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Avaliação de Impacto Ambiental

SP – 342 - Rodovia Gov. Dr Adhemar Pereira de Barros

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ÍNDICE

1.- Apresentação .....................................................................................................................................3


2. Introdução............................................................................................................................................4
Bacia do Mogi Guaçu...............................................................................................................................4
2.1.- Caracterização Sócio Econômica da Bacia do Mogi Guaçú............................................................4
2.1.1 - Histórico do desenvolvimento da região......................................................................................4
2.1.2 - Demografia..................................................................................................................................6
.................................................................................................................................................................6
2.1.3 – Uso atual do Solo.........................................................................................................................7
3 - Caracterização Física ........................................................................................................................7
3.1.- Aspectos Geológicos.......................................................................................................................7
3.2.- Aspectos Geomorfológicos..............................................................................................................8
Províncias Geomorfólicas da Bacia do Mogi............................................................................................9
3.3.- Aspectos de Solos...........................................................................................................................9
3.4. Clima...............................................................................................................................................12
3.4.1. Tipo climático...............................................................................................................................12
3.4. Precipitação....................................................................................................................................12
3.5 Cobertura Vegetal...........................................................................................................................14
3.6 Várzeas..........................................................................................................................................14
4- Levantamento dos Impactos Ambientais e Sócios – Ambientais......................................................15
4.1 - Metodologia de trabalho...............................................................................................................15
4.2 - Caracterização do Local ...............................................................................................................17
5. Projeto de Intervenção na micro-bacia do Córrego São Pedro..........................................................20
5.1 A situação atual................................................................................................................................20
5.2 Os estudos realizados.....................................................................................................................24
5.3 A Solução Proposta.........................................................................................................................24
5.3 As Ações Mitigadoras......................................................................................................................25
5.4 Diagnóstico Ambiental das Áreas de Influência do Empreendimento.............................................26
5.5 Medidas Mitigadoras e Compensatórias.........................................................................................27
5.5.1 – Erosão e Assoreamento de Rios e Córregos.............................................................................28
5.5.2. - Degradação da Qualidade das Águas Superficiais....................................................................28
5.5.3. - Contaminação do Solo e Queima de Combustíveis...................................................................29
5.5.5 Geração de Ruídos......................................................................................................................29
5.5.6 - Interferência com Patrimônio Histórico e Arqueológico...............................................................30
5.5.7 - Interferência em Áreas Protegidas e Supressão de Cobertura Vegetal......................................30
O transbordamento sobre a pista pode ocorrer pela falta de capacidade do bueiro,
denominado de insuficiência hidráulica, ou entupimento ocasionado por material
transportado, que ficou alojado na entrada ou ao longo do corpo, porém os cálculos de
vazão demonstram que a vazão é bem superior a capacidade da obra existente (bueiro
duplo de concreto com diâmetro de 1,00m), denotando insuficiência............................31
Outro fato que denota a insuficiência e não o entupimento é freqüência com que o fato
de transbordamento ocorre, sendo que a manutenção de rotina como limpeza e
desassoreamento é praticado constantemente pela Concessionária............................32
ANEXOS................................................................................................................................................33

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1.- Apresentação

A área de abrangência – micro bacia do córrego São Pedro, na qual se insere a


Rodovia SP-342, objeto deste estudo, está localizada na região nordeste do Estado de
São Paulo e se insere na região de governo de Campinas e de São João da Boa Vista.

O presente Relatório tem por objetivo apresentar uma avaliação ambiental para a obra
a ser realizada na travessia do córrego São Pedro, afluente do Ribeirão dos Porcos,
localizado no km 218+270 da Rodovia Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros
– SP 342. Os estudos hidrológicos e hidráulicos foram realizados pela HBO
Engenharia, concomitantemente a este relatório, visando a melhor alternativa para a
elaboração do Projeto Executivo. Busca-se uma solução que resolva os problemas de
enchentes na rodovia sem causar prejuízos aos lindeiros de montante e jusante, O
mapa a seguir apresentado ressalta a área de interesse direta dos estudos
desenvolvidos.

Para melhor representar os estudos ambientais utiliza-se da delimitação das bacias


hidrográficas, pois as mesmas englobam todo o conteúdo de interesse da análise
ambiental. Dessa forma se analisa de forma objetiva a formação sócio-econômica e a
área de interesse da rodovia, a constituição física do terreno e os problemas
ambientais. A rodovia neste trabalho pertence à Bacia do Mogi Guaçu.

Km 218+270

Área de interesse direta.

Fonte DER – Mapa das Diretorias Regionais – modificado – São João B. Vista – RC 13.4

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2. Introdução

Bacia do Mogi Guaçu

O rio Mogi Guaçu, que significa Cobra Grande em tupi guarani, tem suas nascentes
localizadas no Morro do Curvado, no município mineiro de Bom Repouso, no planalto
cristalino, com uma altitude média de 1.650 m.

Seus principais afluentes pela margem direita são os rios Oricanga, Itupeva, Cloro e
Jaguari Mirim; e pela esquerda, Eleutério, do Peixe, do Roque, Quilombo e Mogi Mirim.

O Rio Mogi Guaçu após percorrer 95,5 km em terras mineiras, atravessa a Serra da
Mantiqueira numa altitude média de 825 m, e percorre 377,5 km em terras paulistas,
sobre o planalto central. Deságua no Rio Pardo, numa altitude de 490 m no Bico do
Pontal, no município de Pontal, compreendendo 14.653 km2 de área de drenagem e
473 km de extensão total.

O vale fluvial é constituído, basicamente, por leito basáltico, aflorado em derrames nas
corredeiras em Salto do Pinhal, Cachoeira de Cima em Mogi Mirim, Cachoeira de Baixo
em Mogi Guaçu, Cachoeira de Emas em Pirassununga, Corredeira da Escaramuça em
Santa Rita do Passa Quatro, e corredeira dos Três Cordões em Guariba.

A SP – 342 está inserida na Sub-bacia do Jaguari Mirim e no município de S. João da


Boa Vista e possui 517,4 km2. Os principais afluentes do Jaguari Mirim no município
são o Córrego do Anibal, do Morro da Cobra e Ribeirão dos Porcos. O córrego que
está sendo objeto deste estudo, é afluente do Ribeirão dos Porcos, possui a
denominação de córrego São Pedro e cruza a SP-342 no km 218..

2.1.- Caracterização Sócio Econômica da Bacia do Mogi Guaçú

O primeiro mapeamento do Rio Mogi Guaçú foi realizado em 1766 e o documento


original se encontra no Museu Paulista, em São Paulo. O segundo mapeamento do
Mogi é do ano de 1773 e o documento original se encontra no Arquivo Histórico
Colonial, Torre do Tombo, Lisboa, Portugal.

2.1.1 - Histórico do desenvolvimento da região

A bacia hidrográfica do Mogi Guaçu já tinha um perfil econômico agropecuário desde o


século XVII, quando a criação de gado e a produção açucareira eram os dois

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elementos mais significativos da economia local, A exportação de cana-de-açúcar era
um fator expressivo na economia paulista da época, impulsionando o crescimento
regional. Em meados do século XIX, o café tornou-se a grande fonte de renda do país,
substituindo a hegemonia de cana-de-açúcar na pauta das exportações.

