ADAPTAÇÃO DO PROCESSO LOGÍSTICO NA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA:

Adequação de Recursos para Atender novos Projetos

Clayton Florenzano Barbosa dos Reis1, Vilma da Silva Santos2, Edson Aparecida de
Araújo Querido Oliveira3
1
Pós-graduando do MBA Gerência de Logística Integrada e Operações - Programa de Pós-graduação em
Administração - Universidade de Taubaté – Rua Visconde do Rio Branco, 210 Centro - 12020-040 - Taubaté
- SP - Brasil – cfbreis@ig.com.br
2
Professora do Programa de Pós-graduação em Administração - PPGA - Universidade de Taubaté – Rua
Visconde do Rio Branco, 210 Centro - 12020-040 – Taubaté/SP – vilma70@gmail.com
3
Orientador - Programa de Pós-graduação em Administração - PPGA - Universidade de Taubaté – Rua
Visconde do Rio Branco, 210 Centro - 12020-040 – Taubaté/SP – edson@unitau.br

Resumo - Este artigo descreve um estudo de caso de uma empresa do setor de autopeças para a Indústria
Automobilística que fornece peças para as montadoras FORD, GM, FIAT e VW. O segmento produtivo da
empresa é usinagem de peças de transmissão, suspensão e motores. Serão detalhados diversos aspectos
da mesma, incluindo seu histórico, missão e política. O estudo terá por base as transformações na área
logística e apresentará as mudanças de processos realizadas no setor por meio da aplicação de tecnologia
da informação para atender às exigências dos novos contratos. Estas transformações atingiram as
operações de armazenagem, qualificação de pessoas e adequação da estrutura física, ordenando intenso
trabalho em curto prazo para atendimento dos novos clientes. O estudo de caso tem como objetivo
demonstrar que a aquisição de novos negócios exige características especiais de controle dos níveis de
serviços logísticos, devido à complexidade dos processos. Percebe-se que o atendimento às diferentes
montadoras implica em transformação de todo o processo logístico, refletindo em necessidade de
mudanças culturais e estruturais. Através do caso analisado, nota-se a importância da tecnologia para o
controle dos processos logísticos e do efetivo envolvimento das pessoas nas ações planejadas.

Palavras-chave: Tecnologia da Informação. Sistemas Logísticos. Qualificação de Pessoas. Armazenagem.

Área do Conhecimento: III - ENGENHARIAS.

significativamente devido à complexidade das

INTRODUÇÃO
Este artigo descreve um estudo de caso de
uma empresa do ramo automotivo, localizada no
Vale do Paraíba, e receberá simbolicamente o
nome de empresa Alfa Taubaté. Durante anos a
empresa Alfa Taubaté manteve seu negócio sem
evolução, priorizando redução de custos para
alcançar resultados financeiros.
Diante da finalização dos negócios pela
montadora que representava maior participação
do faturamento, ocorreu a grande possibilidade de
demissões em massa, perda de mercado e outras
repercussões negativas.
Diante deste cenário, para evitar as
demissões e manter sua participação no mercado,
a empresa Alfa se viu obrigada a procurar novos
negócios. Através de pesquisa, conseguiu-se
obter negócios novos com várias montadoras,
principalmente com a Ford.
O que a empresa Alfa Taubaté não
esperava é que os processos logísticos
decorrentes destes novos negócios aumentaram
atividades envolvidas.
Os níveis de serviços para atender
diferentes montadoras, com particularidades
diferentes, aumentaram, demandando
transformação urgente dos processos logísticos.
Ante a isto, mudanças culturais e estruturais foram
necessárias, fatores que dificultaram todo o
processo, tendo em vista a estagnação da
estrutura tecnológica e cultural da empresa.
Mudanças como envolvimento das pessoas nas
ações do sistema de controle logístico, utilização
de tecnologia das ferramentas de controle de
materiais e mudança de estruturas físicas.
Este caso trata do processo de
reestruturação da área de Logística da Alfa
Taubaté para atender seus clientes, operando em
usinagem de transmissão, suspensão e motores
para montadoras FORD, GM, FIAT e VW. A
empresa é descrita tanto em função de serviços
de industrialização de materiais consignados como
em produção de peças desenvolvidas pelo cliente.

XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e 1

IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
 Atualmente, a configuração organizacional
de Logística da Alfa Taubaté atende parcialmente
os requisitos de desempenho desejados, estando
ainda limitada ao acesso de novas oportunidades
de crescimento devido à falta de estruturação de
suas áreas.
HISTÓRIA DA EMPRESA ALFA
Há 34 anos no mercado, sempre voltada
para o desenvolvimento e fornecimento de peças
e sistemas termoplásticos e metálicos para as
principais empresas automobilísticas Volkswagen,
GM, Ford, Visteon, Toyota entre outras, o Grupo
Alfa possui uma estrutura sólida formada pelas
Unidades de Negócios de Extrusão,
Ferramentaria, Injeção, Metalúrgica e Autoliner
(Termoformados), especializadas e detentoras de
tecnologias próprias no seu segmento de atuação.
Em busca do contínuo aprimoramento da
Qualidade, o grupo Alfa submete o seu sistema de
qualidade a certificações em órgão reguladores
conceituados no mercado. Estas certificações
atestam perante os clientes e fornecedores o
compromisso da Alfa com a qualidade.
O Grupo Alfa tem como estratégia para
oferecer multitecnologia para seus clientes em
escala global e, por esta razão, faz do Brasil uma
referência devido ao investimento aplicado de 19,9
milhões de reais.
O grupo se estrutura em quatro divisões
(alumínio, forja mecanizada, metal, plástico) e é
constituído de 29 empresas espalhadas no
mundo, atuando na Europa Ocidental, Europa
Oriental, Brasil e México.
As plantas mundiais do Grupo Alfa
possuem 5.400 funcionários. No Brasil, o grupo
conta com quatro plantas, Alfa Diadema - São
Paulo, São Bernardo do Campo - São Paulo,
Camaçari - Bahia e Alfa Taubaté - São Paulo.
A empresa Alfa de Taubaté tem posição
geográfica excepcional: no eixo de circulação
entre São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais,
centros de maior produtividade e concentração
populacional do País.
Fundada em Março de 1996, iniciou suas
atividades com a razão social de Mega Ltda. A
partir de Janeiro de 2000, foi adquirido pelo grupo
Delta, passando para a razão social Deltas
Componentes Ltda, e em Novembro de 2003 foi
incorporada pelo grupo Espanhol Alfa Automotive,
passando a se chamar Alfa S/A.
A empresa estudada Alfa Taubaté - São
Paulo é especializada na fabricação de
componentes de alumínio, forjas, fundidos, injeção
de plástico e montagem de subconjuntos. Os seus
principais produtos são: Componentes da caixa de
Transmissão do Corsa, Coletores de
Escapamento do Corsa e Vectra, Braços de
XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e
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Controle do Vectra, Alavanca intermediária
Corsa/Celta, Conjunto de Engate da 5° Marcha,
Conjunto da Carcaça do Diferencial, Cubo e
tambor traseiro, Haste da Alavanca da 1° e 2°
marcha, Eixo da engrenagem reversa, Pino Guia,
Garfo da Embreagem, Garfo da 3° e 4° Marcha,
Coletor de Escapamento, Braço de Controle,
carcaça de direção, cabeçotes entre outros.
Para a produção destes vários produtos
são utilizados processos de células autônomas
que integram as seguintes operações: usinagem,
montagem, tratamento térmico, injeção de plástico
e pintura.
A Alfa Taubaté é um fornecedor de
referência no setor automotivo, com múltiplas
tecnologias, localizada onde o cliente a necessita
dá ao cliente (externo/interno) o que ele necessita,
quando e como necessita. Entre seus principais
clientes destacam-se a General Motors, Ford do
Brasil, Volkswagen e Fiat.
Com o objetivo de vencer os desafios
atuais, a Alfa, ciente das adversidades do atual
processo de globalização e mais confiante no
relacionamento adequado e no trabalho firme e
honesto, poderá continuar a conquistar, ainda
mais, inúmeras vitórias.
