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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO” - UNESP


Campus de Guaratinguetá - SP

CONDIÇÕES DE SANEAMENTO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE


GUARATINGUETÁ - SP

Aluno: José Eduardo Gomes Daguano


Orientador: Prof. Dr. Wellington Cyro de Almeida Leite

GUARATINGUETÁ
Novembro de 2010
JOSÉ EDUARDO GOMES DAGUANO

CONDIÇÕES DE SANEAMENTO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO


DE GUARATINGETÁ-SP.

Trabalho de Graduação apresentado


ao Conselho de Curso de Graduação
em Engenharia Civil da Faculdade
de Engenharia do Campus de
Guaratinguetá, Universidade
Estadual Paulista, como parte dos
requisitos para obtenção do diploma
de Graduação em Engenharia Civil.

Orientadores: Prof. Dr. Wellington Cyro de A. Leite

Guaratinguetá
Novembro de 2010
Daguano, José Eduardo Gomes
D128c Condições de saneamento ambiental no município de Guaratinguetá-
SP. / José Eduardo Gomes Daguano – Guaratinguetá : [s.n], 2010.
63 f. : il.
Bibliografia : f. 61-63

Trabalho de Graduação em Engenharia Civil – Universidade


Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2010.
Orientadores: Prof. Dr. Prof. Dr. Wellington Cyro de Almeida Leite

1. Guaratinguetá - Saneamento 2. Meio ambiente I. Título

CDU 628
DADOS CURRICULARES

JOSÉ EDUARDO GOMES DAGUANO

NASCIMENTO 15.12.1987 – ASSIS / SP

FILIAÇÃO José Carlos Daguano


Márcia Cristina Gomes Daguano

2006/2010 Curso de Graduação


Engenharia Civil, Universidade Estadual
Paulista – UNESP – Campus de Guaratinguetá.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a minha família, em especial a minha mãe Márcia


pelo apoio incondicional aos meus estudos, pelo carinho, amor e amizade de
sempre, e ao meu pai José Carlos pela compreensão nos momentos de dificuldade,
o amor distante mas sempre presente, ao orgulho em me chamar de filho e
principalmente pelo apoio em todas as minhas decisões tomadas ao longo destes
cinco anos de graduação. É bom relembrar e reviver os momentos de alegria e
risadas com meus três irmãos, Felipe, sempre com bons conselhos. Gabriel com
toda a sua paciência e observação, surgindo com um ponto de vista sempre
diferente do comum, e ao caçula André, em quem revejo muitas atitudes da
minha infância, além disso sua amizade e honestidade sempre me cativaram.
Todos foram fundamentais para que eu pudesse concluir minha formação e
vencer meus desafios, principalmente nas horas em que mais precisei.

À minha namorada Gisele, que nesses quase quatro anos de namoro não
poupou amor, companheirismo e amizade, tornando-se mais do que uma
namorada, mas uma compania inseparável.

Aos professores e funcionários do campus, que me deram condições para


que eu pudesse cursar a faculdade.

Aos colegas de curso e amigos da república estudantil que sempre nos


momentos de tensão tinham um bom motivo para relaxar e descontrair.

Ao meu orientador Prof. Dr. Wellington Cyro de Almeida Leite, pelo


suporte, a assistência e ajuda nos momentos que precisei para a realização deste
trabalho.
DAGUANO, J. E. G. Condições de Saneamento Ambiental no Município de
Guaratinguetá – SP. 2010. 121 f. Trabalho de Conclusão de Curso (em Engenharia
Civil) – Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá, Universidade Estadual
Paulista, Guaratinguetá, 2010.

RESUMO

Durante o estudo levantou-se dados sobre as condições do saneamento ambiental no


município de Guaratinguetá/SP abordando 3 tópicos principais:
• Abastecimento de Água;
• Coleta e Tratamento de Esgotos Sanitários;
• Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos Domiciliares.
Com base nas informações levantadas foram feitas algumas considerações e
recomendações que poderiam auxiliar na eficiência do sistema empregado e melhoria
das condições do saneamento ambiental vigente.

PALAVRAS-CHAVE: Saneamento Ambiental. Guaratinguetá.


ABSTRACT

During the study arose data on the conditions of environmental sanitation in the city of
Guaratinguetá / SP addressing three main topics:
• Water Supply;
• Collection and Treatment of Sewage;
• Management and Solid Waste Management Household.
Based on information obtained were some comments and recommendations that could
help the efficiency of the employee and improve the conditions of environmental
sanitation regulations.

KEYWORDS: Environmental Sanitation. Guaratinguetá


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Captação ribeirão Lemes..........................................................................24


FIGURA 2 - Captação ribeirão Guaratinguetá..............................................................25
FIGURA 3 - Vista geral da ETA...................................................................................26
FIGURA 4 - Decantadores da ETA...............................................................................27
FIGURA 5 - REL-7......................................................................................................29
FIGURA 6 – Reservatório 2..........................................................................................29
FIGURA 7 – REL-3......................................................................................................29
FIGURA 8 – Reservatório 5..........................................................................................30
FIGURA 9 - Vista do R6 exposição e EEAT6..............................................................30
FIGURA 10 - Cento reservação Chácaras Patury.........................................................30
FIGURA 11 - Vista geral do sistema Alto São João.....................................................30
FIGURA 12 - Reservatório R8......................................................................................31
FIGURA 13 - Reservatório R9......................................................................................31
FIGURA 14 - Reservatório R10....................................................................................31
FIGURA 15 – EAT7.....................................................................................................31
FIGURA 16 - Reservatório R11....................................................................................31
FIGURA 17 - Reservatório R14....................................................................................32
FIGURA 18 - Reservatório Jardim Santa Luzia............................................................32
FIGURA 19 - Reservatório Parque Santa Clara............................................................32
FIGURA 20 - Reservatório Vila dos Comerciários......................................................33
FIGURA 21 - Reservatório da Vila Municipal.............................................................33
FIGURA 22 - Vista geral do reservatório Pingo de Ouro.............................................33
FIGURA 23 - Vista geral do poço do sistema Montes Verdes.....................................34
FIGURA 24 - Reservatório Parque das Garças.............................................................34
FIGURA 25 - Reservatório Los Angeles......................................................................34
FIGURA 26 - Reservatório Vila Ofélia.........................................................................35
FIGURA 27 - Reservatório Engenho D’Água..............................................................35
FIGURA 28 - Reservatório Morro Frio.........................................................................35
FIGURA 29 - Esquema do sistema de abastecimento atual da área urbana de
Guaratinguetá................................................................................................................42
FIGURA 30 - Esquema do sistema de abastecimento proposto da área urbana de
Guaratinguetá................................................................................................................43
FIGURA 31 - CAB-Guaratinguetá................................................................................46
FIGURA 32 - ETE Campo do Galvão..........................................................................47
FIGURA 33 - ETE Vila Bela........................................................................................47
FIGURA 34 - Canal de entrada do tanque de aeração..................................................48
FIGURA 35 - Tanque de aeração..................................................................................48
FIGURA 36 - Tanque de decantação............................................................................49
FIGURA 37 - Esquema de um aterro sanitário.............................................................53
FIGURA 38 - Localização do atual Parque Ambiental , antigo “Lixão de
Guaratinguetá”...............................................................................................................54
FIGURA 39 - Vista aérea do atual Parque Ambiental , antigo “Lixão de
Guaratinguetá”...............................................................................................................56
FIGURA 40 - Entrada do Parque Ambiental................................................................57
FIGURA 41 - Vista geral do Parque Ambiental …......................................................57
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Economias Por Categoria........................................................................22