Em 1878 houve um acontecimento notável para a região com a chegada da estrada de


ferro da Companhia Paulista. As locomotivas a vapor da época tinham como
combustível a lenha e novas derrubadas de matas, foram feitas para a obtenção de
dormentes de madeira, para os assentamentos dos trilhos, etc., motivando como
consequência, novas destruições da cobertura vegetal.

As três primeiras décadas do século XX foram marcadas por crises internas de


superprodução, agravadas pela violenta contração da demanda externa, provocada
pela crise financeira mundial de 1929. A crise do setor cafeeiro veio repercutir nos
municípios da Bacia dos formadores do Rio Mogi Guaçu e toda a região servida pela
estrada de ferro da Cia. Mogiana, que já apresentava sinais de decadência na época
da grande crise. Em conseqüência, grandes propriedades foram divididas e muitos
cafezais substituídos por pastagens.

É desse período a ocorrência de investimentos em infraestrutura, a partir de 1920, com


a construção da primeira barragem, em Cachoeira de Emas ( Pirassununga ), sendo
inaugurada a primeira Usina Hidroelétrica em 1922, pela S/A Central Electrica Rio
Claro, do Dr. Eloy de Miranda Chaves. Posteriormente, a mesma empresa, construiu
novas barragens e Usinas, nos municípios de Mogi Guaçu (SP), de Jacutinga (MG) e
de Espírito Santo do Pinhal (SP), UHE - Eloy Chaves .

Em contraponto à crise do mercado consumidor externo de café, verificou-se a


intensificação da produção de culturas alimentícias, da pecuária e, sobretudo, do
algodão e da cana-de-açúcar. No período de 1931 a 1945, a cana teve sua produção
aumentada em 570%, consolidando São Paulo como o maior produtor do Brasil. Nos
anos 50, a região já estava completamente adaptada às transformações pelas quais
passou com a derrocada do café. O setor de produção agrícola voltado para o mercado
interno foi favorecido pelo confisco cambial e pelo protecionismo alfandegário da
indústria nacional. Além disso, outras políticas e instrumentos legais, como o Estatuto
do Trabalhador Rural, as diretrizes do Instituto do Açúcar e do Álcool - IAA e o incentivo
às atividades ligadas à exportação que beneficiou a laranja, a soja e a pecuária de
corte e leiteira, permitiram a retomada do crescimento regional.

Ao longo dos anos 60 e 70, particularmente neste último, ocorreu um excepcional


incremento da infra-estrutura e dos equipamentos regionais de saúde e educação.
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Hospitais e escolas de nível superior instalaram-se nos municípios de Ribeirão Preto,
São Carlos, Jaboticabal, Mogi Mirim e Campinas.

Outros segmentos agroindustriais expandiram-se nesse período, como óleos vegetais,


soja, carne e derivados de leite, com destaque para o ramo de sucos cítricos. A
modernização das atividades agropecuárias e a excedente rede viária regional
induziram à expansão das instalações agroindustriais e também das indústrias
produtoras de insumos químicos, implementos agrícolas e equipamentos para usinas e
destilarias, contribuindo muito para o processo de interiorização industrial, intensificado
na década de 80.

Diferentemente da grande maioria das cidades de médio porte, em que o processo de


urbanização é explicado pelas atividades instaladas na área urbana, aqui ocorreu
exatamente o inverso: as atividades dinâmicas localizavam-se fora dos centro urbanos,
junto à agroindústria próximas a área de cultivo da matéria-prima. Assim estas
atividades ficam dispersamente distribuídas, influenciando na formação de uma rede
urbana menos concentrada espacialmente.

2.1.2 - Demografia

O país nas últimas décadas passou por transformações econômicas e políticas no


cenário urbano e demográfico. Cidades que até o final da década de 50, tinham como
principal atividade econômica a agropecuária, a partir do início dos anos 60, iniciou
processos de industrialização atingindo todas as cidades da Região de Mogi Mirim-
São João da Boa Vista.

A população das principais cidades da região está apresentada no quadro a seguir:

Quadro – População das Principais Cidades da Região de Interesse.


Localidade Variável 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santo Antonio do Pinhal População 6.318 6.406 6.495 6.585 6.676 6.769 6.857 6.945 7.036
Amparo População 60.305 61.139 61.986 62.843 63.713 64.595 65.338 66.089 66.849
Bragança Paulista População 124.766 127.157 129.594 132.078 134.609 137.189 139.260 141.362 143.495
Estiva Gerbi População 8.832 8.937 9.043 9.150 9.258 9.368 9.433 9.499 9.564
Itapira População 63.309 64.093 64.887 65.690 66.504 67.328 67.940 68.558 69.181
Mogi Guaçu População 123.984 126.165 128.384 130.642 132.940 135.279 137.278 139.307 141.365
Moji Mirim População 81.293 82.564 83.854 85.165 86.497 87.849 89.044 90.256 91.484
Aguaí População 28.145 28.631 29.126 29.629 30.141 30.662 31.112 31.569 32.033
Espírito Santo do Pinhal População 40.448 40.781 41.117 41.456 41.797 42.142 42.411 42.682 42.954
São João da Boa Vista População 77.304 77.987 78.676 79.370 80.071 80.779 81.416 82.058 82.705
Fonte – SEADE - 2009

Os principais indicadores sócio-econômicos da região estão apresentados no quadro a


seguir:

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Quadro 2 – Dados Socioeconômicos da Região de Interesse

