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Cumprimento do Acordo
Judicial com o MP
Cláusula sexta
Apuração, demonstração
e rateio de custo
Para o melhor entendimento das informações, sugere-se que a leitura do material siga a
sequência ora apresentada.
“A Bancoop se obriga a disponibilizar e manter à disposição dos interessados em páginas próprias devidamente indica-
das de seu sítio na Internet (www.bancoop.com.br), no prazo de 90 (noventa) dias a contar da homologação do acordo
judicial estabelecido por meio do presente instrumento, informações explicativas e comprobatórias dos seguintes eventos,
concernentes a cada uma de suas seccionais.”
a) “do procedimento adotado em cada seccional, no curso ou após a conclusão da construção do res-
pectivo empreendimento, para apuração de eventual alteração do custo estimado inicialmente
para o respectivo empreendimento e respectivos valores.”
b) “do procedimento adotado, no caso de identificação da elevação do custo inicialmente estimado para
cada empreendimento, para demonstração aos cooperados vinculados à respectiva
seccional dos resultados decorrentes do procedimento de apuração e respectivos valores.”
c) “do procedimento adotado, para rateio do custo adicional do empreendimento entre
os respectivos cooperados, com indicação dos valores resultantes do rateio, e para efetivação da co-
brança de valores a título de “apuração final” (no caso de empreendimentos cujas obras de constru-
ção já se encontram concluídas” ou de “reforço de caixa” (no caso de empreendimentos cujas obras
de construção se encontram em curso).”
Em resumo, o rateio, que é previsto em lei (Lei do Cooperativismo, 5.764/71) e no Termo de Adesão, é o meca-
nismo que permite à cooperativa ajustar os ingressos projetados anteriormente, no início da formação do grupo de
cooperados. Sua metodologia é muito simples de ser conceituada, a saber:
VILA MARIANA
Na ocasião da apuração do rateio final de obra é necessário estimar os valores de ingressos a receber e de
dispêndios a efetuar. Portanto, trata-se de uma estimativa dos ingressos futuros que serão encaixados no empre-
endimento e dos dispêndios necessários à conclusão de todas as operações previstas para a conclusão das obras,
obtenção de licenças, alvarás e certidões negativas, legalização e regularização do empreendimento junto aos ór-
gãos competentes, instituição do condomínio, averbação e individualização das unidades. Note-se que os valores
apurados estão indicados como “a realizar” na planilha (Item 1– Resumo geral de gastos da obra).
Este relatório traz as informações individualizadas sobre todos ingressos e dispêndios realizados no empre-
endimento desde o início até a apuração do rateio, devidamente suportadas por documentação contábil.
Jul/2001 Ago/2001
Set/2001 Out/2001 Nov/2001 Dez/2001 Saldo Final
DESCRIÇÃO 2001
INGRESSOS
- ARRECADAÇÕES: 356.649,08 97.479,21 66.037,57 211.018,85 499.316,02 108.185,49 5.205.405,85
Ingressos até 31/12/2003 358.512,25 99.327,92 67.886,28 212.867,56 501.130,78 109.895,57 5.300.168,11
Ingressos a partir Jan/2004 - - - - - - -
(-) Transferência
Cooperado - - - - - - -
Cooperado
(-) Devolução - - - - - - -
(-) FGQ (1.863,17) (1.848,71) (1.848,71) (1.848,71) (1.814,76) (1.710,08) (94.762,26)
- FINANCEIRAS: 9.549,94 9.981,68 7.071,90 6.414,51 5.000,33 7.393,08 253.390,59
- OUTRAS: - - - - - - -
