revista com o relatório das atividades, o balanço
da gestão e também as demonstrações financeiras da Cooperativa com o parecer dos
auditores e do Conselho Fiscal.
Sempre que necessário, enviávamos correspondências específicas para os
funcionários, além do portal da internet. Aqui alguns exemplos dos nossos materiais,
que são os boletins de obra, os boletins mensais, a revista de balanço. Além dessas
formas de comunicação, nós temos a Central de Informações, que é o CIN e também o
atendimento na própria sede da cooperativa, aos cooperados. Dessa forma a gente
procura abranger e prestar todas as informações necessárias.
No portal da internet, além das informações sobre a Cooperativa, também estão
contidas as informações dos empreendimentos concluídos. Ou seja, todas as
informações que foram feitas, todos os relatórios e demonstrativos a respeito dos custos
e demonstração de como nós chegamos ao rateio final que foi lançado em cada um dos
empreendimentos.
Controvérsia jurídica. A partir de 2006, quando foi o lançamento do rateio, teve
início uma controvérsia jurídica em parte de cooperados e a BANCOOP, referente aos
pagamentos dos aportes e da apuração final dos empreendimentos e da devolução dos
valores dos cooperados que se desligavam. Essa demanda judicial vem se reduzindo em
virtude dos acordos realizados e já são, aproximadamente, até hoje, em torno de 700
acordos. Atualmente, está em negociação uma solução mais abrangente para resolver
todos os problemas que ainda estão pendentes na Cooperativa.
Perícias judiciais. Além da auditoria que é feita anualmente, nós temos
determinadas, judicialmente, 69 perícias em ações de cooperados que entraram na
justiça, relacionadas ao rateio e reforço de caixa. Dessas 69 perícias, 23 já estão com os
laudos no processo e já foram anexados e já foram concluídos os laudos. E esses 23
laudos apontam para a regularidade das ações contábeis da Cooperativa e da qualidade
técnica dos empreendimentos. Todas essas perícias são públicas e elas trazem o
relatório completo do que aconteceu em cada uma das seccionais.
As outras 46 perícias estão em andamento. A gente vem atendendo, em alguns
casos, os auditores que comparecem na sede da Cooperativa para verificar
documentação ou no próprio empreendimento, para verificar a qualidade técnica do
empreendimento.
103

E o acordo com o Ministério Público. Nós firmamos um acordo com o


Ministério Público, que foi homologado em 2009. Agora está em processo de
homologação em segunda instância, e nesse acordo a BANCOOP se comprometeu a
tomar uma série de medidas. Antes mesmo de firmar esse acordo, a BANCOOP já
vinha atuando nesse sentido, e agora, mesmo antes dessa homologação final, a maioria
dessas obrigações já são cumpridas, como abertura da conta por empreendimento, CNPJ
de cada um dos empreendimentos, a restituição aos cooperados dos empreendimentos
descontinuados. Não lançamos nenhum empreendimento depois que fizemos também
esse acordo, não lançamos nenhum empreendimento depois de 2005. A demonstração
do rateio pela internet, a realização de auditorias. Enfim, todas essas questões que fazem
parte do acordo com o Ministério Público já estão sendo cumpridas pela Cooperativa.
De uma forma geral era isso e a gente fica à disposição para as dúvidas.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A palavra está aberta


aos Deputados. (Pausa.)

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, tem a


palavra o Deputado Waldir Agnello.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Para arguir a depoente Ana Maria


Ernica.
Gostaria de ouvir de V. Sa. desde quando trabalha na BANCOOP ou tem relação
com a BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu fui eleita em 24 de fevereiro de 2005.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Eleita a...?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Diretora administrativa financeira em 2005.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora teria participado da fundação


da BANCOOP, em 1996, que ela foi fundada?
104

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu era diretora do Sindicato dos Bancários à


época, acompanhei a pesquisa que o Sindicato fez, porque o Sindicato fez uma grande
consulta junto à categoria bancária para identificar a demanda. Mas, exatamente na
fundação, eu não estava.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Mas estava no Sindicato?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Estava no Sindicato.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Hoje, na BANCOOP, só para reiterar, a


senhora ocupa que função?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Diretora Administrativa Financeira.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – E a senhora é registrada pelo Sindicato


ou pela BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não tenho registro. Sou aposentada pelo
Santander, me aposentei como gerente do Santander/Banespa, concursada, depois fiquei
um período no Sindicato e do Sindicato eu vim para a BANCOOP. Não tem registro. É
um cargo eletivo, não um cargo de CLT, não é um cargo registrado. É estatutário.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Tem mandato previsto para quanto


tempo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Mandato de quatro anos.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Termina quando?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O próximo mandato é em 2013, que


termina.
105

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhor foi eleita em 2005 e reeleita


em 2010?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Reeleita em 2009, para um mandato de


quatro anos.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – E essa eleição se dá como? Quem elege


a diretora financeira ou o diretor financeiro da BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Assembleia de cooperados.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora tem conhecimento da


instrução dessa eleição? Os cooperados foram comunicados?

(Manifestação na galeria)

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Por favor. Tem a


palavra o Deputado Waldir Agnello.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Os cooperados foram comunicados,


houve apreciação do seu nome pelos cooperados, o sistema é voto secreto, voto aberto?
A senhora pode me explicar como isso se dá?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Houve a convocação da assembleia, foi


publicada em jornal de grande circulação, foi publicada no jornal da BANCOOP a
convocação, não só a convocação para a assembleia como a abertura de todo o processo
eleitoral, para inscrição de chapas. Não teve nenhuma chapa, a não ser a da qual eu
participei, que se inscreveu para a eleição. Então era chapa única. A eleição se deu nessa
assembleia, em fevereiro de 2009. Não tendo nenhuma chapa inscrita, não tendo mais
do que uma chapa inscrita, como foi uma chapa só, a eleição foi por aclamação.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora tem conhecimento se houve


participante por procuração para participar dessa votação, dessa assembleia?
106

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não teve.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Nenhuma pessoa presente na assembleia


tinha procuração para votar?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Na assembleia de 2009 não teve ninguém


com procuração participando.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Eu ouvi alguma coisa de um dos


depoentes aqui que tinha um sistema de identificação de crachá ou de pulserinha. Isso se
deu também nessa assembleia de 2009?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sim. Alguns cooperados...

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Pulseira preta é o quê?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – É que alguns cooperados tinham uma


demanda judicial e uma autorização judicial para participação na assembleia, mesmo
não reunindo as condições para participar.
Então, esses cooperados, por orientação jurídica, a gente fez uma identificação
separada, porque caso houvesse votação, seria necessário votar em separado, porque
como era uma medida liminar, então precisava ter toda uma orientação jurídica sobre
essa participação.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Uma espécie de identificação visual que


foi criada? Quem tinha direito a voto e quem não podia votar por estar em situação
irregular, é isso?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – No crachá você tem uma tarja para votação,
para as diversas votações, então, é destacada uma tarja e você tinha de fazer a contagem
em separado, para poder informar judicialmente os cooperados que estavam
participando da assembleia por decisão judicial.
107

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Na eleição de 2005, teve alguma chapa


concorrendo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Também não. Na BANCOOP nunca teve


nenhuma chapa concorrendo em nenhuma das eleições, somente uma. Nunca teve mais
do que uma chapa.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora acha isso normal para o


sistema, que não apareça nas eleições? Acha que é desinteresse dos cooperados ou seria
uma forma de manipulação da diretoria, de reconduzir ao cargo ou de trazer para o
cargo alguém de interesse pessoal e não de interesse dos cooperados?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não acredito, porque é divulgada a abertura


do processo eleitoral, o edital é divulgado para as pessoas se organizarem e compor
chapa. Acho que é importante ter mais de uma chapa, acho importante ter debate de
ideias, acho importante ter a disputa, é saudável e é muito mais rico o processo quando
você tem, mas, infelizmente nunca teve outra chapa concorrendo.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora recebe algum valor pelo


trabalho que presta à BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Verba de representação.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Em que montante?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Atualmente, a partir deste mês, 14 mil reais.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Antes era quanto?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Quando eu entrei era 14 mil reais, ela veio
corrigindo anualmente. A gente, dentro desse processo de reestruturação e de
dificuldade que a BANCOOP passa, nós fizemos também essa redução a partir deste
mês para 14 mil reais.
108

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – E qual foi o patamar que a senhora


estava antes de ser reduzido de novo para 14 mil?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – 18 mil.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – E a senhora recebe isso..

(Manifestação na galeria)

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Por favor, peço mais


uma vez que as pessoas que estão presentes não se manifestem, por favor.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora recebe esse numerário pela


BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Pela BANCOOP.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A senhora precisa apresentar alguma nota


fiscal?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. É estatutário, como verba de


representação.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Isso é depósito em conta ou a senhora


recebe em dinheiro?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Em cheque.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Da própria BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Da própria BANCOOP.


109

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Em algum momento mais difícil da


BANCOOP, a senhora teria recebido os seus proventos através de alguma prestadora de
serviços, para ajudar no problema de caixa da empresa, ou não?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não, nunca.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Sempre da BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sempre. Não só eu, como todos os


funcionários da BANCOOP, recebemos sempre da BANCOOP.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Em algum momento desse período de


crise, de déficit de caixa, a senhora e outros funcionários teriam ficado com o salário
retido, ou sempre receberam em dia?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A gente sempre procurou pagar todos os


funcionários em dia. Nós não tivemos nenhum período que a gente tenha atrasado. A
gente sempre buscou condições para pagar todos os funcionários da BANCOOP em dia,
cumprir os seus compromissos com a folha de pagamento.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Quer dizer, sempre houve o


cumprimento rigoroso do pagamento dos funcionários, mas, mesmo que fosse em
detrimento de paralisar a obra, é isso?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Não teve isso. A BANCOOP tem...

(Manifestação na galeria)

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Por favor, eu vou


pedir pela última vez. Não se manifestem, senão, vou ter de pedir para se retirar do
recinto. Nós precisamos dar sequência aos nossos trabalhos aqui.
Tem a palavra a depoente.
110

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A BANCOOP tem, para cada seccional, o


seu controle financeiro e a sua contabilidade própria. Então, os recursos de cada
seccional são da própria seccional. Para manutenção da sede, para manutenção da
estrutura administrativa da sede, existe uma administração e um gerenciamento que a
BANCOOP faz dessas seccionais e que esse valor é direcionado para a conta da
BANCOOP Sede. Essa conta da BANCOOP Sede que é responsável por arcar com as
despesas administrativas, inclusive, entre elas, a folha de pagamento dos funcionários.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O cargo que a senhora ocupa é um


cargo...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Waldir


Agnello, peço ao Deputado Bruno Covas que nós substitua por um minuto. Não estou
vendo aqui o Deputado Chico Sardelli. Só por um minuto.

* * *

Assume a Presidência o Deputado Bruno Covas.

* * *

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O cargo que a senhora ocupa é um


cargo de grande relevância, muito importante dentro do sistema. A BANCOOP entra
com... A senhora tem conhecimento de que a BANCOOP entra com reintegração de
posse contra cooperados que depositam as suas mensalidades em juízo? Isso acontece
ou não?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A Cooperativa, enquanto entidade, enquanto


instituição, por força do seu estatuto, por força da Lei das Cooperativas, ela tem de
tomar medidas para que ela receba os valores que cada um tem de pagar. E dentre elas,
existe a possibilidade de entrar com ações de cobrança ou de reintegração de posse. Isso
também está previsto no próprio termo de adesão que cada um dos cooperados assinou
com a Cooperativa.
111

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Em que momento se pede a reintegração


de posse de uma unidade que ainda não foi entregue, ou que está só no papel ainda? Isso
é para dar continuidade ao sistema?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não tem como entrar com reintegração de
posse de uma unidade que não está entregue.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Então é só mesmo de alguém que já


recebeu as chaves, está com o imóvel, a unidade entregue, não é?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O cooperado, pelo termo de adesão, como é


um sistema cooperativado e é um sistema em grupo, funciona mais ou menos como um
consórcio, talvez, como exemplo. Se alguém do grupo fica inadimplente, ele prejudica o
grupo todo. Pelo termo de adesão, pelos estatutos, pela regulamentação que tem...

O SR. PRESIDENTE BRUNO COVAS – PSDB – Só um segundo, para


devolver a Presidência o Deputado Samuel Moreira.

* * *

Assume a Presidência o Sr. Samuel Moreira.

