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O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares:

Metodologias de Operacionalização (Parte I)

Novembro de 2010
Prudenciana Martins
Nota Introdutória

Ao longo destas sessões temos constado que o desígnio da auto-avaliação é “demonstrar a sua contribuição e
impacto no ensino e aprendizagem”, de forma a responder “às necessidades da escola no atingir da sua missão e
objectivos.”
Penso que a aplicação do Modelo de Auto-Avaliação apresenta alguns constrangimentos, nomeadamente a quem
nunca o aplicou.
A recolha de evidências surge como sendo a questão mais crítica e, só com uma participação activa dos alunos,
pais/encarregados de educação, professores e órgãos de gestão é que será possível implementar o Modelo.
No presente ano lectivo, avaliar-se-á o domínio C. Projectos, parcerias e actividades livres e de abertura à
comunidade.
O plano que apresento resulta da análise da literatura disponibilizada na plataforma, para a sessão.
INDICADORES C.1.2 Dinamização de actividades livres, de carácter lúdico e cultural na
escola/agrupamento
 A BE trabalha em parceria com a Biblioteca Municipal Raul Brandão: requisita,
Pontos Fortes mensalmente, exposições temáticas que divulgam autores, suas biografias e obras,
bem como costumes e tradições;
 A BE requisita obras à Biblioteca Municipal, para actividades de leitura, a nível de
todas as escolas do 1º Ciclo e JI do Agrupamento;
 A BE promove Feiras do Livro;
 Encontro com autores e ilustradores;
 A BE promove Concursos de Escrita Criativa que une todos os alunos do
Agrupamento em torno de um tema dado (por ex. Poema de Natal)
 A BE promove e participa em actividades e concursos promovidos pelo PNL, RBE
(ex.Semana da Leitura);
 A BE mantém parcerias com os jornais da localidade que publicam e divulgam os
trabalhos vencedores dos Concursos de Escrita Criativa;
 A BE detém, igualmente, parcerias com a Junta de Freguesia, com empresários da
localidade e com a Livraria Marcel (S. Martinho do Campo) que oferecem livros
(literatura infanto/juvenil), para premiar os alunos vencedores dos concursos;
 A BE promove Saraus de Poesia abertos à comunidade;
 Dinamiza actividades culturais e de abertura à comunidade;
 A BE participa/colabora, activamente, nas actividades culturais da
Escola/Agrupamento;
 O Plano Anual de Actividades da Biblioteca é integrado no Plano Anual da
Escola/Agrupamento;
 A BE articula e colabora com os professores das AEC’s;

Pontos Fracos Os pais/encarregados de educação registam, ainda, uma envolvência ténue, nas
actividades/projectos da BE. É exemplo disso a Semana da Leitura e os Saraus de Poesia.
Factores críticos de  Os alunos descobrem na BE um agregado de propostas de actividades apontando
sucesso para a utilização criativa dos seus tempos livres, que lhes permitem desenvolver a
sensibilidade estética e o gosto e interesse pela Leitura, Artes, Ciências, História de
Portugal e Universal;
 Os alunos desfrutam de um Programa de Animação da BE, mensal que concorre
para um conjunto de iniciativas. São exemplo disso: sessões de poesia/contos,
exposições, espectáculos de teatro, concursos, jogos, celebração de efemérides,
outros

 Plano Anual de Actividades da BE;


 Grelha de avaliação do Plano Anual de Actividades da Escola/Agrupamento, das
Evidências a actividades dinamizadas pela BE, por período;
recolher/Instrumentos a  Aplicação do questionário aos alunos QA3;
utilizar  Registos de reuniões/encontros com a equipa sobre a preparação, o
desenvolvimento e a avaliação das actividades realizadas;
 Actas do Conselho Pedagógico;
 Registo fotográfico/vídeo de todas as actividades dinamizadas pela BE (exposições,
comemoração de efemérides, encontros com escritores/ilustradores, sessões de
leitura, concursos, jogos, participação/colaboração em actividades de carácter
cultural da Escola/Agrupamento, entre outros);
 Página da BE na plataforma Moodle (avaliação estatística de utilização pelos
alunos)
 Utilizar diversos meios de comunicação e divulgação do programa de animação
cultural da BE à comunidade local (através dos pais/encarregados de educação,
cartazes, imprensa local, página Web da Escola/Agrupamento, página da BE na
plataforma Moodle).
INDICADORES C.1.2 Dinamização de actividades livres, de carácter lúdico e cultural na
escola/agrupamento

