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COMOAVALIAR
A APRENDIZAGEM
JOSÉ BERNARDO CARRASCO
: ; ~
I ,
ESCOLA S t * - t . ...
T~TULOORIGINAL: COMO EVALUAR EL APRENDIZAJE
pp-ppp-
I
•
2. A avaliação contínua
2.1 O porquê da avaliação contínua
2.2 Características da avaliação contínua
2.3 Modalidades da avaliação contínua
1 . 1 . 1 Conceito de avaliaçãlo
(2) Cf.: Poblador Diégue2.A.: de1 Río Sadornil. D.: Sánchez Amitioso, M.-Evaluación,
Unidade número 6 do programa de especializa~ãodos professores de E.G B. Forma-
ción Pedagógica l . UNED, Madrid. 1976. págs. 29 e 31.
CONCEITO E CARACTER~STICASDA AVALIAÇÃO
Se o .principal valor
_.-,
da ___
avaliação consiste em permitir detec-
tar uma deficiência-de aprendizagem-mal ela se pcqbuz, para-se po-
der remediar d e imediatq..fica claro que, se %o se avaliarem os alu-
nos. eles avançarão pelos diversos ensinos, sem saberem as falhas
que vão tendo ou as lacunas que se vão formando, até chegar o mo-
mento ,gmque.nãg poderão realizar novas aprendizagens por falfa
da base necessária ou por carência da necessária consistência.
Por isso, a avaliação
.. -.
não -deve
.
ter um~
-.carácter. ~-como
selectivo,
se vem considerãndo em determinados s6ctores educativos, mas deve
ter um sentido d e ajuda e orientação constante para o aluno. O carác-
ter selectivo aludido deve-se a consideração, por parte d e muitos. d e
que a avaliação consiste, exclusivamente. nas provas efectuadas para
verificar a promoção ou não dos estudantes ao ano ou ao nível se-
guintes. 110entanto, mais importante que esta selectividade são a ajuda
e a orientação que podem prestar-se ao aluno na sua aprendizagem.
uma vez conhecidos os resultados da mesma. graças a avaliação.
Além d o mais, a avaliação dos resultados da aprendizagem
proporciona-nos o conhecimento d o rendimento do aluno. em rela-
ção aos níveis objectivos. por um lado, e as suas actividades pessoais,
por outro. De facto. a avaliação indica-nos se cada aluno vai supe-
-
rando--os
- obtjectivoç~legalmenteestabelecidos que, aso~ieda.de..&x~~e
aos
- -. seus membros:-_.---
"_
isto traduz-se
- na concretização
_,
de um rendimento
-- ---.-<-.. _.
suficiente ou jnsuficiente. Mas, ao mesmo tempo, a avaliação diz-nos
seésse. .-rendimento
-.__- .
está ou não ...
d e acordo com as possibilidades d_o
COMO AVALIAR A APRENDIZAGEM
(5) Cf.: Ferrnín. M.-La evaluación, 10s exámenes y /as calificaciones. Editorial Kape-
lusz. B u e n o s Aires. 197 1
COMO AVALIAR A APRENDIZAGEM
I
tido. em última análise. da avaliação na ara quê avaliar-
mos? Na realidade a &tificacão da avaliação no campo educativo
radica no facto de ela nos permitir a retroaccão so~br~lementos da
, _
estrutura e do processo
-._~ ,. .)__ ._.< .- - .
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p o ç o b j e c t i ~ ~para
i- e d u c a m , indusivame.ni.ee_obr.e.asasp~9+
s . m o d i f i c á - l g ~ ~ - a p e r f e i ç o ~ ç resulta
~~j~.~os
dos. Ou seja. a avaliaçãÕpermitir-nos-á . --. os Dontos
.. . . conhecer
~
_
oseontos
.- ._._._I..L._fracQs-ugnS.o-e
--- dá aprendizagem e, em,s-onçequência. . ... .- .
(6) Lafourcade. Pedro D.- Op. cit., págs. 14-1 5, que correspondem a o prólogo d e Arturo
d e Ia Orden
CONCEITO E CARACTER~STICAS DA AVALIACÃO
I
tos. tanto da área cognitiva quanto da afectiva.