* * *

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Obrigado, Deputado.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O cooperado inadimplente com três


parcelas, ele é eliminado do grupo e sua unidade é passada para outro cooperado, que
venha contribuir com o grupo, para que, ao final, não tenha problemas financeiros o
grupo. Foi o que li agora a pouco do Engenheiro Aldo Dória Correia, que diz isso, que o
preço, a construção financiada a preço de custo pressupõe que todos participem
igualitariamente. Se um fica inadimplente e o outro paga, a obra não pode seguir o
ritmo, o fluxo de caixa adequado.
112

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Esse cooperado inadimplente que foi


eliminado, como a senhora usou o termo, o valor que ele já pagou, ele integra algum
tipo de fundo, ele é rateado entre os outros cooperados? Para onde vai esse dinheiro?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O valor que ele já pagou foi aplicado na
seccional, foi aplicado na construção dos empreendimentos. Quando ele sai, o valor que
ele contribuiu, com uma carência de 12 meses e em 36 vezes, é devolvido com uma
redução de 10% na taxa de administração. Aí ele recebe os valores de volta. É
estatutário e faz parte do termo de adesão dele.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora conhece a operação de


captação dos FIDCs?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Conheço.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora pode me dizer se essa


captação ocorreu com amparo legal da assembleia?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O FIDC foi feito em 2004, na gestão


anterior. Quando entrei, o FIDC já estava em andamento. A constituição do FIDC? Eu
posso fazer uma apresentação rápida do FIDC para expor?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sr. Presidente, seria interessante.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Acho que está dentro


da resposta. Não sei se o Deputado que perguntou se sente satisfeito com a resposta.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Eu ainda não ouvi a resposta.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu vou explicar como foi constituído.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O Deputado Waldir


Agnello acha...
113

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Gostaria de ouvir sim, porque esse


assunto é bastante importante.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Reforçando, foi feito em 2004, em junho de


2004. Eu ainda não participava da gestão da BANCOOP. Quando entrei, já estava em
andamento, já estava em finalização de integralização das cotas.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Acho que nós podemos abandonar a


apresentação. Queria ouvir a senhora, que como diretora financeira, deve ter isso bem
claro na sua mente.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O FIDC foi instituído em junho de 2004, foi
registrado na CVM em julho de 2004 e liquidado em novembro de 2009. Nesse período
de integralização, ele começou em 6 de setembro de 2004, que aí foi na gestão anterior,
e concluiu a integralização das cotas dia 16 de junho de 2005, quando eu já estava na
Cooperativa, foi a conclusão da integralização das cotas.
O valor integralizado pelos cotistas sênior foi de R$ 39.720.000,00 e o valor
resgatado por eles foi de 53 milhões, ao longo desse período de 2004 a 2009, na
verdade, de 2005 a 2009, que começaram as amortizações.
A rentabilidade foi de IPCA mais 6% para cada um dos cotistas. Em algumas
negociações que fizemos nós conseguimos reduzir a taxa de juros que tinha sido
implantada no FIDC e isso possibilitou que a gente repassasse esse desconto aos
cooperados. Então, fizemos uma assembleia para o encerramento do FIDC, e
apresentamos nessa assembleia a redução do pagamento de multa, juros e o cooperado
passava a pagar somente o valor principal, por conta também de uma redução de uma
obrigação também que a Cooperativa tinha.
O FIDC é um fundo de investimentos em direitos creditórios, ou seja, ele
antecipa recebíveis. Então, o recebível a longo prazo que o cooperado tinha com a
Cooperativa foi descontado junto aos cotistas no curto prazo.
A administradora do FIDC foi a Planer Corretora de Valores. O custodiante foi o
Banco Itaú, posteriormente foi o Bradesco que deu continuidade na custódia dos títulos
e na operação. Auditor foi a Deloyd, uma empresa de consultoria, todos os anos o FIDC
foi auditado. Agência classificadora de risco foi a Standard and Poor´s, que também
durante todo esse período classificou o grau de risco do FIDC da BANCOOP. A
114

assessoria legal foi Levy Salomão, a assessoria que instituiu o FIDC, que fez todo o
parecer jurídico para instituição do FIDC. E a regulamentação e fiscalização do FIDC
foi feita pela CVM, Comissão de Valores Mobiliários. Essas são as informações do
FIDC.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – No contrato de captação desses valores,


havia alguma cláusula de confidencialidade?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Do FIDC? Não que eu tenha conhecimento.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Os cooperados tinham plena ciência


disso?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O FIDC é um fundo aberto, um fundo de


mercado, que qualquer pessoa podia participar, podia ser um cotista.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A Planer, a senhora mencionou, essa


empresa foi escolhida de que forma, para fazer essa operação toda?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu não participava da gestão anterior. A


Planer é uma corretora de mercado. Acredito que tenha tido algum critério para a
escolha dela. Não sei precisar.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora tem conhecimento se o


Sindicato fez algum aporte financeiro nas contas da BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Fez.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Por que razão?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O Sindicato tem sido um parceiro da


BANCOOP desde o início. A BANCOOP foi fundada, praticamente, no Sindicato dos
Bancários de São Paulo. A BANCOOP funcionou ali até conseguir pernas próprias para
115

continuar. O Sindicato é muito solidário a todas as questões dos trabalhadores e tem


ajudado e trabalhado na recuperação da BANCOOP durante todo esse período.
O Sindicato tem feito contratos de mútuo com a BANCOOP para nos ajudar a
superar cada uma dessas fases.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A BANCOOP fez ou faz algum


empréstimo a pessoa física ou jurídica?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Nunca fez?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Na nossa gestão nunca fez e acho que nunca
fez antes. Nunca vi nenhum registro disso.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Por que esse não é o objeto dela.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nunca vi nenhum registro disso na


BANCOOP.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora sabe quem dirige hoje a


BANCOOP, é isso?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O Vagner é o Presidente e eu sou diretora


administrativa financeira; o Vaccari é o Presidente licenciado, o Vagner é diretor
técnico e estava interino como diretor presidente na licença do João Vaccari.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Permite um aparte, Deputado?

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Sim.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Obrigado.


Só para, já que foi falado em FIDC, não foi feito na gestão da senhora, mas a
senhora sabe quem eram os cotistas do FIDC, do fundo que foi criado pela BANCOOP?
116

Ele tinha cotistas que vieram e participavam num fundo com uma promessa de uma
rentabilidade.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Quem eram esses cotistas?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não sei se vou lembrar de todos.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Aproximadamente.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – As fundações, que é Previ, Funcef, Petrus,


Banesprev, Redeprev. A gente entregou aqui na CPI um relatório. Tinha cotista pessoa
física, que era o Tomio.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Mas a grande maioria eram fundos


de pensão?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eram fundos de pensão, fundações. Tem


mais uns três ou quatro.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Tinha até pessoa física.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tinha até pessoa física.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – E esses recursos, com relação à


BANCOOP, eles já foram restituídos aos fundos, aos investidores que optaram pelo
FIDC?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Já.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Já foram todos devolvidos?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O FIDC já foi liquidado.


117

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Com a rentabilidade?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Nós negociamos. O FIDC foi


constituído com IGPM mais 12,5% e ao longo desse período, depois que assumimos,
começamos a fazer algumas negociações. A princípio fizemos negociações para alongar
o prazo de pagamento.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Foi alongado?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Foi alongado de três para cinco anos. E
depois fizemos uma negociação para por fim ao FIDC e nessa negociação nós
conseguimos uma redução.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Da remuneração dos aplicadores, de


12 para seis, metade da aplicação feita?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso. Ali está quanto foi aplicado,
integralizado por eles e quanto foi resgatado.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – A BANCOOP recebeu esse


dinheiro, recebeu esses investidores, recebeu investimentos desses investidores.
Imagino que para melhorar o seu fluxo de caixa para tocar suas obras, os
empreendimentos. Em três anos ela conseguiu devolver esse dinheiro remunerado,
mesmo que abaixo da cotação contratada, devolveu todo esse dinheiro. Então, a situação
da Cooperativa era razoável, ela pôde devolver todo esse dinheiro para todos os
aplicadores.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Ela conseguiu devolver em 2009, que ela
fez um empréstimo para conseguir liquidar o FIDC, até porque as condições...

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Ela fez um empréstimo de quem?


118

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Do Sindicato dos Bancários do Estado de


São Paulo.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – O Sindicato emprestou dinheiro


para liquidar o FIDC?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso. E também abriu uma negociação com
os cooperados. Aquilo que falei, com a possibilidade de redução dos juros, também foi
possível reduzir, em contrapartida, o pagamento dos cooperados. Se você reduz a sua
obrigação, você reduz também a sua receita. Nessa redução, também alguns cooperados
fizeram acordos e negociações, e também pagaram uma parte, que contribuiu para
integralizar esse valor.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Qual o valor do financiamento do


Sindicato para a Cooperativa?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Para liquidar o FIDC?

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Para liquidar o FIDC.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – 18 milhões, aproximadamente.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – E o FIDC captou quanto?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – 39 milhões.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – E essa diferença, de 39 para 18...?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – É que é assim. Anualmente tinham as


amortizações do FIDC, então os recebíveis eram pagos, quitados na conta do FIDC e
não na conta da BANCOOP.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Essa diferença seria então, estou


querendo ajudar, não querendo interrompê-la, senão o Mentor vai falar, mas querendo
119

realmente ajudar. Essa diferença de 39 para 18 foram os recebíveis que cobriram essa
parte?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – No prazo de cinco anos.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Com os 18 milhões do empréstimo


do Sindicato para a Cooperativa liquidou o FIDC. Imagino que essa diferença foi paga
com os recebíveis que, no fundo, era essa a intenção da Cooperativa, está correto?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sim.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Um aparte? Está ali, integralizou 39 e


liquidou 53 e pegou 18 de empréstimo.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Prefiro o depoimento, porque tenho


dificuldade de visualizar.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – O senhor não prestou atenção ao


depoimento da depoente. O senhor estava lendo outra matéria de jornal, deve ser da
campanha eleitoral, talvez. Os números são bem didáticos, bem claros.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Eu realmente, a maneira como eu


atuo é minha e não gostaria de palpite. Portanto, prefiro ouvi-la, porque ela é uma
depoente, do que enxergar, porque não estou enxergando. Queria continuar no meu
raciocínio, que está correto. Pediu 39, liquidou 18. Essa diferença são os recebíveis?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Essa diferença são os recebíveis. A gente até
tem todas essas composições. No primeiro ano, que foi 2005, a primeira amortização do
FIDC deveria ser em agosto de 2005, um terço do valor aplicado. Era um montante
grande. Nesse período, como o FIDC integralizou valores até junho e tinha de liquidar
já em agosto, uma parte do valor das cotas integralizadas já ficou para liquidar o FIDC.
Não vou dizer que nos últimos cinco anos foram 100% os recebíveis dos cooperados.
Uma parte foi o próprio dinheiro do próprio FIDC que amortizou a primeira parcela. E
aí as amortizações eram anuais e a próxima amortização foi em 2006, e, se não me
120

engano, posso depois, se os senhores quiserem fornecer esses dados. Depois nós
fizemos uma outra negociação alongando o prazo, e aí passou a diminuir o valor das
amortizações também anuais e depois fizemos uma outra negociação que começou a
fazer amortizações quase que mensais. Desde que o fundo constituía um determinado
valor, já fazia amortização e já distribuía para os cotistas. Então, teve, ao longo desse
período, várias negociações.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Queria lembrar que a palavra está


com o Deputado Waldir Agnello. Só a minha última observação. A senhora considera
que foi boa para os cooperados a captação de recursos do FIDC?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Pelo que a gente pode apurar, foi importante
para concluir várias obras. A obra não só se conclui fisicamente. Ela tem toda uma
regularização documental depois do pós-obra, para se fazer. E isso foi importante para
poder regularizar essas obras. Tinha um montante de impostos e empreiteiros que era
necessário regularizar nesse período de 2004 e 2005, então o FIDC contribuiu com o
seu papel para regularizar as obras que já estavam entregues e para alavancar algumas
obras que estavam em construção. Acho que foi importante nesse sentido.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Obrigado, Deputado.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Continuando então, senhor Presidente.


Eu perguntei a V. Sa. se a senhora conhece quem dirige a BANCOOP hoje, a
senhora respondeu que sim, o Sr. Vagner está aqui conosco. Em qual assembleia o Sr.
Vagner de Castro foi eleito?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Fomos eleitos na assembleia de 2009.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Isso em assembleia normal, com todos


os convocados? Foi uma eleição cumprindo todos os ditames e procedimentos?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Da Lei das Cooperativismo e dos estatutos.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora conhece a Bangraf?


121

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Conheço.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Ela presta serviços regularmente para a


BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Presta.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Que tipos de serviços ela presta para a
BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A Bangraf emite os boletos. Os boletos são


pré-impressos e depois a gente só imprime os dados específicos de cada cooperado e
também os nossos materiais, os nossos boletins, os nossos informativos, a revista.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora sabe nos informar qual o


montante que normalmente a BANCOOP compra de serviços da Bangraf em números,
em valores?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que, com os boletos, algo em torno
de três mil reais, alguma coisa assim. As revistas e os boletins, eu não tenho certeza,
mas é algo em torno de seis mil, três mil.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Mensal, anual?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não é mensal.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Periodicamente?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Periodicamente, quando há necessidade.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Isso dá o quê? Trimestre, semestre?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Os boletos...


122

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A Bangraf é bastante utilizada? É feita,


para a compra dos serviços gráficos, cotação com outras gráficas também, para
comparação de preços ou só faz o pedido do serviço e ela emite nota?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – No caso da Bangraf, nós fazemos


diretamente com a Bangraf. É feito o pedido.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Não há concorrência de preço, nada


disso?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora acredita que essa é uma


prática correta, o procedimento correto dentro de uma compra frequente, na questão
preço? Vocês acham que isso pode estar lesando o cooperado ou não?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não está, até porque...

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Como a senhora afere isso?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A Bangraf é a gráfica do Sindicato que a


gente disse agora a pouco. O Sindicato é parceiro desde o início da BANCOOP, vem
ajudando na recuperação financeira da BANCOOP e com a Bangraf a gente tem
também a possibilidade de alongar prazo, fazer algumas negociações em condições
muito melhores. Não tem prejuízo nesse sentido.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Mas se não faz nenhum tipo de


comparação, como a senhora pode afirmar que não tem prejuízo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Justamente por causa dessa relação de


cooperação que existe, do Sindicato para com a BANCOOP.
123

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Interessante. Quanto...? A BANCOOP


chegou a captar da Associação Banespa algum numerário?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Da associação dos funcionários? Sim


também.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora sabe quanto?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Dois milhões e pouco, não sei se


quatrocentos ou set ecentos, em torno disso.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Em que período foi feita essa captação?
É um empréstimo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – É um empréstimo. É um contrário de mútuo,


acho que em 2006.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Já foi pago?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não foi pago. A gente renovou o contrato. O
contrato está vigente ainda e deve estar com prazo de vencimento para dezembro de
2011.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – E que custo terá para o cooperado esse
não pagamento do empréstimo feito? Deve ter multa, juros. Isso não será cobrado
nenhum adicional pelo não pagamento desses empréstimos?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Na mesma perspectiva do FIDC, ano


passado, quando a gente fez a redução da taxa de juros do FIDC, nós também
negociamos com a associação a redução da taxa de juros para poder repassar esse
benefício aos funcionários. E também conseguimos... Para os cooperados, desculpa. E
também conseguimos a redução nessa taxa, nos mesmos moldes do FIDC, e dentro
daquilo que falei que a gente pôde repassar essa isenção de multas e juros para os
cooperados.
124

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Deixa eu ver se entendi. A senhora


pegou, a BANCOOP pegou da Associação Banespa o valor de dois milhões e setecentos
mil ou dois milhões e quatrocentos, e a senhora não se lembra.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Exatamente não.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – É um valor grande, para não se lembrar,


não é?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Ou são dois milhões e setecentos ou dois e


quatrocentos. É aproximadamente isso.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – E a senhora está me dizendo que o não


pagamento dentro da forma com que foi contratado não vai gerar nenhum ônus para os
cooperados, é isso?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Acabei de dizer que a gente reduziu a
taxa de juros e repassou essa redução da taxa de juros para os cooperados, isentando o
pagamento de multa, juros e tabela Price dos cooperados.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Interessante. A BANCOOP deve quanto


hoje na praça? A senhora tem essa informação para prestar a esta CPI? Qual é hoje o
passivo da BANCOOP, somando todos os fornecedores, tudo que ela tem a pagar?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Com base no balanço de 2009, o nosso grau
de endividamento, nós temos ativos suficientes para cobrir os passivos que tem. O nosso
grau de endividamento é em torno de 89%. Então, mais ou menos, 89, 90 milhões para
uma receita aproximadamente em torno disso.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Então, tem dinheiro para pagar?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Têm ativos.


