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O Setor Elétrico / Setembro de 2010
Automação de subestações
Capítulo IX
Exemplos de automação em
sistemas de supervisão e controle
de subestações e redes de
distribuição
computacionais de menor porte (PC) tornou o sistema mais era o fator que definia a qualidade e a segurança com que as
simples e acessível em termos de hardware. tarefas eram executadas. A troca de informações na operação
Em algumas empresas, os primeiros SCADAs foram dos sistemas era feita por canais nem sempre confiáveis e
aplicados somente nas subestações e na malha principal da rede com altas taxas de indisponibilidade.
em função da dificuldade de se obter o retorno financeiro dos As dependências operacionais, não raramente,
investimentos necessários para sua implantação. Atualmente, ocasionavam inconvenientes e envolviam um grande número
devido à necessidade de atendimento aos requisitos rígidos de de falhas de percepção e de entendimentos. O resultado
suprimento, à disponibilidade de tecnologia e aos custos de era percebido em um número significativo de manobras
implantação e operação, o emprego do sistema foi estimulado, equivocadas, provocando algumas vezes danos materiais e
desde a geração à distribuição de energia elétrica. até humanos.
As grandezas elétricas para a operação do sistema
Estímulos para implantação de SCADA na rede eram obtidas por instrumentos de medição analógicos com
elétrica seus erros próprios elevados que somavam aos erros de
Antes da implantação dos comunicação entre
sistemas de supervisão os indivíduos.
e controle a distância, A operação exe
o sistema elétrico era cutada pelo operador
controlado por equipes local geralmente dis
locais: punha de poucos
automatismos. Os
• O operador ou des controles eram exe
pachante do sistema, cutados por sistemas
geralmente locados nos complexos, com
chamados despachos de diversos componen
carga, reuniam e ano tes eletromecânicos,
tavam as informações que reduziam sig
obtidas de forma verbal, nificativamente a
via rádio ou telefone, confiabilidade dos
oriundas das equipes de esquemas operacio
rede ou das subestações; nais.
• O operador de A tecnologia
subes
t ação, equipe ou digital micropro
indivíduo responsável por cessada, utilizada
identificar as mudanças de pelos equipamen
estados de equipamentos, tos de proteção,
supervisiona as grandezas medição, controle
elétricas por meio de e supervisão,
medidores analógicos, veio atender às
relata os eventos e executa as manobras dentro das necessidades operacionais de aquisição de informações do
subestações. Isso com tarefas definidas e orientadas pelo sistema elétrico com relés digitais, medidores de grandezas
despacho de carga; elétricas e módulos de aquisição de entradas e saídas com alta
• O operador de rede, equipe ou indivíduo responsável confiabilidade. A tecnologia moderna supriu as carências das
por identificar as mudanças de estados de equipamentos gerações passadas, permitindo a implantação de sistemas com
de rede supervisiona as grandezas elétricas, informa os uma grande visibilidade, além de maior precisão nas manobras,
eventos e executa as manobras. As sequências de manobras aumento da segurança, da velocidade e da estabilidade do
e intervenções nos equipamentos da rede eram definidas e sistema elétrico.
orientadas pelo despacho de carga.
Estruturas de sistemas de supervisão e controle
A operação do sistema era extremamente dependente de de subestações
pessoas, de suas percepções e dos seus entendimentos acerca A operação do sistema elétrico, normalmente utilizada por
dos fenômenos elétricos. A qualidade da troca de informações concessionárias de energia elétrica em geral, está baseada na
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• Medidas analógicas como tensões, correntes, grandezas dados medidos e/ou calculados em informações inteligíveis
elétricas derivadas (potência e energia), frequência, para o nível hierárquico superior. As informações são
temperaturas, velocidades etc. – grandezas medidas em transmitidas em linguagem estruturada, ou seja, via protocolos
números reais diretamente de instrumentos de medidas de comunicação.
(transformadores de corrente, transformadores de potencial, A unidade central de processamento da subestação exerce
transdutores etc.); a função de concentração de dados, gerenciamento de local
• Medidas digitais como estados físicos de equipamentos de dados, gerenciamento de comunicação, processamento de
de manobras (a exemplo de disjuntor aberto/fechado, lógicas no nível da subestação e permite a execução de todas
seccionadora aberta/fechada), estado de saúde de as funções de supervisão e controle remoto da instalação
equipamentos (como retificador normal/falha, relé normal/ com velocidade, segurança e a menor intervenção humana
falha), leituras de posição (posição de tap de transformador possível.
medida por meio de pontes de diodos) – grandezas medidas A habilidade para controlar o sistema elétrico em tempo
digitalmente por estado 0 ou 1 (verdadeiro / falso) fornecidas real é uma função-chave, que depende fundamentalmente dos
diretamente pelos equipamentos elétricos, por relés auxiliares equipamentos de aquisição e das facilidades de comunicação
ou por medidores de posição; entre as diversas camadas.
• Controle ou envio de ordens para mudanças de estados de A disponibilidade de todos os equipamentos que
equipamentos – são os comandos para mudanças de estados, compõem os SCADAS deve ser uma preocupação constante
que são encaminhados aos equipamentos elétricos via das concessionárias. A responsabilidade pela qualidade do
interface física (contatos). A origem de uma ordem de controle suprimento não é mais tão fortemente dependente de ações
é decorrente de uma necessidade operativa ou o resultado humanas e muito mais dependente do bom funcionamento do
de um processamento lógico (automatismo). O início dos sistema como um todo. Quanto menores as taxas de falhas
processos de mudanças de estados dos equipamentos deve ser dos equipamentos utilizados, melhor será a percepção do
possível nos diversos níveis hierárquicos, com a possibilidade cliente para a qualidade do suprimento.
de configurações de restrições; A comunicação é feita por diversos tipos de meios físicos
• Gerenciamento de comunicação – transformação dos e de forma estruturada, preferencialmente padronizada por
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normas e em múltiplos arranjos de arquitetura de rede de sde automatismos do sistema elétrico, com amplo uso na distribuição de
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