TABELA 2 - Finalidade do tratamento de água............................................................25
TABELA 3 - Rede de Distribuição...............................................................................36
TABELA 4 - Plano de controle de perdas futuras.........................................................41
TABELA 5 - Disposição dos resíduos sólidos coletados nas cidade............................52
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Produção de resíduos sólidos no ano de 2000..............................54


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas


ANF – Água Não Faturada
CETESB-Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
CNEN-Comissão Nacional de Energia Nuclear
EEAB-Estação Elevatória de Água Bruta
EEAT-Estação Elevatória de Água Tratada
EEE-Estação Elevatória de Esgoto
ETA-Estação de Tratamento de Água
ETE-Estação de Tratamento de Esgoto
IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IQR-Índice de Qualidade de Resíduos
IQSA-Índice de Qualidade do Abastecimento de Água
PPP-Parceria Público-Privada
REL-Reservatório ElevadoSAEG-Serviço de Água, Esgoto e Resíduos de
Guaratinguetá
TRFAI-Total de Reclamações de Falta de Água Imprevistas
TLA-Total de Ligações de Água
SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO.....................................................................................................16
2 – OBJETIVO............................................................................................................18
3 - MATERIAIS E METODOS.................................................................................19
4 - CARACTERÍSTICAS DO SANEAMENTO AMBIENTAL DE
GUARATINGUETÁ/SP.............................................................................................20
4.1 Abastecimento de Água...........................................................................................20
4.2 Captação..................................................................................................................22
4.3 Tratamento...............................................................................................................25
4.4 Reservação...............................................................................................................28
4.5 Distribuição.............................................................................................................36
4.6 Perdas......................................................................................................................38
4.7 Perspectivas Futuras................................................................................................39
4.7.1 Plano de Metas Quantitativo................................................................................39
4.7.2 Hidrometração......................................................................................................39
4.7.3 Plano de Metas Qualitativo..................................................................................39
5 COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTOS
SANITÁRIOS..............................................................................................................44
5.1 Histórico e Porcentagem da População Atendida...................................................44
5.2 Sistemas de Tratamentos Existentes e Empregados................................................46
5.3 Lodos.......................................................................................................................47
5.4 Perspectivas Futuras................................................................................................49
6 GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
DOMICILIARES........................................................................................................50
6.1 Classificação............................................................................................................50
6.2 Cenário Atual Brasileiro...................................................................... ...................51
6.3 Lixão e Aterro Sanitário..........................................................................................52
6.4 Cenário do descarte de resíduos sólidos domiciliares no município.......................53
6.5 Parque Ambiental....................................................................................................55
6.6 Coleta seletiva e cooperativa de reciclagem............................................................57
6.7 Perspectivas Futuras................................................................................................58
7 CONCLUSÃO..........................................................................................................59
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................61
16

1 INTRODUÇÃO

Saneamento ambiental engloba vários quesitos entre ações de caráter tecnico-


cientifico bem como aspectos socioeconômicos que procuram melhorar constante e
crescentemente os níveis de salubridade da população como um todo,
fundamentalmente na área da saúde pública, sendo esta urbana ou rural.
Os parâmetros que formam o saneamento ambiental são:
• Abastecimento de água conforme os padrões de potabilidade vigentes;
• Manejo de esgotos sanitários, de água de chuvas (pluviais), resíduos
sólidos, emissões atmosféricas;
• Controle dos transmissores e reservatórios de doenças;
• Promoção Sanitária;
• Controle ambiental da utilização, bem como a ocupação do solo;
• Controle da poluição sonora (ruídos excessivos);
O município de Guaratinguetá pertence ao estado de São Paulo e está localizado
na região leste do mesmo conhecida como Vale do Paraíba, mais precisamente nas
coordenadas geográficas 22º48’45’’ de latitude sul e 45º11’34’’ de longitude oeste.
Caracteriza-se como uma típica cidade de interior com 111.322 habitantes segundo o
último censo realizado no ano de 2010 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística).
Os temas de pesquisa e estudo não englobam todos os aspectos do saneamento
ambiental, mas somente os que são pertinentes ao abastecimento de água, esgotamento
sanitário e manejo de resíduos sólidos, pois estes tópicos foram abordados durante o
curso de graduação de engenharia civil e um estudo de caso pertinente a esses temas
ainda não havia sido realizado. Estes foram dissertados segundo os tópicos
apresentados abaixo:
• Abastecimento de Água:
1. Porcentagem da população atendida;
2. Captação;
3. Sistemas de abastecimento;
17

4. Tratamento;
5. Armazenamento;
6. Distribuição;
7. Perdas;
8. Perspectivas futuras.

• Coleta e Tratamento de Esgotos Sanitários:


1. Porcentagem da população atendida;
2. Sistemas de tratamento existentes e empregado;
3. Lodos;
4. Perspectivas futuras.

• Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos Domiciliares:


1. Produção diária;
2. Coleta e transporte;
3. Destino final;
4. IQR;
5. Capacidade do aterro;
6. Coleta seletiva;
7. Campanhas educativas;
8. Perspectivas futuras.
18

2 OBJETIVO

A pesquisa objetivou desenvolver estudos sobre as condições do saneamento


ambiental no município de Guaratinguetá/SP.
19

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para execução deste estudo foi de essencial ajuda a infraestrutura utilizada da


FEG - UNESP (Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá) sendo esta formada pelo
polo computacional, biblioteca, bem como o auxilio do orientador Prof. Dr.
Wellington Cyro de A. Leite.
As informações obtidas foram fruto de pesquisa junto a Prefeitura Municipal de
Guaratinguetá, bem como da Companhia de Serviço de Água, Esgoto e Resíduos de
Guaratinguetá (SAEG-Guaratinguetá), onde foram levantadas bibliografias, realizou-
se entrevistas e reuniões técnicas com os responsáveis sobre cada setor para a obtenção
de dados anteriores e atuais referentes a cidade.
20

4 CARACTERISTICAS DO SANEAMENTO AMBIENTAL DE


GUARATINGUETÁ/SP

4.1 Abastecimento de Água.

A água é de grande importância para o desenvolvimento e manutenção da vida


terrestre, seja esta animal ou vegetal. As suas características físicas determinantes são
cor (referente geralmente a ocorrência de substância dissolvidas, em sua maioria
orgânicas), turbidez (decorrente de partículas sólidas em suspensão), sabor, odor e
temperatura. Já em níveis químicos, temos diversos fatores que influem na
caracterização da água, como:
• Salinidade: sais presentes na água, como bicarbonatos, cloretos, etc;
• Dureza: devido a ocorrência de carbonatos e bicarbonatos de magnésio e
cálcio, que dificultam a formação de espumas e provocam incrustações em
equipamentos que utilizam água;
• Alcalinidade;
• Agressividade: capacidade de corroer ou agredir outros elementos;
Desde o início das civilizações veem desenvolvendo-se acompanhando cursos e
leitos de rios, lagos, mares. Este recurso natural promove o desenvolvimento de toda
uma sociedade em termos sociais, econômicos e sanitários, um exemplo clássico de
uma grande civilização que desenvolveu-se as margens de um rio foi a civilização
egípcia, que era totalmente dependente do rio Nilo, e através deste foi capaz de criar e
fortalecer um grande império em um ambiente totalmente árido e inóspito.
Podemos citar inúmeros benefícios relacionados diretamente com o
abastecimento de água, como a melhoria na saúde e qualidade de vida de uma
comunidade, queda nos índices de mortalidade, principalmente a infantil, aumento da
expectativa de vida da população, diminuição da ocorrência de doenças relacionadas
com a água
21