19
COMO AVALIAR A APRENDIZAGEM
a) Estilo de vida
1 . I Originalidade .................................. Alteridade
1 .2 Alegria ............................................. Tristeza
1 .3 Força ............................................... Debilidade
1.4 Segurança ....................................... Insegurança
b) Relação com as pessoas
2. 1 Delicadeza ....................................... Grosseria
2.2 Pontualidade.. ................................. Falta d e pontualidade
2.3 Obediência ...................................... Desobediência
2.4 Confiança ........................................ Desconfiança
2.5 Verdade .......................................... Mentira
2.6 Ajuda ............................................... Estorvo
2.7 Cooperação .................................... Isolamento, oposição
2.8 Justiça.............................................. Injustiça
2.9 Generosidade ................................. Avareza
C) Relação com as coisas
3.1 Trabalho .......................................... Preguiça
3.2 Cuidado .......................................... Descuido
3.3 Ordem ............................................. Desordem
3.4 Constância ...................................... Inconstância
3.5 Sobriedade ...................................... Desperdício
d) Conduta transcendente
Vida religiosa ......................................... Vida não religiosa
18) Cf.: a) Bernardo Carrasco. Joçé: Guillén Dionis. JoséLuis: de1 Río Sadornil. Dionisiwh
recuperación educativa, Editorial Bruno. Madrid, 1972. págs. 1 33-1 40.
b) Bernardo Carrasco. José-Cómo realizar Ia programación, Temas monográficos. Edi-
ciones Anaya. Madrid, 1977, págs. 19-21 .
É importante ter em conta que estas atitudes não esgotam todo o conteúdo da área
afectiva. Qualquer valor não incluído aqui deve ser tido em conta. Por outro lado. é
tão necessário o aspecto subjectivo cbmo o objectivo. trata-se de orientar pessoalmente
cada aluno da melhor maneira possível. dada a sua peculiar forma d e ser. para que
desenvolva as suas potencialidades de modo adequado. Daí que a melhor base para
a formação afectiva seja a tutoria. dl
A descrição resumida d e cada comportamento seria a seguinte:
-Originalidade: Ter critérios próprios; saber decidir e julgar: ter ini-
ciativa; revelar criatividade.
-Alegria: Saber reagir positivamente a qualquer circunstância e des-
cobrir os aspectos positivos das coisas e das situações, manifestando-
-os aos demais.
-Força: Saber enfrentar com coragem e valentia as dificuldades da
vida: ter capacidade de paciência e tolerância.
-Segurança: Estar convencido d o seu valor, sem cair no orgulho ou
na soberba: ter autoconfiança.
-Delicadeza: Ser respeitador e cortês no trato com os outros; ter fir-
meza espiritual.
-Pontualidade: Fazer o que há a fazer em cada momento. sem de-
moras injustificadas.
-Obediência: Cumprir o que é mandado e respeitar as normas esta-
belecidas.
-Confiança: Ter fé nos demais e estar convencido que estes são ap-
tos para o que têm a fazer e possuem boas intenções.
-Verdade: Dizer, com naturalidade, a verdade em que se acredita;
ser sincero.
-Ajuda: Auxiliar os outros: oferecer-se voluntariamente, preferindo
a dignidade a utilidade ou ao interesse.
-Cooperaçao: Saber trabalhar com os outros em tarefas comuns e
contribuir com o que pessoalmente se pode, aceitando a responsa-
bilidade da parte correspondente.
-1ustiça: Respeitar a propriedade dos outros: dar a cada um o que
lhe corresponde.
-Generosidade: Dar a cada um, por altruísmo, mais do que lhe cor-
responde.
-Trabalho: Ter disposição e capacidade para dedicar-se a algo ne-
cessário e útil; cumprir eficazmente o dever.
-Cuidado: Possuir disposição para tratar bem as coisas.
-Ordem: Saber dispor as coisas em relação adequada com o espaço
e 'com o tempo.
COMO AVALIAR A APRENDIZAGEM
(9) Cf.: Bernardo Carrasco. J o s é : Guillén Dionis. losé Luis: de1 Rio Sadornil. Dionisio-
Op. cit., pags. 2 2 1 e 55.
COMO AVALIAR A APRENDIZAGEM
(10) Poblador Diéguez. A,; de1 Río Sadornil, D.: Sánchez Arniiioso. M.-Op. cit..pag. 79.
( 1 1 ) García Hoz. Víctor-Educación personalizada. Instituto d e Pedagogía d o C.S.I.C..
