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“Identity gives us an idea of who we are and of how we relate to others and to the world in which we live. Identity
marks the ways in which we are the same as others who share that position, and the ways in which we are different
from those who do not.” (Woodward, Kathryn. Identity and Difference. London: Sage Publications, 1997)
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“Se um lugar pode se definir como identitário, relacional e histórico, um espaço que não pode se definir nem como
identitário, nem como relacional, nem como histórico definirá um não-lugar" (Pires, Maria Laura. Teorias da
Cultura. Lisboa: Universidade Católica Editora, 2004)
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“De um modo geral, a cultura refere-se aos componentes simbólicos e aprendidos do comportamento humano, tais
como, a língua, a religião, os hábitos de vida, e as convenções. Sendo o oposto do instinto, é muitas vezes
considerada como aquilo que distingue o homem do animal. No âmbito desta perspectiva, cultura, que apenas o
Homem possui, corresponde ao desenvolvimento intelectual e a um refinamento de atitudes.” (Pires, M.ª Laura.
Teorias da Cultura. Lisboa: Universidade Católica Editora, 2004)
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“Conversa entre duas ou mais pessoas; troca de ideias para se chegar a um entendimento; alternância de dois
factores complementares um do outro” (Infopédia. Disponível em http://www.infopedia.pt/lingua-
portuguesa/di%C3%A1logo. Acesso em 14 de Novembro de 2010)
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de uma identidade é reforçada pela imagem da sua mão a ser repetidamente copiada na
impressora e distribuída pelo aeroporto, como que mostrando a todos que a partir
daquele acto, Viktor, era alguém merecedor de uma impressão digital: tinha o direito
de existir e habitar diariamente aquela lugar, o que acaba por contrariar a ideia anterior
do aeroporto como sendo um não-lugar. Ao longo do filme, a personagem vai
demonstrando uma parte da sua identidade que é limitada pela falha da sua identidade
colectiva, o que torna complicada a análise da sua identidade individual, visto que esta
última depende também em parte da identidade colectiva de cada um. A identidade de
Novorski está assim incompleta e comprometida pela complexidade da problemática
acima referida, algo que nos leva a crer que este Viktor não é mais que alguém que se
adaptou, ou procurar adaptar, ao ambiente e aos factos que o rodeiam.
Pretendemos dar a entender que o diálogo é o fio condutor para que Viktor passe
a ter uma identidade própria, muito por causa da procura pelo conhecimento da língua
como meio de conseguir comunicar com os responsáveis e funcionários do aeroporto.
Ao passar a ser conhecido como Viktor “o Bode” Novorski muito por causa da
capacidade em conseguir dialogar com quem o rodeia, ele acaba por tornar um não-
lugar num lugar, pois aquele espaço começa a tornar-se emocional, confortável e até
caloroso, no sentido em que este começa a agir como se aquela já fosse de facto a sua
casa. Esse tipo de relação com o não-lugar advém muito do facto de Viktor ter
conseguido criar uma teia de relações humanas, através precisamente da arte de
dialogar.
Como Appadurai diz: “Ninguém pode envolver-se num diálogo sem correr
sérios riscos. Esta perspectiva contraria a do senso comum, que vê o diálogo como
casual, quotidiano, ou mesmo secundário relativamente ao funcionamento real do poder
e da riqueza”. È de facto importante salientar que dialogar envolve riscos. Por exemplo,
o do interlocutor não entender a mensagem que queremos transmitir ou de atribuir uma
outra conotação ao que lhe é dito, através da entoação dada, da expressão facial, etc. O
que nos coloca numa posição de maior vulnerabilidade, tornando-nos por vezes mais
frágeis. No entanto, para que de facto ocorra o diálogo, é necessário correr esses riscos,
tal como aconteceu com Viktor ao falar com o responsável pela segurança do aeroporto.
Mesmo não falando a mesma língua e não tendo qualquer conhecimento acerca do seu
interlocutor, arriscou na conversação para atingir o seu objectivo, que era o de poder
sair do aeroporto.
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Docente: Maria Teresa Malafaia
Outra condição essencial a focar é a da negociação que tem de haver entre ambas
as partes para que exista um consenso entre os intervenientes no diálogo. Tomemos com
exemplo um excerto do filme em que um dos trabalhadores do aeroporto faz uma
proposta a Viktor para que este o ajude a conquistar a mulher que gosta em troca de
comida. Existe assim uma troca de favores que surge do diálogo existente entre as
personagens.
Fica, portanto, claro o sentido do título do trabalho “O Diálogo com Ponte para a
Identidade” pois é através deste que todos os outros conceitos se vão articulando,
formando uma caracterização do espaço e do indivíduo.
É no entanto importante deixar uma questão: será Viktor “o bode” Navorski o
verdadeiro Viktor ou este retomará a sua identidade construída a partir dos conceitos
definidos pelo seu país?
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Docente: Maria Teresa Malafaia
Bibliografia
Pires, Maria Laura. (2004) Teorias da Cultura. Lisboa: Universidade Católica Editora
Webgrafia
Filmografia*
*Nota: Por não termos conseguido retirar as cenas do filme que pretendíamos anexar em formato vídeo para ilustrar
situações presentes no texto, resolvemos indicar quais os tempos em que estas cenas decorrem.
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Docente: Maria Teresa Malafaia