Professional Documents
Culture Documents
BANCOOP
24/08/2010
PRESIDENTE
O senhor foi convocado a comparecer a esta CPI, constituída pelo Ato nº 13, de
2010, com a finalidade de investigar supostas irregularidades e fraudes praticadas contra
cerca de três mil mutuários da Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de
São Paulo – BANCOOP, e propor soluções para o caso. E, como testemunha, com
fundamento nos arts. 203 e 218, ambos do Código de Processo Penal, combinado com o
§ 2º do art. 3º da Lei Estadual nº 11.124, de 10 de abril de 2002, bem como as demais
normas constitucionais e infraconstitucionais aplicáveis à espécie, cumpre-nos adverti-
lo de que deve dizer a verdade, não podendo fazer afirmações falsas, calar ou negar a
verdade a respeito dos fatos de seu conhecimento, por incorrer em crime previsto no art.
4º, inciso II, da Lei Federal nº 1.579, de 18 de março de 1952.
Peço, então, a gentileza de o senhor relatar o que souber, explicando sempre as
razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais nós possamos avaliar a sua
credibilidade.
Peço-lhe, agora, então, que pronuncie conosco o termo de qualificação. Nome
completo.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Bom dia, Sr. Manoel Castanho Blanco.
Bom dia, Srs. Deputados. Assessoria que nos acompanha nesta reunião da CPI.
Sr. Manoel, qual a sua função na BANCOOP?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor não tinha ocupado nenhum cargo
antes, portanto, de julho de 2005?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Esses foram os três cargos que o senhor
ocupou na BANCOOP?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. A sua esposa, por acaso, é uma
advogada chamada Letícia?
9
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor sabe dizer como são todas as
decisões na área administrativa da BANCOOP?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Que tipo de decisões são tomadas pela
diretoria?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor, alguma vez, emitiu alguma nota
fiscal para a BANCOOP?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor, alguma vez doou dinheiro para
partido político ou candidato?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – E o senhor não sabe dizer para quais
candidatos o senhor já fez doação?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor nunca fez doação para candidatos,
somente para o partido?
de dinheiro da BANCOOP para financiar candidatos do PT. Isso existe, portanto, não há
nenhuma gravidade na pergunta.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – A sua posição é que ele não pode se
dirigir a V. Exa.?
20
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – V. Sa. tem alguma ligação com o Sindicato
dos Bancários?
21
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Esses foram os três presidentes nesses oito
anos, de 1997 a 2005?
22
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O senhor sabe quem são os atuais diretores
da Bangraf?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Não? Ok. O senhor sabe que o senhor
está falando sob juramento, não é?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Ela tem algum grau de parentesco com a
Sra. Marisa Letícia Rocco Casa, esposa do Presidente Lula?
aos cooperados, qual o motivo de ter chegado a uma situação financeira negativa,
deficitária?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor tem e são as duas únicas que o
senhor adquiriu ou o senhor adquiriu e vendeu, repassou para alguém?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Como se deu esse convite para o senhor
fazer parte como sócio-fundador da BANCOOP? Quem o convidou, como era,
aconteceu isso de que forma?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Ok. Não tenho mais perguntas, por
enquanto.
O SR. ANTONIO MENTOR – PT – V. Exa. não precisa achar nada. Deixa ele
dar, ele responder. É melhor perder do que achar, numa situação dessas.
Então, feito o chamado, nós demandamos a área que tem essa informação, ela
nos repassa, nós elaboramos a resposta e enviamos. Existe um controle dos chamados
por telefone e por e-mail e a agenda no caso dos atendimentos individuais, pessoais.
aos cooperados sobre, por exemplo, quanto que arrecadava por mês a Cooperativa? Era
informado? O senhor tinha esse sistema de informação? Quanto gastava por mês?
O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Conta até 10. Vamos combinar assim, Sr.
Presidente, depois que você perguntar, você conta até 10, até cinco está bom e deixa ele
responder.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então quer dizer que o senhor vai pegar o
microfone e sair falando? Qual artigo diz isso? Ele concedeu a palavra.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Agradecer o aparte, mas acho que pelas
manifestações da galeria a gente percebe quem aqui está defendendo cooperado e que
não está defendendo cooperado. (Palmas.)
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Ao longo, desde 1996 até hoje, adquiriu
três, um já foi vendido, os outros dois, um está em construção e outro já foi entregue.
V. Sa. disse ao Deputado Waldir Agnello que vendeu o da Praia Grande sem a
escritura?
70
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Mas V. Sa. já tinha pago todas as parcelas?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Já tinha pago todas as parcelas e não tinha
escritura?
(Manifestação na galeria)
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – O senhor esta dizendo com isso que
existe luz no final do túnel?
própria realmente realizado. E constrange muito nós estarmos aqui ouvindo questões
que não tenham a ver com a solução do problema.
O que eu gostaria que o senhor reafirmasse para essas pessoas que estão nos
assistindo, nos ouvindo, é que existe então um compromisso de solucionar o problema
daqueles que não têm escritura, daqueles que as unidades estão paradas e as obras serão
retomadas e outras em que as unidades estão por serem terminadas ou acabadas. É isso?
(Manifestação na galeria)
investigado. Também não concordo, não aprovo a linha que foi adotada, tanto é que a
nova direção mudou essa prática. Mas eu vi esse indício, esse sintoma no depoimento
do Tomás, que precisa ser melhor investigado.
Agora, usar isso como uma questão afirmativa genérica de que foi a solução,
estou de pleno acordo com vossa excelência.