TOTAL DAS RECEITAS 366.199,02 107.460,89 73.109,47 217.433,36 504.316,35 115.578,57 5.458.796,44
DISPÊNDIOS
- CONSTRUÇÃO
EM GERAL 246.001,25 239.254,52 186.792,00 291.061,93 201.838,65 289.609,69 4.800.209,06
Terreno - - - - - - 937.908,78
Construção Geral até
31/12/2003
244.155,13 238.261,89 186.049,17 289.753,45 200.807,58 287.736,23 3.832.992,69
Construção- Geral
a partir
Jan/ 2004 - - - - - -
Financeiro 1.846,12 992,63 742,83 1.308,48 1.031,07 1.873,46 29.307,59
TOTAL DAS DESPESAS 246.001,25 239.254,52 186.792,00 291.061,93 201.838,65 289.609,69 4.800.209,06
RESUMO
Saldo Mês Anterior 729.047,76 849.245,53 717.451,90 603.769,37 530.140,80 832.618,50 -
Ingressos 366.199,02 107.460,89 73.109,47 217.433,36 504.316,35 115.578,57 5.458.796,44
Dispêndios 246.001,25 239.254,52 186.792,00 291.061,93 201.838,65 289.609,69 4.800.209,06
Saldo do Período 849.245,53 717.451,90 603.769,37 530.140,80 832.618,50 658.587,38 658.587,38
Adiantamento - - - 10.000,00 27.878,73 55.311,35 55.311,35
Valores a Receber - - 5.500,00 - - - -
Valores a Pagar - - - - - - -
Saldo em Caixa/Banco: 849.245,53 717.451,90 598.269,37 520.140,80 804.739,77 603.276,03 603.276,03
Saldo do Período 849.245,53 717.451,90 603.769,37 530.140,80 832.618,50 658.587,38 658.587,38
DESCRIÇÃO
Jul/2004 Ago/2004 Set/2004 Out/2004 Nov/2004 Dez/2004 Saldo Final
2004
INGRESSOS
- ARRECADAÇÕES: 3.231,77 2.810,47 3.500,57 1.771,73 1.797,46 4.364,45 8.822.829,16
Ingressos até 31/12/2003 - - - - - - 8.817.485,44
Ingressos a partir Jan/2004 3.602,11 3.180,81 3.856,45 2.113,15 2.138,88 4.705,87 148.802,46
(-) Transferência
Cooperado - - - - - - -
(-) Devolução Cooperado - - - - - - (1.653,00)
(-) FGQ (370,34) (370,34) (355,88) (341,42) (341,42) (341,42) (141.805,74)
- FINANCEIRAS: 0,01 0,10 0,03 0,08 0,05 0,06 288.434,35
- OUTRAS: - - - - - - -
TOTAL DAS RECEITAS 3.231,78 2.810,57 3.500,60 1.771,81 1.797,51 4.364,51 9.111.263,51
DISPÊNDIOS
- CONSTRUÇÃO
EM GERAL 17.169,29 9.996,01 260.022,81 6.601,98 4.691,45 101.956,94 10.056.823,63
Terreno - - - - - - 938.606,78
Construção Geral até
31/12/2003 - - - - - - 8.464.420,17
Construção Geral a partir
Jan/ 2004 13.406,74 7.478,18 255.683,49 3.576,17 2.194,66 84.583,13 484.434,78
Financeiro 3.762,55 2.517,83 4.339,32 3.025,81 2.496,79 17.373,81 169.361,90
TOTAL DAS DESPESAS 17.169,29 9.996,01 260.022,81 6.601,98 4.691,45 101.956,94 10.056.823,63
RESUMO
Saldo Mês Anterior (562.598,42) (576.535,93) (583.721,37) (840.243,58) (845.073,75) (847.967,69) -
Ingressos 3.231,78 2.810,57 3.500,60 1.771,81 1.797,51 4.364,51 9.111.263,51
Dispêndios 17.169,29 9.996,01 260.022,81 6.601,98 4.691,45 101.956,94 10.056.823,63
Saldo do Período (576.535,93) (583.721,37) (840.243,58) (845.073,75) (847.967,69) (945.560,12) (945.560,12)
Adiantamento 346.524,41 346.524,41 346.524,41 346.524,41 346.524,41 346.524,41 346.524,41
Valores a Receber 303.490,11 303.490,11 303.490,11 303.490,11 303.490,11 303.490,11 303.490,11
Valores a Pagar (5.686,14) (9.080,93) (13.559,58) (13.805,51) (13.867,58) (27.275,45) (27.275,45)
Saldo em Caixa/Banco: (1.220.864,31) (1.224.654,96) (1.476.698,52) (1.481.282,76) (1.484.114,63) (1.568.299,19) (1.568.299,19)
Saldo do Período (576.535,93) (583.721,37) (840.243,58) (845.073,75) (847.967,69) (945.560,12) (945.560,12)
Finalizadas as apurações contábeis, uma correspon- mentos para obtenção da escritura definitiva de suas
dência foi enviada aos cooperados para dar-lhes ciên- unidades.