Já nos aspectos econômicos, podemos afirmar que com um sistema de


abastecimento, é de maior facilidade a implantação e também melhoria na limpeza
pública, e sistemas de esgotos sanitários, aumento da produção no trabalho por parte
dos indivíduos economicamente ativos, diminuição dos gastos com saúde, tanto por
parte do governo tanto quanto de particulares, incentivo à instalação de indústrias que
dependem da água de qualidade como matéria-prima principal e também nos locais
onde pode desenvolver-se ecoturismo voltado para os meios aquáticos
O sistema de abastecimento de água é composto basicamente pela captação em
um manancial, adequação da sua qualidade em níveis ideais para o consumo humano
através de tratamentos pertinentes e posteriormente o seu transporte para utilização em
quantidades adequadas à necessidade da população. Portanto, podemos resumir um
sistema de abastecimento de água pelos processos e componentes listados abaixo:
• Manancial: local onde é feita a captação;
• Captação: composta por todos os equipamentos e estruturas utilizadas
para a tomada de água do manancial;
• Adução: refere-se tanto ao transporte de água a partir do manancial
quanto o de água já tratada;
• Tratamento: processo em que adequa-se as características físicas,
químicas, bacteriológico e organolépticas (referentes as características correlacionadas
com os sentidos, como gosto e cheiro) com finalidade de torná-la própria para o
consumo humano;
• Reservação: armazenamento de água para garantir diversos fatores entre
eles continuidade no abastecimento, níveis mínimos de pressão na rede;
• Elevação: não é necessária em todo sistema de abastecimento de água, é
utilizados apenas quando a água deve ser transportada para locais distantes ou mais
altos, é formada por bombas de recalque;
• Distribuição: transporte da água até os pontos de consumo.
A comunidade do município de Guaratinguetá é atendida praticamente em sua
totalidade pelo abastecimento, próximo dos 100% da população inclusa na área urbana
e seus pequenos conjuntos nas áreas rurais da cidade, como podemos citar os bairros
Pedrinha e Rocinha, que se encontram mais afastados do centro urbano.
22

O SAEG estima que apenas 5% das economias não tem seu consumo medido, o
que confere dados próximos dos reais quanto ao número de economias cadastradas,
como podemos observar no quadro abaixo:

Tabela 1: Economias Por Categoria. Fonte: SAEG - JULHO/2008

TIPO NÚMERO DE ECONOMIAS

Residencial 34488

Comercial 2985

Industrial 52

Órgãos Públicos / Instituição 221

TOTAL 37745

4.2 Captação

O abastecimento de água é composto por várias etapas sendo a primeira a


captação que consiste na tomada de água junto ao manancial por dispositivos
responsáveis a destinar a água ao sistema de abastecimento. Geralmente está associada
juntamente com a captação um sistema de recalque, pois a cota altimétrica de
mananciais superficiais é menor do que o local a ser abastecido. Nesta etapa, são
observados fatores que influem na escolha da área, conhecida também como
manancial, seja este superficial ou subterrâneo.
No caso de captações superficiais, estas podem ser realizadas em rios, córregos,
lagos e reservatórios formados artificialmente (pelo homem) e alguns fatores são de
grande importância na escolha do local como:
• Dados hidrológicos;
• Vazões médias e mínimas durante o ano;
• Possíveis focos de contaminação;
23

• Geologia (verificação da existência de areia em suspensão) e flora da


região;
Na cidade, a captação é feita exclusivamente por mananciais de superfície, sendo
estes respectivamente um no ribeirão Guaratinguetá e outra no ribeirão Lemes.
O volume de água a ser captado e posteriormente tratado, varia em função de
diversos fatores que alteram a quantidade de água a ser consumida e utilizada pela
população, entre eles destacam-se:
• Clima: em locais em que as médias térmicas são mais elevadas,
consome-se mais;
• Hábitos e Nível Socioeconômico: quanto maior o poder aquisitivo, maior
será a presença de utensílios domésticos que utilizam água, como máquinas de lavar
roupa, lavadoras de louça, banheiras, piscinas particulares; etc.
• Natureza da Cidade: cidades com maior números de indústrias tendem a
utilizar mais água do que cidades residenciais ou dormitórios;
• Tamanho da Cidade;
• Medição: em locais onde não há a medição e consumo é calculado
referente a médias, a população tende a gastar mais,
• Pressão na rede: quanto maior a pressão na rede, maior será o volume
jorrado por uma abertura de mesma área;

A captação do ribeirão Lemes possui uma vazão estimada de 0,044m3/s, e como


este é um volume pouco significativo, fica responsável pelo abastecimento de bairros
pequenos e vilarejos rurais que se localizam ao longo da adutora. Localiza-se na serra
da Mantiqueira, em uma cota de 700m acima do nível do mar e a sua distância da ETA
(Estação de Tratamento de Água) é de 15 km. O sistema é antigo e data por volta de
1.897, a água é represada em um dique de enrocamento construído com concreto
ciclópico e a adução é feita lateralmente. Posteriormente a água é conduzida por
gravidade até um reservatório que possui capacidade para 240 m3.
24

Figura 1: Captação ribeirão Lemes, fonte: SAEG.

A captação do ribeirão Guaratinguetá localiza-se próxima à ETA, cerca de 400m,


as suas águas são captadas e recalcadas para a ETA através de uma estação elevatória
de água bruta (EEAB). A vazão estimada na captação é de 0,516m3/s, número bem
mais expressivo do que a do ribeirão Lemes, sendo assim, é a captação principal do
município. A água é represada por uma barragem de nível que possui a finalidade de
garantir um nível mínimo a montante e assegurar submersão permanente aos
componentes do sistema como canalizações e bombas. Com uma entrada lateral de
água a barragem conduz a água que sofre um gradeamento inicial para retenção de
materiais maiores (galhos, lixos descartados) para uma caixa de areia, responsável pela
retenção dos sólidos sedimentáveis. Logo após passar pela caixa de areia, a água é
direcionada a um local onde localizam-se os poços de sucção onde 4 bombas são
responsáveis por recalcar a água até a ETA.
25

Figura 2: Captação ribeirão Guaratinguetá, fonte: SAEG.

4.3 Tratamento

O tratamento da água é essencial para adequá-la em níveis aceitáveis de


potabilidade quando necessário. Há alguns casos em que não há necessidade de
tratamento, pois a água captada já encontra-se própria para o consumo, como nas
cidades de Roma e Madrid onde é feita apenas uma desinfecção para o controle de
microrganismos. Para que isto ocorra, torna-se necessário constantes exames
laboratoriais que indicarão a precisão ou não de medidas corretivas.
A purificação da água possui diversas finalidades, como higiênicas, estéticas e
econômicas.