Localidade Variável 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
CaracterizaçãodoTerritório- Área(Emkm2) 4.083,80 4.083,80 4.083,80 4.083,80 4.083,80 4.083,80 4.083,80 4.083,80
Trabalho- VínculosEmpregatíciosnaAgropecuária 6.187 6.402 6.451 6.538 6.588 6.996 7.260 7.835
Trabalho- VínculosEmpregatíciosnoComércio 13.888 15.022 16.035 17.291 18.783 20.612 21.548 23.266
Trabalho- VínculosEmpregatíciosnaConstruçãoCivil 1.647 1.675 1.657 1.774 1.589 1.675 2.165 3.235
Trabalho- VínculosEmpregatíciosnaIndústria 24.701 25.556 25.618 26.802 29.834 31.862 33.925 37.598
RegiãodeGoverno Trabalho- VínculosEmpregatíciosnosServiços 36.291 35.071 37.875 37.358 36.795 39.425 40.407 40.018
BragançaPaulista ProdutoeRenda- Extrativa(Emreaisde2008) 8.486.342 8.504.178 9.759.166 7.050.464 9.337.231 10.010.154
ProdutoeRenda- MineraisNãoMetálicos(Emreaisde2008) 65.397.431 77.657.796 81.500.148 68.419.569 72.874.288 75.128.218
DensidadeDemográfica(Habitantes/km2) 115,14 116,93 118,76 120,62 122,52 124,45 126,09 127,75
GraudeUrbanização(Em%) 80,35 ... ... ... ... ... ... ...
População 470.200 477.511 484.973 492.576 500.334 508.242 514.926 521.710
População Urbana 377.794 ... ... ... ... ... ... ...
População Rural 92.406 ... ... ... ... ... ... ...
CaracterizaçãodoTerritório- Área(Emkm2) 5.226,62 5.226,62 5.226,62 5.226,62 5.226,62 5.226,62 5.226,62 5.226,62
Trabalho- Total deVínculosEmpregatícios 82.714 83.726 87.636 89.763 93.589 100.570 105.305 111.952
Trabalho- VínculosEmpregatíciosnaAgropecuária 16.472 16.091 16.604 16.326 17.072 17.320 17.881 19.076
Trabalho- VínculosEmpregatíciosnoComércio 99.806 107.838 116.660 122.600 135.996 148.136 154.819 168.321
Trabalho- VínculosEmpregatíciosnaConstruçãoCivil 20.558 19.743 18.021 17.448 16.163 18.799 21.818 24.370
RegiãodeGoverno Trabalho- VínculosEmpregatíciosnaIndústria 185.968 187.181 193.539 203.584 223.281 238.073 254.428 273.813
Campinas Trabalho- VínculosEmpregatíciosnosServiços 230.907 235.561 252.280 258.174 277.405 300.247 316.385 340.622
ProdutoeRenda- Extrativa(Emreaisde2008) 53.021.818 54.708.554 44.699.792 34.510.835 36.364.559 36.606.584
ProdutoeRenda-MineraisNão Metálicos(Emreaisde2008) 706.418.447 716.479.920 694.945.635 588.634.418 664.299.199 744.241.049
DensidadeDemográfica(Habitantes/km2) 483,95 493,38 503,05 512,96 523,11 533,51 541,94 550,53
GraudeUrbanização(Em%) 97 ... ... ... ... ... ... ...
População 2.529.419 2.578.734 2.629.256 2.681.024 2.734.077 2.788.454 2.832.522 2.877.434
População Urbana 2.453.465 ... ... ... ... ... ... ...
População Rural 75.954 ... ... ... ... ... ... ...
CaracterizaçãodoTerritório- Área(Emkm2) 6.198,50 6.198,50 6.198,50 6.198,50 6.198,50 6.198,50 6.198,50 6.198,50
Trabalho- VínculosEmpregatíciosnaAgropecuária 16.755 15.581 17.253 17.872 19.427 19.212 21.948 20.985
Trabalho- VínculosEmpregatíciosnoComércio 13.540 14.358 14.995 16.149 17.330 19.154 19.136 20.621
Trabalho- VínculosEmpregatíciosnaConstruçãoCivil 1.136 1.196 1.355 1.071 1.171 1.520 1.719 2.415
RegiãodeGoverno Trabalho- VínculosEmpregatíciosnaIndústria 18.569 18.475 18.315 18.494 19.840 20.369 21.289 23.813
SãoJoão daBoaVista Trabalho- VínculosEmpregatíciosnosServiços 23.134 24.987 24.412 25.204 25.925 26.752 28.088 28.554
ProdutoeRenda- Extrativa(Emreaisde2008) 6.584.617 5.727.204 3.637.760 3.652.819 5.253.865 9.044.335
ProdutoeRenda- MineraisNão Metálicos(Emreaisde2008) 161.358.837 162.495.631 155.786.896 133.644.445 146.847.630 154.355.229
DensidadeDemográfica(Habitantes/km2) 72,39 73,1 73,81 74,54 75,28 76,02 76,67 77,32
GraudeUrbanização(Em%) 84,49 ... ... ... ... ... ... ...
População 448.701 453.088 457.533 462.042 466.604 471.234 475.226 479.263
População Urbana 379.098 ... ... ... ... ... ... ...
População Rural 69.603 ... ... ... ... ... ... ...

Fonte: SEADE – 2009

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2.1.3 – Uso atual do Solo

Em termos de distribuição das categorias de uso e ocupação do solo na bacia, verifica-


se que a vegetação natural de floresta e de cerrado, ocorre em pequenas porções ao
longo das encostas formadas por cuestas ou dos principais cursos d'água. Possui
maior representatividade no canto nordeste e leste, especialmente nas proximidades
da região de Mogi Mirim, Mogi Guaçu e a divisa com Minas Gerais.

Os reflorestamentos são bastante freqüentes e também são mais representativos na


porção noroeste e sudeste, próximo a Mogi Guaçu, Luis Antonio e São Simão. Os
reflorestamentos são formações florestais artificiais, disciplinadas e homogêneas,
geralmente organizadas em grandes maciços quando para uso industrial (papel,
celulose), ou em talhões menores e isolados em propriedades agrícolas.

As pastagens e os campos antrópicos abrangem as pastagens artificiais ou plantios de


forrageiras para pastoreio, em diversos níveis de tecnificação e manejo, além de
pastagens de vegetação espontânea que sobrevêm aos desmatamentos, podendo ou
não ser melhoradas com espécies de gramíneas exóticas. Incluem-se as coberturas
residuais baixas, até rasteiras, representadas por glebas aparentemente desprovidas
de cuidados e com cobertura do solo variável. São áreas de pastagens abandonadas
ou já cultivadas, onde ocorrem predominantemente espécies de porte baixo a rasteiro,
formando os "pastos sujos" ou "samambaiais". As pastagens e os campos antrópicos
predominam em toda a área da bacia, com exceção da porção noroeste. Toma-se
mais extensiva a leste.

As atividades agrícolas são extensivas na porção noroeste, onde passam a predominar


sobre as pastagens. Municípios como Porto Ferreira, Santa Cruz das Palmeiras têm
suas atividades econômicas sustentadas pela agricultura, principalmente de grãos. É
comum a presença de equipamentos de irrigação do tipo pivô central. A cana-de-
açúcar também representa uma importante atividade agrícola na região, especialmente
no município de Araras, Leme, Porto Ferreira, Pradópolis, Jaboticabal. O café toma-se
mais freqüente na região compreendida entre os municípios de Mogi Mirim e Mogi
Guaçu.

3 - Caracterização Física

3.1.- Aspectos Geológicos

A Bacia do Mogi no seu setor leste afloram as rochas cristalinas do complexo


Granaissíco-Migmatítico e do Grupo Açungui, apresentando vários corpos graníticos
7
intrusivos. Na área restante da Bacia,corresponde a parte oriental da bacia geológica
do Paraná e envolve boa parte da série estratigráfica da mesma, desde o Carbonífero
superior até Cretáceo

O vale fluvial é constituído, basicamente, por leito basáltico, aflorado em derrames nas
corredeiras em Salto do Pinhal, Cachoeira de Cima em Mogi Mirim, Cachoeira de Baixo
em Mogi Guaçu, Cachoeira de Emas em Pirassununga, Corredeira da Escaramuça em
Santa Rita do Passa Quatro, e corredeira dos Três Cordões em Guariba.

