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Práticas e Modelos na Auto-Avaliação da BE

Relatório de frequência da formação – Outubro a Dezembro de 2010 – Turma 2

Formando: José Cesário Marques Moreira

De 19 de Outubro a 7 de Dezembro de 2010, a Direcção Regional de Educação de


Lisboa e Vale do Tejo e a Rede de Bibliotecas Escolares promoveram mais uma
formação no âmbito da aplicação do Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar
(MAABE), da qual fiz parte como formando na turma 2.

Encontrando-me a desempenhar as funções de professor bibliotecário no


Agrupamento de Escolas da Nazaré, participei na aplicação do modelo no ano lectivo
anterior. O agrupamento dispõe de dois professores bibliotecários, tendo a colega e
coordenadora da biblioteca escolar frequentado a formação há dois anos.

Desta forma, o contacto com o modelo permitiu uma melhor compreensão aquando
da sua abordagem na formação, tendo facilitado a interiorização de conceitos como
os domínios, subdomínios, evidências, instrumentos de recolha de dados, entre
outros.

Em relação à formação propriamente dita e aos conteúdos por ela explorados,


saliento a importância da partilha entre professores bibliotecários implícita no
processo de aplicação do MAABE. Desde a sua calendarização à redacção do
relatório final, passando pela identificação do domínio a avaliar, a troca de opiniões, a
apresentação de dúvidas e a partilha de metodologias assumem-se como contributos
muito importantes para o sucesso do próprio modelo. Nesta lógica, o modelo
representa por si mesmo uma metodologia de investigação/acção em que o seu
aplicador (o professor bibliotecário) tenderá a efectuar uma caracterização da
biblioteca escolar enquanto co-responsável no processo de ensino/aprendizagem e,
principalmente, como geradora de situações propícias à aquisição de competências
por parte dos alunos, para de seguida elaborar um plano de acção que lhe permita
melhorar os serviços prestados, mensoráveis através das competências e atitudes
reveladas pelos alunos.

Assim, de acordo com o princípio da investigação/acção, o professor bibliotecário


deverá orientar a sua actividade no sentido da articulação com os diferentes
departamentos curriculares e ciclos de ensino, colocando ao serviço dos alunos e
das suas aprendizagens todos os recursos disponíveis, com especial relevo para os
recursos TIC. No entanto, todo este trabalho de gestão da biblioteca e de articulação
com os departamentos curriculares não fará sentido se não forem visíveis mudanças
de atitude dos alunos em função da aquisição de novas competências, sendo o
MAABE o “guião” imprescindível em todo o processo. Não só pelas ferramentas que
propõe, mas por toda a metodologia baseada na recolha de evidências e na testagem
do próprio modelo, o MAABE deve ser compreendido em toda a sua amplitude,
permitindo obter uma imagem real e metódica do impacto da BE no processo de
ensino/aprendizagem, sobretudo ao nível das competências adquiridas pelos alunos.

Com uma forte componente centrada nos resultados, o MAABE não se limita à
promoção do sucesso dos alunos. A gestão da BE enquadrada com o modelo é
também vocacionada para os docentes ao permitir-lhes aceder a serviços de
referência, segundo uma lógica de articulação, de partilha e, como consequência, de
co-responsabilização no processo de ensino/aprendizagem. O estabelecimento de
parcerias com os docentes enriquece o processo de ensino/aprendizagem, abrindo-o
a novas técnicas e tecnologias, inovando e diversificando metodologias e práticas
docentes, tornando-as mais significativas e motivadoras para os alunos.

Por outro lado, a frequência desta formação permitiu ainda identificar possíveis riscos
associados à implementação do MAABE. Do professor bibliotecário espera-se que
seja capaz de utilizar o modelo sem o transformar no propósito e no objectivo do seu
trabalho. O MAABE assume-se como ferramenta de orientação e de ajuda na missão
da biblioteca escolar e do professor bibliotecário. Por conseguinte, a sua aplicação
não poderá revelar-se como um condicionante e/ou limitador do trabalho do professor
bibliotecário, atribuindo-lhe um carácter de previsibilidade, por oposição ao fomento
da iniciativa, da criatividade e da inovação que tão bem caracterizam as bibliotecas
escolares do “rectângulo”.

O formando

José Cesário Marques Moreira

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