125

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Esses ativos são de propriedade dos


cooperados ou da BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Todos os ativos são os recebimentos que a


BANCOOP tem, mais outros recebimentos que vêm acontecendo, como venda de
terrenos. Ou seja, ela tem um conjunto de ativos suficiente para cobrir todos os seus
compromissos, todas as suas obrigações.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A liquidez desses ativos é de curto


prazo, médio, longo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Uma boa parte deles estão vencidos, são os
recebíveis de cooperados, e que a gente vem buscando negociações, soluções
negociadas para resolver esse problema, tanto da parte dos cooperados quanto da parte
dos nossos credores. Nós temos feito negociações nas duas pontas, para resolver esse
problema dos ativos e passivos.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Quer dizer, em outras palavras, se os


seus credores hoje resolverem executar as cobranças que têm, a BANCOOP terá de
vender as unidades, os terrenos, para poder cumprir esses compromissos financeiros?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Esses compromissos estão lastreados nos


recebíveis. Não estão lastreados nas unidades. Estão lastreados no imóvel, no recebível
que a gente tem para receber.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora é cooperada também da


BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sou cooperada.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Possui alguma unidade hoje?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Hoje não mais.


126

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Já possuiu quantas?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Uma só, que foi transferida para uma
construtora, para conclusão.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora transferiu porque não gostou


da unidade ou estava demorando para entregar?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não, foi opção dos cooperados. Os


cooperados que solicitaram e a BANCOOP não criou obstáculos. Todos os cooperados
que solicitaram transferir a conclusão dos empreendimentos para outra construtora, para
uma construtora, a BANCOOP não criou obstáculos e criou condições para que isso
acontecesse.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Alguns dos depoentes que por aqui
passaram deram conta de que havia movimentação em dinheiro no ambiente dos
escritórios. A senhora chegou a presenciar algo dessa natureza?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Dinheiro da BANCOOP?

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Não sei de quem era. Só viam dinheiro.
Alguns falaram em pacotes, em sacolas. Estou só reproduzindo o que já foi dito aqui. A
senhora deve ter conhecimento disso. Não?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nunca teve movimentação de pacotes, de


sacolas de dinheiro na BANCOOP. A BANCOOP paga todas as suas contas, todos os
seus fornecedores, todos os seus compromissos, ela paga ou em cheque nominal,
cruzado, ao próprio favorecido, ou por TED, e para as necessidades a gente sempre tem
uma reserva operacional, que é para as despesas de pequeno monte. Esse é o conjunto
dos pagamentos da BANCOOP: ou são pagamentos por TED, cheque, pagamentos de
boleto, ou algumas despesas operacionais. Por exemplo, uma guia de um recurso
trabalhista, que não se pode pagar em cheque nem em TED, tem de pagar em dinheiro,
então é necessário que você tenha recursos próprios para ir numa agência da Caixa
127

Econômica Federal, também não pode ser recebido no banco onde temos conta, para
poder fazer aquele pagamento.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora que assina cheques, faz


pagamentos? A senhora checa se o pagamento está lastreado com a devida
documentação, nota fiscal, ou boleto bancário? É feito um controle rigoroso disso?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não só do pagamento. Desde a cotação.


Somos nós que liberamos, aprovamos, depois de passar pelo corpo técnico, as
indicações e as cotações, a gente libera a cotação, libera o serviço, depois liberamos a
medição, se o serviço foi ou não realizado, porque tem um relatório gerencial, se aquele
serviço corresponde ao que foi contratado e ao que foi realizado. E depois os
pagamentos, que podem ser por cheque, TED ou pagamento eletrônico no site do banco.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora tem total domínio sobre essa
operação?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Participo do começo ao fim, passa por mim
e pelo Vagner, o que diz respeito à área dele.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Quer dizer que se houve, no processo, a


emissão de alguma nota fiscal fria ou alguma medição indevida, a senhora, como
responsável, e já disse que checa tudo muito direitinho, a senhora identificaria se houve
alguma fraude no processo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Com certeza.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – E a senhora tem conhecimento de que


nesta CPI já houve depoimentos de que notas fiscais frias foram emitidas?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Na BANCOOP, depois de 2005, eu não


tenho conhecimento de nenhuma nota fiscal fria que possa ter sido emitida.
128

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Como financeira da BANCOOP, eu


recebi uma carta, os membros da CPI receberam também, uma carta do Sr. José
Joaquim dos Santos, que é um cooperado. Ele relata que contratou, comprou uma
unidade, que o valor total dela chegava a 73 mil reais, não vou citar os valores
quebrados, estou arredondando, e que ele pagou rigorosamente em dia e havia um
resíduo no valor de 507 reais que ele pagou também. E agora a BANCOOP está
movendo um processo contra ele, cobrando um valor ainda de 212 mil reais, em
números redondos.
A pergunta. A senhora acha a situação desse cooperado justa de ser feita essa
medida? A senhora acha que esse cooperado deve pagar esses 212 mil mesmo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Olha, eu não conheço, não tenho


conhecimento desse caso.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Faça um raciocínio rápido. A senhora é


uma financista, sabe fazer essa conta. A pessoa contrata uma unidade por 73 mil reais,
paga o resíduo e agora vêm mais 212 mil para que ela tenha a escritura, caso contrário,
como aconteceu neste caso, a BANCOOP está processando essa pessoa, pedindo que ou
ele pague ou ele perde tudo que ele já pagou. A senhora acha esse sistema justo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu não gostaria de responder sobre uma


coisa que não tenho conhecimento.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora quer dar uma olhada? Pediria
ao Presidente que anexe.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu gostaria de levantar o caso e remeter


para a CPI esse caso.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Dê uma olhada rápida.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Levantar o caso e com o maior prazer


atenderia a CPI, vendo essa situação.
129

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – É uma página só, rapidinho. Como nós
estamos dando todo o tempo suficiente para a senhora fazer uma boa exposição do seu
trabalho.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu não tenho como falar disso. Posso
remeter, posso voltar aqui. Com as informações que tem aqui, não consigo identificar o
que tem desse processo.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora acha que é possível isso


acontecer ou há algum exagero, alguma distorção?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, tem a


palavra o Deputado Vanderlei Siraque.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Essa questão de achar ou não achar,


acreditar ou não acreditar, pensar ou não pensar, é um termo de conteúdo
indeterminado; portanto, penso que a depoente não tem obrigação de responder ao
Deputado, embora respeitando a sua subjetividade.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o


Deputado...

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A depoente tem dois advogados agora


aqui?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Não. Aqui eu só quero a verdade,


senhor Deputado. Não trabalho com subjetividade, só com questões objetivas.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Interessante.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Mas o senhor tem direito de ser


subjetivo.
130

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Muito obrigado por me conceder esse


direito.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – E eu também tenho o direito.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Fico agradecido, Deputado Siraque.


Obrigado pela sua benevolência.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Não sou benevolente. É a lei que


concede a V. Exa. o direito, e concede a mim também o direito.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Que bacana.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Numa República, Deputado, todos


estão subordinados à Constituição e à lei. Podemos fazer esse debate aqui.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Nossa. Acabo de saber disso hoje.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Mas é bom sempre lembrar.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o


Deputado Waldir Agnello.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Obrigado, Presidente.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – O governo é das leis e não dos


homens. Aliás, o velho Franco Montoro já dizia isso.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o


Deputado Waldir Agnello.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora está participando desse


acordo que está sendo oferecido aos cooperados para que eles possam regularizar a sua
131

situação junto à BANCOOP e a BANCOOP recuperar seu fôlego financeiro, de retomar


as obras e tal?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sim. Até por sugestão da própria CPI, a
gente soube no final do mês de junho, por orientação da diretoria, o Dr. Pedro e os
outros advogados da BANCOOP procuraram os advogados dos cooperados para
conversar sobre isso. Os cooperados apresentaram essa proposta e a gente está tomando
as medidas para tentar viabilizá-la de uma forma que possa resolver o problema de todo
mundo e solucionar os problemas que tem.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Esse caso que acabo de mostrar, ele
seria um dos casos que o cooperado precisa de uma solução. E o que está sendo
oferecido, pelo que pude perceber, é que haja uma redução de 50% do valor a ser
cobrado pela BANCOOP para que o cooperado então quite o seu débito com a
BANCOOP.
Mas existe aí uma questão da gestão do dinheiro, que já foi pago, uma questão
do contrato que foi firmado e tal. E a senhora, de novo me remetendo a esse caso que
está em suas mãos, a senhora ofereceria para esse caso que tipo de acordo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A solução que está sendo construída não
está sendo solução individual. Está sendo construída uma solução macro, abrangente,
que resolva todos os casos. Cada seccional, por exemplo, essa aqui é a Seccional
Village di Palmas, que teve reunião na BANCOOP esta semana com o representante
dos cooperados e com os advogados, os nossos advogados também e o pessoal da área
técnica e financeira, já discutindo as condições e as soluções para esse empreendimento.
Então, a solução para este caso passa pelo acordo global, pela solução geral, que
também o empreendimento está em discussão. Tem uma comissão de cooperados e os
advogados participando em conjunto de qual vai ser a alternativa para o
empreendimento e, dentro do empreendimento, qual a solução de cada um dos
cooperados.

O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Por hora é só, senhor Presidente.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela ordem.


132

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, tem a


palavra o Deputado Bruno Covas.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Para inquirir a testemunha.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Obrigado.


Boa tarde, senhora Ana Maria Ernica. É a primeira vez que a senhora depõe
numa CPI?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – É.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Nunca tinha passado por essa experiência
antes?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Gostaria de saber, a senhora foi convocada


para vir aqui no dia 22 de junho. A senhora se lembra por qual motivo não veio no dia
22?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu recebi uma desconvocação, uma carta


desconvocando.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Houve uma carta da Presidência,


desconvocando para o dia 22?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A primeira sim. Acho


que houve uma desconvocação da primeira, não lembro se foi por escrito.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Por escrito.


133

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E no dia 3 de agosto?

(Manifestação fora do microfone)

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Gostaria que a depoente respondesse.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Foi por solicitação inclusive dos nossos
advogados, inclusive foi uma solicitação por escrito, solicitando que a BANCOOP
viesse numa sessão específica, no conjunto da sua diretoria, para que a gente pudesse
fazer uma apresentação global da diretoria. A gente protocolou uma correspondência
nesse sentido.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Foi uma solicitação, por escrito, feita à
Presidência?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Foi. E houve...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Acho que houve um


pedido do Deputado Antonio Mentor.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – E também fui desconvocada, dessa vez não
por escrito, mas uma solicitação.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela ordem, Sr. Presidente, apenas para


esclarecer ao Deputado Bruno Covas.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pois, não.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Um rito processual adequado é permitir


que aqueles que apresentam dados em defesa sejam os últimos a serem ouvidos. Por
essa razão, nós argumentamos com o Presidente desta CPI e ele nos atendeu para que a
direção da BANCOOP fosse ouvida ao final dos depoimentos.
134

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. Só para entender, por que houve
um requerimento por escrito à Presidência, depois o Deputado Mentor também
interferiu.
A senhora assumiu, como diretora da BANCOOP, em 2005?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Os diretores que faleceram no acidente em


Petrolina faleceram em 2004?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Foi.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então a senhora não sabe dizer por qual
motivo eles foram a Petrolina?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. O que disseram na BANCOOP é que


eles estavam em férias. Quando a gente assumiu, em 2005, disseram que eles estavam
viajando em férias. Só soube quando assumimos na BANCOOP, nada mais.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Por quem?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Os próprios funcionários da BANCOOP que


comentavam sobre isso.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Eles faleceram em dezembro de 2005?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Outubro ou novembro.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A minha pergunta, na verdade é a seguinte.


Entre o falecimento e a eleição de 2005, como ficou a diretoria da BANCOOP? Como
ela foi recomposta?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Ficou o Vaccari como Presidente e o


Tomás. Não sei os cargos do Tomás e dos outros.
135

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Há alguma previsão no estatuto da


BANCOOP do que acontecesse nesse caso?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – No caso de vacância, tem de chamar eleição


seis meses depois, alguma coisa assim.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sim, e entre a vacância e a eleição?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eles assumiram em conjunto, o Vaccari com


o Tomás.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O Sr. Tomás, aqui em depoimento, disse


que no dia seguinte ao acidente houve uma reunião entre os dois para deliberar qual dos
dois seria o presidente. Gostaria de saber se não há nenhuma previsão no estatuto da
BANCOOP quando acontece esse caso?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Entendi a pergunta. O estatuto da


BANCOOP prevê, no caso de vacância do Presidente, quem assume é o diretor
administrativo financeiro, que assume a Presidência. Isso, havendo impedimento ou
alguma coisa com o diretor administrativo financeiro, assume o diretor técnico.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então, o estatuto dizia que deveria assumir
o diretor administrativo? Quem era o diretor administrativo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que era o Vaccari.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Se era o Vaccari, V. Sa. sabe dizer por que
então teve a conversa para definir, assumo eu ou assume você?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Olha, não sei. É uma conversa do Vaccari
com o Tomás. Não sei responder disso.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Realmente, também acho que é estranho.


136

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Estatutariamente, era ele mesmo.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Sa. conhece os dois?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Conheço os dois.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Há quanto tempo os dois?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O Vaccari há uns 28 anos, mais ou menos,


desde o Sindicato. O Tomás... Eu conheci o Tomás, via o Tomás no Sindicato, quando
começou a BANCOOP e depois fui ter contato com ele na gestão, em 2005, no período
em que ele ficou como diretor.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E em nenhum momento nenhum dos dois


comentou ou conversou com a senhora como foi esse processo de escolha do novo
Presidente até a eleição de 2005?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sobre esse caso não; nunca teve nenhuma
conversa sobre isso.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Como são as reuniões de diretoria? Com


que frequência elas ocorrem, como é o processo de deliberação, quem participa são só
os diretores, tem alguém redigindo ata? Como isso acontece?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Como somos poucos diretores, numa época
três e na maioria do tempo dois, agora estamos só eu e o Vagner, a gente geralmente
faz as reuniões em conjunto com o corpo gerencial da BANCOOP, ali, para pegar
sensibilidade, discutir os problemas de cada um dos setores, fazer uma discussão mais
abrangente, geral, sobre a Cooperativa.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – As reuniões então são conjuntas, diretoria e


gerência?
137

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Temos reuniões específicas nossas


para alguma outra coisa necessária, mas a gente, até para poder ampliar as discussões, a
gente tenta fazer as reuniões, sempre que possível, com o corpo gerencial, o pessoal que
está no dia-a-dia lidando com todas as questões, que nos ajuda na tomada de decisões.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então tem as reuniões em conjunto com os


gerentes e tem as reuniões só da diretoria?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tem.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Há alguma periodicidade dessas reuniões ou


aparece a necessidade e tem as reuniões?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Num período a gente tentava manter
semanal, agora mais...

