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Guia de Profissões
Meteorologia
M
eteorologia – de meteoro, que si- pitação etc. estarão acima,
gnifica aquilo que está elevado ou abaixo ou próximas do valor
contido na atmosfera – é a ciência esperado. Assim, a previsão
que estuda, de forma interdisciplinar, os do tempo e do clima é definida
fenômenos da atmosfera terrestre e de ou- para diferentes escalas
tros planetas, com foco nos processos temporais e espaciais. Muitos
físicos. Sua característica mais tradicional, dos sistemas atmosféricos
e a mais conhecida, é a previsão do tempo apresentam uma combinação
e clima. complexa de fenômenos de
A pesquisa científica da atmosfera e as apli- escalas diferentes.
cações que dela decorrem definem o uni- Os prognósticos ou previ-
verso e a abrangência da Meteorologia. Um sões dos fenômenos do tem-
• Dar pareceres técnicos de Meteorologia
dos principais objetivos operacionais da po local, principalmente daqueles
relacionados com outras ciências;
Meteorologia é a previsão do tempo, enten- fenômenos associados ao tempo severo,
• Elaborar estudos e relatórios de impacto
dida, aqui, como a previsão dos fenômenos como tempestades, ventanias, rajadas,
atmosféricos que ocorrem em um determi- ambiental;
pancada de chuva, granizo etc são muito
nado instante e lugar. Além da previsão do • Assessorar análises de composto ambi-
importantes para uma vasta gama de ativi-
tempo, há a determinação da tendência ental e meio ambiente;
dades humanas e para o entendimento das
das flutuações climáticas, em geral referida transformações rápidas do ambiente. Por • Interpretar as interações entre oceano e
simplesmente como tendência climática. exemplo, nas grandes cidades, os fenôme- atmosfera nas diversas escalas de tempo
Nesse caso, a tendência procura estabele- nos meteorológicos mais críticos acabam e de espaço;
cer as condições das flutuações climáticas por definir as condições de salubridade e a • Gerar e interpretar informações meteoro-
do próximo ano ou da próxima estação, se qualidade ambiental à qual está sujeita a lógicas e climatológicas para finalidade e
a temperatura, a umidade do solo, a preci- população. Entre esses fenômenos, listam- agropecuária;
se as inundações, as estiagens e a dis- • Pesquisar, planejar e dirigir a aplicação
ponibilidade de água potável, as condições da Meteorologia nos diversos campos de
críticas de temperaturas extremas (ondas atividades humanas.
de calor), em geral associadas a baixos va- Em todo o Brasil, além de Manaus, apenas
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Solução:
Física Se o átomo perdeu 3 elétrons, ficou eletrizado po-
sitivamente, com carga equivalente a um excesso
Professor Carlos Jennings
de 3 prótons (n = 3):
Q = n . e = +3 . 1,6 . 10-19
Q = 4,8 . 10-19C
Aula 103
Atração e Repulsão
Eletrostática Verifica-se, experimentalmente, que:
– Corpos eletrizados com cargas de mesmo si-
Nesta aula, discutiremos os efeitos produzidos nal se repelem.
por cargas elétricas em repouso, em determina- – Corpos eletrizados com cargas de sinais opos-
do referencial. tos se atraem. 01. (UFRJ) Três pequenas esferas metálicas
Carga Elétrica Condutores e Isolantes idênticas, A, B e C, estão suspensas, por
No estudo da Dinâmica, vimos que a propriedade Condutor elétrico é um corpo que possui grande fios isolantes, a três suportes. Para testar
física denominada massa faz que dois corpos tro- quantidade de portadores de carga elétrica facil-
quem forças de campo gravitacional e que tais
se elas estão carregadas, realizam-se três
mente movimentáveis, como:
forças são sempre de atração. – elétrons livres (nos metais e na grafite); experimentos durante os quais se verifica
Na Eletrostática, apresentaremos um outro tipo – íons positivos e negativos (nas soluções eletro- como elas interagem eletricamente, duas
de força de interação entre os corpos, derivada líticas); a duas:
de uma propriedade física denominada carga – íons e elétrons livres (nos gases ionizados). Experimento 1: As esferas A e C, ao serem
elétrica. É a força de campo eletrostático ou, sim- Isolante elétrico é um corpo que, ao contrário do
condutor, não possui quantidade significativa de aproximadas, atraem-se eletricamente,
plesmente, força de campo elétrico. Essa força
pode ser de atração ou de repulsão, o que impli- portadores de carga elétrica facilmente movimen- como ilustra a figura 1:
ca a existência de duas espécies de cargas elétri- táveis (vidro, plásticos, mica, porcelana, seda Experimento 2: As esferas B e C, ao serem
cas: uma positiva, outra negativa. Ambas são ma- etc.). aproximadas, também se atraem eletrica-
nifestações contrárias da mesma propriedade fí- Condutores eletrizados em equilíbrio eletros- mente, como ilustra a figura 2:
sica. tático
Experimento 3: As esferas A e B, ao serem
Unidade de carga elétrica Quando se eletriza um condutor, os portadores
aproximadas, também se atraem eletrica-
No SI, a unidade de medida da carga elétrica é o móveis de carga se distribuem através dele, bus-
coulomb, cujo símbolo é C. cando a situação mais estável possível, que, uma mente, como ilustra a figura 3:
Carga elétrica elementar vez atingida, interrompe o fluxo de portadores de
uma região para outra. Dizemos, então, que o
Experiências revelaram que a carga elétrica apre- condutor atingiu o equilíbrio eletrostático.
senta-se na natureza com valores múltiplos intei-
ros de uma carga denominada carga elétrica ele- Sistema eletricamente isolado
mentar, simbolizada por e, cujo valor é: É um conjunto de corpos que podem trocar car- Formulam-se três hipóteses:
e = 1,6 . 10–19C gas entre si, mas não com outros corpos exter-
nos ao sistema. I. As três esferas estão carregadas.