3.2.- Aspectos Geomorfológicos

O rio Mogi Guaçu possui corredeiras rápidas com desnível total, entre a foz e as
nascentes de aproximadamente 1.160 m, declividades que variam de 14 m/km ou 14%,
nos primeiros 10 Km, até 0,43m/km ou 0,4%, na parte baixa de seu curso.

A parte sudeste da Bacia do Mogi Guaçu tem um relevo mais movimentado, com
declives que excedem 8% com freqüência, e cotas entre 900 e 1.500 m; a parte
noroeste da bacia já apresenta relevo suave ondulado, declives que raramente
excedem 3%, e altitudes em torno de 600 m

O Planalto Atlântico localiza-se a montante, desde a nascente do rio Mogi Guaçu, no


Estado de Minas Gerais. A topografia apresenta grande diversidade e declividade, com
atitudes médias de até 1600 m. Destaca-se a zona de serrania de Líndoía.

A província geomorfológica Depressão Periférica, faz fronteira com o Planalto Atlântico


e apresenta relevo uniforme, com amplos e profundos vales, planícies aluviais restritas
e alguns terraços. O contato entre as rochas sedimentares da Depressão Periférica
com as rochas cristalinas do Planalto Atlântico oferece áreas de diferentes resistências
à erosão fluvial, proporcionando o aparecimento de cachoeiras e corredeiras. Essas
feições são mais evidenciadas ao longo do Rio Jaguari Mirim, afluente do Mogi Guaçu,
apresentando também um comportamento diferencial em relação a hidrodinâmica
deposicional. As ocorrências mais significativas de areia e argila estão na sub-bacia do
Jaguari Mirim, que apresenta como característica a indústria de extração mineral de
pequeno porte. A maior produção se destina às cerâmicas vermelhas e se destinam ao
atendimento do setor de construção civil da região. Na bacia do Jaguari Mirim existem
registradas 40 lavras efetivas e 83 lavras prováveis.

As áreas de Depressão Periférica a oeste são constituídas litologicamente, na sua


maior parte, por areia. Isso resultou na formação de solos ácidos e pobres em

8
fertilidade. Essa área é também a recarga do aqüífero Botucatu-Piramboia,
considerado o mais importante da América do Sul.

Províncias Geomorfólicas da Bacia do Mogi

Planalto Atlântico

Depressão Periférica

Cuestas Basalticas

Planalto Ocidental

3.3.- Aspectos de Solos

A ocorrência dos solos na Bacia Hidrográfica do Rio Mogi Guaçu estão a seguir
descritos e representam dados obtidos do Levantamento de Reconhecimentos de
Solos do Estado de São Paulo (1960). Os solos da região de interesse são os abaixo
relacionados.

a) Podzólicos vermelho amarelos

Os podzólicos vermelho amarelos são solos bem drenados, com seqüência de


horizontes A-B-C, com nítida diferenciação entre os horizontes. Na bacia hidrográfica
do Mogi Guaçu encontram-se- três unidades de mapeamento:

9
• Podzólico Vermelho Amarelo Orto (PV): é considerada a unidade modal. Ocupa
8,70% da área total da bacia e localiza-se no Planalto Atlântico O relevo dessa
unidade é montanhoso e torte ondulado, os materiais de origem são granitos e
gnaisses e a vegetação original floresta.
• Podzólico Vermelho Amarelo variaçãoPiracicaba (PVp): Ocupa 0,15% da área da
bacia e localiza-se na Depressão Periférica. O relevo é forte ondulado e ondulado, a
vegetação original é floresta e os materiais de origem argilitos e folhelhos.
• Podzólico Vermelho Amarelo variação Laras (PVls):Ocupa 1,23% da área total da
bacia, localizando-se também na Depressão Periférica. O relevo é forte ondulado e
ondulado, a vegetação original é floresta e cerrados. O material de origem são
arenitos.

b) Solos Podzolizados com cascalho

Os solos podzolizados com cascalho (Pc) são solos com morfologia semelhante à do
podzólico vermelho amarelo orto (PV), diferindo dos mesmos por apresentar em grande
quantidade de cascalhos ao longo de todo o perfil e também por possuírem na maior
parte dos casos saturação em bases alta.

O relevo dessa unidade varia de forte ondulado a montanhoso, sendo comum a


presença de matacões à superfície do terreno. A vegetação original é floresta e o
material de origem granitos de granulação grosseira. Ocorrem no Planalto Atlântico e
representam 1,11 % da área total da bacia.

c) Latossolos vermelho escuro

Os latossolos vermelho escuros são solos bem drenados, com seqüência de horizontes
A-B-C e pequena diferenciação entre horizontes. As unidades de mapeamento
encontradas na bacia do Mogi Guaçu são:

• Latossolo Vermelho Escuro orto (LE): ocupam 6,08% da área total da bacia, são
solos de textura argilosa, relevo suave onu lado a ondulado, vegetação original de
floresta ou cerrado, e apresentam como materiais de origem argilitos, folhelhos e
varvitos.
• Latossolo Vermelho Escuro fase arenosa (LEa): ocupam 2,30% da área total da
bacia, são solos de textura areno-barrenta que ocorrem no Planalto Ocidental. O
relevo é suave ondulado, a vegetação original é de floresta ou cerrado e o material
de origem arenitos da Formação Bauru sem cimento calcário.

10
d) Latossolos vermelho amarelos

Na bacia hidrográfica do Mogi Guaçu foram encontradas as seguintes unidades de


mapeamento:

• Latossolo Vermelho Amarelo orto (LV): ocupam 4,28 % da área total da bacia e são
considerados a unidade modal desse grupo de solos. São argilosos e bastante
profundos. Localizam-se no Planalto Atlântico, em relevo montanhoso e tem como
material de origem granitos, gnaisses. A vegetação original é a floresta.
• Latossolo Vermelho Amarelo fase arenosa (LVa): ocupam 19,14% da área total da
bacia. São solos arenosos a areno-barrentos, muito pobres em nutrientes,
localizados na Depressão Periférica e no Alto do Planalto Ocidental. O relevo é
ondulado a suavemente ondulado, a vegetação original predominante é o cerrado e
o material de origem os arenitos.

e) Latossolo vermelho amarelo húmico

Os latossolos vermelho amarelos húmicos (LH) são solos de pequena ocorrência na


bacia (0,02%), semelhantes ao latossolo vermelho amarelo orto (LV) diferindo deles
por apresentar um horizonte A bastante espesso, rico em matéria orgânica que atinge
em geral, mais de um metro de profundidade. O relevo dessa unidade varia de forte
ondulado a suave ondulado, o material de origem são rochas granito-gnáissicas e a
vegetação original é de cerrado ou de floresta.

f) Solos hidromórficos

Os solos hidromórficos (Hi) ocupam 7,43% da área do total da bacia do Mogi Guaçu.

g) Solos aluviais

Os solos aluviais (A) ocupam área de 0,08% do total da área da bacia do Mogi Guaçu e
são solos situados em várzeas ou terraços, formados a partir de sedimentos recentes
ou sub-recentes.

