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Primeira Imagem

Na primeira imagem que nos é apresentada, Obra de Otto Dix (Invalides), representa as
marcas deixadas nas vidas das pessoas, sociedades após a 1ª Guerra Mundial (1914-
1918)

Análise Formal

A imagem apresenta-nos três indivíduos à volta de uma mesa de café onde tentam
ocupar o seu muito tempo livre jogando cartas. São visíveis as marcas deixadas no
físico, no intelectual e na alma pela 1ª Guerra Mundial. Onde, lutaram, defenderam e
acreditaram numa causa ou ideal que lhes roubou o papel activo na sociedade. São
visíveis as marcas físicas, amputação de membros inferiores, deficiências auditivas,
visuais, assim como, deficiências cognitivas. A julgar pela expressão dos seus rostos são
pessoas que a guerra destruiu. A sociedade esqueceu quem foram os que lutaram, os que
defenderam, e os que acreditavam. Ou será que a sociedade fez o inverso? São ex-
militares (nota-se pela cruz trazida ao peito) e de um extrato social elevado, a julgar
pelas vestes e pela figura forte e nutrida. Ao fundo vê-se alguns jornais da época, que
por certo relatam acontecimentos vividos por estes três indivíduos que esta sociedade
não tem tempo de cuidar nem de agradecer/ reconhecer serviços prestados em nome de
uma causa, missão, ou obrigação

Análise Sociológica

Apresenta-nos três indivíduos, que assim como muitos são o reflexo das marcas que a 1ª
Guerra Mundial deixou na vida, na família e nas sociedades intervenientes. Reflectindo
as marcas deixadas nos corpos e os danos irreversíveis. Cada mazela é momentos de
horror e pânico impossíveis de descreves.

Análise Iconológica
Esta imagem é o reflexo real de todas as consequências graves que uma guerra traz.
Reflecte todas as perdas e danos irreversíveis que nenhuma causa merece. Rostos que
reflectem não só os traumas e demências como também as perdas afectivas e o
desrespeito pela sua integridade.

Segunda Imagem

Análise Formal

Para mim a imagem representa a expansão, a conquista de novos mundos, novos povos,
novas terras, novas culturas. A busca de esperança de algo bom, de algo melhor, algo
mais, tudo para além do que se conhece e existe. A esperança e a fé de que todo o
esforço terrestre valeria a pena pois este seria recompensado no céu (futuro). Representa
ainda a fé numa força superior, que conduzirá e que dará alento e coragem nas horas de
maior desânimo. Que o homem poderá alcançar tantas metas quantas as que se propuser
atingir. As poucas vestes significam o desapego aos bens materiais, assim como a cor
branca imaculada representa a pureza.

Análise Sociológica

O cenário representa todo o esforço, todo o sacrifício que se faz para chegar a
determinado ponto. A imagem do anjo quanto a mim representa a fé e a esperença num
mundo melhor e que o esforço será representado. Quanto as poucas vestes pode também
representar a falta de “bagagem” para alcançar e viver no futuro.

Análise Iconológica

Representa a evolução espiritual, a maturação da sociedade e ainda que os danos


passados sejam irreversíveis há esperança no futuro, uma vez que as adversidades são
grandes oportunidades se soubermos delas tirar proveito e ensinamento.
De facto não podemos prever o futuro, mas podemos prepará-lo. Ao prevê-lo estaríamos
a condicioná-lo, mas mediante a atitude presente este poderá ser mais, ou, menos
próspero. O futuro pode ser preparado hoje para que a humanidade não sofra flagelos de
outrora. Baden Powell (fundador do escutismo) disse um dia:” Não herdamos a terra
dos nossos pais, tomámo-la dos nossos filhos.” Devemos ter consciência que cada acção
nossa no presente terá uma repercussão no futuro a médio longo prazo e essa,
influenciará as gerações futuras.
Após a guerra, houve a necessidade de garantir e prometer à sociedade que algo
idêntico não acontecesse. Nenhum ideal, fosse ele de que natureza fosse, justificava a
destruição que houve, a nível mundial. Era necessário criar uma medida preventiva. No
Século XXI deve haver uma união e um objectivo comum à escala mundial para que,
um novo Otto Dix seja impensável, e que tudo o que é retratado nele faça pensar quem
use atentar contra a paz da humanidade.
Vivemos numa constante mudança e numa evolução acelerada a nível
tecnológico a par com problemas sociais e crises económicas onde uma III guerra
mundial poderá não acontecer, devido ao respeito pelo direito a vida e pelos princípios
fundamentais do Liberalismo (Igualdade, Fraternidade, Liberdade).

Não esperem nada do século XXI. O século XXI é que espera tudo de vós”. Diz-nos
Gabriel Garcia Marquez.
Ainda que tenhamos tudo nas nossas mãos. Estará a humanidade preparada para
enfrentar o século XXI? Ainda que tenhamos a chave, será que a bagagem é
suficientemente boa e a indicada para a viagem? Por mais evolução cientifica e/ou
tecnológica que possa haver, de nada nos vale se não for acompanhada de uma evolução
espiritual, uma “ sociedade de espíritos”, a razão de ser da UNESCO. A educação e a
consciencialização da mudança é algo basilar para o bem comum da Humanidade.
A título particular, todos nós acham e acreditamos que o futuro é que é bom,
que é promissor, que é positivo. Claro que é, ainda não lhe mexemos. Mas, se
pensarmos bem o futuro quase não existe, ou quando damos conta, o futuro é logo o
momento seguinte e torna-se o presente sem que nos apercebamos. O homem por mais
que evolua, por mais que crie, tem sempre a sua existência e/ou longevidade
condicionada pela natureza, pela sua acção perante esta e pela necessidade que esta tem
de se regenerar face à acção do Homem. A medicina, ainda que avançada, estará ela a
contribuir para o melhoramento da humanidade? Ou, não estará ela a condicionar
gerações vindouras? Não estará ela a trazer anos à vida ao invés de trazer vida aos anos?

Utopia?
A meu ver a utopia nunca morreu, esta existiu e existirá sempre. A sua presença é uma
constante e necessária na busca daquilo que queremos e acreditamos. Utopia é a
justificação para quando as metas não são atingidas, não porque não se tentou mas
porque efectivamente naquele tempo, naquele momento não reuniu condições para que
fosse possível. As utopias de outrora são as realidades de hoje (ex: a chegada do
Homem a lua). Todos nós temos a necessidade de acreditar em algo, numa força maior,
superior, que nos guie, nos conduza, nos ampare e nos sirva de conforto quando o
trajecto é mais agreste na caminhada da vida. “O sonho é uma constante da vida, tão
concreta e definida como outra coisa qualquer…”( Gerdeão, António, Pedra Filosofal)

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