cia do assunto e, ao mesmo tempo, indicar-lhes os va- Por fim, é informado que a documentação pertinente
lores adicionais de rateio final de obra, de acordo com a estes procedimentos e toda aquela de que se compõe
as características da unidade, valores tais que deverão o processo de apuração final está colocada à disposição
ser aportados para a finalização de todas as operações dos cooperados participantes da referida seccional para, a
previstas na seccional. Também são demonstrados nes- partir desta data, procederem às verificações que se fize-
ta correspondência: o plano de pagamentos, possibili- rem necessárias ao completo entendimento do conteúdo
dades de financiamento do saldo devedor e procedi- dos relatórios.
■ histórico
Localização privilegiada
O
Residencial Vila Mariana foi unidades ficassem aptas a outorga das dição que a matrícula do terreno esteja
lançado em agosto de 1998. escrituras em nome do cooperado, unificada – nos casos em que o empre-
O projeto e localização do segurando-o em relação ao seu maior endimento utilizou mais de um terreno
lançamento foram pensa- bem: a casa própria. – e em nome da cooperativa.
dos para atender às necessidades de São vários os documentos necessá-
inúmeros cooperados. A poucos metros rios até chegar até a averbação. Os prin- Escrituras liberadas
da estação Vila Mariana do metrô e do cipais são o Auto de Vistoria do Corpo O processo de averbação da seccional
Shopping Santa Cruz, com supermerca- de Bombeiros, o Alvará de Instalação e Vila Mariana está concluído.Todas as uni-
dos, escolas e parques nas imediações, Funcionamento de Elevadores e o Cer- dades estão aptas a receber a escritura
o empreendimento possibilita, entre ou- tificado de Quitação do ISS, que são ne- em nome do cooperado que esteja qui-
tros benefícios, comodidade e facilidade cessários para a obtenção do Habite-se te com suas obrigações junto a Banco-
de acesso e locomoção aos cooperados das unidades. A próxima etapa realizada op, inclusive os valores do rateio de apu-
que aderiram à seccional. foi reunir a Certidão Negativa de Débi- ração final. Os cooperados que estejam
Em uma área de quase 2.000 m², to junto ao INSS. Com todos estes do- nessa situação devem solicitar o termo
foram erguidas duas torres. No total, cumentos, montou-se o processo para de Quitação Financeira e de Obrigações
são 11.631 m2 de área construída. o envio ao Cartório de Registro de Imó- para a Bancoop e ir até o cartório.
As primeiras 64 unidades, do Edifício veis. O cartório analisa a documentação
Melissa, foram entregues em julho de e informa se há a necessidade da apre- Alienação fiduciária
2002. O Edifício Irina foi entregue, em sentação de mais algum documento/ Quem ainda estiver pagando par-
dezembro de 2003, totalizando 128 certidão ou não. Estando tudo correto, celas do rateio, ou quem que nego-
apartamentos. é informado o valor a ser pago de custas ciar seus débitos, poderá, por meio da
e taxas e após um prazo médio de 30 alienação Fiduciária, passar a escritura
Procedimentos para escrituração a 45 dias, a averbação é concluída e as antes mesmo do término das parcelas.