Também quero deixar registrado que incompetência, tanto na Administração
Pública quanto na privada, é difícil de punir, porque se fosse assim, teria um monte de
homens públicos ou mulheres públicas punidas por incompetência. Se teve
incompetência, é uma questão muito difícil de você averiguar. Agora, se teve má-fé, aí
sim vamos investigar melhor.
* * *
* * *
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Rua França Pinto, 756, apartamento 31, Vila
Mariana, São Paulo.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sou bancária aposentada e hoje sou diretora
administrativa financeira da BANCOOP e trabalho na Rua Líbero Badaró, 152.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sob minha palavra de honra prometo dizer a
verdade do que souber e me for perguntado, relacionado com a investigação a cargo
desta Comissão Parlamentar de Inquérito.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Vou tentar ser bem rápida. Essa é uma cópia
para o senhor e se puder...
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Também está sendo distribuída uma para
cada um dos Deputados. É uma apresentação institucional da BANCOOP. Está aqui o
Presidente da BANCOOP, Vagner de Castro, a gente está acompanhado do nosso
advogado Dr. Pedro Dallari, e também de alguns colaboradores da Cooperativa.
cooperativa, ela é regulamentada pela Lei nº 5.764, de 1971, e tem como finalidade a
construção de moradias a preço de custo.
Com relação aos empreendimentos da BANCOOP. A BANCOOP tem hoje,
atualmente, são 39 empreendimentos, 25 concluídos, nove em construção e cinco que
foram transferidos para construtoras, num total de 39; e uma quantidade de blocos: são
106 blocos.
Esses blocos estão distribuídos da seguinte forma: 84 já foram concluídos, são
77 prédios e sete fases de casas; 12 são blocos ainda a entregar, que são nove prédios e
três fases de casas; e 10 prédios que foram transferidos para construtora.
Aqui a gente vai uma apresentação dos 25 empreendimentos concluídos da
BANCOOP. A maioria desses, todos esses empreendimentos basicamente, eles ficam
em regiões bem localizadas na Cidade de São Paulo ou Grande São Paulo ou no litoral,
e a apresentação deles são: Moradas da Flora, que é um empreendimento da BANCOOP
que fica em Osasco; Horto Florestal, na Zona Norte, próximo ao Horto; Jardim da
Saúde, que fica perto da Ricardo Jafet; Mirante do Tatuapé, próximo ao Metrô Carrão;
Morada Inglesa, que fica no Metrô Parada Inglesa, na Zona Norte; Edifício Cachoeira,
junto com o Parque Mandaqui, que é o último da tela, uma única seccional em dois
terrenos, que fica no Mandaqui; Parque das Flores é um empreendimento na Praia
Grande, de frente ao mar. Todos esses empreendimentos são empreendimento de porte
de classe média, não são construções populares, são empreendimentos bem concluídos.
Portal do Jabaquara fica a mil metros do Metrô Jabaquara, na Avenida Engenheiro
Armado Arruda Pereira; Praia Grande fica no Bairro Aviação, em frente ao mar; Praias
de Ubatuba fica no Litoral Norte, na cidade de Ubatuba; Santac é um empreendimento
de Santo André; Residencial Moema fica na Zona Sul, próximo à Avenida Hélio
Pelegrino; Recanto das Orquídeas, em Santo André; San Filipe fica na Zona Norte,
próximo ao Mandaqui também; Solar de Santana fica na Conselheiro Moreira de
Barros, uma das principais ruas do bairro; Veredas do Carmo é um empreendimento
grande, um dos primeiros empreendimentos da BANCOOP, fica próximo ao Parque do
Carmo; Torres de Pirituba também um dos primeiros empreendimentos lançados e
entregues pela BANCOOP, que fica perto da estação do trem; Vila Augusta, que é um
empreendimento em Guarulhos; Vila Formosa, na Vila Formosa, na Zona Leste; Vila
Mariana, fica a três quadras do Metrô Vila Mariana; Vila Mazzei, na Zona Norte;
Village di Palmas, é um condomínio de casa no Tremembé, perto da Serra da
Cantareira; Residencial Pêssego é um empreendimento de aproximadamente uns 500
94
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Fica perto do Shopping Santa Cruz, perto do
Colégio Arquidiocesano. Vila Clementino tem uma torre entregue e uma em construção,
duas entregues e uma em construção; Vila Inglesa fica na região de Interlagos; e Vilas
da Penha, que é um condomínio de casas na Zona Leste, já com duas fases de casas
entregues e faltam duas ainda a entregar.
Com relação às unidades habitacionais da BANCOOP. Desse total de 25
empreendimentos entregues, dos nove ainda em construção, mais os que foram
transferidos, a BANCOOP tem um total de 6630 unidades, 5697 moradias, ou seja, 88%
delas, já foram entregues, já são unidades concluídas. Nós temos, em construção, 8%
das unidades estão em construção e essas unidades pertencem a cooperados. São 504
cooperados que ainda aguardam o recebimento das suas unidades. Desses 504 que ainda
aguardam as suas unidades, aproximadamente 90 desses cooperados já possuem mais
uma outra unidade da BANCOOP, então já têm pelo menos uma moradia. Os outros 6%
95
são unidades que estão em construção e que não pertencem a cooperados, ou são de
permutas ou estão disponíveis para adesão.