Madrid. 1970, cap. 1.7.
( 1 2 ) García Hoz. Víctor-Op. cit.. cap. 111.1
CONCEITO E CARACTER~STICAS DA AVALIAÇÃO
vas de que carecem. Com o que, além da falta de honradez que este
facto revela, burlariam o colega do lado, que apresenta tanto os as-
pectos positivos como os negativos obtidos na avaliação do seu tra-
balho.
-Pode-se sobreestimar excessivamente os resultados positivos, caindo
na fanfarronice frente aos restantes companheiros, reduzindo os va-
lores da auto-avaliação a uma mera competição.
-O uso de recompensas externas pode levar a uma imprecisão auto-
-avaliadora. na ânsia de consegui-las.
I
-Convencer o aluno de que é capaz de realizar análises simples do
conteúdo do seu próprio trabalho. Pode-se sugerir, por exemplo,
que conte o número de vezes que começou um período com mi-
núscula. nos trabalhos escritos que fez durante um dia.
A segunda pergunta refere-se as orientações que o professor
pode proporcionar aos seus alunos sobre as aptidões ou característi-
cas que devem tentar avaliar. Em geral, os resultados que obtenham
em relação a si mesmos serão mais simples que os obtidos pelo pro-
fessor. Por outro lado. serão mais objectivos se avaliam aspectos ante
os quais a sua carga emocional é baixa, pois. de contrário, a afectivi-
dade pode falsear os dados e a precisão acaba por ficar muito dimi-
nuída. Quanto mais simples e variadas forem as actividades, melhor
as avaliará o aluno'. Por outro lado, ainda, o educador deve conseguir
que as tensões emotivas que podem derivar do conhecimento valo-
rativo do próprio esforço diminuam, para o que contribui a continui-
dade, base da habituação, e o considerar a avaliação como algo nor-
mal e não extraordinário.
A terceira pergunta refere-se ao modo de organizar as condi-
I
ções de aprendizagem. de forma a que os alunos alcancem os objec-
tivos da auto-avaliação. Eis as estratégias ou sugestões para o pro-
fessor:
-Dar bom exemplo, na prática, de avaliação e de auto-avaliação, ou
seja, pregar com obras. Que os alunos vejam como o professor os
avalia e se avalia a si mesmo.
-Manter na sala de aula uma atmosfera que estimule a auto-avaliação.
Para isto contribuem perguntas como "Que Ihes parece?". ou "Até
que ponto pensam que estamos a progredir?". evitando dizer ex-
pressões como "O vosso mal é que...", etc.
-Orientar as actividades da turma de forma a que os esforços do aluno
na auto-avaliação dêem lugar a experiências satisfatórias.
-Dar ao aluno oportunidade de praticar a avaliação, começando gra-
dualmente e não querendo fazê-la toda duma vez.
-Realizar avaliações conjuntas com os alunos, até que estes sejam
- capazes de fazê-lo por si sós, com um mínimo de garantia.
-Realizar entrevistas individuais. sobretudo com os que têm mais di-
ficuldade de se avaliarem a si mesmos.
-Evitar que o aluno comece a avaliar demasiadas coisas ao mesmo
tempo. antes de ter adquirido a destreza suficiente.
I
CONCEITO E CARACTER~STICAS
DA AVALIAÇAO
I
I
1.5.2.5 Auto-avaliação do professor
A investigação dos factores que afectam o rendimento do pro-
fessor, realizada por Swinwford. chega a conclusão que os anos de
experiência docente não proporcionam maior competência profissio-
nal, como se poderia esperar a primeira vista. É que. em definitivo.
para se poder progredir e melhorar profissionalmente é necessário
auto-avaliar-se. Por isso. seria muito importante que todo o educador
redigisse uma lista de princípios sobre os quais giraria a sua actuação
docente e dos quais partiria a sua própria avaliação.
Esta lista compreenderia dois sectores: o relacionado consigo
mesmo e o relacionado com os alunos.
No que diz respeito ao primeiro. podem destacar-se. a título
indicativo. os seguintes princípios ou perguntas"'];
I -Percebo que o meu êxito profissional é determinado, em grande me-
dida, pelo êxito dos alunos com quem trabalho?
-Imagino-me a mim mesmo como uma pessoa em constante processo
de aprendizagem ou como uma pessoa completa e cristalizada?