Tabela 2: Finalidade do tratamento de água.

Finalidade: Contribui para:


• Remoção de bactérias, vírus,
• HIGIÊNICA protozoários e outros microrganismos;
• Redução do excesso de
impurezas e teores elevados de
materiais orgânicos;
26

• Correção da cor;
• ESTÉTICA • Correção da turbidez;
• Correção do odor;
• Redução da turbidez;
• Redução da corrosividade;
• ECONÔMICA • Redução da turbidez;
• Adequação do odor;
• Redução da dureza;
• Adequação da cor;

O tratamento das águas do ribeirão Lemes é realizado no próprio reservatório de


acumulação, onde se adicionam cloro e flúor.

Já o processo de tratamento das águas provenientes do ribeirão Guaratinguetá


envolve todo um processo que começa com a captação de cerca de 30 milhões de litros
de água bruta.

Figura 3: Vista Geral da ETA, fonte: SAEG.

A água captada é levada por canaletas até os tanques para a adição de sulfato de
alumínio e gás cloro, substâncias que reduzem a repulsão entre as pequenas partículas
presentes na água e assim dá-se o início do processo químico de floculação. Para a
27

mistura destas substâncias utiliza-se um misturador de energia hidráulica, no caso,


uma Calha Parshall.
Na Floculação deve-se fornecer energia moderada para que as impurezas da água
aglutinem-se com o sulfato formando flocos maiores, que serão mais facilmente
depositados por ação da gravidade nos decantadores. A ETA conta com floculadores
constituídos de 2 câmaras mecanizadas, estas por sua vez encontram-se instaladas em
série e utilizam paletas do tipo vertical para baixo.
A decantação torna-se então necessária a fim de se separar as partículas sólidas
que foram formadas, alterando-se assim a cor a turbidez da água. Nos decantadores o
movimento da água é tranquilo e evitam-se turbulências, ocorrendo a separação
dinâmica realizada através de decantação laminar. e posteriormente segue para os
filtros.

Figura 4: Decantadores da ETA, fonte: SAEG.

Na filtração a água passa por várias camadas filtrantes rápidas de fluxo


descendente que exercem diferentes ações:
• Primeira camada filtrante: contém areia e carvão antracitioso para torná-la
insípida.
• Segunda camada filtrante: contém pedras de várias granulações e serve para
filtrar a água.
28

• Terceira camada filtrante: nesta fase a água passa por vários bicos difusores
para a qualidade da filtração.

A água após ser filtrada, recebe cal para correção do PH, gás cloro para eliminar
as bactérias, e por último é fluoretada para auxiliar no combate as cáries.
A SAEG possuiu laboratório próprio, na estação de tratamento onde é feito o
controle de qualidade da água para atender aos padrões de potabilidade exigidos pela
Portaria 518 do Ministério da Saúde.
Após tratada e rigorosamente analisada, a água é armazenada em reservatórios,
de onde é distribuída para diversos pontos da cidade.

4.4 Reservação

A reservação possui a função de garantir a quantidade de água necessária no


abastecimento de uma comunidade bem como suas variações, pois no decorrer do dia
os volumes utilizados não sempre constantes. Com a reservação também pode-se
melhorar as condições de pressão e assim estabelecer “zonas de pressão” ideais para
cada setor da cidade, devemos também garantir o fornecimento de água suficiente para
situações emergenciais como grandes incêndios ou interrupções do sistema.
Em Guaratinguetá, após ser tratada a água é acumulada e armazenada em um
reservatório presente na própria ETA, onde posteriormente é bombeada para o
reservatório do Pedregulho e para um reservatório elevado também na ETA.
Devido a topografia acidentada da cidade fez-se necessário a utilização de
estações elevatórias e reservatórios espalhados pelos bairros, como os que são listados
e ilustrados abaixo:
• Reservatório e elevatórias da ETA (EEAT 1, EEAT2, EEAT7, REL-7);
29

• Setor Jardim Aeroporto (REL-7);

Figura 5: REL-7, fonte: SAEG.

• Setor Pedregulho e Centro ( reservatórios R2, R3, R4)

Figura 6: R2, fonte: SAEG.

• Setor São Dimas (REL-3, EAT3 SÃO DIMAS);

Figura 7: REL-3, fonte: SAEG.


30

• Setor Jardim Modelo (reservatório R5, EAT5 Jardim Modelo);

Figura 8: R5, fonte: SAEG.

• Setor Clube dos 500 (reservatório R6, EAT6A EXPOSIÇÃO, Cento


Reservação Chácaras Patury);

Figura 9: Vista do R6 Exposição e EEAT6, fonte: SAEG. Figura 10: Cento Reservação Chácaras
. Patury, fonte: SAEG.

• Setor São João (reservatórios R7, R8, R9, R10, EAT4, EAT5 São João);

Figura 11: Vista Geral do Sistema Alto São João, fonte: SAEG.
31

Figura 12: reservatório R8, fonte: SAEG. Figura 13: reservatório R9, fonte: SAEG.

Figura 14: reservatório R10, fonte: SAEG.

• Setor Tamandaré (reservatório R11, EAT7);

Figura 15: EAT7, fonte: SAEG. Figura 16: reservatório R11, fonte: SAEG.
32

• Setor São Francisco (reservatório R14);

Figura 17: reservatório R14, fonte: SAEG.

• Reservatórios Jardim Santa Luzia;

Figura 18: reservatório Jardim Santa Luzia, fonte: SAEG.

• Sistema Parque Santa Clara;

Figura 19: reservatório Parque Santa Clara, fonte: SAEG.


33

• Sistema isolado Vila do Comerciários;

Figura 20: reservatório Vila dos Comerciários, fonte: SAEG.

• Sistema isolado da Vila Municipal;

Figura 21: reservatório da Vila Municipal, fonte: SAEG.

• Sistema isolado do Pingo de Ouro;

Figura 22: vista geral do reservatório Pingo de Ouro, fonte: SAEG.


34

• Sistema isolado dos Montes Verdes;

Figura 23: vista geral do poço do sistema Montes Verdes, fonte: SAEG.

• Reservatório Parque das Garças;

Figura 24: reservatório Parque das Garças, fonte: SAEG.

• Sistema isolado Los Angeles;

Figura 25: reservatório Los Angeles, fonte: SAEG.


35

• Sistema isolado Vila Ofélia;

Figura 26: reservatório Vila Ofélia, fonte: SAEG.

• Sistema isolado Engenho D’Água;

Figura 27: reservatório Engenho D’Água, fonte: SAEG.

• Sistema isolado Morro Frio;

Figura 28: reservatório Morro Frio, fonte: SAEG.