Dessas 504 unidades que ainda faltam entregar para os cooperados, 8% delas,
421 estão em negociação no processo para transferência para uma construtora fazer a
conclusão do empreendimento. Seis por cento, ou seja, 32 unidades que ainda falta
entregar estão em negociação com a BANCOOP para conclusão pela própria
Cooperativa, e 51 unidades ainda não estão com nenhum processo de negociação em
andamento.
Com relação às escrituras. Dos 25 empreendimentos entregues, nós temos 4236
unidades. Dessas unidades, 80% delas já estão com as escrituras liberadas, ou seja, 3402
unidades nós temos as escrituras disponíveis para serem lavradas, sendo que os
cooperados que já escrituraram as suas unidades são 1222.
Com relação ao custo adicional. A Cooperativa constrói, é uma construção, é um
auto-financiamento a preço de custo. Para sintetizar o que é esse auto-financiamento a
preço de custo, a gente colocou um artigo do Aldo Dória Matos, um engenheiro, essa
definição dele esta na revista Em Construção e Mercado, de junho de 2005, que diz o
seguinte: “Que no regime de administração a preço de custo, o preço final nunca é
conhecido com exatidão antes do final da construção. Por não ser um valor fixo e sim
influenciado pelas vicissitudes dos preços dos insumos e da mão-de-obra, ele é sempre
uma previsão, um valor estimado. O ritmo da obra depende, sobremaneira, do aporte
dos condôminos. Basta que uns poucos se atrasem no pagamento das parcelas e o prazo
da obra já não será o mesmo de antes.” Então, é um resumo do que é o preço de custo.
Com relação ao custo adicional e ao reforço de caixa da Cooperativa, também
em cima dessa definição que ele coloca, a Lei do Cooperativismo contempla, no art. 80,
no termo de adesão assinado pelos cooperados quando eles aderem a alguma unidade da
cooperativa, faz parte da cláusula quarta o reforço de caixa e da cláusula 16 a apuração
final. Então, aqui é onde estão previstas e onde os cooperados tomam ciência da
possibilidade que mais parcelas podem ser necessárias para compor o custo final da
obra.
O rateio da BANCOOP, quando foi estruturado em 2006, com base na Lei da
Cooperativa e no termo de adesão, mais ou menos nós podemos distribuir, dessas
unidades entregues, essas 4236, 12 e 25 empreendimentos entregues, a distribuição mais
ou menos dessa forma. Isentas de rateio, ou seja, a unidades que não tiveram nenhum
real de rateio são 1171 unidades, 27%. Até cinco mil, ou seja, de zero a cinco mil reais
96
que foi o rateio de apuração final, 177 unidades, acumulado 31%, quase 32. Até 10 mil
reais, 1058 unidades, de cinco a 10 mil, 56% por cento do total das unidades da
BANCOOP, o rateio não ultrapassou 10 mil reais. E até 20 mil reais é que dá 77%, ou
seja, o máximo de rateio cobrado foi 77% do total das unidades já entregues. Até de 30
mil, 17%, são 57 unidades. Acima de 30 mil, 4,86%. Ou seja, dos 70% das unidades
entregues pela BANCOOP, o rateio não ultrapassou 20 mil reais, e desses 70%, 30%
praticamente não teve nenhum rateio.
Aqui a gente fez uma comparação mais ou menos para destacar quanto é o valor
do rateio comparado com o custo inicial e hoje a valorização que tem o empreendimento
que o cooperado fez. Pegamos, por exemplo, o Solar de Santana, que é o que fica na
Conselheiro Moreira de Barros, em Santana. É uma seccional composta de três
edifícios, com 196 unidades, entregue em 2000 e 2002 e 2004, cada um deles, uma
média de a cada dois anos entrega uma unidade. O custo total do empreendimento foi de
18 milhões e meio. Uma unidade de dois dormitórios, a gente pegou o custo de quando
foi lançado e atualizou para valores de abril de 2010, isso é a condição real de um
cooperado que aderiu no lançamento do empreendimento, o custo inicial desse
empreendimento foi vendido a R$ 125.942,00 reais, a adesão que ele fez. O rateio foi
R$ 16.309,00, ou seja, 12,9%, 13% do custo inicial foi o rateio que dá 142 mil reais, é o
montante dessa unidade de dois dormitórios no Solar de Santana.
O preço de mercado, se a gente utilizar a pesquisa do CRECI, que é o Conselho
Regional dos Corretores de Imóveis, que tem uma pesquisa tanto para o Estado de São
Paulo, quanto para a Capital, para o litoral, para o interior, enfim, localizado por
regiões, é uma entidade governamental, uma entidade federal, um órgão oficial, uma
unidade nessas mesmas características, nessa mesma região, nessa mesma metragem,
nessas mesmas condições, o preço de mercado hoje dessa unidade, em dezembro de
2009, quando nós fizemos esse levantamento, seria de 233 mil reais, ou seja, uma
valorização de 64%.
Um outro exemplo é o Horto Florestal, um condomínio de quatro torres, também
o custo total do empreendimento foi de aproximadamente 18 milhões, o custo inicial de
uma unidade de três dormitórios 110 mil, o rateio de 23,21% do custo inicial, e o preço
de mercado hoje 184 mil, em comparação com 134, que seria o custo hoje da unidade
paga pelo cooperado, uma valorização de 37%.
Mirante do Tatuapé, próximo ao Metrô Carrão, é um empreendimento com duas
torres, entregue em 2003 e 2005, também um empreendimento que custou em torno de
97
17 milhões, o rateio foi 25% do custo inicial de uma unidade de três dormitórios. Hoje,
o mesmo empreendimento, o custo de mercado é 178 mil, uma valorização de 19%.