Limitações Colaboração dos docentes, pais/encarregados de educação e alunos

Levantamento de Verbas para cobrir despesas relacionadas com a dinamização de actividades


necessidades

Intervenientes/amostra  Equipa da BE
s a utilizar  Director
 Docentes
 Pessoal não docente
 Coordenadora do Interconcelhia da Rede de Bibliotecas Escolares
 Pais/Encarregados de educação
 Alunos (o inquérito será aplicado a 10% do número de alunos em cada nível de
escolaridade, de modo a obter uma amostra representativa)
 Melhorar os mecanismos de promoção de marketing da BE, divulgando junto da
Acções para melhoria a comunidade local;
empreender  Promover acções de voluntariado para pais/encarregados de educação e alunos
(convites para os pais/encarregados de educação virem à BE ler ou contar uma
história; criar uma comunidade de Leitores)
INDICADORES C.1.3 Apoio à utilização autónoma e voluntária da BE como espaço de lazer e
livre fruição dos recursos

Pontos Fortes  A BE dispõe de um horário que assegura o seu acesso a toda a comunidade
educativa – cada turma tem o seu dia da semana e hora, para frequência e
utilização da BE;
 O horário da BE é assegurado pela professora bibliotecária e todos os docentes da
escola;
 A BE dispõe de uma boa colecção na área da literatura infanto/juvenil;
 Os alunos utilizam computadores da BE para acederem à Internet e fazerem as
suas pesquisas, as suas leituras na Biblioteca de Livros Digitais, para escreverem,
criarem textos seus em poesia e/ou prosa, para fruírem de todo o carácter
didáctico que os computadores propiciam;
 A BE incentiva a aquisição de hábitos de leitura livre e o empréstimo domiciliário
aos alunos;
 A BE promove a itinerância de fundo documental entre as bibliotecas escolares do
Agrupamento através do projecto Biblioteca Itinerante – “Passear os Livros,
melhorar o conhecimento”;
 A BE articula com as áreas curriculares de estudo acompanhado e apoio ao estudo
na produção de materiais didácticos e outros documentos de apoio;
 Apoia a utilização autónoma da BE como instrumento de lazer e de trabalho
autónomo.

Pontos Fracos  A BE dispõe de uma fraca colecção ao nível dos jogos educativos, música e filmes
de ficção;
 Falta de recursos humanos que assegurem o completo funcionamento da BE/CRE
 Apenas um computador, dos três que a BE detém, possui acesso à Internet;
 Regista-se falhas no acesso à Internet.

Factores críticos de  Os alunos beneficiam de acesso livre e permanente à BE;


sucesso  Os alunos adquirem hábitos de utilização livre da BE, cultivando um clima de
liberdade, respeito e descontracção;
 Os alunos dispõem de condições favoráveis à utilização individual e, em pequenos
grupos, da BE
 Os alunos usufruem de uma boa colecção na área da literatura infanto/juvenil
 Horário da BE (divulgação junto da comunidade escolar e nos espaços próprios)
 Registos de entrada autónoma e voluntária dos alunos na BE e, análise estatística
destes dados, por período e posterior divulgação à comunidade;
Evidências a  Requisição domiciliária e estudo estatístico trimestral, por aluno, turma, ano de
recolher/Instrumentos a escolaridade, escolas do Agrupamento; livro mais lido; melhor leitor;
utilizar  Aplicação da grelha de observação de utilização da biblioteca em contexto livre
(C_GO5)

Limitações  Falta de verbas para equilíbrio da colecção em todo o tipo de suporte;


 Falta de recursos humanos que garantam o funcionamento da BE/CRE, durante a
hora de almoço.