MISSÃO E VISÃO DA EMPRESA ALFA
TAUBATÉ
A missão da Alfa Taubaté é ser um Grupo
Industrial fornecedor de componentes e
subconjuntos para o mercado global automotivo,
com avançadas tecnologias para a produção de
peças em ferro fundido, aço, alumínio, forja,
metais e plástico com diversos processos
associados: usinagem, tratamentos térmico e
superficial, pintura, injeção de plástico e
montagem.
E ainda, crescer de forma sustentada e
rentável, buscando a posição de fornecedor de
referência aportando aos clientes soluções
integrais, inovadoras e competitivas de alto valor
agregado.
A visão da Alfa Taubaté é ser o primeiro
fornecedor global de componentes, subconjuntos
e serviços integrais automotivos, ao quais os
clientes recorrem quando procuram soluções
baseadas nas sinergias e vantagens multi-
tecnológicas.
LOGÍSTICA E A FUNÇÃO ARMAZENAGEM
Inseridas num mercado plenamente
competitivo, as empresas necessitam estruturar e
qualificar seus processos para obter vantagens
sobre seus concorrentes.
2
 Atualmente, a Logística é o setor de muita
importância e que contribui muito para realização
dos objetivos organizacionais.
Segundo Cristopher (1997), a logística é
como um processo de gerenciamento de
aquisição, movimentação e armazenagem de
materiais, peças e produtos acabados, de modo a
poder reduzir custos conseguindo mercado no
atendimento de pedidos a valores de
competitividade de mercado.
Ainda conforme Cristopher (1997), o
sucesso comercial é adquirido através da
vantagem de custo, da vantagem de valor, da
maneira ideal de ambas, isto é, conseguir maior
lucro através da redução de custo e também
oferecer um produto que possui diferença
perceptível de valor.
As atividades logísticas no mercado atual
influenciam a agregação de valor ao cliente, tendo
grande parcela de responsabilidade na obtenção
de vantagens competitivas.
Uma das atividades de extrema
importância na área de logística é de
armazenagem que garante o atendimento efetivo
dos processos produtivos através de sistema de
abastecimento em relação ao fluxo logístico, fator
que assegura o adequado nível de serviço
prestado ao cliente.
A armazenagem e manuseio de
mercadorias são componentes essenciais do
conjunto de atividades logísticas, segundo Ballou
(1993).
A armazenagem é uma das áreas mais
tradicionais da Logística e tem passado por
profundas transformações nos últimos anos.
Essas mudanças refletem-se na adoção de novos
sistemas de informação aplicados à gestão da
armazenagem, em sistemas automáticos de
movimentação e separação de produtos e até
mesmo na revisão do conceito do armazém como
uma instalação com a principal finalidade de
estocar produtos (FLEURY et al, 2000).
O encerramento de negócios pelo cliente
que representava grande parte do faturamento
abalou a estrutura econômica da Alfa Taubaté,
levando-a a um período de curva de aceleração
crítica até o início do fluxo financeiro dos novos
projetos.
Conforme aponta Dias (1993), as maiores
ocorrências ou necessidades de mudanças do
sistema logístico vêm quando as empresas
passam por uma crise financeira, forçando a
redução dos níveis de estoques.
Dias (1993) ainda destaca que as
empresas que passam por crises necessitam de
um novo sistema logístico que as ajudem a
adaptar-se às novas condições.
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Os gestores da Alfa não acreditavam que o
setor Logístico demandasse recursos e não
reconheciam a importância do controle das
matérias. Eles acreditavam que os projetos
antigos possuíam área de armazenamento
adequado para os produtos de baixa
complexidade e baixos volumes de matérias e que
era suficiente para atender os requisitos
desejáveis de qualidade de atendimento ao
cliente.
Entretanto, Dias (1993) aponta que as
empresas que trabalhavam com conceitos
tradicionais de almoxarifado são aquelas de
pequeno porte, possuidoras de sistemas simples
de controle de estoque.
Dias (1993) ainda afirma que as empresas
que não reconhecem a importância da logística
dentro da organização terão constantes
ocorrências de problemas industriais.
Com a chegada dos novos negócios com o
cliente FORD, a Alfa Taubaté necessitou realizar
uma reestruturação física e de sistema de controle
devido à complexidade das atividades. Foram
feitos estudos de melhorias e análise de causas
das falhas para se conseguir alcançar ao nível
ideal de atendimento e satisfação do cliente.
