PROCESSO DO TRABALHO
funcionário é gerente, não nega o fato,
04/08/2010
3º BIMESTRE
ONUS DA PROVA
1. Regra do 818 CLT
2. Regra do art. 333 CPC
3. Fatos que dependem de prova
4. (Re)distribuição do ônus da prova
a. Princípios
b. Prova Ilicitas
5. Hipóteses
- Segundo art. 818, o ônus compete a quem
alega.
Art. 818 - A prova das alegações incumbe à parte
que as fizer.
- Advogados antigos contestavam não
alegando nada, para não atrair o ônus da
prova, pois se contestassem, atrairiam o ônus
da prova para o seu lado.
- Art. 818 é incompleto, uma vez que
possibilita a quem teria o ônus da prova de
eximir-se de tal encargo quando a outra parte
negasse a pretensão.
REGRA DO CPC
- Cabe ao autor alegar o fato constitutivo e ao
réu alegar o fato extintivo, impeditivo e
modificativo.
- Fato constitutivo: p. ex, reclamante de hora-
extra, deve provar um fato que dê o direito à
hora-extra, um fato que faz brotar o direito.
- Fato extintivo: algo que extingue o direito do
autor, p. ex. pagamento de hora-extra, se
provado extingue este direito.
- Fato impeditivo: p. ex. provar que
empregado era gerente, o que impede a hora-
extra.
- Fato modificativo: pedir comissões dos três
meses de trabalho, porem empregador alega
que deve as comissões, mas que elas seriam
parceladas. Ou o empregado alega que deve
receber 30% de adicional e a empresa alega
que o percentual é de 20%.
- Todos estes fatos do réu, são considerados
méritos. Porem indiretas de mérito. Quando
você afirma que pagou a hora extra, ou que
somente coloca um empecilho para que o
empregado não receba.
- Falta a contraprova, a possibilidade de
negar.
ALTERNATIVAS DA EMPRESA
- Negar o fato: p.ex não fez hora extra. Alega
demonstrando com cartões ponto.
- O ônus da prova funciona igual o CPC.
FATOS QUE NÃO DEPENDEM DE PROVA (ART
334 CPC)
- Fatos Notórios: não dependem de prova, não
caem na regra do art. 333. Por exemplo, uma
empresa com duzentas ações trabalhistas
sobre a mesma coisa e deseja provar com
testemunhas em um novo caso. É notório que
a empresa só quer protelar o processo.
- Fatos afirmados e não contestados: também
não dependem de prova.
REDISTRIBUICAO DO ONUS DA PROVA
- Quando ocorre a inversão do ônus da prova
no direito do trabalho?
- Principio da proteção ao
hipossuficiente;
- Principio da aptidão para a prova:
quando a empresa tem uma maior
aptidão para provar.
- Prova ilícita? A principio é vedado, mas pode
ser considerado no direito trabalhista. O Juiz
considera a prova ilícita como valida quando
não existir outro meio de se provar o alegado.
Tutela-se mais o empregado, a prova ilícita
pode servir para ambos, mais procura
favorecer mais o empregado. Principio da
proporcionalidade, o Juiz vai balancear no
caso concreto qual foi o bem que foi violado e
os proveitos que se tirou desta ação.
HIPÓTESES
- Sumula 6: cabe a empresa provar o fato
impeditivo, extintivo e modificativo da
equiparação salarial.
- Súmula 16: após 48 horas da postagem,
presume-se a notificação.
- Súmula 32.
- Súmula 254.
- Súmula 338. Empresa com mais de 10
funcionarios tem que ter cartão ponto.
Quando determinado por Juiz deve-se exibir
tais documentos sob pena de presunção da
jornada pedida pelo reclamante.
- Orientacao Jurisprudencial 233. Empregado
não precisa mostrar hora-extra durante todo
contrato, por presunção o Juiz estende.
- Atividades de risco como insalubridade e
periculosidade, pode-se presumir a culpa do
empregador e somente se eximirá da
responsabilidade se provar a culpa exclusiva
do empregado.
11/08/2010
PROVA DOCUMENTAL
NOCOES GERAIS
- Existem 4 espécies de provas: documental,
testemunhal, pericial e depoimento pessoal.
- As provas tem o mesmo valor probatório.
Uma prova bem produzida vale mais.
- A rainha das provas é a confissão, busca-se o
depoimento pessoal, para que a outra parte
confesse.
- Ouve-se o depoimento pessoal quando achar
que a parte contraria ira confessar.
- Prova documental é qualquer representação
material. Não precisa ser papel, qualquer
coisa material.
- Art. 830: documentos originais ou
autenticados por cartório. Na pior das
hipóteses, indicado como autentico pelo
advogado.
MOMENTOS DE PRODUCAO
- Documentos devem ser juntados com a
inicial.
