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RESUMO - Os dados SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) como base para o mapeamento
geomorfológico compreende uma importante ferramenta para a distinção das diferentes unidades de
relevo e setores da paisagem. Considerando esta nova alternativa, pretende-se demonstrar neste trabalho a
importância do uso destes dados como importante ferramenta empregada para o mapeamento
geomorfológico e distinção das diferentes unidades do relevo na Microbacia do Açude Taperoá II,
Paraíba, Brasil. Para isso, os dados foram tratados do software ArcGis 9.2, disponível do Departamento
de Ciências Geográficas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), tendo como produto final o
mapa geomorfológico preliminar da bacia. Este produto final possibilitou a caracterização
geomorfológica da área a partir do reconhecimento de suas unidades principais.
ABSTRACT - The SRTM data (Shuttle Radar Topography Mission) like base for geomorphologic
mapping comprises an important tool for the distinction of the different relief units of prominence and
sectors of the landscape. In front of this new alternative, pretend to show in this work the importance of
use these data as an important tool used for geomorphologic mapping and distinction of different relief
units in Taperoá II watershed, Paraiba, Brazil. For this end, the data were treated in the ArcGis 9.2
software, disposable by Department of Science Geographical of UFPE (Federal University of
Pernambuco), taking as final product the preliminary geomorphologic map of washbasin. This final
product enabled the geomorphologic characterization of area from the recognition of their principal units.
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III Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação Recife - PE, 27-30 de Julho de 2010
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No caso específico da Geomorfologia os dados são Elevação (MDE) obtidos da imagem SRTM. Através da
utilizados como base cartográfica para levantamento de comparação entre esses dois modelos os autores
campo sendo capaz de auxiliar na delimitação automática comprovaram que o uso de imagens proveniente de radar
de bacias hidrográficas, extração de níveis hipsométricos, interferométrico são importantes na obtenção do fator
curvas de nível, criação de perfis topográficos etc. topográfico, além de mostrar-se uma alternativa prática e
viável ao minimizar custos e tempo na execução dos
trabalhos, além de apresentarem maior nível de
1.1 Uso de imagens SRTM na interpretação
detalhamento.
geomorfológica
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revelar-se como um importante instrumental de apoio na automática da microbacia no software ArcGis 9.2
execução do planejamento e gestão (Coelho, 2008). disponível no Departamento de Ciências Geográficas da
Outro importante estudo foi elaborado por Gastão UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Após a
e Maia (2010), onde os mesmos aplicaram estas imagens delimitação, foram extraídas as curvas de nível
para estudos de Geomorfologia e Sedimentologia, empregadas para construção do MDT (Modelo Digital do
auxiliando na identificação dos padrões de drenagem na Terreno).
região dos Lençóis Maranhenses. Como resultado Com isso, foi possível identificar a partir da
alcançou-se maior detalhamento da geomorfologia local e altitude e da eqüidistâncias das curvas de nível as
a compartimentação das unidades de relevo. Deste modo principais unidades morfológicas da microbacia do açude
foi possível identificar a presença de diferentes depósitos Taperoá.
sedimentares, tipos de relevo, lineamentos estruturais
desenvolvidos possivelmente por processos tectônicos. 3 RESULTADOS
A Microbacia do Açude Taperoá II está localizada • Cimeira: são os níveis acima de 800 metros
na Mesorregião da Borborema e Microrregião do Cariri de altitude com uma feição de topo crista e
Ocidental, abrangendo os municípios de Teixeira, desprovido de cobertura sedimentar e
Cacimbas, Desterro, Livramento e Taperoá. Sua área vegetação, encontrando-se dissecados pelos
compreende cerca de 500 Km2, situando-se entre as cursos d’água.
coordenadas geográficas 7º24’00’’ de latitude sul e • Encosta com cobertura coluvial: são áreas
43º9’00” de longitude oeste. de relevo ondulado que se situam na
transição entre encostas íngremes da serra e
o pedimento rochoso que as circundam.
• Encosta íngreme sem cobertura coluvial:
são áreas que circundam as superfícies de
cimeira das serras, com forte ondulação e
ausência de sedimentos de encosta.
• Encosta em avental de colúvio: encosta
suavizada por uma rampa de colúvio que
estão geralmente na meia encosta.
• Pedimento: são extensas áreas planas
formadas a partir da deposição em leque na
Figura II – Mapa de Localização da Microbacia do Açude saída de áreas montanhosas.
Taperoá II. • Pedimento com cobertura detrítica:
constitui-se por áreas moderadamente
Esta Microbacia faz parte da Sub-bacia do Rio planas circunscritas por maciços residuais,
Taperoá que, por sua vez, está inserida no contexto da constituindo setores de evacuação de
Bacia do Rio Paraíba, contida no Estado da Paraíba e sedimentos.
recebendo drenagens de toda a porção sul do Planalto da • Planície aluvial: corresponde a áreas baixas
Borborema, consistindo numa bacia com padrão de e planas que ocorrem ao longo de vales,
drenagem endorreica. Seu principal rio é a Paraíba que englobando as formas resultantes de
tem sua nascente no Planalto da Borborema e se estende deposição.
no sentido SW-NE, alcançando o Atlântico, formando • Lineamentos ou Maciços Residuais do tipo
importante estuário. É o mais extenso dos rios Inselberg e em crista: são corpos intrusivos
conseqüentes da Borborema Oriental. Além disso, recebe isolados, delimitados por encostas íngremes
pela margem esquerda afluentes importantes como o sob a influência, sobretudo do
Taperoá, o Paraibinha e o Gurinhém. O divisor de águas intemperismo físico. Os inselbergs ocorrem
entre sua bacia e a do rio Capibaribe desenvolve-se em extensas áreas do semi-árido brasileiro,
próximo à sua margem direita, estabelecendo o limite quase sempre elevando-se por sobre
com o Estado de Pernambuco. superfícies de aplainamento como bossas
graníticas encimadas por caos de blocos
2.2 Coleta e Processamento de Dados atestando o seu grau de evolução
morfogenética.
Para elaboração do mapa geomorfológico foram
extraídas informações de direção de fluxo, fluxo
acumulado e drenagem, utilizadas para a delimitação
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REFERÊNCIAS
Figura V – Perfil topográfico para o setor noroeste da
microbacia. CÂMARA, G. et al., (2000) Geoprocessamento: Teorias e
Aplicações. INPE (online: http://www.dpi.inpe.br/livro)
O outro perfil foi extraído para a extensa área plana da
bacia composta pela superfície pedimentar abaixo de 650 CARVALHO, T. M. e BAYER, M. (2008) Utilização dos
metros e para planície aluvial. produtos da “Shuttle Radar Topography Mission”
(SRTM) no mapeamento geomorfológico do estado de
Goiás. Revista Brasileira de Geomorfologia, v.9, n.1,
p.35-41.
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FORNELOS, L. F. e NEVES, S. M. A. S. (2007) Uso de
Modelos Digitais de Elevação Gerados a Partir de
Imagens de Radar Interferométrico (SRTM) na Estimativa
de Perdas de Solo. Revista Brasileira de Cartografia
n59/01 abril, 2007. p. 25-33
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