-Cultivo uma auto-segurança flexível?
-Preparo devidamente a minha acção educadora, utilizando méto-
dos e instrumentos modernos e adequados?
-Sei discutir amigavelmente os pontos de vista distintos dos meus?
-Evito monopolizar as horas de aula com as minhas dissertações?
-1mpaciento-me com facilidade perante os erros e a lentidão do aluno?
-Entendo a autoridade como serviço e não como autoritarismo?
Quanto ao sector que se refere a relação do professor com os
seus alunos, caberiam as seguintes perguntas. também a título indicativo:
-Proporciono a cada aluno a ajuda e a orientação de que necessita?
1 -Sou sensível ao mundo privado dos alunos, particularmente naquilo
I .r
(1 7) Veja-se Poblador Diéguez. A.; de1 Río Çadornil. D.: Sánchez Amifioso. M.-Op. cit.,
págs 88-90
COMO AVALIAR A APRENDIZAGEM
Exemplos:
1 . Desenhar um aparelho que demonstre o princípio de Arquimedes.
2. Elaborar a lista dos seis principais rios portugueses.
3. Realizar a leitura compreensiva de textos narrativos em prosa, a
2 5 0 palavras por minuto.
4. Demonstrar o teorema de Pitágoras.
No que diz respeito a segunda dificuldade, que se referia à
avaliação objectiva de uma actividade complexa. pode resolver-se se,
desde o principio. o professor determinar com clareza os aspectos
ou os elementos que devem ser tidos em conta para serem avaliados.
(19) Sobre a redacção adequada dos objectivos, pode consultar: Bernardo Carrasco.
José-Cómo realizar Ia programación, Ediciones Anaya. Madrid. 1977. Neste folheto
expõem-se. de modo breve e claro, as premissas da formulação adequada de objecti-
vos. com exemplos ilustrativos.
(20) Robert F.. Mager-Creación de actitudes y aprendizaje. Editorial Marova-Fax. Ma-
drid. 1973, pág. 27.
A
42). A avaliação continua
I
nal. Uma avaliação bem planeada permitirá apreciar o progresso do
aluno e a eficácia do programa escolar. Para tal, as etapas fundamen-
tais a ter em conta seriam:
-Determinar os objectivos educativos que se pretendem atingir. Re-
cordemos que um objectivo correctamente entendido pode definir-
-se como "a descrição de um tipo de comportamento (execução)
que esperamos que o aluno consiga realizar ou demonstrar ou, o
que é o mesmo, a descrição de um modelo de comportamento ou
I de resultado que esperamos ver alcançado num determinado prazo
de tempo". Assim. o objectivo na educação é a expressão do resul-
I
i'
tado que se pretende obter. A nota mais característica do objectivo
bem definido é, como já se indicou. a sua formulação em termos
operativos ou de comportamento. que descreve o que o aluno terá
de fazer para demonstrar a consecução do
-Especificar que comportamentos aceitamos como sinal evidente do
cumprimento dos objectivos. Aproveito para indicar que entendo
Provas de
papel e lápis
Provas de respostas
a seleccionar IL De alternativas constantes
De várias opções
i-
De escolha de resposta
De a~reciacãoda melhor remosta
De associação de respostas
Emparelhamentos simples
Emparelhamentos complexos
Ordenamento cronológico
provas de itens a Ordenamento lógico
ordenar Ordenamento espacial
Ordenamento operatório
. Provas de itens múltiplos de base comum
=
u
R
4 I Provas orais
4Provas de base não estruturada
L Provas de base estruturada
i Formais
Informais
i
Listas de controlo
Técnicas de observação Registos episódicos
Escalas de classificação
Questionários
m Técnicas de informação directa inquéritos
Entrevistas
I
t
A Provas e instrumentos para avaliar a área
cognitiva
-Estas provas devem trazer algo de novo para o aluno, ainda que
a sua resolução dependa do previamente aprendido.
Se o professor "surpreende" os alunos distribuindo-lhes umas fo-
lhas para que escrevam algo relativo a lição dada na aula anterior,
eles escreverão o que se recordarem do tema e nada mais. elimi-
nando os processos de organização e integração da aprendizagem
e a capacidade para elaborar respostas inteligentes.