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Desculpe. Semanal, qual das duas, a


conjunta ou só da diretoria?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A conjunta. As outras, como a gente está ali
no dia-a-dia, a gente já vai resolvendo os problemas que tem no dia-a-dia.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – É que o depoente anterior disse que


algumas decisões são da diretoria e algumas decisões são dos gerentes. Queria entender
um pouco mais, porque ele não soube exemplificar quais decisões são da diretoria, quais
decisões são dos gerentes. Agora fiquei um pouco mais confuso, porque tem decisões de
diretoria e gerentes juntos?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. As decisões são de diretoria. A


diretoria não se furta da responsabilidade de dar a direção, de conduzir a gestão e de
conduzir todos os processos. O que gente se auxilia é das informações que os gerentes
fornecem, os gerentes prestam nessas reuniões. A gente faz reunião conjunta onde cada
um coloca sobre as questões do seu departamento, o que vem acontecendo, o que vem
138

realizando, e isso nos faz formar uma opinião sobre todos os problemas e dar a direção
para essas questões. As decisões são de responsabilidade da diretoria.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. Há alguma convocação para essas


reuniões?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Somos gerentes.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Quantos gerentes são?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Acho que cinco. Relacionamento,


controladoria, planejamento, administrativo. Hoje são quatro gerentes.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Os gerentes são vinculados todos a uma


diretoria ou há gerentes da sua diretoria, há gerentes de outra diretoria?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – São cinco gerentes. Tem execução de obras.
São separados. A diretoria técnica tem os gerentes da área técnica e a diretoria
financeira tem os gerentes da área administrativa e financeira.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então não há convocação. Quando há


necessidade há reunião, seja da diretoria, seja da diretoria com as gerências?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Às vezes, a gente convoca até por e-mail,
porque como tem gerente que também fica em obras, então às vezes manda uma e-mail
pedindo que venha para uma reunião.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Às vezes tem a convocação por e-mail e às


vezes por telefone?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Por telefone.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E tem ata das reuniões?


139

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Das reuniões de gerente? Às vezes a gente


faz relatórios das reuniões.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Das reuniões da diretoria com os gerentes?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Faz relatório do que foi discutido e quais
foram os procedimentos adotados ali.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Às vezes faz, às vezes não faz?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Na maioria das vezes faz um relatório para
registrar os procedimentos.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então, na maioria das vezes faz e poucas
vezes não faz?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Na maioria das vezes faz.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Tanto das reuniões de diretoria mais


gerencia quanto das reuniões só de diretoria?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sim.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Sa. ocupa, atualmente, algum cargo no


Sindicato dos Bancários?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – É um cargo não eletivo, de diretora


honorária.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O que significa isso?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não faço parte da composição da diretoria.


O cargo de diretora honorária é uma forma de o Sindicato manter vínculo com os
diretores, de manter essa relação. De qualquer forma, é um conjunto de honorários, que
140

são eu e mais outros diretores, que o Sindicato mantém no seu corpo de diretores, e que
a gente possa estar participando das discussões, possa estar também ajudando no
Sindicato nos debates gerais. É uma forma de manter o vínculo e a relação com o
Sindicato e a relação com o corpo do banco ao qual eu faço parte.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Esse vínculo foi o suficiente para V. Sa.
participar da decisão do Sindicato de fazer o empréstimo à BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Todas as discussões com o Sindicato a gente


fez com o conjunto total da diretoria, não só com a diretoria executiva do Sindicato,
como também com os diretores de bancos, os coordenadores de bancos, enfim, com
todos os diretores. Sempre levamos ao conhecimento da diretoria do Sindicato os
problemas da BANCOOP e a necessidade da manutenção da parceria e de ajudar nessa
recuperação da BANCOOP.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sim, mas queria entender. Nessa reunião a
senhora estava como diretora honorária do sindicato ou estava como diretora da
BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Fui como diretora da BANCOOP.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então não estava ocupando o cargo de


diretora honorária naquele momento?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – É que as duas coisas se confundem. Estava


lá, mas eu faço, participo.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Como diretora honorária do Sindicato, V.


Sa. também é diretora honorária da Bangraf?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. A Bangraf não tem uma diretoria. A
Bangraf é um departamento do Sindicato.
141

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – É que o depoente anterior disse que os


diretores da Bangraf são os diretores do Sindicato.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. A Bangraf é um departamento do


Sindicato, não tem uma diretoria própria constituída.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então, V. Sa. também é diretora-honorária


da Bangraf?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Do Sindicato. É que não é nessa linha de


raciocínio.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Estou seguindo a minha linha de raciocínio.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Um aparte?

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Um aparte ao Deputado Ricardo Montoro.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Só para saber. A diretoria honorária,


a gente utiliza esse termo para alguém que prestou serviços e fica diretora em função de
serviços prestados, quase como uma homenagem.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Exatamente.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – No caso da sua diretoria, ela é por


motivos de trabalhos prestados ou por que recebe algum honorário da diretoria? Como
diretora honorária, recebe honorário?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu fui diretora do Sindicato por 12 anos, fui
diretora administrativa, fui financeira do Sindicato, me aposentei enquanto ainda era
diretora do Sindicato. Então, pelo período em que eu atuei no Sindicato, pela
importância do trabalho, pela contribuição que a gente pode dar para o Sindicato.
Inclusive ainda hoje, o Sindicato, os diretores do Sindicato resolveram nos convidar
142

para continuar podendo participar de reuniões, podendo ajudar nos debates de


condução, de estratégia, quando há necessidade.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Recebendo ou não honorários?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – No Sindicato não tenho honorários.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Obrigado, Deputado Bruno Covas.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Verba de representação?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tem ajuda de custo.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Também para diretor honorário?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Para todos os diretores.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – De quanto é essa ajuda de custo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que é de 700 reais, alguma coisa
assim.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Por mês, reunião?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Por mês.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qual é hoje o valor, se há esse valor, da


dívida da BANCOOP com o Sindicato dos Bancários?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Em torno de 40 milhões.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Em torno de 40 milhões de reais. V. Sa. é


sócia de alguma empresa?
143

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nenhuma.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Nenhuma empresa que presta ou prestou


serviços à BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nenhuma.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Sa. saberia dizer se a Germany presta


serviços à BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não mais.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Prestou até?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que até agosto de 2005. Nós
entramos em fevereiro, começo de março, e na sequência já encerramos os contratos.
Deve ter sido agosto ou setembro de 2005.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Nessa fase de fevereiro a agosto de 2005


houve algum pagamento da BANCOOP à Germany?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Houve.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Em que valor?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não sei precisar agora. Os pagamentos que
eram feitos eram com base nas medições.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Quem fazia esse pagamento?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Os engenheiros, nas obras, faziam as


medições, encaminhavam para a diretoria, passava pela área técnica, pelo corpo
gerencial e pela diretoria técnica e depois era autorizada a emissão do pagamento. Dessa
forma que funcionava.
144

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E quem fazia o pagamento?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O Departamento Financeiro.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sim. Quem no Departamento Financeiro


fazia o pagamento?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Os cheques, provavelmente foram assinados


por mim, enquanto diretora financeira, junto com algum outro diretor. Tinha um caixa, a
tesouraria da BANCOOP, em que vinha um representante da empresa, que recebia lá.
Depois esse procedimento foi mudado não só para a Germany, mas para todos os nossos
fornecedores. Os pagamentos passaram a ser via pagamento a fornecedor via banco.
Não temos mais praticamente pagamento em cheque a nenhum fornecedor. Alguns,
residualmente.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A partir de quando houve essa mudança de


atitude?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Acho que foi em 2006 que a gente passou a
pagar diretamente em conta do fornecedor.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Sa. conhece a empresa Mirante Artefatos


de Concreto?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Também conheço.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Presta serviços à BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Também não. Também foi encerrado o


contrato em 2005.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Por que houve o encerramento do contrato


entre a Germany e a BANCOOP e a Mirante Artefatos de Concreto?
145

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A gente tomou conhecimento das empresas,


da relação dessas empresas, quando a gente tomou posse, e também buscamos por bem
fazer outro replanejamento na condução dos trabalhos, nas compras e nas contratações.
Quando falei lá no início na apresentação que nós contratamos três consultorias,
NGI e BDO e Trevisan, onde nós fizemos uma reformulação de todos os procedimentos
da Cooperativa. A Germany vinha tendo alguns problemas com os funcionários, com o
seu fluxo de pagamentos. Houve uma negociação entre a BANCOOP e o Sindicato da
Construção Civil, em que nós fizemos nessa oportunidade o encerramento do contrato
da Germany. Houve a interferência inclusive do Sindicato nesse processo todo, porque,
se não engano, nesse período em que a gente encerrou o contrato, havia mais ou menos
uns 400 funcionários na empresa, então era necessário que esse processo fosse, de uma
forma negociada, para não deixar 400 trabalhadores numa situação difícil.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E em relação à Mirante?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A Mirante não me lembro exatamente como


foi dado o encerramento. Sei que nós passamos a qualificar de outra forma os
fornecedores e também resolvemos...

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A qualificação não foi tão boa?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não é que não foi tão boa. A Mirante,
justamente por fazer parte, no conjunto dos seus sócios, diretores, hoje diretores da
BANCOOP, também fizemos, entendemos por bem encerrar o contrato.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O contrato foi encerrado porque os sócios


da Mirante eram diretores da BANCOOP? É isso?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Os diretores anteriores, funcionários


anteriores da BANCOOP.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E a partir daquele determinado momento,


então, a BANCOOP passou a não ver com bons olhos, é isso?
146

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A nova gestão achou por bem dar outro
encaminhamento para a forma de contratação.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. E a empresa Mizu?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A Mizu não conheci. Ela já não era mais
fornecedora da BANCOOP quando nós assumimos.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E não voltou a ser?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não voltou a ser.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A senhora já ouviu falar no Centro Espírita


Redenção?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A Revista Veja traz a notícia de que essa
entidade recebeu uma doação de 35 mil reais para uma ONG sediada no endereço desse
centro espírita. A senhora sabe que ONG é essa que recebeu uma doação?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tem data?

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Só tenho essa informação.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A ONG que teve doação da BANCOOP é a


Capisc. É uma ONG que atende deficientes auditivos. Quando nós assumimos a direção
da BANCOOP, essa ONG recebia contribuição da BANCOOP. Eram em torno de 70
menores, crianças em tratamento. Para que não houvesse interrupção desse tratamento
nós também chamamos, fizemos um acordo com a direção dessa ONG para continuar
contribuindo por um período e depois encerrar, para que nesse período eles buscassem
outras formas de financiamento, outras formas de contribuição para manutenção dessa
ONG. Não sei se o endereço é esse que você está citando.
147

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A Cooperativa costuma doar recursos para


ONGs?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não costuma. Foi nesse processo. Quando
nós nos deparamos com essa situação, achamos que, pelo menos, humanitariamente,
interromper uma doação naquele momento, com 70 crianças naquela condição, era uma
situação difícil. Então fizemos, desaceleramos a forma de doação, para que depois ela
pudesse continuar com outros patrocinadores.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A senhora tem conhecimento de


participação por procuração nas assembleias da Cooperativa?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – De 2005 para cá, nenhuma assembleia da


Cooperativa teve voto por procuração ou participação por procuração.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qual foi o motivo do desligamento do


senhor Tomás Edson Botelho Fraga da Cooperativa?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não sei dizer precisamente. O Tomás vinha
da gestão anterior, a gente chegou da forma como todas as gestões, toda nova direção
entra numa empresa e quer entender tudo, quer saber os procedimentos atuais. No nosso
caso, contratamos as assessorias para que nos auxiliassem a fazer esse Raio X da
BANCOOP e começamos a tomar algumas medidas de mudança que a gente achava
conveniente. Então, acho que, em algumas reuniões o Tomás discordava de algumas
coisas. Então, acho que por isso ele saiu; ele se licenciou de início e depois renunciou.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Ele não se adequou, portanto, à nova


direção da Cooperativa?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Exatamente.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Quando foi o desligamento dele?


148

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Ele se licenciou em setembro e depois se


desligou... Ele ficou seis meses e depois renunciou. Acho que foi em março. De
setembro a março ele se licenciou e depois ele se desligou.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Ele é credor da Cooperativa?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tem uma demanda judicial aí, que nós
estamos com controvérsia jurídica com o Tomás, em que ele recebia, tinha os
pagamentos que ele fazia à cooperativa, mas a demanda judicial é para que ele
apresentar os correspondentes documentos daquela prestação de serviço. É uma
demanda que está na justiça e ele entende ser credor e a gente não discorda, mas
queremos que apresente a documentação comprobatória sobre isso.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Só para entender, essa demanda judicial é


na esfera de uma ação trabalhista ou de uma ação cível?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Ação cível.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Não é nenhuma discussão trabalhista?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não é trabalhista. É na cível.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A senhora sabe dizer qual o crédito


pleiteado por ele na ação?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não é crédito pleiteado.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qual o valor pleiteado?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Na verdade é uma ação para exibição de


documentos. Tem uns valores que foram pagos.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Ele é o autor da ação?