A averbação do empreendimento, unidades com as matrículas individualiza- Veja as regras no site www.bancoop.
realizada em 29 de março de 2006, foi das e aptas para a outorga das escrituras. com.br, no CIN (cin@bancoop.com.br
a última etapa para a conclusão final É importante lembrar que para iniciar o ou 11-3038-5544) ou consulte o 8º
do empreendimento e para que as processo junto ao cartório é pré-con- cartório pelo telefone 3104-0530.
Bancoop Notícias é uma publicação da Bancoop - Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo
Rua Líbero Badaró, 152 – 5º andar – Tel. 11-3038-5544, cin@bancoop.com.br e www.bancoop.com.br
Presidente: João Vaccari Neto, Diretora Administrativo-Financeira: Ana Maria Érnica, Diretor Técnico: Vagner de Castro,
Produção Editorial: Conteúdo e Pauta Comunicação, Produção gráfica: Urbania (www.urbania.com.br)
■ acertando as contas
■ notas explicativas
P
ara ser concluído, seu empre- das obras. Com isso, ocorre o descasa- ção e demais despesas que dela são
endimento utilizou recursos mento entre a receita e as despesas. decorrentes não é suficiente para co-
não provenientes do pagamen- No lançamento da obra, até que brir os custos verificados na apuração
to das parcelas do seu grupo o grupo seja fechado e toda a docu- final do empreendimento, ou, no caso
de associados. Os recursos financeiros mentação necessária esteja pronta de obras ainda em andamento, dos
vieram de outros empreendimentos e para o início da construção, a receita apontamentos de estudos realizados
da própria Bancoop. Esse mecanismo é utilizada no pagamento de terreno pela atual gestão.
foi chamado de “empréstimo solidá- e projetos, aprovações, constituição do A Bancoop reafirma que é impor-
rio”. O que é isso? Como funcionou? caixa para as obras e, por isso, há pos- tante que os cooperados e as comis-
Por que foi feito? Saiba melhor a partir sibilidade ficar com dinheiro em caixa sões, de forma organizada, fiscalizem
de agora. sem que o mesmo tenha destino de o destino de seus aportes, bem como,
A Bancoop é uma entidade sem fins aplicação em obras. as contas do seu empreendimento,
lucrativos que tem como objetivo social Para agilizar as obras em andamento, visto que as mesmas estão à dispo-
oferecer imóveis em regime de cons- que precisavam de um volume maior sição de todos os cooperados que
trução a preço de custo, por meio de de recursos, a antiga gestão realizou o fazem parte da seccional.
autofinanciamento. Este regime deve “empréstimo solidário” entre os em- Verificadas as contas e constatado
ter apuração contábil das despesas e preendimentos. Assim, os cooperados o déficit, é preciso quitá-lo porque os
receitas ocorridas, visando um fluxo da obra que recebeu o empréstimo valores estimados pagos pelas unida-
de caixa adequado. Assim, ao final da puderam ter seus imóveis entregues des estavam abaixo do preço de custo.
obra, a receita proveniente das par- mais rapidamente. Porém, para que Construir a preço de custo é a missão
celas pagas deve ser suficiente para os cooperados do empreendimento da Bancoop e das cooperativas habi-
cobrir os custos correspondentes à credor não tenham prejuízo, os mora- tacionais. No entanto, construir abaixo
operação. Resta aos participantes a dores beneficiados precisam pagar o do custo é impossível. Não é justo que
responsabilidade pelo custeio efetivo valor devido. os cooperados que já estão em suas
das obras e demais obrigações decor- O pagamento do empréstimo pelos moradias não arquem com o valor de
rentes da construção. cooperados dos empreendimentos custo de seus imóveis enquanto aque-
Acontece que o tempo de execu- deficitários é necessário para dar con- les que ainda não receberam seu imó-
ção de uma obra não é o mesmo do tinuidade às outras obras e também vel continuem pagando aluguel.
vencimento das parcelas. A Bancoop para finalizar o estacionamento e as A Bancoop e seus empreendimen-
chegou a entregar empreendimentos áreas de lazer do condomínio. tos são de todos e de cada um dos
em menos de 36 meses após o lança- Note que, em alguns casos, tan- cooperados. Só haverá uma solução
mento. Mas, as prestações destes mes- to obras que emprestaram recursos definitiva para nossos problemas
mos imóveis terminariam de ser pagas quanto as que os tomaram, o valor com a participação e o compromis-
somente dois anos depois do término estimado para o custeio da constru- so de todos.