Toda partícula dotada de carga elétrica é um por-
tador de carga elétrica. É o caso do elétron (car- Princípio da Conservação das Cargas Elétri-
II. Apenas duas esferas estão carregadas
ga negativa) e do próton (carga positiva). Por cas com cargas de mesmo sinal.
convenção: III Apenas duas esferas estão carregadas,
Num sistema físico eletricamente isolado, a soma
qelétron = – e = –1,6 . 10–19C
algébrica das cargas elétricas de todos os corpos mas com cargas de sinais contrários.
qpróton = + e = +1,6 . 10–19C
é sempre constante. Analisando os resultados dos três experi-
O nêutron é uma partícula não-dotada de carga
Processos de Eletrização mentos, indique a hipótese correta.
elétrica, ou seja:
qnêutron = 0 1. Eletrização por atrito de materiais diferentes
Os corpos atritados eletrizam-se com cargas de 02. (Unesp) Considere uma ampla região do
Além do próton e do elétron, existem partículas
mesmo valor absoluto e sinais opostos. Isso espaço onde exista um campo elétrico
elementares dotadas de carga elétrica, como o pó-
ocorre porque um corpo captura elétrons do ou- uniforme e constante. Em quaisquer pon-
sitron e o píon, por exemplo, que têm carga +e.
tro. A seda, por exemplo, tem maior afinidade por
Qualquer átomo é um corpo eletricamente neu- tos desse espaço, como os pontos I e II, o
tro. Perdendo ou ganhando elétrons, ele se torna
elétrons que o vidro. Assim, quando se atrita um →
tecido de seda num bastão de vidro, ambos inici- valor desse campo é E (Figura 1). Em
um corpo eletrizado denominado íon (positivo ou
negativo).
almente neutros, a seda fica negativa, e o vidro, seguida, uma pequena esfera de material
positivo. isolante e sem carga é introduzida nessa
Carga elétrica de um corpo eletrizado e quan-
2. Eletrização por contato de condutores região, ficando o ponto II no centro da es-
tização da carga elétrica
Se A estiver eletrizado positivamente, uma certa fera e o ponto I à sua esquerda. O campo
Quando a soma das cargas elétrica de todos os
quantidade de elétrons livres de B passará para elétrico induzirá cargas na superfície da
portadores de carga existentes num corpo é igual
A, diminuindo o excesso de carga positiva de A e
a zero, dizemos que ele está eletricamente neu- esfera (Figura 2).
eletrizando B positivamente.
tro. Eletrizar esse corpo significa tornar essa so-
ma diferente de zero.
Quando eletrizamos um corpo, alteramos a sua
quantidade de elétrons, mas não a de prótons
(os núcleos atômicos, onde estão os prótons, só
Se A estiver eletrizado negativamente, uma certa
podem ser alterados em situações especiais, co-
quantidade de elétrons livres de A passará para
mo, por exemplo, ao serem bombardeados por
B. Com isso, A ficará menos negativo, e B será
partículas dotadas de altas energias em acelera-
eletrizado negativamente.
dores de partículas).
Para eletrizar um corpo negativamente, devem-se
fornecer elétrons a ele; nesse caso, ele ficará a) O que ocorrerá com a intensidade do
com excesso de elétrons. Para eletrizá-lo positi- campo elétrico nos pontos I e II?
vamente, devem-se retirar elétrons dele, o que o b) Justifique sua resposta.
De acordo com o Princípio da Conservação da
deixará com elétrons em falta. Esse déficit de elé-
Carga Elétrica, as cargas finais (Q’A e Q’B) e ini-
trons equivale a um excesso de prótons. 03. (Cesgranrio) Uma pequena esfera de iso-
ciais (QA e QB) dos condutores são tais que:
Em qualquer caso, a carga elétrica Q adquirida por, aluminizada, suspensa por um fio de
Q’A + Q’B = QA + QB = QA
pelo corpo é sempre um múltiplo inteiro da carga
No caso de condutores geometricamente idênti- nylon, é atraída por um pente plástico ne-
elementar e:
cos, temos, por simetria: gativamente carregado. Pode-se afirmar
Q = n . e (n = 1, 2, 3, ...)
Q’A = Q’B → Q’A = Q’B = QA/2
Pelo fato de Q ser um múltiplo inteiro de e, dize- que a carga elétrica da esfera é:
mos que a carga elétrica é quantizada. a) apenas negativa;
b) apenas nula;
Aplicação c) apenas positiva;
Um átomo tem o número de prótons igual ao nú- 3. Eletrização por indução d) negativa, ou então nula;
mero de elétrons. Um íon de alumínio Al3+ é um Consideremos um bastão eletrizado positivamen- e) positiva, ou então nula.
átomo de alumínio que perdeu três elétrons. Qual te, que cria, nos pontos A e B, potenciais diferen-
é a carga elétrica Q desse íon? (e=1,6.10-19C) tes: em A maior do que em B.
