Professional Documents
Culture Documents
1
A obra teve uma continuação publicada postumamente, em 1993: Crendices, Superstições e
Curiosidades Verídicas no Piauí, pela Editora do Piauí.
In: Francisco Venceslau dos Santos, org. Geografias Literárias - confrontos: o local e o nacional. Rio de
Janeiro: Caetés, 2003, p. 57-66.
sofrida capital do Piauí da primeira metade do século passado. Não
apenas trabalhadores dos ancoradouros do Parnaíba habitavam
Palha de Arroz e a coirmã, Barrinha. Era também a moradia das
prostitutas. A cidade, desde sua fundação em 1852, conviveu com
as "casas de palha", maneira barata e rápida de ocupar o novo
território utilizando as inúmeras palmeiras de babaçu disponíveis às
margens do rio que faz a divisa entre Piauí e Maranhão.
In: Francisco Venceslau dos Santos, org. Geografias Literárias - confrontos: o local e o nacional. Rio de
Janeiro: Caetés, 2003, p. 57-66.
humanas, às vezes contextualizando-as num cenário menos local,
pois a época em que se desenrola é a da Ditadura Vargas:
In: Francisco Venceslau dos Santos, org. Geografias Literárias - confrontos: o local e o nacional. Rio de
Janeiro: Caetés, 2003, p. 57-66.
Já o autor da frase "A justiça não perdoa" ele conseguia
identificar: "Guerra Junqueiro. Sim... Abílio Manuel Guerra
Junqueiro." E, incontinenti, a lamúria:
In: Francisco Venceslau dos Santos, org. Geografias Literárias - confrontos: o local e o nacional. Rio de
Janeiro: Caetés, 2003, p. 57-66.
Revolução de 17, o Totalitarismo, o Agnosticismo, a Metafísica,
Deus e o Diabo, Sócrates, Mitologia, Buda, Zoroastro, Allan
Kardec..., a "impenetrabilidade do incognoscível" (p. 163).
In: Francisco Venceslau dos Santos, org. Geografias Literárias - confrontos: o local e o nacional. Rio de
Janeiro: Caetés, 2003, p. 57-66.
esperdiçando assim", diz-lhe simplesmente:
In: Francisco Venceslau dos Santos, org. Geografias Literárias - confrontos: o local e o nacional. Rio de
Janeiro: Caetés, 2003, p. 57-66.
O registro popular, presente nas expressões dos personagens,
se alterna com estruturas frasais da língua padrão, sem todavia a
utilização de modelos mais conservadores ou classicizantes. O
narrador de Palha de Arroz adota uma ordenação sintática
equilibrada, ou seja, não opta por malabarismos verbais nem por
inversões que contrariem os hábitos idiomáticos de seus
contemporâneos. Os períodos raramente são alongados – há
mesmo uma incidência alta de frases curtas; o léxico não explora
gratuitamente o eruditismo nem o vulgarismo; a opção verbal
privilegia as formas simples, mas não refuta as locuções verbais
sempre que a expressividade lhes dá amparo.
In: Francisco Venceslau dos Santos, org. Geografias Literárias - confrontos: o local e o nacional. Rio de
Janeiro: Caetés, 2003, p. 57-66.
partida. Os gritos do velho Fabrício em desespero de
loucura. Zé Remador agarrado em sua cintura para que
ela não se atirasse às águas. O velho gritando, rogando-
lhe pragas até a quinta geração. E agora aquilo tudo,
depois de tanto tempo, rondando em sua cabeça.
In: Francisco Venceslau dos Santos, org. Geografias Literárias - confrontos: o local e o nacional. Rio de
Janeiro: Caetés, 2003, p. 57-66.
remete à expressiva maneira com que o autor nomeia os homens
encarregados de resgatar os corpos dos afogados e suicidas das
águas do rio. A metáfora "pescadores de defuntos" tem, no
romance, uma função poética de destacado valor lírico.
In: Francisco Venceslau dos Santos, org. Geografias Literárias - confrontos: o local e o nacional. Rio de
Janeiro: Caetés, 2003, p. 57-66.
A valorização da camada fônica é outro elemento estilístico
encontrável no romance de Ibiapina. Ilustramos essa preocupação
com duas personificações do trem que cruza a ponte sobre o
Parnaíba. A primeira, na partida de Parente, repetindo o verso de
Manuel Bandeira em "Trem de Ferro", poema de 1937:
In: Francisco Venceslau dos Santos, org. Geografias Literárias - confrontos: o local e o nacional. Rio de
Janeiro: Caetés, 2003, p. 57-66.
compromisso social da literatura com a competência e a sobriedade
lingüística é qualidade para a legitimação de um escritor que
valoriza seu ofício como Fontes Ibiapina.
Referências bibliográficas:
@@@@@@
In: Francisco Venceslau dos Santos, org. Geografias Literárias - confrontos: o local e o nacional. Rio de
Janeiro: Caetés, 2003, p. 57-66.
Brasileira de Filologia, onde ocupa a cadeira no 8, e é professor dos cursos de Letras da
Universidade Estácio de Sá. Claudio Cezar Henriques, casado e pai de dois filhos, é carioca de
Botafogo, onde nasceu em 1951.
In: Francisco Venceslau dos Santos, org. Geografias Literárias - confrontos: o local e o nacional. Rio de
Janeiro: Caetés, 2003, p. 57-66.