Veredas do Carmo, que é um empreendimento com 504 unidades, é um
empreendimento bem grande, com seis torres, esse empreendimento teve um custo total
de 21 milhões. Uma unidade de dois dormitórios, 83 mil reais. Esse empreendimento
não houve rateio. O preço de mercado hoje dá em torno de 154 mil reais, uma
valorização de 84%.
Aí vêm os outros exemplos, Portal Jabaquara que teve um rateio de cinco mil
reais, 5,7% do custo inicial, e uma valorização para o dia de hoje de 60%.
Torres de Pirituba também teve um rateio de seis mil reais, 5% do custo inicial,
uma valorização de 39%.
E assim vai, Vila Augusta, Parque das Flores 30%.
Enfim, nós temos esse estudo com relação a todos os empreendimentos já
concluídos e entregues.
O SR. VICENTE CÂNDIDO – PT – O senhor não dará o tempo para ela fazer
a apresentação, senhor Presidente. Só isso.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não tenho registro. Sou aposentada pelo
Santander, me aposentei como gerente do Santander/Banespa, concursada, depois fiquei
um período no Sindicato e do Sindicato eu vim para a BANCOOP. Não tem registro. É
um cargo eletivo, não um cargo de CLT, não é um cargo registrado. É estatutário.
(Manifestação na galeria)
A SRA. ANA MARIA ERNICA – No crachá você tem uma tarja para votação,
para as diversas votações, então, é destacada uma tarja e você tinha de fazer a contagem
em separado, para poder informar judicialmente os cooperados que estavam
participando da assembleia por decisão judicial.
107
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Atualmente, a partir deste mês, 14 mil reais.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Quando eu entrei era 14 mil reais, ela veio
corrigindo anualmente. A gente, dentro desse processo de reestruturação e de
dificuldade que a BANCOOP passa, nós fizemos também essa redução a partir deste
mês para 14 mil reais.
108
(Manifestação na galeria)
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Não teve isso. A BANCOOP tem...
(Manifestação na galeria)
* * *
* * *
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não tem como entrar com reintegração de
posse de uma unidade que não está entregue.
* * *
* * *
A SRA. ANA MARIA ERNICA – O valor que ele já pagou foi aplicado na
seccional, foi aplicado na construção dos empreendimentos. Quando ele sai, o valor que
ele contribuiu, com uma carência de 12 meses e em 36 vezes, é devolvido com uma
redução de 10% na taxa de administração. Aí ele recebe os valores de volta. É
estatutário e faz parte do termo de adesão dele.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – O FIDC foi instituído em junho de 2004, foi
registrado na CVM em julho de 2004 e liquidado em novembro de 2009. Nesse período
de integralização, ele começou em 6 de setembro de 2004, que aí foi na gestão anterior,
e concluiu a integralização das cotas dia 16 de junho de 2005, quando eu já estava na
Cooperativa, foi a conclusão da integralização das cotas.
O valor integralizado pelos cotistas sênior foi de R$ 39.720.000,00 e o valor
resgatado por eles foi de 53 milhões, ao longo desse período de 2004 a 2009, na
verdade, de 2005 a 2009, que começaram as amortizações.
A rentabilidade foi de IPCA mais 6% para cada um dos cotistas. Em algumas
negociações que fizemos nós conseguimos reduzir a taxa de juros que tinha sido
implantada no FIDC e isso possibilitou que a gente repassasse esse desconto aos
cooperados. Então, fizemos uma assembleia para o encerramento do FIDC, e
apresentamos nessa assembleia a redução do pagamento de multa, juros e o cooperado
passava a pagar somente o valor principal, por conta também de uma redução de uma
obrigação também que a Cooperativa tinha.
O FIDC é um fundo de investimentos em direitos creditórios, ou seja, ele
antecipa recebíveis. Então, o recebível a longo prazo que o cooperado tinha com a
Cooperativa foi descontado junto aos cotistas no curto prazo.
A administradora do FIDC foi a Planer Corretora de Valores. O custodiante foi o
Banco Itaú, posteriormente foi o Bradesco que deu continuidade na custódia dos títulos
e na operação. Auditor foi a Deloyd, uma empresa de consultoria, todos os anos o FIDC
foi auditado. Agência classificadora de risco foi a Standard and Poor´s, que também
durante todo esse período classificou o grau de risco do FIDC da BANCOOP. A
114
assessoria legal foi Levy Salomão, a assessoria que instituiu o FIDC, que fez todo o
parecer jurídico para instituição do FIDC. E a regulamentação e fiscalização do FIDC
foi feita pela CVM, Comissão de Valores Mobiliários. Essas são as informações do
FIDC.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Na nossa gestão nunca fez e acho que nunca
fez antes. Nunca vi nenhum registro disso.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Por que esse não é o objeto dela.
Ele tinha cotistas que vieram e participavam num fundo com uma promessa de uma
rentabilidade.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Foi alongado de três para cinco anos. E
depois fizemos uma negociação para por fim ao FIDC e nessa negociação nós
conseguimos uma redução.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso. Ali está quanto foi aplicado,
integralizado por eles e quanto foi resgatado.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Ela conseguiu devolver em 2009, que ela
fez um empréstimo para conseguir liquidar o FIDC, até porque as condições...