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americana U.S. Steei, por intermédio da sua sub- modificadas pela intervenção antrópica. A metró-
sidiária Companhia Meridional de Mineração, de- pole regional de Manaus, na confluência dos rios
flagrou um ambicioso plano de pesquisas na Negro e Solimões, desempenha importantes fun-
Amazônia, com a finalidade de descobrir reser- ções industriais e comerciais.
vas de manganês. A transnacional atuava numa No contexto das políticas territoriais definidas pe-
moldura mais ampla, formada pelos acordos de lo regime militar, Manaus tomou-se um enclave
cooperação técnica entre os Estados Unidos e o industrial localizado em pleno centro da Amazô-
Brasil, cuja raiz era o interesse de Washington de nia ocidental. O empreendimento, iniciado no fim
controlar fontes de suprimentos de matérias-pri- da década de 1960 com a Zona Franca, teve forte
mas industriais escassas. impacto sobre a organização do espaço amazo-
A descoberta dos minérios da Serra dos Carajás nense.
deve-se a Breno Augusto dos Santos, um dos Os empregos diretos e indiretos gerados pelas
01. (FGV–SP) O Projeto (l) consiste na instala- geólogos brasileiros contratados pela Compa- indústrias e pelo comércio do enclave provoca-
nhia Meridional de Mineração. Em 1967, em meio ram intenso êxodo rural e um crescimento urba-
ção de bases militares, na porção (II) dos
a pesquisas de campo no Pará, o helicóptero que no explosivo da capital. Manaus agregou à sua
vales dos rios (III), com o objetivo de con-
conduzia o geólogo pousou numa clareira da função tradicional de porto fluvial as funções de
trolar militarmente a região, defender fron- Serra Arqueada, que é parte da formação de Ca-
teiras, combater o contrabando de ouro e pólo industrial e comercial. O esvaziamento de-
rajás. mográfico das várzeas e a decadência da peque-
exercer ações nos conflitos entre garimpei- Ali, ele descobriu uma extensa camada superfi- na agricultura ribeirinha tradicional tiveram, como
ros, indígenas, empresários e fazendeiros. cial de hematita, que indicava o incomensurável contrapartida, o inchaço da periferia de Manaus,
Algumas bases já foram instaladas. No potencial mineral da área. Nos dois meses se- com a expansão acelerada dos bairros de palafi-
entanto o Projeto prevê uma área de guintes, o reconhecimento de diversas clareiras tas, casas flutuantes e ocupações.
6.500km de extensão por 160 km de largu- sinalizou a presença da maior reserva de minério A década de 1970 também assinalou o avanço
ra, ao longo das fronteiras com a Guiana de ferro do mundo. Então, o Estado brasileiro de- da fronteira agrícola através do Mato Grosso e,
Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela e sencadeou uma operação destinada a implantar sob o influxo de projetos oficiais de colonização,
Colômbia. Os termos que melhor preen- um vasto programa de desenvolvimento regional a ocupação tumultuosa das terras que margeiam
chem a seqüência carreta das lacunas l, II baseado nos fantásticos recursos naturais da- a BR-364, em Rondônia. O crescimento urbano
e III do texto acima são: quela província mineral. Em 1970, foi formado um acelerado de Porto Velho foi explicado, em grau
consórcio entre a CVRD e a U.S. Steei para a ex-
a) Calha Norte / Meridional / Solimões e Madei- menor, nos núcleos instalados junto à rodovia,
ploração dos minérios de Carajás. Sete anos de-
ra. como Vilhena, Caçoaí, Ji Paraná e Ariquemes.
pois, divergências entre os sócios e um certo de-
b) Jari / Oriental / Jari e Amazonas. Com o tempo, a concentração fundiária expulsou
sinteresse da transnacional pelas jazidas de ferro
c) Calha Norte / Setentrional / Solimões e Ama- os pequenos agricultores das melhores terras,
provocaram a dissolução do consórcio. Sob
zonas. nos projetos de colonização originais, situados
controle da então estatal CVRD, era lançado o
d) Marabá / Oriental / Xingu e Tocantins. nas proximidades da via de circulação. Os cam-
Programa Grande Carajás (PGC).
e) Jari / Meridional / Jari e Tocantins. poneses, os familiares e suas roças de milho e
O PGC assinalou uma inflexão na economia e na
de arroz foram empurrados para terras de difícil
02. (Puccamp–SP) Sobre a Floresta Amazôni- organização do espaço geográfico do leste do
acesso, nos limites das reservas indígenas. Uma
Pará e no oeste do Maranhão. As grandes obras
ca, assinale a alternativa que apresenta in- trama de conflitos fundiários passou a envolver
de infra-estrutura construídas em poucos anos –
formações corretas sobre a área. fazendeiros, posseiros e índios.
a E.F. Carajás, através de 890 quilômetros, o
a) A floresta tem muito a oferecer para o extrati- Porto de Itaqui, capaz de receber graneleiros de Durante a fase derradeira da ocupação de Ron-
vismo. Mas, freqüentemente, desconsidera- até 280 mil toneladas, em São Luís, e a dônia, a descoberta de ouro aluvional provocou
se a capacidade dos ecossistemas. Hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins – um intenso, mas efêmero fluxo migratório para
b) O mais grave problema dessa área é conse- atraíram significativos fluxos migratórios e Roraima. Na década de 1980, a sua população
qüência do desmatamento, devido ao fato geraram o surgimento de diversos novos núcleos cresceu à taxa média anual assombrosa de 9,6%.
de Amazônia ser o “pulmão do mundo”. urbanos. A febre do garimpo foi cortada abruptamente em
No coração do PGC, estão as instalações de ex- 1991, quando o governo federal sancionou a de-
c) O desmatamento não interfere na evapo-
tração dos minérios, o terminal ferroviário de car- marcação definitiva da reserva dos ianomâmis,
transpiraçao, portanto as queimadas não
ga e os núcleos urbanos da Serra dos Carajás. A onde se localizam os grandes veios auríferos.
têm a importância que lhes é atribuída.