■ DOCUMENTO NA MÃO
Finalizadas as apurações contábeis e determinando-se o valor do custo adicional remanescente é procedida a dis-
tribuição dos valores segundo os preceitos da Lei Federal que define a política nacional de cooperativismo, a saber Lei
nº 5.764, de 16/12/1971.
Em caso de imóveis produzidos em cooperativa habitacional, a preço de custo e em regime de autofinanciamento,
é aquela descrita na Norma Brasileira nº 12.721, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), citada pela Lei
Federal nº 4.591, de 16/12/1964, a qual dispões sobre o condomínio em edificações, com as alterações introduzidas pela
Lei Federal 4.864, de 29/11/1965, que dispõe sobre medidas de incentivo à construção civil e alterações posteriores.
A partir dos preceitos indicados na NBR 12.721, a participação de cada unidade residencial é fixada através da sua
fração ideal (fração expressa de forma decimal ou ordinária, que representa a parte ideal do terreno e coisas de uso
comum atribuídas à unidade autônoma, sendo parte inseparável desta) e do seu coeficiente de proporcionalidade (pro-
porção entre a área equivalente em área de custo padrão total da unidade autônoma e a área equivalente em área de
custo padrão global da edificação).
Os cálculos podem ser verificados nas duas planilhas de cálculo seguintes, a saber:
Nesta planilha estão discriminadas, por tipo de unidade residencial ou vaga autônoma de garagem, as respectivas
áreas e frações ideais que indicam a proporcionalidade no rateio dos valores adicionais apurados pelos cálculos contá-
beis. É importante frisar que, em caso de ter ocorrido permuta de unidades no próprio empreendimento por terreno,
tais unidades não entram na distribuição do rateio de custos. Neste caso, não se trata de relação de cooperação, mas
sim de relação de compra e venda com a chamada “dação em pagamento”, ato correspondente ao processo de aquisi-
ção do terreno do empreendimento.
Nesta planilha também estão discriminadas, por tipo de unidade residencial ou vaga autônoma de garagem, as
respectivas áreas e frações ideais que indicam a proporcionalidade no rateio dos valores adicionais apurados pelos
cálculos contábeis. Estes dados servem então para calcular o valor do rateio do custo adicional apurado, por tipo de
unidade residencial ou vaga autônoma de garagem, levando-se em conta os respectivos coeficientes de proporcio-
nalidade calculados conforme as prescrições da NBR 12.721, de forma que o somatório dos produtos dos valores
unitários pelo total de unidades resulta coincidente com o valor apurado pelos cálculos contábeis como o total do
rateio do custo adicional. (já indicado no Quadro do Resumo Geral de Gastos da Obra, no item I da “Apuração”).
Prazo de construção
Cooperativismo
A construção pelo sistema cooperativista segue o princí-
A Bancoop é uma cooperativa habitacional e não pio de que os dispêndios nunca devem ser maiores do que
uma incorporadora, nem uma construtora. No coope- os ingressos de recursos. Por isso, as obras são realizadas de
rativismo, as decisões são coletivas. Por isso, apesar de acordo com o fluxo de caixa. Se existem recursos elas são
ter profissionais capacitados que gerem a cooperativa e realizadas, se não existem elas têm que esperar recompor o
administram as seccionais, a participação dos cooperados fluxo de caixa.
é fundamental. Somente por meio dela é possível haver o Apesar de haver um planejamento de execução de
Ato Cooperativo. Ela também amplia a transparência das acordo com a entrada dos recursos, se há atraso nos pa-
ações, os mecanismos de fiscalização e a comunicação gamentos de parcelas, ou se a adesão de cooperados ao
com o conjunto dos cooperados, por isso a Bancoop tem grupo é lenta, o planejamento pode ser alterado, indepen-
incentivado a criação dos Conselhos Fiscais e de Obras. dentemente da vontade da gestão da cooperativa.