149

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. A BANCOOP é a autora da ação. A


BANCOOP entrou assim: tem isso aqui, tal, nós temos contratos. Em virtude dessa
questão, a gente fez, demandou judicialmente. Preciso pegar mais detalhes.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então ele não é autor de nenhuma ação
cível contra a BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. O que ele diz é o seguinte. A


BANCOOP é a autora e ele entrou com uma reconvenção na própria ação. Nós
entramos cobrando e ele entrou na ação exigindo o pagamento.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O Sr. Tomás Edson, em depoimento à CPI,


afirmou que a situação da Cooperativa é muito grave. Ele nos deu o seguinte exemplo:
“Seria a mesma coisa de pegar uma Ferrari a 220 km/h numa reta e enfiar o pé no
freio”. Ou “Pegar a Sadia, empresa do setor alimentício, e dizer para ela que a partir de
amanhã operará no setor de turismo”. V. Sa. que ocupa o cargo de diretora
administrativa financeira concorda com essa afirmação?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A situação da BANCOOP hoje é uma


situação em que ela vem demandando com os cooperados uma situação de
recebimentos. Isso gerou essa inadimplência, que gerou esse problema, da situação
financeira hoje da BANCOOP.
Porém, a BANCOOP é um projeto viável, é um projeto bom. Uma cooperativa
que consegue construir a preço bem inferior ao mercado, ela vem contribuindo, vem
fazendo uma parte social. Então, a BANCOOP tem plenas condições de resolver essa
situação e dar continuidade no seu projeto, no seu objetivo de ser, que é construir
moradias a preço de custo.
Acho que a BANCOOP, superando essa fase, ela tem condições de voltar a dar
continuidade nesse seu projeto inicial.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então V. Sa. concorda com a afirmação?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O que aconteceu e acho que o Tomás deve
estar querendo se referir, é que o fato da gente ter desmobilizado algumas obras, para
150

não aumentar o problema, isso parou a Cooperativa, porque a Cooperativa é uma


cooperativa habitacional. O objetivo dela é construir moradias.
E aí, nessa controvérsia jurídica toda que acabou existindo, as obras sendo
paralisadas, então a situação hoje não é uma situação adequada, não é uma situação
ideal. O bom seria que ela estivesse como já foi em alguns tempos, com várias obras em
construção, com vários lançamentos, enfim, operando numa normalidade. Ela tem
dificuldades hoje, com certeza, mas que a gente espera que solucione e volte a
contribuir nesse processo do déficit habitacional, com a construção de moradias a preço
de custo, principalmente para os trabalhadores que não teriam condições de comprar no
mercado imobiliário.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então, isso pode ser resumido na frase dele:
é a mesma coisa de pegar uma Ferrari a 220km/h numa reta e enfiar o pé no freio?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Então, não sei o que o Tomás se referiu
falando disso. Estou dando a minha opinião sobre a BANCOOP, hoje.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. Qual o valor do atual patrimônio


da BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A BANCOOP tem na totalidade dos seus


ativos em torno de 108 milhões. Esse é o patrimônio que a BANCOOP tem previsto.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Esses 108 milhões se referem a quê? Aos
recebíveis, a empreendimentos?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A recebíveis.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Que tipo de ativos nós estamos falando para
compor esses 108 milhões?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Grande parte deles de recebíveis, de


cooperados, algumas unidades que estão para adesão, recebimentos de terrenos que a
gente tem que fizemos a descontinuidade do empreendimento e estamos recebendo.
151

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Dos 108 milhões, quanto são de recebíveis?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que uns 80%, mais ou menos.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – 80% de 108 milhões, algo em torno de 84


milhões de reais?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Entre recebíveis e unidades disponíveis para


adesão. A totalidade do que comporta são os recebimentos atualmente contratados e os
possíveis de adesão.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A BANCOOP então, tem no seu ativo hoje,
um crédito, que ela entende devido, de mais 80 milhões com os cooperados?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sim.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Sa. assinou os cheques da BANCOOP


patrocinando eventos partidários ou eleitorais?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nunca.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Quem são os credores da Cooperativa?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nós temos as entidades de classe que nós
fizemos contratos de mútuo, tem o Banco Bradesco, alguns fornecedores que têm as
retenções técnicas, a devolução para cooperados de obras descontinuadas ou cooperados
que se desligaram da Cooperativa, tem uma demanda judicial na área trabalhista, que é
necessário estar resolvendo. Das grandes contas, que me lembre, são essas.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O total de ativos são 108 milhões. O total
de passivo, de dívida é...?
152

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Mais ou menos 90% disso, deve dar uns 90
e poucos milhões. Estou me referindo ao balanço de 2009.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A senhora disse aqui cinco principais tipos
de dívida. Há entidades de classe. Têm outras, além do Sindicato dos Bancários?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tem as associações a que o Deputado


Waldir Agnello se referiu e mais uma que é a Federação dos Bancários também.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Ao Banco Bradesco, a fornecedores. Qual o


valor da dívida em relação a fornecedores especificamente?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não é muita coisa. Eu acho que é alguma
coisa em torno de 800 mil reais, mais ou menos. Tem também algumas dívidas de PPI
que ainda nós estamos liquidando.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Esse balanço do último ano, contendo os


principais credores, devedores, tipo de recebíveis, dívida, isso é aprovado em
assembleia?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Gostaria de perguntar à Presidência se


recebeu ou se já foi solicitada cópia desse último balanço?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Que me lembre, não.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perguntar à diretora se poderia fornecer


uma cópia desse último balanço?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Já enviamos, quando solicitaram todos os


balanços da BANCOOP. Foi encaminhado.
153

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Também percebi aqui do relatório que a


senhora elaborou, não achei aqui a parte da transparência referente aos FIDCs.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – É que foi apresentado depois, numa


solicitação do Deputado.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Eu havia entendido que era uma parte da
apresentação que não havia sido feita anteriormente. Se puder ser anexado.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu posso encaminhar.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Quantos funcionários tem a BANCOOP,


hoje?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Hoje, eu acho que tem uns 25 funcionários,
mais ou menos.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Em quantas ações trabalhistas a BANCOOP


é ré.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O Dr. Arnaldo está aí, acho que umas 400
ou 500 ações, mais ou menos. Mas não são ações em que a BANCOOP é ré. São ações
de empreiteiras, em que a BANCOOP é colocada como subsidiária.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Foi chamada ao pólo passivo de alguma


forma.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que é mais ou menos isso.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O Dr. Vagner, que veio acompanhando,


assumiu interinamente a Presidência?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso.


154

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O Diretor-Presidente renunciou, se


licenciou?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Ele se licenciou e agora renunciou. Ele


renunciou na semana passada.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O jornal O Estado de São Paulo noticiou


que as contas bancárias de V. Sa. estão bloqueadas pela justiça. É verdade?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. A conta na está bloqueada. O que teve
foi um pedido de bloqueio judicial. Eu posso movimentar a minha conta normalmente.
Teve um pedido de bloqueio judicial numa ação, se não me engano de devolução.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A senhora sabe o motivo da solicitação do


bloqueio?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – É a devolução a um cooperado. Um


cooperado que se desligou da Cooperativa e ele tem direito a receber o valor dele. Ele é
de um empreendimento que é deficitário, e nós não estamos recebendo dos cooperados
e não temos o fluxo de caixa daquele empreendimento para fazer o ressarcimento a ele.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Mas a solicitação é de bloqueio das contas


dos diretores ou da BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Ele pediu da conta da BANCOOP e depois


da conta dos diretores.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Agradeço, Sr. Presidente. Por ora, eram
esses os questionamentos.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, com a


palavra o Deputado Ricardo Montoro.
155

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Foi exaustivamente perguntado


sobre vários assuntos que queria perguntar, mas me restou um a respeito dos cheques
emitidos pela Cooperativa. A senhora disse que geralmente é nominal, ou por ordem
eletrônica, e que talvez saques na boca do caixa só em casos em que são necessários
recursos financeiros. A senhora tem conhecimento?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sim.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – A senhora tem conhecimento de


cheques que foram sacados na boca do caixa, quando existe a facilidade. E a senhora
mesma disse que se isso aconteceu foi raramente e que todos os pagamentos eram feitos
em cheques, ou por meio eletrônico, e nós temos informações de que alguns saques na
boca do caixa foram realizados e quero saber o conhecimento de V. Sa. Obviamente V.
Sa. sabe do que estou perguntando.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Precisa separar as duas coisas. Se é saque na


boca do caixa pela própria BANCOOP ou...?

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – A BANCOOP emite um cheque em


nome do Bradesco e vai lá e resgata, tira na boca do caixa um milhão de reais.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Os cheques emitidos em nome do Bradesco


geralmente são para pagar um conjunto de boletos. Então, quando você emite um
cheque nominal ao banco é porque você não vai fazer um cheque para cada um daqueles
pagamentos. Então, tem um cheque nominal ao Bradesco, que aí os valores podem ser
variados. Agora, quando é saque da BANCOOP para a própria BANCOOP, o cheque é
nominal a ela e vai um representante da BANCOOP lá e saca esse valor.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Existe aqui uma documentação em


que existe o nominal ao banco, com o código de saque na boca do caixa. Isso não
existiu? Nominal ao banco?
156

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não que eu conheça cheque nominal ao


banco com código de... Às vezes a gente faz, aí não sei se o cheque vai nominal ao
banco ou vai nominal à Cooperativa, a compra de cheque administrativo. Às vezes
algum fornecedor solicita o pagamento em cheque administrativo, então você compra
um cheque administrativo. Mas eu acho que também o cheque administrativo deve ser
nominal à BANCOOP. Cheques nominais ao Bradesco são cheques para pagamento de
boletos, cheque nominal ao banco. Cheques nominais à Cooperativa ou é para depósito
nas próprias contas da Cooperativa ou para saque.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – A senhora lembra de ter assinado


algum cheque, digamos, ao Bradesco ou à Cooperativa?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sim. Desde 2005, eu assino todos os


cheques praticamente da Cooperativa. Se tiver algum caso específico que eu puder saber
e responder especificamente sobre esse.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – E quais são as necessidades que a


cooperativa tem de saques nominais à própria Cooperativa e sacados na boca do caixa?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A gente mantém um recurso interno na


Cooperativa para as pequenas despesas.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Existem pequenas despesas?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Às vezes, na obra precisa comprar alguma


coisa, fita crepe, você tem essas pequenas despesas. Tem algumas guias judiciais que
não se pode pagar em cheque e não se pode pagar no banco no qual a gente tem conta.
Só pode ser pago na Caixa Econômica Federal. Então, a gente sempre tem uma reserva
para pagamentos dessas guias judiciais. Em grande parte, os saques são para essas
coisas, para cobrir as pequenas despesas. Às vezes tem de ir para a Praia Grande
resolver um problema no cartório, então vai para pedágios. Enfim, um conjunto de
pequenas despesas, a gente deixa um pouco com cada um dos gerentes das obras, o
engenheiro da obra para as necessidades emergenciais da obra, e ele também presta
conta dessas emergências.
157

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Poderia resumir então que todos os


cheques que são nominais à Cooperativa e que são sacados na boca do caixa são de
pequena monta e que todos os cheques que são nominais ao Banco Bradesco são para
pagar os boletos, as guias e os pagamentos?

(Manifestação fora do microfone)

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Eu não estou fazendo confusão.


Estou querendo esclarecer.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu falei isso já.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Dando sequência, tem


a palavra o Deputado Ricardo Montoro.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Dona Ana Maria, eu não estou


querendo confundi-la. Talvez eu até me confunda mais. O que queria saber é o seguinte
e isso eu posso concluir das afirmações que a senhora fez aqui: que todos os cheques
que são nominais ao Bradesco são para pagar despesas de um boleto, 10 despesas, faz
ao Bradesco e paga as despesas.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – E que os que são nominais à


Cooperativa, que são sacados na boca do caixa, são para pequenas despesas, ou seja,
valores pequenos?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso. É o que ele está dizendo, que a gente
está discutindo, que talvez possa ser uma confusão, é que existem cheques nominais à
Cooperativa, que são depositados na própria conta da Cooperativa, e que esses cheques
são de valores maiores do que as pequenas despesas, e que esses cheques entram como
cheque em espécie. É como se você tivesse sacado e depositado automaticamente
aquele cheque.
158

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Cheque de terceiros em nome da


cooperativa?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Cheques da Cooperativa em nome da


Cooperativa. A cooperativa tem 10 contas, então você transfere o dinheiro de uma conta
para outra e esse cheque nominal à Cooperativa sai dessa conta, entra nessa conta e ele
entra no extrato da conta como cheque em espécie.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – No fundo, é um saque na boca do


caixa, mas que na verdade não sai da boca do caixa e passa para outra conta da
Cooperativa?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – É isso. Desde que nós fizemos a separação
das contas entre as seccionais acontece muito isso, de uma conta, uma nota ser rateada
em várias contas.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem a palavra o


Deputado Ricardo Montoro.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Eu queria saber, rapidinho também,


como funciona esse empréstimo solidário na Cooperativa? Nós ouvimos também vários
depoimentos e queria rapidamente uma explicação do que significa o empréstimo
solidário.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O empréstimo solidário hoje está totalmente


controlado. A gente sabe o valor exatamente de cada uma das seccionais e ele vem
sendo aportado em cada uma das seccionais credoras na medida em que a Cooperativa
tem condições.
Vou tentar explicar, mais ou menos, como acho que aconteceu em 2003, que
também foi na gestão anterior, foram unificadas as contas numa única conta
centralizadora, e essa unificação das contas foi para permitir que uma obra pudesse – no
conjunto dessas obras, aquelas que estavam em ritmo diferente de execução pudessem
159

ser aceleradas. Então, nesse momento foi criado esse empréstimo solidário entre uma
obra e outra.
Hoje já não mais existe isso. Hoje cada obra tem sua própria conta, não tem mais
a centralização.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Antigamente era assim, não era?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso que eu disse. Foi criada em 2003.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Aí juntou tudo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Juntou tudo numa única conta e começou a
ter o empréstimo solidário de uma conta para outra.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – E agora passou a ser diferenciado,


por unidade, por empreendimento?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nós fizemos a separação das contas,


quantificamos o empréstimo solidário de cada uma, devedor ou credor, e esse
empréstimo solidário vem sendo controlado e vem sendo regularizado, pago.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Muito obrigado, Sr. Presidente.