Vila de Carajás, no topo da serra, foi projetada A “corrida do ouro” para Roraima foi facilitada pe-
d) O horizonte orgânico dos solos da floresta é
para abrigar os funcionários da CVRD. Paraupe- la pavimentação da BR-174, que conecta Ma-
bastante profundo devido aos nutrientes or-
bas, no sopé da serra, foi projetada para servir de naus a Boa Vista e atravessa a fronteira setentrio-
gânicos advindos das espécies florestais. nal do País, interligando-se às rodovias da Vene-
residência à mão-de-obra temporária: os traba-
e) A decantada biodiversidade dessa floresta é zuela. Ao longo do seu eixo, na porção central de
lhadores braçais que construíram os dois nú-
mais um dos mitos sobre essa Região. Roraima e nas proximidades de Manaus, surgi-
cleos e as estradas de acesso. Ao lado do núcleo
03. (UFF–RJ) Com o agravamento do desem- de Paraupebas, planejado para 5 mil habitantes, ram, em poucos anos, largas faixas de devasta-
prego e da fome, acentuou-se o problema os fluxos migratórios impulsionaram o cresci- ção. A construção dessa estrada e a concomitan-
dos desequilíbrios regionais no Brasil. Tais mento espontâneo do povoado de Rio Verde, te implantação do imenso reservatório da Hidre-
desequilíbrios tiveram sua origem no pro- que já abriga mais de 20 mil habitantes. létrica de Balbina desfiguraram a reserva indíge-
O Projeto Ferro Carajás é a ponta de lança do na Waimiri Atroari.
cesso que estabeleceu o papel de cada re-
PGC. Gerenciado pela CVRD, ele produz cerca A BR-174 foi a primeira rodovia pavimentada a al-
gião na divisão territorial do trabalho, ao
de 35 milhões de toneladas anuais de minério, cançar Manaus, que, até então, só podia ser atin-
longo do desenvolvimento industrial brasi-
exportadas, principalmente, para o Japão. Ao gida por via fluvial ou aérea. O novo eixo destina-
leiro.
longo da ferrovia, foram aprovados diversos pro- se a projetar a influência da Zona Franca para os
Considere o desenvolvimento desigual jetos de instalação de indústrias siderúrgicas pri- países vizinhos. A produção industrial do enclave
ocorrido no Brasil e numere a coluna da di- márias, de ferro-gusa e ferro-liga. Assim, amazonense pode encontrar mercados na Vene-
reita de acordo com a da esquerda, asso- embrionariamente, aparecem núcleos industriais zuela e na região do Caribe, ativando os fluxos de
ciando cada região ao papel econômico nas are as de Marabá (PA), nas proximidades das comércio do Brasil com as economias dessa
que lhe coube na divisão territorial do reservas de matérias-primas e nas áreas da área.
trabalho. Baixada Maranhense, nas proximidades do Porto Mas o isolamento físico do enclave de Manaus
de Itaqui. está sendo rompido em outra direção. O projeto
Esses projetos beneficiam-se dos vastos exce- de pavimentação da BR-319 (Porto Velho/
dentes regionais de mão-de-obra, inicialmente Manaus) e a Hidrovia do Madeira preparam a co-
atraídos pelas grandes obras de infra-estrutura nexão entre a metrópole da Amazônia Ocidental
que, hoje, demandam empregos. Contudo, na e o vetor de ocupação estabelecido em Rondô-
falta de adequado planejamento dos impactos nia.
ambientais, tendem a gerar inúmeros focos de Essas obras de infra-estrutura viária têm a finali-
poluição do ar e dos rios. Além disso, em função dade de criar um longo corredor de exportação
da opção pelo uso de carvão vegetal para quei- para os produtos agrícolas de Rondônia e Mato
Assinale a opção que apresenta a numera-
ma nos fornos siderúrgicos, a implantação dos Grosso, através do Rio Amazonas. Com esse cor-
ção na ordem carreta: núcleos industriais previstos deve acarretar a
a) 1, 2, 4, 3 redor de exportação, a soja cultivada em Mato
aceleração do desflorestamento. Grosso chega ao mercado europeu a custos bas-
b) 2, 1, 3, 4 A metrópole da Amazônia Ocidental tante inferiores àqueles proporcionados pelos
c) 2, 3, 1, 4
A Amazônia ocidental é constituída pelos Esta- portos de Santos ou Paranaguá. O eixo em im-
d) 3, 1, 4, 2
dos do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Na plantação tem inegável significado econômico,
e) 4, 3, 2, 1
sua maior parte, exibe paisagens naturais pouco mas pode acarretar novos desastres ambientais.
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Aula 105
Embriologia II
1. GASTRULAÇÃO
Terminada a formação da blástula, inicia-se o pro-
cesso de gastrulação, durante o qual as células
continuam a se dividir, e passa a ocorrer aumento 01. UEA (DESAFIO) A parede do intestino delga-
do volume do embrião. Ao fim desse processo, do é revestida internamente pelo eptélio de
estará formada a gástrula.