Como cooperativa, a Bancoop segue as regulamenta- O alongamento do prazo de construção, que não de-
ções da Lei do Cooperativismo (Lei 5.764/71), que traz pende da vontade da gestão da cooperativa, também faz
diversas especificidades desse sistema de construção. oscilar para mais o valor de custo estimado na formação
Bancoop 29 VILA MARIANA
da seccional. Isso porque existem custos fixos que, mes- de cobrança, passando pela eliminação de coopera-
mo se as obras pararem, não deixam de existir. Quanto dos, ações judiciais, de reintegração de posse e até
maior é esse prazo, mais elevado é o custo. mesmo o bloqueio e confisco de bens, de acordo com
É por isso que se utilizam os mais variados mecanis- cada caso específico.
mos como forma de agilizar as construções e reduzir
esses custos que aumentam proporcionalmente com o
Restituição de recursos
prazo de entrega. E foi por isso, que, para os empre-
endimentos em construção, sugeriu-se a antecipação de
A mesma forma que cumpre todas regras previstas no
recebíveis e o empréstimo solidário. Apesar de haver a
Termo de Adesão e Compromisso de Participação e no
necessidade de se arcar com o custo do capital, há a
Regimento Interno, a Bancoop também cumpre aquelas
redução do custo que seria gerado em decorrência do
que estipulam as formas de devolução de haveres dos co-
maior prazo de entrega.
operados que solicitaram a demissão (desistiram), foram
excluídos, ou eliminados do quadro de associados da co-
Proposta de continuidade das obras operativa. Além de estabelecer prazos para início e tér-
mino dessas restituições, as regras preveem a devolução
Muitos cooperados de empreendimentos em construção no caso da existência de recursos do caixa do empreen-
perguntaram o que aconteceria se a proposta, que prevê o dimento. Se não há recursos a devolução se dá somente
reforço de caixa e a antecipação de recebíveis, não fosse acei- quando eles existirem.
ta. A resposta é muito simples: a obra continua sendo execu- Mas, no Acordo Judicial estabelecido com o Ministé-
tada de acordo com o fluxo de caixa (ingressos = dispêndios). rio Público do Estado de São Paulo, foram estipuladas
No entanto, como os custos fixos passam a onerar o empre- regras mais benéficas aos cooperados das obras des-
endimento por muito mais tempo, além de os cooperados continuadas, que podem ser conferidas na íntegra do
terem que aguardar suas unidades por um prazo ainda maior, acordo.
em alguns os valores a serem arcados podem ser ainda mais
elevados do que se fossem pagos os custos pela antecipação “Empréstimo solidário”
dos recebíveis e gera um novo rateio ao final.
O “empréstimo solidário” refere-se a uma opera-
ção administrativo-financeira, realizada por uma anti-
Rateio X Reforço de caixa ga gestão da Bancoop, pela qual recursos disponíveis
de uma seccional eram utilizados em outra seccional,
E muitas das perguntas havia uma confusão entre ra- com a finalidade de agilizar as obras nas seccionais em
teio e reforço de caixa. construção. Geralmente, as obras ainda não haviam
O rateio acontece no encerramento contábil do em- sido iniciadas nas seccionais que “emprestaram” os
preendimento, quando não há mais incidência de dispên- recursos, pois estava em fase de elaboração de pro-
dios, e os valores de ingressos foram menores do que os jetos/aprovação nos órgãos competentes, pagamento
custos apurados. O rateio é a divisão de acordo com a do terreno etc.
fração ideal da unidade entre os cooperados. Em alguns A seccional que “emprestou” os recursos passou a
casos, e que faltavam poucas etapas a serem realizadas, ser credora das seccionais que tomaram os recursos.