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso. E também abriu uma negociação com
os cooperados. Aquilo que falei, com a possibilidade de redução dos juros, também foi
possível reduzir, em contrapartida, o pagamento dos cooperados. Se você reduz a sua
obrigação, você reduz também a sua receita. Nessa redução, também alguns cooperados
fizeram acordos e negociações, e também pagaram uma parte, que contribuiu para
integralizar esse valor.
realmente ajudar. Essa diferença de 39 para 18 foram os recebíveis que cobriram essa
parte?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Essa diferença são os recebíveis. A gente até
tem todas essas composições. No primeiro ano, que foi 2005, a primeira amortização do
FIDC deveria ser em agosto de 2005, um terço do valor aplicado. Era um montante
grande. Nesse período, como o FIDC integralizou valores até junho e tinha de liquidar
já em agosto, uma parte do valor das cotas integralizadas já ficou para liquidar o FIDC.
Não vou dizer que nos últimos cinco anos foram 100% os recebíveis dos cooperados.
Uma parte foi o próprio dinheiro do próprio FIDC que amortizou a primeira parcela. E
aí as amortizações eram anuais e a próxima amortização foi em 2006, e, se não me
120
engano, posso depois, se os senhores quiserem fornecer esses dados. Depois nós
fizemos uma outra negociação alongando o prazo, e aí passou a diminuir o valor das
amortizações também anuais e depois fizemos uma outra negociação que começou a
fazer amortizações quase que mensais. Desde que o fundo constituía um determinado
valor, já fazia amortização e já distribuía para os cotistas. Então, teve, ao longo desse
período, várias negociações.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Pelo que a gente pode apurar, foi importante
para concluir várias obras. A obra não só se conclui fisicamente. Ela tem toda uma
regularização documental depois do pós-obra, para se fazer. E isso foi importante para
poder regularizar essas obras. Tinha um montante de impostos e empreiteiros que era
necessário regularizar nesse período de 2004 e 2005, então o FIDC contribuiu com o
seu papel para regularizar as obras que já estavam entregues e para alavancar algumas
obras que estavam em construção. Acho que foi importante nesse sentido.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Que tipos de serviços ela presta para a
BANCOOP?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que, com os boletos, algo em torno
de três mil reais, alguma coisa assim. As revistas e os boletins, eu não tenho certeza,
mas é algo em torno de seis mil, três mil.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Em que período foi feita essa captação?
É um empréstimo?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não foi pago. A gente renovou o contrato. O
contrato está vigente ainda e deve estar com prazo de vencimento para dezembro de
2011.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – E que custo terá para o cooperado esse
não pagamento do empréstimo feito? Deve ter multa, juros. Isso não será cobrado
nenhum adicional pelo não pagamento desses empréstimos?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Acabei de dizer que a gente reduziu a
taxa de juros e repassou essa redução da taxa de juros para os cooperados, isentando o
pagamento de multa, juros e tabela Price dos cooperados.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Com base no balanço de 2009, o nosso grau
de endividamento, nós temos ativos suficientes para cobrir os passivos que tem. O nosso
grau de endividamento é em torno de 89%. Então, mais ou menos, 89, 90 milhões para
uma receita aproximadamente em torno disso.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Uma boa parte deles estão vencidos, são os
recebíveis de cooperados, e que a gente vem buscando negociações, soluções
negociadas para resolver esse problema, tanto da parte dos cooperados quanto da parte
dos nossos credores. Nós temos feito negociações nas duas pontas, para resolver esse
problema dos ativos e passivos.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Uma só, que foi transferida para uma
construtora, para conclusão.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Alguns dos depoentes que por aqui
passaram deram conta de que havia movimentação em dinheiro no ambiente dos
escritórios. A senhora chegou a presenciar algo dessa natureza?
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Não sei de quem era. Só viam dinheiro.
Alguns falaram em pacotes, em sacolas. Estou só reproduzindo o que já foi dito aqui. A
senhora deve ter conhecimento disso. Não?
Econômica Federal, também não pode ser recebido no banco onde temos conta, para
poder fazer aquele pagamento.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora tem total domínio sobre essa
operação?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Participo do começo ao fim, passa por mim
e pelo Vagner, o que diz respeito à área dele.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – A senhora quer dar uma olhada? Pediria
ao Presidente que anexe.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – É uma página só, rapidinho. Como nós
estamos dando todo o tempo suficiente para a senhora fazer uma boa exposição do seu
trabalho.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu não tenho como falar disso. Posso
remeter, posso voltar aqui. Com as informações que tem aqui, não consigo identificar o
que tem desse processo.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sim. Até por sugestão da própria CPI, a
gente soube no final do mês de junho, por orientação da diretoria, o Dr. Pedro e os
outros advogados da BANCOOP procuraram os advogados dos cooperados para
conversar sobre isso. Os cooperados apresentaram essa proposta e a gente está tomando
as medidas para tentar viabilizá-la de uma forma que possa resolver o problema de todo
mundo e solucionar os problemas que tem.
O SR. WALDIR AGNELLO – PTB – Esse caso que acabo de mostrar, ele
seria um dos casos que o cooperado precisa de uma solução. E o que está sendo
oferecido, pelo que pude perceber, é que haja uma redução de 50% do valor a ser
cobrado pela BANCOOP para que o cooperado então quite o seu débito com a
BANCOOP.