36

4.5 Distribuição

Após o armazenamento a água é distribuída para consumo particular e público


através de canalizações e condutos. O conjunto de condutos forma a rede de
distribuição, e esta apresenta diversos tipos de traçado.
A rede de distribuição de Guaratinguetá possui diâmetro e material variável, pois
foi instalada conforme a expansão da própria ditava as novas necessidades. O traçado
da malha caracteriza-se pelo traçado misto, com a presença de malhas, grandes anéis e
ainda trechos que apresentam ramificação (trechos ramificados). As redes malhadas
são superiores quando há um interrupção do escoamento em um trecho, pois assim não
haverá problemas recorrentes nas áreas à jusante, diferentemente das redes
ramificadas.
Sua extensão é estimada em 350km, e a SAEG apresenta uma tabela com
material, o diâmetro e a extensão da rede de distribuição.

Tabela 3: Rede de Distribuição. FONTE: SAEG - JUNHO/2009

MATERIAL DIÂMETRO(mm) EXTENSÃO(m)

25 3480

32 8120

40 1095

FERRO 50 25050

GALVANIZADO 60 1670

75 2455

100 717

TOTAL 42587

PVC 25 2150

32 2790
37

40 220

50 3676

60 198569

75 5306

85 1697

110 25385

150 8459

200 3507

TOTAL 251759

50 2065

60 653

75 1488

100 10364
FERRO
125 1560
FUNDIDO
150 1565
(FºFº)
200 1850

250 31190

350 1437

400 2036

TOTAL 54208

AMIANTO 100 355

CERÂMICO 60 348

OUTROS 60 930

TOTAL 350187
38

4.6 Perdas

As perdas em um sistema sempre ocorrem, mas cabe a empresa de saneamento


responsável, no caso a SAEG-Guaratinguetá, controlá-las através de uma atividade
operacional eficiente pois sua receita estará diretamente ligada a este fato. Além disto
a água é hoje motivo de preocupação e sua escassez é cada vez mais temida.
Existem diferente tipos de perdas em sistemas públicos de abastecimento, como
as perdas físicas e as perdas não físicas. A diferença entre elas é que na primeira
situação, esta dá-se seja pelo vazamento ao longo da tubulação ou à utilização na
operação do sistema. Já nas perdas não físicas o água é consumida mas não é
contabilizada por diversos motivos como falhas e imprecisões dos hidrômetros,
ligações clandestinas, ligações não cadastradas, etc.
O SAEG-Guaratinguetá calcula que suas perdas girem em torno dos 35%, para
uma diminuição considerável deste número o grupo irá modernizar o parque de
hidrômetros atuantes e também dar continuidade na setorização e instalação de
válvulas de controle.

4.7 Perspectivas Futuras

O SAEG-Guaratinguetá possui um plano de metas quantitativo e outro


qualitativo.
39

4.7.1 Plano de Metas Quantitativo

Índice de Cobertura

“A meta é atender, do ano inicial ao final do projeto, um serviço universalizado, ou seja, para 100% das
edificações que venham a existir no município. Ressalta-se que o atendimento das metas deve respeitar as
condições limitantes descritas no item d a seguir.
d) condicionantes:
Dentro das áreas objeto deste plano, o atendimento da meta de cobertura estará condicionado a fatores
limitantes como:
• o de densidade mínima, que se define como o número de usuários mínimos por extensão de
rede distribuidora a ser atendida; ela será de 1 (uma) ligação ativa para cada 50 m (cinquenta metros); densidades
menores à indicada liberam o operador do compromisso de cobertura;
• o de áreas com impedimento: serão excluídas áreas que tenham impedimento legal e/ou
judicial de atendimento. ”

4.7.2 Hidrometração

“A meta será de 100% de ligações hidrometradas a partir do 3º ano, permanecendo até o final do Plano.”

4.7.3 Plano de Metas Qualitativo

Qualidade do Produto

“Os parâmetros e seus valores admissíveis regem-se pela portaria 518 do Ministério da Saúde, de
25/03/02004 ou qualquer outro instrumento legal que venha substituí-la.”
40

Qualidade do Abastecimento – continuidade e regularidade

“a) Definição:
A continuidade é definida como a não interrupção do fornecimento de água. Já a regularidade refere-se ao
fornecimento de água nas condições adequadas de pressão e quantidade.

b) Monitoramento
Será avaliado considerando as reclamações de falta de água, excluindo as situações nas quais se permite a
interrupção no fornecimento nos casos previstos na Lei Federal 11.445/07 (artigo 40), que disciplina as situações
de emergência, de manutenções e interrupções programadas e do inadimplemento do usuário.
O índice é um percentual de não conformidade da continuidade no fornecimento avaliado pelo número de
reclamações de falta de água imprevistas (excluídas as situações nas quais se permite a interrupção) por 1.000
(mil) ligações e excetuado as paradas programadas conforme a fórmula seguinte:

IQSA = (TRFAI / TLA) x 1000

onde:

IQSA - Índice de Qualidade do Abastecimento de Água;


TRFAI - Total de Reclamações de Falta de Água Imprevistas;
TLA – Total de Ligações de Água

c) Meta proposta
A meta é o percentual limite de 2,5% no 1º ano e até 1% nos anos
seguintes.”

Qualidade do Atendimento ao Usuário

“Seguem os prazos das seguintes solicitações:


- Ligação ou modificação de ramal de água: máximo de 96h (noventa e seis horas) em logradouro dotado
de rede;
- Ligação de água em logradouro sem rede: deverá ser comunicado ao Agente Regulador, que estipulará o
prazo e condições;
- Correção de leitura: máximo de 72h (setenta e duas horas);
41

- Aferição e troca de hidrômetro: máximo de 96h (noventa e seis horas);


- Mudança de valor da conta e de dados cadastrais: máximo de 60h (sessenta horas);
- Correção de vazamentos de água em ramais e redes menor que 100 mm: máximo de 48h (quarenta e oito
horas);
− Correção de vazamentos de água em redes igual ou acima de 150 mm e adutoras: máximo de 24h (vinte
e quatro horas).”

Eficiência do Serviço – controle de perdas

Tabela 4: Plano de controle de perdas futuras. Fonte: SAEG

ANO 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2020 2030 2039
Perda 35,00% 31,00% 29,00% 27,00% 26,00% 25,00% 25,00% 25,00% 25,00%
(ANF%)
42

Figura 29: Esquema do sistema de abastecimento atual da área urbana de Guaratinguetá, fonte:
SAEG.
43

Figura 30: Esquema do sistema de abastecimento proposto da área urbana de Guaratinguetá,


fonte: SAEG.
44

5 COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS.

Os resíduos líquidos ou esgotos sanitários segundo a NORMA NBR 9648


(ABNT 1986) são definidos como:
“Esgoto sanitário é o despejo líquido constituído de esgoto doméstico e
industrial, água de infiltração e a contribuição parasitária”.
Os esgotos sanitários são gerados em decorrência do abastecimento de água, e
inúmeros impactos são gerados a partir dele. Logo, a coleta e tratamento dos esgotos
sanitários é tão fundamental para a manutenção da qualidade de vida e saúde quanto o
próprio abastecimento de água, pois a principal causa da poluição dos mananciais é o
descarte dos esgotos sanitários sem o devido tratamento.
O sistema de coleta e tratamento de esgoto encaminha os resíduos liquidos para
um local estabelecido previamente, seus objetivos sanitários são:
• Coleta e remoção de águas residuárias;
• Eliminação da poluição do solo;
• Conforto do usuário;
• Melhores condições de salubridade;
• Diminuição da ocorrência de doenças;
• Redução da carga poluidora no lançamento nos corpos d'água;

Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS - “Cada dólar aplicado em


saneamento representa uma economia de quatro dólares em medicina curativa”.