a Bancoop realizou o cálculo dos dispêndios restantes e As tomadoras de recursos passaram a ser deficitárias e
considerados os custos no rateio. devem pagar os déficits referentes ao “empréstimo soli-
O reforço de caixa é uma forma de aumentar o fluxo dário” corrigidos por uma taxa de 80% do valor do CDI
de caixa da seccional para que a mesma seja construída no período em questão. Tais recursos serão creditados
mais rapidamente e haja a redução do custo fixo. Esse nas contas das seccionais em construção.
mecanismo foi utilizado depois de terem sido realizados Metade dos valores de ingressos das seccionais
estudos que apontavam que os recursos a serem arreca- ainda em construção que tomaram os recursos “em-
dados não seriam suficientes para cobrir todos os cus- prestados” será destinada à composição do fluxo de
tos do empreendimento. Quando os valores de reforço caixa para a continuidade das obras e a outra meta-
de caixa foram estipulados, o orçamento previu recur- de ao pagamento do “empréstimo”, até que o mesmo
sos para a conclusão da seccional. Mas, apesar de haver seja quitado.
essa antecipação, como, nesses casos, havia muitas etapas Na medida em que as seccionais tomadoras se ne-
de construção a serem realizadas e muitas premissas a gam a pagar os “empréstimos”, como esses recursos
serem cumpridas, tanto pelos cooperados quanto pela são provenientes de outras seccionais em construção, as
Bancoop, pode haver diferenças no momento do encer- tomadoras prejudicam o fluxo de caixa das credoras e
ramento contábil. atrapalham o cronograma de execução.
Por esse motivo, a Bancoop tem tomado todas as
Regras de cobrança medidas cabíveis, inclusive judiciais, para a recupera-
ção desses recursos, tendo ocorrido penhora de bens
Todas as regras de cobrança de valores dos coo- de cooperados e reintegração de posse de unidades e
perados estão previstas no Termo de Adesão e Com- campanhas de negociação. Os resultados estão apare-
promisso de Participação e no Regimento Interno da cendo, mas, como se trata de operações que dependem
Bancoop e a cooperativa tem tomado todas as me- do trâmite judicial, que prevê o direito de defesa e de
didas cabíveis e legais para que seus cooperados não contestação das partes envolvidas, a devolução dos re-
sejam prejudicados. Tais medidas vão desde as cartas cursos acaba sendo mais demorada.
Bancoop 30 VILA MARIANA
E, atualmente, além de ser mantida a contabiliza-
Permutas
ção separada, cada empreendimento em construção
possui sua própria conta bancária.
Em alguns casos, a Bancoop utilizou o sistema de
permuta para efetuar o pagamento dos terrenos onde
foram construídos os empreendimentos. Tal mecanis- Processos trabalhistas
mo é largamente utilizado pelo segmento imobiliário e
trata-se de uma operação comercial estabelecida por Os cooperados perguntaram se é verdadeira a
meio de contrato. Ao invés de receber o valor do ter- informação de que existem centenas de processos
reno no momento da transação, o proprietário recebe trabalhistas contra a Bancoop. Toda instituição está
em unidades no encerramento das obras. Isso permite sujeita a esse tipo de processo, mas o fato é que “as
que os cooperados paguem pelo valor do terreno no centenas” processos mencionados são contrários a
decorrer das obras e permite que o dinheiro seja apli- empresas contratadas pela Bancoop. Quando há ga-
cado diretamente nas etapas de execução. nho de causa da parte processante, ao buscar tais
Como a transação é efetuada em número de unida- empresas para o pagamento dos valores das ações e
des, não é possível reduzir a quantidade da dação em não ter êxito, a Bancoop é citada como sendo cor-
caso de os custos destas sofrerem oscilação. responsável pelos trabalhadores. Em todos os caso
Também existem casos em que se efetuaram o paga- a Bancoop recorre da decisão e tem obtido êxito e,
mento de serviços com a permuta de unidades. quando não obtêm, desconta os valores da retenção
técnica e busca mecanismos judiciais de recuperação
dos valores.
Juros