A seqüência do desenvolvimento embrionário até absorção. Os movimentos peristálticos que
a formação da glástrula é, portanto: ovo, mórula, deslocam o alimento em processos de di-
blástula, gástrula. Neurulação em anfioxo gestão são produzidos por camadas de mús-
Além do aumento de volume, três outras caracte- Da ectoderme, diferencia-se o tubo neural, que
rísticas da gastrulação são muito importantes.
culos lisos. O controle desses movimentos é
apresenta no seu interior o canal neural. Da me-
• Formação dos folhetos embrionários ou germi- realizado por terminações nervosas.
sentoderme, diferenciam-se a endoderme e a
nativos, que darão origem a todos os tecidos e mesoderme. A mesoderme dá origem aos somi- O texto acima descreve a organização histo-
órgãos. tos e à notocorda. Os somitos são blocos celula-
• Formação do arquêntero, ou intestino primiti- lógica de um trecho do tubo digestório.
res dispostos lateralmente ao embrião, e a noto-
vo. corda é uma estrutura maciça localizada logo Com os dados apresentados, é correto afir-
• Formação do blastóporo, um orifício de comu- abaixo do tubo neural. A notocorda é uma estru-
nicação do arquêntero com o exterior. mar que os tecidos citados são originados
tura típica, que caracteriza um grande grupo ani-
Folhetos embrionários mal: o grupo dos cordados, ao qual pertencem
embrionariamente a partir:
Os folhetos embrionários que podem ser identifi- não só o anfioxo, como todos os vertebrados a) da endoderma, somente;
cados no final da gastrulação são três: aqui representados pelos anfíbios. A mesoder- b) da endoderma e da mesoderma, somente;
• ectoderme – o mais externo; me, que forma os somitos, delimita uma cavidade
c) da endoderma e da ectoderma, somente;
• mesoderme – o intermediário; denominada celoma.
O celoma é uma cavidade inteiramente delimita- d) da ectoderma e da mesoderma, somente;
• endoderme – o mais interno.
Esses três folhetos é que sofrerão processo de da pela mesoderme. e) da ectoderma, da mesoderma e da endoder-
diferenciação e originarão todos os tecidos e ór- Os animais que apresentam celoma são chama- ma.
gãos do organismo. Os animais que possuem es- dos celomados. Todos os cordados são celoma-
ses três folhetos são denominados triblásticos. dos. 02. (UEA) Répteis e aves produzem ovos dota-
Nem todos os animais, no entanto, possuem es- Há animais triploblásticos que não apresentam
dos de uma casca que dificulta a perda de
ses três folhetos embrionários. Existem os ani- celoma, sendo o espaço entre a ectoderme e a
endoderme completamente preenchido por me- água por evaporação. Isso permite o desen-
mais diblásticos, que possuem apenas a ecto-
derme e a endoderme. soderme. Esses animais são chamados aceloma- volvimento dos embriões em ambiente ter-
• Diploblásticos ou diblásticos: possuem ape- dos. É o caso dos platelmintos, cujos represen- restre. O isolamento quase total dos em-
nas dois folhetos embrionários – ectoderme e tantes mais conhecidos são as planárias e as tê-
nias ou solitárias, parasitas do intestino do ho- briões em relação ao meio externo impede
endoderme. São as esponjas e os cnidários.
• Triploblásticos ou triblásticos: possuem três mem. que recebam nutrientes do ambiente.
folhetos embrionários – ectoderme, mesoder- Em outros animais, a mesoderme delimita uma
O anexo embrionário que garante a nutrição
me e endoderme. São os demais animais. parte da cavidade, sendo a outra parte delimitada
Arquêntero e blastóporo pela endoderme. Esses animais são chamados do embrião até a eclosão é:
Sendo o blastóporo um orifício que comunica o pseudocelomados, pois o celoma só é verdadei- a) cório;
intestino primitivo (arquêntero) com o exterior, ele ro quando completamente revestido pela meso-
derme. É o caso dos nemátodas, cujo represen- b) saco vitelinico;
pode dar origem tanto aos ânus como à boca –
dois orifícios que, no adulto, comunicam o siste- tante mais conhecido é a lombriga (Ascaris lum- c) âmnio;
ma digestivo com o exterior. Assim, dependendo bricoides), um parasita do intestino humano. d) alantóide;
da estrutura em que se transforma o blastóporo, O esquema, a seguir, mostra cortes transversais
e) placenta.
podemos considerar dois tipos de animais. em organismos adultos:
• Protostômios – Aqueles nos quais o blastóporo 03. (UEA) Certos anexos embrionários bem de-
dá origem à boca; são os vermes, os moluscos
senvolvidos em embriões de répteis e aves
e os artrópodes.
• Deuterostômios – Aqueles nos quais o blastó- estão presentes também em mamíferos.
poro dá origem ao ânus; são os equinodermos Nestes, são praticamente vestigiais e com
e os cordados. funções diferentes das que desempenham
em ovos de répteis e aves.
Após a neurulação, a organogênese prossegue Enquadram-se nas características apresen-
da seguinte forma
tadas acima:
• Ectoderme: dá origem à epiderme e aos seus
derivados cutâneos, e também às estruturas a) âmnio e cório;
sensoriais. O tubo neural, formado pela ecto- b) âmnio e alantóide;
derme, dá origem ao sistema nervoso.
• Mesoderme: dá origem à derme, aos múscu- c) âmnio e placenta;
los estriados ou voluntários, às vértebras, aos d) cório e placenta;
rins, ao sistema genital, à musculatura visceral, e) alantóide e saco vitelínico.
ao pericárdio (membrana que envolve o cora-
2. NEURULAÇÃO
ção), aos ossos, à musculatura dos apêndices 04. (G2) Na gástrula do anfioxo, o blastóporo faz
Após a gastrulação, inicia-se a neurulação, carac- ou membros, aos músculos lisos, ao miocárdio
terizada pela formação do tubo neural, formação (musculatura do coração), ao endocárdio (teci- a comunicação do meio extra-embrionário
do celoma e da notocorda. A partir da formação do que reveste internamente o coração) e ao com:
da nêurula, os folhetos embrionários irão diferen- endotélio dos vasos sangüíneos. Na formação
ciar-se em orgãos, caracterizando a organogêne- das vértebras, a notocorda, que, posteriormen- a) o celoma;
se. Como exemplo, estudaremos a organogêne- te, desaparece, é tomada como eixo. Nesse b) a blastocele;
se em anfioxo. processo, as vértebras envolvem o tubo neu-
c) o trofoblasto;
ral. É importante frisar que não é a notocorda
Organogênese em anfioxo que se transforma em coluna vertebral; ela d) a cavidade amniótica;
O esquema seguinte representa a fase inicial da or- apenas serve de eixo ao longo do qual se dife- e) o arquêntero.
ganogênese: a neurulação. Após a neurulação, os renciam as vértebras.