Se, pelo contrário, depois de numa ou em várias unidades se terem
estudado os critérios para classificar objectos. se pede aos alunos
que façam uma redacção com uma determinada extensão sobre
"classificações" não estudadas nas lições precedentes. e se Ihes diz
que será tida em conta a capacidade para aplicar os critérios que
julguem oportuno seleccionar entre os indicadores que aprenderam,
é evidente que o resultado será mais criativo e eficaz. Daí que as
provas de composição escrita devam possibilitar a criatividade do
aluno.
-O professor deverá ter jCi preparados os modelos de resposta que
se esperam dos estudantes.
Exemplo:
-Enumere as principais diferenças existentes entre a educação per-
sonalizada e a chamada "educação tradicional", no que concerne
ao ensino.
Para esta prova, podem prever-se respostas-padrão. ao menos as
mais prováveis. ainda que algum estudante adiante outras igualmente
consideráveis. Neste exemplo. podem prever-se respostas como:
i
-Misturar os exercícios. uma vez agrupados, e voltar a distribuí-10s
noutros momentos d o dia ou no dia seguinte. Comparar, depois,
as classificações obtidas e , caso não coincidam nalgumas provas.
voltar a examiná-las para as situar d e novo no grupo que se consi-
dere mais apropriado.
-Atribuir as notas com base na qualidade analisada dentro d e cada
grupo.
-Quando a prova discrimina vários objectivos, estes deverão ser ana-
lisados separadamente e. assim. ordenar-se as distribuições parciais
segundo a qualidade que se encontre em cada um dos objectivos
(por exemplo: abundância de dados, originalidade das perspectivas.
sequência da exposição, etc.). Nestes casos. convém atribuir uma
pontuação a cada resultado para que a classificação tenha mais va-
lor diagnóstico.
-O valor concedido a cada objectivo da prova deverá ser tido em
conta nas respectivas correcções.
-É conveniente a intervenção d e diferentes examinadores quando
PROVAS E INSTRUMENTOS PARA AVALIAR A ÁREA COGNITIVA
d) Interpretação
-Ao estudar na aula o princípio d e Arquimedes, analisámos diversos
exemplos que o demonstravam. Escreve agora pelo menos dois
exemplos práticos baseados no mesmo princípio e que não se te-
nham indicado na aula (30 minutos).
e) Conhecimento de classificações e categorias
-Classifica os diversos animais indicados no grupo zoológico corres-
pondente (20 minutos):
Cobra. ouriço, sardinha, ostra, gamba. rã, macaco, minhoca.
f) Análise da relação causa-efeito
1P Explica como se produz a neve (10 minutos).
2P Explica como se produz o vento (10 minutos).
3 P Explica como se produz a chuva (10 minutos).
Por exemplo:
Inconvenientes
-Não são apropriadas para avaliar aprendizagens complexas e todo
o tipo de rendimento que não se pode exprimir por uma palavra,
um símbolo ou um número.
-Requerem uma formulação correcta das perguntas para se conse-
guir uma univocidade nas respostas. Um exemplo de formulação
incorrecta, em que se pode cair com facilidade. poderia ser este:
-O que é o cobre?...
Logo se vê que a formulação é tão inespecífica que permite não uma
53
COMO AVALIAR A APRENDIZAGEM
Exemplo:
-Sublinha o V ou o F conforme sejam verdadeiras ou falsas as pro-
posições seguintes. Completa a resposta escrevendo, por cima da
linha de pontos de cada enunciado, o requisito que corresponde
a verdade ou a falsidade da proposição.
Proposições:
a) O primeiro-ministro tem poder para convocar o Conselho de
Ministros. V - F ...................................
b) O presidente da República pode nomear deputados.
V - F ....................................
C) O Governo pode nomear embaixadores.
V - F ....................................
Requisitos:
I . Com o consentimento da Assembleia da República.
2. Ouvido o presidente da República.
3. Por sua iniciativa.
-O valor diagnóstico destas provas é praticamente nulo. Se a propo-
sição "O Brasil foi descoberto pelo marquês de Pombal" é assina-
lada pelo aluno como falsa, o examinador fica sem saber se o aluno
sabe a resposta correcta. Daí que seja necessário introduzir uma
sequência que mostre ao professor que o estudante conhece a
resposta correcta.