Mas existe aí uma questão da gestão do dinheiro, que já foi pago, uma questão
do contrato que foi firmado e tal. E a senhora, de novo me remetendo a esse caso que
está em suas mãos, a senhora ofereceria para esse caso que tipo de acordo?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A solução que está sendo construída não
está sendo solução individual. Está sendo construída uma solução macro, abrangente,
que resolva todos os casos. Cada seccional, por exemplo, essa aqui é a Seccional
Village di Palmas, que teve reunião na BANCOOP esta semana com o representante
dos cooperados e com os advogados, os nossos advogados também e o pessoal da área
técnica e financeira, já discutindo as condições e as soluções para esse empreendimento.
Então, a solução para este caso passa pelo acordo global, pela solução geral, que
também o empreendimento está em discussão. Tem uma comissão de cooperados e os
advogados participando em conjunto de qual vai ser a alternativa para o
empreendimento e, dentro do empreendimento, qual a solução de cada um dos
cooperados.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Nunca tinha passado por essa experiência
antes?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Foi por solicitação inclusive dos nossos
advogados, inclusive foi uma solicitação por escrito, solicitando que a BANCOOP
viesse numa sessão específica, no conjunto da sua diretoria, para que a gente pudesse
fazer uma apresentação global da diretoria. A gente protocolou uma correspondência
nesse sentido.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Foi uma solicitação, por escrito, feita à
Presidência?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – E também fui desconvocada, dessa vez não
por escrito, mas uma solicitação.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Perfeito. Só para entender, por que houve
um requerimento por escrito à Presidência, depois o Deputado Mentor também
interferiu.
A senhora assumiu, como diretora da BANCOOP, em 2005?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então a senhora não sabe dizer por qual
motivo eles foram a Petrolina?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então, o estatuto dizia que deveria assumir
o diretor administrativo? Quem era o diretor administrativo?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Se era o Vaccari, V. Sa. sabe dizer por que
então teve a conversa para definir, assumo eu ou assume você?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Olha, não sei. É uma conversa do Vaccari
com o Tomás. Não sei responder disso.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Sobre esse caso não; nunca teve nenhuma
conversa sobre isso.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Como somos poucos diretores, numa época
três e na maioria do tempo dois, agora estamos só eu e o Vagner, a gente geralmente
faz as reuniões em conjunto com o corpo gerencial da BANCOOP, ali, para pegar
sensibilidade, discutir os problemas de cada um dos setores, fazer uma discussão mais
abrangente, geral, sobre a Cooperativa.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Num período a gente tentava manter
semanal, agora mais...
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A conjunta. As outras, como a gente está ali
no dia-a-dia, a gente já vai resolvendo os problemas que tem no dia-a-dia.
realizando, e isso nos faz formar uma opinião sobre todos os problemas e dar a direção
para essas questões. As decisões são de responsabilidade da diretoria.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – São cinco gerentes. Tem execução de obras.
São separados. A diretoria técnica tem os gerentes da área técnica e a diretoria
financeira tem os gerentes da área administrativa e financeira.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Às vezes, a gente convoca até por e-mail,
porque como tem gerente que também fica em obras, então às vezes manda uma e-mail
pedindo que venha para uma reunião.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Faz relatório do que foi discutido e quais
foram os procedimentos adotados ali.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Na maioria das vezes faz um relatório para
registrar os procedimentos.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então, na maioria das vezes faz e poucas
vezes não faz?
são eu e mais outros diretores, que o Sindicato mantém no seu corpo de diretores, e que
a gente possa estar participando das discussões, possa estar também ajudando no
Sindicato nos debates gerais. É uma forma de manter o vínculo e a relação com o
Sindicato e a relação com o corpo do banco ao qual eu faço parte.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Esse vínculo foi o suficiente para V. Sa.
participar da decisão do Sindicato de fazer o empréstimo à BANCOOP?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sim, mas queria entender. Nessa reunião a
senhora estava como diretora honorária do sindicato ou estava como diretora da
BANCOOP?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. A Bangraf não tem uma diretoria. A
Bangraf é um departamento do Sindicato.
141
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu fui diretora do Sindicato por 12 anos, fui
diretora administrativa, fui financeira do Sindicato, me aposentei enquanto ainda era
diretora do Sindicato. Então, pelo período em que eu atuei no Sindicato, pela
importância do trabalho, pela contribuição que a gente pode dar para o Sindicato.
Inclusive ainda hoje, o Sindicato, os diretores do Sindicato resolveram nos convidar
142
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que é de 700 reais, alguma coisa
assim.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que até agosto de 2005. Nós
entramos em fevereiro, começo de março, e na sequência já encerramos os contratos.