Este processo de aquisição do novo
projeto tornou-se necessário e primordial para a
empresa que contava com esta demanda para
curto prazo.
Devido à falta de estruturação adequada
nos processos de armazenagem e controle, as
deficiências nos controles de materiais
consignados vieram à tona e impactou no
cumprimento dos negócios com o cliente FORD,
evidenciando para a organização a necessidade
de se investir em desenvolvimento urgentemente.
Dias (1993), afirma que os problemas
podem ser reduzidos se a empresa focar em dois
aspectos básicos: qualificação de seus
profissionais e utilização do sistema que se adapte
às características da empresa.
Com a mudança de visão da empresa
iniciou os projetos de estruturação da área
focando em treinamento dos profissionais,
construção de área de estoques adequados,
aplicação de tecnologias da informação e
aplicação de sistemas logísticos.
Nesta nova fase, a empresa estruturou seu
sistema de codificação dos produtos e com a
adequação dos novos estoques iniciou o
armazenamento de forma centralizada e
seqüencial.
Logo outros problemas foram aparecendo,
devido ao acúmulo de informação e registros
necessários para garantir a gestão da área.
Originou-se aí um gargalo de atrasos em outros
subsistemas que necessitam destas informações,
3
expondo a necessidade de investimentos em
tecnologias de informação.
Segundo Dias (1993), a implantação de
alguns softwares garante a gestão do estoque e
torna o processo mais rápido e econômico.
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
O uso da tecnologia da informação nos
dias de hoje tem o papel fundamental nas
organizações, tornando mais ágeis e seguras as
tomadas de decisões.
Conforme McGowan (1997), a tecnologia
da informação está causando transformações no
processamento das atividades, através de novos
fluxos de informação, e aumentando a aptidão das
empresas em buscar interligações entre as
atividades internas e externas, estreitando as
relações com seus clientes e fornecedores.
O maior entrave, para Laudon e Laudon
(1999), para o uso de computadores é a
necessidade de maior conhecimento da função da
tecnologia da informação nas empresas e de
como ela pode ser aplicada aos problemas
organizacionais.
Ainda segundo McGowan (1997), a
tecnologia da informação, além de ajudar a
empresa a ganhar e manter vantagens
competitivas, auxilia na obtenção da eficiência das
atividades organizacionais.
O setor de Logística tem reconhecido a
importância da tecnologia da informação para
auxiliar no atendimento de suas funções, das mais
básicas às mais complexas, do controle de
matérias.
Deste modo, a empresa Alfa procurou
alternativas na tecnologia da informação para
aperfeiçoar o processo de gestão de
armazenagem e controle de estoques para
atender aos novos objetivos da empresa.
Com a aplicação dos avanços
tecnológicos, as anormalidades de inventários
consignados do cliente FORD passaram a ocorrer
com menor freqüência, ocasionando maior
confiança do cliente para continuidade dos novos
negócios.
Conforme cita O’Brien (2003), a tecnologia
auxilia qualquer empresa a melhorar a eficiência e
eficácia de seus processos empresariais, tomada
de decisões e colaboração dos clientes internos e,
com isso, auxiliar na competição num mercado de
transformação veloz.
Ainda segundo O’Brien (2003), a
tecnologia da informação altera os fundamentos
dos negócios, fazendo com que os Sistemas de
Informação sejam primordiais para o sucesso das
empresas.
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Conforme apontado por McGowan (1997),
a tecnologia da informação está se espalhando
pela cadeia de valor e executando função de
otimização e controle, gerando dados à medida
que uma empresa executa suas atividades e
permitindo o armazenamento das informações.
Diante do exposto, a tecnologia da
informação auxilia as operações de armazenagem
a racionalizar e modernizar a administração
logística, reduzindo custos operacionais e
entraves burocráticos, motivando a obtenção dos
objetivos da empresa e fortalecendo o controle e a
integração da organização através de troca de
informações.
QUALIFICAÇÃO DE PESSOAS
As pessoas são os recursos que realmente
caracterizam o maior patrimônio da empresa,
capazes de agregar valor para as organizações,
além de contribuir para o aumento do diferencial
competitivo.