Exemplos:
-O Brasil foi descoberto pelo marquês de Pombal. V F -
-Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil. V-F
-A água é composta por hidrogénio e nitrogénio. V F -
-A água é composta por hidrogénio e oxigénio. V F -
-O aluno tem tendência a colocar um maior número de propostas
negativas do que afirmativas. Se. pois. os itens falsos permitem uma
maior diferenciação entre os bons e os maus alunos, é recomendá-
vel apresentar um menor número de propostas certas do que falsas.
PROVAS E INSTRUMENTOS PARA AVALIAR A AREA COGNITIVA
Exemplo deficiente:
"
-O alimento é necessário para se viver. ................................ V F -
A veracidade da proposição obtém-se pelo simples senso comum.
-Não se deve propor itens que não tenham possibilidade de resposta.
Exemplo mal formulado:
-O tabaco obtido nas regiões muito frias é o melhor.
................ V - F
E óbvio que nas regiões muito frias não se obtém tabaco.
-Também não se deve utilizar proposições que incluam negativas
duplas.
Exemplo deficiente:
-Nenhuma das reformas da Constituição de 1976 foi
- .
desnecessaria ...........................................................................V F -
Exemplo bem formulado:
-Todas as reformas da Constituição de 1976 foram
necessarias ............................................................................... V - F
< .
Modalidades
59
COMO AVALIAR A APRENDIZAGEM
\
Qual das seguintes palavras significa o mesmo que "ácido"? (Põe I
I
um x na resposta correcta.) I
n ( ) Amargo I
!
(xl Acre
I
( ) Salgado
( ) Rançoso 1I
b) Conhecimento de factos específicos
Quem escreveu "Os Maias"? (Sublinha a resposta correcta.)
1-Alexandre Herculano
2-Camilo Castelo Branco
3-Fernando Pessoa
4-Eça d e Oueirós
C) Conhecimento de métodos e técnicas
Qual das técnicas indicadas consegue conservar a carne, mantende
-a com todas as suas propriedades?
A) Congelar
B) Esfriar
C) Salgar
D) Defumar
Resposta ........... .....
61
COMO AVALIAR A APRENDIZAGEM
R=7-- =6 pontos
4- 1
Vantagens
-Comprovam-se muitos conhecimentos em pouco tempo.
-Mesmo que a sua construção nem sempre seja simples, são, no en-
tanto. mais fáceis de elaborar que outras provas em que se selec-
ciona uma resposta.
-São bastante adequadas para comprovar processos de associação
através dos quais se relacionam dois conceitos, se identifica um
nome, se classificam vários objectos, etc.
-Podem utilizar-se desenhos. diagramas. gráficos...
Inconvenientes
.-AS vezes. é difícil encontrar alternativas de resposta do mesmo nível.
-Exigem muito tacto na elaboração para evitar indícios ou chaves que
facilitem a resposta acertada.
-Não são apropriadas para avaliar aprendizagens complexas (análise.
aplicação. compreensão. etc.).
Normas para a sua elaboração
-As respostas possíveis devem ser mais numerosas que as premissas.
-As proposições devem ser o mais possível homogéneas, porque
quanto maior for a sua heterogeneidade maior o risco de surgirem
chaves facilitadoras das respostas.
-A correspondência entre a premissa e a resposta deve ser inequí-
voca.
-0s elementos a associar devem ter uma ordem distinta nas respec-
tivas colunas a fim de evitar acertos por acaso.
-'Cada premissa deve constituir um único item.
-Nas instruções deve expor-se com brevidade e clareza o tipo de re-
lações a estabelecer e o modo como se dará a resposta.
-Conceder-se-á um ponto por cada resposta certa.
65
COMO AVALIAR A APRENDIZAGEM
Tipos
Podem ser:
a) De ordenamento cronológico ou histórico
Exemplo:
-Ordena cronologicamente o reinado dos seguintes monarcas
portugueses: D. João I, D. Afonso II, D. Fernando. D. João VI,
D. Afonso V, D. José.
Resposta.........................................................................................
b) De ordenamento lógico
Exemplo:
-Põe nos quadrados da direita o número de ordem que corres-
ponderá ao processo lógico que deve seguir-se quando uma pes-
soa fica doente:
1. Tomar os medicamentos ............ 0
2. Pôr o termómetro........................ 0
3. Deitar-se ....................................... o
4. Chamar o médico ........................ u
5. Ir a farmácia ................................. 0
c) De ordenamento espacial
Exemplo:
-Escreve, por ordem crescente da área do território, os países eu-
ropeus que te são indicados:
1 . Portugal 1 ................................................