11
3.4. Clima

3.4.1. Tipo climático

No Brasil, utiliza-se a classificação de Kõppen, que é baseada no curso de valores


médios da temperatura do ar e da precipitação pluviométrica, utilizando-se de
nomenclatura especial para designar diferentes tipos de clima.

Pelo sistema Internacional de Kõeppen, é possível identificar a classificação na área da


bacia hidrográfica do Jaguari Mirim :

• Cwa: clima mesotérmico de inverno seco em que a temperatura média do mês mais
frio é inferior a 18°C e a do mês mais quente ultrapassa 22°C. O total das chuvas do
mês mais seco não ultrapassa 30 mm. O índice pluviométrico desse tipo climático
varia entre 1.100 e 1.700 mm diminuindo a precipitação de leste para oeste. A
estação seca nessa região ocorre nos meses de abril a setembro, sendo julho o mês
em que atinge a máxima intensidade. O mês mais chuvoso oscila entre janeiro e
fevereiro. A temperatura do mês mais quente oscila entre 22 e 24°C.

3.4. Precipitação

A figura abaixo retrata a posição da precipitação pluviométrica na bacia do Mogi Guaçu


elaborada com dados dos postos metereológicos do DAEE , com médias de 30 anos.
Bacia do Mogi Guaçu - Precipitação Pluviométrica – 30 anos

Fonte – Comitê da Bacia do Mogi Guaçu -1999


12
Os dados mostram que os totais médios de chuva variam de 1.600 mm/ano na região
de Águas da Prata, até 1330 mm/ano em Jaboticabal.

Os gráficos a seguir apresentados retratam a situação do volume e da distribuição da


precipitação média anual por mês nas principais localidades de interesse deste
trabalho.

Nos gráficos a seguir se apresentam os dados de distribuição e do volume da


precipitação média de chuva por mês no período considerado das cidades de Espírito
Santo do Pinhal e de Santo Antônio do Jardim.

Fonte – DAEE- 2005- Dados de Chuva por mês de Espírito Santo do Pinhal- SP

Fonte – DAEE- 2005- Dados de Chuva por mês de Santo Antônio do Jardim - SP

13
Mapa de Isotermas Anuais – Estado de São Paulo

Fonte – IAC- Agrometeorologia -2009

Verifica-se que as chuvas se distribuem nos meses de outubro a março e o período


seco vai de abril a setembro.

3.5 Cobertura Vegetal

A sub-bacia do Jaguari Mirim, composta por 5 municípios (Aguaí, Águas da Prata,


Santa Cruz das Palmeiras, Santo Antonio do Jardim e São João da Boa Vista)
apresenta os principais sistemas fitoecológicos com 29 % da cobertura vegetal
remanescente, sendo que a Floresta Estacional Semidecidual possui 5.185 ha e a
Savana (cerrado e cerradão) 1.635 ha conforme os dados do Programa Olho Verde –
SMACPRM-1991. O alto percentual de cobertura vegetal na região é motivada por
possuir um relevo movimentado e ser região com grande movimento turístivo,
notadamente Águas de Prata.

3.6 Várzeas

Utilizando uma linguagem geomorfológica, as várzeas são conhecidas como depósitos


aluvionais e baixadas aluviais, constituindo assim, o leito maior dos rios. Pelas suas
características como solo saturado de água por um determinado período apresenta
vegetação tolerante à inundação e que também é adaptada à seca, possuindo uma

14
fauna típica. Possui a função de refúgio de fauna silvestre, é local de reprodução de
peixes e atua como controle das cargas difusas que ocorrem nos corpos d’água.

Periquito utilizando ninho de João de barro

4- Levantamento dos Impactos Ambientais e Sócios – Ambientais

4.1 - Metodologia de trabalho

O levantamento dos impactos ambientais da área de interesse (bacia hidrográfica do


bueiro de travessia do km 218+270 da SP - 342 - Rodovia Gov. Dr Adhemar Pereira de
Barros) envolveu um conjunto de ações destinadas a localizar, especificar e quantificar
todas as situações de degradação ambiental dentro e fora da faixa de domínio da
rodovia, com ênfase naquelas que constituiriam situações instáveis, necessitando de
ação corretiva.

A metodologia adotada para a elaboração do Relatório de Avaliação de Impactos


Ambientais apresenta o seguinte escopo básico:

15
Mapa de localização do km 218+270

km 218+270

Fonte-Carta IBGE- folha Aguaí

Foram considerados os impactos do sistema de drenagem nos processos de


degradação ambiental que se estendem fora dos limites da faixa de domínio, mas que
possam ter sido induzidos pelas obras rodoviárias que integram o sistema rodoviário
em análise.

Também se considerou os impactos ambientais gerados por terceiros em áreas


adjacentes à rodovia, tanto na bacia do córrego São Pedro ou mesmo situações de
exploração da área de várzea inundável do Córrego dos Porcos e que de alguma
maneira podem representar risco para o sistema de drenagem existente, por
caracterizarem situações que necessitam alguma forma de intervenção, gerenciamento
ou monitoramento.

Todos os impactos ambientais que apresentavam grau de risco foram levantados e


registrados. Foram entrevistados os moradores e os donos de olaria inseridos na área

16
de interesse direto, que se mostraram receptivos às perguntas e questionamentos
efetuados, o que permitiu confirmar as freqüentes enchentes.

4.2 - Caracterização do Local

A micro bacia hidrográfica a qual se insere a rodovia SP – 342 no km 218+270, objeto


deste trabalho, tem um bueiro de travessia que frequentemente extravasa sobre a
rodovia. Da mesma forma, os proprietários lindeiros também sofrem constantes
inundações devido ao fluxo de transbordamento sobre a pista.
Os estudos e projetos elaborados pela equipe da HBO Engenharia, os quais fazem
parte este relatório, assim como os estudos hidrológicos e hidráulicos que resultarão no
projeto executivo a ser submetido aos órgãos competentes e ambientais, possam
contribuir para solução definitiva do problema do km 218+270.

Para tanto é importante ressaltar que os resultados da avaliação do impacto ambiental


que foi realizado na micro bacia e no seu entorno – área de retenção a montante da
travessia e várzea inundável a jusante, onde o córrego São Pedro deságua no Ribeirão
dos Porcos. Fez-se também uma avaliação criteriosa das possíveis medidas a serem
implementadas, de maneira a reduzir ao máximo o impacto ambiental dessa
intervenção.

As fotos a seguir ilustram o local da travessia atual do córrego São Pedro no km


218+270.