Muito obrigado, dona Ana Maria.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mais algum


Deputado gostaria de fazer uso da palavra? (Pausa.) Eu quero fazer algumas perguntas à
depoente.
A senhora falou do corpo gerencial. O corpo gerencial, de quantas pessoas?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Hoje são cinco gerentes.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Diretores, quantos


são?
160

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Dois diretores.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Restam três


diretorias?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eram três diretorias, o Vaccari não é mais.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Dois diretores, mas


são três diretorias. E cinco gerências. A senhora conhece todos?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Conheço.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Quais são os gerentes?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Manolo, o Manoel, que está aqui; Daniela,
que é a gerente administrativa; Saraiva, que é gerente de controladoria; Edgar, gerente
de orçamento e planejamento, esse da área técnica; e o Cláudio, que é o gerente de
execução, engenheiro. Edgar e Cláudio são engenheiros de execução.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Hoje a arrecadação


toda da BANCOOP é feita numa única conta ou em contas já separadas, como a senhora
disse?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Em contas separadas.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Há movimentação


hoje de uma conta para outra, tem uma conta pool, uma só?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – As obras concluídas estão todas numa única
conta, até porque ela não gera mais despesa. É uma conta mais para recebimento. E as
contas em construção, as seccionais em construção são contas separadas, cada uma tem
seu CNPJ específico e sua conta específica e a movimentação dela é na própria conta.
161

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Quantas contas hoje


tem?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – 11 contas no Bradesco.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Significa que são 11


empreendimentos?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – São nove empreendimentos e tem a conta da


BANCOOP Sede e a conta das obras concluídas.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – E há movimentação


desses recursos de cada conta para a conta sede, há um percentual para cobrir as
despesas administrativas? Como é feito esse fluxo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Algumas coisas há um percentual, que você


transfere para a conta da sede. Em outras, são alguns pagamentos que você não tem
como desmembrar por obra. Por exemplo, o Fundo de Garantia é uma única guia, então
nós pagamos o Fundo de Garantia pela conta da sede e fazemos o repasse para cobrir o
proporcional do Fundo de Garantia daquela obra na conta da sede. Esses são alguns dos
movimentos.
Em virtude de também algumas movimentações de bloqueios de conta, de conta
uma seccional em outra seccional, também algumas contas acabaram ficando devedoras
por causa do bloqueio de outra seccional. Isso nós já notificamos o Ministério Público e
já temos uma decisão do Ministério Público para que não tenha mais bloqueio de uma
conta na outra.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não há movimentação


mais de uma conta para outra então de grande porte?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não há movimentação de grande porte.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Qual o faturamento,


hoje, mensal da BANCOOP? Estão entrando recursos nessas várias contas?
162

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Ele é bem relativo em virtude das


negociações. Nesse último período a gente conseguiu alavancar algumas negociações,
conseguimos resolver várias questões, então tivemos um pouco mais. Mas tem sido uma
média de 300, 400 mil.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – 300 a 400 mil reais


por mês?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não mais do que isso, na totalidade que
entra, não só das obras, quanto das negociações ou de pagamentos de terreno que a
gente ainda vem recebendo.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – E despesas,


propriamente ditas? O desembolso da BANCOOP, mais ou menos?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Uns 200 mil.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Reais por mês?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Reais por mês.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Em quê? Em obras?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Cada obra tem o seu próprio fluxo de caixa.
O que entra é a mesma coisa que sai para compatibilizar as suas despesas. É o fluxo de
caixa, receita e a despesa da própria obra feitas na própria conta e os recursos daquela
obram ficam naquela obra. Essas, em torno de mais ou menos isso, são as despesas
mensais da Cooperativa com folha de pagamento, com manutenção de sede, com
pagamentos de advogados.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A senhora está


falando só da conta sede, então? 300 mil é quanto arrecada a conta sede?
163

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. O que arrecada...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – As 10 contas das


unidades de empreendimento.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB –E gasta, também nas


unidades, 200 mil, mais ou menos?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Mais ou menos.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Nas unidades?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nas unidades.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Eu fiz uma pergunta,


com obra em andamento?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não com obra em andamento. É que mesmo
uma obra parada gera despesa, então você tem pagamentos de IPTU, tem pagamento da
ronda diária, tem pagamentos de documentação. Mesmo a obra parada, ela gera despesa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mas eu poderia


concluir que do que arrecada, 300 mil, a senhora falou em 200 mil, então 66% mais ou
menos seriam com custos administrativos?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não com custos administrativos. Com todos
esses custos, com o conjunto desses custos todos, das despesas.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Vocês têm oferecido


patrimônio em garantia para alguma negociação de empréstimo ou judicialmente?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – De empréstimo, nenhum.


164

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Patrimônio da


BANCOOP nos empréstimos, não?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nos empréstimos, não. Ah! Tem uma
hipoteca do quinto andar, em garantia do acordo do contrato de mútuo com o Sindicato.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – E nos acordos


judiciais ou nas defesas judiciais tem oferecido patrimônio como garantia ou não?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tem algumas ações judiciais em que os


juízes, a gente entra com o pedido de não ter os bloqueios, os juízes pedem para
apresentar algum bem. Geralmente, a gente apresenta alguma máquina que ainda possa
ter em obra, um guincho.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não tem prédios ou


unidades habitacionais em garantia?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Às vezes, o próprio terreno da respectiva


ação. Aí vai da determinação de cada juiz. Às vezes, tem patrimônio daquela própria
unidade ou daquela própria pessoa cobrindo.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Hoje tem alguém que


é cooperado e que o bem em que ele é cooperado tenha sido oferecido ou tenha já,
judicialmente, sido requisitado como garantia?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que tem sim. Podemos levantar
também.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A senhora poderia nos


mandar essa informação?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tá.


165

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – É importante a gente


saber. Se ela me confirmar que é possível mandar, não vejo necessidade de escrever,
porque está tudo registrado. Se ela fizer questão de que faça por escrito, se ela quiser
consultar o advogado.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sr. Presidente, pela ordem.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Dr. Pedro, estou


conversando com a depoente. É que estou interagindo.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sr. Presidente, como membro da CPI,


exijo que seja por escrito, pois assim que determina o Regimento.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Está bom. De


qualquer forma nós vamos oficializar, a pedido do Deputado.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não tem problema.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Ao mesmo tempo, se


a senhora puder, a senhora nos envia.
Os empréstimos. Captou recurso fora, além dos cooperados. Os empréstimos...

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela ordem, senhor Presidente. Desculpe


interrompê-lo, Sr. Presidente, mas nós sabemos do seu comportamento rigorosamente
atento ao Regimento Interno e queremos que ele seja cumprido também nas suas
iniciativas. Essa solicitação de V. Exa. tem de ser feita por escrito e aprovada pela CPI.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mas não há objeção.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – O requerimento que V. Exa. está


apresentando, e nós queremos que V. Exa. também cumpra o Regimento igual para
todos os demais membros. Requerimento por escrito, discutido, aprovado por esta CPI,
incluído na pauta da próxima sessão, com 24 horas de antecedência, de acordo com a
exigência feita por V. Exa. para os demais Deputados. Serve para V. Exa. também.
166

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Bruno


Covas.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Só para argumentar aqui. Eu concordo com


o Deputado Antonio Mentor, no que diz respeito ao requerimento da CPI, mas nada
impede ao Presidente solicitar à depoente e se a depoente quiser fazer isso, de livre e
espontânea vontade, ela enviar. Nenhum documento enviado de livre e espontânea
vontade pela depoente, ou qualquer outro recebido, precisa ser aprovado o recebimento.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ele fez uma pergunta à depoente.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A depoente está


cercada de advogados hoje.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Se a depoente quiser fazer a gentileza, eu


concordo, mas não fará parte da CPI o documento que será entregue particularmente
pela depoente ao Presidente ou a qualquer outro membro.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Por que não?

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Porque não. Ele tem de ingressar na CPI


através das formalidades e exigências do Regimento Interno da CPI e da Casa.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Qualquer documento trazido a esta CPI,


vamos supor que qualquer um aqui tenha algum documento comprovando alguma coisa,
alguma denúncia.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Tem de ser protocolizado na Secretaria da


CPI.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Protocola o documento.


167

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Perfeitamente.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Nós não precisamos aprovar um


requerimento aceitando esse documento.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Absolutamente.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – É isso que estou falando.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Se vier espontaneamente por qualquer


cidadão ou cidadã, ele vai chegar ao protocolo e ser protocolizado e fará parte da CPI.
Agora, por solicitação de um membro da CPI não. Solicitação de membro da CPI tem
de fazer parte de um requerimento discutido e aprovado por esta CPI.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Não será para o Presidente, apesar de


todo poder que ele tem, que vai ser diferente. Vai ser igual para todos os membros desta
CPI.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Esse assunto para


mim está superado. Eu fiz uma pergunta a ela.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Eu pedi pela ordem, senhor


Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pois, não.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Só para esclarecer, senão dá a


impressão... Uma coisa, qualquer cidadão que tiver conhecimento de algum documento
poderá protocolar aqui junto à CPI sem nenhum problema. Óbvio. Estou concordando
com o Deputado Bruno Covas.
168

Agora, estava discordando do Sr. Presidente, Sr. Presidente, só para a gente


esclarecer. O Presidente disse que já está registrado aqui, portanto, estou solicitando. O
nosso protesto é no sentido de que nós não vamos aceitar, porque está registrado que ele
solicitou que ela seja constrangida a apresentar o documento.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. Estou falando a mesma coisa,


Deputado.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Então, é nesse sentido.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Aliás, Deputado


Vanderlei Siraque...

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Aí tem de ser aprovado, tem de ser


colocado em pauta.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Estou falando no mesmo sentido.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Eu só reafirmei uma


afirmação dela. Não fiz nada em contrário.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Até porque eu gostaria de ter


conhecimento também dos documentos.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Falei a mesma coisa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Eu queria continuar


sabendo um pouco dos empréstimos. Além dos FIDCs, 40 milhões, mais ou menos, 39
milhões, é isso?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – 39 milhões integralizados pelos cotistas


seniores.
169

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Havia captação de


empréstimos de outras fontes? Ainda existem, inclusive, empréstimos captados de
outras fontes? De associações, por exemplo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Este ano, nós não tivemos necessidade de
nenhum.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mas ainda há um


débito de empréstimo na praça?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tem.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Que é com a


Associação dos Funcionários do Banespa?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Com o Sindicato e a Federação dos


bancários.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Esses empréstimos


eram aprovados em reunião de diretoria, a solicitação de se buscar um empréstimo na
Associação, no Sindicato, era aprovado pela diretoria da BANCOOP?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não tinha um ato formal de aprovação. A


gente solicitava. Fizemos um contrato para cada um dos empréstimos, a gente fazia um
contrato e assina o contrato. A diretoria subscreve os contratos.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não aprovava em


assembleia dos cooperados?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Na assembleia de cooperados foi


aprovada depois a aprovação das contas no ano que consta isso.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mas a autorização


para se obter empréstimos não?
170

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Isso é um ato de gestão, já previsto no


estatuto da BANCOOP.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mas havia aprovação


do Conselho Fiscal ou da diretoria? Ou não? Tomava uma decisão? Quem tomou essa
decisão?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Na medida em que havia necessidade para


cobrir as despesas, a gente solicitava ao Sindicato, às vezes por escrito, às vezes íamos
conversar.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Quem assinou o


contrato desses empréstimos?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu assinei todos eles, junto com o diretor-
presidente à época. Às vezes com o Vaccari, às vezes com o Vagner.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Havia uma iniciativa.


E do lado da Associação dos Funcionários, ou do Sindicato dos Bancários, havia deles
alguma assembleia?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – São todas aprovadas em assembleia; todas


essas entidades...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Os empréstimos que


eles faziam eram aprovados lá?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – As entidades fazem as assembleia e as


contas são aprovadas em assembleias.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Antes ou depois de


feito o empréstimo?
171

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O ato de fazer o empréstimo é um ato de


gestão. Você aprova a prestação de contas onde esse empréstimo consta. O Sindicato
tem até precisão legal na CLT para fazer o incentivo, inclusive financeiro, às
cooperativas. Isso é previsto na CLT como uma das atribuições do sindicato.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não há nenhuma


demanda, está tudo em ordem, o empréstimo está sendo quitado regularmente?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Os empréstimos estão em vigor. Eles foram


renovados e não estão vencidos.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Hoje tem débito com


prestadores de serviços?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Alguns.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Qual o valor?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nós temos retenção técnica, uma parte dela,
eu acho que é em torno de 300, 400 mil, mais ou menos, tem mais alguns fornecedores
que nós estamos com alguns pagamentos em aberto, talvez mais uns 200, que é o que a
gente tem. E tem outro fornecedor também, mais ou menos uns 300 mil, que é quem faz
o desdobro do IPTU das unidades entregues. Mas, todos eles nós estamos conversando e
buscando regularizar a situação. Inclusive conversando de uma forma que eles possam
participar dessa solução geral que está sendo construída na BANCOOP.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Os devedores estão


sendo chamados também?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Estão.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Os credores?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Estão.


172

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Os cheques...

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Fora as ações que têm judiciais.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Demanda judicial não


está vindo para o acordo?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Demanda judicial está vindo para o acordo.
Nós também estamos chamando as pessoas que estão com demanda judicial para estar
compondo o conjunto do acordo. O acordo precisa ser macro, tanto se você reduzir na
receita, você tem de reduzir na despesa, senão, a conta não fecha.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Os cheques. A


senhora disse que assinava todos os cheques. Varia muito o valor? Cheque pequeno,
grande?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Varia.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Até onde chega?


Cheque de quanto a senhora já assinou? De que de valor?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Varia. Não consigo lembrar agora, mas tem
de todo.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Milhares de reais?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Milhares. Nesses últimos cinco anos, sim.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Sempre cruzado,


nominal?
173

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Desde que a gente entrou, a gente solicitou
que os cheques fossem cruzados, nominal cada um, e para pagamento do próprio
fornecedor.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Foram emitidos


cheques para prestadoras de serviço, por exemplo, como a Germany.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Foram.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A senhora assinou?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Assinei.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A senhora tinha


conhecimento de que essa empresa foi formada por diretores da empresa?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tomei conhecimento quando assumi a


Cooperativa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Quando assumiu, mas


depois de ter assinado os cheques, a senhora achou que estava normal a prestação de
serviço?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Você não consegue desmobilizar um


contrato na primeira hora do dia. A gente assumiu a BANCOOP, a Germany, por
exemplo, não tinha nenhum diretor que figurava no seu quadro societário. Diretores da
Germany não faziam parte do quadro de diretores da BANCOOP, nem dos anteriores.
Ela já tinha sido alterada.
E dentro desse processo foi que nós chamamos para conversar e começar a
desmobilizar esse contrato. Foi onde teve inclusive a participação do Sindicato da
Construção Civil nessa discussão. Aí fomos aos poucos desmobilizando.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A partir do


conhecimento atual, a senhora também procurou tomar algumas providências. Mas
174

quando a senhora diz a nova diretoria, a senhora inclui o Vaccari, porque ele era diretor
financeiro antes da senhora, e emitia cheques para a Germany. Ele faz parte da antiga ou
da nova gestão?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O Vaccari, na antiga concepção, ele não


participava do dia a dia da gestão. Ele participava da diretoria sem praticar atos de
gestão.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mas ele era diretor


financeiro.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Era.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A senhora acha que


uma empresa pode andar suficientemente com responsabilidade tendo um diretor
financeiro que não participa?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – É que era delegado aos diretores que
estavam na BANCOOP fazer a gestão.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Delegado


formalmente ou ele estava afastado e foi substituído formalmente?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tem de questionar o próprio Vaccari. Não


posso responder por ele.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Presidente, só um aparte. Ele delegou essa


função aos outros diretores, é isso?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. A BANCOOP tinha os outros diretores


que pelo estatuto da BANCOOP dois diretores em conjunto podem gerir a Cooperativa.
Não há necessidade de estar lá no dia a dia se for nesse caso.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Ele não ficava então na BANCOOP?