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obra a própria vida do autor. Ou seja, Sérgio, o ralismo no Brasil. Sua obra (densa, trágica e
narrador, seria o próprio Raul Pompéia. Bilac pouco apreciada na época) é repleta de des-
resolve insinuar, na imprensa, que Pompéia é crições de perversões e crimes.
homossexual. Vem o desafio para um duelo
OBRAS
de espadas em praça pública que não se
1. A Normalista (1891, romance) – História de
consuma por interferência da platéia.
João da Mata, que cria, educa e seduz
Suicídio na noite de Natal – Depois do epi- Maria do Carmo.
sódio do duelo, os jornais da época passam
a ignorar Pompéia. O discurso inflamado à 2. Bom-Crioulo (1895, romance) – História
sepultura de Floriano Peixoto, elogiando o de homossexualismo entre marinheiros.
morto, é uma agressão ao presidente da Re- Amaro (o Bom-Crioulo) ama Aleixo, um
pública, Prudente de Morais. Antes de morrer, grumete, que se apaixona por Carolina.
DOM CASMURRO escreve: “Ao jornal A Notícia e ao Brasil, decla- Enciumado, Amaro mata Aleixo.
ro que sou um homem de honra”. Data (25 de
Características das personagens principais dezembro de 1895) e assina (Raul Pompéia). 5. DOMINGOS OLÍMPIO
Bento – Personagem principal da história; narrador A seguir, deita-se numa poltrona e dá um tiro Nascimento e morte – Nasce em Sobral (CE),
que, na velhice, tenta “atar as duas pontas da vida”. de revólver em cima do coração. Conta ape- em 18 de setembro de 1850. Falece em 7 de
nas 32 anos de idade. outubro de 1906, no Rio de Janeiro.
Depois de velho, ganha o apelido de Dom Casmurro.
OBRAS Advogado, político, jornalista – Bacharela-
Capitu – Vizinha, amiga e namorada de Bento desde 1. Uma Tragédia no Amazonas (1880, novela) se em 1873, pela Faculdade de Direito do Re-
criança. É morena, olhos claros e grandes, “olhos de 2. Canções sem Metro (1881, poema em cife. Depois de formado, reside no Ceará até
ressaca”, de “cigana oblíqua e dissimulada”. prosa)
1879, quando se transfere para Belém, onde
3. O Ateneu (1888, romance)
Escobar – Esbelto, olhos claros, um pouco fugitivos, advoga, torna-se deputado pela Assembléia
4. As Jóias da Coroa (1962, romance póstu-
como as mãos, os pés, a fala, como tudo. É três anos Provincial e batalha no jornalismo, defenden-
mo)
do as idéias abolicionistas e republicanas.
mais velho que Bento. Não fala claramente nem se-
O ATENEU Luzia-Homem – Seu primeiro romance (única
guido. O sorriso é instantâneo. Inteligente e amigo,
a) Época – Século XIX. obra de sucesso), Luzia-Homem, ambientado
consegue penetrar no âmago das pessoas e saber o b) Cenário – Rio de Janeiro (um colégio in- no sertão cearense, data de 1903. A história
que se passa com elas. terno só para homens). de Luzia (heroína), Alexandre (herói) e
c) Narrativa – Primeira pessoa (narrador= Crapiúna (vilão) expõe o drama de famílias
Ezequiel – Quando pequeno, é um imitador, levado e
personagem). que são obrigadas a migrar para a cidade por
inteligente. Quando moço, torna-se esbelto e, de d) Personagens:
causa da seca.
acordo com o depoimento de Bento, com a aparên- 1. Sérgio – Narrador; o próprio Pompéia.
cia de Escobar. É inteligente e interessado por Ar- 2. Aristarco – Dono e diretor do Colégio 6. JÚLIO RIBEIRO
queologia. Ateneu.
3. Sanches – Protetor de Sérgio e inicia- Nascimento e morte – Júlio Ribeiro nasce
D. Glória – Mãe de Bentinho. Mulher forte, madura e dor de sua sexualidade. em Sabará (MG), em 16 de abril de 1845, e
religiosa. Deseja fazer do filho um padre, devido a 4. Egbert – Único amigo sincero de Sérgio falece em Santos (SP), em 1.o de novembro
no Ateneu. de 1890.
uma antiga promessa, mas, ao mesmo tempo, dese-
5. Bento Alves – Adolescente com quem A Carne – Deixa apenas um romance famo-
ja tê-lo perto de si, retardando a sua decisão de
Sérgio se envolve. so: A Carne, ambientado no interior paulista.
mandá-lo para o Seminário. 6. Américo – Adolescente que incendeia Nele, narra-se a história de Lenita e Barbosa,
José Dias – É magro, chupado, com um princípio de o Colégio Ateneu. com cenas de sexo explícito. Acusado de exi-
calva e tem uns cinqüenta e cinco anos. Veste-se bicionismo sensual, o romancista é duramen-
4. ADOLFO CAMINHA
simples e bem. Homem prestativo, trata Bentinho te atacado pela crítica especializada da épo-
Nascimento e morte – Adolfo Ferreira Cami- ca.
com “extremos de mãe e atenções de servo.” nha nasce em 29 de maio de 1867, na cida-
Aproximou-se da família de Dona Glória dizendo-se de de Aracati (CE). Morre no Rio de Janeiro,
7. MANUEL DE OLIVEIRA PAIVA
médico, mas depois confessou a mentira. É um tipo em 1.o de janeiro de 1897.