Foto 1 – Bueiro de 2x1,00m-montante Foto 2 – Bueiro de 2x1,00m-jusante

17
Foto 3 e 4 – Vista geral do córrego São Pedro a jusante em 2006 e em 2009.

Foto 5 – Cor. São Pedro – a montante Foto 6 – Cor São Pedro a jusante

Foto 7 – Cor. São Pedro a jusante Foto 8 - Cor. São Pedro a jusante

18
Foto do local onde serão realizadas as intervenções na SP-342.

SP-342 – km 218+270
Olarias,casas,escola

Várzea de Inundação
com exploração de
argila Cor. São Pedro

Rib. dos Porcos

Olarias, casas

20
5. Projeto de Intervenção na micro-bacia do Córrego São Pedro

5.1 A situação atual

A seguir se apresenta um relatório fotográfico da condição atual da micro-bacia do córrego


São Pedro, onde se percebe a condição social da comunidade que está localizada nas
bordas da várzea do córrego e que sofre influência das enchentes do Ribeirão dos Porcos.

A exploração da argila para a fabricação de tijolos é de mão de obra familiar e as jazidas não
possuem autorização para a lavra.. As instalações das olarias são simples, mas permitem
que se tenha um produto final de boa qualidade após a queima. Existem olarias bastante
antigas, tanto nessa micro-bacia do São Pedro, como na do córrego sem denominação à
altura do km 217.

Foto 9 e 10 - Olaria

Foto 11 e 12 - Olaria

20
Foto 13 – Trabalho de feitura do tijolo por jovens.

O uso da mão de obra familiar é muito intenso, mas com precárias condições de trabalho.

A renda das famílias é dependente das condições de lavra e transformação da argila. O local
possui bom acesso e pela rodovia pode-se atingir São João da Boa Vista com rapidez.

As residências são simples possuindo luz elétrica o que permite possuir geladeira, televisão
e outros eletrodomésticos. As crianças são atendidas por uma escola municipal, junto ao km
218.

Foto 14 e 15 – residências junto às olarias e em local não inundável na beirada da várzea.

21
Foto 16 e 17 – Escola Municipal

A escola municipal está bem preservada e em local que não fica sujeita a enchente e o
acesso é feito por estrada de terra, conforme pode ser visto pelas fotos a seguir.

Foto 18 – Acesso por terra Foto 19 – campo de futebol da comunidade

Foto 20 – estrada de terra que dá acesso Foto 21 - residência abandonada


à área rural

22
A estrada cruza o ribeirão dos Porcos por ponte de madeira e dá acesso a propriedade rural
muito antiga que está decadente e inexplorada, conforme pode-se ver pelas fotos.

Foto 22 – foto tirada da ponte Rib Porcos Foto 23 – propriedade semi-abandonada

Foto 24 – vista geral da propriedade Foto 25 – estrada para outras propriedades

A várzea junto ao ribeirão dos Porcos é grande e hoje se apresenta com boa cobertura
vegetal de gramíneas, o que reduz a velocidade da água de escoamento.

Foto 26 e 27 – Vista geral da várzea

23
Foto 28 e 29 – vista geral da várzea e das residências no bordo da várzea (próximo à
rodovia)

5.2 Os estudos realizados


A seguir apresenta-se número de documento e função no estudo:

DE-11.342.218-0-H04/001 e 002 - Planta do bueiro com caixa à montante para controle de vazão,
estaqueamento de amarração das seções utilizadas na verificação hidráulica ao longo do Córrego
São Pedro, juntamente com mancha de inundação obtida;

DE-11.342.218-0-H04/003 e 004 - Planta do bueiro existente e mancha de inundação montante da


rodovia e transbordamento sobre a mesma, provocado pelo Córrego São Pedro, já para jusante
planta de inundação quando somente chove na bacia em questão e quando chove simultaneamente
na bacia do Ribeirão dos Porcos.

DE-11.342.218-0-H06/001 - Perfil do bueiro com caixa à montante para controle de vazão,


declividade média do curso d’água;

DE-11.342.218-0-H09/001 - Seções ao longo do curso d’água Córrego São Pedro e níveis de


máxima cheia em período de retorno de 100 anos (chuvas isoladas, somente na bacia do córrego em
questão);

DE-11.342.218-0-H09/002 - Seções ao longo do curso d’água Ribeirão dos Porcos e níveis de


máxima cheia em período de retorno de 100 anos (chuvas simultâneas nos dois cursos);

DE-11.342.218-0-H09/003 - Seções do curso d’água Córrego São Pedro, níveis de máxima


inundação com caixa para controle de vazão;

DE-11.342.218-0-H09/004 - Seções do curso d’água Córrego São Pedro, níveis de máxima


inundação com máximo volume armazenado.

5.3 A Solução Proposta

24
Os constantes transbordamentos do córrego São Pedro sobre a pista são causados pelo
grande volume de contribuição à montante, tornando insuficiente a vazão dos bueiros de
travessia ou por assoreamento que reduz a passagem da água.

Foi proposto um orifício que liberasse a mesma vazão que os atuais dois bueiros de
diâmetro de 1,00, que funcionam na iminência de transbordar sobre a pista com carga de
Hw/D =2,00, nesta condição os bueiros conduzem vazão de 4,80m3/s. Sendo assim, foi
adotado orifício com a mesma altura dos bueiros e como o desnível entre a ponto de
transbordamento e fundo do orifício (orifício com base 1,45m e altura de 1,00m), é
aproximadamente 2,00m. Foi proposta uma caixa que trabalhando em conjunto o orifício e o
vertedor.

A vazão a ser liberada após a execução das obras da travessia no km 218+270 não causará
impacto significativo nas áreas a jusante, pois optou-se pela alternativa de conduzir a vazão
do São Pedro que transbordava na pista para o seu curso normal, ao longo da várzea. Essa
ação mitigará o impacto atual causado aos usuários da rodovia e dos moradores e
proprietários residentes na área de bordo da área.

Pode-se verificar as soluções apresentadas nas plantas do ANEXOS.

A área de armazenagem do São Pedro, a montante, é de 7.103,03 m 3 em uma área de


16.171,02 m2 o que pode auxiliar no controle do fluxo de água previsto para um período de
retorno de 100 anos, atingindo uma cota máxima de 720,000.

Também se prevê a manutenção à jusante da travessia com a realização de limpeza no


atual curso de água e nos atuais bueiros de alívio existentes na estrada de terra com inicio
junto ao campo de futebol e que atende a escola EMEIF – “Pedro Vaz de Lima”, as olarias e
residências, além de propriedades rurais.

A várzea de inundação do Ribeirão dos Porcos é atualmente explorada por olarias que estão
na cota 720. A várzea possui diversas cavas abandonadas da exploração da argila e areia.
Tais cavas estão espalhadas pela área e servem atualmente para auxiliar na retenção de
água do córrego São Pedro e principalmente por atenuar as enchente das águas do Ribeirão
dos Porcos.

O Ribeirão dos Porcos por apresentar constantes cheias e por ser o receptor do São Pedro
deveria também sofrer intervenção até a sua foz no Rio Jaguari Mirim, entretanto toda e
qualquer intervenção no seu curso é de competência dos governos estaduais e municipais.