175

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Na gestão anterior não.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Mas constava o nome dele como diretor?
Era diretor, mas não participava?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não participava da gestão.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Delegou?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Acompanhava a Cooperativa sem participar


da gestão.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Como se dá isso? Ele


não assinava uma ata, não participava, não tinha. Ele não participava de reunião, não
assinava ata, não tomava decisões. As decisões eram tomadas e não tinha
responsabilidade nenhuma? Assinava cheques?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não sei.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A senhora não sabe?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não sei.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O Sr. Tomás, além da


Germany e outras empresas, eles montaram uma empresa de agropecuária em Petrolina,
onde ocorreu o acidente. A senhora nunca teve conhecimento de que eles tinham essa
empresa lá? Conheceu o Malheiro?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Conheci. Ele era diretor do Sindicato na


mesma época em que eu era também.
176

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – E a senhora tinha


conhecimento de que ele participava dessas empresas, tinham formado empresas?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não tinha conhecimento.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Nunca teve


conhecimento?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tomei conhecimento quando assumiu a


BANCOOP.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Esses contratos de


empréstimo com o Sindicato, a senhora também como conselheira honorária do
Sindicato ou diretora honorária, quem é o Presidente do Sindicato ou quem são os
diretores que assinaram o empréstimo? Há uma relação muito constante administrativa
com o Sindicato e a BANCOOP desde o início do período da senhora?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Quem assina os empréstimos pelo Sindicato


são o presidente e o diretor financeiro.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Quem são?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O Presidente do Sindicato era o Luiz


Cláudio Marcolino e a diretora financeira era Ivone Maria da Silva, eu acho.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A senhora recebe


como ajuda de custo, alguma coisa, o salário?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Da BANCOOP?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Da BANCOOP.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Uma verba de representação.


177

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O Sr. Tomás, se não


me falha a memória, ele recebia, o engenheiro Ricardo também. Tinha alguma outra
fórmula de pagamento? Eles recebiam também? O Tomás, como diretor? Todos os
diretores recebem como verba de representação?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Desde que a gente assumiu a gestão, sim. Os
diretores recebem como verba de representação.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A senhora sabe se os


diretores anteriores recebiam também, Vaccari, Malheiro? Eles recebiam regularmente?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – O Vaccari, pelo que tenho conhecimento,


não recebia. O Luis Malheiro recebia, o Tomás recebia, que eram os diretores
anteriores, que ficavam na BANCOOP ali no dia a dia.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A senhora acha... O


que a senhora considera uma margem de erro, a senhora não é uma técnica, uma
margem de erro no cálculo de um empreendimento? Considera pouco? 20%, 30%,
10%? O que seria uma margem de erro razoável num empreendimento?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Gostaria que o senhor explicasse


melhor o que é margem de erro. O que é margem de erro?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Uma margem de erro


é eu prever...

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Acho que é subjetivo.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Vou elucidar.


Margem de erro é você fazer uma previsão de que uma construção, um
empreendimento vai custar “x” e aí ele passa a custar para mais ou para menos.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Isso é erro.


178

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Considerando a


possibilidade de que ele vá um pouco para mais ou um pouco para menos. Qual seria a
margem de erro que você possa ter estabelecendo um certo empreendimento?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – A partir de um ponto de referência?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Isso. Um


empreendimento da BANCOOP?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Variação de mercado? Estou fazendo a


pergunta a V. Exa. porque sou membro da CPI e gostaria de entender a pergunta.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Você pode especificar


um valor, ratear e ser exatamente aquele valor. Mas pode ser que seja mais barato.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Aí tem de adivinhar o que vai


acontecer no mercado, é isso?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não. O que ela


considera uma margem de erro.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Estou perguntando o que V. Exa.


considera, porque V. Exa. é especialista.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Eu considero uma


margem de erro de uns 15%. Com uma inflação de 5% ao ano, acho que do ponto de
vista financeiro, uns 15%.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – O senhor que é uma pessoa


especialista de mercado, o senhor entende muito de mercado...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Fiz a pergunta para


ela.
179

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Mas eu estou fazendo a pergunta para


o senhor.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Está perguntando e


estou te respondendo. Estou com o maior prazer lhe respondendo e não tem problema
nenhum de lhe responder. O que o senhor considera uma margem de erro?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Eu não fiz a pergunta. O senhor que


tem de me dar resposta.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Também estou lhe


perguntando.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – O senhor que entende de mercado.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Talvez o senhor não


tenha...

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Eu não entendo de margem de erro. O


senhor entende de ponto de referência?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Talvez o senhor não


esteja tendo...

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Estou atento. Eu fiz uma pergunta a V.


Exa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Talvez o senhor não


esteja tendo a mesma sensibilidade que estou tendo com o senhor. Não tem problema.
Eu fiz a pergunta para ela.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – O senhor é uma pessoa bastante


sensível.
180

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Gostaria só que a


senhora desse uma opinião.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Acho que nós temos aqui, se não me
engano...

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Tem a revista do mercado.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – 30% das unidades da BANCOOP não


tiveram nenhum rateio. Ali tem a margem de erro e ali deu: até 10% do custo estimado
o rateio foi de 70%, ou seja, em 70% dos casos o rateio foi até 20% do custo estimado,
sendo que 30% deles não teve praticamente, nenhum rateio. Numa grande maioria das
unidades da BANCOOP o rateio foi até 20% do custo estimado.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mas tem com mais?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tem. De 20 a 30%, 28%. Acima de 30%,


2,8%.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem


empreendimentos com mais de 30%?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Mais de 30%, 2,8%. São 106 unidades com
mais de 30% do custo estimado.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, com a


palavra o Deputado Vanderlei Siraque.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Recebi aqui uma mensagem dizendo


que, na verdade, não é margem de erro, é variação. Mas eu gostaria que voltasse, porque
tinha uma referência bibliográfica de uma revista. Se fosse possível, se V. Exa.
permitisse eu gostaria, porque poderia explicar a pergunta de V. Exa.
181

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor está


perguntando o quê?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Tem uma referência bibliográfica que


foi apresentada pela depoente, de uma revista, se não me engano, chamada Mercado, e
ali tem um técnico da área, Aldo Dória Matos. Acho que é interessante e pode explicar a
pergunta de V. Exa. até para que eu possa entender também.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Tem de ver a margem de erro do


orçamento do Estado.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor está com


alguma necessidade? Eu gostaria de ouvir a opinião dela, só.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sim. Eu gostaria de ouvir também.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor pode


aguardar?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Na verdade, como as coisas aqui são


transparentes, temos o público.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor pode


aguardar eu encerrar a minha palavra?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Eu pedi um aparte a V. Exa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Para explicar isso,


depois, ao final.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Eu gostaria da explicação da depoente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Ao final, então.


182

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – É que eu já consegui ler ali.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Tem várias margens de erro aqui, como


referência.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Se a TV Assembleia puder filmar.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Por isso que perguntei


a opinião dela.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – O orçamento do Estado, normalmente é


25%.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sr. Presidente, a depoente não está


aqui para dar opinião. Ela está aqui para esclarecer a verdade dos fatos.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Está aqui para


responder as perguntas nossas.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Opinião é coisa de partido político.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não posso saber a


opinião dela? Qual o problema?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Nós não temos opinião.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sr. Presidente, depoente não dá


opinião.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, tem a


palavra o Deputado Antonio Mentor.
183

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Apenas para prestar uma informação. A


variação do preço orçado para o preço efetivamente executado na obra da calha do Tietê
foi de mais de 50%.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – E tem o Metrô também.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – A Linha 4.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor acha que a


BANCOOP pode errar 50%?

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Não estou falando de erro. O meu


conceito é diferente. Meu conceito não é margem de erro, é variação orçamentária.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Estou achando inacreditável.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Eu também. Estou


satisfazendo um pouco a vontade deles.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Depois vem falar que não quer
politizar a CPI. Quem quer politizar são vossas excelências. Eu pediria que o senhor
continuasse na Presidência e continuasse seu depoimento.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Nós estamos ajudando o Presidente.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Apenas para servir como referência,


Deputado Montoro.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Estamos elucidando a pergunta do


Presidente, Deputado Montoro.
184

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Quero continuar aqui.


A senhora tem ideia de valores desembolsados, por exemplo, para a Germany? Alguma
ideia de valor que a senhora lembra?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não tenho aqui. Da mesma forma, podemos
levantar, mas não tenho aqui essa informação.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A empresa Caso a


senhora ouviu falar?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sim, é prestadora de serviços nossos.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem ideia do


contrato, valor com a Caso?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Hoje deve ser em torno de uns 20 mil, 30
mil reais, mais ou menos.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Por mês, ano?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Por mês.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Já teve outros


contratos antes?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Dependendo da quantidade de obras. Hoje a


Caso está em, acho que ainda está em duas obras e faz nas demais obras somente
rondas.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Nas obras que estão


paradas, faz ideia de quantas são? Eu vi as fotos, acompanhei a apresentação, não vi
nenhuma foto de obra parada. A senhora falou de obra em andamento. A senhora
considera obra em andamento, por exemplo, a da Bela Cintra, que eu fui visitar?
185

A SRA. ANA MARIA ERNICA – São as obras que estão em construção.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mas ela está parada


há cinco anos.

A SRA. ANA MARIA ERNICA – É uma obra que está em recomposição do


fluxo de caixa. São nove obras que a gente está em construção. Essas obras eram 10,
uma estamos entregando agora, só está aguardando a expedição do habite-se. Essas
outras todas – uma obra parou num determinado tempo, outra em outro. Não tenho um
prazo em que cada uma parou. O problema é que não tem o fluxo de caixa. Então, a
Cooperativa sobrevive com os recursos dos cooperados. Se não tem pagamento, não
tem como a gente fazer a obra.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Sabe há quanto tempo


está parada aquela obra?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A do Bela Cintra? Acho que desde 2006.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A solução que a


senhora está participando...

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Ela entrou em recomposição de fluxo de


caixa e também os cooperados vêm discutindo com a BANCOOP, tem uma comissão
de cooperados lá, uma solução para esse empreendimento.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A senhora está


participando, até porque a CPI gerou essa possibilidade, de que realmente haja uma
solução, a senhora tem buscado junto com os cooperados, tem participado das reuniões?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Não é uma das minhas atribuições
essas reuniões. Tenho participado das discussões internas de diretoria.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem tido


informações?
186

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Com o corpo de advogados da BANCOOP


que está entabulando essa negociação. A gente tem discutido com eles.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Têm buscado


parcerias fora dos cooperados, com o setor privado, para solução?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Para solução? Temos.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Alguma empresa


específica, que a senhora pudesse mencionar?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Para resolver isso?

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Algum parceiro do


setor privado para vir?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Temos negociado com os nossos


credores, os nossos fornecedores, para viabilizar.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A OAS está


participando?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A OAS, por indicação dos cooperados, está
participando no Anália Franco e no Colina Park, que são duas obras, dois
empreendimentos, acho que três agora, tem mais um que já solicitou a participação da
OAS. Outros empreendimentos estavam com a construtora...

(Manifestação fora do microfone)

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Só um minuto.


Deputado Vanderlei Siraque, algum problema?
187

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sr. Presidente, é que estava falando


aqui, especialista em obra parada, o Governo de São Paulo paga aluguel há dois anos
por causa de obra que nem iniciou.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado Vanderlei


Siraque, eu pediria...

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – É que o Deputado Ricardo Montoro


perguntou.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Chega a ser patético,


o senhor me desculpe. Chega a ser patético.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Está aqui. O Deputado Montoro me


perguntou e em respeito a ele eu expliquei.

O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Não perguntei nada, você não está
com a palavra e nem eu.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Ele disse que o PT é especialista em


obra parada. Eu peguei e mostrei que é o Governo tucano de São Paulo. Está aqui. E
aqui é a CPI da BANCOOP, não tem nada a ver com o PT.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Nós estamos aqui


quase concluindo.
A senhora tem conhecimento de que tem empresas particulares também se
associando a uma possibilidade com relação aos empreendimentos?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – À solução dos empreendimentos.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mais alguma, além da


OAS?
188

A SRA. ANA MARIA ERNICA – A Tarjab, que estava em negociação,


inclusive já tinha também sido aprovada pelos cooperados, do Liberty e do Vila
Clementino, a transferência para a conclusão junto à construtora Tarjab. Essas duas da
OAS. Os outros, os cooperados têm vindo.
Agora, é um processo em que os próprios cooperados solicitam, eles buscam
algumas construtoras. Teve um empreendimento, que foi o Maison Piaget, que foi
transferido para uma construtora chamada MSM, que os cooperados também
solicitaram e transferiram. Essa construtora já esteve por solicitação dos cooperados do
empreendimento Casa Verde discutindo com eles.
Então, são os próprios cooperados que buscam as construtoras, apresentam à
BANCOOP, que não obstaculariza e busca viabilizar uma solução.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Tem algum


empreendimento que não foi tomada iniciativa alguma ainda, e se encontra parado?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Temos o Torres da Mooca, que até agora
não tem nenhuma. Os demais, todos estão buscando uma solução, estão vindo ver como
resolve a solução.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – A senhora tem


filiação partidária, já foi filiada a algum partido?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu já fui filiada, acho que sou ainda, ao
Partido dos Trabalhadores. Sou filiada ao Partido dos Trabalhadores.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Já fez alguma doação


de campanha?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Já. Já fiz doação de campanha.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Para algum candidato


específico?
189

A SRA. ANA MARIA ERNICA – De conhecimento, para o Ricardo Berzoini


eu fiz. Eu era de Araçatuba e lá também já contribuí com os candidatos a prefeito,
vereador.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pode lembrar o valor


que contribuiu?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Do Ricardo foi com 10 mil reais.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mais algum Deputado


gostaria de fazer perguntas? (Pausa.)