5.1 Histórico e Porcentagem da População Atendida

A cidade de Guaratinguetá teve seu esgoto sanitário controlado até o ano de 1971
somente pela própria prefeitura, no caso pelo Departamento de Água e Esgoto da
Prefeitura Municipal de Guaratinguetá.
45

No ano de 1971 cria-se então o SAAEG (Serviço Autônomo de Águas e Esgotos


de Guaratinguetá) que funcionou até 2004. No ano de 2005, o órgão passa a ser
Serviço Autônomo de Águas, Esgotos e Resíduos de Guaratinguetá, e a situação era de
76% da população atendida com coleta de esgoto e apenas 12% de esgoto tratado,
havia ainda a condenação judicial de 20 anos para a universalização dos serviços
prestados.
Em 2007 elaborou-se o Plano de Saneamento Básico de Esgotamento Sanitário
do município de Guaratinguetá juntamente com o Plano de Investimentos do Sistema
de Esgotamento Sanitário do município de Guaratinguetá e ambos foram aprovados
tanto em Consulta quanto em Audiência Pública.
Como o Plano de Saneamento Básico de Esgotamento Sanitário apontou a
necessidade de mais de 45 milhões de reais em recursos para atender à universalização
dos serviços, quantia a qual a prefeitura era incapaz de destinar ao setor optou-se em
2008 por uma Parceria Público-Privada, PPP, onde através de uma Concorrência
Pública a empresa CAB sagrou-se vencedora da licitação.
A CAB-Guaratinguetá possui um prazo de 30 anos para atender a universalização
dos serviços e os objetivos e metas do contrato fornecidas pelo CAB-Guaratinguetá
são:
• Coleta, tratamento de esgotos sanitários e disposição do lodo;
• Investimentos necessários para a universalização do sistema;
• Assunção de todo o sistema operacional existente incluindo redes,
elevatórias, ETE’s (Estação de Tratamento de Esgoto) e demais atividades
correlacionadas ;
Criou-se a Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços de Água, Esgoto e
Resíduos (ARSAEG) que como o nome já diz regula e fiscaliza os serviços prestados
pelo CAB-Guaratinguetá.
Atualmente 85% da população possui esgoto coletado e 29% da população
atendida possui seu esgoto tratado.
46

Figura 31: CAB-Guaratinguetá, fonte: CAB-Guaratinguetá.

5.2 Sistemas de Tratamentos Existentes e Empregados.

O esgoto sanitário é formado normalmente pela água descartada em atividades de


higiene diárias como escovar os dentes, tomar banho, lavar louças, roupas, descargas,
denominados assim esgotos domésticos. Já os esgotos pluviais são aqueles de origem
da água coletada das chuvas e o esgoto constituídos do descarte das industrias é o
esgoto industrial.
O tratamento do esgoto é de extrema importância, tanto para a saúde pública
quanto para o bem estar do meio ambiente.
O esgoto sanitário contem inúmeras bactérias patológicas, resíduos tóxicos e
microrganismos responsáveis pela proliferação de outras bactérias, fungos e vírus
transmissores de enfermidades.
Já no quesito ambiental, as substâncias presentes no esgoto doméstico podem
causar consequências catastróficas como por exemplo: a morte de milhares de peixes
pela diminuição da concentração do oxigênio dissolvido causada pela matéria orgânica
presente no esgoto. Além disto, há o escurecimento da água, liberação de odores
fétidos, crescimento acelerado de algas danosas ao corpo d’água (eutrofização pela
presença de nutrientes), e na presença de detergentes há a formação de grandes
volumes de espuma nos locais de maior velocidade de escoamento da água.
47

O esgoto coletado no município de Guaratinguetá é transportado para as Estações


Elevatórias de Esgoto (EEE) através de redes coletoras. Nas EEE o esgoto é bombeado
para as ETEs:
• ETE Campo do Galvão, capacidade de 25l/s;

Figura 32: ETE Campo do Galvão, fonte: CAB-Guaratinguetá.

• ETE Vila Bela, capacidade de 25l/s;

Figura 33: ETE Vila Bela, fonte: CAB-Guaratinguetá.

• ETE Pedrinha, capacidade 1l/s;

5.3 Lodos

O processo utilizado no tratamento do esgoto é o conhecido como lodos ativados.


Inicialmente o esgoto sofre um gradeamento e passa por uma caixa de areia para a
retensão do material mais grosseiro. Logo após, é medida a quantidade de esgoto que
passa pelo canal de entrada.
48

Figura 34: Canal de entrada do tanque de aeração, fonte: CAB-Guaratinguetá.

Em uma segunda etapa, já no tanque de aeração, o esgoto sofre o tratamento


biológico com o lodo ativado, que consiste na oxidação da matéria orgânica através
dos microrganismos presentes no sistema.

Figura 35: Tanque de aeração, fonte: CAB-Guaratinguetá.

Após o tratamento a mistura vai para um outro tanque, o de decantação onde a


parte líquida é separada da parte sólida e retorna ao Corpo Receptor. Já a parte sólida,
ou seja, o lodo produzido no processo, fica armazenada no fundo do tanque de
decantação é recolhida e reutilizada novamente.
49

Figura 36: Tanque de decantação, fonte: CAB-Guaratinguetá.

5.4 Perspectivas Futuras

O CAB-Guaratinguetá deverá atender a universalização dos serviços prestados,


seu contrato é de 30 anos e a PPP possui um plano de metas definido como segue
abaixo:
• População com 100% de esgoto coletado em 2020;
• População com 100% de esgoto coletado tratado em 2024;
• Atendimento a todos os quesitos da universalização dos serviços de
saneamento;

A empresa também prevê a realização de algumas obras como a substituição de


redes antigas e danificadas, adequação das ETEs existentes, construção de novas redes
coletoras, linhas de recalque, estações elevatórias de esgoto e construção de 2 estações
de tratamento de esgoto e execução de 3 fases da ETE Pedregulho, completando assim
4 fases previstas em seu projeto.
50

6 GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS


DOMICILIARES.

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas -


ABNT:
“Resíduos sólidos são resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividades da
comunidade, de origem: industrial, doméstica, de serviços de saúde, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição. Consideram-se também resíduos sólidos os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água,
aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpo d'água, ou exijam para
isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível” (ABNT, 1987)

6.1 Classificação

• URBANOS: - resíduo domiciliar, gerado nas residências;