Deve ter sido agosto ou setembro de 2005.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não sei precisar agora. Os pagamentos que
eram feitos eram com base nas medições.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Acho que foi em 2006 que a gente passou a
pagar diretamente em conta do fornecedor.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não é que não foi tão boa. A Mirante,
justamente por fazer parte, no conjunto dos seus sócios, diretores, hoje diretores da
BANCOOP, também fizemos, entendemos por bem encerrar o contrato.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A nova gestão achou por bem dar outro
encaminhamento para a forma de contratação.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A Mizu não conheci. Ela já não era mais
fornecedora da BANCOOP quando nós assumimos.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A Revista Veja traz a notícia de que essa
entidade recebeu uma doação de 35 mil reais para uma ONG sediada no endereço desse
centro espírita. A senhora sabe que ONG é essa que recebeu uma doação?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não costuma. Foi nesse processo. Quando
nós nos deparamos com essa situação, achamos que, pelo menos, humanitariamente,
interromper uma doação naquele momento, com 70 crianças naquela condição, era uma
situação difícil. Então fizemos, desaceleramos a forma de doação, para que depois ela
pudesse continuar com outros patrocinadores.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não sei dizer precisamente. O Tomás vinha
da gestão anterior, a gente chegou da forma como todas as gestões, toda nova direção
entra numa empresa e quer entender tudo, quer saber os procedimentos atuais. No nosso
caso, contratamos as assessorias para que nos auxiliassem a fazer esse Raio X da
BANCOOP e começamos a tomar algumas medidas de mudança que a gente achava
conveniente. Então, acho que, em algumas reuniões o Tomás discordava de algumas
coisas. Então, acho que por isso ele saiu; ele se licenciou de início e depois renunciou.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Tem uma demanda judicial aí, que nós
estamos com controvérsia jurídica com o Tomás, em que ele recebia, tinha os
pagamentos que ele fazia à cooperativa, mas a demanda judicial é para que ele
apresentar os correspondentes documentos daquela prestação de serviço. É uma
demanda que está na justiça e ele entende ser credor e a gente não discorda, mas
queremos que apresente a documentação comprobatória sobre isso.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então ele não é autor de nenhuma ação
cível contra a BANCOOP?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – O que aconteceu e acho que o Tomás deve
estar querendo se referir, é que o fato da gente ter desmobilizado algumas obras, para
150
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Então, isso pode ser resumido na frase dele:
é a mesma coisa de pegar uma Ferrari a 220km/h numa reta e enfiar o pé no freio?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Então, não sei o que o Tomás se referiu
falando disso. Estou dando a minha opinião sobre a BANCOOP, hoje.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Esses 108 milhões se referem a quê? Aos
recebíveis, a empreendimentos?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Que tipo de ativos nós estamos falando para
compor esses 108 milhões?
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Dos 108 milhões, quanto são de recebíveis?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que uns 80%, mais ou menos.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A BANCOOP então, tem no seu ativo hoje,
um crédito, que ela entende devido, de mais 80 milhões com os cooperados?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nós temos as entidades de classe que nós
fizemos contratos de mútuo, tem o Banco Bradesco, alguns fornecedores que têm as
retenções técnicas, a devolução para cooperados de obras descontinuadas ou cooperados
que se desligaram da Cooperativa, tem uma demanda judicial na área trabalhista, que é
necessário estar resolvendo. Das grandes contas, que me lembre, são essas.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – O total de ativos são 108 milhões. O total
de passivo, de dívida é...?
152
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Mais ou menos 90% disso, deve dar uns 90
e poucos milhões. Estou me referindo ao balanço de 2009.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – A senhora disse aqui cinco principais tipos
de dívida. Há entidades de classe. Têm outras, além do Sindicato dos Bancários?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não é muita coisa. Eu acho que é alguma
coisa em torno de 800 mil reais, mais ou menos. Tem também algumas dívidas de PPI
que ainda nós estamos liquidando.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Eu havia entendido que era uma parte da
apresentação que não havia sido feita anteriormente. Se puder ser anexado.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Hoje, eu acho que tem uns 25 funcionários,
mais ou menos.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – O Dr. Arnaldo está aí, acho que umas 400
ou 500 ações, mais ou menos. Mas não são ações em que a BANCOOP é ré. São ações
de empreiteiras, em que a BANCOOP é colocada como subsidiária.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. A conta na está bloqueada. O que teve
foi um pedido de bloqueio judicial. Eu posso movimentar a minha conta normalmente.
Teve um pedido de bloqueio judicial numa ação, se não me engano de devolução.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Agradeço, Sr. Presidente. Por ora, eram
esses os questionamentos.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso. É o que ele está dizendo, que a gente
está discutindo, que talvez possa ser uma confusão, é que existem cheques nominais à
Cooperativa, que são depositados na própria conta da Cooperativa, e que esses cheques
são de valores maiores do que as pequenas despesas, e que esses cheques entram como
cheque em espécie. É como se você tivesse sacado e depositado automaticamente
aquele cheque.
158
A SRA. ANA MARIA ERNICA – É isso. Desde que nós fizemos a separação
das contas entre as seccionais acontece muito isso, de uma conta, uma nota ser rateada
em várias contas.
ser aceleradas. Então, nesse momento foi criado esse empréstimo solidário entre uma
obra e outra.
Hoje já não mais existe isso. Hoje cada obra tem sua própria conta, não tem mais
a centralização.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Isso que eu disse. Foi criada em 2003.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Juntou tudo numa única conta e começou a
ter o empréstimo solidário de uma conta para outra.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eram três diretorias, o Vaccari não é mais.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Manolo, o Manoel, que está aqui; Daniela,
que é a gerente administrativa; Saraiva, que é gerente de controladoria; Edgar, gerente
de orçamento e planejamento, esse da área técnica; e o Cláudio, que é o gerente de
execução, engenheiro. Edgar e Cláudio são engenheiros de execução.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – As obras concluídas estão todas numa única
conta, até porque ela não gera mais despesa. É uma conta mais para recebimento. E as
contas em construção, as seccionais em construção são contas separadas, cada uma tem
seu CNPJ específico e sua conta específica e a movimentação dela é na própria conta.
161
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não mais do que isso, na totalidade que
entra, não só das obras, quanto das negociações ou de pagamentos de terreno que a
gente ainda vem recebendo.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Cada obra tem o seu próprio fluxo de caixa.