A empresa estudada, para garantir a
integridade dos recebimentos, expedição dos
materiais e armazenamento, criou na área de
movimentação de materiais líderes que
demandavam responsabilidades em manter e
seguir procedimentos estabelecidos para
realização de controle e movimentação dos
diversos materiais em estoques.
Dias (1993) também alega que para se
garantir a eficiência de um sistema logístico
necessita de coordenação dos movimentos dos
estoques de matérias-primas.
Para conseguir a qualidade exigida pelo
mercado é fundamental que as empresas se
preparem, principalmente, qualificando seus
profissionais. Hoje é reconhecida a importância do
treinamento do pessoal de trabalho.
Conforme aponta Chiavenato (2004), para
a importância dos profissionais para o sucesso da
empresa, pois são eles quem realmente geram
mudanças significativas nas organizações e por
isto merecem maior ênfase.
Para Castro (1997), treinamento é a forma
de captação das pessoas de forma sistemática de
atitudes, conceitos, conhecimentos, regras ou
habilidades que resultarão em melhorias do
desempenho no trabalho, que são diagnosticados
através das análises das tarefas e princípios da
tecnologia instrucional.
Segundo Demo (1991), treinamento é
considerado como a aplicação do planejamento de
uma empresa para facilitar a aprendizagem da
forma de execução e comportamento exigidos no
trabalho.
Diante da nova situação das dificuldades
encontradas no controle dos materiais dos novos
projetos FORD, um dos passos mais importantes
4
dos gestores da área Logística foi planejar e criar
os treinamentos voltados para necessidades da
área, qualificar os líderes e inserir confiança nas
pessoas.
Assim, se desenvolveu determinada
autonomia para decisões relacionadas aos
trabalhos executados, tornando a qualidade das
atividades no nível esperado e melhorando o
desempenho no trabalho.
A qualificação dos líderes da área de
Logística da empresa Alfa foi avaliada quando
visivelmente os controles se mostraram
harmônicos, com a diminuição de ocorrência de
retrabalhos e de reclamações do cliente. Indicação
de elevação do nível técnico operacional dos
profissionais que passaram a controlar os
resultados de seus próprios trabalhos.
SISTEMAS LOGÍSTICOS
Muitas fases são necessárias para realizar
a transformação de matérias-primas em um
produto acabado, para então disponibilizar ao
mercado.
Os recursos e processos utilizados para
fabricação dos produtos de uma indústria são
definidos como uma logística interna. As
instalações da empresa e todos seus processos e
recursos estão ligados aos meios de transportes e
comunicação utilizados para destinar o produto ao
cliente final.
A empresa Alfa se divide nas seguintes
atividades para manter o fluxo de matérias-primas:
suprimentos, produção, distribuição, venda e
serviços.
Uma das dificuldades encontradas pela
empresa Alfa é de conseguir gerenciar o fluxo de
matérias-primas que também demandavam
recursos e alguns conhecimentos específicos para
os novos produtos.
Conforme aponta Marte e Vieira (2008)
para desenvolver as atividades de produção é
necessário um conjunto de atividades de apoio,
que consiste em melhorar e conduzir as atividades
de produção, que permite na aquisição de gestão
de recursos, conhecimentos da empresa, controle
dos fluxos de mercadorias, informação e valores
monetários.
Marte e Vieira (2008) também apontam
que o sistema logístico é responsável por todas as
atividades necessárias para que ocorra o
planejamento e controle adequados para a
aquisição dos materiais/recursos na fase do
desdobramento, utilização e alocação dos
recursos humanos, financeiros, materiais ou
relativos à informação. Os sistemas logísticos são
sistemas dinâmicos que se desenvolvem com a
situação de cada época.
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Na empresa Alfa os sistemas logísticos
são responsáveis pelo processo de transformação,
movimentação, estocagem, análise de materiais e
processamento das informações.
Os novos negócios adquiridos pela
empresa Alfa tornaram os sistemas logísticos mais
complexos, pois o sistema de controle utilizado é
de pequeno porte, fator que tornou imprescindível
a reestruturação do gerenciamento do sistema
logístico.