- resíduo comercial, gerado por estabelecimentos comerciais
como escritórios, supermercados, entre outros;
- resíduo de serviço, gerado por serviços públicos ou não, como
varrição das vias públicas, limpeza de terrenos, entre outros.
• INDUSTRIAIS: são os resíduos gerados pelos mais variados tipos de
industrias e são ainda classificados em 3 tipos de acordo com os riscos oferecidos. Os
resíduos classe I são classificados como perigosos, os resíduos classe II são tidos
como não perigosos e são classificados como classe II-A (não inertes) e classe II-B
(inertes).
• SERVIÇOS DE SAÚDE: são os resíduos provindos de todos os
segmentos que lidam com tratamentos de saúde em geral, como hospitais a clínicas
veterinárias, bem como clínicas odontológicas e assim por diante. São divididos em 2
grupos, os resíduos comuns que nada mais são do que resíduos semelhantes aos
domiciliares como resto de alimentos, papéis, embalagens, entre outros. Já os resíduos
classificados como sépticos são os que necessitam de certo cuidado em seu manuseio
devido ao potencial de contaminação, nesta classe podemos citar seringas, agulhas,
51

restos de salas de cirurgia, etc. Os resíduos provenientes de portos, aeroportos,


terminais rodoviários e ferroviários também entram na classificação de resíduos
sépticos pois há a possibilidade de conter vetores de transmissão de organismos
patogênicos como materiais de higiene pessoal e de uso pessoal, o que pode
transportar doenças provenientes de outras localidades.
• AGRÍCOLAS: compreendem todos os resíduos gerados no campo, como
restos de ração, esterco animal, embalagens de adubos e pesticidas. A grande
preocupação é justamente com os agrotóxicos que podem causar danos gravíssimos
tanto ao meio ambiente quanto a população.
• ENTULHO: nesta categoria encontram-se todos os rejeitos originados na
construção civil como blocos e tijolos danificados, pedaços de barra de aço, fios,
conduítes, tubulação, etc.
• RADIOTIVOS: vindos em sua maioria de combustíveis nucleares, é de
responsabilidade exclusiva da CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear.

No presente estudo abordamos somente os resíduos sólidos domiciliares,


classificados como resíduos urbanos.

6.2 Cenário Atual Brasileiro

É muito comum em nosso país o antigo costume de se descartar o lixo em


terrenos baldios ou longínquos, sem nenhum controle ou cuidado. Este fato evidência
esta grave negligência a saúde pois a contaminação de todos os meios (solo, ar e águas
superficiais ou subterrâneas), tornando-se um grande vetor para doenças patológicas
aos seres humanos, trazendo consigo ainda problemas de ordem econômica e política
para os órgãos públicos.
52

Tabela 5: Disposição dos resíduos sólidos coletados nas cidades brasileiras. Fonte: Lopes (2003)

Unidades de Destinação Final Grandes Regiões, Unidades da


do Lixo Coletado Federação, Regiões Metropolitana e
Municípios das Capitais (Brasil)

Vazadouro a céu aberto 5993

Vazadouro em áreas alagadas 63

Aterro controlado 1868

Aterro sanitário 1452

Aterro de resíduos especiais 810

Usina de compostagem 260

Usina de reciclagem 596

Incineração 325

TOTAL 8381

6.3 Lixão e Aterro Sanitário

É conveniente diferenciar “lixão” de aterro sanitário neste momento. Podemos


dizer que nos lixões os resíduos são descartados sem que haja nenhuma ou pouca infra
estrutura, sendo assim o local torna-se um local apto a desenvolver todos os tipos de
doenças e vetores patológicos extremamente perigosos ao bem estar dos seres
humanos.
Já no caso de um aterro sanitário é exatamente o contrário, “um aterro sanitário é
uma obra com infraestrutura para a deposição controlada de resíduos acima ou abaixo
da superfície natural” (DL 239/97). Em um aterro os resíduos são cobertos com
camadas de terra após cada despejo, os líquidos e gases produzidos são coletados e
drenados por estruturas específicas sofrendo assim um grande controle. Para que isto
ocorra utilizam-se 2 camadas impermeabilizantes, uma sendo uma barreira geológica
53

(natural ou implantada artificialmente) e a segunda é composta por uma membrana de


impermeabilização geotêxtil e geomembrana. Com essas duas camadas garante-se em
sua totalidade que os aquíferos ou lençóis freáticos subterrâneos não sejam
contaminados com chorume.

Figura 37: Esquema de um Atero Sanitário, fonte: SAEG.

6.4 Cenário do descarte de resíduos sólidos domiciliares no município.

E no município de Guaratinguetá não era diferente, a cidade apresentava o


circuito mais comum encontrado na maioria das cidades brasileiras, as atividades do
início ao fim de todo o processo resumiam-se às atividades de acondicionamento,
coleta regularmente, transporte e despejo final em local inapropriado.
54

Figura 38: Localização do atual Parque Ambiental , antigo “Lixão de Guaratinguetá”, fonte:
Google Maps.

Até o ano de 2005 o cenário presente no descarte de resíduos sólidos domiciliares


era um “lixão” a céu aberto, localizado na Estrada Rafael Américo Ranieri, no bairro
Santa Luzia. Este encerrou suas atividades neste ano pois no ano de 1998 o governo
municipal assinou o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) onde estava explicitado
que a partir do ano de 2006 os resíduos sólidos domiciliares não poderiam mais ser
descartados naquela área e além disto, deveria ser executado um projeto para a
recuperação do local.

Quadro 1: Produção de resíduos sólidos no ano de 2000, fonte: Prefeitura Municipal de


Guaratinguetá.

OS RESÍDUOS SÓLIDOS EM GUARATINGUETÁ

Quantidade de lixo (orgânico e reciclável) coletado no município.

Coleta Diária 50 ton/dia

Coleta Anual 125000 ton/ano

Estimativa de material reciclável produzido no município.

Coleta Diária Entre 10 e 12 ton/dia

Coleta Anual 3125 ton/ano


55

Neste ano a prefeitura e suas secretarias julgam conveniente que o SAAEG fique
responsável pelos serviços referente ao lixo.
Haviam alguns catadores habitando o próprio local, o que inferia àqueles
indivíduos grandes riscos a saúde. A nota aferida pela CETESB (Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo) era de 4,2 e para agravar o problema uma grande
inadimplência ocorria no pagamento da taxa cobrada pelos serviços, cerca de 70% dos
contribuintes não pagavam a taxa.
Com o fechamento do “Lixão de Guaratinguetá” o lixo passa a ser levado para a
cidade de Cachoeira Paulista por um período de 2 anos em um aterro sanitário com
nota 10 fornecida pela CETESB, referente ao excelente IQR (Índice de Qualidade de
Resíduos). O Índice de Qualidade de Resíduos (IQR) dá notas de zero a dez aos
aterros, que classificam os equipamentos públicos como inadequados, controlados e
adequados.

6.5 Parque Ambiental

No local do lixão foi construído o Parque Ambiental do município, onde houve a


retirada de grande parte do lixo, houve uma proteção com geomembrana de PAD
(Polietileno de Alta Densidade) que foi aterrada, em seguida, houve a instalação de
coletores horizontais e verticais, o lixo retirado foi recolocado, outra cama de solo
colocada por cima, compactação e construção do Parque Ambiental.
As tubulações horizontais são responsáveis por coletar 100% do chorume,
proveniente da decomposição de todo o tipo de material descartado naquele local, que
é armazenado em 3 tanques. Posteriormente, o CAB coleta este chorume e o trata.
Futuramente estas piscinas serão interligadas a rede coletora de esgotos e será enviada
diretamente para a ETE municipal.
As tubulações horizontais em conjunto com as verticais são responsáveis pela
coleta e liberação do metano produzido pela decomposição do lixo. Inicialmente
tentou-se queimar o que era produzido mas não houve exito pela baixa produção.
56

O processo de construção do Parque Ambiental teve início no ano de 2001 e foi


finito no dia 16 de Dezembro de 2006, hoje conta com programas de conscientização
sobre a importância da reciclagem, oferecendo semanalmente um seminário
explicativo sobre os produtos recicláveis e como a população pode ajudar separando os
materiais para a coleta seletiva.