Nascimento e morte – Manuel de Oliveira
de empregado da casa, porém tratado com a consi- Órfão – Órfão de mãe, Caminha vai para a ca-
sa de parentes, em Fortaleza. Seis anos de- Paiva nasce em Fortaleza, Ceará, em 1861.
deração de parente. Tem mania de expressar-se por Morre no Rio de Janeiro, em 1892, com ape-
pois (1883), muda-se para a casa de seu tio,
superlativos. no Rio de Janeiro, que o matricula na antiga nas 31 anos, sem publicar nenhum livro.
Pádua – É o pai de Capitu, homem baixo e grosso de Escola de Marinha. Obra póstuma – Graças à crítica Lúcia Miguel
Poeta – Em 1886, publica Vôos Incertos (poe- Pereira, vem à luz, em 1952, o romance Dona
corpo, pernas e braços curtos, costas abauladas.
mas). Guidinha do Poço, que logo se incorpora à
Dava-se bem com a família de Bentinho, exceto com
Contista – Em 1887, é promovido a segundo- lista das obras de valor do Naturalismo bra-
José Dias, que lhe atribui o apelido de Tartaruga. É sileiro.
tenente; publica Judite e Lágrimas de um
ajudado várias vezes por D. Gloria. Crente, livros de contos. Personagens – Margarida (Guidinha), Major
Prima Justina – Quadragenária, magra e pálida, bo- Escândalo amaoroso – Em 1888, regressa a Quim (esposo de Guida) e Secundino.
ca fina e olhos curiosos. Gosta de ressaltar os defei- Fortaleza e envolve-se em um rumoroso es-
cândalo: rapta a esposa de um alferes. Em 8. INGLÊS DE SOUSA
tos das pessoas, expondo-os aos olhos alheios.
1890, muito pressionado de todos os lados,
Tio Cosme – Um homem gordo e pesado, tem a res- Caminha demite-se e, com a mulher e duas Nascimento e morte – Herculano Marcos
filhas, segue para o Rio de Janeiro, onde passa Inglês de Sousa nasce em Óbidos (PA), em
piração curta e os olhos dorminhocos. É também
a viver como funcionário público. 28 de dezembro de 1853. Falece no Rio de
viúvo e vive ali desde que D. Glória se torna viúva. É Janeiro (RJ), em 6 de setembro de 1918.
A Normalista – Em 1891, lança seu romance
exímio jogador de gamão, e trata a vida como se
de maior sucesso: A Normalista. Nessa época, Iniciador do Naturalismo – É tido como inau-
fosse uma grande ópera. colabora nos jornais Gazeta de Notícias e O gurador do Naturalismo no Brasil, com o ro-
D. Fortunata – A mãe de Capitu. Morre cedo na his- País. mance O Coronel Sangrado (1877).
tória. Bom-Crioulo – Em 1895, publica seu segun- Obra-máxima – O Missionário (1891), roman-
do romance de sucesso: Bom-Crioulo. ce ambientado na selva amazônica.
Padre Cabral – Amigo de todos, conselheiro sensa-
Tuberculose – Atormentado pelas dificulda- Personagens – Pe. Antônio Morais (vive o
to. O narrador ressalta-lhe o dom do “bom comer”: des financeiras e debilitado pela tuberculose, conflito entre a vocação sacerdotal e o instinto
gosta de uma mesa farta e bem variada. morre precocemente. sexual), Clarinha (mulher por quem o padre
Naturalismo – Adolfo Caminha é considera- se apaixona), Coronel Pimenta (avô de
do um dos principais representantes do Natu- Clarinha).
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Geografia
Professor HABDEL Jafar
Aula 108
Fundamentos de cartografia
“A palavra cartografia tem origem na língua portu-
guesa, tendo sido registrada, pela primeira vez,
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
em 1839, numa correspondência, indicando a
(UFPR) Na(s) questão(ões) a seguir, escre-
idéia de um traçado de mapas e cartas. Hoje, en- va, no espaço apropriado, a soma dos itens
tendemos cartografia como a representação geo- corretos.
métrica plana, simplificada e convencional, de to- 01. Quanto à orientação no globo terrestre, é
Figura 01. Latitude.
do ou de parte da superfície terrestre, apresenta- correto afirmar que:
da através de mapas, cartas ou plantas. [...] Todo Alguns destes paralelos recebem nomes espe- (01) Nas coordenadas geográficas, o eixo
produto cartográfico é sempre útil e válido para ciais. Eles servem para delimitar as zonas climá- das ordenadas corresponde aos meri-
uma determinada aplicação, num determinado ticas da Terra. São eles: o Círculo Polar Ártico e o dianos, e o eixo das abscissas corres-
instante do tempo”. (IBGE. Atlas geográfico esco- Trópico de Câncer, no Hemisfério Norte. O Circu- ponde aos paralelos.
lar. p. 12. Rio de Janeiro, 2002). lo Polar Antártico e o Trópico de Capricórnio, no (02) A linha do Equador divide o globo em
Hemisfério Sul. O Equador geográfico é a linha dois hemisférios. O hemisfério voltado
A cartografia como arte e técnica da representa-
que divide o planeta Terra em duas partes exata- para o pólo norte é denominado boreal,
ção da superfície terrestre vem estruturando-se e o hemisfério voltado para o pólo sul é
mente iguais.
desde os primórdios da humanidade. Desde a denominado austral.