5.3 As Ações Mitigadoras

25
Um empreendimento como o proposto irá provocar alterações nos meios físicos, bióticos e
antrópicos. O empreendimento, mesmo tendo alguns cuidados com o meio ambiente poderá
provocar alterações ambientais e todas as medidas mitigadoras propostas pelos estudos
ambientais visam a atender aos objetivos descritos a seguir:

• Privilegiar o atendimento da população local e usuários da rodovia;

• Fornecer as diretrizes para a implementação das obras projetadas mediante medidas


de controle ambiental; e,

• Estabelecer procedimentos para controle e monitoramento das obras, por meio de


programas ambientais.

É importante que sejam adotadas medidas de controle ambiental na área de intervenção do


sistema de travessia e drenagem do km 218+270, pois se espera que as interferências e
impactos causados por elas fiquem restritos, principalmente, ao aumento da circulação de
máquinas e equipamentos pesados, desvios de tráfego, supressão de exemplares arbóreos
isolados e utilização de áreas de apoio (bota-fora e canteiros de obras).

As medidas apresentadas neste documento visam garantir o bom andamento da obra,


minimizando os prejuízos causados à população e ao meio ambiente controlando eventuais
impactos que possam ocorrer durante o período de implantação do empreendimento.

5.4 Diagnóstico Ambiental das Áreas de Influência do Empreendimento

O detalhamento das medidas ambientais deverá atentar para as exigências dos órgãos
licenciadores e/ou outorgantes, para os fatores restritivos do uso e ocupação do solo,
notadamente com destaque à urbanização das áreas do entorno do empreendimento
projetado, de proteção dos mananciais, dos meios bióticos e antrópicos.

Assim é possível identificar, quantificar, avaliar e indicar espacialmente os principais


impactos que poderão ocorrer em função das diversas ações previstas para o planejamento,
a implantação e a operação do empreendimento, devendo-se atentar principalmente na
operação com estes impactos ambientais:

• alterações na dinâmica superficial, tais como processos erosivos, assoreamento e


instabilidade de encostas, identificando os pontos críticos;

• implantação e utilização de áreas de apoio: bota-foras, caixas de empréstimo,


canteiro de obras e estradas de serviço;

26
• alterações no regime fluviométrico e qualidade das águas;

• interferências sobre vegetação: quantificação e qualificação da cobertura vegetal a


ser suprimida;

• interferências sobre a fauna associada aos ambientes naturais e antrópicos com


destaque para os corredores de fauna;

• alterações de uso e ocupação do solo: ruptura do padrão de acessibilidade;


valorização/desvalorização imobiliária; perda de produção econômica; indução à
ocupação, etc;

• alterações na qualidade de vida: caracterização dos imóveis a serem


desapropriados; relocação de população; outras interferências com áreas
residenciais, tais como emissão de ruído, impacto visual; alterações no tráfego;

• risco de acidentes com produtos perigosos.

5.5 Medidas Mitigadoras e Compensatórias

O objetivo é avaliar e propor, quando necessário, medidas para a reabilitação ambiental de


áreas da faixa de domínio e da faixa de influência direta, que interferem ou possuam
potencial para interferir com o eixo rodoviário, com a segurança dos usuários ou
propriedades lindeiras no trecho onde ocorrerá a intervenção.

Para cada um dos impactos identificados, deverão ser apresentadas medidas mitigadoras
e/ou compensatórias. Essas medidas deverão ser apresentadas em forma de planos ou
programas ambientais, acordos e autorizações, indicando-se o custo total dessa mitigação
ou compensação, os responsáveis pela implementação das mesmas e o respectivo
cronograma de execução e o monitoramento ambiental, quando couber.

Quando couber, deverão ser elaborados planos de monitoramento, controle e


acompanhamento, integrados com a Gestão Ambiental do empreendimento.

As interferências em áreas de Área de Proteção Permanente - APP, como é o caso, exigirá


uma postura pró-ativa da Concessionária no trato dos eventos ambientais existentes ou
causados pela sua ação na sub-bacia do Córrego São Pedro e Várzea do Ribeirão dos
Porcos.

Abaixo estão apresentados os impactos ambientais e as medidas mitigadoras para os


impactos de caráter negativo gerados pela implantação do empreendimento proposto.

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5.5.1 – Erosão e Assoreamento de Rios e Córregos.

A área que será afetada pelo empreendimento possui uma declividade menor de 2% e
apresenta pontos com terrenos alagadiços. Na área não existe erosão, mas sim
assoreamento causado pela exploração aleatória e desordenada das olarias no entorno.

Prevê-se que na área de intervenção direta serão necessários um volume baixo de corte e
aterro. Devido as características do local, os volumes de movimentação de terra e rochas
são pequenos e os eventos são de baixa magnitude

Ações Mitigadoras:

Executar a limpeza dos terrenos, o decapeamento do solo e as obras de corte e aterro


preferencialmente em período de chuvas menos intensas que na região é de maio a agosto.

Canteiro de Obra - O local deverá ser recuperado após o término das obras de implantação
da travessia, conforme projeto específico para a área.
Bota-Fora – Pode ser utilizada a área hoje existente junto à prefeitura local ou outro local
que possua interesse na obtenção dos materiais provenientes da obra e outros resíduos.
Jazidas – Toda jazida de material a ser utilizado na obra deve estar legalizada perante os
órgãos ambientais competentes.
Outros Materiais – Recomenda-se a aquisição desses materiais, notadamente o concreto,
em unidades pré-existentes na região, evitando-se dessa forma contaminações de solo e de
mananciais.

5.5.2. - Degradação da Qualidade das Águas Superficiais

Como deverá ser construída uma travessia sobre o córrego São Pedro, existirá um risco
maior de degradação da qualidade da água. Entretanto, existe um risco de assoreamento e
redução da qualidade da água pela intervenção na calha do córrego, mas pelo método
construtivo a ser adotado esse impacto será de baixa magnitude. Em segundo lugar, essa
intervenção será de curta duração.

Ações Mitigadoras:

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a) A adoção de método construtivo que reduz o risco de carregamento de solo para o
córrego é a melhor medida mitigadora e em segundo plano a intervenção e obra será de
curto prazo de execução.
b) Executar a limpeza dos terrenos, o decapeamento do solo e as obras de aterro dos
taludes preferencialmente em período de chuvas menos intensas, que na região é de maio a
agosto;
c) Implantar sistemas de drenagem provisórios, quando necessário, durante os serviços de
movimentação de terra, podendo ser não revestidos, mas contendo caixas de retenção de
sólidos e outros dispositivos que retenham o assoreamento do córrego.
d) Verificar se os materiais escavados terão destinação criteriosa e sejam controlados, a fim
de não ocorrer o extravio dos mesmos, notadamente os resíduos de obras civis e das caixas
de pavimento, para áreas adjacentes às obras.
e) Reduzir a exposição do solo ao longo dos taludes de corte e aterro sempre que possível
pelo plantio de vegetação rasteira de rápido crescimento;
f) Transportar todos os materiais originários das escavações em caminhões apropriados e
recobertos com lona.

5.5.3. - Contaminação do Solo e Queima de Combustíveis

O uso intensivo de máquinas de terraplenagem e transporte de materiais e outros serviços


durante a implantação das obras da travessia podem causar a contaminação do solo. A
contaminação de solo é de baixa magnitude e poderá ocorrer através de pequenos
derramamentos de combustível, óleos e graxas provenientes das operações de implantação
da travessia.