Figura 39: Vista aérea do atual Parque Ambiental , antigo “Lixão de Guaratinguetá”, fonte:
Google Earth.

Os serviços passaram a ser executados pela empreiteira PAJOAN, contratada


após vencer licitação pública. Ficou estabelecido que a empresa contratada seria
responsável pela construção de uma estação de transbordo e também recuperar o local
construindo o Parque Ambiental.
Posteriormente a PAJOAN tornou-se VSA (Vale Soluções Ambientais) e
continua a executar o serviço visto que o município ainda não possui e muito menos
encontra-se em obras para a construção de um aterro sanitário.
57

Figura 40: Entrada do Parque Ambiental , autor: Celso Carpinetti.

Figura 41: Vista geral do Parque Ambiental , autor: Celso Carpinetti.


Ainda no ano de 2006 a taxa do lixo passa a ser cobrada junto a conta de água e
por consequência a inadimplência cai drasticamente para 2%, no ano seguinte
estrutura-se uma cooperativa de catadores e a concessão da coleta seletiva à mesma.

6.6 Coleta seletiva e cooperativa de reciclagem

Segue trecho na íntegra de reportagem publicada pela prefeitura do município em


seu site na data de 06/07/2009:
“...em três dias da semana é coletado o lixo orgânico e em outros três dias é
coletado o lixo reciclável - papel, plástico, vidro e metais. Um dia, os munícipes
devem levar para a porta o lixo úmido (não reciclável), no dia seguinte, o material seco
58

(papel, plástico, metal). O primeiro será recolhido pela SAEG e enviado para o aterro
sanitário e o segundo, coletado pela Cooperativa "Amigos do Lixo", será separado e
vendido, para sustento das famílias dos agentes ambientais da Cooperativa.”
Atualmente a prefeitura ajuda indiretamente os colaboradores com subsídios
como o espaço, caminhões, combustível, entre outros meios e equipamentos
necessários para a realização do trabalho, pois o que consegue-se tirar da reciclagem
não é suficiente para bancar o custo, e muito menos obter lucro. Portanto podemos ver
este programa municipal com uma forma de programa social municipal, visto que o
que é “lucrado” com a venda dos materiais para reciclagem é dividido entre os
membros cooperados. O número corrente de cooperados são 41 pessoas, recebem em
média 510 reais referentes a venda dos materiais recicláveis ali vendidos e a prefeitura
também fornece uma cesta básica individual. A cooperativa recebe semanalmente
visitas dos alunos da rede pública, explicando melhor o funcionamento do processo de
reciclagem.

6.7 Perspectivas Futuras

Em entrevista com Eng. de Produção Leandro Betoni, formado pela Unesp de


Guaratingetá, responsável técnico pelo parque ambiental bem como todo o processo de
descarte dos resíduos do município, nos foi informado que até os dias de hoje os
resíduos sólidos domiciliares são enviados ao aterro sanitário da cidade de Cachoeira
Paulista, o que custa aos cofres do município cerca de quatrocentos mil reais por mês.
Há a vontade de construção de um aterro próprio, porém não há licitações e nem
projetos para a criação e instalação de um aterro sanitário municipal.
59

7 CONCLUSÃO.

Ao nos deparamos com o quadro apresentado pelo município de Guaratinguetá


referentes aos temas abordados, podemos dizer que a cidade apresenta níveis
insatisfatórios de qualidade, principalmente em relação ao descaso com a necessidade
de construção de um aterro sanitário municipal.
No que compete ao abastecimento de água da cidade podemos notar que toda a
cidade é atendida, com abastecimento constante e ininterrupto. O tratamento por sua
vez é devidamente executado e monitorado, garantindo assim ótimos níveis de
potabilidade para a população. Porém algumas partes do sistema de distribuição são
muito antigos e sendo assim mais propensos a darem problema, fora os vazamentos
existentes em tubulações tão antigas. É necessário um programa para identificação e
reparo destes dutos antigos e também a substituição e modernização dos mesmos.
Já no caso da Coleta e Tratamento de Esgotos Sanitários é notável que muito foi
feito, mas ainda há muito o que se fazer. O TAC acaba por “vigiar” os compromissos
assumidos pelo CAB – Guaratinguetá na PPP (Parceria Público-Privada ), que assumiu
o compromisso de coletar e tratar 100% do esgoto no ano de 2024.
Os resíduos sólidos domiciliares são o caso mais crítico do município, que gasta
uma quantia onerosa ao município para descartar seus rejeitos no aterro sanitário da
cidade de Cachoeira Paulista, que por sua vez terá sua capacidade esgotada e, se os
governantes não apresentarem soluções para este problema, teremos um grave
problema na cidade. Já era para termos algum estudo preliminar para a construção de
um aterro na cidade, mas a câmara dos vereadores da cidade votou contra a instalação
do mesmo na cidade, entendendo como algo ruim para a imagem do município, como
se trata-se de um antigo “lixão”, não sendo capaz de discernir entre aterro sanitário
controlado e um “lixão a céu aberto”.
Em entrevista com Eng. de Produção Leandro Betoni, diretor técnico do parque,
nos foi informado que em audiência com os vereadores sobre uma possível
viabilização de um aterro sanitário para a cidade o pedido foi vetado pois segundo ao
entender da câmara isto seria ruim para a cidade. Porém, ele mesmo pretende expor
60

melhor o tema aos vereadores e habitantes, e como parte disto elaborar e viabilizar um
projeto da construção, instalação e manutenção de um aterro sanitário totalmente
controlado, resolvendo assim este grande problema que o município apresenta.
O saneamento ambiental no município de Guaratinguetá é insatisfatório, tratando
o problema ambiental com certo descaso a responsabilidade que lhe é devidamente
reservada. Assim fica a cargo dos representantes políticos e da população reinvindicar
o mais brevemente possível um descarte de resíduos sanitariamente controlado e
eficiente para a cidade sem que haja dependência do transporte dos resíduos, a fim de
evitar-se uma crise sanitária no municipio, explicitando assim a necessidade e
importância de um aterro sanitário municipal.
61

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANDREADE, J. B. Notas de Aula – Saneamento Básico – Sistema de


Abastecimento de Água. Universidade Católica de Goiás.

BABITT, H. E.; DOLAND, J. J; CLEASBY, J. L. Abastecimento de Água.


Tradução: Zadir Castelo Branco, São Paulo, Edgard Bluncher, 1976.

BASOL, L. J.e ABREU, R. M. Tratamento de águas residuárias. In: Recuperação


da Qualidade das Águas. São Paulo: CETESB- Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental, 1988.

Brasil. Ministério das Cidades. Dimensionamento das Necessidades de


Investimentos para a Universalização dos Serviços de Abastecimento de Água e
de Coleta e Tratamento de Esgotos Sanitário no Brasil. 2003. Relatório.

Brasil. Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano – SEDU. Programa de


Modernização do Setor de Saneamento - PMSS. Diagnóstico dos Serviços de Água
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