“O critério para a determinação desses paralelos
pré-história, o homem sempre buscou registrar (04) O meridiano inicial, o de Greenwich, di-
está relacionado com o movimento de rotação da
cenas do quotidiano, de lutas de animais e de ri- vide o globo terrestre em dois hemisfé-
Terra, com a inclinação do eixo do Planeta e, ain-
tuais religiosos. Essas gravuras inscritas nas ro- rios. O hemisfério voltado para o nas-
da, com o movimento de translação, o qual deter- cente é denominado ocidental, e o he-
chas, nas paredes de cavernas ou gravadas em
mina o plano da eclíptica. O movimento de rota- misfério voltado para o poente é deno-
tábuas de pedra registravam cenas do
ção determina o surgimento do eixo, cujas extre- minado oriental.
quotidiano e acumulavam conhecimentos para midades são os pólos geográficos. Por sua vez, a (08) As áreas localizadas ao sul do Trópico
as futuras gerações. inclinação do eixo em relação ao plano da eclíp- de Capricórnio e ao norte do Trópico de
Por mais primitivo que seja, um mapa sempre re- tica tem relação com um dos movimentos da Câncer são intertropicais.
vela uma compreensão do mundo para determi- Terra, que faz variar essa inclinação em 40 mil (16) O Brasil é um país tropical porque a
nada sociedade. Em cada momento da evolução anos, determinando a posição dos paralelos maior parte do seu território está situada
da humanidade, vários povos contribuíram, de especiais.” (Duarte, Paulo A. Fundamentos de entre as linhas do Equador e do Trópico
forma eficaz, no desenvolvimento dos conheci-
de Capricórnio.
Cartografia, UFSC. p. 50. 1994).
Resposta=01+02+16=19
mentos cartográficos. Mas foi a partir do início da A diferença de inclinação entre o eixo da órbita e
02. (Furg 1997) As coordenadas geográficas,
Modernidade que essa ciência tornou-se uma fer- o eixo da Terra é de 23° 27’. É a mesma diferença designadas pelos pares de elementos
ramenta primordial para aqueles que queriam do- entre o plano da órbita e o plano equatorial. denominados de latitude e longitude,
minar o além-mar. Técnicas cada vez mais sofis- Assim, o eixo da órbita (eclíptica), ao tocar a su- permitem determinar as posições de
ticadas foram agregadas aos conhecimentos da perfície, determina a posição dos círculos pola- pontos na superfície terrestre, onde:
cartografia. Isso possibilitou não só o conheci- res. O plano da órbita (eclíptica), ao atravessar I. a latitude é o arco de Equador entre o
mento das novas terras, mas também o domínio nosso planeta, determina a posição dos trópicos. meridiano de Greenwich e o meridiano
e a exploração das colônias européias.
do lugar;
II. a longitude é o arco de Equador ou de
Hoje, dispomos dos mais precisos e sofisticados
paralelo entre o meridiano de um lugar e
meios de representação dos eventos que se ma- o meridiano de Greenwich;
nifestam sobre a superfície da Terra. Computado- III. a latitude é altura de um ponto em
res, satélites, radares e GPS representam o que relação ao nível médio do mar;
temos de melhor quando o assunto é a represen- IV. a latitude é o arco de um meridiano entre
tação cartográfica ou a localização de um ponto o Equador e o paralelo de um lugar;
qualquer na superfície terrestre. V. a longitude é a distância entre dois luga-
res.
Entretanto, para compreendermos melhor essa
Figura 02. Sistemas de coordenadas terrestres. a) são corretas as afirmativas I e II.
ciência, é necessário dominar alguns conceitos
“Os paralelos nos indicam a latitude, que é a dis- b) são corretas as afirmativas II e III.
fundamentais. As coordenadas geográficas são c) são corretas as afirmativas I e III.
tância, em graus, de uma paralelo à linha do
um sistema de linhas imaginárias que se cruzam * d) são corretas as afirmativas II e IV.
Equador. Os valores de latitude variam de 0° (li-
objetivando a localização de qualquer ponto na e) são corretas as afirmativas IV e V.
nha do Equador) a 90° (pólos), devendo ser indi-
superfície da Terra. As linhas imaginárias são cada a posição no hemisfério sul (S) ou no he- 03. (PUCPR) Sobre a orientação, pode-se afir-
chamadas de paralelos e meridianos. Elas são misfério norte (N)”. (op. cit. P17). mar corretamente:
necessárias, pois produzem uma trama de linhas a) A representação gráfica da orientação é feita
que servirão de referênciais para o registro dos através das coordenadas geográficas.
eventos que se quer cartografar. b) A distância sudoeste-sudeste é de 180°.
Os paralelos “são linhas imaginárias que c) A distância leste-oeste é de 180°.
circulam a Terra no sentido leste-oeste” (IBGE. d) O espaço entre o ponto colateral noroeste e o
ponto colateral sudeste, sentido horário, tem
Atlas geográfico escolar. p. 17.Rio de Janeiro,
dois pontos colaterais e seis pontos subcolate-
2002). Em determinadas projeções, os paralelos rais.
aparecem como linhas retas e horizontais Figura 03: Localização de Brasília. e) O espaço entre o sudeste e o noroeste tem
(projeção cilíndrica), como arcos (projeção “Os meridianos são linhas imaginárias que dois pontos cardeais, dois pontos colaterais e
cônica) ou como circunferências concêntricas cortam a Terra no sentido norte-sul, ligando um cinco subcolaterais, partindo de qualquer dire-
pólo ao outro” (op.cit. p. 16). Ao contrário dos
que diminuem de diâmetro à medida que nos ção.
paralelos, todos os meridianos têm o mesmo
aproximamos dos pólos (projeção plana polar). comprimento. O paralelo inicial foi mais fácil
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Gabarito do Calendário
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