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, com a


palavra o Deputado Antonio Mentor.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Queria apenas fazer algumas observações


e iniciar com uma pergunta.
A depoente conhece as empresas Tercopav, Locaterra e Ágil?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Nunca ouviu falar?

A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Queria também fazer uma constatação,


Sr. Presidente, Srs. Deputados.
Está muito claro para nós, para mim pelo menos, que houve uma mudança de
atitude na gestão da BANCOOP por esta diretoria que está prestando contas a esta CPI.
Os contratos com Germany, Mizu e outras empresas que tinham levantadas suspeitas
sobre essas relações, foram encerrados. Há uma série de medidas aqui relatadas em
resposta a questionamentos que foram feitos também, que mudam diametralmente o
190

comportamento da BANCOOP, do ponto de vista da sua gestão, e que, sem dúvida


nenhuma, apontam para uma tentativa de solução das pendências que existem nas
relações entre a Cooperativa e cooperados.
Penso que esta CPI está prestando um serviço importante no sentido de
esclarecer as irregularidades apontadas, e um serviço mais importante ainda no sentido
de encontrar uma solução para os cooperados.
Queria lembrar que essa questão do FIDC, que foi muito colocada aqui,
Deputado Waldir Agnello levantou, o Deputado Montoro também, ela também está em
curso e sem querer politizar, apenas para estabelecer como referência, porque acho
importante e diz respeito ao nosso trabalho aqui na Assembleia Legislativa, está em
curso junto ao Governo do Estado de São Paulo que está pleiteando a antecipação dos
recebíveis das concessionárias das rodovias do Estado de São Paulo em valores
superiores a um bilhão e 200 milhões de reais, que deveriam ser pagos pelas
concessionárias nos próximos oito anos e o Governo do Estado, mesmo sendo no último
ano de mandato, mesmo tendo um excesso de arrecadação em relação ao orçamento
bastante significativo nesse último período, ainda assim solicita a antecipação desses
recebíveis, nos valores que eu mencionei superiores a um bilhão e 200 milhões de reais.
E as informações que nós temos nos dão conta de que essa composição
financeira oferece para o Estado de São Paulo custos da ordem de 10 a 12% no
pagamento para os investidores.
Portanto, quero até mencionar aqui que o FIDC que foi implementado pela
BANCOOP e que acabou finalizado com um juro de 6% ao ano, se não me falha a
memória, comparativamente, não sei se é um bom negócio financeiramente, eu não sei,
mas comparativamente ao que está sendo discutido e implementado pelo Governo do
Estado em relação às concessionárias das rodovias ele vai sair pela metade do custo
financeiro; ele saiu pela metade do custo financeiro do que foi apresentado pela
BANCOOP.
Queria só fazer essas rápidas considerações e agradecer à nossa depoente e aos
demais Deputados.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Só para registrar a


presença do Deputado Estevam Galvão.
191

Pela ordem, tem a palavra o Deputado Vicente Cândido.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Sr. Presidente, diante da longa exposição


da depoente, da bateria de arguição dos Deputados, a meu ver não resta nenhuma dúvida
a ser respondida, requeiro, acho que não há necessidade de depoimento do Presidente da
BANCOOP. Requeiro a desconvocação do Presidente e apresento por escrito na
próxima reunião.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Aguardamos então o


protocolo do seu requerimento.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, tem a


palavra o Deputado Bruno Covas.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Presidente, gostaria de fazer mais duas
perguntas à depoente, mas se tratam de documentos que nós recebemos do Ministério
Público, em sigilo fiscal, de forma que gostaria de solicitar a V. Exa. a transformação
desta reunião numa sessão secreta, para que a gente possa trazer aqui cópias de
documentos que estão em sigilo fiscal.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor gostaria de


continuar fazendo alguns questionamentos a ela numa sessão secreta?

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – São duas ou três perguntas, mas eu não
posso fazer isso de público, porque se tratam de dados em sigilo fiscal. Então, gostaria
de solicitar a V. Exa. que transformasse a reunião em sessão secreta, para que a gente
possa apresentar esses documentos.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – É regimental.

O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – Só para entender, senhor Presidente. O


Deputado Bruno tem um documento?
192

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Documentos que estão no inquérito que nós
recebemos do Ministério Público.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – É regimental.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Que estão em sigilo fiscal e eu não posso
aqui apresentar de público, porque seria quebra de sigilo. Então gostaria, para fazer a
pergunta, que se trata de um documento em sigilo, que a gente transformasse a reunião
em secreta e aí para que eu possa fazer a indagação à testemunha.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – É regimental.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Ele provavelmente


está falando sobre o inquérito que já foi compartilhado com os Deputados.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem. Mas o Deputado Bruno


Covas tem cópia? Porque a mim não foi permitido cópia. Tive de olhar no gabinete de
V. Exa. e não chegou a este Deputado.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Não. Eu fui ao gabinete do Deputado


Samuel. Hoje pela manhã solicitei a possibilidade de imprimir isso, assinei, deixei com
o Deputado Samuel Moreira um termo de responsabilidade e devolverei os documentos
ao final da reunião, para que ele possa ser indisponibilizado.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – A mim foi negada inclusive a cópia do


ofício. Eu tive de brigar.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mas a Secretaria não


pode lhe negar.
193

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Depois foi sim, inclusive com ordem


de V. Exa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O quê? Não.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Eu poderia olhar no computador.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor pode tirar


uma cópia do documento que o senhor quiser. A responsabilidade é do senhor do sigilo.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Foi negado por duas vezes. Inclusive


tenho testemunhas.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor não falou


comigo, em momento nenhum.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Tenho testemunhas que fiz me


acompanhar.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mas não lhe


negaremos, em hipótese alguma. O senhor é Deputado e está compartilhado.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Eu preciso verificar a cópia e depois


nós faremos a sessão. Não é assim.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Quer fazer em outro


momento, agora?

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Agora.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Alguma objeção?


194

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – São os dados que o Ministério Público


enviou, são documentos que fazem parte do inquérito policial. São dados fiscais que
estão em sigilo fiscal.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – É, mas eu não tive acesso.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Até mesmo os dados que nós solicitamos à
Secretaria da Receita, eles serão compartilhados. O sigilo não será quebrado, pelo que
eu entendi.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não será quebrado.


Nós temos a responsabilidade de olharmos, até permitir que se estude, tire cópia, eu
passe o CD, mas não tem problema.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Mas foi negado a este Deputado, só


para ficar registrado, inclusive em Ata.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, tem a


palavra o Deputado Antonio Mentor.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Sr. Presidente, eu penso que para que se


possa discutir qualquer documento que chegue a esta CPI, é preciso que seja do
conhecimento dos membros da CPI.
No caso, como o Deputado Bruno Covas está nos apresentando agora uma
solicitação que não é do conhecimento da CPI, portanto, eu penso que não seja
regimental, não deva ser admissível que esta reunião se transforme agora em sessão
secreta para apresentação de um documento novo, que não é do conhecimento dos
demais membros desta CPI. Pelo menos do meu conhecimento não é, apesar de não ser
195

membro efetivo, eu estou aqui na qualidade de Líder da Bancada do PT e quero solicitar


de V. Exa. que convoque sim uma reunião secreta, com o conhecimento antecipado de
todos os membros da CPI a respeito da documentação que vai ser apresentada para que
a gente possa, aí sim, discutir o questionamento que o Deputado Bruno Covas quer
fazer.
Fora disso, eu penso que seja absolutamente anti-regimental uma novidade como
essa chegar à CPI como se fosse caída do céu. Não é possível que nós tenhamos uma
coisa como essa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Nós podemos atingir


o objetivo da CPI, desejo do Deputado Bruno Covas, tanto quanto o Siraque tiveram
acesso ao inquérito, todos nós já temos acesso ao inquérito, compartilhado. Poderemos
providenciar o controle das cópias. Se algum Deputado quiser retirar cópia.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Que seja apresentado aqui em sessão


secreta, por V. Exa. É diferente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Calma. Eu vou


concluir.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Mas eu estou solicitando que V. Exa.


apresente em sessão secreta.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O desejo do Deputado


Antonio Mentor quanto do Deputado Bruno Covas, nós podemos, não tem problema
nenhum, a partir do acesso que vocês tenham cópias, nós podemos fazer uma sessão, ou
dar sequência, suspender e dar sequência num outro momento. Pode ser.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Senhor Presidente...

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Senhor Presidente...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Se for para contribuir


com o desejo do Deputado de querer tirar alguns esclarecimentos, qual o problema?
196

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Aí seguindo, evidentemente, o rigor que


V. Exa. tem implantado quanto à obediência do Regimento Interno, nós queremos que
essa sessão secreta seja convocada com antecedência regimental, que a pauta seja
estabelecida, com a inclusão desse requerimento que o Deputado Bruno Covas está
apresentando à CPI agora.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não sei se há


necessidade.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deixa eu fazer uma


observação.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Presidente, deixa eu tentar, ver se


consigo, já neste momento, atender a solicitação de V. Exa., a solicitação do Deputado
Antonio Mentor.
Veja, entendo que não se trata de documento novo, é um documento que está no
inquérito policial, mas não vejo nenhum problema em nós suspendermos a reunião, a
gente reabre a reunião na terça-feira que vem, já de forma secreta. Não vejo nenhum
problema em a gente fazer isso.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Sem prejuízo de uma


nova convocação.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O que eu gostaria é de um esclarecimento


em relação a esses dados. Se for necessário que a gente suspenda a reunião e reabra a
197

reunião na terça-feira que vem, mudamos para uma reunião secreta, não vejo nenhum
problema.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Para registrar aqui,


em nome da depoente, que ela não faz objeção nenhuma quanto a isso.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Pela ordem, senhor Presidente. A


minha preocupação...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Inclusive ela não faz


objeção a que seja hoje. Ela que está pedindo que eu comunique.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Essa questão do sigilo, eu levo muito a


sério esse negócio de sigilo fiscal, bancário, telefônico, tudo, porque a privacidade das
pessoas, das empresas, jurídica ou física, tem de ser protegida.
Eu proponho que V. Exa. apresente aos Deputados, não quero cópia, de forma
autenticada para cada Deputado que for, se for o caso, mas que seja feita a apresentação
para os Deputados.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Do quê?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Do documento que o senhor recebeu


de forma sigilosa. Porque eu não me responsabilizo.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não é de forma


sigilosa.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – É o que está escrito lá.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não. O documento foi


aprovado, pelo juiz responsável pelo processo, de compartilhar com os Deputados desta
CPI o inquérito.
198

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Que só está com vossa excelência.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – À disposição de


vocês.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Mas que o senhor apresente para a


CPI.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor inclusive já


viu o inquérito.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sim, olhei, mas eu não...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor quer tirar


cópia? Eu posso providenciar.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Não quero tirar cópia, senhor


Presidente. Me desculpe. O senhor que apresente, dê publicidade à CPI, que é obrigação
de V. Exa.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O senhor quer que eu


traga aqui os 60 volumes?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – São ossos do ofício.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Mas tem disquete


para o senhor analisar e até imprimir.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Presidente, são dados sigilosos.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Superada essa parte,


eu proponho, em função do adiantado do horário, proponho que a proposta do Deputado
199

Bruno Covas seja considerada, que a gente reabra a sessão na semana que vem e vocês
possam ter acesso a xerox, aos documentos que vocês queiram.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – Sai distribuindo xerox.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – O Deputado Antonio


Mentor discorda? Qual a sua proposta?

O SR. VANDERLEI SIRAQUE – PT – A Assembleia já foi processada em


outra CPI.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – A minha proposta é que se encerre o


depoimento da Ana, que convoque uma nova sessão para terça-feira que vem como é
sua vontade, uma sessão secreta, com o requerimento do Deputado Bruno Covas para
apresentação dos documentos de que ele dispõe cópia e que ninguém mais dispõe cópia
desses documentos, e nós vamos discutir novamente. Qual o problema? Vamos fazer do
jeito que o Presidente quer.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Faremos a semana


que vem, só essa sessão?

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ainda pela ordem, senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Pela ordem, com a


palavra o Deputado Antonio Mentor.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Ainda quero apenas que o Presidente aja


neste episódio da mesma maneira que agiu ao início desta reunião, quando nós
solicitamos ao Presidente que fossem ouvidos dois dirigentes da BANCOOP
concomitantemente, apenas para apresentação. V. Exa. não permitiu que isso
acontecesse. Por quê? Porque disse que esse requerimento tinha de ser apresentado com
a antecedência necessária, que tinha de constar da pauta, e quero que o Presidente aja da
mesma maneira agora com relação ao requerimento do Deputado Bruno Covas.
200

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Deputado, deixa eu


tentar esclarecer.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Claro. Vai tentar, mas não vai conseguir.
Mas pode tentar.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não vou conseguir?


Então, de antemão já desisto então.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Presidente, não se trata...

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Não vou conseguir


convencê-lo, por mais argumentos que tenha.
Tem a palavra o Deputado Bruno Covas.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Presidente, não se trata de uma nova
convocação.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Também entendo


assim.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A depoente foi convocada, está aqui.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – É só transformar a


reunião.

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Está aqui respondendo aos nossos


questionamentos.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Num momento


secreto.
201

O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E para responder o questionamento que


gostaria de fazer, nós precisamos transformar a reunião em secreta, porque se trata de
um dado em sigilo fiscal, que foi compartilhado e que todos os Deputados têm acesso.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Sem dúvida. O


Deputado Bruno Covas solicita um momento secreto da nossa reunião para que ele
possa fazer perguntas relacionadas ao inquérito a que ele teve acesso.

O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Pela ordem, Sr. Presidente. Peço que o


Presidente suspenda a sessão por cinco minutos, para que a gente possa tomar
conhecimento do documento que o Deputado Bruno Covas tem em mãos e aí nós vamos
resolver essa questão com a flexibilidade, com compreensão, a generosidade que
caracteriza o nosso comportamento aqui, sem partidarismo, sem querer impor vontade,
sem autoritarismo, nós vamos conversar sobre isso.

O SR. PRESIDENTE SAMUEL MOREIRA – PSDB – Está suspensa a


sessão por cinco minutos.

* * *

A reunião está suspensa por cinco minutos.

* * *

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