2. França 2 ................................................
3. Suíça 3 ................................................
4. Itália 4 ................................................
d) De ordenamento operativo
Exemplo:
-Escreve o número de ordem ( I P, 2 P. etc.)que corresponde a cada
uma das operações que intervêm na divisão dos números inteiros:
-Baixo o algarismo seguinte.
-Tiro ao número separado no dividendo o produto do número
achado no quociente pelo divisor.
PROVAS E INSTRUMENTOS PARA AVALIAR A ÁREA COGNITIVA
Exemplo:
Itens
- ........... ....
. .-v
- .- -- .
.- -
.
Exemplo:
-Enunciado do item
Se pego em vários objectos mais pesados que o ar e os solto na
atmosfera todos caem na Terra.
-lnstruçÕes
Explica porque caem, diz que lei rege este facto e enuncia essa lei.
-Resposta válida
Caem porque a Terra atrai todos os corpos. A lei é a da gravidade,
que pode definir-se como a atracção que a Terra exerce sobre to-
dos os corpos.
É conveniente que o aluno receba por escrito o enunciado e
as instruções. O tempo que o professor demoraria a examinar 20 alu-
nos seria cerca de 4 horas, no caso de cada aluno não demorar mais
que 10 minutos a dar as suas respostas a todos os itens da prova (ainda
se acrescentavam 40 a 50 minutos que necessariamente se perdem
a ler enunciados e instruções, a chamar os alunos, a levantar-se e
sentar-se. etc.).
Transcrevo. de seguida, o modo prático de realizar este pro-
cedimento. segundo Lafourcade:
-Preparação de um número de itens superior aos que se necessitam
para uma prova de papel e lápis.
-Chamada individual de cinco alunos por sessão, a razão de 8 a 10
- minutos cada um. 0 s outros continuavam as experiências que se
PROVAS E INSTRUMENTOS PARA AVALIAR A ÁREA COGNITIVA
Exemplo:
-O aluno deve executar movimentos. actividades e operações
"como se" fossem reais.
c) Dizer ao aluno para realizar uma tarefa muito representativa dos
objectivos sob avaliação. No geral. quer-se uma amostra represen-
tativa d e uma tarefa ou d e uma série de tarefas.
Exemplo:
-O aluno modela em barro um determinado animal
Técnicas e instrumentos complementares
(áreas cognitiva e afectiva)
1
conduta na sala de aula.
76
C
-
TECNICAS E INSTRUMENTOS COMPLEMENTARES (ÁREAS COGNITIVA E AFECTIVA)
Exemplo:
Aluno..................................................................................................
Relação com os outros
1 . É atencioso com os professores............
2 . É atencioso com os companheiros........
3. É obediente ............................................
4. Ajuda e colabora .....................................
5. Etc. ...........................................................
Exemplo:
Aluno ..................................................................................................
I I
Exemplo:
Aluno ................................................................................................
I
CARACTER~STICAS GRAU
5 4 3 2 1
1. Ajuda os companheiros............................ x
2 . E generoso ................................................ x
3. Etc.
b) Escalas gráficas
Neste tipo de escalas, assinalam-se numa linha os diversos graus
possíveis da característica a observar.
Exemplo:
-Faz o que lhe mandam, sem protestar:
79
COMO AVALIAR A APRENDIZAGEM
c) Escalas descritivas
Neste caso, o observador descreve esquematicamente, mas o mais
exacto possível, os diversos graus dum facto ou de uma atitude.
Apesar de mais difíceis de elaborar que as anteriores, são as mais
aconselháveis.
Exemplo:
-Atitude descrita: a cooperação.
-Indicação: assinalar a categoria em que se encontra o aluno x.
I
-Proporcionam valiosas informações difíceis de obter por outros meios.
0 s inconvenientes mais importantes são:
-É difícil verificar a capacidade e a sinceridade dos que respondem.
-A elaboração é facilmente imperfeita quando não se tem a expe-
riência e o conhecimento suficientes destas técnicas.
5.2.2 A entrevista
Trata-se de obter as informações necessárias através de uma
relação pessoal em forma de conversa.