O que entra é a mesma coisa que sai para compatibilizar as suas despesas. É o fluxo de
caixa, receita e a despesa da própria obra feitas na própria conta e os recursos daquela
obram ficam naquela obra. Essas, em torno de mais ou menos isso, são as despesas
mensais da Cooperativa com folha de pagamento, com manutenção de sede, com
pagamentos de advogados.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não com obra em andamento. É que mesmo
uma obra parada gera despesa, então você tem pagamentos de IPTU, tem pagamento da
ronda diária, tem pagamentos de documentação. Mesmo a obra parada, ela gera despesa.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não com custos administrativos. Com todos
esses custos, com o conjunto desses custos todos, das despesas.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nos empréstimos, não. Ah! Tem uma
hipoteca do quinto andar, em garantia do acordo do contrato de mútuo com o Sindicato.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu acho que tem sim. Podemos levantar
também.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Este ano, nós não tivemos necessidade de
nenhum.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu assinei todos eles, junto com o diretor-
presidente à época. Às vezes com o Vaccari, às vezes com o Vagner.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Nós temos retenção técnica, uma parte dela,
eu acho que é em torno de 300, 400 mil, mais ou menos, tem mais alguns fornecedores
que nós estamos com alguns pagamentos em aberto, talvez mais uns 200, que é o que a
gente tem. E tem outro fornecedor também, mais ou menos uns 300 mil, que é quem faz
o desdobro do IPTU das unidades entregues. Mas, todos eles nós estamos conversando e
buscando regularizar a situação. Inclusive conversando de uma forma que eles possam
participar dessa solução geral que está sendo construída na BANCOOP.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Demanda judicial está vindo para o acordo.
Nós também estamos chamando as pessoas que estão com demanda judicial para estar
compondo o conjunto do acordo. O acordo precisa ser macro, tanto se você reduzir na
receita, você tem de reduzir na despesa, senão, a conta não fecha.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Varia. Não consigo lembrar agora, mas tem
de todo.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Milhares. Nesses últimos cinco anos, sim.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Desde que a gente entrou, a gente solicitou
que os cheques fossem cruzados, nominal cada um, e para pagamento do próprio
fornecedor.
quando a senhora diz a nova diretoria, a senhora inclui o Vaccari, porque ele era diretor
financeiro antes da senhora, e emitia cheques para a Germany. Ele faz parte da antiga ou
da nova gestão?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – É que era delegado aos diretores que
estavam na BANCOOP fazer a gestão.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Mas constava o nome dele como diretor?
Era diretor, mas não participava?
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Desde que a gente assumiu a gestão, sim. Os
diretores recebem como verba de representação.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Acho que nós temos aqui, se não me
engano...
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Mais de 30%, 2,8%. São 106 unidades com
mais de 30% do custo estimado.
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Depois vem falar que não quer
politizar a CPI. Quem quer politizar são vossas excelências. Eu pediria que o senhor
continuasse na Presidência e continuasse seu depoimento.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não tenho aqui. Da mesma forma, podemos
levantar, mas não tenho aqui essa informação.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Hoje deve ser em torno de uns 20 mil, 30
mil reais, mais ou menos.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A do Bela Cintra? Acho que desde 2006.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Não. Não é uma das minhas atribuições
essas reuniões. Tenho participado das discussões internas de diretoria.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – A OAS, por indicação dos cooperados, está
participando no Anália Franco e no Colina Park, que são duas obras, dois
empreendimentos, acho que três agora, tem mais um que já solicitou a participação da
OAS. Outros empreendimentos estavam com a construtora...
O SR. RICARDO MONTORO – PSDB – Não perguntei nada, você não está
com a palavra e nem eu.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Temos o Torres da Mooca, que até agora
não tem nenhuma. Os demais, todos estão buscando uma solução, estão vindo ver como
resolve a solução.
A SRA. ANA MARIA ERNICA – Eu já fui filiada, acho que sou ainda, ao
Partido dos Trabalhadores. Sou filiada ao Partido dos Trabalhadores.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Presidente, gostaria de fazer mais duas
perguntas à depoente, mas se tratam de documentos que nós recebemos do Ministério
Público, em sigilo fiscal, de forma que gostaria de solicitar a V. Exa. a transformação
desta reunião numa sessão secreta, para que a gente possa trazer aqui cópias de
documentos que estão em sigilo fiscal.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – São duas ou três perguntas, mas eu não
posso fazer isso de público, porque se tratam de dados em sigilo fiscal. Então, gostaria
de solicitar a V. Exa. que transformasse a reunião em sessão secreta, para que a gente
possa apresentar esses documentos.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Documentos que estão no inquérito que nós
recebemos do Ministério Público.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Que estão em sigilo fiscal e eu não posso
aqui apresentar de público, porque seria quebra de sigilo. Então gostaria, para fazer a
pergunta, que se trata de um documento em sigilo, que a gente transformasse a reunião
em secreta e aí para que eu possa fazer a indagação à testemunha.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Até mesmo os dados que nós solicitamos à
Secretaria da Receita, eles serão compartilhados. O sigilo não será quebrado, pelo que
eu entendi.
reunião na terça-feira que vem, mudamos para uma reunião secreta, não vejo nenhum
problema.
Bruno Covas seja considerada, que a gente reabra a sessão na semana que vem e vocês
possam ter acesso a xerox, aos documentos que vocês queiram.
O SR. ANTONIO MENTOR – PT – Claro. Vai tentar, mas não vai conseguir.
Mas pode tentar.
O SR. BRUNO COVAS – PSDB – Sr. Presidente, não se trata de uma nova
convocação.
* * *
* * *