Levantamento de  Recursos humanos necessários para assegurar o funcionamento da BE/CRE


necessidades  Reforço de verbas para aquisição de jogos educativos, CDs áudio, filmes de
ficção…

Intervenientes/amostra  Alunos – Aplicação da grelha de observação (C_GO5), mensalmente, por aluno e,


s a utilizar em grupo de alunos, de forma diferenciada, no 2.º e 3.º período, de modo a obter
um quadro mais representativo

Acções para melhoria a  Valorizar os espaços/tempos de leitura informal tornando-os mais apelativo e
empreender cativando os alunos através de uma política de marketing;
 Promover acções para angariação de verbas que permitam um maior equilíbrio da
colecção das áreas em deficit (jogos educativos, CD’s de música e filmes de ficção)
CALENDARIZAÇÃO: Fases do Processo
Novembro de 2010
Seleccionar o domínio a avaliar juntamente com o órgão de gestão

Dezembro de 2010 Proceder à selecção e adaptação dos instrumentos à biblioteca e às necessidades da escola, a utilizar na
recolha de
evidências, definição da amostra
Janeiro de 2011 Divulgar, em Conselho Pedagógico, o PowerPoint sobre MAABE bem como o domínio a ser avaliado no
presente ano lectivo – Domínio C

Fevereiro /Março de Primeira fase


2011 Recolha de evidências
Aplicação do questionário aos alunos (QA3)
Aplicação da grelha de observação (C_GO5)
Março/Abril de 2010
Tratamento e análise dos dados obtidos no segundo período

Maio de 2011 Segunda fase


Recolha de evidências
Aplicação do questionário aos alunos (QA3)
Aplicação da grelha de observação (C_GO5)
Junho de 2011 Tratamento e análise dos dados recolhidos
Reflexão sobre os resultados obtidos na 1.ª e 2ª fase, conclusões
Registo no quadro ‐ síntese
Decisão sobre o nível de desempenho da BE
Julho de 2010 Elaboração do relatório de auto ‐ avaliação;
Comunicação dos resultados à Direcção da Escola/Agrupamento, Conselho Pedagógico, estendendo-se a
toda a comunidade;
Definição de acções de melhoria a implementar no ano seguinte;
Divulgação dos resultados à comunidade educativa.

Relatório Final de auto-avaliação

De acordo com o previsto no modelo de auto-avaliação, o relatório final de avaliação dará uma visão global do
funcionamento da BE e será discutido e aprovado em Conselho Pedagógico, tal como o Plano de melhoria que vier a ser
delineado. Este assumir-se-á como um instrumento de sistematização e de difusão de resultados, a serem apresentados
junto dos órgãos de gestão e de decisão pedagógica. A avaliação da BE deverá, ainda, celebrar ligações com a avaliação da
escola.
Do relatório de avaliação da BE deverá transitar uma síntese que venha a integrar o relatório da escola permitindo à
avaliação externa efectuada pela Inspecção, avaliar o impacto da BE na escola, mencionando-a no relatório final de
avaliação da escola.
A comunicação dos resultados da avaliação deverá fazer uso dos diferentes canais de comunicação da BE com o
exterior
Impacto esperado

Espera-se que a avaliação da BE conduza à reflexão e à mudança de práticas, que envolva, efectivamente, toda a
escola e proporcione um melhor conhecimento da BE. Pretende-se que as acções de melhoria a implementar constituam um
compromisso da escola e que a cooperação e articulação curricular se assumam, e tenha reflexos nos resultados escolares
dos alunos.
Levantamento de necessidades

Será necessária a colaboração dos docentes, professores, alunos e encarregados de educação, para a aplicação dos
inquéritos.

Outras Limitações

A exigência do Modelo, a ausência de rotinas (recolha de evidências), o necessário compromisso dos órgãos de gestão,
a disponibilidade dos alunos e dos professores, poderá trazer alguns entraves na aplicação do modelo de auto-avaliação.
O rigor no preenchimento de questionários e o eficaz funcionamento da plataforma Moodle serão essenciais para que o
tratamento de dados e resultados possam ser profícuo
Conclusão
A avaliação não constitui um fim, devendo ser entendida como um processo que deverá conduzir à reflexão e
originar mudanças concretas na prática. A auto-avaliação deverá contribuir para a elaboração do novo plano de
desenvolvimento, ao possibilitar a identificação mais clara dos pontos fracos e fortes, o que orientará o
estabelecimento de objectivos e prioridades, de acordo com uma perspectiva realista face à BE e ao contexto em
que esta se insere. Esse plano deve instituir-se como um compromisso da escola, na sua globalidade, já que um
melhor desempenho da Biblioteca Escolar irá beneficiar o trabalho de todos: docentes e alunos.

Bibliografia
Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar, Rede de Bibliotecas Escolares, 2010
Texto da Sessão - “O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de
operacionalização (Parte I), Plataforma.

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