- Outros, podem ser juntados depois, para
provar fato novo ou afastar a alegação da
outra parte. E eventualmente, quando estiver
impedido de produzir a prova.
DOCUMENTOS PÚBLICOS E PARTICULARES
Documentos Públicos:
- Art. 364. O documento público faz prova não
só da sua formação, mas também dos fatos
que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário
declarar que ocorreram em sua presença.
- Os documentos públicos provam a
declaração e o fato declarado. Ou seja, a
declaração é valida e o conteúdo é verdadeiro.
Documentos Particulares:
- Art. 368. As declarações constantes do
documento particular, escrito e assinado, ou
somente assinado, presumem-se verdadeiras
em relação ao signatário.
Parágrafo único. Quando, todavia, contiver
declaração de ciência, relativa a determinado
fato, o documento particular prova a
declaração, mas não o fato declarado,
competindo ao interessado em sua veracidade
o ônus de provar o fato.
- Provam a declaração, mas não o fato
declarado.
ONUS DA PROVA E INCIDENTE DE FALSIDADE
- O ônus da prova é de quem alega. Se for
alegada a falsidade, o ônus da prova é de
quem alega.
- Se for assinatura, o ônus é de quem produziu
o documento. Art. 389.
- Se for para requerer a falsidade dos
documentos, prazo de 10 dias.
FORMALIDADES
- Não existe uma forma especifica para se
provar. Pode ser por testemunha, documento,
etc.
- Salario (art. 464 CLT).
- Pagamento de férias (art. 135 e 145 CLT).
Quando não se concede férias no período
aquisitivo, paga-se em dobro.
EXIBICAO DE DOCUMENTOS
- A parte pode exigir que a outra parte exiba
documento que esteja em seu poder. Pode ser
feito de forma cautelar, antes que seja
iniciado o processo principal. Também poderá
ser feita de forma incidental, ou seja, durante
o processo.
- Esta prevista no art. 355 CPC.
- Requisitos: fazer a individuação do objeto, a
finalidade para que se quer o documento e
motivo pelo qual ele se encontra com a outra
parte. Se pedido, a outra parte terá 5 dias
para se justificar quanto a exibição do
documento. Não se justificando ou a
justificação sendo precária, devera exibir o
documento. Se não exibir, presumira
verdadeiro o fato que seria provado com o
documento.
18/08/2010
PROVA EMPRESTADA
- São provas que não estão dentro dos autos.
Por exemplo, um depoimento pessoal de um
outro processo.
- É mais utilizada no direito do trabalho, pois
geralmente uma empresa tem muitos
funcionários, então um funcionário pode-se
valer da uma prova já usada por outro.
- É o Juiz que dá a forca probatória da prova
emprestada. O Juiz que colhe a prova é o que
deve sentenciar (este principio é aplicável
somente no cível, no direito trabalhista não).
- Pode ser de um outro processo em que
figuram terceiros, que não têm nada a ver
com o processo.
- Exemplos: pericia em acidente de trabalho.
DEPOIMENTO PESSOAL
- Sumula 74 TST: na audiência inaugural as
partes são intimadas a comparecer para
depor, sob pena de confissão.
- Petição inicial, tenta conciliação, se não der
certo, apresenta a defesa. Depois marca a
segunda audiência.
- Quando o autor não comparece na primeira
audiência arquiva. Quando o réu não
comparece, revelia e posteriormente
confissão.
- Na segunda audiência (instrução), se o autor
não comparecer, confissão. Se o réu não
comparecer, confissão também. Se ambos não
comparecerem, o Juiz julga conforme o estado
do processo, de acordo com quem tem o
maior ônus da prova.
- Por exemplo, se a empresa quiser provar
hora extra ou dispensa por justa causa, o ônus
é dela. Se ela não comparecer, o prejudicado
será ela.
- Depoimento prestado pelo autor ou pelo réu
sobre os fatos relevantes do processo. NÃO É
MEIO DE PROVA! O que a parte fala em juízo
não aproveita ela, a não ser que ela acabe
confessando.
- A confissão é meio de prova, mas o
depoimento pessoal não.
- Art. 848 CLT: O Juiz poderá de oficio
interrogar os litigantes.
- O Juiz fazendo o interrogatório ou não,
possibilita a outra parte que faca perguntas
uma a outra, desde que seja requerido. Se as
partes dispensarem, o depoimento pessoal
não é realizado.
- A confissão pode ser real ou ficta. Real
quando confessa expressamente. Já a ficta é
ocasionada pelo não comparecimento a
audiência em que deveria depor, ou mesmo
comparecendo não responde ou com
respostas evasivas.
- Ver art. 370 CPC.
08/09/2010
FASE DECISÓRIA
1 – Razoes Finais e 2ª tentativa de conciliação.