Talvez que a condição mais importante da entrevista seja
conseguir-se o "rapport"*, quer dizer, a corrente de confian~ae sim-
patia entre o professor e o aluno, para que este seja aberto e sincero
e possa ser adequadamente orientado.
* Em francês. no original (N.T.).
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TECNICAS E INSTRUMENTOS COMPLEMENTARES IÁREAS COCNITIVA E AFECTIVA)
x=desvio
- de cada pontuação (X) em relação à média (X),ou seja
x=X-X
N =número total d e alunos.
Vamos agora calcular o coeficiente de confiança ( C ) duma
prova. Suponhamos que:
-O número d e perguntas da prova (K) = 50
C=- K (I-
K- l
X (K-X)
Kd
), o que. no nosso caso, seria:
6.3 Validade
A validade de qualquer instrumento de medida ou de avalia-
ção depende da fidelidade com que mede o que se propõe medir.
Ou dito de modo mais simples, a validade vê-se no facto de uma prova
medir ou não o que diz medir. Se a prova foi elaborada para avaliar
os conhecimentos de geometria que têm os alunos de determinado
ano, os resultados não podem ser interpretados como aptidão men-
tal para a matemática mas unicamente como forma de saber o nível
de conhecimentos que cada estudante alcançou em geometria.
Embora existam processos estatísticos para averiguar o índice
de validade. não parece ser estritamente necessário recorrer a eles
nos exames escolares habituais. A garantia de validade é dada por
uma correcta elaboração da prova, pela sua adequação a cada caso
e pela sua aplicação. classificação e interpretação correctas.
vem ser respondidas correctamente por, pelo menos, 85%a 90% dos
alunos: se tal não acontecer. é porque ou a prova é difícil ou o ensino
falhou. Doutro modo, as questões referentes a objectivos livres ou
de aprofundamento (que podem ser identificados com o "bom", o
"notável" ou o "excelente") devem ser respondidas correctamente
por uma percentagem inferior de alunos: de contrário, ou a prova é
fácil ou os objectivos não são de aprofundamento.
6.4.2 Discriminação
De acordo com o exposto, uma prova discrimina quando os
alunos que a realizam se diferenciam em diversos níveis de rendimento.
Se todos ou a maioria obtêm "suficiente" ou "bom", a prova não dis-
crimina e. em consequência. não é eficaz. No capítulo seguinte, ao
tratar das classificações, indicarei as percentagens que correspondem
estatisticamente a cada classificação.
6.4.3 Objectividade
Quando o examinador corrige uma prova independentemente
do juízo que lhe mereça o aluno que a fez, está a actuar de modo
objectivo. Um exame é objectivo quando vários examinadores. de
modo independente, atribuem a mesma classificação.
6.4.4 Adequação ao tempo previsto
Se se previu que uma prova pode ser resolvida numa hora e
só alguns alunos a terminam nesse tempo. a dita prova necessita de
ser adequada ao tempo que. de facto. exige. No geral, parece acon-
selhável não impor limitações desnecessárias. salvo em casos que se
justifique.
Pode considerar-se bem planeada. no que diz respeito ao
tempo, uma prova que possa ser resolvida no prazo estipulado por.
pelo menos. 90% dos estudantes.
6.4.5 Praticabilidade
Uma prova deixa de ser prática quando o examinador con-
some demasiado tempo na sua preparação. quando o seu custo é ele-
vado. quando exige múltiplas e longas explicações para que o aluno
a entenda ou quando requer um esmagador trabalho de correcção.
'A Interpretação e apresentação dos resulta*
dos da avaliação
1 o 1 O0
2 38 62
COMO AVALIAR A APRENDIZAGEM
z= x-x
- em que:
,
TABELA (A)
TABELA (B)
CLASSIFICAÇAO z % EQUIVALENCIA
LEGAL CORRESPONDENTE CORRESPONDENTE TRADICIONAL (%)
Muito deficiente
Insuficiente.........
Suficiente ...........
menor de - 1.96
entre - 1.96e - I
entre - 1 e O .....
2,5
13.1
34'43]
I Reprovados= 15.6
Aprovados-68.8
Bom .................... entre O e I ........ 34.43
Notável ............... entre l e 1.96... 13.1 Notáveis- 13.1
Excelente ........... mais do que 1.96 2.5 Excelentes= 2.5
COMO AVALIAR A APRENDIZAGEM
TABELA (C)