Segundo Marte e Vieira afirma, a
coordenação correta dos conjuntos de atividades
da logística é essencial para otimização e
competitividade da empresa no mercado. Para o
sucesso do bom funcionamento do sistema de
controle é necessário planejar diariamente as
quantidades necessárias de materiais.
Os processos de recebimento, fluxo de
materiais internos e expedição de produtos
acabados foram retificados e adaptados às novas
características dos produtos e componentes,
criados procedimentos de controle que são
revisados pelos responsáveis de controles de
matérias diariamente e se necessário aplicasse
inventários para a detecção de anomalias.
Um dos fatores relevantes para aplicação
e reestruturação dos sistemas logísticos é o custo
muito elevado de controle e melhoria da qualidade
de serviços prestados ao cliente FORD.
De maneira geral, tornou-se fundamental a
revisão do sistema Logístico da empresa Alfa
devido às necessidades da revisão dos conceitos
e procedimentos de acordo com a criticidade de
cada material. Também se percebeu que para
melhorar e agilizar as informações tornou-se
fundamental a implantação de tecnologia da
informação para otimizar e modernizar os
controles e fortalecer e garantir a saúde de todo o
processo de controle e a integração da
organização por meio de intercâmbio de
informações.
RESULTADOS OBTIDOS NA EMPRESA
Foi necessário o envolvimento de toda a
equipe de logística e gerência para poder resgatar
a confiabilidade dos clientes e também integridade
financeira da organização.
Como resultado, percebeu-se mudanças
na estrutura do setor logístico, englobando a
movimentação interna, expedição e recebimento
de materiais. Líderes foram designados para
coordenação das informações e gestão de
organização do armazém.
No processo de qualificação profissional,
conscientização dos colaboradores quanto ao
comprometimento aos objetivos operacionais.
5
 Maior motivação do pessoal do setor de
recebimento/expedição. Com a ênfase dada aos
funcionários por meio de treinamento, a área de
Logística apresentou reações/ mudanças positivas
em todo o processo de controle e gestão da área.
Outros resultados alcançados:
• Gestão Visual, identificando ambiente
de organização;
• Apresentação de resultados
satisfatórios para o cliente FORD no
controle de consignado;
• Divisão das tarefas, com envolvimento
de todos no alcance das metas da
empresa;
• Melhorias nas informações para a
tomada de decisão;
• Processo robusto de controle de
recebimento e expedição de materiais,
permitindo confiabilidade no processo;
• Elevação da motivação dos
funcionários do setor de expedição,
melhor integração e responsabilidade
nos resultados;
• Agilidade nas informações com novas
tecnologias de controle;
• Melhoria no fluxo dos materiais com os
novos procedimentos dos sistemas
logísticos.
CONCLUSÃO
Para a empresa Alfa Taubaté continuar
atuando no mercado foi preciso se submeter à
reestruturação de seus processos e de sua
cultura. A tecnologia da informação aplicada na
área de logística foi o fator de maior impacto para
a consolidação e continuação dos novos negócios
da empresa, principalmente por causa do alto
fluxo de informações e contato direto ao cliente.
As mudanças nos processos logísticos eram
urgentemente necessárias para que a empresa
não perdesse negócios com a FORD e para que
estes negócios não fossem prejudicados
futuramente.
Inicialmente foram envolvidos todos os
funcionários para estudar as necessidades de
melhorias nos processos de controle envolvendo e
dividindo as responsabilidades. Após, foram
aplicados investimentos em tecnologia da
informação que ofereceu rapidamente melhorias
nas operações organizacionais. Com os novos
softwares de controle, os gestores possuíram
informações em tempo real para tomada de
decisão.
Também houve mudança de cultura,
sendo criados novos postos de trabalhos com
nomeação de líderes para manter a qualidade da
gestão de controle dos materiais, de informações,
XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e
IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba
procedimentos, resultando em motivação dos
funcionários da área.
A logística é essencial na diferenciação
das empresas aos olhos dos clientes, na redução
dos custos e agregação de valor que irá reverter o
resultado em lucratividade. Somado aos
processos logísticos a tecnologia da informação,
foi possível obter efetivos sistemas de controle,
qualificação dos profissionais e competitividade
para Alfa Taubaté.
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6