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FATORES DE RISCO DO BOTULISMO INFANTIL

Em todo o mundo, os casos descritos de botulismo infantil quase sempre


resultam de estirpes de C. botulinum que produzem as toxinas dos tipos A ou B.
Entretanto, foram reportados na Itália quatro casos de botulismo infantil causados
pela neurotoxina tipo E produzida pelo C. butyricum. Também foram descritos
quatro casos de botulismo infantil causados pela toxina tipo F produzida pelo C.
baratii (AURELI et al, 1999; BARASH et al, 2005; FOX et al, 2005; KEET et al,
2005; LINDSTROM e KORKEALA, 2006).
O botulismo se classifica em botulismo infantil quando a bactéria é
ingerida e esta produz a toxina causando toxinfecção e morte súbita em recém
nascidos; e botulismo alimentar quando o alimento carrega a toxina, causando
intoxicação no indivíduo (SILLOS & FAGUNDES, 2004).
O mel é uma fonte potencial de transmissão do botulismo, principalmente
pela deficiência de fiscalização nas propriedades produtoras do mel in natura e
também pela susceptibilidade do imunodeprimido e do neonato em seu primeiro
ano de vida. A criança durante os primeiros anos da vida ainda está adquirindo a
imunidade necessária para protegê-la de microrganismos patogênicos como o
Clostridium botulinum. Outro grupo de risco são os imunodeprimidos, estes por
possuir as barreiras imunológicas deficientes, apresentam uma maior
susceptibilidade (SILLOS & FAGUNDES, 2007).
O Botulismo Infantil é tida como uma infecção rara, talvez mais pela falta
de estudos sobre o assunto do que por sua real baixa incidência. Por ser o
botulismo considerado uma infecção com poucos casos registrados na atualidade,
outras patologias acabam sendo dadas como responsáveis no estudo de casos de
lactentes com comprometimento muscular, quando alguns deles poderiam ser de
botulismo infantil. Com os atuais processos industriais e o maior controle
microbiológico dos alimentos, sua incidência tende realmente a ser pequena, mas
um levantamento rigoroso poderia revelar taxas mais elevadas do que se poderia
imaginar (MUGNOL,1997).
Historicamente, acreditava-se que o botulismo infantil contribuía para a
Síndrome da Morte Súbita Infantil (SIDS). Se a doença não fosse diagnosticada
corretamente, a paralisia da musculatura respiratória poderia levar a uma rápida
hipoxemia e à parada respiratória. Dois estudos identificaram postmortem, a
colonização por C. botulinum em 4 a 15% das mortes causadas por SIDS.
Entretanto, um estudo de dez anos, realizado mais recentemente, concluiu que o
botulismo não é um fator significante para a ocorrência de SIDS (COX e HINKLE,
2002; LINDSTROM e KORKEALA, 2006). O botulismo infantil causa apenas
doença esporádica e não tem potencial para causar uma epidemia (SOBEL,
2005).
A gravidade da enfermidade varia desde uma infecção moderada à morte
repentina da criança. Tem-se estimado que o botulismo infantil contribua pelo
menos em 5% nos casos de morte súbita em lactentes (figura 13) (ASSOCIACIÓN
AMERICANA DE SALUD PÚBLICA apud ACHA & SZYFRES, 1986).

ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DO MEL

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