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Pensamento e linguagem
Como eu mencionei no texto anterior, há uma controvérsia interessante: seria o nosso
pensamento moldado pela nossa linguagem? Você já tinha parado para pensar nisso?
Será que se a sua língua não tem uma palavra para expressar determinada realidade,
você não conseguirá pensar nela? Ou será que, se a sua língua não distingue certas
coisas, você também não vai distinguir?
Façamos um teste: se eu lhe perguntar qual é a cor do céu num dia ensolarado, você
provavelmente responderá "azul". E se eu te perguntar qual é a cor da tampa daquela
caneta BIC que você costuma usar, você provavelmente também responderá "azul".
Agora pare e pense: estamos falando da mesma cor?
Se você respoder "sim", então a sua linguagem está de fato modelando o seu
pensamento. Porque do ponto de vista físico, jamais poderemos dizer que se trata da
mesma cor. Pergunte a um russo! Em russo, referimos à cor do céu e à cor da tampa da
caneta BIC usando duas palavras completamente diferentes.
Estamos falando da célebre e controversa "hipótese de Sapir-Whorf" (Edward Sapir e
Benjamin Lee Whorf foram dois importantes lingüistas norte-americanos). Segundo
essa hipótese, nós só conseguimos pensar em certas coisas se a nossa língua assim o
permitir. O que você acha disso?