2 – Sentença. Definição.
3 – Classificacao
4 – Estrutura
5 – Efeitos
6 – Limites
7 – Publicacao
8 – Embargos e correção
RAZOES FINAIS
- Na justica do trabalho são três audiências:
conciliação, instrução e sentença.
- Após petição inicial, ocorre a primeira
tentativa de conciliação. Se não for possível,
acontece a defesa (1ª audiência). Depois o
depoimento pessoal, testemunhal, as razoes
finais e a 2ª tentativa de conciliação (2ª
audiência). Por fim, o julgamento (3ª
audiência).
- Razoes finais: é a manifestacao de cada uma
das partes quando encerrada a producao de
provas, no prazo de 10 minutos, sobre
determinados fatos relevantes no transcorrer
processual. As razoes finais poderão ser
remissivas ou oralmente. Art. 850 CLT:
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as
partes aduzir razões finais, em prazo não
excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em
seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta
de conciliação, e não se realizando esta, será
proferida a decisão.
 Parágrafo único - O Presidente da Junta, após
propor a solução do dissídio, tomará os votos dos
vogais e, havendo divergência entre estes, poderá
desempatar ou proferir decisão que melhor atenda
ao cumprimento da lei e ao justo equilíbrio entre
os votos divergentes e ao interesse social.
- A segunda tentativa de conciliação é
obrigatória, notadamente em razão de que
todas as provas já foram produzidas.
SENTENÇA
- Sentença é o sentimento do Juiz sobre o
processo, não é mais o ato que Poe fim ao
processo.
- É o ato do Juiz que implica uma das
hipóteses do art. 267 (julgamento sem mérito)
e 269 (julgamento com mérito) do CPC.
- Sentença é um ato complexo, exige técnica,
interpretação e sentimento de justiça.
- Os melhores métodos de interpretação são
os métodos intuitivos.
CLASSIFICACAO
- Declaratorias: são as que declaram a
existência de um direito. Por exemplo,
reconhecer o vinculo de emprego é
declaratória.
- Constitutiva: cria, modifica, ou extingue um
direito. Exemplo, reconhecimento da justa
causa do empregador.
- Condenatória: condena ao pagamento ou a
uma obrigação de fazer ou não fazer.
- Mandamental: condena a uma obrigação de
fazer ou não fazer e as conseqüências do não
cumprimento. Exemplo, a tutela antecipada.
Uma sentença pode ser declaratória,
constitutiva, condenatória e mandamental ao
mesmo tempo.
ESTRUTURA DA SENTENÇA
- Relatorio: relato dos acontecimentos mais
importantes do processo.
- Fundamentacao: argumentação,
fundamentos que levaram o Juiz a decidir.
Dispositivo é o posicionamento do Magistrado
pela procedência ou improcedência do pedido.
Existe também no dispositivo a condenação
em honorários,
EFEITOS
- Coisa Julgada: formal e material. Na formal,
não comporta mais recurso, pois passou o
prazo, o mérito foi discutido. Na material,
esgotou-se os recursos. Após 2 anos faz-se
coisa soberanamente julgada, pois não
comporta nem ação rescisória.
- Direito de Sequela: direito de perseguir o
bem aonde quer que esteja.
LIMITES
A sentença deve ficar restrita ao que foi
pedido e ao que foi contestado, conforme art.
128 CPC. Se a sentença ficar aquém é infra ou
citra petita. A sentença extra petita é nula
24/11/2010
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
Inquérito para apuração de falta grave:
medida judicial para que a empresa possa
dispensar o funcionário estável por justa
causa. Foi criada inicialmente para os estáveis
há mais de 10 anos (art. 492) e
posteriormente estendida ao dirigente
sindical. Atualmente a doutrina diverge sendo
que para alguns, é necessário o inquérito para
todos os funcionários estáveis na dispensa por
justa causa; porem para a maior parte da
doutrina e jurisprudência, somente o dirigente
sindical é que deverá ser apurado por
inquérito.
- Pelo art. 853, deve ser afastado o funcionário
durante o inquérito. Porem a jurisprudência
entende que não necessita.
- Se suspender o funcionário e o inquérito for
julgado procedente, a rescisão contratual
retroage a data da suspensão. Se não houver
o afastamento, a rescisão contratual será
declarada pela sentença.
- Se o inquérito não for julgado procedente,
será devido o salário desde a data do
afastamento, bem como a reintegração.
Portanto o inquérito é uma ação de caráter
dúplice.
- Numero maximo de testemunhas: 06.
Consignacao em pagamento: Medida
judicial utilizada pela empresa para realizar o
deposito das verbas rescisórias livrando-se da
multa do art. 477 da CLT, aplicável
geralmente quando o funcionario se recusa a
receber ou abandona o emprego.