Ações Mitigadoras:

a) Verificar periodicamente a regulagem das máquinas e veículos utilizados na obra de


modo a reduzir ao máximo os vazamentos e a queima de combustível mais completa do
óleo diesel utilizado pelos motores.
b) Não realizar a lavagem e troca de fluídos no canteiro de obra, mas fazê-lo em local
apropriado.
c) O uso de banheiros químicos é muito indicado para reduzir a contaminação do solo junto
ao canteiro de obras, além de proporcionar conforto aos trabalhadores.
d) Os restos de refeições e demais resíduos gerados pelo refeitório devem ser separados e
disponibilizados em local adequado.

5.5.5 Geração de Ruídos

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O trecho onde será implantado o desvio e a travessia está localizado distante de fragmentos
florestais ou núcleos urbanos. A área onde será implantada a travessia é um bairro rural.
Mesmo assim, a tendência é de baixa magnitude, pois com a geração de ruídos,
eventualmente algumas espécies da fauna local tendem a se deslocar para outros sítios.
Contudo o impacto gerado é de caráter temporário, já que logo após o término das obras, o
mesmo, deixará de existir.

O horário de inicio e término dos serviços é um fator que tem como objetivo diminuir ou
mesmo eliminar os transtornos decorrentes do aumento sensível do grau de ruído causado
principalmente pelos serviços de terraplenagem e concretagem e pelo aumento do fluxo de
trânsito de veículos nas áreas em operação. Deve observar as normas e limites
estabelecidos na CONAMA nº01/90 e disposições municipais se houver.

Ações Mitigadoras:

Horário - Recomenda-se que as obras ocorram durante o horário das 8,00 às 18,00 horas,
de segunda a sexta –feira. Principalmente por ter a região uma destinação turística muito
presente.
Planejamento - Recomenda-se também o uso de um planejamento das obras, de forma a
interferirem minimamente no transito principalmente nos finais de semana, ferias escolares e
fins de semana prolongados

5.5.6 - Interferência com Patrimônio Histórico e Arqueológico

Como se desconhece a existência de registro de área ou sitio arqueológico, no caso de se


registrar qualquer ocorrência, paralisar a obra e comunicar o fato ao órgão responsável.

5.5.7 - Interferência em Áreas Protegidas e Supressão de Cobertura Vegetal

O empreendimento encontra-se em área de APP, deve-se obter o licenciamento respectivo


junto ao Órgão estadual.

A ação de retirada de árvores isoladas que eventualmente seja necessária para as obras, irá
resultar em uma medida compensatória de recomposição da cobertura arbórea. O plantio de
reposição poderá ser realizado em áreas selecionadas ao longo das margens da rodovia
com o enriquecimento da atual cobertura vegetal existente. Recomenda-se o plantio de

30
espécies que mais se adaptem à região. Deve-se obter autorização especial para corte e
derrubada de árvores, junto ao DEPRN, assim como autorização para intervenção em Área
de Preservação Permanente – APP.
A Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428/06) prevê, para supressão de vegetação que o
empreendimento tenha utilidade pública. Nesse caso específico da construção da travessia,
há esse condicionante por se constituir em obras de infraestrutura de transporte rodoviário.
Além disso, como a vegetação existente na área sobre a qual os impactos incidirão, foi
classificada como vegetação de Mata Atlântica em estágio inicial de regeneração, esses
condicionantes permitirão a intervenção no local. Nesse caso, a supressão poderá ocorrer,
desde que licenciada pelo órgão ambiental estadual e compensada na forma da lei.

Ações Mitigadoras:

A reposição deverá ser feita preferencialmente nas áreas degradadas de preservação


permanente definidas pelo artigo 2º do Código Florestal, a serem definidas pelo órgão
autorizante, As diretrizes para o plantio são dadas por projeto específico a ser apresentado
ao DEPRN, elaborado com base nas Resoluções SMA no 08/2007, no 47/2003 e no 21/2001,
e pela Resolução SMA nº 58, de 29.12.2007, que fixa a orientação para o reflorestamento
heterogêneo de áreas degradadas.

As medidas compensatórias visam identificar formas de efetivo ganho ambiental, não só


com a manutenção da vegetação, mas também com a melhoria da biodiversidade.

Outro aspecto relativo ao ganho de biodiversidade está fundamentado no conceito de


“restauração ecológica” das florestas naturais remanescentes, no nosso caso – recuperação
de APP, que atualmente apresentam alguma interferência ou degradação.

Tal restauração (recuperação) deve considerar que os ecossistemas não são entidades
estáticas, mas sim sofrem flutuações na sua estrutura e função, em decorrência de
mudanças ambientais de curto, médio e longo prazos.

CONCLUSÃO:

O transbordamento sobre a pista pode ocorrer pela falta de capacidade do bueiro,


denominado de insuficiência hidráulica, ou entupimento ocasionado por material
transportado, que ficou alojado na entrada ou ao longo do corpo, porém os cálculos de
vazão demonstram que a vazão é bem superior a capacidade da obra existente (bueiro
duplo de concreto com diâmetro de 1,00m), denotando insuficiência.

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Outro fato que denota a insuficiência e não o entupimento é freqüência com que o fato de
transbordamento ocorre, sendo que a manutenção de rotina como limpeza e
desassoreamento é praticado constantemente pela Concessionária.

A capacidade de armazenamento à montante foi estudada, porém é pequena, resultando


numa única solução que é atravessa a vazão antes que transborde sobre a pista, contudo o
projeto busca uma solução de produzir o máximo de armazenamento possível, utilizando
caixa coletora na entrada do bueiro celular, com orifício no fundo e aberta no topo,
funcionando como vertedor, que começa a funciona na iminência do transbordamento sobre
a pista, resultando numa situação semelhante a que ocorre atualmente, exceto transbordar
sobre a pista, tendo como positivo atravessar e conduzir de forma ordenada a vazão, em
detrimento ao que hoje não ocorre hoje, transborda sobre a pista.

A vazão a ser liberada após a execução da obra não causará impacto ambiental no local e
imediações, pois a alternativa de conduzir a vazão que transbordava sobre a pista para o
curso principal, mitiga o impacto atual causado aos moradores de jusante.

Conforme demonstrado nos cálculos e desenhos, que indica nível máximo de inundação, os
moradores e atividades no entorno não serão impactados pela obra, ou seja, as
propriedades não serão atingidas.

As cheias do Ribeirão dos Porcos foram estudadas, confirmando informação de moradores,


que transborda sobre as margens e o pontilhão é insuficiente (ver planta de mancha de
inundação), porém este curso não pertence ao corpo da rodovia, sendo estudado apenas
para averiguar seu comportamento, pois é curso receptor do Córrego São Pedro, sendo
apenas recomendado que os órgãos municipais e estaduais estudem solução de uma nova
travessia e avaliem os impactos até chegar ao rio Jaguari-Mirim.

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ANEXOS

Planta 1

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